Música enlatada no cinema: a América de Monteiro Lobato

May 26, 2017 | Autor: M. Ribeiro Martins | Categoria: Brazilian Literature, Brazilian modernism, American Federation of Musicians
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REVISTA BRASILEIRA DE

Literatura Comparada

Belém-PA 2015

Diretoria

Abralic 2014-2015

Presidente

Germana Maria Araújo Sales (UFPA)

Vice-Presidente

Marlí Tereza Furtado (UFPA)

1° Secretária

Tânia Maria Pereira Sarmento-Pantoja (UFPA)

2° Secretária

Mayara Ribeiro Guimarães (UFPA)

1° Tesoureira

Maria de Fátima do Nascimento (UFPA)

2° Tesoureiro

Fernando Maués de Farias Junior (UFPA)

Conselho Deliberativo Membros Titulares

Marilene Weinhardt (UFPR) Luiz Carlos Santos Simon (UEL) Antônio de Pádua Dias da Silva (UEPB) Ana Cristina Marinho Lúcio (UFPB) Marisa Philbert Lajolo (Mackenzie) José Luís Jobim Salles Fonseca (UERJ) André Luís Gomes (UNB) Alisson Marcos Leão da Silva (UEA)

Membros Suplentes

Diógenes André Vieira Maciel (UEPB) Humberto Hermenegildo de Araújo (UFRN)

Conselho Editorial

Eneida Maria de Souza, Jonathan Culler, Lisa Bloch de Behar, Luiz Costa Lima, Maria Helena Bonito, Raul Antelo, Silviano Santiago, Sonia Brayner, Yves Chevrel. ABRALIC CNPJ 91.343.350/0001-06 Universidade Federal do Pará ( UFPA) Instituto de Letras e Comunicação (ILC) Rua Augusto Corrêa, 1 - Guamá CEP: 66075-110 Belém-PA E-mail: [email protected]

REVISTA BRASILEIRA DE

Literatura Comparada

ISSN 0103-6963 Rev. Bras. Liter. Comp.

Belém-PA

n.26

p. 1-121

2015

2015 Associação Brasileira de Literatura

Comparada

A Revista Brasileira de Literatura Comparada (ISSN 0103-6963) fundada em Porto Alegre (RS), no ano de 1986, é uma publicação semestral da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC), entidade civil de caráter científico e cultural, que congrega professores universitários, pesquisadores e estudiosos de Literatura Comparada. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta revista poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados, sem permissão por escrito.

Editora Comissão editorial

Maria de Fatima do Nascimento Germana Maria Araújo Sales Marli Tereza Furtado Tânia Maria Pereira Sarmento-Pantoja Mayara Ribeiro Guimarães Maria de Fátima do Nascimento

Revisão Editoração

Maria de Fátima do Nascimento Samantha Andrade de Araújo

Revista Brasileira de Literatura Comparada / Associação Brasileira de Literatura Comparada – v.1, n.1 (1991) – Belém: Abralic, 1991v.1, n.2 , 2015 ISSN 0103-6963 1. Literatura comparada – Periódicos. I. Associação Brasileira de Literatura Comparada. CDD 809.005 CDU 82.091 (05)

Sumário

Apresentação 7

Artigos

Juliana Maia de Queiroz

10

" ês de Souza Marcela Ferreira

Mariana Quadro

41

Milena i eiro Mar in

62

a aela Mende Mano an e

82

e a a ea ri

ra

e i

Normas da revista

l

101

117

7

Revista Brasileira de Literatura Comparada Nº2 es uisa em Fontes rim rias Apresentação Germana Maria Araújo Sales ma ine o es o rir m lo e m roman e al n n a e e on e imen o e e oi es ri o or ma a ora o m a or o almen e es on e i a o e n o re eri a o nas is rias li er rias o nas an olo ias j is on eis e ra a s r resa en on rar o men os an i os ar as o i rios e re elam ma ar e a is ria n o on a a sses a a os ra em ma ale ria irre el ao es isa or e ma emo o e a sar arre ios e s o oss eis ra as e is n ia as on es rim rias e reúnem m corpus ol moso e o am m es a o ri ile ia o en re os ra al os a a mi os A es isa em on es rim rias re era es e as in orma es on i as em jornais e o as assa as a er os e i lio e as an i as in en rios orres on n ias ano a es n imas almana es re is as en re o ros a er os e m ni iam os es isa ores riosos e i os or es o er as in i as re n i as no assa o om esse o je i o o ossi S SA M S M AS reúne ensaios e o on a e re omar e re isar or meio e ra al os e se a ro riam essas on es as in orma es so re a ro o e a ir la o e o ras em i eren es s or es em omo o re is ro a re e o e al ro o A on ri i o e es isa ores e se ili am esses s or es rim rios isl m ra re nir i eren es a or a ens e on em lem as on es rim rias or meio a a resen a o e res l a os e e is ss es e ri o me a ol i as alem e ers e i as e sis ema i a o e is oni ili a o o corpus o men al ori n o e semel an es es isas es e ol me es o re ni os seis ar i os assina os or es isa ores as i ersas re i es o a s e se en arre am o ra al o e rea er in orma es e a os im or an es e n amen ais ara a is ria li er ria ian e esse anorama leremos o ar i o oman es rasileiros em or al no úl imo ar el o i o en os ir la o e o

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re e o e liana Maia e eiro jo es o e e o on e o or s e ir la o e roman es rasileiros em or al or meio e ois a lo os o a i raria in erna ional e rnes o ar ron e o a i raria er ran e a ar ir a lis a os los e roman es rasileiros resen es no mer a o e i orial or s a se n a me a e o s lo ar i o analisa ain a a re e o r i a e os e Alen ar e e Ma a o e Assis em solo l so o e emons ra o i lo o e is en e en re rasil e or al ao on r rio o e om men e es re is ra o omo m mo imen o e rom imen o en re as li era ras esses ois a ses se n o ar i o As malo ra as e i es e coro r o e n l s e So sa e a oria e Mar ela erreira re era os rimeiros a los o roman e o a or araense li a os em no jornal ons i ional e am m em se n a li a o om a enas se e a los no ano e e a e i o em li ro e ara assim o ejar as li a es e coro r o e elas ir ns n ias e a a ma o em re e er a al n a e malo ra as ala ras im li eis o e o a er o e arlos r mmon e An ra e re ela so re s a oesia er i a e Mariana a ros e imer e no a er o e arlos r mmon e An ra e e o ser a a arie a e a or na os o men os re ni os elo es ri or ain a is ersos or ar i os ú li os e res ri o i l a o em re is as ian e esse ma erial o or ni a o ela s a em on es rim rias o ensaio ro e ma lei ra os ersos er i os assina os or r mmon o er eiro e o Músi a enla a a no inema a Am ri a e Mon eiro o a o Milena i eiro Mar ins is e a ons r o as i eias e ressas em Am ri a jo ema se e m so re o e ei o a mo erni a o a so ie a e e as ar es om as m an as or e assa a a in ús ria inema o r i a om as onse n ias a s s i i o as or es ras ao i o no inema ela in ro o a músi a me ni a As is ss es ro os as no ra al o m or ase o a er o o jornal or imes re resen a o na o ra or ar i os e ima ens es o is i os elos ersona ens

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arti o o roman e ist ri o i ionali a o da ultura popular em As Minas de Prata a prosa de ar ter ist ri o mais verdadeira ue a ist ria , assinado por Ra aela endes ano an es, e amina o roman e As Minas de Prata, de os de len ar, a partir da re ep o r ti a do roman e ist ri o unto aos intele tuais e roman istas do ito entos, ue de ateram, in lusive, as uest es relativas ultura popular inte rada o ra ist ri o i ional, o servando assim os elementos ue omp em a estrutura da narrativa, em rela o om as dis uss es entre ist ria, i o e tradi o popular, pr prias ao per odo em es opo. dossi on lu do om o arti o mprensa e Literatura o aso dos peri di os na orma o do leitor in antil e uvenil em ato rosso , de autoria de Renata Beatri Brandespin Rolon, u o desta ue est na orma o do ampo liter rio em ato rosso, no ual est inserida a literatura in anto uvenil no stado. e etiva o desse per urso oi poss vel a partir da leitura dos peri di os A Juventude 1 1 a 1 17 , os ornais es olares O Pequeno Mensageiro 1 20 e O Liceu 1 0 , respons veis pela representa o do universo in antil nesses suportes de es rita. s te tos se oadunam pelo es opo das ontes prim rias, re ompondo amin os do passado ue se re onstr i onstr i pela es rita ue desen a di erentes itiner rios s poss veis de re on e imento por meio da es ava o em es anin os t o lon n uos, ue en antar o os leitores para o on e imento de novas possi ilidades e re orr n ias de pes uisa.

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oman es rasileiros em ortu al no ltimo uartel do ito entos ir ula o e re ep o Bra ilian novels in ortu al in t e last uarter o t e nineteent entur ir ulation and re eption uliana

aia de

ueiroz

RESUMO: estudo da literatura em asado em ontes prim rias permite ao pes uisador se aproximar n o apenas das o ras em si mas de in meros elementos envolvendo a produ o ir ula o e a re ep o r ti a no per odo em ue estas vieram lu Este arti o apresenta ini ialmente o ontexto portu u s de ir ula o de roman es rasileiros em ortu al por meio de dois at lo os o da ivraria Interna ional de Ernesto C ardron e o da ivraria Bertrand us ando eviden iar os t tulos de roman es rasileiros presentes no mer ado editorial portu u s da se unda metade do s ulo I Em se uida us a se apresentar parte da re ep o r ti a de os de Alen ar e de a ado de Assis em solo lusitano om o o etivo de revelar interesses e di lo os mais a ran entes do ue sup em as ist rias liter rias tradi ionais ue ostumeiramente apontam um movimento uase ex lusivo de ruptura entre as Literaturas desses dois pa ses. PALAVRAS-CHAVE: ontes prim rias Cat lo os de livreiros oman es rasileiros er ado editorial portu u s e ep o r ti a

o ora em eoria e is ria i er ria ela AM ro essora e i era ra or esa a l a e e e ras A ni ersi a e e eral o ar A el m ar

ABST ACT e literature stud ased on primar sour es allo s t e resear er toapproa not onl to t e literar or itsel ut also to numerous elements involvin t eprodu tion, ir ulation and riti re eption. is arti le irst presents some aspe ts on ernin Bra ilian novels in ir ulation in t e ortu uese oo mar et t epresentation o t o oo atalo ues rom di erent oo stores Livraria nternaciona de rnesto ardron e Livraria Bertrand. ter t at, t is arti le presents some e tra ts rom riti al re eption related to os de len ar and a ado de ssis in ortu al in t ese ond al o t e nineteent entur . e idea is to reveal some interests and relationsmu more e e tive t an t e traditional literar istories assume. t seems to us t at t ere as een mu more dialo ue et een t e ortu uese and t e Bra il literature t an it isusuall onsidered t e traditional literature studies. E S rimar sour es Boo atalo ues Bra ilian novels ortu uese oo mar et Criti re eption

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onsenso entre os istoriados do livro e da leitura reivindi ar para o roman e o lu ar de nero liter rio por e el n ia da uropa e da m ri a ao lon o do s ulo . studos a er a do osto liter rio portu u s oito entista mostram ue a pre er n ia pelo roman e teria e ado via tradu es de o ras ran esas primeiro e, depois, se onsolidado pela ir ula o e re ep o tanto de o ras estran eiras uanto da e pressiva produ o de roman e na ional. arret, er ulano, Camilo Castelo Bran o, lio inis, nomes da literatura rom nti a, dentre outros, i uram em p inas n o apenas de peri di os, mas tam m de at lo os de livreiros, i liote as e de a inetes de leitura portu ueses da se unda metade do s ulo . ais espa os de leitura n o sur iram aleatoriamente no onte to portu u s do ito entos. aria anuela avares Ri eiro onta nos ue ao lon o da uele s ulo ouve v rias ini iativas do overno a im de estimular a es olari a o de omens e mul eres, em omo de pr ti as de leitura. esse sentido, um rande ormador de opini o p li a e importante omponente para a dissemina o pelo osto liter rio romanes o oi o peri di o. periodi idade da propa a o de not ias, roman es ol etins, r ni as, roman es seriados e de r ti a liter ria omentaram um onte to de intensa e erves n ia ultural i ualmente para autores e leitores portu ueses. esse per odo, a pu li a o de v rias o ras ompondo i liote as populares ue eram onstitu das por ole es de prosa de i o destina as a entreter e morali ar, al m de ensinar on eitos e atos ist ri os, so iais e pol ti os aos leitores portu ueses da uele tempo. e undo Ri eiro, deve se a editores omo avid Cora i, por e emplo uma not vel produ o de nove ole es A primeira a Bi liote a Sele ta Ilustrada ue di undiu o ras de eite Bastos erv sio o ato ola oi inau urada em oi pioneiro na divul a o entre n s dos roman es de lio Verne ue oli iu nas s r os s os u os co c os sco c os o ontexto do de ate so re a uest o olonial e da disputa dos vidos interesses das pot n ias europeias no ontinente a ri ano a vul ari a o dos roman es de Verne al uns deles alusivos ri a provo ou parti ular impa to Como outras o ras de teor ient i o e instrutivo a iam parte da ole o Aventuras de Terra e ar IBEI p

oman es rasileiros em ortu al no ltimo uartel do

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papel dos editores oi undamental para o res imento do mer ado livreiro em ortu al na se unda metade do s ulo . maioria de ori em ran esa, instalada em ortu al desde o s ulo anterior ou in io do ito entos, esses omens e tam m mul eres, li ados ao ramo dos livros, investiram em um om r io ue se mostrou rent vel, a ontar pelos at lo os de suas livrarias disposi o dos leitores portu ueses na se unda metade do ito entos. pes uisa om esses at lo os ama a aten o de pes uisadores, pois poss vel e aminar, a partir de suas lin as, diversos dados ue v o desde os t tulos venda, passando pelos pre os, em omo a materialidade, a possi ilidade de se averi uar a maior re orr n ia de autores na ionais ou estran eiros, as tradu es, al m do n mero de edi es et . um universo ri amente en adernado parodiando a terminolo ia para des ri o de livros presentes nos pr prios at lo os ue pode ser e plorado a partir do e ame dessas ontes prim rias espe i as. o ue se re ere presen a da literatura rasileira em ortu al, desta amos o at ogo das u ica es rasi eiras rece idas e a Livraria nternaciona de ardron 1 7 , dedi ado e lusivamente ao livro pu li ado no Brasil a ser vendido em terras portu uesas. are e nos ser o ni o do per odo e lusivo s o ras rasileiras, o ue nos leva a rer ue o mer ado portu u s estava em ran a e pans o no ltimo uartel do ito entos, tanto ue poderia investir tam m na venda de livros d al m mar ao lado dos na ionais e europeus. Composto de vinte p inas, este at lo o de livros revela os autores rasileiros em evid n ia no Brasil na se unda metade do s ulo os de len ar ereira da ilva oa uim anuel de a edo o ovem a ado de ssis Bernardo uimar es e Lu s uimar es nior, omo demonstra a ima em de suas p inas internas

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Cat lo o das pu li a es rasileiras re e idas pela ivraria Interna ional de E C ardron

onte Bi liote a a ional de ortu al

ra se todos esses livros rasileiros estavam dispon veis ao p li o leitor portu u s ual teria sido a rea o da r ti a liter ria espe iali ada em rela o literatura rasileira elo ue onstatamos at a ora uma parte da r ti a enalte eu a nossa literatura lamentando ontudo a par a divul a o desta em ortu al Camilo Castelo Bran o por exemplo em oites de Ins nia o ere idas a uem n o pode dormir desta a a ini iativa de C ardron ao divul ar e tornar dispon vel ao p li o leitor por meio de seus at lo os e de suas lo as de livros a literatura rasileira muito pou o on e ida pelos leitores portu ueses a ontram o al uns r ti os te eram oment rios menos elo iosos so re o ue onsideravam a in ipiente literatura rasileira aso ue ora desta amos o de in eiro C a as por ser um autor ue o upou tanto a posi o de detrator uanto de de ensor ou se a primeiro e severas r ti as literatura rasileira mas depois pare e ter mudado de ideia

nos re erimos a este at lo o em arti o de Con erir EI uliana Brasil e ortu al ela es Transatl nti as e iter rias no s ulo I In oli onia evista do ro rama de p s radua o da T Cuia pp

oman es rasileiros em ortu al no ltimo uartel do

Em texto pu li ado em intitulado iteratura Brasileira in eiro C a as a irma ue apesar de aver talentos na anti a ol nia ameri ana n o se pode di er ue o Brasil possua uma literatura ue a literatura na ional seria a uela ue re lete omo um espel o uma exist n ia ara ter sti a Sendo o Brasil uma na o moderna il a da Europa em suas palavras n o teria ainda uma ima em astante olorida e en r i a C A AS pp Adiante em seu texto in eiro C a as te e lon os oment rios so re o roman e Ira ema elo iando o autor rasileiro por sua ria o Ira ema uma tentativa uma lenda apenas de p inas mas em ue se revela o estilista primoroso o pintor entusiasta das paisa ens natais o ronista simp ti o dos anti os povos rasileiros ela primeira ve apare em os ndios alando a sua lin ua em olorida e ardente pela primeira ve se imprime undamente o un o na ional n um livro rasileiro pela primeira ve s o des ritos os selva ens om a ueles to ues deli ados a musa na ional solta se en im dos la os europeus e vem sentar se melan li a e pensativa som ra das ananeiras vendo o sol apa ar o seu a o ardente na per umada orla das lorestas ameri anas C A AS p

Atuali amos a orto ra ia dessa e das demais ita es do texto

ara o r ti o Alen ar seria o es ritor rasileiro ue teria se aproximado mais da or lo al onstituindo assim uma ini iativa liter ria importante derivando da seus elo ios mais entusiasmados tanto ue o r ti o ompara o roman ista rasileiro ao norte ameri ano enimore Cooper u as o ras teriam ir ulado no s ulo I no Brasil e em ortu al Contudo a se unda parte do texto revela um in eiro C a as astante in omodado om o ue ele onsiderava ser o rave de eito dos livros rasileiros a alta de orre o na lin ua em portu uesa ou antes a mania de tornar o rasileiro uma l n ua di erente do vel o portu u s por meio de neolo ismos arro ados e in usti i veis e de insu ordina es ramati ais p o por a aso in eiro C a as adotou uma postura r ida em rela o ao ue ele lassi i ava omo orrup o da l n ua portu uesa por parte dos autores rasileiros no

