Meta-análise do teor de selênio em castanha-do-brasil

June 1, 2017 | Autor: Rosemar Antoniassi | Categoria: Meta Analysis
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Braz. J. Food Technol., v. 11, n. 1, p. 54-62, jan./mar. 2008

Meta-análise do teor de selênio em castanha-do-brasil Meta-analysis of selenium content in Brazil nuts

Autores | Authors Sidinéa Cordeiro de FREITAS Embrapa Agroindústria de Alimentos Av. das Américas, 29501, Guaratiba CEP: 23020-470 Rio de Janeiro/RJ - Brasil e-mail: [email protected]

Elisabeth Borges GONÇALVES Embrapa Agroindústria de Alimentos e-mail: [email protected]

Rosemar ANTONIASSI Embrapa Agroindústria de Alimentos e-mail: [email protected]

Ilana FELBERG Embrapa Agroindústria de Alimentos e-mail: [email protected]

Silvana Pedroso de OLIVEIRA Embrapa Agroindústria de Alimentos e-mail: [email protected] Autor Correspondente | Corresponding Author

Recebido | Received: 29/06/2007 Aprovado | Approved: 29/04/2008

Resumo O selênio (Se) é um micronutriente que tem sido associado à redução de risco de alguns tipos de câncer, no entanto, o excesso desse mineral pode causar selenose. Dentre os alimentos considerados fontes de selênio, encontra-se a castanha-do-brasil, que apresenta na literatura teores de Se variando de 0,003 a 51,2 mg.100 g-1, o que representa uma amplitude de 1:17000. Adicionalmente, pesquisas hoje recomendam o aumento do consumo de castanha-do-brasil para suprir as necessidades nutricionais de selênio. Neste trabalho, foi realizada uma meta-análise dos resultados da literatura em relação ao log10 da concentração de selênio na castanha-do-brasil, que foi a transformação normalizante que se mostrou adequada para uso em comparações pelo teste T-Student. Foram observadas diferenças significativas tanto em relação às médias quanto às variâncias nos resultados encontrados na literatura. Estimou-se que 5,24% das castanhas podem apresentar mais de 400 µg de Se/castanha (limite superior tolerável de ingestão) e que 25,53% podem apresentar menos de 55 µg de Se/ castanha (ingestão dietética recomendada). A meta-análise apresentou-se útil na comparação dos resultados de Se encontrados na literatura e concluiu-se que a concentração de Se na castanha-do-brasil deve ser monitorada para efeito de recomendação de seu consumo no aumento da ingestão de Se. Palavras-chave: Meta-análise; Metrologia; Selênio; Castanha-do-Brasil. Summary Selenium (Se) is an essential trace element and its role in the reduction of the risk cancer has been widely recognized. Excess intake of selenium, however, may cause selenosis. Brazil nut is a source of selenium whose content ranges from 0.003 to 51.2 mg.100 g-1 (1:17000). Recently, increased consumption of this nut has been recommended as a mean to supply the nutritional needs of selenium. The purpose of this paper was to carry out a meta-analysis of the data found in the literature using the log10 of the Se content, which was determined to be an adequate normalizing transformation to establish the desired comparisons by Student’s t-test. Significant differences among the means and variances in Se content were observed among the results available in the literature. This study estimated that 5.24% of Brazil nuts can carry more than 400 µg Se/nut (Tolerable Upper Intake Level) and that 25.53% can have less than 55 µg Se/nut (Recommended Dietary Allowance). Therefore, a meta-analysis may prove useful in comparing published selenium contents of Brazil nuts and it is concluded that the selenium contents of this nut should be monitored for the purpose of nutritional recommendations. Key words: Meta-analysis; Metrology; Selenium; Brazil nut.

