Marketing Digital e Tendências das Redes Sociais (2013)

June 14, 2017 | Autor: Laura Gris Mota | Categoria: Digital Media, Digital Marketing, Cultural Tendences
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1 MARKETING DIGITAL E AS TENDÊNCIAS DAS REDES SOCIAIS 1

EM UM FUTURO PRÓXIMO .

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Laura Gris Mota

3

Elton Tamiozzo de Oliveira

RESUMO: Este artigo faz uma abordagem exploratória e descritiva sobre as tendências indicadas para as redes sociais em 2013 e que se refletirão em 2014 – A força das imagens, Micro conteúdo, Social Data e Social Listening, Integração do off-line com o on-line, Mídia social como veículo de massa, Multiplicação das telas, Política social, Mobile despontando - e a importância destas para o marketing digital. Com base nos dados de crescimento das redes sociais no país, os hábitos de consumo dos seus usuários e as análises e avaliações de especialistas, apresentam-se pontos os quais devem, em conjunto com as ferramentas de mensuração e segmentação, a capacidade criativa e de inovação, nortear o planejamento do marketing digital, para que este possa diferenciar seu trabalho, atender aos anseios do seu cliente de forma assertiva e obter retornos de imagem e financeiro positivos.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Redes sociais. 2. Internet e mídias sociais. 3. Tendências digitais. 4. Marketing digital. INTRODUÇÃO O crescimento das redes sociais no Brasil têm sido destaque internacional. A revista americana Forbes, em setembro de 2013 (DEMERS, 2013), publicou “o país mais populoso da América do Sul, o Brasil também está emergindo como um dos mais experientes de mídia social da região. 79% dos utilizadores da Internet no Brasil estão agora em redes sociais, taxas próximas a dos EUA”. No Brasil, o 5º país do mundo em número de usuários de

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Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação lato sensu à distância em Gestão e Marketing Digital pelo convênio UCDB/ Portal Educação. Campo Grande/MS, 2014. 2 Jornalista, consultora em informação e Inteligência Competitiva na UNA-SUS, em Brasília. [email protected]. 3 Graduado em Publicidade e Propaganda (Uniderp), especialista em Gestão Estratégica de Marketing (FGV), especialista em Gestão Educacional (SENAC) e mestrando em Comunicação (UFMS). Orientador do Trabalho de Conclusão do curso de pós-graduação lato sensu da UCDB/Portal Educação. E-mails: [email protected] / [email protected] / [email protected]

2 internet, 37% da população usa as redes sociais e 71% deles são ativos – índices maiores que da América Latina e mesmo do mundo. São mais de 80 milhões de internautas, conectados às redes sociais quase 10 horas por mês (BRASIL CONECTADO, 2013). Aliando os dados numéricos e a premissa de que “é a opinião coletiva que determina a popularidade de sites, serviços e programas” (COSTA, 2008, p. 1), o marketing está revendo a forma de manter o relacionamento com o consumidor, e as redes sociais estão ganhando um espaço importante nesse novo momento do marketing. Com isso cresce também a necessidade de atualização constante nas tendências e prospectivas de um ambiente tão mutante e volátil como a internet. No contexto dinâmico e de necessidade de atualização, esse artigo pretende apresentar as tendências e prospectivas para as redes sociais percebidas e identificadas por especialistas da área, no final de 2013. A apresentação dessas tendências prospectivas tem como objetivo servir de insumo para a tomada de decisão em planejamentos de marketing digital, acompanhamento de projetos e balizamento de resultados. 1. MARKETING TRADICIONAL X MARKETING DIGITAL O advento da internet apresentou ao marketing dito tradicional o desafio do novo 4

meio. Assim nasceu o marketing digital , que se apoiou nos conceitos do tradicional e incorporou características e ferramentas próprias para serem aplicadas no meio on-line. O marketing digital passou a ver o processo como um conjunto sistêmico, onde a sua atuação envolvia mais do que a empresa, mas fornecedores e parceiros e onde suas ações passaram a agregar valor não só para o cliente, mas também para a sociedade. Aliado a isso, cresceu a importância da comunicação com conteúdo focada na segmentação do cliente, que ganhou novas nuances, como personalidade, estilo de vida hábitos, valores e atitudes. Assim, o marketing passou da visão da empresa, na década de 60, para a visão do 5