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e i res ei o so re o orre o rama i al o se pode perder de vista ue ele oi um es ritor li ado ao rupo liter rio mais onservador da se unda metade do s ulo I em ortu al liderado por Antonio eli iano de Castil o rupo esse ue seria duramente om atido pela amosa era o de dando ori em ao movimento realista na literatura desse pa s Contudo, len ar tam m an ou elo ios pelo seu talento reputado por seus patr ios omo um dos ornamentos mais distintos da atual literatura no Brasil L , 1 , pp. 2 2 , na vo de no n io ran is o da ilva e, de i ual modo, oi desta ado por outro r ti o portu u s, Romeo nior, ue o lo ali ou ... entre os mais ilustres da inteli n ia rasileira R, 1 , pp. 7 . t mesmo o pr prio in eiro C a as, uando da passa em de len ar por ortu al, us ou orri ir sua apre ia o um tanto uanto ne ativa em rela o ao autor rasileiro, in ormando aos leitores ue estes poderiam en ontrar os livros deste roman ista na Livraria Bertrand e na Livraria nterna ional de . C ardron. men o a esses dois livreiro editores n o ortuita. Con orme mostramos anteriormente, no at ogo das u ica es rasi eiras rece idas e a Livraria nternaciona de ardron 1 7 en ontramos de essete t tulos de len ar ao lado de outros tantos de oa uim anoel de a edo e de ereira da ilva, revelando uma ampla o erta de t tulos rasileiros disposi o dos leitores portu ueses. o at lo o da Livraria Bertrand onta ili amos, na se o dedi ada a roman es na ionais e tradu idos, do e o ras de len ar. t tulo de ilustra o, ve amos a apa do at lo o om dados pre iosos. rata se de um e trato de um a ervo supostamente maior, indi ando aos leitores ue avia muito mais livros disposi o do p li o onsumidor na Livraria Bertrand. l m disso, a espe i i a o uanto ao tipo de livro s o livros em l n ua portu uesa, anti os e modernos. s termos anti os e modernos se re erem presen a tanto de o ras de s ulos anteriores uanto uelas mais pr imas data de pu li a o do at lo o 1 7 . a se unda ima em, temos uma das p inas internas desse at lo o om t tulos de

er e e AGAS Man el in eiro n co o s o r ro oor ena o elena es is oa amin o

oa im ro o or u u s ar al o i orial

oman es rasileiros em ortu al no ltimo uartel do

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Alen ar e e o ros a ores rasileiros omo ernar o G imar es e oa im Man el e Ma e o or e em lo ao la o e a ores or eses e e o ras na ionali a es re elan o ma o er a e o ras as an e si ni i a i a

Vi va Bertrand C Cat lo o extrato de livros portu ueses anti os e modernos venda nesta livraria

onte Bi liote a a ional de ortu al

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evista Brasileira de iteratura Comparada n

Vi va Bertrand C Cat lo o extrato de livros portu ueses anti os e modernos venda nesta livraria

onte Bi liote a a ional de ortu al

ote se ue de os de Alen ar temos nesta p ina tr s t tulos r c o r roman e su teatro uc o p r u r roman e Entretanto nas outras p inas do at lo o temos ainda co u os r o r se undo volume de Al arr ios 1 7 O a c o 1 70 O uarani 1 57 As inas de rata 1 5 A ata da ga e a 1 70 O ertane o 1 75 O tronco do 1 71 . esta a se, ainda, a presen a de o ras ue aviam sido pu li adas no Brasil apenas um ano antes da on e o do at lo o omo o aso de s s pr por exemplo Essa sin ronia na o erta de livros nos dois lados do Atl nti o revela um tr nsito e etivo de o ras liter rias entre os dois pa ses uito provavelmente o mer ado livreiro ten a impulsionado, in lusive, a mudan a na apre ia o r ti a em rela o aos autores rasileiros em solo lusitano.

oman es rasileiros em ortu al no ltimo uartel do Se tomarmos o in er alo en re o ano e por exemplo data da pu li a o do texto de in eiro C a as em ue este te eu severas r ti as ao roman ista rasileiro e ano em ue atuava omo um dos redatores do peri di o Brasil de ampla ir ula o em v rias idades portu uesas e prov n ias rasileiras o servamos ue sua ri ide pare e ter dado lu ar a um dis urso em mais ameno Com muita mais a ilidade se estuda na nossa terra a literatura inesa do ue a literatura rasileira E n o se ima ine ue exa ero s editores parisienses mandam para is oa entre as novidades de livraria os roman es ineses tradu idos por Stanislas ulien o le re sin lo o ue ale eu pou os dias ao passo ue do Brasil as ni as novidades ue para nos vem s o a a ar e ananas ra eu n o despre o as ananas o a ar e o a mas ostava ue viessem tam m al uns livros revelar ao p li o portu u s ue os i nora a solutamente os esplendores da literatura rasileira C A AS p

tuali amos a orto ra ia dessa e das demais ita es do presente te to.

u li ado em de mar o de na primeira p ina so o t tulo de Bi lio ra ia Brasileira o texto de in eiro C a as astante elo ioso a er a dos es ritores rasileiros e in lusive enalte e os de Alen ar om onrosos predi ados, e ando a admitir ue o te to r ti o a race a, pu li ado em 1 , po re, de eituoso e in ompleto . Cin o anos depois, ao es rever para um peri di o ue, em suas palavras, assumiu e desempen a a almente a miss o de li ar os dois povos entre si, de os tornar mais on e idos, de a er om ue mutuamente se apre iem C , 1 7 , p.1 , o r ti o portu u s a irma ter omo o etivo ontri uir, omo redator de Brasil, para ue as rela es liter rias entre ortu al e Brasil se estreitem. ara tanto, pretende omentar al uns dos livros ue l e e am dos in meros pa uetes ue esta ele em entre os dois emis rios uma verdadeira ponte lutuante C A AS p E um dos autores ue l e e ara mesa era o ovem a ado de Assis por meio de seu roman e essurrei o u o estilo elo iado por in eiro C a as

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as o ue n o se pode deixar de admirar neste elo livro a en antadora so riedade do estilo o ino to ue de um l pis presti ioso e o deli ado estudo de uns ertos am iantes da paix o ue revelam em a ado de Assis um es ritor adado para os estudos psi ol i os ue s o a ase prin ipal do roman e ntimo na sua a ep o mais elevada C A AS p

Interessa ressaltar ue in eiro C a as enalte e a tend n ia ma adiana para o estudo psi ol i o omo ontraponto a uma vis o supostamente estereotipada ue os leitores do peri di o poderiam ter dos es ritores rasileiros omo autores de narrativas em torno apenas da or lo al oeta dos sal es roman ista da so iedade mais distinta a ado de Assis entendeu e entendeu em ue n o devia apresentar se om ap u de pal a de ro eiro asa o de etim ran o et a pretexto de alor e de or lo al Vestiu pelo ontr rio a sua asa a ran esa al ou as luvas or de p rola sem ue isso de modo nen um pre udi asse a ori inalidade de seu esp rito or ue e etivamente se o estilo de a ado de Assis tem todo o un o europeu respira o ra ioso aroma parisiense isto n o uer di er ue o es ritor rasileiro opie os parisienses e imite os europeus C A AS p

uito semel ante nesse sentido a opini o do pr prio a ado de Assis em seu on e ido texto ot ia da atual literatura rasileira Instinto de na ionalidade pu li ado no mesmo ano em ue in eiro C a as a a apre ia o do roman e essurrei o no peri di o Brasil em is oa Tanto a ado uanto C a as apontam omo uma das prin ipais ara ter sti as da literatura rasileira o tratamento da or lo al e dos usos e ostumes da realidade rasileira so retudo nos roman es o nero mais apre iado nos dois lados do Atl nti o uela altura averia ontudo uma vertente ainda pou o explorada no roman e rasileiro so re a ual assim se posi iona a ado

oman es rasileiros em ortu al no ltimo uartel do

A ui o roman e omo tive o asi o de di er us a sempre a or lo al A su st n ia n o menos ue os a ess rios reprodu em eralmente a vida rasileira em seus di erentes aspe tos e situa es o altam a al uns de nossos roman istas ualidades de o serva o e de an lise e um estran eiro n o amiliar om os nossos ostumes a ar muita p ina instrutiva o roman e puramente de an lise rar ssimo exemplar temos elo ue respeita an lise de paix es e ara teres s o muito menos omuns os exemplos ue podem satis a er r ti a al uns por m de mere imento in ontest vel Esta na verdade uma das partes mais di eis do roman e e ao mesmo tempo das mais superiores aturalmente exi e da parte do es ritor dotes n o vul ares de o serva o ue ainda em literaturas mais adiantadas n o andam a rodo nem s o a partil a do maior n mero ASSIS p

e o li a o ela rimeira e no eri i o o o M n o e i o e e mar o e

ota se para al m da simultaneidade da pu li a o de apre ia es semel antes a er a da literatura rasileira nos dois lados do Atl nti o a opini o expl ita do r ti o portu u s de ue a ado de Assis seria o roman ista rasileiro ue ustamente superaria os limites do tratamento ex lusivo da or lo al em sua o ra ao lan ar m o do roman e de un o psi ol i o Tal eita se undo in eiro a as se onstituiria por meio de uma lin ua em apurada e ele ante no tratamento dos am iantes da paix o es ritos om l pis presti ioso C A AS p a ado por sua ve ao apontar a raridade e a di i uldade de se en ontrar e emplares do ue ele ama de roman e puramente de an lise , 1 7, p. 07 n o dei a de se re erir, ainda ue indiretamente, ao in io de sua produ o romanes a ue, a esta altura, us ava dialo ar om um universo i ional mais psi ol i o e anal ti o, termos usados pelos dois r ti os e es ritores em ena utra vo oet nea tanto de a ado uanto de in eiro C a as ue aponta a novidade tem ti a e estil sti a do roman e de estreia de a ado de Assis a do rasileiro u s uimar es nior poeta ornalista e ol etinista ele ante e ovial se undo a ado de Assis p uimar es unior enalte e a onstru o om uidado e ar o do persona em r lix no roman e essurrei o mas se undo ele os demais persona ens empalide em ao p do er i motivo pelo ual se undo o r ti o

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o livro de a ado ser muito estudado mas por muito pou a ente o um roman e ue atraia o vul o sim um uadro ue ama o ol ar dos entendidos e a aten o dos ami os de oa e e i a literatura estilo a urado tra al ado desenvolvido om uma soli itude s ve es exa erada e ue em um ou em outro ponto pare e perten er mais aos ara es os da arte do ue espontaneidade do sentimento I p apud I A ES p

Em estudo so re a i ura o de leitor nos roman es de a ado de Assis e sua re ep o r ti a lio de Seixas uimar es aponta o estran amento de r ti os rasileiros po a da pu li a o de essurrei o em rela o alta das paix es violentas das randes tempestades do ora o e da espontaneidade do sentimento no roman e de estreia ma adiano esse sentido a ostumados a uma literatura om ontornos tipi amente rom nti os e ao tratamento da or lo al desta a se ue tanto o rasileiro u s uimar es unior uanto o portu u s in eiro C a as de erta orma previram uase ue simultaneamente ue o roman e de estreia de a ado n o atenderia s expe tativas de leitores a ostumados a ananeiras e a uti a as omo o osamente a irmou o r ti o portu u s C A AS p aso espe i o da re ep o r ti a de in eiro C a as a os de Alen ar e a a ado de Assis ilustrativo n o apenas da re ep o de dois nomes onsa rados das letras rasileiras em terras portu uesas mas so retudo do al an e ou tentativa de estreitamento das rela es liter rias e editoriais entre esses dois pa ses o nos es ue amos de ue Alen ar e a ado n o oram os ni os a serem apre iados pelo r ti o portu u s ue se voltou tam m a ereira da Silva e ao poeta Castro Alves dentre outros Al m disso o re istro de in eiro C a as em um peri di o voltado para leitores portu ueses e rasileiros dos dois lados do Atl nti o an a ontornos relevantes para um ol ar mais pre iso das rela es liter rias entre ortu al e sua anti a ol nia na Am ri a na se unda metade do s ulo I per odo em ue o nero roman e

oman es rasileiros em ortu al no ltimo uartel do

an ou a aten o de leitores livreiros e editores Esse novo n ulo revela interesses e di lo os mais a ran entes do ue sup em as ist rias liter rias tradi ionais ue ostumeiramente apontam um movimento uase ex lusivo de ruptura entre as literaturas desses dois pa ses Assim o exame das ontes prim rias em o o at lo o de livros e textos de re ep o r ti a pu li ados tanto no suporte livro uanto em peri di o tra lu aspe tos pou o explorados ue uma an lise puramente ist ri a ou estil sti a do texto liter rio sem levar em onsidera o seu ontexto de produ o ir ula o e re ep o n o permitiria e er

ias

ASSIS a ado de ot ia da atual literatura rasileira Instinto de a ionalidade In a ado de Assis ra Completa Volume III io de aneiro Editora ova A uilar B A C Camilo Castelo iteratura Brasileira In oites de Ins nia o ere idas a uem n o pode dormir orto Bra a ivraria Interna ional de Ernesto C ardron e Eu nio C ardron C A AS in eiro Bi lio ra ia Brasileira In Brasil ano n mero is oa edi o de de mar o de os de Alen ar In i rio da an is oa n p ina edi o de de setem ro de iteratura Brasileira In ovos Ensaios Cr ti os orto Vi va or Editora I A ES lio de Seixas Os leitores de a ado de Assis roman e ma adiano e o p li o de literatura no s ulo I S o aulo an in Editorial Editora da niversidade de S o aulo I omeo As letras no Brasil uas palavras a er a de um ol eto do Sr Antero de uental Bra a Tipo ra ia de omin os ouvea RB R , aria anuela avares. Livros e Leituras no s ulo . n evista de ist ria das deias. Livro e a Leitura. olume 20. Coim ra a uldade de Letras, 1 . L , no n io ran is o da. os de len ar . n Arquivo Pitoresco, e an rio ustrado. Lis oa, 1 .

As malo radas edi es de

de In l s de Sousa

T Marcela Ferreira roman e oronel San rado de In l s de Sousa i ou on e ido na ist ria liter ria por pre eder em uatro anos a pu li a o do primeiro roman e naturalista rasileiro mulato de Alu sio A evedo ato ue se deu em o entanto a pes uisa em peri di os revela ue os primeiros ap tulos do roman e oram pu li ados em no ornal Constitu ional e ue sua se unda pu li a o deu se em na evista a ional de Ci n ias Artes e etras na ual o autor pu li ou apenas sete ap tulos do livro onsa rando se a data da revista omo a da primeira pu li a o do roman e Entretanto essa edi o diver e da uela ue on e emos o e a ual provavelmente oi esta ele ida a partir da edi o em livro de eita pelo pr prio autor retende se neste arti o demonstrar omo oram essas pu li a es de oronel San rado ue pelas situa es de ada uma podem re e er o ep teto de malo radas PALAVRAS-CHAVE: oronel San rado In l s de Sousa peri di os imprensa roman e rasileiro RESUMO:

s e ar i o r o a ese e o ora o em e ras enomina a n l s e So sa im rensa li era ra e ealismo e en i a e a ro a a na S Assis em maio e o ora em e ras ela S Assis ro essora o ns i o e eral e a o i n ia e e nolo ia e Goi s am s r a r a G

ABSTRACT: In l s de Sousa s novel is a no led ed t e literar istor as t e oo t at pre eded in our ears t e pu li ation o t e irst naturalisti Bra ilian novel Alu sio A evedo event t at too pla e in In despite o t at t e istori resear reveals t at t e novel s irst apters ere pu lis ed in in t e ne spaper and t at its se ond pu lis in too pla e in in t e Arts and etters ere onl seven apters o t e oo ere pu lis ed at onventionall esta lis ed t e date o t e ma a ine s pu lis in as t e date o t e irst pu lis in o t e novel evert eless t is edition diver es rom t e one e no toda i as pro a l esta lis ed rom t e edition o t e oo pro eeded t e aut or in T is arti le intends to dis uss t ese pu li ations o co o r o in order to prove ea o t em an e es ri e as oile E S co o press Bra ilian novel

r o In l s de Sousa ne spapers

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trodu o A es isa em eri i os o s lo o e ra er s ios ara a om reens o e es a ele imen o a is ria i er ria rasileira is o e os jornais e re is as eram im or an es meios e i l a o e li a o e li era ra na ela o a A maioria as no i a es li er rias assa a elas i ersas ol as a esar e e em s a ran e maioria in am i a e mera e ir la o res ri a Ma a o e Assis la o ila Man el An nio e Almei a en re m i os o ros aleram se e eri i os ara li ar se s ra al os e sa ram m i as e es rimeiramen e or esse s or e e n o elo li ro Si a o semel an e a o es ri or oi o en is a n l s e So sa e ola oro na im rensa ernam ana e a lis a er ulano ar os In l s de Sousa nas eu em na idade de idos estado do ar Aos anos sai de sua terra natal para estudar no aran o passa pelo io de aneiro e termina os preparat rios em ernam u o matri ulando se em na a uldade de ireito de e ie ovem a ad mi o tem ontato om o rupo denominado de Es ola de e i e e por onse uinte om as ideias novas ue se undo S lvio omero p esvoa avam se de todos os pontos do ori onte urante esse tempo o ovem es ritor ola ora nos ornais de e i e restrin indo se a dois neros a r ti a liter ria e a r ni a o entanto nesta po a espe i i amente no ano de ue es reve seu primeiro roman e a aulista m m a se ara S o a lo ma ri la se na a l a e e irei o on e rsa o úl imo ano e a arela o en ol imen o om os a a mi os ren e ar i i a o em jornais omo c u o es e li a os rimeiros a los o roman e c c u s e os on os re r a e Amor e ma a es o li a os om ma re is o o a or no ano e no li ro o os co ela aemmer Ain a no ano e n l s e So sa li a nas ol as a lis as a i los os roman es s r u p sc or e coro r o res e i amen e na r u r e em o s uc o s tr s roman es itados omp em a s rie ue o autor denominou de Cenas da vida do Ama onas s

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oronel San rado de In l s de

coro r o roman e em e i n ia nes e ar i o om os o e a los sen o a on in a o e c c u s e ermina om a i a e Mi el a el m or a sa e ma esil s o amorosa e a er a e m e a o e erra m coro r o o al os lei ores s on e er o a is ria na n e ra em Mi el ol a ara i os e o oronel San ra o e e lo al on i a o or a sa e s a ri a om o enen e i eiro ara ar i i ar e ma am an a ol i a Mi el n o a ei a e se e ara o s io e s a m e Mas o oronel v nele o uturo enro e seu su essor assim ome a a preparar a arreira pol ti a do rapa , primeiramente omo vereador. s mem ros do partido do oronel, n o ompa tuando om as ideias dele, armam um olpe para ue i uel n o se a eleito, mas a il a do oronel, ari uin a, ouve tudo e onta para i uel, no intuito de ue ele tomasse al uma provid n ia. esse meio tempo, i uel des o re ue sua amada Rita i ara vi va e vai atr s dela, n o se importando om as revela es de ari uin a. o sa er ue i uel n o oi eleito, o oronel i a ravemente doente e, depois, uando sa e ue i uel estava de asamento mar ado om a il a do tenente, tem um a esso de lera e ale e. ari uin a a a a i ando so in a. s roman es c c u s e s r u p sc or an aram ma e i o em li ro ain a no ano e e n o a on e e om coro r o e oi li a o na s co e i n ias Ar es e e ras no ano e A rimeira e i o o roman e em li ro o orre somen e em ela i o ra ia o i rio a Man o en an o a a a e li a o o roman e i o i a a ela is ria li er ria o i ial omo sen o em sses es lare imen os so re o roman e e a ons a a o e e o mesmo e e e i es malo ra as somen e s o oss eis om a es isa nos eri i os a o a ara coro r o a aa e li a o o roman e orno se im or an e or a sa as is ss es e s r iram no s lo so re o in io o a ralismo na li era ra rasileira is o e a o ra e n l s e So sa re e e a li a o e u o e Al sio A e e o e se em o a ia n o a eria im li a es rela iona as ao s or e e li a o e coro r o se n o ossem or al mas i er n ias en re as li a es na s co em e em li ro no ano e

