Memórias em movimento: os diários de D. Maria Constança da Câmara, Marquesa de Fronteira
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MULHERES EM MOVIMENTO I Encontro internacional de pesquisadores -‐ Seminário de Investigação 19-‐20 de Janeiro de 2017
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MULHERES EM MOVIMENTO I Encontro internacional de pesquisadores -‐ Seminário de Investigação 19-‐20 de Janeiro de 2017
O ponto de partida deste encontro consiste em começar a explorar o material recolhido até ao presente sobre as escritoras luso-‐brasileiras nascidas antes de 1900 a partir de ângulos ainda não estudados, que se espera venham a trazer nova luz à compreensão da relação entre mulheres e cultura escrita do ponto de vista histórico e literário. Sendo Portugal um país de emigração, de viagens e de movimento de pessoas e de famílias, que marcas isso deixou na experiência das mulheres? Como encontraram elas espaços de escrita nessas circunstâncias? Interessa olhar para o movimento, seja movimento dentro do espaço social, seja do espaço físico, ou o movimento entre constelações familiares (por exemplo, ao casar, ao emigrar, ao acompanhar parentes, etc.), ou dentro e fora de instituições (Ordens religiosas, grupos ideológicos, instituições políticas), de países e regiões (caso de mulheres que viajaram no império ou dentro do Brasil e de Portugal). A ideia é estudar a escrita das mulheres nas suas relações com os meios em que se inserem, definidos no espaço e no tempo, pensando-‐as enquanto elementos de “grupos”, “comunidades” ou “redes” (na maior parte dos casos de natureza informal). Para estudar essas realidades é necessário cruzar saberes e metodologias e procurar respostas para questões como: -‐‑ De que maneira se relacionam as autoras estudadas com os “meios literários” do seu tempo? -‐‑ Que configurações sociais, culturais, profissionais, confessionais, ou outras, “produzem”, “estimulam” ou “consentem” a familiaridade das mulheres com a cultura escrita? -‐‑ Que condicionantes sociais, culturais, profissionais, confessionais, ou outras, “produzem”, “estimulam” ou “consentem” o surgimento de uma voz autoral feminina? -‐‑ Quais são, em cada momento, as condições de acesso das mulheres à cultura escrita (alfabetização, leitura e escrita)? Que papel desempenham a esse respeito, em cada momento da História, as relações familiares, dinásticas, sociais, religiosas, comerciais, profissionais, etc.? -‐‑ Que circunstâncias tornam possível em cada momento histórico, a difusão dos escritos de autoria feminina? Quem apoia, quem paga, quem copia, quem faz circular, quem imprime ou manda imprimir o que as mulheres escrevem? -‐‑ Em cada momento da História as mulheres escrevem para quê? Para quem? O quê? Com que objectivos? Com que condicionalismos? Seguindo que modelos? Com que condicionantes? Que instâncias de legitimação da escrita
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de autoria feminina podem ser identificadas em cada momento, nas diferentes configurações sociais em que esta se produz e circula? Que estratégias literárias utilizaram para se identificarem ou não como autoras em suas obras? (Ou seja, apresentam eu lírico feminino, narrador feminino, uma perspectiva literária diferente daquela dos autores masculinos? Ou fazem o contrário, escondem-‐se sob um perfil masculino por algum motivo?) Quais são as expectativas autorais das mulheres que escrevem? Que expectativas podem elas esperar/definir em cada época? Como as mulheres, por meio da escrita, estimularam, valorizaram, anunciaram, ou comentaram outras produções literárias femininas? Quem (mulheres e/ou homens), como, quando, onde, além de trabalhar para construir a sua própria reputação, a usou para promover a escrita de autoria feminina? Que acções pessoais ou profissionais permitiram que algumas mulheres facilitassem o acesso de outras ao meio social, cultural ou profissional em que a escrita de autoria feminina circulava? De que modo foi possível a algumas mulheres, em cada momento, e através da escrita, contornar obstáculos, estabelecer alianças, e criar “reputações” como intelectuais, autoras, sábias, santas, exemplares, etc.,? De que modos souberam/puderam algumas escritoras luso-‐brasileiras activar apoios à difusão dos seus escritos em Portugal e no Brasil? Que apoios foram esses? Que obstáculos foi necessário contornar ou vencer?
