MARANHÃO Fº, Eduardo Meinberg de Albuquerque. Religiosidades do (no) ciberespaço. In: MARANHÃO Fº, Eduardo Meinberg de Albuquerque (Org.). Religiões e religiosidades no (do) ciberespaço. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.

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Religiosidades no (do) ciberespaço4 Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Fº5

BOA NOITE! ASSISTA AGORA # AO VIVO CULTO DIRETO DA SEDE Compartilhe > hhtp://boladeneve.com/cultoaovivo/ # JESUS # BIBLIA # PALAVRA # BOLADENEVE”. Desta forma o Apê Rina, fundador da Bola de Neve Church (BDN) convoca a galera da igreja a participar do culto e frequentar a igreja (figura abaixo). Isto causa estranheza a você? Pois saiba que os cultos online são mais comuns hoje em dia do que se pensa – ainda que nem todos sejam realizados ao vivo, diretamente da sede, como este da BDN.6

Culto ao vivo direto da sede da BDNSP

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Parte das reflexões deste texto foi publicada no último capítulo de: MARANHÃO Fº, Eduardo Meinberg de Albuquerque. A grande onda vai te pegar: marketing, espetáculo e ciberespaço na Bola de Neve Church. São Paulo: Fonte, 2013. 5 Doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), especialista em Marketing e Comunicação Social pela Fundação Cásper Líbero, graduado em História pela USP. Contato: [email protected]. 6 Algo a se questionar é: foi o próprio Apê quem postou a mensagem? Ou algum/a acessor/a? 7 Ap Rina Oficial. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2013 (postagem de 16 de junho de 2013). O Apê compartilhou foto do perfil público Bola de Neve Church Oficial através de seu próprio perfil público, Ap Rina Oficial. As fan pages ou perfis públicos atuam na divulgação de seus/suas donos/as. No seu perfil público, o apóstolo publica informações sobre a igreja, divulga as mercadorias da mesma, comenta a respeito de sua família e de aspectos de seu cotidiano, e fortalece sua rede de amizades, auxiliando na consolidação da BDN no mercado. O Apê Rina, assim como a maior parte dos/as líderes da agência, também se utiliza de redes sociais como o Twitter e de sites de compartilhamento de vídeos como o YouTube. Tais sites, como outros (MySpace, Orkut, etc) não devem ser vistos de modo restrito, unicamente

O ciberespaço é a principal plataforma midiatizadora da BDN, fazendo com que a mesma seja identificada concomitantemente como igreja no ciberespaço e igreja do ciberespaço. Mas esta agência não é a única a valer-se do “ciber” como midiatizador de discursos, produtos, mercadorias e práticas. Uma das formas como agências como a BDN derretem on+offline8 está no uso das redes sociais para (se) comunicar (n)os cultos. A rede mundial de computadores, componente do ciberespaço, é quem melhor possibilita fazer de tais igrejas pescadoras de gente. A partir desta apresentação, convido o/a leitor/a a surfar no ciberespaço e (re)pensar comigo algumas das formas pelas quais as agências religiosas atuais tecem suas redes. Neste breve passeio visitaremos o contexto que situa algumas igrejas como cibernéticas ou ciberespaciais, de religiões/religiosidades no (do) ciberespaço; abrindo uma janela para a (in)adequação de dicotomias acerca dos agenciamentos no (do) ciberespaço. Iniciemos pensando na relação mídia+religião. O fenômeno da midiatização do sagrado imbricado com a sacralização da mídia pode ser relacionado à lógica de consumo orientada pelos anseios dos/as fiéis-consumidores/as. Mas podemos pensar que, para além da “lógica mercadológica”, tanto sujeitos como coletivos e instituições religiosas se utilizam da mídia e do ciberespaço com fins “menos capitalistas”, procurando exaltar seus/suas deuses/as, entidades e crenças com o (talvez não único) objetivo de promoverem suas manifestações de fé. A maior parte das instituições religiosas está na rede: o catolicismo, por exemplo, se divulga através de redes sociais, blogs, flogs e sites como o do Vaticano – o ciber é o novo coliseu em que a guerra santa é promovida. Ainda que a maioria das agências religiosas brasileiras não tenha – ao menos ainda – o ciberespaço como principal midiatizador, o uso da internet tem sido cada vez maior, como comenta Cunha: “grupos e empresas estão investindo na criação de páginas eletrônicas (...) e nesse contexto, também tem havido investimento e crescimento

como redes sociais ou compartilhadores de áudio e vídeo, todos eles exercem mais ou menos enfaticamente as duas funções. 8 Escolho grafar on+off para dar vistas ao derretimento das fronteiras – estabelecidas dicotomicamente – entre o “offline” e o “online”. Ciberespaço e outros espaços interagem, interatuam. No mesmo sentido, é importante atentar para a não-reprodução de dicotomias como “real” e “virtual”.