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As pu li a es malo radas Em maio de se uindo a tend n ia de outras ol as da po a o Correio aulistano ria a se o evista dos ornais om a inten o primordial de dar aos leitores a suma de tudo o ue or pu li ado nos ornais da apital uer di rios uer peri di os EVISTA p A partir das in orma es vei uladas nessa se o poss vel re ol er in orma es so re o peri di o Constitu ional ue se autodenominava onservador om pu li a es esparsas s ve es semanais outras uin enais nessa ol a ue o orre a primeira apari o de oronel San rado na imprensa exatamente no dia de maio de roman e su titulado de Cenas da vida do Ama onas i o or uiz o z i eu i o ue o e o u r o o e e eu u or i o ue i re ui a oria re ela a ara o os os lei ores As no ias so re a li a o o roman e na ol a em es o s o li a as a j l o e na se o o orr o u s o e ons i ional somen e no ias o e im e e a on irma o a an i a e e a los li a os no re eri o eri i o úl imo anún io a li a o e e j l o e no número o jornal o número se in e an n ia se a li a o e o ro roman e u s p co e a ier Seria m s s i o o roman e os ois oram li a os ao mesmo em o A ú i a ersis e so re a si a o o roman e no jornal o s uc o on omi an e om a li a o em o s uc o n l s e So sa li a na c o roman e c c u s a er a e coro r o a on in a o es e mas o a or o a nesse ins an e ela li a o os ois o an o os jornais a lis as e s a li era ra ama ni a or esse a are imen o e orma in ensa na im rensa a a mi a a lis ana j e nesse er o o am m li a on os arlos erreira a resen a o jo em es ri or na im rensa i ria a en o ma a re ia o r i a e s a i o no ia e maio e no orr o u s o A resen an o n l s e So sa e omen an o os ois roman es i a os o oe a a irma

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Revista Brasileira de Literatura Comparada, n.2 , 201 an o m omo o ro s o ois ra al os i nos e no a ois ome imen os e le o e ra em em si a r li e on a e o in eresse no en re o e er a e no esen o os os mes o nor e e a sim li i a e e na rali a e o i lo o e no es ilo em eral Am os s o a mir eis o o ra ias a na re a o len a o Ama onas ar er es e ial o o o e n o i ores o e se i er n imo e i no e ser e i amen e oe i a o i ol ani a me er rome e ser en ro e o o em o o roman is a or e el n ia na ional mais ron n ia o e o sr Alen ar mais a n an e e o sr enal Galeno mais er a eiro e orre o e o r ernar o G imar es A

arlos erreira em se e o e em j n o o mesmo ano oi e i o na n e ra ara o jornal ario a o o ain a an n ia e n l s e So sa re en ia li ar em ol me re emen e os ois roman es on re i o se ain a em a li a o e c c u s ela i o ra ia o i rio e San os e e o ro roman e e am m oi li a o na im rensa s r u p sc or m janeiro e om a erra eira li a o em ol me e c c u s o orr o u s o a irma e o oro r o re emen e sair a l A S o e n o a on e e o ron amen e s jornais silen iam so re o roman e an o inalmen e em a os o e s o an n ia as as no i a es li er rias o r imo ol me a s co c s r s r s en re elas a li a o o roman e coro r o A s co oi n a a em j l o e or n l s e So sa e An onio arlos i eiro sen o am lamen e i l a a nos jornais o io e aneiro e i e S o a lo e am inas m es or o or ar e os e i ores e i l ar a s elo rasil a o e o e ser a es a o elas ro a an as ersis en es nos jornais A s era li a a ma e or m s e in a e a inas ro n a se on orme o anún io a p s a re nir e ar a l me as mel ores ro es in i as os omens e le ras o rasil an o no am o a i n ia omo no a li era ra e as ar es A S A om assina ras e r is or ano ara San os e S o a lo e e r is ara al er on o o rasil o o es ran eiro os e i ores am m rome iam e em a a número a are eria ma r ni a o mo imen o li er rio ien i o e ar s i o o m n o

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ivili ado e um oletim i lio r i o do ue de mais importante se pu li asse na Europa e na Am ri a o ri eiro o u e s co ue orre o e o er o o e u o e e ro e e ou o or o r i e o o o o i eiro riz ee o o o re e e o o os cos somen e no ol me a e is a e o ro a e em ro e e s o li a os os rimeiros a los e coro r o ol me i l a o nos meses e no em ro e e em ro es en en o a mar o e m os i l a ores o eri i o ran lin ora e na se o li a es a in ena a us r o r s r a resen a o mais re en e número a e is a ressal an o e n o es i os an eriores nem so o as e o a orma li er ria nem so o os ass n os e nele em a l me A e ois on en ra se em a aliar coro r o o roman e e os mes in i la o coro r o o ere e nos o r n l s e So sa se a or es ri es i is e anima as a i a os a i an es o Ama onas A na re a es l n i a es a ran e re i o a are e so riamen e re ro i a n o sem ra a e in eresse em al ns on os o ra al o e e es amos ra an o oro nor e

r o

m no o s

s io

a li era ra

o

esse e o e i l a o a re is a e rin i almen e o roman e ora ain a rans re e e er os a o ra an o es a e s assa ens em e a na re a es ri a omo a ar a es ri a ela ersona em Mi el a or o o a or Ma eira em s a ia em e re orno a i os o se n o ol me a s co n l s e So sa li o os se e rimeiros a los e coro r o in o na rimeira ar e o se n o ol me e ois na se n a ar e e ois a li a o esses números n o men o nos jornais so re o ros números o eri i o oram ro a elmen e li a os na s a enas os rimeiros a los o roman e em es o e ois isso m no o sil n io na im rensa so re o roman e e

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ue rado somente em aneiro de uando anun iada pelo peri di o paulista or r a pu li a o em volume de oronel San rado assinado por ui ol ani pseud nimo de um dos mais aplaudidos ro i r i eiro u i o e i ro o o e e e e o r ir o i o or i o e o r ue coro r o o oi u i o e i ro o o e e e o e o ri eiro uo o roman e oram li a os Se o roman e i esse si o li a o em li ro em a a an erior o mesmo no ano e a a na al o roman e i o in la o a s a en a seria ro a elmen e an n ia a nos jornais a lis as omo o orre om os roman es c c u s e s r u p sc or i l a os a e em ro e ro a o e na o a n o era om m li ar ao mesmo em o m roman e em eri i o e em ol me assim sen o o úl imo número a s im resso em a esar e orres on er a e em ro e ra i amen e es ar an o a ossi ili a e e coro r o er si o li a o no ano an erior Somen e o ri o io i ra o o a or ao res mir as no as i lio r i as e n l s e So sa em es lare e e coro r o oi li a o ela rimeira e na s co em e em ol me no ano e ela i o ra ia o ro A A in orma o so re a li a o em li ro o e ser on irma a ela a a o roman e i ra

As malo radas edi es de

oronel

oronel San rado de In l s de

r o de

i ura

rimeira p ina do roman e pu li ado em pela Tip do i rio da an onte So iedade umanit ria dos Empre ados no Com r io de Santos

e er e r ez o u i e ro r o er i iz r coro r o e e orr i e u u i o e i ro o o r i o io men o ao roman e ei a or a eles e se re or aram a n l s e So sa m somen e ora i a o roman e em se ar i o a li era ra rasilera es ri ores el or e el ra il na u s u os r s sem nen ma re er n ia e o roman e in a si o li a o re en emen e n re an o em no ano e ao lis ar os es ri ores o or e re ere se ao roman e em s a li a o na s n o men ionan o na a so re o ol me n l s e So sa e a l me na s co o Sineiro a ma ri e coro r o em se ara o re r a rimeiro e ma s rie in i la a on os o Ama onas A m or an es r i os li er rios on em or neos a So sa am m n o se re erem ao roman e S l io omero a esar e i ar i ol ani omo roman is a in e ran e a se n a ase a s ola e e i e sen o m os n a ores o mo imen o es iri al e es al o as no as i eias e

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mo i i aram a nossa el a in i o rom n i a M n o e li i a so re as o ras o a or em se s li ros e r i a Arari e únior na an lise e ss o r o nem ao menos i a as rimeiras o ras e So sa A mesma si a o e Arari e li a ara os er ssimo s ne rol ios e So sa am m n o in ormam om re is o so re se s rimeiros roman es m i as e es sem i los on o em es a e a enas ss o r o e o os cos roman e e li o oje elas as e i es a ni ersi a e e eral o ar e ori n o e ma e i o rara e e n o ae i o a s co ois nes a oram li a os a enas se e a los e esses ain a a resen am al mas i eren as os mesmos a los li a os em li ro s iosos os eriores e le an aram a an eira a im or n ia e n l s e So sa ara a li era ra rasileira n o a irmam om e a i o so re a e i o ili a a em se s es os so re o a or ú ia Mi el ereira or e em lo na rela o os i ros ons l a os e s a s r r ur r s r rosa e i o e a o se in e es lare imen o al an o a ol a e ros o o ol me ons l a o n o se o em re isar o l ar e a aa a im ress o e sr S o a lo A ri o nosso ano e li a o e coro r o e se i o oi or an o a ele a li a o os se e rimeiros a los na s co e in a a o o e ser en a erna a om re in e e o a orma re iso ressal ar e se onsi erarmos a li a o em eri i o o roman e e ela li a o am m e al ns a los no jornal o s uc o mas se ra a e m jornal e mero e n o oi o i l a o omo a s co c s r s r s o ano e n o ro a an a nos rin i ais jornais a lis as e ario as i l an o a li a o o roman e em li ro s a rimeira li a o em ol me e coro r o ela i o ra ia o i rio a Man n o e e nen ma re er ss o Compara es re ista rsus li ro or s as re er ss o e omen rios e li a o na

e i es malo ra as n o oss el alar em coro r o no s lo s o os i a es a o ra s o em e orr n ia a s co A emais o roman e a enas

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oronel San rado de In l s de

lem rado em ir unst n ias diversas omo na pu li a o de ss o r o em e nas on ratula es pelo anivers rio do autor Assim sendo in ere se ue o roman e n o oi lido por muitas pessoas na uela po a o ue re lete tam m numa aus n ia de r ti a propriamente dita o s ulo ia i uel ereira t m papel importante na renova o dos estudos so re In l s de Sousa analisando om minud n ia o roman e em uest o ara ia i uel ereira In l s de Sousa onse uiu aptar a vida om seus sentidos a u ados e esp rito livre em a aulista e s r u p sc or aprimorando essas ualidades em oronel San rado onde a o etividade ri orosa t o ara a lau ert deixou entretanto ao autor li erdade de movimentos onde a vida pol ti a e so ial de uma pe uena idade provin iana pintada om pre is o E EI A p Al m disso a irma ue o li ro rema ro in ro i a i os no os m o os an es o momen o ro io A irma es e o em ser es iona as na a al onje ra in es ion el e So sa ra al a e orma em mais reali a a as ara er s i as o ealismo nesse roman e e an o a mesmo a o sar em er os momen os an o ares e a ralismo no en an o os a los li a os s o i eren es a eles o li ro e i a o em s se e a los li a os na s co i erem n o om m an as s s an iais os mesmos li a os em li ro rimeiramen e os a los oram in i la os a se in e orma a oi a oronel San ra o A or o Mari in a re omen a o o sr enen e oronel A i eia o oronel San ra o e o aranamiri s los a enas reme em si a o o ersona em em o o no a lo Al m isso o a or ora re ira ora m a al mas ala ras ro an o or sin nimos s e es e l i rases in eiras o mesmo as rees re e Mas e o a orma reser a se o io narra i o o en an o as m an as amam a a en o A rimeira elas o so o o lo p o co no a lo e n o a are e na li a o a s co sen o a res i o em li ro A ala ra a are e an o se e li a a a i o o oronel San ra o om as san rias os ma am m ele re ei ar m i as san rias e omo s e e e em al ns asos p o cos n o e mais o e ali iar os males o oen e S SA A ala ra

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apare e uando se expli a a aptid o do oronel San rado om as san rias ostuma tam m ele re eitar muitas san rias e omo su edeu ue em al uns asos patol i os n o e mais do ue aliviar os males do doente S SA p A palavra empre ada na medi ina e este a r s imo pode si ni i ar uma preo upa o do autor om as novas ideias na literatura sentidas e divul adas om mais intensidade na d ada de A se n a al era o am m se ra a e m a r s imo na e i o e o orri o no mesmo a lo m ar ra o lon o a or an o a a a o o oronel San ra o nas elei es al era o omem na ar a na ional e nas elei es an o se ra a a e le ar o an es rna Se erino e ai a era o mesmo oman an e e a al o es i o e mal ria o eio e iras e e arro os e im or n ia in a isso e en en er ele e em ol i a ar i ria e iam re er as mesmas leis e is i lina mili ar e eria a er re ale er ara a ar a na ional ara ele ar a era sin nimo e o an e e es a a in imamen e on en i o e e se o o erno l e on iara o ena o e enen e oronel oman an e ora ara alin ar os o an es omo alin a a os sol a os ara a er es arre ar las na rna omo a ia es arre ar as el as e en err ja as es in ar as os se s s or ina os o erno no en en er e Se erino e ai a era ma en i a e s erior in al el e o a o erosa e is ri a a en es e arre a a a o os ma erro a elei oral ara o enen e oronel seria omo ma se i o en re os se s ar as oisa e ele n o o ia a re i ar e jamais a on e esse or e seria ela ma ne a o e o a a or em so ial se n o as i eias o i no o i ial A ar a na ional e as elei es eram as as oisas e mais o reo a am e e in am o o er e m lo om le amen e rans ormar l e o ar er e al erar l e ro n amen e os sen imen os S SA

As es ri es ei as or n l s e So sa mos ram o o o e a res o m i o om m ran e as elei es no rasil m rio oronel San ra o se or a omo m irano le a s a n o ao e remo e a re i a e o o erno ma en i a e s erior e e inia os os os e o a am e arre a a a o os e o or s a im or n ia e a ori a e n o a re i a e ossa a on e er ma erro a elei oral ara ele isso seria m rime ra e omo ma se i o sse ar ra o a i iona o na li a o em li ro o e re elar e ao

As malo radas edi es de

oronel San rado de In l s de

rees rever oronel San rado o autor se preo upou em retratar a pol ti a om mais pre is o Entre e In l s de Sousa se envolveu pro undamente om a pol ti a undando e editando ornais ue de endiam o partido li eral andidatando se a deputado e sendo nomeado para importantes ar os p li os rovavelmente essa viv n ia in luiu na rees rita do roman e em ue ele in orpora enas interessantes so re a tem ti a e toda orma a parte do roman e pu li ada na s revela a rela o da o ra om a est ti a realista o pre io de ist ria de um pes ador In l s de Sousa provavelmente pensando so re a nova est ti a aponta um de eito em sua o ra a des ri o das persona ens ue apare em sem ue se pre edesse o retrato si o e moral S SA p Em oronel San rado se veri i a uma modi i a o pois as persona ens apare em e lo o s o apresentadas om in orma es tanto so re os aspe tos si os uanto so re os psi ol i os er e e se a apresenta o n o s das persona ens prin ipais ue t m onstante atua o no roman e, mas tam m das se und rias, ue n o t m muita parti ipa o na ist ria, mas ue se a em importante por representarem a re i o ama ni a. persona em oronel an rado alvo de v rias des ri es, nas uais o narrador l e atri ui diversas ara ter sti as enen e oronel Se erino a ersona em e a a a e en rar na o i a o Anselmo era m omem ma ro e om ri o e e enos ol os ar os e ma s salien es e e nari enomenal m l ar e o e as in a on a i a es es ras a o a in a a ran e e eia e el a os e li os l ios e en es ma ros e enormes ei o on ia o are ia erer en on rar se or a om o nari as orel as a as a as o r nio in am ares e a anos e os a elos e m lo ro ar en e en or ra os e orre ios a am l e esma ela amen e so re a es rei a on e ns es essos i o es a or os a elos e or a os em orma e es o a o riam l e ase a o a e m a an a e om ri o e ino a a l e er o ar e e l n ia rles a s e m os enormes an o an a a sa ia esajei a o os ra os e as ernas e en esa a o s o a iran o a a e a ara r s es ia ase sem re am la so re asa a e rim ran o al as e ole e e an a amarela e sa a o l ssi o a e manil a s enormes

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sa a os e en iar ra ia os sem re l s rosos e lim os em om ensa o a amisa n o a es a a m a re en e As n as ran es a ar a e r s ias a ai a e ra e o len o en arna o S SA

A des ri o da persona em oronel San rado pertinente aos roman es realistas revelando o eio e o su o tendo em vista ue a persona em eira ao orror omo uma i ura desa eitada e monstruosa todo desalin ado isi amente at mesmo ao andar sa udindo os ra os e as pernas desa eitadamente desasseio tam m parte dessas ara ter sti as pois o apit o tra os a elos en ordurados al m de un as randes e ar a de tr s dias utro exemplo importante dessas des ri es realistas re ere se il a de San rado a ari uin a ue apresentada omo eia apesar do narrador mostrar os ontrastes li ados isionomia da mo a A il a do tenente oronel n o era uma rapari a onita e avia mesmo uem a dissesse eia isto por m l e a iam in usti a Ela tin a ma n i os a elos astan os ue l e a am a undantemente so re as esp duas e uns ol os pardos randes e l n uidos uase sempre o ultos por ompridas e sedosas pestanas mas ue uando apare iam lan avam um ol ar do e mei o a ari iador A te alva e p lida de ordin rio in ssima a pele o nari sem ra a e omum rande a o a mas ompletos e alv ssimos dentes pes o o um tanto omprido mas em eito del ado e lex vel o tal e o usto de per ei o admir vel s p s e as m os nem pe uenos nem randes Tin a uando andava o i e o o u e e o r re ue ro ue e er o e ei o i ue u e eir

o er e ei ei rro e i u or eu i e e e o u o e re eri e i o o ri u o ro o ue e e e o u e i o o i oe ue re e e i ue e u ue eri o o o u r u o o ri u o o r ue e i o er i o . u eir e eiur o r er i re ue e er o e o ro e re e o e i e o i er ur e i o o ro e o e i o i o o i e i o ro io