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1 Introdução As funções biológicas do selênio (Se) incluem defesa contra estresse oxidativo, regulação da ação dos hormônios da tireóide e regulação do potencial redox da vitamina C e de outras moléculas. A Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowance/RDA) para o Se, de 55 µg/dia, para homens e mulheres adultos é baseada na quantidade necessária para maximizar a atividade da enzima glutationa peroxidase, enquanto que o valor do Limite Superior Tolerável de Ingestão (UL) de 400 µg/dia foi fixado devido ao risco de selenose (INSTITUTE OF MEDICINE, 2000). Essa ingestão diária segura máxima de 400 µg foi sugerida para adultos devido à incerteza em relação à dose prejudicial de selênio, segundo a Organização Mundial da Saúde (1998) e Whanger (2004). Este dado foi derivado arbitrariamente, dividindo-se por dois o nível médio diário de ingestão de Se de 800 µg definido anteriormente, no qual poucos indivíduos tiveram sinais funcionais de ingestão excessiva e acima do qual a tendência a exibir sinais funcionais foi aparente entre indivíduos susceptíveis. O Se tem sido objeto de pesquisas sobre o possível efeito anticarcinogênico (WHANGER, 2004). Segundo este autor, doses de 100-200 µg de Se/dia inibiriam danos genéticos e o desenvolvimento de câncer em humanos. Entretanto, para Silvera e Rohan (2007) não há evidência consistente da associação inversa entre Se e risco de alguns tipos de câncer. O FDA (Food and Drug Admnistration), com base nos estudos já realizados sobre os efeitos do Se na redução do risco de câncer, considera que até o momento, os resultados não são conclusivos para permitir declarações de rótulo com alegações nutricionais (TRUMBO, 2005). Na revisão de Combs Jr. (2001), foi observada uma variação muito grande na ingestão de Se entre países de diversos continentes. O autor reporta resultados de ingestão de 7 a 11 µg de Se/pessoa/dia, em regiões da China, onde doenças foram relacionadas à deficiência de Se, e valores tão altos quanto 750 a 4990 µg de Se/pessoa/dia em outra região da China, onde foi detectada selenose. Os alimentos que mais contribuem para o aporte de Se são os cereais, as carnes e os peixes. Os produtos de laticínio e ovos contribuem pouco para este aporte, mas podem ser fontes significativas nos países em que seu consumo é alto e outros alimentos são pobres em Se. Frutas e hortaliças, em geral, apresentam baixos teores de selênio e contribuem com menos de 8% no aporte de Se na dieta (COMBS Jr., 2001). Barclay et al. (1995), analisando 700 amostras de 100 tipos diferentes de alimentos, encontraram a maior concentração de Se em castanha-do-brasil, com um teor máximo de 0,254 mg.100 g-1.

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A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.), nativa da região Amazônica é reconhecida como fonte de selênio, apresentando níveis de até 513 µg.g-1 (REILLY, 1999). Apresenta também altos teores de proteína, vitaminas, lipídios (principalmente ácido linoléico) e minerais. Por outro lado, Freitas et al. (2006a e 2006b) reportaram teores de bário na castanha variando de 2 a 11 mg.100 g-1, mas Chang et al. (1995) reportaram que o bário pode estar presente em níveis de até 400 mg.100 g-1. Em virtude da toxicidade do bário, o assunto requer mais estudos. Vonderheide et al. (2002) e Chunhieng et al. (2004) caracterizaram as espécies químicas que contêm Se presentes na castanha-do-brasil e observaram que uma pequena quantidade estaria na forma de Se inorgânico ou ligado a aminoácidos livres. A maior parte do Se estaria na forma de seleno-metionina e seleno-cisteína, nos quais estaria ligado por ligações covalentes. Em alimentos, a biodisponibilidade e a toxicidade do Se dependem da sua forma química. Geralmente os compostos orgânicos de Se são mais biodisponíveis e menos tóxicos que os inorgânicos, como selenitos e selenatos (TINGGI, 2003). Segundo a Organização Mundial da Saúde (1998), o selênio das nozes brasileiras parece ser prontamente biodisponível (90% ou mais). Para Finley (2006), a absorção de todas as formas de Se é relativamente alta (70 a 95%), mas pode variar dependendo da fonte e do indivíduo. O autor comparou a biodisponibilidade de Se em cereais, carnes, peixes e outros produtos, mas não fez nenhuma referência à castanha-do-brasil. Nos alimentos consumidos no Brasil, Ferreira et al. (2002) verificaram que as frutas, legumes e tubérculos apresentaram baixos teores de Se, enquanto que valores superiores foram encontrados nos peixes (11 a 80 µg.100 g-1), fígado (44 µg.100 g-1) e gema de ovo de galinha (23 a 55 µg.100 g-1). Para o feijão preto estes teores variaram de 0,5 a 23,9 µg.100 g-1. Neste estudo, a castanha-do-brasil não foi incluída. De acordo com Yuyama et al. (2000), são escassas as informações sobre consumo alimentar da população brasileira. Estes autores relatam também que ocorre inadequação nutricional para o selênio em algumas regiões do Brasil, enquanto que em outras suas concentrações superam as recomendações do National Academy of Sciences/National Research Council, dos Estados Unidos. No Brasil, alguns trabalhos já foram realizados sobre o efeito da suplementação com castanha-dobrasil no estado nutricional de praticantes de capoeira (COUTINHO, 2003) e avaliação nutricional em crianças com dietas enriquecidas com castanha (GONZAGA, 2002), em virtude do alto conteúdo de Se. Thomson (2004) 55