do segmento evangélico”.9 Para Guareschi, “sem comunicação não há salvação”. Fica a pergunta: há salvação sem internet? O autor entende que “uma Igreja que se recusa a entrar na internet não vai dar conta de ser fiel à sua mensagem”.10 O uso potente do ciberespaço também é avogado por pastores como Silas Malafaia, da AVEC11: “Vamos tomar posse dos meios de comunicação, vamos tomar posse das redes sociais, da política. Vamos fazer diferença, influenciar o Brasil”.12 As poucas agências religiosas “(neo) pentecostais” que não se midiatizam online – talvez possamos chamá-las de agências dromoinaptas13 – correm o risco de serem preteridas por outras em uma situação de intenso trânsito religioso, que pode ser relacionado a um “congestionamento” dado o enorme número de agências evangélicas na paisagem religiosa brasileira. Agências com discursos anti-tecnólogicos como a IPDA (também) estão na web, como demonstra Gedeon Freire de Alencar em um dos capítulos deste livro: a Igreja Pentecostal Deus é Amor proíbe – dentre muitas coisas – sua membresia possuir ou assistir TV, mas tem um portal na internet. Aderiu à modernidade tecnológica exercendo um controle absoluto sobre a vida dos membros em total isolamento de qualquer manifestação cultural moderna.

A Deus é Amor costuma permitir somente o uso de emissoras de rádio para seu trabalho evangelístico. Comentando sobre isto, Jungblut lembra que “anedoticamente, em alguns setores protestantes falava-se que para esses grupos a televisão seria ‘o diabo encaixotado’”.14

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Cunha sugere que um desafio a ser respondido seria “listar todas as páginas eletrônicas localizadas pelos mecanismos de busca na internet; elas chegam aos milhares e a lista inclui desde as mais artesanais, montadas por grupos de louvor de igrejas, até as mais sofisticadas e mais acessadas como o Aleluia, o Diante do Trono e o Super Gospel” (CUNHA, 2007, p. 166). 10 MARANHÃO Fº, LEÃO, 2012, p. 176. 11 Associação Vitória em Cristo. 12 A declaração do mesmo ocorreu durante a Marcha para Jesus em Campo Grande, em 26 de agosto de 2013. O discurso de Malafaia sinaliza para o conservadorismo – congelamento – em relação a temas como aborto e homossexualidade: “Vejam muito bem em quem vocês vão votar, porque tem muito evangélico aí que se diz evangélico, mas apoia o casamento gay”, complementando: “O senador é a favor do aborto? Chumbo nele. O seu candidato é a favor do casamento gay? Chumbo nele”. Comentou ainda haver mais de 800 projetos em trâmite no Congresso para “detonar os conceitos cristãos, para destruir os valores morais da sociedade, destruir tudo”, responsabilizando ateístas e anarquistas, que querem “construir um novo paradigma, apoiado, sustentado na libertinagem e na safadeza.”Pastor Silas Malafaia: Evangélicos devem dominar política, mídia e redes sociais para influenciar o Brasil. Disponível em: . Acesso em: 29 ago. 2013. 13 Miklos argumenta que os dromoinaptos são aqueles que “tentam de todas as maneiras ganhar sobrevida em meio à condição integralmente desfavorável – e, pior, sem perspectivas animadoras – engendrada pelo processo totalizante e irreversível de informatização da vida sociocultural.” Na outra ponta estão os dromoaptos ciberculturais, bem ambientados com a velocidade característica das relações ciberespaciais (MIKLOS, 2010, pp. 63-64). 14 JUNGBLUT, 2012, p. 460.

Fica a questão: que tipo de diabo estaria encaixotado ou residiria na web? Ou ainda, o diabo resiste à web? Agências que se promovem através de publicações impressas, rádio ou tevê, mas repudiam a internet, podem concorrer de igual prá igual com as que usam a rede prá pescar almas? Traçando um breve histórico da relação mídia+religião, é possível pensarmos que no princípio era o Verbo - que se tornou Imagem. Para Roncari, “se Deus quiser existir, tem que aparecer na TV, e se quiser se fazer ouvir, não é mais suficiente a palavra, ela tem que converter-se em imagens”.15 Atualmente, a Imagem se transmutou em Onda. Para Deus se fazer (re)conhecido, deve contar com a mediação das ondas difusoras do ciberespaço – dentre outras formas de se fazer presente entre mulheres e homens de boa vontade. Talvez possamos identificar a ampliação do conceito de igrejas eletrônicas para o de igrejas cibernéticas.16

