Museus 2.0: Estratégias de Colaboração em Instituições Artísticas e Culturais

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Museus 2.0: Estratégias de Colaboração em Instituições Artísticas e Culturais Pedro Amado Departamento de Comunicação e Arte, Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santigago, 3810-193 Aveiro, Portugal [email protected]

Resumo Este artigo apresenta uma revisão das estratégias de adopção das tecnologias da web colaborativa – a Web 2.0 – por parte das instituições culturais, com especial interesse nos Museus. O objectivo desta revisão é perceber e classificar diferentes estratégias ou modelos de adopção das tecnologias para melhor avaliar a necessidade das instituições locais poderem beneficiar da participação da comunidade de utilizadores na era da Web 2.0. Para ilustrar os conceitos apresentados faz uso de um estudo de caso – o Museu de Brooklyn – e, comparando-o brevemente a outras instituições internacionais e nacionais como a Fundação de Serralves e Calouste Gulbenkian, pretende salientar os benefícios da adopção destas tecnologias, face aos potenciais perigos.

Abstract This paper presents a review of the existing Web 2.0 adoption strategies by cultural institutions, especially in museums. The purpose of the review is to understand and classify different technology adoption strategy models and to evaluate the need of local institutions to apply the same model in order to benefit from the benefits of user participation in a Web 2.0 era. In order to better illustrate the presented concepts, this review presents a case study analysis – the Brooklyn Museum – and briefly compares it to international and national institutions like Serralves and Couste Gulbenkian Foundation, as to highlight the benefits of the adoption of these technologies facing its potential dangers.

Palavras-chave Museus, Web 2.0, Colaboração, Participação, Comunidade

Keywords Museum, Art, Culture, Web 2.0, Collaboration, User Participation.

Museus 2.0, Pedro Amado, NPICPD 2008

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Introdução Os museus e as instituições culturais são lentos a adoptar estratégias e tecnologias de comunicação no que diz respeito à plataforma digital de comunicação por excelência actualmente – a Internet. No entanto, com a larga aceitação que a Web 2.0 encontrou na comunidade de utilizadores da Internet actualmente, chegou a hora dos Museus e Instituições Culturais (num sentido geral) tirarem partido de todas as possibilidades que esta plataforma oferece de forma a poder comunicar melhor e servir o seu público(s) e melhorarem os processos e mecanismos de comunicação interna. Em confirmação desta tendência, verificámos, numa breve análise aos sites de instituições culturais nacionais, que estas ainda não adoptaram a Web 2.0 como interface com os seus públicos. Identificámos os sites de duas das maiores instituições culturais nacionais, a Fundação de Serralves e a Fundação Calouste Gulbenkian como o Estado da Arte local, mas que infelizmente seguem a tendência nacional. Pelo contrário, numa pesquisa simples identificámos, para o propósito deste artigo, cinco instituições internacionais – o Walker Arts Center (CA), o Metropolitan Museum (EUA), San Francisco Art Museum (EUA), o Museum of Modern Art (EUA) e o Brooklyn Museum (EUA) como o estado da arte na adopção de estratégias de comunicação e implementação de tecnologias Web 2.0 no panorama internacional.

Web 2.0 De uma forma geral, os Museus têm vindo a adoptar lentamente a Web como plataforma de comunicação e interacção com os seu(s) publico(s). No entanto, desde a sua adopção pelas primeiras instituições que este meio tem vindo a ser considerado de uma forma muito tradicional de canal de divulgação um-para-muitos. Desde meados da década de 1990 até aos nossos dias, a tecnologia evoluiu tal como aconteceu com o conhecimento e acções de participação dos utilizadores. As instituições culturais actuais enfrentam uma nova série de desafios que lidam com factores desde os tecnológicos aos sociais: •

Novas e complexas tecnologias digitais (Web);



A Internet como meio de comunicação é agora considerada como uma plataforma de publicação pessoal



Visão descentralizada da Web – apelidada de “Nuvem”



Entusiasmo tecnológico gerado pelos próprios utilizadores



Alargado gama de interesses do público (mais generalizado)



Rapidez e facilidade de acesso e recuperação de informação tanto dos sistemas como da expectativa do utilizador

Tradicionalmente, os museus têm-se debatido por adaptar a sua missão a este meio digital, em grande parte devido à diferença das realidades tradicional e digital. Hoje, há ainda outras realidades que desafiam e retiram a atenção dos utilizadores para estas instituições, como as armadilhas digitais da Web 2.0.

