Milton Friedman, cruzado das liberdades econômicas

October 3, 2017 | Autor: V. Araujo Sílva | Categoria: Political Economy
Share Embed


Descrição do Produto

Milton Friedman, cruzado das liberdades econômicas.
Bibliografia e trajetória profissional:
- Milton Friedman nasceu no Brooklyn em 1912, numa família de origem judaica;
- Estudou matemática orientada à economia na Universidade de Chicago;
- Em 1946 obteve título de doutorado e iniciou carreira docente na mesma universidade;
- Em 1947, ao lado de Friedrich Von Hayek, participou da fundação da Sociedade de Mont- Pèlerin, e foi presidente da mesma nos anos de 1970 a 1972;
- Foi conselheiro de alguns governos tais: Nixon e Reagan;
- Em 1976 sua obra científica fora agraciada pelo Banco da Suécia.
2. Principais obras:
The theory of the consumption function (1957); Capitalism and Freedom (1962); A monetary history of the United States (1867-1960); The role of monetary policy (1968); Price theory (1976); Free of chooce (1980).
3.Milton Friedman e suas posições econômicas:
Em sua postulação A teoria do rendimento permanente, Friedman assume uma posição em que o aumento na renda dos agentes econômicos não garante que os mesmos venham consumir de maneira imediata, isto é, o aumento de rendimento assume um papel com efeitos de longo prazo e não de maneira imediata, de modo que, o rendimento corrente de agentes econômicos - rendimento medido e o consumo medido - resultam de dois componentes, um de caráter permanente e outro de caráter transitório.
O caráter permanente possui características bem distintas em relação ao transitório. No caráter permanente, a peculiaridade é a de que há uma maior estabilidade ao longo do tempo por diversos fatores tais quais: avanço previsível na carreira, salário associado à qualificação profissional, patrimônio etc., de sorte que essa estabilidade dá-se por planejamento e antecipação. É a partir do rendimento permanente que um agente econômico decide como, quando gastar o montante de suas despesas. Já o caráter transitório, ocorre de maneira inesperada, quiçá até mesmo arbitrária, e manifesta-se por uma baixa ou alta no rendimento no curto prazo em detrimento de diversos fatores, tais quais: ganhos em aplicações financeiras, prêmios salariais etc., este, por sua vez, não se faz como rendimento sustentável de uma família, devido a sua menor durabilidade em relação ao caráter permanente.
Posto isso, a Teoria do rendimento permanente opõe-se aos preceitos keynesianos, uma vez que o primeiro afirma que o aumento no rendimento não garante consumo imediato ao passo que o segundo afirma que o aumento no rendimento acarretará uma maior propensão de consumo. Para Friedman, o consumo só aumentará na medida em que, denominado por ele de "o horizonte do consumidor", os agentes econômicos incorporarem o rendimento de caráter transitório ao de caráter permanente.
Dessa forma, com essas ponderações, Friedman contesta que as políticas conjunturais (geram incertezas) que procuram alavancar a atividade econômica não garantem maior propensão ao consumo, a exemplo disso, o aumento de despesa pública não garantirá aumento no consumo.
No que tange a perspectiva do desemprego involuntário proposto por Keynes, o mesmo identifica que a gênese do desemprego não se encontra numa especificidade como o mercado de trabalho, e sim na dinâmica econômica mais geral e seus impactos sobre o emprego, ou seja, o objeto de estudo deve ser de forma mais global e não analítica e específica, o mercado de trabalho está nesta variável, mas como um dos últimos a compor parte deste cenário. Ao contrário de Keynes, os neoclassicitas, dentre os quais Friedman, afirmam que a relação causal do desemprego encontra-se na dinâmica específica do mercado de trabalho, como sendo o processo-chave para sua explicação. O desemprego natural surge devido às imperfeições encontradas e delineadas pelo mercado de trabalho através da intervenção estatal na regulação macroeconômica, uma vez que a intervenção estatal perturba a livre fixação dos salários, isto é, a liberdade do mercado de trabalho está restrita as condições estatais impostas, de maneira a atrapalhar a sua dinâmica. Essas restrições, segundo Friedman, se opõem à livre determinação dos preços pelo jogo da oferta e procura e ao equilíbrio de preços no mercado de trabalho. O desemprego natural só poderá eximir-se do mercado de trabalho a partir do momento em que a estruturação econômica favorecer a liberdade do mercado de trabalho.
Posto isso, a partir da Curva de Phillips, que relaciona inflação e taxa de desemprego, do qual quando há uma alta na taxa de desemprego tem-se uma inflação baixa, o mesmo acontecer de maneira reversa, Friedman propõe uma adaptação a essa postulação de Phillips, de modo que quando o desemprego está baixo (abaixo do seu "nível natural" – desemprego natural) a inflação não fica alta de forma "fixa", mas que ela continua aumentando cada vez mais. Ou seja, o resultado da política inflacionária não é lá muito interessante, é uma redução temporária do desemprego a custo de um aumento permanente de inflação. E a inflação, por sua vez, é o resultado da não observância de que a massa monetária, isto é, a circularização demasiada e repentina da moeda em relação ao baixo volume de produção, pressupõe a baixa da dinâmica do mercado de trabalho, resultando nas dimensões de crises econômicas e taxas inflacionárias altíssimas.



Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.