Este é o fundo de tela de agências como a BDN, que podemos considerar cibernéticas ou ciberespaciais. Para a agência, estar em (na) rede é a forma mais eficaz de captar/manter fiéis. A BDN, neste sentido, pode ser vista como igreja na internet – e até certo ponto, igreja da internet. A partir disto podemos indagar: o que seriam religiões/religiosidades no ciberespaço e religiões/religiosidades do ciberespaço?17 Há como distinguir umas das outras? O termo religiões/religiosidades no ciberespaço pode dizer respeito ao caráter religioso das múltiplas experiências e agenciamentos institucionais, coletivos e individuais realizados através desta plataforma. Ao mesmo tempo, o termo pode estar relacionado às religiões/religiosidades como assunto veiculado na (pela) rede. Já por religiões/religiosidades do ciberespaço podemos entender as experiências e agenciamentos de indivíduos, coletivos e instituições que têm no ciberespaço sua home, sua 15

RONCARI, 1984. MARANHÃO Fº, 2012. 17 Em sentido aparentemente similar, Christopher Helland falou sobre uma religion online e uma online religion (2000, 2005, 2007). Sobre estas, Enzo Pace explicou “a distinção entre religion online (instituições religiosas que se adaptam a comunicar via internet) e online religion (criação de novas networks capazes de promover a formação de comunidades virtuais nas quais a definição dos conteúdos e dos significados religiosos ou espirituais é confiada à interação via computador entre os indivíduos). Esta distinção, que nos escritos mais recentes o próprio autor atenuou (HELLAND, 2005, 2007), no fundo, olhando bem, resume as novas perspectivas que a internet parece abrir às religiões: se com o primeiro modelo (religion online) ainda estamos diante da sequência emissor-receptor, no segundo (online religion) estamos diante de uma relevante mudança sociocultural, já que um sítio deste tipo um sítio deste tipo oferece um espaço criativo e interativo para uma vasta (mais ou menos anônima) plateia de usuários, os quais, deste modo, dão a ideia de fazer para si uma religião sob medida” (PACE, 2012, p. 423). Pace reforça a distinção entre religiões online e online religiões: as primeiras são institucionais e as outras não (idem, 2012, p. 428). 16

página inicial de onde flui todo o resto. Outro possível sentido é o das experiências típicas/características da internet. Também podemos traduzir a crença nos equipamentos informáticos de tempo real como uma espécie de religião do ciberespaço. Talvez a diferença entre religiões/religiosidades no e do ciberespaço esteja na intensidade. Se no primeiro caso o “ciber” é espaço eficaz de divulgação, no segundo é condição primária de existência. De todo modo, como na web, ambos os termos são compostos pela polissemia e fluidez – novos sentidos e significados podem ser (re)pensados por mim e pelo/a leitor/a. O ciberespaço é forma eficaz pela qual agências, sujeitos e coletivos religiosos se divulgam, compartilham experiências e se posicionam no mundo – e no mercado religioso. Ficam as perguntas: A igreja ou expressão religiosa que se situa somente na internet – sem uma plataforma “física” – pode sobreviver? Ou ela prescinde do “suporte presencial”? 18 Igrejas ciberespaciais como a BDN trafegam entre o virtual e o real ou caminham com o real e o virtual? Os/as surfistas do ciberespaço estão entre o online e o offline ou ao mesmo tempo online e offline? A separação entre ciberespaço e outros espaços existe? E entre humano e máquina?

Quando um/a surfista do (no) ciberespaço encontra uma rede Um caso que pode expressar a imbricação entre online/offline e humano/máquina está nos cultos da BDNF.19 Nesta agência, é comum que os presbíteros, situados na primeira fileira de cadeiras, portem IPads20 e outros equipamentos de tecnologia em rede como para darem

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Guareschi comenta: “eu não vejo a possibilidade de uma religião apenas na internet. Acho que ela não sobrevive. Assim como você não consegue segurar o fluxo o tempo todo, você não vai poder segurar uma instituição, porque instituição é uma certa materialização de uma ideia, e essa materialização implica, o Weber discute muito bem isso, a instituição, o carisma e o poder, de como os carismas, as ideias, etc, têm em certo momento de se materializar em instituições. Então ela perde o seu poder carismático. Assim também na internet” (MARANHÃO Fº, LEÃO, 2012j, p. 177). As aspas que utilizo em “física” e “suporte presencial” procuram apontar para a insuficiência de tais termos. Afinal, qual a fronteira que define, nas relações on+offline, o que é físico ou “virtual”? 19 Bola de Neve Floripa. 20 O IPad, também chamado de “Iphone gigante”, é um aparelho desenvolvido pela Apple que permite conjugar funções de telefone, notebook, filmadora e máquina fotográfica (dentre outros recursos que desconheço como possivelmente fritar ovo, etc). O IPod tem câmera, suporte à loja de música, aplicativos e livros, mas sua conexão à internet é via wifi. Outro “primo pobre” do Ipad, o Iphone é o aparelho celular mais célebre do mundo (chamado de smartphone), com tela sensível ao toque (touchscreen), aplicativos (e loja para adquiri-los), câmera fotográfica e filmadora, conexão à internet via 3G/4G. O IPhone 5 é a sua versão mais aprimorada (até 2013, claro).