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cliente, com os 4 P’s , os 4 E’s , os novos 4 E’s , os 7 P’s e finalmente, o composto de marketing digital com seus 8 P’s: (a) pesquisa; (b) projeto; (c) produção; (d) publicação; (e) promoção; (f) propagação; (g) personalização e (h) precisão. (CHAFFEY, 2013, p. 52)

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Uma maneira de fazer marketing usando recursos digitais, como a internet (FASCIONI, 2011) Produto, preço, ponto e promoção. 6 Entusiamar, emocionar, enriquecer, enlouquecer. 7 Experience, everyplace, exchange, evagenlism (experiência, em todos lugares, trocas, evangelismo). 8 Produto, preço, ponto e promoção, evidências físicas (physical evidences), processos e pessoas. 5

3 Conceição (2012, p. 380) associa a intensificação do marketing digital às mudanças de comportamento do consumidor Hoje, a importância do marketing digital para os negócios e para as empresas é evidente. Não se trata de uma questão de tecnologia, mas sim uma mudança de comportamento do consumidor, que está utilizando cada vez mais a internet como meio de comunicação.

1.1. INVESTIMENTO EM MARKETING DIGITAL O consumidor de hoje está mais atento, tanto off-line quanto on-line, e um ambiente não exclui o outro; portanto, os investimentos também não o podem fazer. Dessa forma, a verba de mídia tem fluído também para o digital. Esse aumento é reflexo direto da considerável fatia do mercado que as redes sociais vem se apropriando. Segundo Ribeiro (2014), o Brasil se destaca em primeiro lugar entre os países com maior investimento em publicidade mobile, com previsão de aumento de 120% em 2014, na frente da Alemanha (95%) e do Reino Unido (90%). Os EUA ficaram em oitavo lugar (84,6%). Os gastos com anúncios on-line no Brasil devem dobrar e atingir US$ 4 bilhões até 2016 e deve crescer para 18% no Brasil até 2018. O relatório de Indicadores do Mercado Online do Interactive Advertising Bureau – IAB Brasil (INDICADORES DO MERCADO ONLINE, p. 29) registrou um crescimento de 32% no investimento publicitário on-line no país, entre 2012 e 2013. Investir mais – dinheiro, equipe, tempo - em ações de marketing na internet precisam ser justificáveis. O comportamento do consumidor, cujas opiniões sobre a publicidade digital são positivas, é um indício. De acordo com o relatório da IAB: a) 56% dos usuários de internet concordam que os anúncios on-line os motiva a visitar as lojas anunciantes; b) 48% acham que os anúncios on-line são mais informativos; c) 49% os acham mais criativos; d) 40% acreditam que são mais evidentes; e) 37% os acham mais verossímil; f) 36% acreditam que são mais memoráveis; g) 36% acreditam que eles incomodam menos; h) 74% pesquisam na internet os produtos que estão interessando em comprar off-line; i) 55% concordam total ou parcialmente com a frase “O patrocínio on-line é uma maneira eficaz de anunciar um produto ou serviço” (BRASIL CONECTADO, p. 19-27). 1.2. INTERNET E REDES SOCIAIS A internet como conceito, que surgiu na agência norte-americana Advanced Research and Projects Agency (ARPA) e era conhecida então como ARPANET, surgiu em 1969 tinha o objetivo de conectar os computadores dos seus departamentos de pesquisa. Ela

4 interligou, em princípio, quatro instituições. Mas foi em 1989, com o desenvolvimento do sistema de hipertexto que a rede começou a crescer e tomar corpo para, na década de 90, se expandir. Lapolli (2009, p. 21) considera a internet como revolução para a comunicação de massa: A rede mundial de computadores permite o acesso a informações e transferência de dados, servindo como estrutura de acesso e tratamento da informação e como estrutura de intercâmbio e de atividade colaborativa. Assim, este sistema trouxe uma grande revolução para uma sociedade que estava organizada sobre a estrutura da comunicação de massa.