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oronel San rado de In l s de

m dois momentos, n l s de ousa tam m dei a lara a in lu n ia do meio para a altera o da personalidade das persona ens. tempo passado e e u i ei e i ue o e o e i i iz o e o i i r i ei o i i o r e i u i o re o eu e i e o Mi el e i e in o anos na i a e e el m om a so ie a e mais l a o ar in a o os os e eriores o omem i ili a o mas ain a onser a a m i o o an i o es a or o aran Mirim A i a a i a e onse ira mo i i ar l e o ar er e a ran ar l e o nio mas n o o ro ra i almen e ra a i eren emen e e o ros em os almeja a a ora a a e a ran ili a e e eria es e er as injúrias o rora re e i as mas is o n o era mais e ma i ria an a ela a e a so re o ora o omem il s ra o oje ele a j ra a as mes in as i eias e o ras eras mas ma ra o se o ora o ain a sen ia o es in o e m ressen imen o a o e Mi el n o o sa a on essar a si mesmo e issera ao oronel San ra o o e i era er em i os era o e eria sen ir mas n o era o e er a eiramen e sen ia S SA

narrador des reve na i ura de i uel uma dualidade entre uem ele realmente era e o ue aparentava ser, ue tam m mostrada em outra passa em, uando des reve o mo o no vapor adeira e

e e e er ui o eiro u r o re e i o e er o e i ez ei e or o er e e e o e ee i e o o o ri u o o eu e u ee i ur u e e e i e ue i i e ii i e e o r u ei o u urez ir e or eze eo o i e o ru o ue o o e ui e e o i e er ei e e re er o i o o o o oi u ro e iro o o i a o m o ser a or eria so as es es a mo a a er o ei o o ma o in n o e sim les ara os e o er a am or m o assa eiro o r era m mo o o om e iera ra er a a i al as úl imas mo as e as úl imas no ias ra m o je o e in eja or e e er o e i aria a ima ina o e o as as mo as a erra S SA o

o

eir

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A rela o entre o meio e a in lu n ia deste so re a personalidade tam m vista na des ri o de ari uin a eixa se laro ue edu ada omo o ora a sua in apa idade era real para as lutas do alanteio A menina apresentava uma ex essiva timide e um extraordin rio a an amento mas uando estava om suas ami as ntimas era outra pessoa existindo em sua alma a uela ontradi o re uente nos esp ritos ue uma edu a o ri orosa e a auteladora tem en ido de timide a endo os retrair se e on entrar se tol endo l e as livres mani esta es A mo a se tornou assim por ausa da edu a o re e ida da m e uma mul er ue n o sa ia ler nem es rever rosseira em ex esso de uma aixe a de lin ua em e de sentimentos ue a maltratava e pretendia ter so re a il a o direito do sen or so re o es ravo A menina ra a e t mida de ar ter andava sempre om os ol os vermel os do pranto re uentemente vertido A mo a s n o e ou s ltimas onse u n ias dessa edu a o repressora por ue oi levada para Santar m aos uidados de uma sen ora portu uesa ue onse uiu desenvolver na menina os dotes de esp rito ue a primeira edu a o tin a uase apa ado ad uirindo tam m mod stia de maneiras e toda orma a timide e o a an amento permane eram e as suas randes virtudes i avam omo ue o ultas so a uele modesto inv lu ro e s para uem a on e esse em ari uin a poderia revelar se S SA p o uo u i o s u u e oo o er e re o i o i e i oi er e e e ue er u re i o re e i ue o e ri ui e e i ro e o o r rio u oi o er e e e u e ero o i o e o oo o e o ri eiro e o r o o ee e i ro o uo i ei o oro e r o o rr or o r ue e u o i e o o o e o e re i ue e ri ui o o o ue e o r iri r i e i o e e e i eiro e er re e e i e o on r rios e ma ai o i a S SA ssa rase re ira a a ers o em li ro n o an e i an o a on e imen os ros e ei an o a is ria se ol ar ara o amor e Mari in a sen e or Mi el e no inal s a ris e a

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i ue re e oi o e o ou r ri i e i ri e ri o e u i e eir e e re e o e e r o o oro e r o i r e r re e e ri eir er o u i u or riou e ri o o ue re e e o e e o e i e re i o re eu e i o e re e e eo o u o e ri e ero r ore e o eir e e o ri e o o o o e o ei o re er u or e e i o e e e ue o e i o r o i o e e ri eiro uo r o i ro e ou re irou u re i o o ei or o uo i i e o ei or u r ee o e i e o re i ri o re i o or ue e i o o ui i ur o o re oi o e o o oe o err e ue er o e ro i ri e o re o ri uriz o e ez r i e e o o e o e ro ue i or o ei or e ue i o ro e ui e i e oro e r o e o ri eiro uo e i re e o ue o u or o o o ou ro i ro e o o u i o e o o r e ii o e i re i or o o ee o ree eu o e o o u o e i u ur or e i ur i or ei o o ro e u o e u io ze e o e o or u e u io o ue io e i o ue o o e ir r ue o ro e ue e oe e ee i o e e i o e o e o e er o u i e i ro oi ree ri o er e e u e e r i o o o e o er ou o o e o ei o o re o ri eiro u o o ro e u i o e i e re r ue ou re i ou eu o o r e i o e o o o z io o i er e i i o e io r coro r o e u r i or e e or e u i o ro e es ri o a irman o e na e ol i n e re omien a el es ri or al e amen el ro is oria or e la li era ra rasilera A Ain a alori an o os

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rimeiros roman es e So sa s s en a e s o li ros e m ri o mas e o r rio a or os onsi era meros ensa os So sa n o se ron n ia so re os omen rios e ora no ano em es o e i a se a o a ia e ol i a ei an o e la o a im rensa e a li era ra em mesmo a li a o em li ro e coro r o i l a a elo a or a o e ro a elmen e on orre ara o roman e air no es e imen o o u o o re i r i ri i er ri r i eir o r io o uo rou er uz o ro e e ou i e o o oro e r o o o u i e i ri e u e or r u e u e i o e i ro e e i or o e o ri i o o u or i re i o i i o e u o ue r z o o u io r e re e r o r o e ri or r e e u i o o uo e oro e r o e i io e i i re e er o orre o e o i i i eri u i o e i ro o e ue io r o e e o u o e i u ur or e i ur i o ou e i o e o r i o o o o i ro oi u i o e r e e o e ou o ei o o i e or ri o io u i o e u o e u io ze e o i u o o i ro e e ueiroz u er o e i er o e e o i ro ur i o e i er ur e io o ero ro e ue o r u e o ri i o ro e e i e e ro o e o e io ur i e o r o e u e i io o e ui o e er o re u o e u ree ri re i o r u i o e o e i ri o r o ur i o ro e ue r o e o o r io o uo i o o e r u e r ue o e re o o ii e ei e o u or ree ri o r oi o e e o o u ri o o e o o er e i ir r u o er a eiro es a o a o ra no ano e elas e i n ias le an a as a is a en re n l s e So sa e Al sio A e e o ela rima ia e ina ra or a es i a na ralis a es a ala a no en an o na a im en e e a irmar e o a or araense m realis a om se s roman es e on os

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oronel San rado de In l s de

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e eu r i eir ro

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S l io s r r ur r s r io e aneiro Garnier ro o e e e e o ri ui e r o o rasil so ial or o i raria ar on m rensa

es o Mo erna S SA n l s e oronel San ra o enas a i a o Ama onas el m A oronel San ra o e is a a ional e i n ias Ar es e e ras S o a lo o e oronel San ra o enas a i a o Ama onas S o a lo i o ra ia o i rio a Man Ao lei or S SA n le e er lano n le is ria e m es a or enas a i a o Ama onas el m A A ran lin s ri ores o or e o rasil A Semana no li a es a in ena l s ra o rasileira io e aneiro n e a li era ra rasilera es ri ores el or e el rasil e a e is a e enos Aires enos Aires Ano omo enos Aires Ar en ina Ano omo

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond de Andrade revela so re sua poesia er ti a npu lis a le ords at rummond s ar ive reveals a out is eroti poetr ariana u ro RESUMO: a ervo de Carlos rummond de Andrade ainda n o sus itou leituras su i ientes para a o serva o da variedade e da ri ue a dos do umentos oli idos pelo es ritor Al m do material salva uardado pela unda o Casa de ui Bar osa e pelo Instituto oreira Salles no io de aneiro diversos re istros dispersos por ar uivos p li os e textos divul ados em revistas Al uns deles omo es o os entrevistas ou tre os r ti os en ontrados em artas podem permitir leituras inovadoras dos poemas drummondianos s versos er ti os pela insist n ia om ue s o men ionados nos do umentos investi ados pare em ser os ue mais se ene i iam das in orma es apresentadas em outros suportes ue n o o livro a dedi armos este arti o a uma revis o da poesia er ti a de rummond a partir de ip teses propi iadas pela investi a o de ontes prim rias PALAVRAS-CHAVE: Carlos rummond de Andrade Erotismo ontes prim rias

o ora em eoria i er ria ela a l a e e e ras a o en e o ol io e ro io e aneiro

ABSTRACT: Carlos rummond de Andrade s ar ive as not raised enou readin s to ma e lear t e variet o t e do uments olle ted t e riter In addition to t e material sa e uarded unda o Casa de ui Bar osa and Instituto oreira Salles in io de aneiro t ere are also several texts pu lis ed in ma a ines and man re ords s attered in pu li ar ives Some o t em su as s et es intervie s or riti al passa es in letters ould lead to ne revie s o rummond s or T e eroti verses are ver mentioned in t e do uments investi ated So t e pro a l are t e most up ene itin rom in ormation ound in primar sour es T ere ore e start it pot eses provided primar sour es to read rummond s eroti poetr Carlos rummond de Andrade Eroti ism rimar sour es

o ra de Carlos rummond de Andrade t m sido dedi adas tantas leituras ue n o ser rara a sensa o de desnorteamento do pes uisador diante de material ao mesmo em o t o ri o e t o explorado Ines ot veis a oesia e a rosa r mmon ianas er amen e on in ar o

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a pemitir interpreta es inovadoras ueles ue se arris arem a en rentar a omple idade dessa es rita. a ervo de Carlos rummond de ndrade, tam m astante pro uo, n o tem sus itado su i ientes investidas dos r ti os, ontudo. eti ulosamente or ani ado pelo autor, seu ar uivo salva uardado pelo r uivo useu de Literatura Brasileira da Casa de Rui Bar osa LB CRB e pelo nstituto oreira alles pode propi iar leituras imprevistas e mesmo ina ess veis sem a onsulta s ontes prim rias. ste tra al o pretende demonstrar tal produtividade por meio da apresenta o da an lise de al uns poemas drummondianos em on ronto om ontes prim rias a eles on ernentes. Essa a orda em pare e se usti i ar devido import n ia assumida pelo re istro da atividade liter ria para o autor e ato o uidado om os pro edimentos de transmiss o da o ra onstitui uma das a es de rummond ertamente n o de somenos relev n ia em em seu di rio ele lamentava a alta de apoio do overno para a ria o de um instituto ue preservasse o le ado de Ce lia eirelles Em uma r ni a do poeta inspiraria a utura unda o do Ar uivo useu de iteratura Brasileira da Casa de ui Bar osa A in lus o do a ervo liter rio no patrim nio p li o rasileiro oi um dos randes le ados do poeta A despeito das preo upa es de Carlos rummond de Andrade om esse patrim nio o dese o preservador onviveu onstantemente om pro edimentos destrutivos uando da onstitui o de seu a ervo Tal arruinamento aria parte de todo a ervo poder amos reti i ar mas o dele ama aten o pela sistem ti a ordem apli ada aos do umentos poss vel re on e er nesse le ado uma es rita ue ilumina a o ra po ti a drummondiana evido variedade de do umentos e estos ue omp em essa es rita re ortamos o o eto de nossa an lise de modo a es lare er pelo exemplo sin ular pro edimentos de rasura e onserva o ue talve possam ser elu idativos dos modos omo Carlos rummond de Andrade interveio na transmiss o de seu le ado s o a ueles a er a de sua poesia er ti a Eles s o tam m entre os do umentos deixados pelo es ritor os ue mais eviden iam os desa ios do pes uisador ue se dedi a

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond

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an lise das ontes prim rias or isso destinamos este arti o a uma revis o da poesia er ti a de rummond a partir de uest es sus itadas pelas ontes en ontradas em revistas e em do umentos pessoais preservados no a ervo do autor na Casa de ui Bar osa Em us a de poemas perdidos vest ios

ip teses

tra al o om as ontes prim rias muitas ve es propi ia ip teses inovadoras a partir de en ontros ortuitos e surpresas or isso tra o um reve per urso das uest es sus itadas por um do umento en ontrado ao a aso entre os muitos re istros onsultados no A B da unda o Casa de ui Bar osa ue primeiro me amou aten o na poesia er ti a de Carlos rummond de Andrade n o oram os poemas de amor natural pu li ado em uase in o anos ap s a morte do autor Insti ou me ini ialmente um tre o de arta en ontrado durante min as atividades omo assistente de pes uisa em um pro eto a er a do es ritor o ro eto em ria inan iado pelas unda es Ban o do Brasil e Casa de ui Bar osa edi ava me ent o leitura da uela ue talve a mais extensa orrespond n ia de Carlos rummond preservada pelo A B a epistolo ra ia tro ada om A ar enault Em meio aos muitos do umentos onsultados em uma arta de de aneiro de deparei me om esta de lara o A ideia da pu li a o en se ret dos poemas er ti os oi posta de lado iria desmorali ar me at a d ima era o Ima ine ue a not ia e ou a ser pu li ada nos ornais ex erto revelava a lon evidade do pro lema do erotismo drummondiano ue se iria tornar p li o d adas mais tarde Al m disso a passa em ins revia em um ox moro as ontradi es da poesia er ti a uando atra da para o espa o so ial o es ritor pretendeu divul ar os versos tir los de sua o s uridade por m no mesmo olpe ueria o ult los mant los em se redo ou en se ret na express o velada por outra l n ua drama se mostraria mais omplexo ao on rontarmos o tre o da arta a outros re istros le ados pelo autor so re o tema os anos uando as entrevistas on edidas por Carlos rummond de Andrade aviam se tornado re uentes ele passou a re ompor em suas de lara es

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ú li as o ila eramen o e os o na ar a e e mla o o es ri or i l o a em orali a e ins el os oemas o s enos le an o a rer e os ersos in i os a iam a ra essa o s a o ra esses oemas a ran em ma ai a m i o lon a e i a n o s o e oje a irmo em en re is a e e o ro lan o l ara os e os si ilosos an n ia os omo m se re o e ele le aria onsi o ao morrer o is li ar a a ora e esi o ain a em li ar o an es resol i n o li ar i eo o es ri or em en re is a os anos pu A o entanto a destrui o dos versos era desmentida por sua reprodu o esde a d ada de setenta textos er ti os esparsos vin am sendo vei ulados pelo autor em edi es de arte e em revistas voltadas para di erentes p li os Esses do umentos eram re uentemente lem rados nas mesmas entrevistas em ue Carlos rummond prometia a er desapare er o livro o s eno m exemplo dessa ontradi o veri i ado na extensa onversa do es ritor om eneton oraes eto p as pu li uei in o ou seis desses poemas em revistas m saiu no Correio Ita irano um numa revista de S o aulo outro numa revista no io de larou o poeta lo o ap s arantir ue n o divul aria em livro os textos er ti os ortanto nem todos os versos estavam adados morte uando rummond senten iou seu desapare imento as en re is as en on ramos o re erso o ara o o e resso na ar a nes a o es ri or an n ia ma on ra i ria li a o en se re ara lo o e ois es ar la na elas rome e a es r i o o e en re an o re or a es ar reser a o or i eren es eri i os ian e a i ersi i a o o on li o o emos es a ele er m ar o en re o ila eramen o re is ra o em i eren es a as A res ei o o roje o a or a o nos anos lem ramos e a li a o res ri a al e ermi isse iolar o o l amen o os ersos sem in rin ir se ar er mar inal o o o ra er rans ressi o essa orma a ei la o os oemas re ro iria o res m el on eú o rans ressor os ersos or o ro la o o anún io a e i o se re a nos jornais in ia ili a a a man en o a a e s err nea a ela es ri a n re an o nas li a es es arsas os anos e al e se reali asse o lano e ar aos e os ma erman n ia ermea a elo elamen o as re is as

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mas linas pere veis e as edi es de arte raras seriam res uardadas somente por al uns ole ionadores ou por ar uivos e i liote as Trans redia se assim a morte de retada para os textos sem l es arantir uma vida p li a ampla Cont uos s p inas voltadas ao onsumo do sexo ou em volumes de luxo os versos teriam um im pr ximo ao da mat ria de ue tratavam assim omo o e mero xtase o o o os oemas seria an o mais in enso an o os lei ores o a or a in l o on e essem a ere i ili a e o a rari a e o ma erial em s as m os A i ese o eria ser ali a a ela n o li a o a ole nea a o momen o a mor e o oe a A e i o s ma iria iolen ar o rama o ero ismo r mmon iano on o a es isa nas on es rim rias mos ro ser o ro lema mais om le o es ri or en re ara a al ns ami os e amiliares ias o onj n o e oemas esse mo o ele le a a a o rem a e is o a er a a i l a o am la o ma erial m em en re is a li a a no or o r s a irma a e a eria Maria lie a ar a ala ra inal so re a e i o e a mi ia rin o e ela era a or el ro o o li ro s ne os o es ri or se s er eiros man eriam a osi o o o an es e ale er r mmon are ia ois on e er o es ino e se s ersos er i os inalmen e es a a rom i o o n en re o l amen o e i l a o s oemas ei a am e ser m ro lema A a oria a re no os amin os o a ia Se a e i o s ma e e o ero ismo o es ri or ro e e se ele ra as mor e omem o l a o elo re ro j n o o e ser eri o ela re er ss o o li ro a l i e reser an o o e on e er a ela esmorali a o emi a es e os anos n re an o a li a o a s a mor e o oe a n o e a ri o os os eri os Al o ermane e lner el o onj n o a o ra r mmon iana ma e e a ole nea oi ei la a an o arlos r mmon n o o ia mais re a er oss eis r i as s ersos er i os i a am assim s s e eis aos mal en en i os n o re is os o re a i os ran e a i a o a or oesia ara a os eri a e or ur o le a o e o oe a n o is es em n ar A ar ir esse on li o lon e o o er amos ro or ma rimeira i ese em e i en i i ar amos os ersos e

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li a o em eles an n ia os na ar a e essa orma en o si o ro i os na d ada de os versos er ti os seriam um novo ruto da retra o re on e ida na l ri a do autor pu li ada em tal per odo esse sentido o erotismo seria a a e solar do retraimento so ial estudado detal adamente pela ortuna r ti a mais atual de rummond so retudo por Va ner Camilo e Betina Bis o em seus livros dedi ados ao tema A uela proposi o poderia ser on irmada pelas de lara es do es ritor na imprensa resumidas a ima espe ialmente por a uela ue expli itava a temporalidade in erta dos poemas er ti os utras ontes pare eram omprovar a identidade entre a es rita er ti a de outrora e a uela ue veio lu postumamente aria u ia do a o erreira pes uisadora a uem rummond remeteu seus poemas er ti os in ditos lo ali a a nese dos textos nos anos em uma ronolo ia pou o de inida ora os textos s o situados no p s uerra ora entre e a p ina de sua tese op it aria u ia do a o erreira a irma o ap s uerra uando os poemas oram riados a repress o da sexualidade ainda era vi orosa e a permiss o de alar so re o sexo resumia se ao dis urso ient i o a p ina ela se ontradi Con uanto os poemas de or ur ten am a ordado a ei o er ti a em diversas po as in lusive es e o e eno m se sen imen o e o e reminis n ias do pastoril desde o elenismo oi na virada do s ulo ue rummond produ iu esta o ra entre e ia ernandes amante do es ritor ao lon o de tr s d adas mais pre isa o posso provar por ue depois de atidos a m uina os poemas eram pi ados e o ados no lixo mas avia poemas de pu AES ET op it p Tal ip tese aseada em de lara es pessoais sedutora a ponto de e ar o pes uisador de e ar me do umento ntimo re istro om ares de on id n ia en anta por pare er um ind io irre ut vel uma promessa de verdade imediata o entanto a istorio ra ia e me lem rar os ris os advindos da ren a in nua na autenti idade dos do umentos Estudiosos omo n ela de Castro omes ilippe Arti res e Cristop e ro asson permitiram me on e er ue a manuten o de um ar uivo pessoal mesmo uando assistem ti a parti ipa de uma