notícias do culto para os/as que estão em casa21 – isto não é necessariamente a mesma coisa que um culto online, em que a pessoa pode acompanhar toda a liturgia, mas possibilita pensarmos na associação entre igreja na internet e igreja da internet, e ainda fiéis na internet e fiéis da internet, em toda sua amplidão de sentidos e significados. É relevante recordar que as relações na (em) rede não são apenas sociais ou entre humanos/as, mas sociotécnicas: a máquina também organiza maneiras de agir, ajudando a dar ritmo às conver(sa)ções on+offline. Continuemos pensando nos presbíteros da BDNF operando seus Ipads durante o culto. De que formas eles estão conectados à (em) rede? Até que ponto estão (bri)colados às máquinas, e estas neles? O termo rede, aqui, se reveste de um caráter polissêmico. Se o vocábulo pode se referir às redes cristãs de recolhimento de fiéis e à rede mundial dos computadores, aqui também se relaciona à teoria ator-rede22 de Latour, ou à sua rede sóciotécnica.23 A rede configura-se como espaço de fluidez e (des)encontro entre elementos humanos e não-humanos, desestabilizando uns e outros em (in)direções (in)imagináveis. Assim como o/a humano/a e

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É importante reforçar: estar em casa acompanhando o culto (não) seria estar no mesmo? A teoria ator-rede, ou ANT (Actor-Network-Theory), divulgada por Latour, relaciona-se com o princípio de simetria (1994), que visa desmarcar as fronteiras/barreiras entre sujeitos e objetos, entre humanos e nãohumanos, entre campos científicos naturais e sociais. Para o mesmo, nunca conseguimos de fato dissociar tais domínios como a modernidade propunha – pois jamais fomos modernos (2005). Uma forma possível de se obter a simetria está no uso da noção de rede deste autor (2005), mais especificamente da rede sociotécnica, que cruzaria os pólos e relacionaria humanos/as e não/humanos/as em um mesmo coletivo sem pensá-los dicotomicamente. 23 Pesquisadores/as como Theopilos Rifiatis dão pistas sobre estas perguntas. Este (re)pensa expressões como “cibercultura” (como comentado acima) e “comunicação mediada por computador”, sinalizando os limites dicotômicos entre humano/técnico que pressupõem a exterioridade dos objetos técnicos e reduzem a “agentividade apenas aos seres humanos” (RIFIOTIS, 2012, p. 566). Estes termos (e outros, como “comunidades virtuais”), se relacionam a outras dualidades e justaposições, como online e offline, técnico e social, sujeito e objeto (idem, 2012, p. 573). Inspirado em Latour, Rifiotis explica a necessidade de “concentrarmos o foco na ação, e não nas figuras já pré-estabelecidas para a observação, e ele sublinha que isso seria especialmente relevante nas situações em que proliferam as inovações e onde as fronteiras entre os grupos se encontram desestabilizadas. Em outros termos, o programa adequado para tais situações seria o de rastrear associações dos atores, ou seja, seguir os atores (humanos e não-humanos), ou seja, a produção do social em ação” (ibidem, 2012, p. 574). À indagação sobre a possibilidade de agências não humanas, Rifiotis nota que “ao longo dos seus trabalhos, Latour nos fornece uma série de exemplos de situações em que deveríamos problematizar a agência de objetos. Seria inútil aqui detalhá-los, mas lembremos ao acaso uma pequena série deles: arma, controle remoto, lombada. Mas também o celular, o computador, ou ainda medicamentos, etc, etc. (...) A ação é o foco da atenção e não as entidades pré-configuradas. Agência não é determinação ou escolha, mas resultado da descrição de uma ação, de um processo, ou melhor, de um fluxo da ação” (ibidem, 2012, p. 575). A esta terminologia, Rifiotis prefere vontade de saber sociotécnico ou redes sociotécnicas, por seu valor epistemológico de superação de dicotomias (ibidem, 2012, p. 576). 22

o/a não-humano/a, a rede é atriz e se redefine a cada interação sua com os/as demais. 24 As pessoas conectadas à rede – e