As intervenções dos participantes, inspiradas nas questões acima enunciadas, não deverão ultrapassar os 15 minutos, prevendo-‐se, no programa de actividades do encontro, intervalos de tempo alargados para debate e planificação dos encontros e actividades futuras. Comissão Científica: Vanda Anastácio, Rita Costa Gomes, Paulo Motta Oliveira, Eduardo da Cruz, Ana Comandulli, Elisabeth Martini, Andreia Castro, Moizéis Sobreira, Jacobo Sanz Ermida, Maria Dolores Martos Estudantes de iniciação científica: Joana Machado, Raquel Coelho, Mónica Ganhão FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS Linha de Pesquisa: A ESCRITA DAS MULHERES ANTES DE 1900 Coordenação: Vanda Anastácio
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PROGRAMA Primeiro Dia
19.01.2017 Local: Palácio Fronteira – Largo São Domingos de Benfica nº 1, Lisboa 14h00 Boas vindas (moderação de Vanda Anastácio) Apresentação mútua dos participantes Primeira série de Apresentações 14h30-‐14h45 Vanda Anastácio (Universidade de Lisboa) “Redes, margens, comunidades e movimento: dúvidas e problemas” 14h45-‐15h00 Debate 15h00-‐15h15 Rita Costa Gomes (Universidade de Towson, Baltimore, EUA) “Cartas de mulheres na correspondência do Abade Gomes (1420-‐1440) 15h15-‐15h30 Debate Pausa para Café Segunda série de Apresentações 15h45-‐16h00 Maria Luísa Resende (Universidade de Lisboa) “O estudo da língua grega no círculo da Infanta D. Maria” 16h00-‐16h15 Debate 16h15-‐16h30 Jacobo Sanchez Ermida (Universidade de Salamanca) “Questões em torno do bilinguismo no período moderno” 16h30-‐16h45 Debate Conclusões Parciais 16h45-‐17h15 Joana Machado (Universidade de Lisboa), Raquel Coelho (Universidade de Lisboa), Mónica Ganhão (Universidade de Lisboa) e Vanda Anastácio (Universidade de Lisboa)
Segundo Dia 20.01.2017
Local: Auditório do Museu Vieira da Silva/Arpad-‐Szenes -‐ Praça das Amoreiras nº 56 Lisboa (ao Jardim das Amoreiras) Terceira série de Apresentações 10h00-‐10h15 Miriam Barros e Santos “Mulheres em movimento na Biblioteca de Estudos Humanísticos. As escolhas de Pina Martins” 10h15-‐10h30 Debate 10h30-‐10h45 Maria Martos (Universidad de Enseñanza a Distancia, UNED, Madrid) “Lope de Vega y las escritoras: redes y canonización”
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10h45-‐11h00 Debate Pausa para café Quarta série de Apresentações 11h15-‐11h30 Anabela Galhardo Couto (IADE, Lisboa) “Mulheres em movimento: redes informais e relações literárias no período barroco” 11h30-‐11h45 Debate 11h45-‐12h00 José Félix Duque “Isabel do Menino Jesus. A construção de uma ‘santa viva’” 12h00-‐12h15 Debate 12h15-‐12h30 Moizéis Sobreira (UNICAMP, Campinas, São Paulo, Brasil) “Carlota Joaquina e os seus trânsitos pelo mundo ibero-‐americano” 12h30-‐12h45 Debate Pausa para almoço Quinta série de Apresentações 14h15-‐14h30 Paulo Motta Oliveira (Universidade de São Paulo, Brasil) “Ana Plácido, entre Portugal e Brasil” 14h30-‐14h45 Debate 14h45-‐15h00 Pedro Urbano (Universidade Nova de Lisboa) “Memórias em movimento: os diários de D. Maria Constança da Câmara, Marquesa de Fronteira” 15h00-‐15h15 Debate 15h15-‐15h30 Ana Comandulli (Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro) “Questões em torno de Maria Peregrina de Sousa” 15h30-‐15h45 Debate Pausa para café Sexta série de Apresentações 16h00-‐16h15 Andreia Castro (Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro) “Maria Rita Chiappe Cadet: Entre Sorrisos e Lágrimas” 16h15-‐16h30 Debate 16h30-‐16h45 Elisabete Martini (Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro) “A mulher em três tempos, segundo Maria Amália Vaz de Carvalho" 16h45-‐17h00 Debate 17h00-‐17h15 Eduardo da Cruz (Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Brasil-‐Fundação Biblioteca Nacional) “A aliança luso-‐brasileira de Ana de Castro Osório” 17h15-‐17h30 Debate
Conclusões finais 17h30-‐18h00 Joana Machado, Raquel Coelho, Mónica Ganhão, Vanda Anastácio e participantes
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Organização Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa Apoios: Fundação das Casas de Fronteira e Alorna Novo Banco Fundação Arpad Szenes/Vieira da Silva
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