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De forma a não perder as últimas tendências e exigências “do mercado”, as instituições culturais têm que compreender os fundamentos da Web 2.0 como: •

Um fenómeno Social que se refere À abordagem orientada para a criação e distribuição de conteúdo pelos utilizadores (WIKIPEDIA, 2008a);



Uma arquitectura de participação onde o utilizador controla é dono das informações (O'REILLY, 2005);

A palavra “social” é uma noção operativa no conceito de redes sociais. Definida pela Porto Editora apenas como “pertencente ou respeitante à sociedade, que gosta de viver em sociedade, sociável, diz-se dos problemas relativos à organização e à satisfação das necessidades dos indivíduos em sociedade”. Isto pode ser uma proposição difícil para uma instituição de grandes dimensões que procura participar numa esfera onde as comunicações pessoais são fundamentais – como atribuir uma personalidade social, uma cara a uma instituição? Como pode uma instituição estabelecer relações pessoais? Especialmente porque o Facebook, um dos sites mais populares nas redes sociais tem uma política rigorosa de um perfil por indivíduo e não de instituição, nem empresa, sem excepções. Assim, como pode um museu operar numa estrutura social como o Facebbook? Um conceito fundamental, quando operamos nas redes sociais, é a importância de conhecer e de nos relacionarmos com a pessoa que administra a página em representação da instituição em vez de apenas operarmos na rede em prol das relações públicas ou do Marketing (Ellis, 2007). Exemplos recentes e actuais são o Senador Obama nos EUA que tem uma equipa identificada que opera no Twitter por ele1, ou mesmo o Actor britânico John Cleese que tem um gestor de informação. Mais uma vez, este gestor complementa as opiniões de Cleese na Blogosfera e actualiza o Twitter por ele. À parte de ser um fenómeno social, a Web 2.0 tem as suas fundações assentes numa base tecnológica muito flexível. A infra-estrutura que a suporta é altamente complexa e está em evolução constante. Nos dias correntes, podemos definir a Web 2.0 tecnologicamente falando por incluir as seguintes plataformas de gestão e distribuição de conteúdos: •

Blogs



Wikis



Podcasts



Forums



Websites de Comunidades



Negócios e lojas orientadas ao utilizador.

Todas as tecnologias acima estão a ser adoptadas de uma forma massiva graças à política de uso livre. Plataformas como o Blogger, Flickr, Myspace são os melhores exemplos hoje do fornecimento gratuito das infra-estruturas tecnológicas aos utilizadores que, em retorno, as adoptam e exploram de forma massiva (ALEXA, 2008)

1

Considerando o Senador Obama como frente de casa para a campanha, ou equipa que está a

trabalhar na candidatura para a presidência dos EUA

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Cartografar a “Nuvem” Não há uma forma de descrever a estrutura ou o aspecto da organização da Web 2.0, até porque as complexas relações entre as comunidades on-line muda constantemente. No entanto, podemos extrapolar algumas “regras de algibeira” que reflectem os atributos emergentes da Web nos últimos anos (SCHAUER, 2005)

Mapa do desenvolvimento da Web (SCHAUER, 2005)

A – VALOR DA CONTRIBUIÇÃO DO UTILIZADOR Desde 1994 que, com o eBay, Amazon e o Blogger ainda a liderar o desenvolvimento de soluções, os negócios e outras instituições têm vindo a lucrar com a necessidade de comunicação e partilha de informação que os têm, providenciando uma plataforma simples e eficaz para a comunicação.

B – O EFEITO DA REDE Os utilizadores identificam-se com as experiências de outros. Isto revela-se de forma explícita na eficácia da linkagem na Web. O paradigma de tráfego actual da rede está a ser routeado por recomendações e não por listagens de directorias. O Pagerank da Google foi um ponto de viragem universalmente influente (VISE, 2007)

C – DESCENTRALIZAÇÃO A tecnologia BitTorrent e a Wikipedia têm sido as principais filosofias de descentralização, no que diz respeito à Web. O primeiro por providenciar uma tecnologia de comutação de pacotes que aumenta a eficácia e rapidez de entrega e performance da rede para grandes quantidades de tráfego (WIKIPEDIA, 2008 c). O último por providenciar um

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enquadramento intelectual de um sistema não hierárquico e descentralizado de publicação editorial