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond

es ri a a mem ria Mais al m ons i i as e as na e esa e m j l amen o in on l so a ser rosse i o ain a a s a mor e o a or ar uivamento do eu n o uma pr ti a neutra muitas ve es a ni a o asi o de um indiv duo se a er ver tal omo ele se v e tal omo ele dese aria ser visto Ar uivar a pr pria vida sim oli amente preparar o pr prio pro esso reunir as pe as ne ess rias para a pr pria de esa or ani las para re utar a representa o ue os outros t m de n s Ar uivar a pr pria vida desa iar a ordem das oisas a usti a dos omens assim omo o tra al o do tempo A TI ES p

a tentativa de desa iar o ul amento dos omens o ar i is a s a le ar m a er o e se ossa rer in e en en e e se on role so re os o men os reser a os e al o s re imen o o om nio o a or so re o ar i o e en e o ei i o a ser o ere i o ao ú li o m re ra o e essi amen e iel s misso i orioso so re o em o ois a aler a on a e o es ri or mesmo an o s a i a in a s es os on em or neos so re ar i o ossi ili aram e e n o i asse a i a esse as nio le an o me a re on e er a ne essi a e e amar a en o ara o es o en n ia i o e e ori em ao a er o le a o a an ar as es isas e me er omo essa e a a seria n amen al ara em reen er ma lei ra e n o a enas se s me esse is ria o ero ismo r mmon iano ons r a elo a or em ar as o nos jornais o ro essamen o os oemas er i os or r mmon o es ri or ia ernan es e Maria ia o a o erreira n o s o as es em n as mais on i eis os rimeiros or serem in eressa os a úl ima or on e er a er a a ori em os e os somen e o e l e in ormo o es ri or S as e lara es n o ons i em or an o ro a s i ien e e e reen on remos em or ur os oemas er i os r mmon ianos e mea os o s lo ro lema oi se mos ran o mais e mais om le o on io om o ma erial e ar i o im eli me a re er o sen i o as e lara es e arlos r mmon e An ra e a er a e s a oesia er i a er e i ser e essi o ro or e ele esejasse lan ar l so re o roje o a or a o em em s as e lara es im rensa Si ni i a i amen e os in ios o ol me se re o oram en on ra os em o men os man i os no a er o e o ro es ri or so re o al a in er n ia e r mmon era minimi a a As e as o ro esso e

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ar i amen o o em ao on role o a or m s a e lara o ine a a esses oemas n o s o e oje arlos r mmon a enas e an ia a en a a er a or s a es ri a er i a Al m isso os e os men iona os na ar a a A ar ena l a aren emen e n o oram onser a os Min a i ese mos ra a se im ro el am o o seria oss el om ro ar s a alsi a e ma e e ela ar ia e m a io n o emos mais a esso ao ero ismo e o rora onsi eran o o e enso a er o le a o elo a or o es ar e se ornar si ni i a i o ar i i ar a es ri a a is ria a oesia r mmon iana al es r i o a i a a irma a i ersas e es or arlos r mmon e An ra e em s as e lara es a res ei o e or ur is rso mar inal oesia are e ins a rar assim m a io e n o ermi e reen on rar a re ensa er a e os ori inais a a a os an es a isl m rar a er a e oss el a enas na r na ssa ra ra nos le a a es ionar omo a or ar o ma erial ei a o elo es ri or em se ar i o an o nele ins re e s essi os e a aren es a ios A ro lem i a s ja en e a essa in erro a o a a eran a a es r i o a o ra e r mmon o arr inamen o m ema ons an e o raro a issol o o a a elo s jei o o alori a a or ele es e u po s o oema Sa ar a o elo io as r nas e nosso a rim nio Sin oma i amen e a es r i o isa a em ma as i a es is ri as mineiras al o rin i al o roje o e sal a ar a le a o a a o al ns anos e ois or o ri o Mello ran o e An ra e no an em e r mmon ra al o ran e mais e ma a a m Sa ar omo em o ros e os o oe a o is n io m ro lema om le o ri ile ia se o ra men o e orren e a es r i o em e rimen o o mon men al Al m isso a a es o s ormas e om os as e nosso a rim nio o e ser om reen i a omo ar e o ra er om a es r i o a am lia n o es e amos e o ri o Mello ran o e arlos r mmon eram il os e im or an es l s mineiros esse on e o o a e enamen o e si e a on a e e mor e en ena os i ersas e es na o i a r mmon iana a ra essam o o o a r na or e ins i em o im e ma iolen a lin a em A r na laro es n o em m ra amen o e l si amen e is ri o Ao on r rio arlos r mmon

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond

e An ra e a er a o n ia os es ro os m s as i ersas e lara es a er a e s a oesia er i a r mmon lan a l ara os a ios em se ar i o os oemas n o es o l o n o ain a le o a e mo o a se on ra or ao ris o e e ri i a o e s a o ra emer ele a mi i i a o e se a er o em a or a ens e a enas onsi erem a osi i i a e os o men os res ar a os A o ra li er ria er amen e resis e aralisan e sis em i a a mem ria e o e mo er a or ani a o e a n a o os ar i os se n o enr ierre e an o a onser a o o e a o re is ro o em o o e ser a a a o os o men os irmana os em ma in i eren ia a on i i a e s e ser o aso e ma es ri a ar i s i a n a a no a or a e anes n ia o es e o aso o a er o e r mmon o n o in eiramen e ele ma ela ora o os ra os ei a os em e se en re e e o a rimonial ila i a o A om le i a e a o ra e r mmon ermi e en on rar em on io o em ens o om a es ri a o esmoronamen o a man en o a eran a or meio a es ri a na oesia e nos ar i os e am m a ersis n ia o s jei o e a am lia em meio aos s essi os ri ais o i os e es r i o s amin os a oesia er i a r mmon iana nos le am a mais em on e er esse om le o en rela amen o en re erman n ia e mor e ro omos er na oesia s ma ar e e ma is ria ra men a a om os a e a ios le a o mal i o s es ios essa o ra es ri a er i a a a a a oram en on ra os em o men os reser a os em m a er o e o ro es ri or so re o al a in er n ia e r mmon era minimi a a o mesmo mo o e a li era ra o ar i o resis e ni ormi a o sse ra o ain a mais mar an e nos ar i os li er rios jo on eú o n o meramen e is ri o o men os essoais on i em om es ri as lim ro es li era ra im or an e or an o e a a or a em o ma erial a en on ra o amin e em ire o o os a a e ri i a o o ar i o o a san i i a o os ra os o es ri or re iso ler es ios ra os e m ro esso e es ri a o s re i o mais o e mar as e ma er a e a ser en on ra a ara an o on ron amos e os i ersos e mo o a elinear essa raje ria mar a a ela re ro o mas am m elo is n io

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A e i o s ma oroa ma raje ria mar a a al m isso ela mo ili a e em oral sem e isso ons i a ma ra e a e seja re iso s erar a o o s o Ao on r rio a in e ini o m ra o e o emos e lorar ara a er j s im or n ia essa o ra m rimeiro l ar a ins a ili a e on ron a o mar o em oral e em sen o sa o ara e inir o alor e ar e a oesia e arlos r mmon e An ra e m s a i ra e oe a es a a om le a se n o o o Ale an re ar osa s ol mes li a os e ois esse er o o seriam esi ais e menos e ini os e os li ros mar an es o er o o em e nomearam a ris a e o ar o a is ria e en e isni sse es isa or or m n o ei aria e no ar e os li ros e i a os a s ra em oemas e ro lemas e os es os r i os are em er a or a o o o i em al e essa omiss o e orra mesmo e e se aja ria o ma alsa o ali a e a re sar os ol mes ro i os na el i e o a or or ur es aria or s a a a e li a o en re essas ole neas o a ia a oesia o s ena o e er a ra essa o a o ra e arlos r mmon e An ra e e an o isso em on a seria a e a o res rin ir a lei ra os e os e or ur ao momen o ronol i o em e oi li a o em a sae i o e r s pr o e an es e r ras es isa oras o ero ismo r mmon iano j le an aram ú i a semel an e em ora res rin issem o ro lema ao l ar ins el o ol me no seio os li ros li a os a ar ir os anos m es o e ia e ssia ar osa in erro o se al ns oemas ori in rios e or ur n o eriam si o eslo a os ara li ros os anos e A er n a ar i a a osi o em li a es na im rensa e oemas e ois in l os na e i o s ma a e os j i l a os em li ros o er o o A ú i a oi a ensa a ela o ser a o a semel an a em i a e ormal en re al ns e os er i os e o ros e p o orpo r s pr o A es iosa ei a a a er a a es o re or an o nossa i ese so re a ins a ili a e a ole nea no seio a o ra e arlos r mmon e An ra e Al ns anos mais ar e em li ro e Mirella ieira ima ro s in e rar a oesia o s ena o i a r mmon iana ina ra a em ins os anos e esen ol i a na a a se in e om a

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond

i l a o os ol mes e om oriam o po ara esse l lo ar i e m e em lar úni o e or ur on ia o em a os Min lin e as li a es na im rensa e nas e i es e ar e j men iona as Ao a lo ela i noro os i ersos on ron os e se o em es a ele er en re os ersos las i os e os e os e i a os no er o o em e se en re o a rari a e ao i li ilo o li ero a is n ia a se arar o is n io r rio ao ero ismo e a re ro o as a eias amiliares a resen a a em o po al m isso ol i o a i eren a s s an ial en re a mon a em os oemas er i os e a ela ri ile ia a nos li ros e ra am ma narra i a io r i a or n o re on e er a i i l a e e a ar os ersos o s enos o es o e ieira ima n o e a a on irmar a ra i al ins a ili a e e or ur A esar isso no amen e emos m es isa or ren e ao ro lema lan a o ela em orali a e es ran a a e oi rele a o o ol me a s a mor e mas an o em i a A io ra ia o li ro a al on o in er a e seria oss el in er er o on o e is a a o a o elas es isa oras eria o oe a ire iona o s a es ri a os anos e ara e o ol me emi o osse mais em assimila o A er n a laro es n o em res os a n re an o ela e i en ia a ina e a o e on os e is as asea os em mar os em orais an o se er om reen er or ur on e i os mar em os oemas er i os e arlos r mmon es im lam ma lei ra e n o os en ar ere nos limi es a ole nea s ma o em ma ase a o ra o a or i is o e res o ase sem re es ion el or isso n o re en o e inir a a a os e os Ain a menos me im or o ao im en on rar os ori inais men iona os na ar a e n eressa me so re o om reen er a in era o esse ol me insi el om o res an e a oesia e arlos r mmon e An ra e are e me a ir essa rela o ran e ar e o eri o ons i o ela li era ra o s ena er on a esi a o a iamen o ins re em nos re is ros a er a e or ur m ris o e al e n o e orra a enas o ema o o a ei o in e ra o em ma so ie a e in e isa en re o onser a orismo e a s ere osi o a in imi a e se al oss el e a ame a se es en a ao le a o o a or

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al ro lema olo o me ren e a in erro a es e iam al m a lei ra os ersos i l a os no ol me e omo om reen er a an n ia a esmorali a o o a or ela es ri a er i a e e orma essa amea a e ra asa os on ornos a ima em o omem arlos r mmon e An ra e e al esonra em a i er a er a o a el o es ri or em ma so ie a e e o orno le re n o a enas or se s li ros mas am m or s a in er en o nos jornais e ela ar i i a o na i a ú li a na ional A ele mis o e er on a en se re e e ra er o ero ismo resis in o ao lon o e a as ain a e amea a or o er mo er ma no a lei ra os ersos er i os os o ros ersos omo a o ra ei a a na o s ri a e rans ri e a es ri a le a a or arlos r mmon e An ra e nas ole neas li a as es e s a es reia e a o a rans ri e se o a ra as a ro e imen os r rios o ero ismo ran e anos o s eno o es a o e o es e ensaio n o res on eremos e orma e ensi a a essas es es n re an o oss el emons rar e e orma as in erro a es s s i a as elo ma erial e ar i o o em enri e er a lei ra o onj n o e oemas lan a os em or ur ao amarem a en o ara a im or n ia e e esses ersos sejam analisa os em om ara o om o onj n o a o ra e arlos r mmon e An ra e A re ue e a ue o e tornados p li os

so re os poemas

A pu li a o em de or ur prometia es lare er o tema da sexualidade em uma o ra mar ada desde seu lan amento em pela an stia de orrente do se uestro sexual na express o de rio de Andrade em arta de de ul o de ao ami o mineiro A A E A A E p sexo demonstra rio n o plenamente su limado na o ra drummondiana sempre um res duo a in uietude de orrente da repress o sexual s rimeiros oemas er i os li a os na im rensa nos anos are iam re elar o as e o a a i a o a ele mesmo mo imen o e ins ri o o esejo ro lema i amen e reali a o es e u po s a

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos

A e ress o on a e in er i a se en on ra em Girassol e r o s s a ia am m en re rios m irassol A mo a asso n re os seios e o irassol a on a e i o in er i a A A oi o o lo o oema li a o no e em lar e no em ro e a re is a omem e o oi in or ora o om al era es a amor na ral so o lo A as i a e om e a ria as o as

rummond

on a e in er i a nos rimeiros li ros a o oi o e os o nos oemas er i os o er amos o ser ar m er rso e re on ilia o om o se o orna o o n amen o a oesia si ni i a i o nesse sen i o e m os e os er i os ei la os na im rensa Amor ala ra essen ial on lame o amor a iar o an o o i o j e ons i i ma or a a a e nir os se os e as ala ras or m so a a aren e a i i a o resi e ain a a in ie e o mais a ela limi a a ao ema a or a o omo no se es ro se al en en osamen e o ser a o or M rio e An ra e na ase ini ial a es ri a r mmon iana ra a se a man en o e m ro lema om le o analisa o or An onio an i o no le re ensaio n ie e na oesia e r mmon a es on ian a e r mmon em rela o le i imi a e a r ria oesia s e ialmen e nos li ros os anos e o oe a esi a en re a e osi o os anseios in i i ais e a reo a o om os ro lemas so iais or isso a oesia se orna m ro esso e ons an e em a e en re o i o e o e se e l i o oema A ar ir o ensamen o e an i o mas sem nos on en rarmos na an ús ia e orren e a irania a s je i i a e analisa a or ele o emos es en er a in ie a o om a es ri a ao onj n o a o ra r mmon iana e a o a ria o em r mmon in isso i el a in mi a e a en ramen o is an iamen o o ro esso o i o nos ermos e Marlene e as ro orreia m a e similar ei a mar as na es ri a er i a e arlos r mmon e An ra e on orme om ro am as e lara es o a or a er a os oemas san o ma on l s o e i en e en re an o rimeira is a a assa em a ar a e r mmon a A ar ena l e os re os e en re is as om ila os n o are em on irmar a in ie e o a or ian e a r ria ro o e e en emos ser m os n amen os a es ri a er i a r mmon iana A aren emen e e li i a se a somen e o re eio o oe a om a m la e s a ima em ú li a al e essa mo i a o n o es eja e l a o a iamen o a re ela o os e os on o an o se le a em on a e a es ri a er i a in a sen o reali a a e es iona a or r mmon elo menos es e a a a e a ela in mi a e a en ramen o e is an iamen o a ria o o i a re ela se omo m os ernes a re sa li a o

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m ensaio r i o li a o em ss os em ois anos an es a re a o a ar a i a a aj a a om reen er a ons an e ro lema i a o os oemas er i os or arlos r mmon e An ra e m Maria sa el an o amoroso o es ri or o ser a e o amor em s o p s rimeira is a si o e in i i al lo o se a i in a e se re es e e sen i o ole i o le a res en a Maria sa el soli ria e ra erna o n o e s a na re a se nos re ela an o mais ro an o mais es i a e n ase so iali an e a s a e ress o i em re o em ora se e en a em o ra al eia are e ma e esa o re s so ri o ela oesia r mmon iana em om ro e j an n ia a em em o os po s esses li ros r mmon a as a se a n ase so iali an e e o o u o os e ros o po o e a or o om e elen e es o e a ner amilo o i a rans orma o oi a sa a em i eren es r i as li a as na im rensa e al eamen o as l as on re as s je i ismo re sa om ni a o se e o re eio e r mmon e os o na ar a a A ar ena l n o i ia res ei o a enas i ama o o omem e es re e mas an es e o ao oe a e s a oesia o e se a esse res ei o e a r i a e es er a in la a ao ar i o om nis a rasileiro on e e ar e os a a es oesia e r mmon na a a e es i ma i a a o amor omo ema r rio os e se en re am a so ressal os e o s as ara re omarmos a e ress o e m os a ros o rrera G erra a M A S o ensaio so re a oesia e Maria sa el o es ri or re a e as oss eis r i as e al eamen o e in i i alismo on ra oemas en ra os na em i a amorosa e o an erior esis n ia em e se li ar a ole nea er i a e en e e o i s soli rio a oesia o e se reali ar mesmo na eles e os es i os a n ase so iali an e or e en o r mmon resis e li a o ma oss el res os a a e nos in eressa analisar le a a ian e a in ie e om o ro esso o i o am m essa in erro a o il mina a elo ensaio a res ei o a l ri a amorosa e Maria sa el A irma r mmon o i s oe as se il em omo os o ros omens e es e li ro e Maria sa el r o e enerosa il s o la an e i o a ora a an o eli a a a e seria

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am m re o e a li a o os e os er i os As ir ns n ias so iais im e iriam a e ans o o sen i o ole i o s ja en e om n o elo amor o a ar a e r mmon a A ar ena l on irma essa lei ra ia es rever l e re lamando o poema do rapa men ionado em seu ltimo art o uando ele me e ou em outro envelope ostei da oisa simples e mar ante mas a o um pou o di il ue al uma revista o pu li ue rimeiro por ue prati amente n o existem mais revistas liter rias neste Brasil t o desenvolvido em petr leo autom veis e i u nis epois por ue uma ou outra pu li a o ue ir ula por a om al um espa o reservado poesia ontinua o servando a ueles mesmos rit rios morais estritos de antes da era espa ial e ue s o o e uma orma inal de ipo risia impressa Ar uivo A ar enault A B C B

e o aa o e e mar o e a es a a ersis n ia a es on ian a nas ossi ili a es e ma lei ra o i a n o moralis a Al m isso a res en amos a ar ir a in era o o e is ol rio om a es ri a ensa s i a e r mmon o r rio as e o j iloso os oemas ar ialmen e re ela os a ar ir os anos se en a arris a re elar se in o ma il s o se n o se oa na om on i es so iais a or eis lei ra a s o os or os omo m mo o e soli arie a e s amos ois ren e ao ro lema as rela es en re l ri a e so ie a e A es o om le a em si ar i larmen e ri a na o ra e arlos r mmon e An ra e m s a oesia mesmo na eles li ros a aren emen e is an ia os a ra a e on i es oss el o ser ar a ens o en re ransi i i a e e in ransi i i a e o e o li er rio e oman o o ensamen o e A orno im or an es o ras r i as omo as e a ner amilo e e ina is o emons raram e o re raimen o o s jei o ar i i a i o r mmon iano na a a e mesmo an o ons i i ma es ie e an ese a so ie a e ain a m soc Al m isso a em ros o po o a o ra mais si ni i a i a o en ajamen o r mmon iano o roje o e ar i i a o ons an emen e mina o ela ú i a em rela o e i ia a oesia omo ins r men o e a o Ao se n ar na in ie e ian e a ala ra e e s a inser o so ial a oesia r mmon iana e e se ao eri o orna se ma o i a o ris o na e ress o e mna Simon