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também sugeriu o aumento do consumo de castanha-dobrasil para elevar a ingestão de Se. Entretanto, tem sido observada enorme variação dos teores de Se na castanha-do-brasil nos resultados encontrados na literatura. Esta variação se reflete também nas tabelas de composição de alimentos, como na tabela do USDA (ESTADOS UNIDOS, 2008), em que o teor médio e o desvio padrão são, respectivamente, 1917 e 232 µg.100 g-1 de Se para castanha-do-brasil. O volume de publicações com conclusões convergentes ou, às vezes, divergentes sobre a mesma matéria tem sido o maior motivo da disseminação de meta-análises, hoje tradicionalmente reconhecidas nas áreas biomédicas. A meta-análise é uma síntese de trabalhos anteriores, com ênfase na obtenção de conclusões quantitativas. Propicia comparações e, por vezes, obtenção de consenso entre publicações, portanto, é pesquisa barata e de grande interesse aos que buscam uma visão quantitativa de um assunto científico. Diversos são os métodos usados em meta-análises. Eles dependem do tipo de delineamento experimental, do processo de amostragem, da comparação que se deseja, dos dados disponíveis, e outros. Comumente são realizadas comparações de médias, nestes casos podem ser usados o teste T-Student, o teste de Wilcoxon, ou outros, paramétricos ou não paramétricos. Comparações entre variâncias podem também ser realizadas, incluindo-se até aquelas entre componentes de variâncias de modelos. Nas áreas de ciência e tecnologia de alimentos quase nada foi encontrado sobre este tipo de pesquisa. As razões podem ser a escassa quantidade de trabalhos, a enorme variedade existente de matrizes, a limitação da quantidade de dados e formas com que os dados são publicados nestas áreas. Para o Se foram encontradas pesquisas trazendo amostras que puderam ser consideradas aleatórias, bem como médias, desvios padrão e quantidades de observações que permitiram diversas comparações. Neste trabalho foi realizada uma meta-análise do teor de selênio em castanha-do-brasil, a partir dos resultados publicados na literatura e se estimou a probabilidade de serem encontradas castanhas com teor de Se superior ao Limite Superior Tolerável de Ingestão (UL) e inferior à Ingestão Dietética Recomendada (RDA).

2 Material e métodos Freitas et al. (2004) realizaram análises de teor de selênio na porção comestível de 40 castanhas-do-brasil (Bertholletia excelsa) individuais, retiradas de uma unidade recebida (subamostragem), provenientes de Belém e Manaus. Seus dados foram usados em novos cálculos e sua distribuição foi estudada para poder estabelecer um