D – CO-CRIAÇÃO E REMISTURA Os conteúdos gerados pelos utilizadores, facilidade de publicação e a velocidade da distribuição digital estão a criar stress na noção de propriedade. Os sistemas abertos e a partilha de conhecimento têm vindo a ganhar cada vez mais popularidade. As instituições abrem progressivamente a possibilidade do uso dos seus serviços proprietários através do uso de APIs ou da adopção de políticas de desenvolvimento em Open Source2

E – ECOSISTEMAS EMERGENTES Todos os pontos acima têm contribuído lentamente para a formação das comunidades online de utilizadores que emergem à volta de serviços populares e Open Source Tal como afirmado por Reingold (1994), descritos, estes ecossistemas não passam de uma grande comunidade on-line: “Virtual communities are social aggregations that emerge from the Net […] to form webs of personal relationships in cyberspace” Os Ecossistemas ou as Comunidades On-line não são uma tendência nova. Estão apenas a renascer à luz do estado actual da Web, sendo alimentadas por uma geração de Prossumidores (TAPSCOTT, 2005).

Porquê da adopção da Web 2.0 Um mecanismo que nos é útil para perceber o porquê de adoptarmos esta realidade é a curva Gartner Hype Cicle (GARTNER, 2008) (WIKIPEDIA, 2008b). Este gráfico ajuda-nos a entender como as novas tecnologias são recebidas pelo público.

Gartner Hype Cycle

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Tal como Raymond Williams promoveu para a abertura do Netscape Browser em 1998.

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O período que se desenvolve do Gatilho Tecnológico ao Pico de Expectativas Inflacionadas é um intervalo crítico onde esta curva se pode desintegrar dado que pode falhar na sua aceitação pelo mainstream. Durante este período, no qual se inserem os museus na adopção das tecnologias Web 2.0 os desafios têm que ser encarados com a maior sensibilidade. De forma a reduzir o hiato que pode levar ao fracasso da aceitação de uma tecnologia (conforme o gráfico de Gartner), Ellis e Kelly (2007) apresentam um conjunto de guias: •

Ouvir e atacar as principais questões: As soluções só podem ser enontradas com a experiência e esta só se consegue levantando e ouvindo os problemas dos utilizadores



Apoiar os entusiastas: Nem toda a gente adopta cegamente uma nova tecnologia ou ambiente, daí que os entusiastas devem ser acompanhados e encorajados a experimentar de forma a podermos recolher a sua experiência



Avaliar: É erro esperar que a adopção de um nova tecnologia não acarrete os seus riscos. No entanto, é necessário pesar a decisão entre correr o risco e não fazer nada, que já vimos que não podemos fazer.



Gerir as expectativas: è necessário vencer a inércia promovendo os benefícios destas iniciativas equilibrando-as face ao perigo da sobrevalorização das mesmas



Partilhar as experiências e conhecimento específico: As conferências e eventos, bem como as mailing lists na web são espaços privilegiados para o efeito

Da mesma forma, para evitar a depressão após o sobre entusiasmo tecnológico, Ellis também nos fornece um conjunto de guias de forma a suavizar a descida da curva: •

Utilizar soluções de baixo custo como o Blogger ou Flickr equivalem a um baixo risco;



Flexibilidade e Migração: a utilização de tecnologias abertas e flexíveis baseadas em standards como feeds XML/RSS permitem por um lado a facilidade de migração e por outro a exposição a comunidades que de outra forma seria dificial fazer chegar a informação. Isto pode resultar em visitas à nossa instituição que de outra forma não aconteceriam;



Garantia de qualidade: Terá que haver um controlo de qualidade para que as metodologias ou procedimentos adoptados sejam optimizados e corrigidos;



Abertura e transparência: Se formos honestos com a nossa equipa e com a nossa audiência acerca das tecnologias e opções tomadas a qualidade do feedback e entendimento da audiência será maior e podemos mesmo beneficiar de contributos válidos desde as primeiras etapas do processo.

O Actual estado Institucional Porque a preocupação com as estratégias que estão a ser adoptadas/implementadas nas Instituições artísticas e culturas? De um ponto de vista externo, as principais instituições locais não estão a tirar partido total destes ecossistemas emergentes:

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Estas instituições consideram o universo da comunicação on-line como mais um meio de distribuição;



Os blogs têm sido considerados como uma ferramenta pessoal e não institucional;



O Museus consideram-se autoridades no que toca a informação e divulgação



Há uma falta de conhecimento e experiência no interior destas instituições



Há uma falta de financiamento, que pode ser facilmente atribuído `fraca condição económica internacional.