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s oemas er i os n o se isso iam o eri o a e se s me e a es ri a em ens o en re a onomia e ransi i i a e Ao on r rio a re sa ini ial li a o ser s si a na a a e ela re ela o ir ni a os eri os in isso i eis o ero ismo o i o A in ie e om o ro esso e ria o se re ela n o a enas no e i o os e os mas em se s es a os e li a o ei la os em re is as orno r i as o em e i es e ar e os oemas re elam a ra ili a e o roje o e om n o or meio o se o e a ala ra A i l a o e al ns e os em eri i os omo us o o ei a er a ú i a e a om an a a re ela o os e os er i os na a a e esse es a o os oemas e em s a ro lem i a on i i a e orno ra ia omo as en re is as e ar i os li a os or i ersos in ele ais nas re is as i a as os oemas ins a ram m es a o e re le o or s a em i a no en an o s o ine a elmen e r imos s ima ens e jo ens n as i l a as nas inas as re is as esse sen i o are em ass mir ma ara er s i a re orren e nas e ini es e orno ra ia o e ei o e e i a o o re e or A a o a es ri a no or o e em l em se se o a ro ima os e os os a s o mesmo a a je o om men e asso ia os ao o o er i o oe a re ela assim a ilo e eme o a il amen o o se o mais e ma e ri i a o em en re is as on e i as na a a e A irma r mmon ato ue o e n o se distin ue mais o erotismo propriamente dito e a porno ra ia ue uma deturpa o da no o pura de erotismo Se eu pu li asse a ora o livro iria en rentar por assim di er um elen o astante numeroso de livros em ue a poesia amada er ti a n o mais do ue poesia porno r i a e s ve es nem isso por ue uma poesia mal eita sem nen uma no o de po ti a apud E EI A op it p

o amen e o e i ismo a ra essa a rela o o oe a om a i a li er ria Mais ma e l i amen e r mmon e e os ris os a e s me e s a ro o e m la o rejei a a on s o en re o ero ismo e a orno ra ia ala ra orna a e i e e o ro a rai os oemas er i os li a os em i a ara o m i o a mer a oria a romessa e o o e s s en a em ran e me i a a en a e re is as o nero r rio ro esso e ei la o os e os are e ol ar se on ra eles amea los em ma no a

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond

a e a o i a o ris o r mmon esi a e e e s a in ie e no mo o omo i l a se s oemas o o ro e remo em li a es e l o omo or or s or s s r o os e os er i os are em re elar o e amen o a e se arris a a oesia A in ie a o e i o ro imi a e en re a onomia e eli i a o a li era ra rei era a or r mmon em s as re le es mar em a oesia omo nes a e lara o tesouro est ti o do mundo ale ra alimenta onsola os privile iados ue t m a esso aos seus primores mas as randes massas umanas pare em ondenadas para sempre a n o parti ipar do estival Eu per unto se n o um e o smo undamental no riador liter rio no artista ue se distrai om as ormas da ele a om o o o sutil do esp rito en uanto a realidade em volta apenas o es or o pela so reviv n ia sem ual uer ori onte ual uer io onda de museu p

i en emen e o esen an o a o em rela o li era ra re isa ser es iona o em m es o a oesia r mmon iana is o e essa esil s o a are er e orma i ersi i a a na es ri a o a or re o el i a i o no en an o o ro e imen o ir ni o e n a a li a o res ri a nas e i es e l o j s o em ma o i a e em omo m e se s ro lemas a inser o so ial a li era ra ssa res ri o se orna ain a mais em lem i a an o em on ron o om o a iamen o s essi o a e i o o li ro er i o em mo imen o o os o ao a re o i a e o ser a a elo es ri or na i l a o o jú ilo o i o or Maria sa el nos anos a es ri a er i a o es om asso en re os oemas e a so ie a e orna se ain a mais in enso ma e e n o se ra a a enas e amor mas e se o e a i o risia e o e ron ar o ema ara re omar a e ress o sa a or r mmon em ar a i a a m en re is a ao s o em ele on irmaria a er e o e al esa or o en re se s oemas er i os e o em o em e o eriam ser li a os assaram a mo a n o re en o li ar o en an o omo sa emos a es ei o esse es om asso al ns e os er i os oram li a os nas a as e e ros iriam l os mamen e em e i o re ara a elo a or jo e em lar om emen as reser a o elo Ar i o M se e i era ra rasileira a n a o asa e i ar osa A li a o n o irime a in ie e A s er si o i l a a a o ali a e os oemas em li ro a in ie a o re elaria m no o as e o Al m a es on ian a em rela o le i imi a e a oesia er i a a in mi a e a en ramen o

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is an iamen o o ro esso o i o se a sen ir or meio o on ron o es a ele i o elos oemas e or ur om o onj n o a o ra o i a e arlos r mmon e An ra e ma as e ra es o li ro in i ia o me anismo e re oma a e in ers o reali a o elos oemas e e ara ar se a na re a i o re o o an o e s us s A re oma a a e o eia reli a em A m ina o m n o e ro si ni i a i a is o e ons i i m n i e o on ron o en re o oema a a a e e e os a ole nea er i a li a a os mamen e m o osi o re sa a o al e li a o a i a o ere i a ela m ina o m n o no oema e ro o úl imo e o e or ur a irma a a ei a o o on e imen o e orren e o se o ara o sexo a expirar eu me volto expirante ai de min a vida em ti me enredo e a undo Amor amor amor o raseiro radiante ue me d pelo or asmo a expli a o do mundo

Esta ele e se um o o espe ular entre os poemas pu li ados om uarenta anos de intervalo a d ada de in uenta desden ando ol er a oisa o erta ue se a ria ratuita o texto institui uma po ti a da perda A treva mais estrita pousara so re a estrada de inas pedre osa e a m uina do mundo repelida se oi miudamente re ompondo en uanto eu avaliando o ue perdera se uia va aroso de m os pensas

ma e in or ora a a er a e m o je o jamais oss o a oesia se orna melan li a e a or o om a e ini o re iana esse a e o o je o a sen e orna se en o on i o o on e imen o a alian o o e er era l se no oema e n amen o e ma osmo is o e ensa o m n o o somen e or e are e ele se a as ar o e o e or ur omo no oema e ro a ro lem i a o on e imen o ersis e is o e o or asmo o ere e a e li a o o m n o no en an o ma s il i eren a no sa er ro i ia o elo se o j n o se ra a e ma isa a o ali an e o m n o oss el a enas no ensamen o r mo erno o oema e or ur o s jei o a ei a a m ina mas j n o a ela mar a a elo e amen o e ela o ali a o e sim ela e emeri a e or meio essa a ei a o eminen emen e mo erna re er e se a melan olia e a irma se o

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond

o o no momen o mesmo em e a er a m ima se insin a a al n ia a i a o im a o n ia A in ers o es a ele i a elo on ron o en re os e os ermi e nos s s en ar a i ese e e or ur re ela ma a e a mo erni a e r mmon iana ain a o o analisa a a ela e em ora sem i norar os ris os en ol i os em ma es ri a er i a ons i i se ara al m a melan olia a er a o es a iamen o m o ros ermos ma o i a o oo e ao lon o e a as n o se e a er o s ena ssa i ese orna se ain a mais e n a ma e e le emos em on a a e i a o o oe a es ri a er i a elo menos es e a a a e on orme a es a re o a orres on n ia e arlos r mmon e An ra e j i a o s oemas er i os ons i em or an o ma es ie e s lemen o aos i eren es li ros li a os o ras mar as esse em a e al m a ele es a ele i o om ro eja se a esse res ei o nos oemas er i os o re erso o amiliarismo e re omina na es ri a memorial s i a e o po e o a ran e ar e a oesia e r mmon e m as e o r i o i A e s amisa e an o e or ur e e o nem ao menos seria o om no en an o io m il o ma il a on ira se ain a o an erso o esejo e ar i i a o re ominan e na l ri a r mmon iana a a a e e os o em ra man e se em ro ensan o nos o ros omens e in a ena e o os a risiona os no m n o Assim or ur rel er er en o e os o as e os si ni i a i os e i eren es ases a oesia r mmon iana or meio os oemas er i os o es ri or e em es o o onj n o e s a r ria o ra ris o ins a ra o ela oesia er i a orna se en o inse ar el e s a ro o e am m e s a i l a o Se e a or o om ar es o e o e eria ser essa essoa esen ol a e mos ra o raseiro ao po co r mmon are e es ionar ser isso oss el a er m em o a e a o ara a ei la o o an o eli o se o e e l ir essa e onomia a ú i a a reno a o os es ionamen os no li ro inal e r mmon r em e a sa is a o e o o o re ominan es em or ur s o ase sem re s si os or ma o i a a er a A in ie e en o se e an e e a nos a isl m rar nessa oesia ma a e e nossa mo erni a e li er ria e im or a ain a on e er

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Considera es inais Tendo atravessado a es rita de Carlos rummond de Andrade durante anos os versos er ti os do poeta pare eram uase sempre r ti a espe iali ada um suplemento ue pou o teria a di er a er a da o ra do autor tornada an ni a so retudo da uela pu li ada at Entretanto os re istros a er a do tema no a ervo pessoal do es ritor e nos ar uivos p li os pare em dire ionar a leitura para amin o oposto A insist n ia na import n ia do erotismo por Carlos rummond e os temores mani estos por ele pare em indi ar ue os versos es eninos poderiam amea ar n o s a ima em pessoal do omem amoso mas tam m permitir a revis o de sua o ra prov vel ue ustamente devido a essa import n ia os textos de or ur n o ten am vindo lu durante a vida do poeta mas ten am sido preparados para a pu li a o p stuma em edi o om emendas en ontrada no A B e istrados em um ar uivo p li o on e ido par ialmente pelo pr prio autor esses versos sa ia o rummond teriam de vir lu assim omo os v rios re istros le ados esparsamente por ele a er a dos poemas essa orma omo os amantes expostos nos versos os textos do livro seriam preservados dos on litos do mundo durante um per odo limitado ao im do ual previa o poeta teriam de en rentar um ontexto ue ele ul ava destruidor As previs es n o se on irmaram ontudo or ur n o pare eu ma ular a eran a transmitida por rummond Talve isso de orra apenas da solide da o ra editada pelo poeta at sua morte ou at se undo o ponto de vista adotado Investi em uma outra ip tese entretanto ui os versos er ti os n o a am a alado o le ado drummondiano por ue eles am m ra em ri as no i a es e im or a om reen er s a oi a aposta deste tra al o e er n ias A T alestra so re l ri a e so iedade In otas de literatura I Tradu o de de Almeida S o aulo uas Cidades Ed p En a ement In otas de literatura Tradu o de C A ale o e I A da Silva io de aneiro Tempo Brasileiro A A E C de Tempo vida poesia ed io de aneiro e ord oesia om le a io e aneiro o a A ilar

alavras impu li veis o ue o a ervo de Carlos rummond

r s

sa o eS

a lo S o a lo

1

e a os o e

ru o o pr o p o or ou r s po s s o ornal o rasil io e aneiro a r n re is a on e ia a Beatri Bon im m en on ro e S a s om en e m i o im or an e us n j l n re is a on e i a a Gil er o Mans r or s s r o io e aneiro i os i es e Ar e c

Amor

ala ra essen ial

io e aneiro n

jan or or s io e aneiro Al m ramen o ss os io e aneiro os l mio A S ili e Ar i ar a r ria i a e is a s os is ri os io e aneiro G n A S pr r o o ra o e G ins r S o a lo ers e i a S o r cus S o a lo a in i orial AM ru o os o o o os s r s S o a lo A eli i orial A A u u s po s ru o n em rioses ri os e S o a lo as i a es A M e ru o c io e aneiro or e a ar A M o ro s o os po s os r os ru o r ese o ora o em om ni a o So ial a l a e e om ni a o So ial ni ersi a e e eral e io e aneiro io e aneiro Si m n o u o co n ro u o o rc s s o ra o e no as e e So a S o a lo om an ia as le ras enr ierre Mem rias o so ial ra o e M a al an i io e aneiro orense ni ersi ria M A S ro o pr s co u s or s o soc s o r s io e aneiro os l m io MA A SA s o p io e aneiro A ir M A S G oss ru o e re is a e am lia a S o a lo Glo o SM ru o u po c o r sco S o a lo i a

si a enlatada no inema a r c de onteiro o ato us c o

o s

o

ro o

ilena i eiro

os rc

artins

RESUMO: Am ri a uma o ra i ional de nero rido na ual dois persona ens dis utem temas rela ionados s so iedades ameri ana e rasileira dos anos e in io dos m dos temas s o as trans orma es por ue passava a ind stria inemato r i a mais pre isamente os e eitos da me ani a o da m si a no inema uando as or uestras ao vivo oram su stitu das pela m si a ravada ou enlatada Tal assunto ulmina om uma dis uss o so re a moderni a o da so iedade e das artes este tra al o apresentamos e dis utimos a onstru o das ideias expressas em Am ri a so re esse tema om ase em pes uisas no a ervo do ornal T e e or Times En ontram se nesse ornal arti os e ima ens ue s o dis utidos pelos persona ens da i o PALAVRAS-CHAVE: onteiro o ato Am ri a T e e or Times Cinema. ABST ACT Ameri a is a i tional or o rid enre in i t o ara ters dis uss some su e ts related to t e Ameri an and Bra ilian so ieties o t e s and earl s ne o its su e ts is t e trans ormation t at a e ted t e inemato rap i industr pre isel t e e e ts o musi me ani a ion on e mo ies en ali e or es ras ere een re la e re or e m si a a anne m si is s je en s i a is ssion a o e mo erni a ion o so ie an ar s n is a er e resen an is ss e ons r ion o ese i eas in Ameri a ase on e e or imes ele roni olle ion A is ne s a er one an in some ar i les an ima es is sse o a o s ara ers Mon eiro o a o Ameri a e e or imes Mo ies ______________________________ o ora em eoria e is ria ela ni am ro essora A j ni ersi a e e eral o e ar amen o e i era in s i a rso e e ras

i er ria na a aran ra e ri i a

uinas modernas em tempos de rise epois de ter vivido nos Estados nidos por uase uatro anos uando tra al ou omo adido omer ial do Brasil no Consulado de ova or o ato pu li ou rc o ra i ional e nero ri o mis o

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de narrativa de via ens roman e de ideias e r ni a so ial nesse livro um orte pendor in ormativo destinado ao p li o rasileiro o livro tra uma s rie de in orma es n o i ionais so re os Estados nidos dados ist ri os popula ionais in orma es so re extens o das estradas uantidade de autom veis renda per apita n mero de universidades de estudantes de i liote as de a ervo et Esses dados s o usados em eral de maneira omparativa nas onversas entre o narrador rasileiro sem nome e r Slan seu interlo utor in l s omparam se os Estados nidos om o Brasil e dis utem se os rumos do desenvolvimento dos dois pa ses Eis um exemplo dessa ompara o o tra al ador ameri ano diri e uma m uina e on orme espe ula o narrador depois de tra al ar dedi a se ao la er vai ouvir son s pelo r dio BAT p Continua ele A uele pati e l de aruto na o a e perneiras om r dio em asa e ertamente um ord no undo do uintal an ar uanto o m nimo in o d lares por oito oras de tra al o nosso e a por um tra al o muito mais penoso e de sol a sol apan a em m dia r is ue ao m io de por d lar orrespondem a entavos a vi sima uinta parte do e a ameri ano E inda por ima insultam no a usam no de n o ter poder a uisitivo de n o omprar livros de n o ser s io da i a da e esa a ional BAT p

A apresenta o dos dados e a ompara o sus itam dis uss es entre o narrador e r Slan tema das m uinas na vida do a ri ultor desem o a em outros ue s o a proli era o de m uinas dos mais diversos tipos na vida dos ameri anos e as trans orma es ue essas m uinas operam no mundo do tra al o om a ria o de novas un es e a extin o de un es anti as ue passam a ser desempen adas pelas m uinas Assim aludindo s omodidades modernas ue povoam a vida do a ri ultor ameri ano o narrador elen a al m do r dio a m uina de lavar a m uina de passar a m uina de aspirar p a m uina de lustrar a m uina de des as ar laran as a m uina de matar mos uitos e o arro des rito omo m uina de devorar mil as ou omo o a rito de ao BAT p

si a enlatada no inema a Am ri a de

onteiro o ato... 6

epois de o servarem a presen a intensiva de m uinas na so iedade ameri ana e as trans orma es ue elas operam no mundo do tra al o os persona ens dis utem a rise eral da so iedade ameri ana rise de empre o so retudo Se undo r Slan o uso intensivo de m uinas aumenta a e i i n ia do omem ameri ano Cada ameri ano produ tanto uanto omens naturais isto omens desma uinados ue s usam os m s ulos ue eus l es deu A o isso ex essivo r Slan A rise eral ue se a entua e vai ser tremenda prov m deste uso res ente da m uina u o toda ente prever isso o o est errado Toda ente o ni o animal de estupide maior ue a do peru ato de toda ente pensar assim vale me por prova astante de erro BAT p

em remo nos de ue o ato estava in ormado a respeito da e onomia ameri ana por in un es tra al istas uma de suas un es omo adido omer ial era ontri uir para ampliar a exporta o de produtos rasileiros o ue seria menos prov vel em tempos de rise or essa ra o a dis uss o i ional so re a rise do tra al o est diretamente vin ulada a uest es om as uais ele lidou pro issionalmente narrador se re ere omo se pode per e er a uma sensa o eral ue pode ser do umentada por meio de onsultas a ornais da po a e a dados e on mi os em livros de ist ria e e onomia so retudo uando o e vin ulamos tal not ia de rise s su essivas rises ue ulminaram om a rande epress o ou Crise de ue oi omo o narrador se re eriu uma rise de superprodu o Curiosamente em ora Am ri a se a de o narrador a re er n ia rise antes da ue ra da olsa de ova or em assunto ue s apare er no inal do livro nos ap tulos III e IV or isso talve ele alude mais a uma sensa o eral do ue a atos pre isos e alude omo a uma preo upa o n o omo a um ato pol ti o e on mi o laramente identi i ado e onde viria essa in orma o do narrador uem o toda ente a uem ele se re ere Certamente os ornais noti iaram preo upa es de e onomistas om a rise do empre o e a superprodu o mas nesse momento espe i o a in orma o apare e omo uma impress o