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tipo de variável que fosse razoavelmente utilizável para comparação com resultados obtidos em artigos publicados por Thorn et al. (1978), Secor e Lisk (1989), Barclay et al. (1995), Chang et al. (1995) e Freitas et al. (2006a e b). Foram realizadas três transformações normalizantes nesses teores de selênio de Freitas et al. (2004), quer sejam: sua raiz quadrada; arco seno de sua raiz quadrada e seus logaritmos na base 10, conforme Hopkins (2000), empregando-se o Excel. Nas análises do teor de selênio (Se) realizadas por Freitas et al. (2004, 2006a e b) na Embrapa Agroindústria de Alimentos, as amostras foram preparadas em digestor de microondas (Marca Millestone), a leitura foi realizada em espectrômetro por plasma induzido (Marca Spectro), segundo AOAC International (HOROWITZ, 2005), e o resultado expresso em mg.100 g-1. Para se estimar o peso médio de uma castanha neste artigo, outras 20 castanhas foram tomadas e pesadas. O peso médio foi calculado considerando-se todos os resultados obtidos. Ainda, foi admitida uma distribuição geral (pooled) de teor de Se e estimada uma média geral usando todos os artigos mencionados para, finalmente, obter a probabilidade de se consumir uma castanha que apresente teor de selênio abaixo da Ingestão Dietética Recomendada. O mesmo foi realizado para estimar a probabilidade de valores acima do Limite Superior Tolerável de Ingestão, usando-se a distribuição T-Student do log10 do teor de Se em planilha Excel. Os resultados encontrados em alguns artigos da literatura não apresentaram a origem das castanhas e o método de amostragem no campo. Em alguns dos artigos localizados, a análise foi realizada em castanhas individuais, ou seja, a unidade amostral foi uma castanha, enquanto que em outros foram retiradas porções de um lote e homogeneizadas antes da medição, assim a unidade amostral é uma porção proveniente de subamostragem. Comparações de médias foram realizadas utilizando o teste T-Student, já para o cálculo de graus de liberdade de funções de variâncias foi usado Sathertwaite, F de Snedecor para variância e Komolgorov-Smirnov para verificação de normalidade. Os demais métodos de cálculos estatísticos e gráficos, referentes a estatísticas descritivas (básicas) e exploratórias (TUKEY, 1977), foram obtidos no Statgraphics (MANUGISTICS, 1993), e se construiu um intervalo de confiança baseado nas observações do laboratório. Valores p utilizados no decorrer do artigo foram ≤0,05.

3 Resultados e discussão 3.1 Viabilidade do uso das medições de Se em castanhas individuais realizadas por Freitas et al. (2004) Freitas et al. (2004) na análise individual de 40  castanhas procedentes da região norte do Brasil 56

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(Belém e Manaus) observaram que o teor de Se nas castanhas apresentou uma faixa bastante ampla de variação, com mínimo de 0,18 mg.100 g-1 e máximo de 32,08 mg.100 g-1, média de 5,20 e desvio padrão de 7,48  mg.100 g-1. Do ponto de vista destes resultados analíticos, o teor de selênio apresentou 50% dos dados na região entre 1,105 e 6,99 mg.100 g-1 (Tabela 1). Na Figura 1a, realizadas as transformações no teor de selênio de 40 castanhas individuais, a distribuição da raiz quadrada desta medição foi assimétrica. No entanto, na Figura 1b observa-se que a distribuição do logaritmo na base 10 do teor de selênio apresentou uma distribuição com tendência à simetria, logo, tem possibilidade de aderir à curva normal. Ainda do ponto de vista de estatísticas básicas, na Tabela 1 pode-se notar que o teor de selênio e sua

raiz quadrada apresentaram assimetria padronizada e curtose bastante elevadas. Portanto, sua distribuição é assimétrica e leptocúrtica, não normal, o que já se podia notar na Figura 1a. No que se refere ao logaritmo (log10), a distribuição seria aproximadamente simétrica e mesocúrtica, o valor de sua curtose padronizada foi inferior a 1, considerado um pouco baixo (Tabela 1 e Figura 1b). Assim, esta nova variável assemelhou-se à normal e pôde ser usada em comparações quantitativas de diversos tipos. Resultados de testes envolvendo o arco seno da raiz dos teores de Se não foram reportados neste trabalho porque foram insatisfatórios e nada trouxeram de relevante. As observações acima sobre normalidade foram confirmadas pelos testes de aderência (Tabela 2). Nesta

Tabela 1. Estatísticas básicas do teor de selênio* e de suas transformações: log10 e raiz quadrada. Estatísticas Selênio (mg.100 g-1) Raiz quadrada (mg.mg-1) Número de amostras 40 40 Média 5,2025 0,00591863 Variância 55,8855 0,0000174306 Desvio padrão 7,47566 0,004175 Mínimo 0,18 0,001342 Máximo 32,08 0,017911 Quartil inferior 1,105 0,0033245 Quartil superior 6,99 0,0083605 Assimetria 2,22912 1,39572 Assimetria padronizada 5,75556 3,60374 Curtose 4,73746 1,20032 Curtose padronizada 6,11603 1,54961

Log10 (mg.mg-1) 40 -4,63567 0,305872 0,553057 -5,74473 -3,49377 -4,95664 -4,15554 0,392237 1,01275 -0,578996 -0,747481

*Fonte: Freitas et al. (2004). 24

24

a

16

b

Frequência

Frequência

16

8

8

0

0 0

0,004

0,012 Raiz quadrada

0,02

–5.9

–4.9

–3.9

–2.9

log10

Figura 1. Histogramas de frequências da medição da a) raiz quadrada do teor de selênio (raiz quadrada); e b) do seu logaritmo (log10).