a(s) rede(s) contectada(s) às pessoas – demonstram a

(inter)atividade de ambas / entre ambas. Mais que avaliar as relações humanas e/ou sociais no ciberespaço, ou das técnicas e/ou tecnologias na humanidade, a atenção (tensão) está nas relações – simétricas – estabelecidas entre humanos/as e não-humanos/as25 – ou entre máquinas e não-máquinas. Assim como ator/rede se constituem ao mesmo tempo, o mesmo ocorre com humano/a e máquina. Outro conector para pensar na bricolagem entre humano/a e máquina (ambos pensados aqui como sujeitos) é a metáfora do ciborgue, de Haraway, mencionada anteriormente.26 Esta entende que “não está claro quem faz e quem é feito na relação entre humano e máquina (...) não existe nenhuma separação fundamental, ontológica, entre máquina e organismo, entre técnico e orgânico”.27 Tal metáfora serve para pensar na quebra de dualismos entre sujeitos e máquinas: IPads e presbíteros, quais suas fronteiras maquinocorporais? Quem é prolongamento de quem? Os/as fiéis-cibernautas da BDN também podem ser pensados (bri)colados às máquinas, administrando suas religiosidades a partir de processos de (re)costuras e (re)composições, em um contexto de escolhas e(m) movimento. Isto pode ser estendido à própria BDN, igualmente ciborgue. A noção de sujeitos e agências entre o humano e a máquina (ou máquina+humano / máquina+instituição ao mesmo tempo) pode ser útil para (re)pensarmos na (in)conveniência de dicotomias como “offline ou online” – daí minha proposição de usar o termo on+offline. 24

Tais concepções são tributárias de uma leitura inicial sobre a ANT proposta por Gabriel Tarde, para quem “o que conta não são os indivíduos, mas as relações infinitesimais de repetição, oposição e adaptação que se desenvolvem entre ou nos indivíduos, ou melhor, num plano onde não se faz sentido algum distinguir o social e o individual” (VARGAS, 2007, p. 10). Tal teoria foi posteriormente revisitada por Latour. Para a ANT interessa mais pensar nesta capacidade de redefinição, de rastrear etnograficamente os efeitos e negociações entre “humanos/as” e “não-humanos/as”. 25 Certamente, além dos “objetos”, que podem ser entendidos nesta perspectiva como sujeitos, podemos entender como “não-humanos”, por exemplo, os animais. Estes, igualmente, podem provavelmente ser vistos como sujeitos dotados de agência e simetricamente associados (relacionados). 26 Como comentei em outra ocasião, “tal concepção é rica para pensar pessoas entre-gêneros: muitas possuem próteses e outros artefatos (que não são evidentemente exclusividade destas) que prolongam a extensão de seus corpos, proporcionando melhor qualidade de vida e fazendo com que estas sintam seus organismos mais adequados à suas identidades de gênero” (MARANHÃO F º, 2012c). 27 Idem, 2013, p. 91. Hari Kunzru comenta que “o mundo de Haraway é um mundo de redes entrelaçadas – redes que são em parte humanas, em parte máquinas; complexos híbridos de carne e metal que jogam conceitos como “natural” e “artificial” para a lata do lixo”. Tais redes, híbridas, seriam os ciborgues, que “não se limitam a estar à nossa volta – eles nos incorporam”, e lembra: “se as mulheres (e os homens) não são naturais, mas construídos, tal como um ciborgue, então, dados os instrumentos adequados, todos nós podemos ser reconstruídos (KUNZRU, 2013, pp. 24-25). Para Tomaz Tadeu, “o ciborgue nos força a pensar não em termos de “sujeitos”, de mônadas, de átomos ou indivíduos, mas em termos de fluxos e intensidades.” Deste modo, o mundo não seria constituído de “unidades (“sujeitos”), de onde partiriam as ações sobre outras unidades, mas, inversamente, de correntes e circuitos que encontram aquelas unidades em sua passagem” (TADEU, 2013, p. 14).

