Mídias Sociais: A Importância Das Estatísticas

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MÍDIAS SOCIAIS: A IMPORTÂNCIA DAS ESTATÍSTICAS     ¹ Jonatas Fonseca Passos;  ² Dr. Ana Lúcia Magalhães;  ¹ Universidade Metodista de São Paulo ­ [email protected];  ² Fatec Professor Waldomiro May 

  Resumo  

  A atenção  transformou­se nos  louros buscados por  todo aquele que almeja ser ouvido, seja para  vender  produtos,  formar  ou  simplesmente  informar.  O  grande  montante  de  informações  produzidas  diariamente  criou um  cenário em que  tornou­se impossível aos usuários absorvê­las.  Logo  os  usuários  veem­se  obrigados  a  descartar  informações  e  limitar­se  a  perceber  uma  diminuta  parcela  de  todas  as  informações  que  lhes  são  expostas.  A  falta  de  métricas  leva  a  tomadas  de  decisões  instintivas,  quase  que  meramente  baseadas  na  percepção,  ou   seja,  limitadas, pois a capacidade cognitiva baseada nos sentidos tem severas limitações 

  Palavras­chave: ​mídias sociais; internet, marketing 

  Abstract 

  The attention became the sought credit for everyone who aspires to be heard, is to  sell products,  form  or  simply  inform.  The  large  amount  of  information produced  daily  created a  scenario in  which  it  became  impossible  for  users  to  absorb  them.  Soon  users  see  themselves  obliged  to  discard  information and confined to  realize  a very small portion of  all the information they are  exposed.  The  lack  of  metrics  takes  decisions  taken  instinctive  almost  purely  based  on  the  perception,  that  is  limited,  because  the  cognitive  capacity  based  on  the  senses  has  severe  limitations. 

  Keywords: ​green economy; organic economy; rural exodus. 

    INTRODUÇÃO    Submersos  em  um  oceano  de  informações,  assim  poderia  ser  descrita a situação  da  sociedade  humana  no  século  XXI,  civilização  batizada  como  "Sociedade  da  Informação",  batismo  fruto  do  desenvolvimento  prodigioso  das  tecnologias  da  informação  no  limiar  do  século  predecessor.  Essa  analogia  é  mais  fácil  de  ser  aceita se  associarmos  os  milímetros  cúbicos  de  água  existentes  nos  oceanos terrestres ao volume   de informações produzidos e consumidos diariamente.  Mas  qual  a  imensidão  desse  oceano?  Segundo  estatísticas  do  Statistic  Brain  (2015),  o  ano  de  2015  terminou  com  mais  de  1.150.000.000  de  domínios  de  internet  registrados  mundialmente,  e  desses,  um  volume  aproximado  de  400.000.000  ativos.  Toda  essa  estrutura,   segundo  a  IBM  (2016),  gera um montante diário de 2,5 quintilhões 

 