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Tabela 2. Resultados do teste de aderência por KolmogorovSmirnov. Transformação Estimativa Nível de obtida significância Raiz quadrada (teor de Se) 0,225793 0,0339 Log10 (teor de Se) 0,151344 0,3187

Tabela a distribuição da raiz quadrada do teor de Se foi significativamente diferente da normal (p = 0,0339) pelo teste de Komolgorov-Smirnov, enquanto que a distribuição do logaritmo das medições não foi (p = 0,3187). Portanto, o logaritmo na base 10 do teor de selênio aderiu a uma distribuição normal, logo, métodos estocásticos tradicionais puderam ser usados e comparações com outros resultados usando testes como T-Student foram possíveis. Então foi possível construir um intervalo de confiança a 95% do log10 do teor de Se, que teve como limites –5,54537 e –3,72597, para uma média de –4,63567 (log10 (mg.mg-1)). 3.2 Comparações dos resultados dos teores de Se envolvendo castanhas individuais como unidades de medição Alguns resultados citados e comparados na Tabela 3 são relativos à análise de castanhas individuais, e outros em que não houve declaração explícita do processo de medição foram considerados como provenientes de subamostras homogeneizadas, sem que se saiba quantas castanhas foram utilizadas para compô-las. A procedência foi citada quando havia informação da literatura. Na análise de 15 castanhas individuais de um mesmo ouriço proveniente do Estado do Pará, Freitas et  al. (2006b) encontraram valores de Se variando de 0,29 a 0,85 mg.100 g -1, enquanto que na análise de 8 castanhas individuais provenientes do Estado do Acre os resultados apresentaram mínimo e máximo de 0,48 e 1,19 mg.100 g-1, respectivamente (FREITAS et al., 2006a). Assim, houve um espaço de superposição entre os resultados destes Estados e não se pôde considerar que tenha havido incompatibilidade de variação entre eles. Chang et al. (1995) analisaram individualmente 162 castanhas provenientes de Rondônia e do Acre e outras 162 de Manaus e Belém. Encontraram variação considerável nos teores de Se. Nas amostras do Acre e de Rondônia, os resultados de Se variaram de 0,03 a 31,7 mg.kg-1 com média e desvio padrão de 3,06 e 4,01 mg.kg-1, enquanto que nas amostras de Manaus e Belém o intervalo foi de 1,25 a 512 mg.kg-1, com média e desvio padrão de 36 e 50 mg.kg-1 de Se, respectivamente. A magnitude e a variação relatadas por esses autores foi muito maior que as obtidas por Freitas et al. (2006b), e testes de hipóteses não rejeitariam estas

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constatações. Porém, podem ter ocorrido problemas amostrais gerando estas diferenças (v. 3.3), que podem ser decorrentes, por exemplo, do estado nutricional das plantas e da quantidade de Se no solo. Secor e Lisk (1989) analisaram individualmente a porção comestível de 24 castanhas coletadas no mercado, embaladas sem e com casca, e também a granel com casca, com resultados de Se variando, respectivamente, de 0,2 a 253, de 0,2 a 35,9 e de 0,3 a 9 mg.kg-1. Reunidos os dois primeiros casos não se observa acentuada diferença nos resultados com relação aos de Chang et al. (1995), mas pela magnitude encontrada nestes intervalos, a variabilidade nos teores de Se foi de 1:1300. Adicionalmente, quando se comparam todos os resultados de teor de selênio da literatura para castanhas individuais, os extremos apresentam uma proporção de variação de 1:17000. 3.3 Comparações envolvendo porções homogeneizadas de castanhas Foi analisado por Freitas et al. (2004) um lote de castanhas provenientes de Belém, do qual se retiraram 3 subamostras que foram homogeneizadas e analisadas em triplicata. Os resultados apresentaram uma faixa de variação de 2,41 a 4,05 mg.100 g-1 e média de 3,32 mg.100 g-1. Assim, até em amostras de um mesmo lote homogeneizadas, a variação encontrada foi um pouco acentuada, mas comparada a das castanhas individuais foi bem menor. Isto pode ser decorrente, principalmente, de fatores amostrais, pois realizando a homogeneização, o que se está medindo é um aglomerado que representa o teor médio de Se, e a variação da média é, por suas propriedades estatísticas, menor que a das medições individuais. O coeficiente de variação (CV) obtido foi o menor de todos (15,9%) como resultado da homogeneização. Adicionalmente, a variação encontrada diferiu significativamente daquela obtida por Freitas et al. (2006b) em castanhas de um único ouriço (F de Snedecor de 23,50). 3.4 Comparações em casos sem o detalhamento necessário Barclay et al. (1995) analisaram 14 amostras de castanha-do-pará do mercado da Grã-Bretanha, com resultado médio de 254 e variação de 85 a 686 µg.100 g-1. Thorn et al. (1978), analisando 8 amostras de castanha também do mercado da Grã-Bretanha, observaram valores variando de 2,3 a 53 mg.kg-1. Infelizmente estes autores não reportaram nem o processo de amostragem e nem o de medição, o que dificulta comparações. De qualquer maneira, esta variação se mostrou compatível com dados já mencionados. 58