Quando o Apê, de dentro da igreja, promove o culto em tempo real aos que estão “longe” ou “fora” se ressaltam as dúvidas: quem está à frente do computador (do lado “de fora” da igreja) está menos presente que quem está “dentro” da agência? É possível que aqueles/as que estão em suas casas estejam simultaneamente participando do culto na igreja – assim como quem está na mesma em alguns momentos pode não se sentir presente, preferindo estar em casa ou em outro lugar.28 Neste caso, podemos pensar nas negociações/tensões entre comparecer mas não crer, pertencer mas não crer, crer mas não comparecer e crer mas não pertencer. Afinal, para pertencer é necessário comparecer? Acompanhar um culto ao vivo ou notícias fresquinhas tweetadas ou postadas no FB29 não é outra forma de comparecer e pertencer? O/a surfista da (na) web pode crer e participar sem nunca ter ido “presencialmente” a um culto da BDN, enquanto muitos/as que frequentam o espaço “físico” da mesma podem ver nesta um bom espaço de pertença e comunhão mas não se sentirem crentes nem participantes. Pode haver dois tipos de fiéis que vão aos cultos na BDN Olympia: os que saem de casa e se deslocam até a mesma e aqueles que acessam pelo notebook – e nos dois casos há quem se sinta participante mas não crente e vice-versa.30 A participação em uma agência religiosa tem a ver com escolha.31 Neste sentido, lembrando o slogan da IMPD32 que diz a mão de Deus está aqui – e logicamente não está ali na agência 28

Algo a se pensar: a experiência social “física” é “prioritária” ou “predominante” em relação à experiência social “virtual”? Esta seria uma extensão da primeira? Ou seria o contrário? Ou ambas as coisas? Ainda que as duas situações sejam possíveis, participar dos cultos a partir do ciberespaço se vincula à necessidade de interação social – e participar dos cultos “presencialmente” também. Nesta nota, as marcações entre aspas procuram demonstrar a imprecisão das fronteiras “entre” uma coisa e a outra. Nestes casos, melhor pensar nas simultaneidades e ciborguismos. 29 Facebook. 30 Em relação às relações entre crer e pertencer, Hervieu-Léger argumenta que para fazer valer preferências pessoais “hoje corretamente expressas por crentes que se posicionam com uma flexível liberdade diante delas, não é necessário unir-se a nenhum grupo religioso particular. Basta ler uma revista, frequentar uma biblioteca, seguir um programa de televisão, ou ainda – o que acontece mais e mais frequentemente – acessar esse ou aquele site na Internet” (HERVIEU-LÉGER, 2008, p. 156). A autora complementa dizendo que “essa disjunção entre a crença e a pertença é evidentemente ainda mais nítida naqueles casos todos em que o sujeito crente reivindica poder escolher, entre essas diferentes tradições, a que melhor lhe convém. Em certo sentido, podemos imaginar que a lógica da “bricolagem da fé” torna impossível a constituição de comunidades crentes reunidas em torno de uma fé comum” (idem, 2008, p. 157). No caso dos/as internautas “da” BDN, muitos/as certamente (com)partilham crenças com outros/as participantes da agência ao mesmo tempo em que circulam por outras expressões religiosas, fazendo suas próprias (re)costuras de fé. 31 Sobre a utilização da internet como mídia evangélica, Jungblut relativiza as assertivas do paradigma do mercado religioso proposto por Finke, Iannacone e Stark, que por dicotomizar produtores/as e consumidores/as, inviabiliza “uma infinidade de experiências religiosas em que esses pólos se encontram completamente confundidos”, como na web, onde “todos são chamados a serem, ao mesmo tempo, artífices e desfrutadores, escritores e leitores, emissores e receptores, observadores e observados, produtores e consumidores”

concorrente – seria possível pensarmos em uma plataforma do ciber mais abençoada que a outra? O Deus que opera no Orkut teria a mesma potência que aquele acessado pelo FB? O pastor que dá seus tweets tem mais conexão com o sagrado ou é mais ungido que aquele do chat da Uol? Como fica o reverendo que persiste no modo “offline”? Presbíteros que operam IPads tem mais unção de comunicação que os que usam um Dell debilitado? A BDN não é a única agência a transmitir seus cultos em tempo real aos/às fiéis-internautas. Se de um lado da rede o notebook é um púlpito, do outro é plateia. O ciberespaço pode proporcionar que fiéis compartilhem angústias e inquietações entre si e com líderes através de mensagens postadas em redes sociais, em fóruns de chats, por email ou SMS. Há também quem aceita a Jesus, testemunha, agradece graças alcançadas, acende velas virtuais, reza terços cibernéticos, recebe aconselhamentos espirituais através do Skype, oferta e dizima – tudo online.33 Na outra ponta, estar conectado/a com os/as adeptos/as é estratégia que Jesus dá à igreja para se alcançar as almas perdidas na (da) internet – lembrando um marketing operado por Jesus. Será o mouse o atual substituto do cajado que arrebanha as ovelhas? Como líderes e fiéis-cibernautas entendem o sagrado através da internet? A tela possibilita o contato com este ou afasta? O sagrado é substituído pela tela como nova forma de sacralização? Líderes e fiéis podem ser repostos ou substituídos através da web? Esta pode se apresentar como nova líder ao fiel que busca navegar por outros mares? É possível que a religião/religiosidade online afete a autoridade religiosa institucional, visto que no ciber janelas se abrem a outras paisagens que possibilitam deslocamentos, (bri)colagens, (re)cortes, (re)costuras e (re)conversões. Pode minar o monopólio ou controle da autoridade sobre os/as fiéis. Mas se o ciber abre algumas janelas, pode fechar outras. O/a fiel da BDN pode postar uma mensagem no FB que vise abalar ou enfraquecer determinada doutrina da agência – mas a cúpula sentindo-se “atacada” pode utilizar os dados postados para (re)pensar o combate à