O Museus e as Instituições Culturais estão a mudar de atitude lentamente face à interacção dos utilizadores. Estas tecnologias 2.0 já estão a ser adoptadas por alguns. Apresentamos na tabela seguinte as cinco instituições que representam o estado da arte na utilização das tecnologias 2.0 na plataforma internacional e duas nacionais para comparação, como uma base de avaliação para a potencial experiência rica Web 2.0

Fine Art Museum of San Francisco Brooklyn Museum

X

experiências

X

Fusão das

Podcasts

Social Tagging

Youtube

RSS

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

Museum of Modern Art

Fóruns

Metropolitan Museum of Art in New York

X

Twitter

X

Social Networks

Walker Art Center (Minneapolis, CA)

Wikis

Implementações Tecnológicas

Blogs

Instituição

X X X

Fundação de Serralves Fundação Calouste Gulbenkian

X

Instituições e aproveitamento de serviços da Web 2.0

Esta pequena comparação, como afirmado por Middleton (2007) serve para colocar o Museu de Brooklyn como um pioneiro neste campo desde aproximadamente finais de 2006, e como um exemplo que pode servir como guia de desenvolvimento para a evolução da presença dos museus na Web. Talvez não seja o melhor exemplo, ou o que tira mais partido da Web 2.0 enquanto plataforma. Neste nível, embora contestável, é o Walker Arts Center que merece o crédito, tanto a nível de utilização das tecnologias como abrangência e criação de comunidade. No entanto, dado o esforço de comunicação e compatibilidade com o estudo apresentado, iremos referir-nos ao Museu de Brooklyn como exemplo. No panorama nacional, o enquadramento foi de difícil escolha, pois os sites das instituições nacionais são muito semelhantes estando todos construídos sob uma lógica muito tradicional. Optámos pela comparação simples da Fundação de Serralves (FS) e da Calouste Gulbenkian (FCG) porque ambas as instituições geram inúmeras páginas de hits na esfera social e não são responsáveis por nenhuma (de forma oficial). A única implementação que vai ao encontro das estratégias delineadas abaixo é a implementação de RSS por parte da FCG.

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Brooklyn, análise de um estudo de caso Olhando para as missões das principais instituições em causa, podemos observar que a missão do Museu de Brooklyn partilha os mesmo conjunto objectivos à maior parte das instituições, resumidamente: •

Servir de ponte entre a comunidade rica em heranças culturais e a experiência rica de cada utilizador.



Almeja servir o seu público tão diverso como um centro dinâmico inovador e acolhedor para a aprendizagem das artes visuais.

Acerca disto, Caruth e Berstein (2007) referem-se à opinião de Dilworth (Citado por ROSE, 2006) que afirma que a era do controlo [da informação] terminou. Ou nos expomos e tentamos participar numa comunidade rica e altamente expressiva tirando partido deste novo poder encontrado, ou apenas ficamos “escondidos” no nosso canto: “When the consumer carries the message, it's really powerful” Tendo a missão presente, iniciaram a tarefa de adoptar estas tecnologias introduzindo o desafio de traduzir a missão actual para o website e de como torna-la relevante para as suas audiências. Estas, revelaram que a maioria eram jovens (55% abaixo dos 45 anos) e com educação superior (72% tinham graus académicos) com formação em tecnologias digitais (80% com acesso à Internet) e indicaram que os visitantes jovens consumiam conteúdos mais rapidamente. Isto é, visitavam mais exposições num período mais curto e ainda queriam retirar mais das suas visitas. Encontraram entraves no financiamento: Os fundos limitados para o desenvolvimento e programação do website era um entrave como para muitos museus nacionais e internacionais. A par disto, e apesar da iniciativa do Museu de Brooklyn ter partido de dois dos seus directores, foi necessário educar um número elevado de pessoal para o uso destas plataformas e como elas podiam ser utilizadas efectiva e eficientemente.

O SIMPLES IMPULSO DA PARTILHA Foi o impulso de partilha que os levou a iniciar o percurso pela Web 2.0 participativa. Com uma incursão modesta na Blip.tv de repente descobriram que tinham duas audiências. Os visitantes e a audiência on-line que nunca tinha visitados sequer a página do Museu. O Efeito comunitário aconteceu imediata e instantaneamente, com os visitantes virtuais a debitarem feedback e a comentar os vídeos. Um outro efeito já observado com Joshua Davis nos EUA e mais recentemente no OFFF 2008 em Lisboa é o fenómeno de participação local – O Museu montou um mural onde os visitantes se podiam exprimir no espaço da exposição. Reconheceram que foi o ponto de viragem para a abordagem participativa e um catalizador para a construção de uma experiência dinâmica e interactiva on-line. Convidaram e incentivaram os participantes a