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3.5 Comparações envolvendo os dados de Freitas et al. (2004) Examinando a Tabela 3, com resultados das publicações transformados para a mesma base de cálculo, mg.100 g-1, foi possível notar desvios padrão (DP) desde 25% da respectiva média, desvios padrão de mesma magnitude que a respectiva média ou até mesmo uma variação de 180% nestas comparações. O coeficiente de variação (CV) de 32,1% obtido para Freitas et al. (2006b) é baixo quando comparado ao CV de Freitas et al. (2004) de 143,7%, na análise de castanhas individuais. Esta pretensa inconsistência reside principalmente na diferença de procedimentos amostrais, uma vez que Freitas et al. (2006b) analisaram 15 castanhas individuais de um mesmo ouriço, que supostamente representaria a menor variação possível. Nota-se a diferença da magnitude dos desvios padrão em seu correspondente F de Snedecor (no valor de 168,97), ou seja, a diferença entre estes dois DP foi muito grande e significativa. Comparando-se este mesmo desvio padrão (0,143 mg.100 g-1) obtido em um único ouriço (FREITAS et al., 2006b) com os demais resultados apresentados na Tabela 3, pode-se notar a diferença de variação, pelo teste F de Snedecor, em um mesmo ouriço quando comparada à variação de diversos ouriços e diferentes procedências. Comparando-se o desvio padrão de Freitas et al. (2006b), que foi o menor obtido, com Secor e Lisk (1989) para amostras a granel com casca, que apresentaram o segundo menor DP, não foi verificada diferença significativa. Porém houve diferença significativa entre o DP de Freitas et al. (2006b) e o de Freitas et al. (2006a), que

obtiveram o terceiro menor DP. Portanto, todos os demais DP que são maiores que este último apresentaram diferenças significativas de variância quando comparados com a variação encontrada em um único ouriço. Deste modo, desvios padrão podem parecer pequenos, mas não devem ser comparados através de julgamento, porque o que se pretende é comparar precisões, e isto é melhor realizado através de variâncias, que são distâncias quadráticas médias, muito mais apropriadas. Além disso, os testes de precisão não são realizados entre desvios padrão diretamente, e sim através de suas correspondentes variâncias, o que costuma revelar grandes discrepâncias de magnitude que não se notam tão facilmente no julgamento técnico dos desvios padrão. Então, os fatores da variação dos teores de Se, e na verdade, de muitos outros analitos, provêm não somente de possíveis diferenças ambientais, métodos e outros, mas também do processo de medição adotado. No que se refere às comparações entre médias dos resultados de Freitas et al. (2004) para 40 castanhas individuais e demais publicações, houve diversos resultados significativos (comparados pelo logaritmo na base 10 do teor de selênio), pelo teste T-Student. Freitas et al. (2006a) e Freitas et al. (2006b), com análise de castanhas individuais do Acre e Pará, respectivamente, Secor e Lisk (1989) - “granel com casca”, Chang et al. (1995) – Acre e Rondônia e Barclay et al. (1995) apresentaram teores de selênio significativamente menores que os encontrados para 40 castanhas individuais. É necessário notar que nos resultados das medições de Freitas et al. (2004) para castanhas individuais de Belém e Manaus, a média e o desvio padrão foram próximos aos obtidos por Chang et al. (1995) para castanhas de Manaus - Belém e por Secor e Lisk (1989)