(JUNGBLUT, 2010, p. 210), o que remete à expressão prosumo, mescla de produção e consumo, de Hoover e Echchaibi, de um dos capítulos deste livro. 32 Igreja Mundial do Poder de Deus. 33 O dízimo ou oferta online pode ser efetuado/a através de cartão de crédito, transferência entre contas, débito automático, boleto bancário – dentre outras formas possíveis.

“insubordinação” e a (re)consolidação de sua autoridade, e até para “excomungar” ou expulsar a ovelha rebelde de seu aprisco de (in)fiéis.34 Entre 2005 e 2006 fui administrador de uma (ex)comunidade no (quase extinto) Orkut, a Bola de Neve Floripa. Através desta postávamos news sobre a church como shows de reggae e atividades evangelísticas nas praias. Algo que se destacava era o monitoramento de alguns/mas irmãos e irmãs sobre as demais ovelhas – o que demonstra que a tentativa de controle não vem apenas de líderes: o aspecto panóptico de ambientes como este e o FB é ampliado a todos/as membros e amigos/as. Por sua vez, as “boas” ovelhas tem no ciber a oportunidade de demonstrarem o quanto são obedientes aos preceitos bíblicos ou da instituição. Para o/a fiel, estar na rede pode equivaler a curtir e compartilhar afinidades e bênçãos, muitas vezes fazendo de aspectos privados, desejavelmente públicos. É colocar-se como bem de consumo a ser avaliado pelos/as demais, avaliando a estes/as ao mesmo tempo: big brothers and sisters online, seu tablet é sua prancha e o ciber, sua praia.35

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Pierre Lévy postula que a internet é benéfica à medida que o formato descentralizado da rede permite às pessoas conectadas “construir e partilhar a inteligência coletiva sem submeter-se a qualquer tipo de restrição político-ideológica.” Para Miklos, “na esteira da utopia cibernética, Lévy encara a Internet como um agente democrático (porque democratiza a informação) e humanitário (porque permite a valorização das competências individuais e a defesa dos interesses das minorias).” Miklos explica que essa “visão redentora da cibercultura” é alargada por Virilio, “que considera a cibercultura uma cultura de controle (apropriação por parte do poder instituído por grandes empresas, classes militares e Estado).” Este entende que “o libertário propugnado pela cibercultura foi tragado pelos interesses do capital”, e que “o ideal de livre acesso converteu-se em apropriação dos efeitos tecnológicos ora pelo Estado com interesses militares, ora pelo mercado com interesses de ampliação e reprodução do capital” (MIKLOS, 2010, p. 82). Miklos narra que “até o presente momento constatamos que aconteceu com a cibercultura o mesmo que ocorreu com a modernidade: a promessa de liberdade submeteu-se à onipotência do capital” (idem, 2010, p. 86). O autor argumenta que a ciber-religião “se por um lado, traz a promessa da redenção, da aproximação entre as pessoas, por outro, produz na sua sementeira a ilusão: no lugar do religare, a mera operacionalidade e a conexão técnica” (idem, 2010, p. 88). Visto assim, parece que a cibercultura (e talvez o ciberespaço e a internet) é território dicotômico: ou vale para o bem ou serve ao mal. Mas o ciberespaço não é angelical nem demoníaco, ou talvez esteja entre as duas alegorias. Podem ocorrer agenciamentos por parte de instituições e sujeitos controladoras/es, por parte de sujeitos e instituições interessados/as em desestabilizar discursos dos/as “poderosos/as” e por parte dos que querem corroborar os mesmos – a polissemia é o principal sentido do “ciber”. Talvez o FB seja atualmente um bom exemplo dos agenciamentos dos “pequenos sujeitos”– e as diversas manifestações sociais sugeridas e coordenadas através de redes sociais como esta sejam um indicativo destes agenciamentos “subalternos”. Por outro lado, o FB pode funcionar como meio de controle. Outro ponto a se considerar é relacionado às (in)tolerâncias religiosas no ciberespaço: tal como nos demais “espaços”, a internet e demais tecnologias de rede podem fazer florescer espaços de discussão que fomentam a tolerância – mais que a tolerância, o respeito ao/á próximo/à – e simultaneamente, propiciar que a intolerância em relação ao/à outro/à se torne latente. E certamente, a (in)tolerância é em grande parte contextual: o que para um é (in) tolerância para o outro não é. 35 Tal característica faz parte da “identidade” derretida mencionada anteriormente, em constante (re)adequação em relação ao/à outro/a – e no caso, também em relação à máquina.