de  bytes.  Mas  qual  a  relevância  dessa  informação?  O  mundo  é,   segundo  dados  da  Internet  Live  Stats  (2016),  constituído  por  uma  população  de  mais  de  7  bilhões  de  pessoas,  das  quais  mais  de  3  bilhões  têm   acesso a internet. Submerso nessa realidade, o  montante  de  seres  humanos  não   só  é  consumidor  de  conteúdo,  mas  também  produtor  ativo.  As  mídias  sociais  são  fruto  pródigo  da  essência  genitora  da  Internet,  enraizada  na  necessidade   humana  de  superar  os  obstáculos  de  tempo  e  espaço  em  benefício  da  comunhão  social.  Embebidas  da  urgência  humana  em  compartilhar  sua   existência  com  outros,  as  mídias  sociais  são  solo  fértil  para  a  proliferação  viral  de  informações.  Inúmeros  exemplos  podem  servir  de  base  para  constatação  dessa  fertilidade  epidêmica  da  informação  nos  meios  sociais,  tais  como  boatos  sobre  morte  de  celebridades,   a  respeito de política e até mesmo lendas urbanas que se espalham de forma exponencial.  As  primeiras  décadas  do  século  XXI  podem  ser  consideradas  o  período  do  apogeu  das  mídias  sociais.  Tal  tecnologia  converteu­se  no  maior  canal   de  relacionamento  humano,  congregando  em  seu  crescimento  bilhões  de  pessoas  em  volumosas  interações  diárias,  este  fenômeno  fez  com  que  elas  sobrepujaram  e  ofuscassem os resultados obtidos pelas mídias que as antecederam.  Nesse  contexto  é  importante  salientar  as  dimensões  da  grandeza  alcançada  por  esses  mecanismos,  o  Facebook,  a  mídia  social  mais  utilizada  na  atualidade,  segundo   estatísticas  da  Statistic  Brain   (2015)  esta  rede  social  é  dotada  de  uma  população  de  quase  1  bilhão  e  400  milhões  de  pessoas.  Este  dado  torna  simples  a  percepção  do  gigantismo  desta  rede   que,  caso  fosse  um  país,  rivalizaria  gigantes  como  China  e Índia  em  questões  populacionais.   Entretanto  em  que  sentido  esse  número  colossal  faz­se  relevante?  A  resposta  é  simples:  o  Facebook,  assim  como  outras  mídias,  dispõe  de  um  dos  recursos  mais  escassos  em   nosso  planeta:  a  atenção  de  uma  vastas  legiões  de  seres  humanos.  Tendo  o  contexto  apresentado  como  ponto  de  partida,  o  presente  trabalho  tem  como  objetivo  apresentar  um  estudo  introdutório,  tendo  como  enfoque  a  cerca  da  importância  do  emprego  de  estatísticas  na  construção  de  estratégias  de  marketing  e  comunicação com enfoque em mídias sociais.     1.​ ​FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

 

  1.1 ​ ​Economia da Atenção    A  atenção  transformou­se  nos  louros  buscados  por  todo  aquele  que  almeja  ser  ouvido,  seja  para  vender  produtos,  formar  ou  simplesmente  informar.  Esse  contexto  remete­nos  ao  que  foi  conceituado  pelo  Nobel  de  Economia,  Hebert   Simon  como  uma  Economia  da  Atenção.  Ele  considera  que  “A  riqueza  da  informação  cria  a  pobreza  da   atenção” (Simon apud Tagnin, 2004, p. 11).  Cabe  o  questionamento: o que pode ser  definido como atenção? Houaiss e Villar  (2009,  p.212)  apresentam   uma  definição  interessante.  Segundo  esses  autores,  atenção  seria  a:  "concentração  da  atividade  mental  sobre  um  objeto  determinado".  Logo  entende­se  que   a  concepção  de  atenção  transcende  a  da  simples  percepção  sensorial,  Martinuzo  (2014,  p.24)  enfatiza  isso  dizendo  que:  "...a  atenção   faz  a  conexão  entre  a  consciência sobre algo ou algum processo e a decisão de fazer ou não alguma coisa a ele  relacionada".  Logo  num  ambiente  em  que   existe  uma  grande  competitividade  pela atenção  de  um  determinado  público,  podemos  entender,  ainda  segundo  Martinuzo  (2014)  que  a  atenção  é  a  cerne  do  processo:  "A atenção é a alma do negócio. Ainda mais quando ela,  que  é  finita  em   razões  da nossa capacidade cognitiva, torna­se rara de tão disputada que  é na atualidade" (2014, p. 24).  A  respeito  do  contexto  social  e  sobre  este  novo  modelo  de  economia  Castells  afirma:    No  final  do  século  XX,  três  processos  independentes  se  uniram,  inaugurando  uma   nova  estrutura  social  predominantemente  baseada  em  redes:  as  exigências  da  economia  por flexibilidade administrativa  e  por  globalização  do  capital,  da  produção  e  do  comércio;  as  demandas  da  sociedade,  em  que  os  valores da  liberdade  individual  e  da   comunicação  aberta  tornaram­se  supremos;  e  os  avanços   extraordinários na  computação e  nas  telecomunicações possibilitados  pela  revolução  microeletrõnica.  Sob  essa  condições,  a  Internet,  uma  tecnologia   obscura  sem  muita  aplicação  além  dos   mundos  isolados  dos   cientistas  computacionais,  dos  hackers  e  das  comunidades  contraculturais,   tornou­se  a  alavanca  na  transição  para  uma  nova  forma  de sociedade  – a  sociedade de rede  –,  e com ela para uma nova  economia. (CASTELLS, 2003, p. 06) 