Desde então, o tempo médio gasto na internet vem crescendo e hoje, em média, uma pessoa passa 23,4 horas por mês, on-line (Tabela 1). Tabela 1 - Média de horas que permanece na internet por mês, em regiões do mundo

País/Região

Horas on-line/mês (média por pessoa)

Estados Unidos e Canadá

37,2

Europa

26,8

América Latina

26,1

Oriente Médio e África

17,3

Ásia

17,2

Brasil

35,6

Média mundial

23,4

Fonte: Futuro Digital Latinoamerica 2013.

Com tanto tempo on-line começaram a se formar na internet grupos de pessoas com interesses comuns. A partir de 2006 passou-se a utilizar o termo redes sociais para definir os ambientes na internet que tem por objetivo reunir pessoas (TELLES, 2010) e, conforme 9

afirma Figueiredo (2009, p. 29), “mesmo que esse termo já existisse no off-line , hoje ele está intimamente associado à internet”. No ambiente web, a primeira rede social nos moldes que assume-se hoje – 10

plataforma onde se cria um usuário e agrupa-se pessoas em listas –, foi o SixDegrees , em 11

1997. Nos anos 2000, novas redes foram surgindo. Em 2003, nasceu o MySpace , que até 2009 se manteve como a mais usada nos Estados Unidos, quando foi ultrapassada pelo

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Fora da internet. Disponível em . Acesso em jun. 2014 11 Disponível em . Acesso em jun. 2014 10

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Facebook , hoje a rede social mais acessada no mundo. De acordo com informações da própria rede social, hoje há 802 milhões de usuários ativos por dia. Foi somente na última década que as redes sociais que conhecemos hoje foram criadas: MySpace (2003), Facebook (2004), Youtube 16

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13

14

(2005), Twitter 18

(2006), tumblr 19

(2007), Foursquare (2009), Instragram (2010), Pinterest (2010), Google+ (2011) e Vine

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(2013). Do tempo de permanência on-line, 25% da média mundial é consumida navegando nas redes sociais (Tabela 2). Tabela 2 - Média de horas que passa em redes sociais, em média, por pessoa

País/Região

Horas em redes e redes sociais/mês (média por pessoa)

% em relação à média de horas on-line/mês (média por pessoa)

América Latina

10

38%

Brasil

13,8

39%

Média mundial

5,8

25%

Fonte: Futuro Digital Latinoamerica 2013

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Fundada em 2004, é uma plataforma de rede social que permite criar grupo de pessoas, ficar em contato constante e compartilhar conteúdo (Facebook Statistics, 2014). 13 Youtube foi o primeiro grande site de hospedagem e compartilhamento de vídeo, onde os usuários podem fazer upload e compartilhá-los através da própria mídia, ou incorporando-os em outros sites. Essa mídia social foi criada em 2005 (Avalaunch, 2013). 14 É uma mídia social, no formato de microblog, onde a publicação de texto não pode exceder 140 caracteres e as de vídeo, 30 segundos (SEIXAS, 2009, p.45). 15 Tumblr é uma plataforma de blogging que permite aos usuários publicarem textos, imagens, vídeo, links, citações, áudio e "diálogos" (Aamoth, 2013) 16 Foursquare é uma rede social baseada em localização que permite aos usuários fazer check-in de uma localização ao redor do mundo (Avalaunch, 2013). 17 Criada em 2010, é uma rede social onde se compartilha fotos e legendas de forma pública ou para grupos selecionados. (What Is Instagram, 2014) 18 Pinterest é uma rede social que permite a curadoria de imagens e a distribuição dentro da própria plataforma e em outras redes como Facebook e Twitter. (About Pinterest, 2014) 19 Criado em 2011, o Google+ é uma ferramenta de rede social com todos os recursos que os usuários têm capacidade de agrupar contatos em círculos e se comunicam em salas de chat de vídeo chamadas hangouts (Avalaunch, 2013) 20 Vine, um serviço do Twitter que permite vídeos em loops de seis segundos (Revista Propaganda, 2014)