Tabela 3. Estatísticas dos teores de Se e resultados do teste T-Student para comparações entre médias dos resultados de Freitas et al. (2004) e demais publicações. T-Embrapa x Desvio Publicações/procedência Amostras Média outros padrão (mg.100 g-1) (mg.100 g-1) Freitas et al. (2006a) - Acre - individuais 8 0,849 0,269 2,69* Freitas et al. (2006b) - Pará - individuais do mesmo ouriço

15

0,446

0,143

Secor e Lisk (1989) - granel com casca - individuais

24

0,228

0,204

Secor e Lisk (1989) - embaladas com casca - individuais

24

0,444

0,80

Secor e Lisk (1989) - embaladas sem casca - individuais

24

3,73

5,98

Chang et al. (1995) - Acre - Rondônia - individuais

162

0,306

0,401

Chang et al. (1995) - Manaus - Belém - individuais

162

3,6

5,00

14

0,254

0,328

Barclay et al. (1995) Thorn et al. (1978)

8

2,21

1,86

Freitas et al. (2004) - 40 castanhas individuais (Belém e Manaus)a

40

5,2025

7,48

2,57* 6,39* 1,55 0,14 2,03* 0,17 3,74* 0,40 0,00

Freitas et al. (2004) - Belém - 3 subamostras - 3 repetições 9 3,32 0,53 0,39 *Diferença entre médias significativa (p < 0,05). T-Embrapa - estatística T-Student estimada com relação a Freitas et al. (2004) - 40 castanhas individuais. aDados tratados neste trabalho e utilizados para obter T-Embrapa.

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para castanha “embalada descascada”. Complementarmente, Chang et al. (1995) obtiveram média e DP que se revelaram quase 10 vezes maiores para castanhas de Manaus – Belém em relação a amostras provenientes do Acre – Rondônia. Uma vez que ocorre absorção do metal pela planta, esse resultado pode ser explicado pelo teor de Se no solo, que pode promover variação em função da procedência das castanhas. Podem ocorrer ainda diferenças de concentrações entre plantas, localização da planta no campo, entre outras. Diferenças no processo amostral podem aumentar ainda mais a dispersão e os resultados de desvios padrão. Outra explicação é que o teor de minerais em vegetais é comumente baixo, o que está associado ao que se chama de distribuição de evento de baixa probabilidade - do tipo de Poisson e similares da mesma família. Distribuições deste tipo apresentam desvios padrão elevados, mesmo que se trabalhe com variáveis transformadas, como é o caso do log10. No entanto, é possível a obtenção de desvios padrão mais baixos, por exemplo, com homogeneização.

castanha foi de 0,0524. Assim, o risco de se consumir uma castanha com teores superiores ao UL foi considerado baixo. Por outro lado, existem poucos estudos no Brasil sobre ingestão de selênio pela população brasileira, assim como de castanhas enquanto fontes deste micronutriente. De forma similar, o percentual de castanhas que apresenta menos de 55 µg de Se/castanha foi de 25,53% e, portanto, neste caso a ingestão de apenas uma castanha não garantiria o aporte recomendado de selênio, em 25,53% dos casos. Assim, pelos riscos do tipo de distribuição do teor de Se, com base na análise realizada, pode-se concluir que a castanha-do-brasil e seus produtos devem ser monitorados quanto ao teor de selênio para efeito de recomendação e de rotulagem, porque o risco de selenose deve ser próximo a 5% e não pode ser ignorado. Da mesma forma, o risco de ingestão insuficiente, que é de aproximadamente 25% para uma castanha como única fonte de Se na dieta, também não pode ser desconsiderado.

Variações ocorrem na natureza e é impossível obter uma medida absoluta e verdadeira de qualquer analito em qualquer alimento. Uma meta-análise pode ser realizada em experimentos comparáveis ou julgados como tal, mas não pode modificar a realidade dos processos amostrais ou a distribuição do analito.

3.7 Detalhes adicionais

3.6 Aspectos nutricionais

Admite-se a existência de uma distribuição genérica para o teor de Se em castanhas-do-brasil, como ocorre com a maioria dos analitos, ou seja, admite-se que haja um perfil de minerais em alimentos.