 

 

Considerando  tal  perspectiva  em  que  a  atenção  constitui um valor virtual,  assim  como  uma  moeda,  escasso  e  limitado,  podemos  vislumbrar  com  mais  facilidade  a  estrutura  econômica  proposta  pelos  autores.  Nela,  segundo  Davenport e  Beck(2002), as  leis  de  oferta  e  demanda  atuam  sobre  a  moeda  denominada  atenção,  que  assim  como  outras  tem  sua  significância  intimamente  ligada  ao  aumento  da  medida  e  diversidade  dos  bens  comercializados,   tal  como  a  expansão  do  meio  na  qual  se  dá  o  seu  cambio.  Davenport  e  Beck(2002,p.3)  afirmam  que:  “Quem  não  tem,  quer  tê­la;   Aqueles  que  já  tem, querem ainda mais”.    1.2 Capital Social e o Efeito Bolha     O  grande  montante  de  informações  produzidas diariamente criou um cenário em  que  tornou­se  impossível  aos  usuários  absorvê­las.  Retomando  a  premissa  supracitada  de  Hebert  Simon,  os  usuários  tem  um  volume  maior  de  informações  do  que  sua  capacidade  cognitiva  é  capaz de processar, conforme ​Davenport e BECK(2002, p.3). ​Logo  os  usuários  veem­se  obrigados  a  descartar  informações  e  limitar­se  a  perceber  uma  diminuta parcela de todas as informações que lhes são expostas.    As  mídias  sociais  trabalham  com   um  conceito  de  linha  do  tempo,  no  inglês  timeline,  na  qual,  na  maioria  dos  casos,  as  informações  são  apresentadas  em  ordem  cronológica,  fruto  de  atualizações  de  outros  usuários.  A  mídia  social  Facebook  é  apresentado  por  Keen  (2012,  p.  69)  como  sendo  pioneira  na  utilização  desse  recurso,  tendo­o  lançado  em  dezembro  de  2011.  A  jornalista  Jenna  Wortham  apresenta  uma  definição  interessante  a  respeito  deste  recurso: "...faz com que todo o histórico de fotos,  links  e  outras  coisas  de  um  usuário  do  Facebook  seja  acessível  com  um  só  clique"  (Jenna Wortham apud Keen, 2012, p. 69).  Esse  recurso  varia  um  pouco de mídia para mídia, mas em geral, Keen  conceitua  as  linhas  do  tempo  das  mídias  sociais  como:  "...cornucópia  de  informações  pessoais"  (2012,  p.  76).  No  facebook  existe  uma  peculiaridade  com  relação  ao  feed,  como  também  é  chamada  de  linha  do  tempo,  que  pode  tanto  ser  cronológica,  quanto   passar  por um filtro pelo chamado Edgerank. 

 

O  Edgerank  é  algoritmo  que  seleciona  aquilo  que  veremos  em  nossas  linhas  do  tempo,  ele  faz  uma  filtragem  daquilo  que  seria  mais  agradável  e  geraria  um  maior  engajamento. Ben Elowitz explica de maneira interessante o poder do Edgerank:    ...nos  conhece  intimamente  ­  quem  somos, o que fazemos  e quais  são  nossos  interesses  ­,  o  Facebook está  em condições de atender a todos   os nossos desejos, (ELOWITZ apud KEEN, p.70). 

  Essa  filtragem  e  informações,  realizadas  não  só  pelo  Facebook,  mas  por  outras  mídias,  assim  como  pelo  próprio  Google,  cria  o  chamado  Efeito  Bolha.  Mas  por  que  existe  este processo de filtragem? A resposta é simples: o super­volume de informações.  Nesse  aspecto aludimos a Carpanez (2014), que salienta que “No Facebook, uma  pessoa  poderia  ver  1.500  posts  por  dia,  mas  só  são   exibidos  cerca  de  300”.  É  humanamente  impossível  ler  com  atenção 1.500 posts  por dia, apesar de a massa de usuários e páginas  a  que  estamos  conectados  produzirem  um  volume  ainda  maior  de  informações,  mas  podemos  ter  uma  percepção  relativamente  proveitosa  de  300.  Logo  compreende­se que  a  proposta  é  sacrificar  a  quantidade  pelo  bem  da  qualidade   da  informação  obtida.  Cosenza considera a este respeito:    É  a  novidade,  na  minha  opinião,  mais  interessante   porque   ele  tenta  fornecer  novas  ferramentas  para  mitigar  o problema da sobrecarga de  informação  inerentes  à  propagação  das  redes  e  o   aumento  da  produção de conteúdo (Cosenza, 2013) 