6 2. TENDÊNCIAS PARA UM FUTURO PRÓXIMO Poucas áreas são tão imprevisíveis, mutáveis e ágeis como aquelas que envolvem as redes sociais. Acompanhar as tendências de forma ativa e constante é a maneira de manter equipes atualizadas nas melhores práticas, ter planejamentos alinhados com a necessidade de sucesso e não se perder em práticas que se tornam obsoletas com o surgimento de uma nova na web. 21

Com essa premissa, especialistas do setor digital, como Geoff Ramsey (CEO do eMarketer); Jayson DeMers

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(CEO do Audience Bloom), Cassio Politi (especialista em 24

marketing de conteúdo); institutos de pesquisas, como o comScore , e portais de marketing e 25

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tecnologia como Social Media Explorer , ProXXima , Techtudo , Social Media Examiner , terminam um ano sempre prospectando as tendências que se avultam para o ano seguinte. Esse grupo de especialistas, baseado em pesquisas e análises dos hábitos de consumo de mídia, prospecções sobre o futuro digital do mundo e do Brasil, e indicadores de mercado on-line, nos sites analisados, garante que os grandes atores da web continuam os mesmos: Facebook, Twitter, Youtube, Google+, Instagram e Pinterest. Mas os focos mudam em função dos atores, das novas tecnologias e do comportamento dos usuários. As tendências apontadas para 2014 – e que serão explicadas na sequência – são: a) Marketing de conteúdo; b) A força das imagens; c) Micro conteúdo; d) Social Data e Social Listening; e) Integração do off-line com o on-line; f) Mídia social como veículo de massa; g) Multiplicação das telas; h) Política social e i) Mobile desponta.

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Disponível em . Acesso em jun. 2014 22 Disponível em . Acesso em jun. 2014 23 Disponível em . Acesso em jun. 2014 24 Disponível em . Acesso em jun. 2014 25 Disponível em . Acesso em jun. 2014 26 Disponível em . Acesso em jun. 2014 27 Disponível em . Acesso em jun. 2014 28 Disponível em . Acesso em jun. 2014

7 Marketing de conteúdo O marketing de conteúdo, um método que tem como objetivo gerar resultado por meio da entrega de conteúdo relevante a um determinado público-alvo (ROSA; POLITI; 2013 p. 3), é uma tendência importante porque reforça a personalização do conteúdo, por meio de um tratamento diferenciado e direcionado. A utilização do marketing de conteúdo tem como uma de suas funções gerar compromisso e engajamento. Para Martín (2013, p. 5), os aspectos relevantes para essa tendência serão qualidade, originalidade e segmentação correta. Esse mix bem direcionado dentro das equipes de marketing digital podem ser o diferencial para 29