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sem re er n ia a uma onte pre isa ou impre isa Em outros momentos omo veremos as in orma es de ontes apare em om um pou o mais de pre is o m ressiona em r c a resen a e an os a os e on mi os e o osi ionamen o os ersona ens ian e o esen ol imen o e on mi o os s a os ni os o rasil e e o ros a ses m ressiona am m a a ali a e e al ns omen rios os ersona ens so re o a eles e es a ele em a ro ima es e om ara es en re as e onomias a ina a n ia e o rasil o e an o re orr n ia e ensi a e em an lises e on mi as es e s lo Mr Slan e o narra or n o eram e onomis as o a o am o o o era Mas era m em res rio j a ia i en ia o si a es e rise e lminaram om a al n ia e s a em resa Al m isso o in eresse e o a o or ass n os rela i os e onomia in erna ional es ire amen e in la o s a n o omo a i o omer ial e s a are a en ro esse em re o e analisar o esem en o omer ial o rasil no e erior r Slan e o narrador palpitam a respeito de muitos temas Conversam sem ompromisso poder se ia di er num primeiro momento as essa onversa sem ompromisso tem undamentos em dados e on mi os a ue o es ritor tin a a esso se a omo o leitor e l ti o e inveterado ue pare ia ser se a omo un ion rio do orpo diplom ti o rasileiro des ompromisso ent o talve n o deva ser levado t o a s rio o se trata apenas de uma dis uss o de ideias in onse uente Trata se da i ionali a o de uma onversa ue se osse real arre aria onsi o a mar a da e emeridade das palavras ue o vento leva mas um texto ue uma ve pu li ado onverte a suposta e emeridade da palavra oral em al o mais duradouro e onse uente se onsiderarmos a perman n ia da es rita e o tra al o om a es rita omo al o mais pensado e ela orado ue um ate papo As dis uss es dos dois persona ens se adensam tam m se inserimos Am ri a num on unto de o ras i ionais de o ato em ue o uturo o eto de dis uss o residente e ro A e orma da ature a e A C ave do Taman o por exemplo Em Am ri a o ato lan a ol ares para o uturo a partir da dis uss o do presente momento e on mi o sus itava in uieta es era prop io ao tipo de dis uss o ue os persona ens s s en am

si a enlatada no inema a Am ri a de

onteiro o ato

Se n o ri o s a n o o se o ia roje ar so re os r mos a so ie a e em rise o e era a des on ian a om rela o aos dis ursos de e onomis as pol ti os de pessoas autori adas A rande epress o on irmou a ren a de intele tuais ativistas e idad os omuns de ue avia al uma oisa undamentalmente errada no mundo em ue viviam uem sa ia o ue se podia a er a respeito Certamente pou os dos ue o upavam ar os de autoridade em seus pa ses e om erte a n o a ueles ue tentavam tra ar um urso om os instrumentos de nave a o tradi ionais do li eralismo se ular ou da tradi ional e om artas dos mares do s ulo I nas uais era laro ue n o se devia mais on iar At onde se podia on iar nos e onomistas por mais ril antes ue ossem uando demonstravam om rande lu ide ue a epress o em ue eles mesmos viviam n o podia a onte er numa so iedade de livre mer ado propriamente ondu ida pois n o era poss vel nen uma superprodu o ue lo o n o se orri isse BSBA p

e er n ia ao su t tulo de A el uia de E a de ueir s es ritor muito lido por onteiro o ato

Talve a or a ue an am ertas dis uss es pol ti as e on mi as e so iais eitas so o vi s da literatura so o manto di ano da antasia este a asso iada a essa re erida des ren a nos dis ursos de e onomistas e pol ti os Assim em ora o ato ten a sido um mem ro o i ial do overno rasileiro nos Estados nidos desempen ava ao mesmo tempo uma outra un o na so iedade rasileira a de es ritor e omo es ritor ele n o tra a um dis urso o i ial mas apresenta as dis uss es de Am ri a pela vo de persona ens ue podem ser lassi i ados se undo as palavras de o s a n omo intele tuais ativistas e idad os omuns r Slan tenta onven er o narrador e em ltima inst n ia o leitor de ue suas pro e es e espe ula es est o ertas ma das or as do seu ar umento prov m da apresenta o de suas ideias omo di erentes das do senso omum por serem di erentes mere em aten o utro aspe to ue as desta a o ato de provirem de um o servador relativamente al eio aos atos emo ionalmente distan iado posi o ue ele reitera por n o ser nem ameri ano nem rasileiro portanto poten ialmente apto a dis utir om distan iamento os pro lemas dos dois pa ses

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Soma se a isso um ol ar ue ultrapassa a o serva o do momento presente e plane a olo ar em perspe tiva os pro lemas analisados assim ue r Slan o serva ue o pro lema da uele momento ist ri o n o era espe i o da uele momento e da uele pa s e trata dele omo um ato so ial atemporal Sempre ouve uma rise de tra al o mais ou menos a uda uando se a rava torna se sens vel e todos ritam ue rise uando minora todos pro lamam ue os tempos est o normais Esse estado de rise permanente ora mais ora menos a udo n o passa dum l i o e eito da lentid o da adapta o umana omem lerdo e est pido Expli ue se o estou entendendo Cada ve ue apare e al uma nova m uina ou nova inven o e pro redir isso ma uinar inventar riam se ondi es novas de vida ue provo am deslo a es de omens uando apare eu o autom vel mil ares de o eiros oram deslo ados das suas oleias mil ares de tratadores de avalos oram para o ol o da rua Crise eslo amento apenas A m uina nova n o veio diminuir o tra al o sim aument lo omo os atos o provam Apenas riou tra al o novo Sur iu a tare a nova do au eur e as dos reparadores de arros lavadores vendedores de asolina e todo esse mundo da ind stria automotora E a ui temos o ponto s o eiros e mais omens postos mar em pelo auto oram em n mero tremendamente in erior ao dos omens amados a desempen ar as tare as novas ue o automo ilismo riou o deixa de ser assim on ordei as BAT p

Ao in ro ir o ema elo e em lo o a om el Slan s s i a sim a ia or s as i eias j e o a om el are ia er in o ara i ar era s m olo e os en a o e son o e ons mo mesmo nas lasses m ias rasileiras e al m e o era m s m olo ine oo e mo erni a e ema en ral e r c As ro iss es e es a am em ias e esa are er se n o Mr Slan n o eram lamo rosas elo on r rio eram s m olo e es a na o o a raso a i a r ral e m m n o e se eseja a s erar o ja im or n ia se re en ia imin ir em n o o elo io a m mo o e i a r ano ema aro ao ni erso i ional e o a o

si a enlatada no inema a Am ri a de

onteiro o ato

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utro aspe to do ar umento de r Slan ao ual vale a pena amar a aten o a asso ia o entre a onstata o da rise e a di i uldade umana em se adaptar Sem men ionar expli itamente C arles ar in ou a er ert Spen er r Slan se re ere ideia evolu ionista se undo a ual a ueles ue se adaptam s mudan as so revivem en uanto os demais su um em A ueles ue n o se adaptam ou ue t m maior di i uldade de se adaptar Slan os des uali i a por meio das palavras lerdo e est pido tom semel ante ao da r ti a eita por o ato nos arti os ma vel a pra a e rup s BAT a em ue o arti ulista ridi ulari a o outro o aipira na ueles textos neste os inadaptados e por meio da r ti a prop e uma nova postura diante dos atos postura de adapta o de a eita o das mudan as Tal postura tra em si o apelo a uma a ertura para a novidade em detrimento do ape o ao ue tradi ional Essa uest o do em ate entre tradi o e modernidade uma das mais aras e omplexas uest es na o ra lo atiana o o depois de tratar do autom vel Slan e a ao tema so re o ual desenvolver seu ar umento de maneira mais espe i a e do umentada o inema Autom vel e inema am os ones da modernidade t m em omum a velo idade r Slan lama por um pro esso de adapta o ue se a i ualmente velo Como muitas novidades te nol i as populari adas nas primeiras d adas do s ulo autom vel e inema ausaram estran amento e perplexidade exi indo da so iedade um pro esso de adapta o para ue seus ene ios ossem usu ru dos ue novas te nolo ias ausam estran amento e perplexidade isso il de se o servar A resist n ia a mudan as est asso iada dentre outros atores so reposi o de novidades o ue a om ue uma te nolo ia se a lo o su stitu da por outra e portanto o di il pro esso de aprendi a em e adapta o a ela ten a ue ser su edido por outro pro esso de adapta o a outra novidade e assim su essivamente ovas te nolo ias exi em onstante disposi o aprendi a em Isso talve usti i ue a lentid o na in orpora o de novidades te nol i as ao ito do rosso da popula o at ue elas de ato mostrem ue vieram para i ar A rapide om ue sur em pode estar li ada e emeridade de sua so reviv n ia

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Aparentemente r Slan de ende a adapta o do omem s novidades do mundo moderno omo o autom vel o se trata omo vimos de uma novidade nem muito nova a despeito da aparente redund n ia nem e mera mas de al o ue tin a al umas d adas de vida e ue mostrava ter vindo para i ar tendo se in orporado verti inosamente aos modos de vida das mais di erentes so iedades mais nas ur anas ue nas rurais mais nuns pa ses ue em outros e om si ni i ados ulturais di erentes mas de presen a indis ut vel nas so iedades modernas mesmo se pode di er do inema o aso do inema a adapta o exi ida por r Slan diri ida a um rupo muito espe i o os m si os ue tra al avam para o inema Em tr s p inas do ap tulo VIII de Am ri a r Slan in orma revemente al umas das mudan as o orridas na ind stria inemato r i a na rela o entre som e ima em depois in orma so re o movimento dos m si os ue em a e do ris o de perderem seus empre os protestam ontra as inova es e por im mani esta sua opini o reiterando a ne essidade de adapta o Ve amos mais de perto essas in orma es e ar umentos si a em lata r Slan n o expli a ertos detal es ue po a da pu li a o do livro ertamente eram on e idos de seus leitores mas o e demandam es lare imentos Trata se do momento de transi o entre o inema mudo e o alado uando inova es te nol i as permitiram ue a m si a passasse a ser transmitida me ani amente em sin ronia om as ima ens e o som das vo es dos atores de tal orma ue a m si a ao vivo ue a ompan ava as pro e es dos ilmes de ent o oi su stitu da pelo ue passou a se amar m si a enlatada Estava e ando ao im o tempo das or uestras exe utando per orman es dentro das salas de inema on omitantemente pro e o das itas r Slan posi iona se avoravelmente s mudan as ue permitiram a sin ronia entre som e ima em riti ando a atitude dos m si os da Ameri an usi Asso iation ue resistiam s mudan as elo io de r Slan a tais inova es deve se por um lado a uma

si a enlatada no inema a Am ri a de

onteiro o ato

tend n ia sua de elo iar o pro resso a me ani a o as inova es ient i as de um modo eral Al m disso r Slan elo ia as mudan as por ue elas amin avam pro ressivamente para a elimina o ou su stitui o de um tipo de rela o entre som e ima em ue ele onsiderava arti i ial os sons produ idos pelos m si os tin am a un o de o upar o espa o deixado pela alta do som da vo dos atores dos ilmes Se undo ele inema ainda a meio amin o da sua evolu o reprodu ia os movimentos da o a de uem ala mas n o o som da ala or ser o ante para o p li o ue tanta ente na tela alasse sem ue nen um som osse ouvido ouve ne essidade de riar um orpo de mil ares e mil ares de tapeadores s ni os omens ue tiravam de ordas de tripa e anudos de lat o sons om inados se undo ertas re ras om os uais su stitu am para o ouvido dos espe tadores os sons arti ulados ue deviam sair das o as dos persona ens tru ue pe ou Como seria imposs vel ao ouvido umano ouvir ao mesmo tempo a m si a e a ala dos persona ens os espe tadores ouviam a m si a e dispensavam se de ouvir a ala inexistente BAT p e

mostrou-se a personagem-título do romance bernardiano O índio Afonso (1872-1873), um cafuzo

Se a atitude dos m si os o ria uma al a do inema e era portanto uma tapea o do p li o ela mere ia e ar ao im ara intensi i ar o ar umento mar ando ne ativamente os m si os de inema r Slan se re ere a eles e a seus instrumentos por meio de termos depre iativos tais omo tapeadores vel aria instrumentos eitos de orda de tripa o ue mesmo sem ser also nomeado de orma depre iativa e lat o Se uindo o ar umento de r Slan se os m si os s o tapeadores sua elimina o positiva ue ne ativo se undo ele a atitude dos m si os de resist n ia evolu o das t ni as de sin ronia entre som e ima em A expli a o de r Slan trata da su stitui o da m si a pela vo mas n o propriamente da elimina o dos m si os do espet ulo do inema A inal o persona em n o dis ute nesse momento a m si a omo parte do espet ulo is ute apenas a su stitui o da exe u o de sons ao vivo por sua reprodu o me ni a osse ela ravada ou enlatada E parte de um pressuposto ue podemos onsiderar e uivo ado de ue seria imposs vel ao ouvido umano ouvir ao mesmo tempo a m si a e a ala dos persona ens p

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r Slan n o desenvolve extensamente esse ponto Em se uida trata das asso ia es dos m si os da manuten o de al uns postos de empre o e do desapare imento de outros tantos as o inema ompletou a sua via em evolutiva Aprendeu a alar C e ou reprodu o da vo e muito naturalmente teve de dispensar o on urso dos tapeadores Em ve de se re o i arem om o rande passo ue a uilo si ni i ava os m si os arrepelaram as a eleiras e deram de or ani ar se numa ru ada ontra a vi ra o de outra ori em ue n o as das suas ordin as de tripa Ten o a ompan ado a uerra ontra a m si a em lata omo eles amam oisa nova extremamente pitores a essa ampan a promovida pela Ameri an usi Asso iation mas serve apenas para divertir o p li o BAT p

r Slan usa uma met ora do desenvolvimento umano aprendeu a alar para se re erir ao desenvolvimento das te nolo ias sonoras no inema S assim pode onsiderar natural uma inova o te nol i a Se undo seu ar umento se um desenvolvimento natural e esperado omo a a uisi o da ala motivo de re o i o tam m o deveriam ser as inova es sonoras de ent o Essa naturali a o da m si a me ni a ou enlatada l e permite olo ar em se undo plano e des artar a dis uss o a respeito do desempre o de uma par ela dos m si os do inema importante eviden iar o tratamento da evolu o omo al o natural por ue se ela osse de ato natural n o averia o ue dis utir e o ar umento de Slan omportaria uma er a e n o ma o ini o Mr Slan n o le a em onsi era o or e em lo ari eis e on mi as a me ani a o o som o eria er omo n amen o a in en o e imin ir os s os a ro o inema o r i a a os e ele o eria er onsi era o a o se in eresse or as e os rela i os ro o in s rial e i i n ia et or ue r Slan n o onsiderou esse aspe to ara responder a essa uest o e usti i ar a sua pertin n ia desta uemos um outro aspe to do tre o a ima itado r Slan di estar a ompan ando a erra on ra a músi a em la a a am an a romo i a pela Ameri an usi Asso iation Trata se de ma re er n ia on e al e am m e al menos im re isa e a an erior an o o narra or al ia a ma rise eral re is a or o a en e a s or e en a a i o

m e i orial e eo ro e o jornal or s in orma e in o mil músi os a iam er i o o em re o or a sa a o lari a e e ilmes om a om an amen o sonoro res m si an anne s S o e min a a oria as ra es e e os e anún ios i a os nes e ar i o

si a enlatada no inema a Am ri a de

r Slan se re eriu Ameri an usi Asso iation mas uem de ato assina as pe as pu li it rias a ue aremos re er n ia a Ameri an ederation o usi ians A ualidade da reprodu o desse an n io em Am ri a n o oa o su i iente para avaliar detal es da ilustra o e mesmo para ler o ue est es rito no upom ote o om os outros an n ios da mesma entidade pu li ados no ornal ue nos permite on erir o ue di em as letras mi das

onteiro o ato

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o o e o ou e u o i e o ue o eri er o o e o or i re er i ire e i ire o e o e o i e e i ro o o i o i i Üe e u u ro o i i o ue o e er re o o o e o u or i o i o o e i io o o o e ri ri o e e ei or eio e er o e e rÙ i o ue i o i er e e e o i i i e e om reens o eu o r o o rc u re Üe o o o e o e ori e o o ro u es uisando ar uivos do T e e or Times en ontramos uma s rie de arti os e ima ens ue tratam do assunto so re o ual os dois persona ens lo atianos onversam Tra er tona os textos e ima ens vei ulados pelos ornais de ent o permite ue se expli ite a rede de textos om os uais a narrativa de o ato dialo a permite assim ompreender mel or as ideias dos persona ens e permite tam m re onstruir o pro esso de es rita de Am ri a livro pro undamente intertextual o meio dessa dis uss o so re a m si a enlatada no inema o ato reprodu numa p ina inteira de Am ri a uma pe a pu li it ria da edera o Ameri ana de si os BAT p Trata se de uma ilustra o se uida de texto em in l s a i ura v se um ro inserindo uma variedade de instrumentos musi ais numa m uina de moer arne A outra extremidade da m uina despe a notas musi ais e outros sons numa lata em u o r tulo se l Canned musi or t eatres iante da ena uns pou os espe tadores est o sentados numa sala de inema em meio a muitas poltronas e um omem amin a em dire o sa da texto ue a ompan a a ima em intitula se a in musi al min e meat ue talve possa ser tradu ido omo a endo pi adin o da m si a para usando a ria rasileira su erir a ideia de destruir ou arrasar om al uma oisa texto des reve a situa o de um p li o amante de m si a ao vivo ue ompra seus in ressos mas re e e m si a enlatada entretenimento de ualidade in erior vendido pelo mesmo pre o da m si a or uestral Em se uida per unta Vo permitir ue a loriosa arte musi al morra neste pa s E pede se para ue a resposta n o se a se uida o reen imen o e en io e m om or meio o al o i a o se ins re eria na i a a e esa a Músi a e se o oria ao im a músi a ao i o nas salas e es e los o

