Memória, velhice e sociedade

July 25, 2017 | Autor: Annette Leibing | Categoria: Anthropology, Social Sciences, Aging, Memory Studies
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Capítulo 129

Memória, Velhice e Sociedade

Annette Leibing

INTRODUÇÃO


Memória e velhice são dois conceitos profundamente interligados pelo
paradoxo de atribuir à velhice memória demais – uma noção comum é de que
pessoas mais velhas vivem no passado – e ao mesmo tempo, a associação quase
automática da velhice com o esquecimento, geralmente em forma das
demências, o que também é chamado de "a Alzheimerização da velhice"
(Adelman, 1995). Ao nível das sociedades contemporâneas, em muitos países,
existe um paradoxo semelhante: fala-se que, hoje em dia, a memória está
cada vez mais fragmentada; que o passado está sendo desligado do presente e
não é considerado uma realidade em continuidade com a vida presente — o
passado se tornou um museu. Ao mesmo tempo, ressurge o interesse por museus
e acervos de vários tipos, quase de uma forma obsessiva, com uma nova
ênfase em memória vivida ou uma memória interativa, sensorial (Sturken,
1997). Novas doenças relacionadas ao esquecimento ganham intensa discussão
pública, caso do Estresse Pós-Traumático, nos EUA – inicialmente ligado à
memória da guerra no Vietnã (Young, 1996) - ou a "epidemia de Alzheimer",
questionando, entre outros, a fronteira entre o esquecimento normal e o
patológico (Leibing e Cohen, 2006; Gubrium, 1986). Tais categorias médicas
surgem e são modificadas ou abandonadas dentro de cada contexto histórico-
cultural e influenciam como alguém se percebe e relaciona-se com os outros.
Todas estas manifestações podem ser vistas como representações de uma
preocupação contemporânea com a memória.
O que é, afinal, esta memória da qual falamos? Geralmente, e isto desde a
Antigüidade, ela é considerada como um depósito, um arquivo, um tipo de
biblioteca, uma realidade acessível, mesmo precisando de técnicas
especiais, tais como a psicanálise e os testes neuropsicológicos para que
seus conteúdos sejam acessados. No presente trabalho, porém, memória está
sendo discutida como algo parcial e situado (Haraway, 1995) - um fenômeno
complexo e em constante mudança, em que esquecimento, lembranças,
nostalgia, reminiscências, recordações, amnésia, e também o luto por algo
ou alguém, fazem parte de preocupações e práticas culturais de determinados
grupos. São exploradas algumas abordagens com que pensar e conceitualizar
esta memória social em relação ao envelhecimento.


MEMÓRIA COLETIVA


A memória, quando percebida como algo além das atividades neuronais
(Neisser & Winograd, 1995), é dificilmente definida. David Berliner (2005),
entre outros, critica a tendência atual de que qualquer traço do passado no
presente é chamado "memória". Ele sugere estudar mais especificamente o que
exatamente certos grupos (grupos étnicos, gerações, grupos baseados em
determinadas religiões, ideologias políticas, etc.) lembram e por quê
aquilo, e não outros elementos, de uma história em comum (veja também as
idéias de Mary Douglas 1991 [1986], esp. capítulo 6). Se Henri Bergson
(1999 [1939]) era um dos primeiros cientistas sociais que se dedicou a uma
psicologia da memória, em que o presente é decisivo para formar o que é
memorizado, Maurice Halbwachs (1975 [1925]) foi um dos primeiros e o mais
importante autor que, influenciado pelas idéias de Émile Durkheim, escreveu
sobre a memória coletiva. A memória coletiva homogeniza o que os indivíduos
lembram, emoldurando, mas não determinando de uma forma fixa, como o
passado está sendo contado e revivido (Berntsen & Bohn 2009). Segundo
Halbwachs, são as pessoas idosas que têm um papel importante para memorizar
o passado, porque, essas se desligam de muitas preocupações do presente,
como a educação dos filhos, o trabalho, etc., o que os aproxima mais do
passado. Halbwachs, como Bergson, enfatiza na sua obra as distorções do
passado sofridas pela memória, como a muito comum idealização do passado
(veja também Ricoeur, 2004). Roger Bastide (1970) que, entre outros,
estudou a memória coletiva através da adaptação dos escravos africanos no
Brasil, menciona a continuidade e a resistência como elementos
estruturantes para uma memória coletiva.
Pierre Nora (1978) e Jan Assman (1988) foram importantes para desenvolver
mais as idéias de Halbwachs, iniciando através de suas respectivas obras,
uma onda de "estudos da memória" nas ciências sociais. Ciente da
impossibilidade de aprofundar as idéias dos autores somente mencionados
aqui (veja Friedman 1992, Antze & Lambek, 1996, Connerton 1998, Gross 2000,
Pinto 2001 para uma discussão mais extensa), sugerimos a leitura dos mesmos
para gerontólogos no sentido mais amplo, para que a memória receba uma
importância maior nos estudos do envelhecimento.
Memória, então, pode ser compreendida em vários níveis, como no nível
individual (p.ex., como alguém lembra a sua infância), geracional (p.ex.,
história e experiências transmitidas de pessoas mais velhas para as mais
jovens), regional (especialmente quando a continuidade de uma certa região
geográfica seja ameaçada), nacional (p.ex., em forma de monumentos,
feriados comemorativos de eventos históricos) ou político (especialmente o
debate em torno de um passado oficial de um nação) – dependendo da ênfase
do estudo (cf. Olick et al. 2010). Idealmente este tipo de estudo reconhece
as limitações de cada nível sob análise e a interrelação dos diferentes
focos, formando o que, em seguida, será chamado de "paisagens de memória".