conquista e engajamento dos clientes. A força das imagens Com

o

volume

de

informação

circulando

na

internet

crescendo

extraordinariamente, o tempo investido para consumi-lo se torna cada vez menor (WU, 2011). Nesse contexto, as imagens, cuja informação é assimilada numa fração bem menor de tempo – porque uma quantidade significativa de processamento de informação visual ocorre no nível pré-consciente (MUNZNER, 2011, p. 5) – ganha espaço, complementando ou mesmo substituindo textos. Com a mesma justificativa, em que o visual é de mais fácil assimilação, vídeos curtos com mensagens diretas também ganham espaço. A tendência da representação gráfica das informações, o uso das imagens e de pequenos vídeos se concretiza no aumento do uso do Instagram, do Pinterest e a inclusão, no primeiro, do modo vídeo. Nos últimos três meses de 2013, houve um aumento de 22% dos usuários do Instagram. Se somado ao Pinterest, ambos os serviços de fotos receberam 33,3% de usuários recentes, mostrando um grande potencial das redes focadas em imagens (HÁBITOS E COMPORTAMENTO DOS USUÁRIOS DE REDES SOCIAIS NO BRASIL, 2013). A essa tendência, ainda corrobora o fato de que o Brasil tem uma audiência para vídeos on-line que alcança 43 milhões de espectadores únicos e o YouTube é o maior destino de vídeos no país (ZAIN, 2013). Micro conteúdo O Twitter completou oito anos em 2014 com 214 milhões de usuários ativos. Um mercado promissor, visto que o Brasil ocupa o segundo lugar em usuários, ficando atrás

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O nível de envolvimento, interação, intimidade e influência que um indivíduo tem com uma marca ao longo do tempo (Scup)

8 apenas dos Estados Unidos (SOUZA, 2014). De acordo com pesquisas da própria rede, os brasileiros a procuram principalmente para buscar informações em tempo real (70%) (IDEM, 2014). Nesse escopo entram as partidas de futebol, programas de televisão e eventos. A curiosidade pela vida de personalidades também é um destaque do público nacional. Estar presente no Twitter apresenta ao profissional que trabalha com marketing digital dois desafios: o primeiro é colocar sua marca presente em 140 caracteres ou 30 segundo de vídeo – tamanho das mensagens permitidas nessa rede, e o segundo é ter agilidade para manter as postagens atualizadas e as respostas e interações, quando necessário, em tempo real. O Social Data e o Social Listening como ferramentas Com a concentração e o aumento da autenticação de acesso em serviços diversos por meio do usuário e senha já cadastrado em redes sociais, mais informações estão 30

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disponíveis. Dá-se portanto, o casamento do Big Data com o Social Media , fazendo nascer o Social Data (ou Dados Sociais, em português), que segundo Weigend (2009) são os dados compartilhados pelas pessoas entre elas mesmas, com empresas e com o mundo. As correlações dos dados presentes nas redes sociais servem para conhecer melhor o consumidor e sua relação com as marcas; permitindo entender seus grupos, sua jornada, os lugares que frequenta, desejos e hábitos de compras (HÁBITOS E COMPORTAMENTO DOS USUÁRIOS DE REDES SOCIAIS NO BRASIL, 2013), e o resultado é um conjunto de balizadores importantes na criação de estratégias específicas, caso a caso, público a público. A partir daí, os dados sociais começam a ser fontes preciosas de informação para o marketing digital e a fazerem parte das decisões de negócios. O uso das informações de forma inteligente é a chave para acompanhar esse movimento de mercado. As ferramentas de marketing digital on-demand aliam o uso da tecnologia de forma inteligente a fim de encontrar e organizar os padrões de consumo de determinado consumidor (Oróbio, 2013).

Na esteira do Social Data, o Social Listening - que de acordo com HESS e LYNN (2011, p. 223) é definido como um método de leitura e obtenção de informações sobre o que os participantes das redes sociais dizem sobre produtos e serviços - também ganha espaço não

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“Big Data é o que excede a capacidade de processamento de bancos de dados convencionais. São dados muito grandes, que se movem muito rápido ou não se encaixam nas restrições de suas arquiteturas de banco de dados. Para se obter valor a partir desses dados, é preciso escolher uma forma alternativa para processá-los” (Dumbill, 2012, p.3). 31 Mídia Social em inglês.