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acompanhar o desenvolvimento do Mural on-line recorrendo ao Flickr e a iniciativa foi um sucesso3 Esta experiência levou-os a realizar um processo inverso, ao fornecer uma ferramenta de desenho e ilustração on-line, desenvolvida pela equipar “From Street to Studio”, beneficiando da prévia colaboração, o que os permitiu reaproveitar material existente por uma fracção do preço do desenvolvimento de uma peça nova. O reaproveitamento é uma noção-chave neste tipos de ambientes. À semelhança do que outras empresas já realizaram no passado como os Soda, criaram uma galeria onde os utilizadores podem partilhar as suas criações.

WORD-OF-MOUTH Com a ajuda da presença de artistas populares no MySpace, o Museum ganhou uma boa reputação e publicidade nesta plataforma, acabando por publicitar as galerias e os podcasts que tinham gravado entretanto. Pelo caminho, com a ajuda do artistas Ellis G. o Museu criou ligações com muitos “amigos” no MySpace. Com apenas um conjunto e galerias criadas (com a ajuda de uma ferramenta de ilustração), uma página no Flickr, uma série de Vídeos no Blip.tv e uma série de Podcasts, o plano de mover o museu em território 2.0 foi um sucesso apenas em termos de números e um ainda maior sucesso no cumprimento da sua missão. Descobriu uma comunidade na Web que não implicava necessariamente grandes recursos técnicos. Pelo contrário, procurar a audiência on-line em comunidades existentes como o Flickr, MySpace e Blip.tv revelou ser ainda mais poderoso! Afinal de contas, porque esperar pela audiências quando podemos ir ao encontro delas?

INTEGRAÇÃO VS. DESINTEGRAÇÃO: O VALOR DO CONTEÚDO RSS Como resultado do uso e fragmentação da experiência pelos vários serviços on-line, a equipa do Museu de Brooklyn sentiu necessidade de recolher a comunidade no website anfitrião do museu. Após desenvolverem um backbone de vários investimentos 2.0, combinaram-nos numa única área do site do museu e denominaram-na de Communidade4. Esta mudança permitiu uma participação na Web mais visível e unificar as duas audiências Web – as dos visitantes do Site e dos Utilizadores das Comunidades variadas. Em adição especial, estão a tentar adicionar características comunitárias directamente em todas as áreas do site. Pessoalmente, creio que esta jogada, se não for bem calculada é um erro tal como apontado por Barbosa [32] pois nem toda a informação é susceptível de ser veiculada de uma forma participativa ou estar sujeita a comentários. Há um espaço e tempo para tudo.

3

A transição/fusão das realidades física e on-line foi feita através de mecanismos relativamente

simples e era interessante ver como explorar esta relação em ambientes mais complexos ou híbridos como o Second Life. 4

Pessoalmente, dada a natureza variada dos interesses e dos próprios utilizadores dos diferentes

serviços reunidos – partilha de imagem, vídeo, som, desenho/arte, etc –deviam ter utilizado o plural – comunidades – ou algo ainda mais audaz como Zoológico, um apontamento de humor típico dos utilizadores destas plataformas.

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Uma coisa é certa, quando escolhemos e testamos uma aplicação a adoptar temos que seguir duas regras de algibeira. Segundo Berstein: •

Se possível, sindicar todo o conteúdo gerado;



Agregar o conteúdo dos vários sites;