  Mas  qual  seria  o  preço  da  qualidade  proposta  pelos  algoritmos  de  filtragem?  O  preço  seria  o  que  é  classificado  por  Jennifer  Golbeck  (apud  Carpanez,  2012)  como  a  formação  de   Bolhas  Virtuais,   e  no  que  consistiam  estas  bolhas?  Segundo  Golbeck,  seriam  caracterizadas  por  um  ambiente  homogeneizado  de  informação,  ou  seja,  tudo  o  que  chega  ao   usuário  é  pesado  e  apreciado  de  forma  a  provocar  agrado,  conforme  afirma  Golbeck (apud Carpanez, 2012), que afirma: "Desconhecemos toda a informação  existente  no  ambiente   virtual  e  não  sabemos  como  ela  é  filtrada".  Nesse  contexto,  podemos  entender  que  o  usuário  se  vê  dentro  de  uma  bolha  de  plástico  virtual,  um  ambiente  controlado  em  que  ele  é  indiferente  ao  todo  das  informações,  conforme  assevera  Ronaldo  Lemos  (apud Carpanez, 2012): "A bolha funciona como um anteparo,  deixando  o  sujeito  mais  engessado  dentro  de suas próprias crenças" e tudo o que lhe for 

 

perceptível  é  filtrado  e  peneirado  por  algoritmos  antes  de  chegar  a  ele.  No  processo  consideram­se  seu  perfil  demográfico,  gostos  e  hábitos  de  consumo,  além  de  suas  conexões sociais.   O  efeito  colateral  da  bolha  é  sobretudo  a  restrição  da  percepção  do  usuário,  tornando­se  impossível  alcançar  a  todos.  Como  exemplifica  Golbeck  (apud  Carpanez,  2012):  “Uma  coisa  é  o  Google  usar  dados  para  nos  indicar  a  melhor  pizza.  Outra  é  ninguém  nos  contratar  porque   um  algoritmo  definiu  que  não  somos  confiáveis”.  Por  outro  lado,  isso  criou  uma  corrida  pela  qualidade,  técnicas  para  otimização  em  mecanismos  de  busca  e  boas  práticas  de  comunicação  em  mídias   para  alcançar  engajamento  tornaram­se  parte  obrigatória  no  trabalho  daqueles  que  querem  ser  enxergados num universo virtual.  Concomitantemente  a  essa  realidade  competitiva  de  atenção,  outras  modificações  foram   feitas  nos  algoritmos  de  ranqueamento  de  conteúdo,  resultado  o  alcance publicitário em mídias como Facebook e Instagram, que têm sido  reduzidas. Por  outro lado, as interações dos usuários têm sido valorizadas, conforme explica Cosenza:    A  escolha   de  tornar  mais  visível  os   conteúdos  orgânicos,  mas  não  aqueles  publicitários  os quais  não vem aplicado esse algoritmo, vai  na  direção  de  melhorar  a  experiência,   sobretudo  daqueles  que  concederam  a  amizade  e  assinaram  páginas  despreocupadamente,  e  que  na  ausência  de  uma  eficaz  automação  encontrariam  para  ler  centenas de notícias pouco relevantes. (Cosenza, 2013) 

  A  realidade  de  que  o  fator  do  engajamento  humano,  evidência  da  preciosa  atenção,  moeda   supracitada,  se  tornou  o  grande  troféu.  Ninguém  investe  sem  querer  resultados,  assim  quem  investe  em  mídias  sociais,  espera  engajamento  e  conversões,  mas esses fatores são medidos por meio de ferramentas estatísticas e estudo de mercado.    1.3 Custo Benefício da Informação    Uma  frase  atribuída  a  Lord  Leverhulme:"Eu  sei  que  metade  do  meu  orçamento  para  publicidade  é  desperdiçado,  mas  não  tenho  certeza  de  qual  metade"  (Loverhulme  apud  Rosenwald,  2013,  p.  2),  sintetiza  de  forma  clara  o  razão  pela   qual  o  emprego  da  estatística  dentro  do  universo  das  mídias  sociais  se  torna  relevante.  A  falta  de   métricas 