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só como um antecipador de crises e oportunidade de feedback em tempo real, mas como uma 33

nova forma de escuta social focada em pesquisa in loco confiável (CZERNEK, 2013). Isso porque assume-se que as pessoas que participam de uma rede social são mais sinceras e autênticas quando se exprimem por meio dessa. Integração do off-line com o on-line O grande desafio do marketing, segundo a consultoria Millward Brown (SCHACH, 2013), será encontrar a forma de marketing híbrida mais apropriada, que assimile as ferramentas on-line e não abandone as off-line: É fundamental conhecer, se aprofundar em todos os canais digitais que estão disponíveis e propor uma experiência atraente para os consumidores. É necessário entender que não é preciso se desconectar do off-line. Não é porque está no Vine que não poderá trazer resultados também em uma revista ou na TV. (SCHACH, 2013, p. 1)

Dessa forma, a simbiose dos ambientes off-line e on-line vai permitir um maior potencial de engajamento dos consumidores, que, não só estarão expostos a um maior número 34

de mensagens como poderá interagir em várias mídias diferentes, sejam as tradicionais, sejam as redes sociais. Rede social como um veículo de massa

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Gradativamente, observa-se que as hoje chamadas redes sociais já passam a ser reconhecidas como plataformas sociais. E, naturalmente, segundo AdNews (2014, p.1): Com a massiva adoção de plataformas sociais, nós finalmente alcançamos o momento da virada. O termo “mídia social” irá desaparecer lentamente ao passo que a percepção do papel das plataformas digitais evolua para um dos meios com maior impacto em se tratando de engajamento em escala e capaz de atender aos objetivos de negócio dos anunciantes, como por exemplo, vendas em lojas físicas ou on-line.

O crescente acesso à internet e às plataformas de redes sociais criou um público que estará disponível e acessível para receber informações de forma rápida e massiva, por meio de canais específicos, como Facebook, Linkedin.

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Expressão comumente usada nas áreas de Propaganda e Marketing para designar a opinião do cliente. A autora utilizou o termo in loco em substituição a ‘pesquisa de campo’. 34 Formas como se transmite uma mensagens. As mídia tradicionais são rádio, televisão, jornal e revista. 35 Veículo de comunicação de massa é um canal que transmite uma informação de forma rápida e massiva, já meio de comunicação é o recurso ou forma utilizados. 33

10 Multiplicação das telas Hoje, 61% dos brasileiros estão acessam a internet enquanto assistem TV e 75% dos brasileiros são adeptos ao consumo de mídia em segunda tela por quase uma hora por dia. 36

(INDICADORES DO MERCADO ON-LINE, 2013). A Microsoft , atenta a essa tendência, fez uma pesquisa internacional sobre o engajamento em multitelas e descobriu que 82% das pessoas combinam diferentes tipos de telas para ser mais eficiente (GARRIDO, 2014). 37

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Portanto, oferecer conteúdo de relevância para cada dispositivo - TV, tablet e smartphone , de forma adaptada e integrada, combinando telas, enriquece o padrão de utilização do on-line (MILLWARD BROWN, 2013) A partir dessa combinação, é preciso adaptar estratégias e objetivos de mídia para que atendam a essas adaptações. Política social O momento eleitoral brasileiro e as recentes manifestações sociopolíticas promovidas em plataformas sociais apontaram para a influência dessas redes como força formadora de opinião e mobilizadora num sentido comum. As campanhas eleitorais que se aproximam em 2014 vão sofrer grande influência da internet e a boa utilização do marketing digital nas campanhas pode ser um fator decisivo, a depender do quão próximo os candidatos estejam nas pesquisas. Dessa forma, relatório da E.Life (HÁBITOS E COMPORTAMENTO DOS USUÁRIOS DE REDES SOCIAIS NO BRASIL, 2013, p. 13) afirma: Nas eleições no Brasil, as redes sociais não serão apenas canal entre eleitos e eleitores. Tudo leva a crer que novas mobilizações serão agendadas pelas redes e que as campanhas dependerão muito da força formadora de opinião da internet.