Porquê a importância destas regras? É simples, os utilizadores das redes e sites sociais não gostam de “abandonar” a esfera da rede social para ir recolher conteúdos noutro lado. Se possível tentar embutir o máximo de conteúdo nas páginas possível de forma a evitar que os utilizadores as abandonem. Um efeito secundário interessante é que estas páginas acabam por ficar disponíveis a qualquer pessoa na Internet e não só apenas aos utilizadores de sites ou comunidades específicas e ser inteiramente indexáveis pelos motores de busca. Permitir os utilizadores embutir o próprio conteúdo do museu nos seus sites, apropriandose dele é outro aspecto fundamental da experiência tecnológica da Web 2.0. A fornecer o pequeno snippet permitem que os utilizadores partilhem o conteúdo do museu da forma que preferem. Fornecer este tipo de autoridade sobre a propriedade do conteúdo aos utilizadores é uma forma de aumentar o factor de word-of-mouth. Muito semelhante ao que verificaram no passado com iniciativas como o ArtShare e que irá desenvolver um papel crescente na estratégia de desenvolvimento e implementação do museu. Até porque como já foi verificado, muitos sites como o Google Notebook permite os utilizadores “apropriarem-se” dos conteúdos mesmo sem a nossa intenção ou autorização. Mais uma vez, antes que o façam por nós, é preferível que o definamos à nossa maneira. Numa outra frente (em Junho de 2007) começaram a integrar e unificar os vários Blogs numa única plataforma própria. A intenção é tornar a publicação mais rápida, fácil e agradável para a própria equipa, nunca esquecendo a abertura da informação e transparência da estrutura ao público. Até porque a natureza dos blogs se ajusta perfeitamente à realidade social da Web 2.0 – é uma manifestação maioritariamente pessoal das informações e opiniões. FUSÃO DAS EXPERIÊNCIAS PRESENCIAIS E ON-LINE Paralelamente a desafios de criação de vídeos no Youtube e da participação “normal” online, os responsáveis do Museu de Brooklyn instalaram no espaço físico da exposição o que apelidaram de “Community Voices”. Ecrãs onde se podem ler as reacções escritas às exposições de visitantes ou de comunidades vizinhas e e inserir comentários. Assim o visitante/utilizador pode optar por qualquer uma das vertentes. Como seria esperado, a maior parte do tráfego provém das páginas que contêm informação acerca de exposições particulares. E alojar os comentários e reacções no próprio site providencia pelo menos duas grandes vantagens: •

Dentro da instituição, é mais fácil interpretar o feedback em tempo real do que a circulação e processamento dos comentários na forma tradicional (papel)



Os visitantes podem ver e reagir aos comentários de outros interpretando as exposições e objectos e de alguma forma ingressando num grau de interacção;

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Ao longo do tempo, os comentários às exposições foram ganhando popularidade quadruplicando os números de entradas do primeiro para o terceiro trimestre de 2007. É no entanto difícil avaliar os factores que levam aos resultados da participação, podendo ser qualquer um: (re)conhecimento, popularidade da exposição, dados demográficos da audiência, atracção visual ou apelo entre outros. Uma coisa é certa, o número de visitantes de ambos trimestres é muito semelhante, mas a participação on-line quase que quadruplicou. Factor que os vai levar a investir em quadros electrónicos em todas as galerias das exposições.

NOTAS DA EXPERIÊNCIA Em tom de conclusão, a experiência da pequena iniciativa do museu de Brooklyn levou Bernstein e Caruth a acreditar que num conjunto de directrizes: •

Empenho e dedicação: como um bom membro da comunidade, é necessário manter uma participação constante –ler, responder e gerar comentários em como criar uma corrente de conteúdos novos e frescos;



Conhecer a audiência: é necessário manter uma noção real do que estamos a fazer e do que estão a dizer sobre nós, mesmo que seja necessário recorrer a inquéritos.



Sucesso: o sucesso é determinado apenas pela participação da audiência e pode ser medido em word-of-mouth;



Comunidade em primeiro lugar: Nunca colocar os interesses comerciais ou de marketing à frente do valor da comunidade e da comunicação com a audiência correndo o risco de nos tornarmos maus membros da comunidade



Começar pequeno: Utilizar os serviços e comunidades existentes e crescer aos poucos conquistando audiências;



A voz da comunidade pode ser mais influente que a do Museu. Isto pode ser uma boa experiência para o Museu, com todos os bons e maus comentários, desde que se esteja aberto a uma crítica construtiva. O esforço de estar atento à audiência, no caso do Museu de Brooklyn compensou.



Keep it Real (KIR) – a simplicidade para o utilizador é imperativa:

Para cumprir com este último objectivo (KIR) a instituição tem que personalizar o mais possível o seu conteúdo. A Web 2,0 é essencialmente isso – ligações pessoais e identificação de comunidades e não Marketing e relações públicas. Permitir a apropriação do conteúdo por parte dos utilizadores e prestar atenção ao uso e reacções da comunidade são ferramentas operacionais incontornáveis Distribuir o conteúdo da forma que os utilizadores preferem. As experiências como o ArtShare, a sindicância total dos conteúdos e a divisão categorizada de RSS bem como a oportunidade dos utilizadores embutirem o código permitiram às audiências interagir com a informação da forma preferida. Se há o perigo de ser perder números em visitantes graças à dispersão da informação, há um ganho significativo em valor de comunidade.