PAISAGENS DE MEMÓRIA


Um conceito útil para conceptualizar uma memória coletiva é o que Lawrence
Kirmayer chamou de "paisagens de memória" (landscapes of memory), algo que
ele definiu como


"... o terreno metafórico que forma a distância e o esforço necessário
para lembrar eventos de uma forma afetiva, socialmente definidos e que
inicialmente podem ser vagos... ou até ausentes de memória. Paisagens
de memória ganham forma pelo significado pessoal e social de memórias
específicas, mas também através da metamemória — modelos implícitos de
memória que influenciam o que pode ser lembrado e citado como
verídico" (Kirmayer, 1996, p. 175).


Paul Connerton (1998) desenvolve um argumento parecido, usando outra
metáfora geográfica, a do mapeamento: embora hoje em dia muitos não
acreditem mais em sistemas de referência totais ou em metanarrativas, tais
como a religião, o partido ou a psicanálise, estas ainda têm poder para
influenciar o pensamento e comportamento das pessoas, se bem que,
geralmente, em fragmentos e em um nível menos consciente. Grupos sociais,
escreve Connerton, baseando-se em Halbwachs, "fornecem aos indivíduos um
referencial em que suas memórias são localizadas por um mapeamento. Nós
situamos o que lembramos dentro de espaços mentais oferecidos pelo grupo"
(p. 37). Essas narrativas, mapas ou paisagens se formam por vários
mecanismos, ajudando a entender o envelhecimento de uma maneira reflexiva e
contextualizada, pelo qual daremos, em seguida, alguns exemplos.

O Passado legitima o Presente


A maneira como o passado está sendo lembrado cria memórias oficiais, que
geralmente atendem ao interesse dos grupos que estão no poder e podem ser
contestados por grupos da oposição, que combatem esse passado oficial, que
legitima o presente. Podemos aí falar de um esquecimento organizado
(Connerton, 1998; Forty, 1999), ou de uma memória negociada.
A memória é seletiva e, por um jogo de poder complexo e por vários
mecanismos, direta ou indiretamente forma narrativas culturais, que
legitimam o que está sendo lembrado. Édouard Glissant (2000) chama a isto,
poeticamente, de "as savanas azuis da memória e da imaginação", referindo-
se a uma África que os escravos perderam, mas que sobrevive na imaginação
dos descendentes. Neste sentido, Ellen Woortmann (2001) descreve os mitos
de origem dos descendentes de imigrantes alemães no sul do Brasil, que se
referem a uma Alemanha gloriosa e a uma origem nobre, para legitimar uma
certa superioridade frente aos demais brasileiros. Na verdade, em sua
maioria, os antepassados eram humildes e tinham fugido da pobreza, na
Alemanha do século XIX.
Outro exemplo é a tentativa engendrada por alguns regimes comunistas da
Europa do Leste, de excluir ou de modificar rituais religiosos, os quais,
dessa forma, passam a ter um sentido político, em vez de religioso, como
aconteceu com a comunhão na antiga República Democrática Alemã. Em alguns
países, como a Polônia, a resistência contra tais tentativas realça o papel
dos idosos na preservação dos antigos rituais, já que detinham um
conhecimento ainda "original". Em outro contexto, esse conhecimento e a sua
valorização talvez sejam antiquados e, por isso, marginalizados, mas, nesse
caso, ganham um sentido revolucionário. Ao contestar o regime, os idosos
são valorizados e aproximam-se dos mais jovens.