Mas quem conduz quem no oceano ciberespacial? A prancha-IPad ou o/a surfista? Relembrando a imbricação humano/máquina latouriana e a metáfora do ciborgue, computador e humano/a tem igualmente agência? Ambos são igualmente sujeitos? Referindo Latour, “ator é tudo que age, deixa traço, produz efeito no mundo, podendo se referir a pessoas, instituições, coisas, animais, objetos, máquinas”.36 Em direção aparentemente similar, Lévy já avistava certa agência dos (nos) programas de computador – o que pode ser transposto para outros componentes do mesmo bem como o próprio ciberespaço: o ciberespaço não compreende apenas materiais, informações e seres humanos, é também constituído e povoado por seres estranhos, meio textos, meio máquinas, meio atores, meio cenários: os programas. Um programa, ou software, é uma lista bastante organizada de instruções codificadas, destinadas a fazer com que um ou mais processadores executem a tarefa. Através dos circuitos que comandam, os programas interpretam dados, agem sobre informações, transformam outros programas, fazem funcionar computadores e redes, acionam máquinas físicas, viajam, reproduzem-se, etc.37

Ainda que para Lévy tais programas ajam sobre informações e não necessariamente sobre humanos/as, isto reforça indagações como: quem agencia quem? A máquina agencia o/a humano/a ou o contrário? Ou são agenciamentos recíprocos? Um elemento pode ser considerado com “maior agência” que o outro no ciberespaço – ou em qualquer espaço? Uma provocação a se fazer é: como querem muito/as autores/as, existe uma CMC (Comunicação Mediada por Computadores)? Ou esta é simultaneamente uma comunicação entre computadores – mediada por humanos/as (CMH)? Não haveria uma CMC+CMH? Não querendo responder a estas perguntas, algo parece certo, o ciberespaço é marcado pelas redes sóciotécnicas: máquinas e pessoas são imbricadas. Na BDN o ciber possibilita que sujeitos (máquinas, pessoas e máquinas+pessoas) tenham agência, sejam agenciados pela instituição e agenciem a mesma. Decorrem as dúvidas: o/a humano/a se submete à máquina ou é a máquina que se submete ao/à humano/a? Além do culto a Deus, no ciber há o culto à pessoa e o culto à máquina? Em

36 37

FREIRE, 2006, p. 55. LÉVY, 2003, p. 41.

relação ao site da BDN, este é agenciado pelos discursos da mesma – ou é ele quem agencia a BDN e seus discursos? Se o/a não-humano/a (máquina, ciberespaço, site ou rede social) é ator (ou atriz), tem agência e produz efeitos, surgem questões: quando o Apê Rina posta uma mensagem estimulando os/as crentes a algo, quem agencia quem? Rina agencia tais fiéis criando uma demanda? É agenciado por estes/as ao procurar atender suas necessidades? Rina “se utiliza” – agencia – uma rede como o FB para postar suas mensagens? Ou é o FB quem “se utiliza”, agencia Rina e todos os demais membros da rede para que estes postem, produzam conhecimento e promovam o Face? Em outras palavras, Rina utiliza o ciberespaço ou o ciberespaço utiliza Rina? Não pretendo responder aqui a tais indagações – mesmo porque a maior parte delas pode ter mais de uma resposta – mas apresentar algumas dentre as polissêmicas maneiras de se identificar religiões e religiosidades no (do) ciberespaço. Referências ALENCAR, Gedeon Freire de. Pentecostalismo Hitech: uma janela aberta, algumas portas fechadas. História Agora, São Paulo, v. 1, n.9, pp. 428-453, 2010. Ap Rina Oficial. Disponível em: https://www.facebook.com/Ap.RinaOficial. Acesso em: 20 jun. 2013. CUNHA, Magali do Nascimento. A explosão gospel. Um olhar das ciências humanas sobre o cenário evangélico no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad X, Instituto Mysterium, 2007. FREIRE, Letícia. Seguindo Bruno Latour: notas para uma antropologia simétrica. Comum, v. 11, n. 26, pp. 46-65, 2006. HARAWAY, Donna J. Manifesto ciborgue. Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: TADEU, Tomaz. Antropologia do ciborgue. As vertigens do póshumano (2ª edição). Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. HELLAND, Christopher.

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