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Porquê preocuparmo-nos? Responsabilidade 2.0 O que é que se encontra no cerne de todos estes termos que habitam a esfera da Web 2.0, como os mashups, a descentralização, o Conteúdo Gerado pelos Utilizadores (CGU), colaboração, Creative Commons? O que quer que seja, tem sido uma questão difícil de lidar por parte das instituições culturais como os museus, dado que todas estas noções colocam os utilizadores no centro das atenções e não a instituição. Os valores tradicionais estão a ser questionados. Como expresso por Ellis e Kelly (2007), a Web 2.0 provoca situações desconfortáveis na medida em que liberta coisas e fornece o poder ao utilizador comum de se manifestar livremente, partilhar e colaborar de formas sem precedentes. Para os museus, o desafio que isto cria é profundo – e a descida dos padrões de qualidade?5 Quem é que vai moderar os conteúdos?6. À medida que os maistream media trazem as ferramentas e plataformas mais populares como o YouTube e o MySpace para o domínio do conhecimento público, aumentamos o risco de exposição típico da Gartner Hype Curve – o risco da banalização e uso das ferramentas “porque sim”, porque podemos, porque toda a gente as usa, ou ainda pior, porque atrai financiamento. Não há, no entanto uma razão específica para recorrermos à Web 2.0, a não ser pelo verdadeiro interesse no relacionamento social. E porque nos devemos preocupar? Porque simplesmente é a direcção que a web tem vindo a adoptar. Os utilizadores já não se limitam a receber e a assimilar conteúdos. Estão progressivamente a transformar-se em Prossumidores, despendendo cada vez mais tempo a produzir os próprios conteúdos e a consumir os conteúdos de outros utilizadores. As instituições actuais correm o risco de se tornarem invisíveis para um número crescente de cidadão digitais – as pessoas que trabalham, vivem e se entretêm na Web. Se estas instituições não se promovem e se definem, para além da invisibilidade digital, correm um risco acrescido que alguém o faça por elas de forma errada. Podem já estar a participar nas comunidades fazendo parte do fenómeno 2.0 e não saber. Como notado por por Ellis 9% do tráfego (referral) do site do Science Museum estava ser gerado a partir do MySpace, pelo simples facto das pessoas utilizarem imagens do mesmo, com uma forte probabilidade de nem sequer consultarem ou visitarem o site. Sites como o Google Notebook ou o ClipMarks também permitem este género de operações de uma forma fácil e popular para os utilizadores. Os museus também precisam se actualizar com as preferências e perfis tecnológicos. Tal como o público do Museu de Brooklyn, o público dos museus é mais educado, exigente e 5

Dumbimg down na expressão original utilizada por Ellis e Kelly

6

No caso da Exposição Goodbye Coney Island do Museu de Brooklyn (Bernstein, 2008) a moderação

pôde ser feita por um comissário. Este foi um casos específico que demostra tanto a possibilidade como a impossibilidade da moderação dado que em contrapartida do controlo de qualidade a quantidade de informação tem que ser controlada por critérios muito específicos de participação que se afastam dos padrões da Web 2.0.

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tecnologicamente activo, e cada vez mais à medida que um número crescente de utilizadores pode ser considerado de prossumidor (TECHNORATI, 2008). Estas tecnologias também se estendem à experiência de utilização. Apesar de poderem ser consideradas como um meio rico e “isolado”, elas potenciam e são potenciadas pela experiência física da visita local tal como apresentado pelos casos de Mural de Brooklyn e de Joshua Davis. Muitas instituições, como as apresentadas na tabela de utilização dos serviços da web 2.0 pelas instituições, já estão a estender a sua missão e objectivos ligando a experiência física com a experiência on-line. Definindo um papel mais responsável e activo on-line. Ligandose a outros meios e instituições tornando-se parte da rede descentralizada. Fazer a mudança para a Web 2.0 tem os seus riscos. O meio digital está em constante mutação, por isso há a necessidade acrescida de enquadramento e a sujeição a um maior escrutínio dada a abertura e exposição (ALMEIDA, 2002). No entanto, estes riscos surgem para balancear uma grande vantagem de ser um “early adopter” – tornarem-se num “first moover” (SPADACCINI, 2006) é uma forma de ajudar a consolidar o papel dos museus na próxima geração de experiências de utilização dos museus. A comunicação em tempo real, ou quase é o principal objectivo nesta mudança de paradigma de funcionamento das instituições culturais. Usamos aqui o termo tempo real num sentido menos restrito, dado que o objectivo não passa pela comunicação síncrona, mas sim na comunicação baseada em texto - com o objectivo de criar memória institucional – e nas capacidades multimédia da Web, exploradas de foram a realizar todo o seu potencial ilustrando e enriquecendo a experiência do utilizador. As barreiras mais comuns que se colocam quando lidamos com a Web 2.0, especialmente em ambientes institucionais como os museus são: •

O porquê?