Essa tendência já se confirmou e consolidou nos Estados Unidos, com o case da 39

campanha de Barack Obama à presidência desse país (ARANTES, 2008).

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Empresa norte-americana que desenvolve, fabrica, licencia softwares para vários dispositivos, bem como presta assessoria e consultoria sobre os mesmos. (p.ex.: Word, PowerPoint, Excel, Skype entre outros). 37 Dispositivo tecnológico, com tamanho que varia entre 7’ e 10’, sem teclado físico, com tela sensível ao toque e que executa funções semelhantes a um computador. 38 Telefones com tecnologias que permitem executar funções semelhantes a dos computadores. 39 Durante a campanha eleitoral, a equipe do candidato Barack Obama usou técnicas de marketing digital e investiu em engajamento. Criou uma ferramenta de rede social direcionada (mybarackobama.com), 16 perfis sociais oficiais segmentados por perfil. Com isso, conquistou 130 mil seguidores no Twitter e mais de 500 grupos espontâneos foram criados no Facebook. Além disso 87% da arrecadação de campanha foi feita pela internet, por pessoas comuns (93% dos doadores contribuíram com menos de US$ 100).

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O mobile desponta O Brasil é o 10º país do mundo em número de smartphones, No Brasil, a base de usuários aumentou 40,2%, para 30,3 milhões. Em pesquisa da IAB Brasil (BRASIL CONECTADO, p. 16), 50% dos entrevistados, quando perguntados quais aparelhos utilizavam para acessar a internet, os smartphones representaram 50% do universo 41

pesquisado. Os tablets também ganharam espaço e representaram 40% . Um aumento de 9 pontos percentuais para os primeiros e de 10 pontos para os segundos em relação a 2012. Os smartphones também são considerados, atualmente, uma forma de atingir os jovens, pois 95% dos adolescentes entre 12 e 17 anos acessam a internet e 81% via telefone e desses, 50% usam redes sociais mais deu uma vez por dia. Logo, o mobile é apontado por todas as prospectivas analisadas como o principal canal de marketing para os próximos anos. Nele, serão integradas outras das tendências mencionadas como o microconteúdo - que é de fácil consumo em mídias móveis – e as multitelas - que deve considerar o tamanho das telas das telas móveis (smartphones e tablets) e a velocidade de conexão à internet na concepção dos seus conteúdos. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presença constante dos smartphones e tablets na vida cotidiana dos 42

consumidores; o uso de hashtags em programas de TV; os gráficos, infográficos e imagens 43

cada vez mais compartilhados; os vídeos institucionais inspiradores, que viralizam o tempo todo; e o reconhecimento internacional do Brasil como uma potência nas redes sociais são exemplos de como as tendências prospectadas pelos especialistas digitais estão presentes e se concretizam com rapidez extraordinária. Mas não basta ao marketing digital conhecer as tendências, é preciso vê-las com um ar crítico de quem sabe que, na web, tudo muda, o tempo todo. Informar, gerar tráfego, conquistar clientes, fidelizar, difundir a visão, missão e valores das marcas e criar diálogo com os consumidores são alguns dos objetivos do marketing digital cujo caminho para excelência não é linear.

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Expressão que identifica o acesso à internet feita por dispositivos móveis portáteis, como tablets e smartphones 41 Pesquisa de múltipla escolha. 42 Termo que define a forma de destacar assuntos nas redes sociais e indexá-los para fácil localização. A palavra ou expressão que se deseja destacar vem precedida do sinal tipográfico de cerquilha - # 43 Termo que identifica a ação de espalhar um conteúdo rapidamente na internet.

12 O bom profissional de marketing digital vai, portanto, diferenciar seu trabalho tanto quanto conseguir atender aos anseios do seu cliente de forma assertiva e com retornos de imagem e financeiro positivos. E as tendências são, assim, junto com as ferramentas de mensuração e segmentação, a capacidade criativa e de inovação, mais um pilar importante para a tomada de decisão desse profissional.

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