 

leva  a  tomadas  de  decisões  instintivas, quase que meramente baseadas na percepção, ou  seja, limitadas, pois a capacidade cognitiva baseada nos sentidos tem severas limitações.  Por  outro  lado,  com  as  estatísticas  como  aliadas,  pode­se  ter  uma  percepção  mais ampla, lógica e  científica, permitindo a construção de estratégias acurado, evitando  assim  investimentos  infrutíferos  de  tempo  e   recursos.  Contudo,  para  que  assim  seja,  é  necessário  saber  interpretar  os  números,  conforme asseverado por  Rosenwald (2013, p.  15):  "Não  é  quantos  dados  você  tem,  mas  sim  o  conhecimento  útil  que  você  tem  sobre  seus cliente e potenciais clientes que tem valor".   A  importância  da  propriedade  sobre  os  dados  reside  na  experiência  que  se  quer  proporcionar  aos  usuários,  concomitantemente  à  mensagem  que  se quer transmitir. Não  só  números,  mas  as  informações   também  servem  para  entender  o  público  e  conseguir  que  seu  conteúdo  seja  visto  e,  mais  do  que  isso,  que  gere  mais  conteúdo  a  respeito,  conforme  Parente:  “No  universo  das  redes  sociais,  são  os  consumidores  que  criam  o  conteúdo, fazem comparações e avaliações, formam opiniões, e as compartilham com os  demais usuários” (2016, p. 21,).  Logo  as  estatísticas  são  o  caminho  para  orientar  planejamentos de comunicação  em  mídias,  pois ainda que a empresa não fale sobre si mesma nas mídias, alguém falará,  e  experiências  ruins  tendem  a  se  propagar  mais  rapidamente  do  que  as  boas.  Parente  elucida  a  respeito:  "Uma insatisfação ou experiência ruim  propagada organicamente por  um  influenciador  pode  gerar  uma  percepção  negativa  da  marca ou mesmo a desistência  de  uma  compra  por  parte  do  consumidor".  Esta  informação  é   interessante,  visto  que,  segundo  Parente  (2016),  78%  dos   compradores  online  baseiam  suas  contas  em  experiências  compartilhadas  por  outros  consumidores.  Logo,  não  só produzir conteúdo,  mas  ter  mecanismos  que  permitam  monitorar  a  repercussão  dele  é vital para se ter mais  eficácia.  Logo  para  compreender  ao  custo  benefício  de  investimento de recursos é  vital o  uso  de  mecanismos  estatísticos,  que  não  só  quantifiquem  números  de  pessoas  alcançadas  em  engajadas,  mas  que  possam  munir  de  informações  a  respeito  de  dados  demográficos e hábitos de consumo, o analista.    

 

2. METODOLOGIA  Foi  realizada  uma  pesquisa  teórica  bibliográfica,  buscou­se  averiguar  e  fundamentar  a  argumentação  a  respeito  da  relevância  do  emprego  de  métodos  estatísticos, em especial  no contexto midiático do marketing digital.   Além  do  aspecto  teórico  foi  realizado  um  levantamento  a  respeito  de  ferramentas   úteis  para  um  estudo  inicial,  com  objetivo  de  alicerçar  futuras  pesquisas  a  respeito de métricas e padrões.    3. RESULTADOS  Foram evidenciadas ferramentas disponíveis em duas das principais redes sociais  na  atualidade  para  demonstrar  os  recursos  acessíveis  aqueles  que  buscam  munir­se  de  estatísticas a fim de obter maior sucesso em suas empreitadas em mídias sociais.     3.1 Facebook Insights  O  Facebook  Insights  é  uma  ferramenta  disponibilizada  pela  rede  social  aos  administradores  de  páginas.  Por  meio  dela  é  possível  ter  acesso  a  uma  gama   de  dados  demográficos  e  quantitativos  a  respeito  dos  usuarios  e  postagens  da  página.  Já  na  tela  inicial existe um resumo de informações úteis a respeito do público da página, conforme  demonstrado na figura 1: 