Repetição


A repetição é um mecanismo importante no funcionamento da memória. Faz a
memória acontecer, porque ajuda a ancorar o passado no presente. Uma das
formas de transportar a memória para o presente são os rituais, que,
através da repetição, não só mantêm certas narrativas e outros textos
culturais, mas também internalizam determinados valores de forma que
raramente possam ser questionados. Os slogans publicitários ou políticos
são outros exemplos para o uso da repetição com a intenção de internalizar
a mensagem transmitida. No entanto, também o impacto, a importância e a
singularidade de um acontecimento influenciam o que está sendo lembrado.
Datas como o dia 11 de setembro de 2001 (atentados ao World Trade Center)
ou o 26 de abril de 1986 (desastre nuclear na usina de Tchernobyl) serão
lembradas por muitos, junto com datas de casamento, de nascimento de filhos
e de outras, de natureza pública ou privada, mas que tiveram um grande
impacto sobre o indivíduo. Serão relembradas — repetidas — pelo impacto
emocional que estes tiveram sobre o indivíduo, mas também por festas
regularmente repetidas de aniversário, feriados nacionais e outras formas
de lembrar.
Então, certos eventos que transportam mitos, valores ou hierarquias
estabelecidas ajudam a desenhar as paisagens nas quais podem ser recontados
e mantidos vivos. Mas por que alguns acontecimentos podem ser repetidos,
enquanto outros desaparecem do mapa cultural? Como isto influencia o
indivíduo histórico?
Lawrence Kirmayer (1996) perguntou-se por que o trauma, no caso de abuso
sexual na infância e de sobreviventes do Holocausto, causa diferentes
sintomas (ver também Frow, 1997). No primeiro caso, pode ocorrer uma
dissociação, uma memória que só fala através de sintomas. No caso dos
sobreviventes do Holocausto, uma repressão da memória acontece, num ato
consciente de não abordar assuntos cujas memórias são insuportáveis. A
diferença, para Kirmayer, tem sua explicação no fato que, para os
sobreviventes do Holocausto, existe uma narrativa pública de um horror
geral, de uma catástrofe humana, onde os eventos, a partir dos anos 1960,
têm sido recontados e compartilhados inúmeras vezes, como, por exemplo, no
projeto Shoa, de Steven Spielberg. No caso do abuso sexual, as histórias
são pessoais, vergonhosas e destrutivas para o indivíduo e sua família, e
por isso as narrativas são negadas, desaparecendo, finalmente, do horizonte
metafórico da consciência.

Sensorialidade


Walter Benjamin (1980) fez a distinção entre uma percepção consciente
(Erlebnis) e uma experiência mais interiorizada (Erfahrung). Embora em
nossa opinião esta distinção não possa ser feita de uma forma exclusiva,
vale a pena chamar a atenção para as diferentes qualidades de experimentar
memória.
No caso desse segundo tipo de memória-experiência, os sentidos são
veículos privilegiados para memorizar — são as memórias corporais. Na
velhice, os sentidos são geralmente mais comprometidos do que em pessoas
mais jovens, embora isto não seja inevitável (Alessio, 1998). Alguns
autores argumentam que a isolação social devido ao mal-funcionamento dos
sentidos, como a surdez ou a visão comprometida, pode ser até responsável
por algumas formas de doença mental na velhice (Stein & Thienhaus, 1993),
impedindo a estabelecer uma relação com o presente e o passado, e a
formação de uma identidade positiva.
Lee (2000) mostra como idosos coreanos, vivendo no Japão, negociam a sua
identidade através da insistência na sua cozinha nativa, ainda que cada vez
mais tenham dificuldade de digerir a comida altamente apimentada. São
velhos para os quais a comida significa não só o mundo perdido onde
cresceram, mas também a afirmação da sua identidade enquanto coreanos. A
comida define o corpo social. Neste caso, constrói a fronteira entre o
"nós" e os japoneses, uma sociedade à qual os coreanos nunca realmente
foram integrados.
Outro exemplo é o ensaio do conde Christian von Kruckow sobre a terra
pátria e o pertencimento. Ele descreve que parte da memória é evocada pelos
cheiros e diagnostica uma crise de memória nos tempos de hoje. Segundo o
autor há memórias que permanecem profundamente dentro de nós através do
cheiro, e que,