Quanto ao peso de castanhas (porção comestível), observou-se neste experimento uma variação de 2,17 a 9 g, com média de 4,775 g/cada castanha. Uma vez estimado o peso médio de uma castanha, foram obtidas probabilidades de teores de selênio de interesse nutricional, a partir de todos os dados reportados na literatura (Tabela 4). O percentual de castanhas estimado, obtido pela distribuição T-Student do log10 do teor de Se, que poderia conter mais de 400 µg de Se/castanha foi de 5,24%, ou que a probabilidade de obter mais de 400 µg em uma

Do ponto de vista de métodos usados, pureza de reagentes, habilidades pessoais, ambiente de medição em geral e outros fatores não controláveis, é razoável admitir que haja variações intra e interlaboratoriais, mas é também razoável supor que exista certa concordância entre métodos.

Outro aspecto importante é o risco, já mencionado, do intervalo de confiança geral, ou seja, não se pode garantir que uma pessoa terá satisfeitas suas necessidades nutricionais de Se (RDA) com uma castanha. Desta maneira, os resultados obtidos indicam que se deve ter cautela quanto a alegações de que a castanha-dobrasil é fonte de Se, em função da variação nos valores encontrados.

Tabela 4. Estatísticas usadas para obtenção de probabilidades de interesse nutricional. Estatísticas Média geral Desvio padrão Log10 média geral Log10 desvio padrão geral médio T-Student para obtenção de 400 µg em 1 castanha Probabilidade para obtenção de 400 µg em 1 castanha T-Student para obtenção de menos de 55 µg em 1 castanha Probabilidade para obtenção de menos de 55 µg em 1 castanha

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Valor 1,87 mg.100 g-1 2,09 mg.100 g-1 0,27 0,32 1,97 5,24% 0,66 25,53%

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4 Conclusões A meta-análise se mostrou ferramenta útil na comparação dos teores de selênio a partir dos dados encontrados na literatura. O uso da distribuição do log10 do teor de selênio em castanhas-do-brasil permitiu comparações empregando o teste T-Student. O intervalo de variação nos teores de Se em castanhas individuais pode chegar a valores de 1:17000. Foi encontrada variação mesmo em subamostras homogeneizadas provenientes de um mesmo lote. Em termos de coeficiente de variação (CV) foram encontrados valores de 16 até 180%, o que se considera muito alto para CV em alimentos. Na maioria dos casos estudados, foram observadas diferenças significativas entre a variância obtida no caso de medição em um único ouriço e a variância dos casos onde foram medidas castanhas individuais. Também foram obtidas diferenças significativas de variâncias nas comparações dos casos de medição em castanhas individuais.

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Foram encontradas diferenças significativas entre médias e variâncias em diversas publicações consultadas, que podem advir dos processos de medição, das condições ambientais da medição, da procedência da castanha, da parte da planta amostrada, da composição do solo, das condições edafo-climáticas e de demais fatores não controlados ou não controláveis.

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A propriedade teórica de médias apresentando menores variâncias que aquelas das unidades individuais foi confirmada nos resultados relatados na forma da redução de variabilidade notada nas amostras de castanha homogeneizadas.

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O percentual de castanhas que poderia conter mais de 400 µg de selênio/castanha foi de 5,24%, enquanto que o percentual de castanhas que apresenta menos de 55 µg de selênio/castanha foi de 25,53%. Sugere-se monitorar a concentração de Se na castanha e em seus produtos, para efeito de recomendação de consumo no aumento do aporte de Se, bem como para rotulagem nutricional. Refêrencias BARCLAY, M. N. I.; MACPHERSON, A.; DIXON, J. Selenium content of a range of UK foods. Journal of Food Composition and Analysis, San Diego, v. 6, n. 4, p. 307-318, 1995. CHANG, J. C.; GUTENMANN, W. H.; REID, C. M.; LISK, D. J. Selenium content of Brazil nuts from two geographic locations in Brazil. Chemosphere, Oxford, v. 30, n. 4, p. 801-802, 1995. CHUNHIENG, T.; PETRITIS, K.; ELFAKIR, C.; BROCHIER, J.; GOLI, T.; MONTET, D. Study of selenium distribution in the

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