  Figura 1​: Dados Gerais Facebook Insights  Fonte​: Os autores 

  Além  disto  é  possível  ver informações mais detalhadas a respeito de faixa etária,  diferenciando  o  público  fidelizado  (aqueles  que  curtiram   a  página),  aqueles  que  são 

 

alcançados  (que  veem  as  publicações)  e  os  envolvidos  (que  interagem  de  alguma  forma), conforme ilustra a figura 2: 

  Figura 2​: Dados Demográficos Facebook  Fonte​: 

Além dos dados existe a possibilidade de exportar os dados em forma de tabelas  ..xls ou .csv, permitindo, assim, uma formatação e a geração de gráficos mais  específicos. Este recurso está ilustrado na figura 3:   

  Figura 3​: Exportação de Dados  Fonte​: Os autores 

 

 

O  Facebook  Insights  mostra­se  uma  ferramenta  bastante  interessante,  em  especial  pelo  fato  de  seus  dados  poderem  ser  acessados  via  API,  que  possibilita  que  aplicativos  externos   possam   importar  tais  informações,  possibilitando  projetos  de  softwares  direcionados  para  mensuração  e  registro  de  dados  sobre  ações  nesta  mídia  social.    3.2 Twitter Analytics  O  Twitter  Analytics  é  um   recurso  disponibilizado  recentemente  para  qualquer  usuário  que  possua  uma  conta  na  mídia  social.  Procura  ser  tão  versátil  quanto  o  Facebook  Analytics  ele  oferece  igualmente  informações  detalhas  da  respeito  dos  usuários.  Sua  tela  inicial  mostra  dados  gerais  sobre  crescimento  da  conta  e  interações,  conforme demonstrado na figura 4: 

  Figura 4​: Crescimento  Fonte​: Os autores  

  Mostram­se,  ainda,  um  compêndio  de  informações  demográficas  e  de  interesse  do público, como pode ser visto na figura 5: 

  Figura 5​: Interesses e Resumo Demográfico  Fonte​: Os autores 

 

 

Em  outra  tela  é  possível  verificar  a  localização,  idioma  e   gênero dos seguidores  do perfil. Pode ser na figura 6: 

  Figura 6​: Demográfico e Localização  Fonte​: Os autores 

  Mais  jovem  que  o  Facebook  Insights,  o Twitter Analytics ainda carece de maior  acessibilidade  para  exportação  e  importação  de  dados.  Entretanto  já  existe  uma  API  para  usuários  que  desejem  aventurar­se  no  desenvolvimento  de  aplicativos  voltados  para utilização de seus dados.    CONCLUSÃO  Com base nos argumentos teóricos apresentados podemos concluir que no  contexto midiático frenético, em que está submersa a atualidade, pensar em planos de  comunicação em mídias sociais sem munir­se de estatisticas é um imprudente jogo de  azar. Num universo em que todos querem ser ouvidos, saber o que dizer e a quem falar  é a diferença entre o sucesso e o desperdício de tempo e recursos.  As mídias sociais tem oferecido recursos nativos para aqueles que querem se  aventurar em campanhas em suas plataformas. Sendo muitas destas gratuitas, como as  apresentadas como resultado da pesquisa. Logo não é impossível ter dados de maneira  acessível para um inteligente e eficaz planejamento.  Anunciar não é comunicar, muito menos vender, logo compreender o meio,  aqueles a quem desejamos atingir e o comportamento que desejamos inspirar é o  objetivo maior daqueles que querem fazer valer seus investimentos em mídias sociais.    Referências 

 

  CARPANEZ,  Juliana.  ​A  Nova  Bolha.  Rio  de  Janeiro:  UOL,  2014.  Disponível  em:   

  CASTELLS,  Manuel.  ​A  Galáxia  da  Internet:  reflexões  sobre  a   Internet,  os  Negócios  e  a  Sociedade.​ Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 

  COSENZA,  Vicenzo. ​Addio Edgerank: Ecco il nuovo  algoritmo  di Facebook.  [s.l]: Vincos,  6.  Ago.  2013.  Disponível  em:   

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