"... se instalam bem embaixo do coração, devagarzinho e pacientemente,
para explodir anos ou décadas mais tarde. São memórias de outrora,
memórias da infância... As olfativas são mais fortes [que as imagens]
e ganham forma na velhice. É claro que, em tempos loucos por imagens,
não se gosta mais disso. Talvez isto seja porque a memória está
diminuindo. Ao higienizar todos os ambientes e uniformizar os cheiros,
estaríamos roubando às crianças as memórias, desconectando-as do seu
passado. É através dos cheiros que a memória ganha forma. Forma o
pertencimento da criança, que persistirá quando forem velhos" (von
Kruckow, 1988, 22f.), (ver também Seremetakis, 1994).


Mariângela Aleixo (2000) mostra como idosos com demência resgatam parte de
sua juventude através de músicas antigas. Não só imagens dos tempos
passados ressurgem quando ouvem ou cantam, como também as letras, às vezes,
são relembradas completamente, o que surpreende devido ao comprometimento
cognitivo destas pessoas.
Tantas vezes comprometida nos idosos, a visão pode dificultar o acesso a
outras maneiras de lembrar, como os textos que servem como arquivos da
memória, fotografias (Lins de Barros, 2001), televisão, entre outros.
Também o clima tropical ou a falta de cuidado com a preservação das marcas
do passado (Leibing & Benninghoff-Lühl, 2001), impedem o acesso visual às
memórias e, com isso, à possibilidade de repetição.
No filme Complaints of a dutiful daughter, de Deborah Hoffman, a filha
mostra os álbuns de família, nos quais as fotos não conseguem mais
desencadear lembranças em sua mãe, que sofre de demência. Aqui não são os
óculos, que normalmente ajudam a compensar a perda da visão, mas é uma
outra pessoa quem funciona como memória-substituta. Em sociedades em que o
individualismo e a auto-suficiência são valorizados, é mais difícil este
tipo de relacionamento, em que outra pessoa assume, para o idoso, a
sensorialidade perdida ou comprometida.
Como é o caso dos outros sentidos, o estímulo emocional veiculado por
certas imagens depende não só do funcionamento do respectivo órgão (ou da
memória-substituta), mas do modo como as paisagens são construídas, para
que estes façam visíveis determinados objetos. Não importa apenas a
preservação de, digamos, um monumento, mas também como esta visibilidade é
enfatizada no dia-a-dia: se existem comemorações a respeito, se aparece em
imagens e narrativas. Imagens podem "estar lá" e, ao mesmo tempo, não serem
visíveis. Em certos casos, só são "vistas", quando desaparecem.

CONCLUSÕES


Existe a noção de que o Brasil é um país sem memória. Entretanto, esta
"perda da memória" - alívio de muitos políticos - geralmente se refere a
acontecimentos ruins e, segundo Roberto DaMatta (1994), faz parte de uma
grande desconfiança no progresso e na justiça social, já que a experiência
mais profunda com o tempo coletivo mostra "retornos, reversões e
recursividades cíclicas", "como se fosse impossível exorcizarmos fantasmas
do passado." (p. 32) As paisagens onde a memória torna-se verdade ou
perigo, sintoma ou nostalgia, embelezando a vida de alguém ou conseguindo
destruí-la, devem ser "desenhadas", prestando atenção a seus mecanismos de
trazer à luz ou obscurecer objetos, narrativas, hierarquias,
classificações, que definem o modo como alguém se orienta frente ao
passado, presente e futuro (ver Leibing 2007). A maneira como um grupo lida
com a sua memória também define, em grande parte, o seu olhar sobre a
velhice, esse tempo da vida em que as memórias se acumulam.

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