Propriedade dos conteúdos, privacidade e legalidade



Questões de implementação Técnica;



Custos e Recursos necessários



Medição e avaliação (ROI);

A algumas destas questões já fomos sendo abordadas, mas em tom de resposta, Os museus têm que continuar a investir para manter um pioneirismo na Web, de forma a encontrarem e manterem as suas audiências. As oportunidades para se relacionarem com indivíduos e comunidades reais são imensas. Por outro lado, minimizam o fosso existente entre as pessoas reais por trás das instituições e as pessoas reais, utilizadores dos espaços reais e virtuais. A visibilidade também é um factor que tem vindo a ser mencionado. O controlo da “face pública” do Museu deve ser da responsabilidade da própria instituição e não de outros que o façam por nós. A questão de autoria e de propriedade na Web desde sempre que tem sido questionada e desafiada. No entanto, cada vez mais instituições importantes como a BBC estão a abrir o acesso e abdicar do controlo sobre os seus conteúdos em prol do retorno obtido da

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utilização dos conteúdos por parte dos utilizadores. Existe no entanto preocupações no que toca ao impacto que este CGU pode causar à identidade da instituição. Esta pode ser minimizada através do uso cuidado de design e de uma identidade forte por parte da instituição, como no caso da Amazon ou do eBay que há muito lidam com terceiros sem perderem a identidade. Quanto aos aspectos técnicos e custos envolvidos, no caso da adopção e apropriação das plataformas disponíveis actualmente, estas não são preocupações reais, tal como demonstrado pelo caso de estudo do Museu de Brooklyn. Em última análise, podemos sempre recorrer a serviços externos de moderação e controlo de informação como o eModeration. Por fim, como medir e avaliar retorno de investimento (ROI). Esta É das poucas perguntas que dificilmente terá uma resposta objectiva dado que lidamos com um elevado factor social. No caso on-line, podemos recorrer a ferramentas como as estatísticas recolhidas e trackbacks que nos dão uma boa percepção do impacto movimento de informação comunitário. No entanto, não é o suficiente e a medição do retorno de investimento pode ser difícil, senão mesmo impossível.

Benefícios Deve ser óbvio que hoje, a maior parte dos utilizadores consome mais do que cria. Os utilizadores participativos, ou melhor, os Prossumidores são geralmente uma elite ou um pequeno núcleo das comunidades geralmente tecnófilas. Mas mesmo estes padrões estão a mudar. Apropriando-se das plataformas de uso mais simples e generalizado, as instituições podem instigar a experiência de comunidade nos não contribuidores e de certa forma promove-los a futuros bloggers ou participantes. No entanto, tal como afirmado por Ellis acima, a qualidade da informação terá que ser assegurada enquanto se encoraja a participação dos utilizadores. Se a participação dos utilizadores dor regular, as instituições beneficiarão naturalmente de uma dialéctica comunitária que providenciará um feedback valiosíssimo tal como uma oportunidade de promover directamente eventos e produtos. Mantendo uma relação directa com a audiência, é uma forma que estas instituições podem encontrar para poupar um esforço enorme, deixando que a própria comunidade sonde o ecossistema fornecendo informações e escrutinando os concorrentes.

Conclusão “All the things that the Web 2.0 represents […] become unarguably good things, to be nurtured and applauded, emblems of progress […] but is it really so?” (CARR, 2005)

Museus 2.0, Pedro Amado, NPICPD 2008

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A Web 2.0 está aqui para ficar e as suas direcções futuras ainda não são previsíveis. As Instituições podem fazer o que for possível o que estiver ao alcance, experimentando com a tecnologia e o público. No entanto, esta plataforma não é uma substituição do mundo físico, nem tem a mesma responsabilidade “dramática” quando as coisas não funcionam como esperado. Também não há a necessidade/esforço de começar do zero, dado que os utilizadores deste meio possuem um conhecimento prévio que os ajudará na experiência participativa. Apesar de algum investimento inicial elevado, a longo-prazo o feedback e participação da comunidade providenciarão muito mais à instituição do que esta é capaz de gerar sozinha.

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