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nen um pedido de apoio inan eiro apenas a ins ri o do simpati ante numa asso ia o it out urt er o li ation or ue o texto est em in l s inserido num livro es rito em portu u s il supor ue esse an n io seria um do umento de uma po a provavelmente um re orte de peri di o ameri ano lido por o ato no per odo em ue ele viveu nos Estados nidos Em ora n o osse imposs vel tratar se de uma ria o i ional nossa pes uisa em ontes prim rias e i lio r i as tem onstatado ue em Am ri a as re er n ias a livros ornais e a pessoas s o identi i veis n o s o produ o i ional o ornal para o livro um levantamento eito nos ar uivos do ornal T e e or Times en ontramos uma s rie de pe as pu li it rias da edera o Ameri ana de si os da ual a parte a p ina a ima des rita reprodu ida em Am ri a En ontramos seis an n ios da mesma am lia nos anos de e todos assinados por T e Ameri an ederation o usi ians presidida por osep e er Em todas as i uras um ro atua omo persona em prin ipal representando a me ani a o da m si a Ao lado dele vitimi ados por ele apare em persona ens ue sim oli am a m si a ou os m si os primeiro an n io de de outu ro de tra um ro to ando e ao mesmo tempo destruindo uma arpa no alto da ual um an in o amarrado ora opiosamente A rude a do ro ontrasta om a deli ade a do an in o e o a a erta o ro pare e sorrir sar asti amente em ora se a di il avaliar a express o a ial de seu rosto de lata Ao lado deles um o in o anindo produ al umas notas musi ais as notas n o saem da arpa mas dos latidos do o A aixo da i ura um texto intitulado T e ro ot as an entertainer ro omo um artista ue tra por su t tulo Is is su stitution or real musi a su ess Sua su stitui o pela m si a de verdade um su esso T E A E ICA E E ATI SICIA S p e o re on e e o alor a sin roni a o en re som e ima em no inema ela ossi ili a e e se e ar ao inema ala o Mas onsi era e a s si i o a músi a real or músi a me ni a sin roni a a e e se

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o somen e a ma ra o e on mi a ao esejo e ornar o es e lo mais ara o onsi era e a ma inaria em esem en a o m ran e ser i o mani a e e e se ro si o reser ar os omens e m l eres e ra al os i n eis e es ro i os e alma Mas a er e o je an o o lo e a m ina n o m ar is a elen a ma s rie e e ei os so iais ne a i os essa s s i i o o omem ela m ina os ar is as e arne e osso elo ro e a músi a e er a e ela músi a me ani a a en re eles rej o l ra ameri ana orr o a a re ia o ú li a e oa músi a o e seria ma alami a e l ral a imin i o os os os e ra al o e onse en emen e a al a e in en i o aos jo ens ara o esen ol imen o e se alen o em n o o esin eresse ela arreira m si al a er a o on a o es iri al en re o ar is a e o ú li o e a es mani a o o inema A úni a an a em essa ino a o se n o o e o seria o l ro as om an ias i em se undo an n io de de a ril de representa a m si a por meio de uma i ura eminina ue remete a nin as re as tra os l ssi os vestes leves e esvoa antes mem ros nus oroa de louros pondo se a ela uma enorme m o ro ti a a expulsa de al um lu ar A m o laramente identi i ada Canned musi ma nate a nata da m si a enlatada E o t tulo per unta Banis musi Banir a m si a texto e a ima em tra em respostas ne ativas a essa per unta p li o mar a em dire o a essa i ura eminina arre ando pla as em ue se l e ant livin art ueremos arte ao vivo o texto mil es de espe tadores artistas s ios e at mesmo administradores de salas de inema de elite a em oro om a ima em protestando pela manuten o da m si a ao vivo nos inemas essa o asi o a i a em de esa da m si a onta om dois mil es e meio de mem ros omo in orma o an n io T E A E ICA E E ATI SICIA S a p ter eiro an n io de de setem ro de uali i a o ro e a m si a me ani ada omo monstruoso ruto do moderno industrialismo e op e a ele n o i uras sim li as mas um m si o de arne e osso vestido de terno e amea ado isi amente pelo ro Contra ele apenas os espe tadores teriam poder T E A E ICA E E ATI SICIA S p o ar o anún io e e no em ro e o ro m jar ineiro e es r i a r ore a l ra m si al ameri ana or an o l e o os os r os ins r men os m si ais e re an o a om músi a enla a a e o elo ia a

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ultura musi al ameri ana onsidera ue seus artistas est o entre os mel ores do mundo e se per unta pelo uturo dessa ultura Ca e ao p li o es ol er entre a per orman e inspiradora dos m si os de arne e osso ou o arul o estridente da ma uinaria sem ora o T E A E ICA E E ATI SICIA S uinto an n io de de mar o de assemel a se ao se undo apresentando o em ate entre uma usa de aspe to eleni ante e o ro de sempre texto per unta ao p li o se ele dese a som sem m si a se dese a monotonia orrup o do osto destrui o da arte T E A E ICA E E ATI SICIA S a E por im o sexto an n io de de a osto de apresenta o ro omo rival de um to ador de reale o to ador se v diante de um dilema uma in ompreens o por ue ele e sua m si a me ni a s o expulsos dos am ientes en uanto o seu rival o ra para exe utar m si a i ualmente me ni a T E A E ICA E E ATI SICIA S p S o muitos os elementos a serem analisados para uem se interessa pela pol mi a ara nossos o etivos talve se a su i iente salientar a oposi o entre s m olos da modernidade versus s m olos de uma tradi o ultural anti a onsolidada de orte apelo ultural e emo ional ro omo ep tome da me ani a o da arte on re a em si a ideia de alta de ualidade de desaten o ao detal e e a ima de tudo de desumani a o Se undo os an n ios a arte me ani ada em ltima inst n ia uma amea a seus produtos on e idos s o de aixa ualidade seu e eito so re o empre o dos m si os di no de rep dio so ial so re o n m momen o e rise eral e o esen ol imen o ro a ilo ue no presente indese ado tam m amedronta ue al uns veem omo pro resso a edera o Ameri ana de si os v omo retro esso da ultura musi al Sa s tal movie on t a e t musi p r Slan em muitos aspe tos um admirador do pro resso da me ani a o da industriali a o Em sua dis uss o a respeito da rise eral do empre o da me ani a o da vida moderna e li ando as duas oisas da me ani a o da m si a no inema ele re ate al uns dos ar men os a resen a os ela e era o Ameri ana e Músi os Se is rso es em onson n ia om ma s rie

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e o ros ar i os li a os no mesmo jornal e o a la inamen e a resen an o an a ens a músi a enla a a am m apontando de eitos da m si a ao vivo Ve amos al uns desses ar umentos p

A rimeira ers o e se on e e e is o em or lo im os o úni o on o e a al om esse lo o on o oi li a o ela rimeira e em e em ro e na e is a o rasil o ano se in e no a ers o o on o oi in l a em i a es Mor as om o mesmo lo e seria mo i i a o em e i es os eriores MA S

li o dos inemas

um reve arti o de o ornal T e e or Times reprodu uma de lara o da arner Brot ers a er a da inven o ue sin roni ava m si a om ima em A empresa propa andeava as vanta ens do invento a irmando ue a menor sala de pro e o do pa s estar apta a o ere er entretenimento musi al so isti ado similar ueles apresentados pelas asas da Broad a Canned musi or pi tures p A empresa olo ou em primeiro plano omo se v a dissemina o de uma nova orma de entretenimento omparando sua ualidade dos espet ulos musi ais mais amosos do pa s Aliou portanto a populari a o da arte a um alto padr o de ualidade e a ordo om a a irma o da arner Brot ers a te nolo ia aria e ar a um n mero muito maior de espe tadores e a rin es antes es ue idos aria e ar a todo o pa s espet ulos de ualidade A ideia era ara a o ato ue sua maneira tam m a olo ara em pr ti a em sua atividade editorial investindo na distri ui o de livros por todo o Brasil por meio da amplia o de sua rede de distri uidores inten ionava vender livros em ual uer esta ele imento omer ial BI TT E no ue di respeito ao inema e ao seu p li o o ato tam m era um o servador das di eren as existentes entre p li os de estratos so iais variados o ue se pode per e er por exemplo no onto imposto ni o ou is o em ue o narrador o serva as atitudes de am lias italianas do Br s nas ruas nas on eitarias nos arros e no inema uma am lia numerosa assiste aos ilmes em sess o ont nua pa ando uma ve e assistindo duas Al m dessa maneira de a er valer o pre o do in resso o narrador o serva tam m a intensidade das emo es vividas por esses espe tadores nas om dias e nos dramas Em se uida to a para o inema A arrota os de sess o orrida ora nos lan es la rimo neos da Bertini e ri nas Bra o mais do ue autori am os mil om dias a a ilariante da e em da entrada E repete a sess o pis ando o ol o o eito de do rar a esta em extens o e o t la a meio pre o r is um ne o i o BAT p

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serva se nesse onto es rito mais de uma d ada antes de Am ri a o interesse de o ato pelo inema A reve mas importante inser o do inema nesse onto se o serva tanto pela representa o das atitudes de rupos de espe tadores omo tam m pela re er n ia a aspe tos materiais de interesse ist ri o omo o pre o dos in ressos o nome da ompan ia e os estilos de ilmes ue estavam em arta nas salas de inema da S o aulo das primeiras d adas do s ulo Interessado portanto desde pelo menos uma d ada em ormas de demo rati a o das artes ue passavam por exemplo pela aten o dada nesse onto ao pre o dos in ressos no inema omo tam m pelas ini iativas em pu li ar livros aratos em ole es populares C BI TT e A TI S o ato d ontinuidade em Am ri a a essa dis uss o A ades o de r Slan m si a enlatada pode a udar a indi ar o apre o de o ato pelas inova es te nol i as espe ialmente mas n o ex lusivamente as o orridas na ind stria inemato r i a e pela rui o do inema e da arte em eral pelo rande p li o as num primeiro momento interessa o servar ue a populari a o da arte por meio da redu o do pre o ue mere e desta ue ar umento de r Slan vai nessa dire o al mor e a músi a omo eles ro lamam mais músi a m l i li a o a músi a músi a ara o os mais ara a e mel or omo ara ser re ro i a no inema ala o em ela e ser ro i a elo sis ema an i o o i a o e remo na s a es ol a e na es ol a os e e an es s ons músi os os imos e e an es i aram e s o mais em a os es re a or e or as o o l ar asso ra or e sa o one esse a a o A

n an o os anún ios assina os or ose e er alar eiam o esem re o os músi os Mr Slan ra a a man en o o em re o os ons os mel ores eslo a o o o a a en o o e l e in eressa n o o em re o o o esem re o os músi os mas a m l i li a o e salas e roje o a imin i o o re o os in ressos e o a men o a ali a e os es e los m e i orial li a o no inal e olo a al ma a na er ra sem om ol mi o onsi era e i eren as s s an iais en re re ro o me ni a e ao i o mas e a a al em o se es a o e em er a me i a s a a ia e ú li o

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arti o onsidera por exemplo ue parte do p li o ompartil a om os m si os um sentimento de des osto om rela o a ormas de entretenimento ue se am meramente uma reprodu o de uma per oman e ori inal as ul a ue esse p li o di erente da rande massa ue podia ar ar om o su stituto isto om uma reprodu o do ori inal e se daria por satis eita a se u n ia o arti o pondera ue se verdade ue ideias de autores e ompositores ue s a em e eito numa per oman e ao vivo outras podem ser per eitamente tradu idas por meio de reprodu o me ni a E termina om a ren a de ue a an stia dos m si os teria im uando a novidade deixasse de ser t o nova por ue o inema om som n o tiraria a popularidade da or uestra ao vivo res musi and anned p Apesar de a almar os nimos o arti o usa v rias met oras ue exaltam a m si a ao vivo e depre iam a m si a me ani ada a oposi o do t tulo res musi and anned o maior desses exemplos s pro issionais da m si a a atal a ue envolve m si os e ind stria ultural n o s inemato r i a o ato n o se re ere s dis uss es a er a do direito autoral dos m si os e ompositores Em o e or Times tratou de orma mais extensa do assunto por meio do texto e ani al musi as not et on a vi tor assinado por iana i e p arti o trata de v rios aspe tos do tema o ensino de m si a m si a no r dio venda de instrumentos musi ais de dis os de r dios e de on ra os uantidades de pias de dis os vendidos et Trata tam m da unda o de uma asso ia o de prote o dos direitos autorais dos m si os usi u lis er s rote tive Asso iation Esse arti o apresenta importantes mudan as de orrentes da me ani a o da m si a ma delas a amplia o si ni i ativa do ensino de m si a nas es olas r dio e o on ra o tomados por al uns omo inimi os dos m si os por olo arem em ris o o pa amento de direitos autorais e o empre o de m si os ue seriam su stitu dos por reprodu o me ni a de m si a tam m s o vistos omo importantes instrumentos edu ativos Ao lado disso o arti o tam m apresenta a preo upa o de ue a nova era da m si a enlatada produ iria uma outra orma de apre ia o musi al ue n o era mais ne ess rio on e er m si a e aprender a to ar um instrumento para apre i la res ia si ni i ativamente o n mero de apre iadores de oa m si a mas salientavam os temerosos esses s o apre iadores

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passivos arti o apresenta portanto opini es avor veis e ontr rias me ani a o da arte musi al e on lui sem se posi ionar peremptoriamente apresentando a en ru il ada diante da ual o pa s se en ontrava Se a Am ri a se tornar omo os pessimistas temem uma na o de ouvintes passivos ou se um renas imento da parti ipa o individual na ria o musi al est prestes a a onte er isso lo o deve se tornar laro idem Trata se portanto de um momento ist ri o em ue uma inova o te nol i a olo ou pro lemas para os mais variados pro issionais li ados a atividades musi ais desde pro essores instrumentistas e ompositores at vendedores de dis os e instrumentos musi ais A dis uss o ue o ato representa i ionalmente a m si a enlatada no inema e as rea es dos m si os iliados edera o Ameri ana de si os alude portanto a uma pe uena parte de uma ampla dis uss o de mem ros da ind stria ultural em torno da pro issionali a o do m si o osse ele um ompositor pro essor int rprete ou outro pro issional r Slan apresenta nestes termos a rea o dos m si os surto do inema alado mostrou o ol o da rua para mil ares de omens at ent o empre ados na arte de produ ir vi ra es sonoras os m si os Est o eles o e em rise a errar a de lamar a insistir pela volta atr s mar a a r ontra todas as leis da avan ada umana Esses vel os sopradores de anudos de metal amarelo es re adores de ordas de tripa o e adores de lautas marteladores de te lados s tin am uma oisa a a er se n o ossem lerdos de mentalidade ompreender os tempos e adaptarem se s novas ondi es n o mais lu ar para eles nos inemas onde modulavam nos seus vel ssimos instrumentos m si as dolentes en uanto os persona ens mudos na tela in iam alar BAT p

A opini o de r Slan tra aos leitores rasileiros de Am ri a uma in orma o so re o estado das dis uss es so re o tema da me ani a o da m si a no inema na m dia ameri ana e uma opini o de um persona em ousado pol mi o sem v n ulos om os E A nem om o Brasil e ue por isso mesmo se d ao luxo ou ao desplante de apresentar ideias di erentes das do senso omum Esta pes uisa em ontes prim rias permite per e er tam m ue as opini es de r Slan e do narrador n o s o individuais parti ulares nem tampou o soam no va io por meio do di lo o i ional os persona ens de Am ri a reprodu em e dis utem ideias de personalidades ameri anas

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divul adas pela imprensa da uele pa s Constru do omo um mosai o de ideias al eias ou omo uma ol a de retal os estran eiros osida om lin a rasileira r c on i ura se omo um importante do umento da re ep o de ideias norte ameri anas no Brasil Como um livro de via ens at pi o n o per eitamente en uadrado no nero Am ri a permite um erto on e imento dos Estados nidos n o de sua eo ra ia mas de suas ideias omo o es ritor as on e eu por meio de livros e de ornais e er n ias BI TT C C ovas perspe tivas so re as pr ti as editoriais de onteiro o ato Tese outorado Instituto de Estudos da in ua em ni ersi a e Estadual de Campinas Campinas S A m si or i res or s e or mai p ES musi and anned T e e or Times e or out p BSBA E Era dos extremos o reve s ulo S o aulo Compan ia das etras Tradu o ar os Santarrita BAT imposto ni o In Cidades mortas S o aulo Edi o da evista do Brasil pp BAT Am ri a s s os os ras Completas de onteiro o ato s rie Vol ed S o aulo Brasiliense BAT rup s ras Completas de onteiro o ato s rie Vol ed S o aulo Brasiliense a A TI S uem onta um onto aumenta diminui modi i a o pro esso de es rita do onto lo atiano isser a o estrado Instituto de Estudos da in ua em ni ersi a e Estadual de Campinas Campinas S A TI S o ato edita o ato istoria das edi es dos ontos lo atianos Tese outorado Instituto de Estudos da in ua em niversidade Estadual de Campinas Campinas S ICE e ani al musi as not et on a vi tor T e e or Times e or ul p SA S tal movie on t a e t musi T e e or Times e or a o p

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AM A A M S an en er ainer e e or imes e or Canned musi ma nate T e e or a r a p Is art to ave a t rant T e e or set p airest lo er o sooner lo e or Times e or nov p T e ro ot at t e elm T e e or mar a p ivals T e e or Times a o p

A S e ro o as o e or Times

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o roman e ist ri o i ionali a o da ultura popular em As inas de rata a prosa de ar ter ist ri o mais verdadeira ue a ist ria rom t e istori al novel to t e i tionali ation o popular ulture in As inas de rata t e istori al i tional prose truer t an istor

Rafaela Mendes Mano San es RESUMO: Este estudo analisa o roman e As inas de rata de os de Alen ar a partir da re ep o r ti a do roman e ist ri o unto aos letrados e roman istas dos oito entos atentando se so retudo a uest es relativas in orpora o da ultura popular nesse nero Investi aremos pois a perspe tiva de Alen ar so re a o ra ist ri o i ional e os elementos ue omp em a estrutura da sua narrativa em ontato om as dis uss es entre ist ria i o e tradi o popular ue mar a o per odo estudado PALAVRAS-CHAVE: roman e ist ri o re ep o ir ula o verossimil an a tradi o popular ABSTRACT: T is stud anal es t e novel As inas de rata T e Silver ines os de Alen ar rom t e riti al re eption o t e istori al novel s olars and novelists o t e nineteent entur mainl onsiderin t e in orporation o popular ulture into t is enre e ill t ere ore investi ate Alen ar s perspe tive on t e istori al i tional or and t e elements t at ma e up t e stru ture o its narrative ta in into a ount t e dis ussions amon istor i tion and t e popular tradition t at mar s su a period E S istori al novel re eption ir ulation verisimilitude popular tradition

Introdu o

o ora em eoria e is ria i er ria na rea e on en ra o em is ria e is orio ra iali er ria o ns i o e s os a in a em a ni ersi a e s a al e am inas

roman e As inas de rata de os de Alen ar oi pu li ado pela Bi liote a Brasileira de uintino Bo ai va em om de enove ap tulos ini iais e om o t tulo As inas de rata ontinua o do uarani Somente em os de Alen ar retoma sua o ra e a pu li a em seis volumes pela editora B arnier a endo al umas modi i a es na primeira vers o retira notas altera o pr prio t tulo e a res enta outros ap tulos A mudan a no t tulo rela ionada ex lus o das notas su ere outro vi s de leitura ue ressemanti a a trama romanes a e desvin ula a de uarani Assim se em Alen ar su eria uma ave de leitura para a uele roman e se a pelo t tulo ue o atrelava ao uaran i rande su esso na po a se a pela

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ita o de suas ontes em ele o ava o leitor no seu la irinto textual e o deixava onstruir os amin os da pr pria rede narrativa io ondutor da trama en o a as lutas e aventuras pela posse do roteiro das minas de prata eito pelo persona em o rio ias a partir das in orma es dadas por seu pai ori e a o primeiro a en ontrar o lo al o rio pro ura n o despertar suspeitas na sua explora o da ruta por m os rumores so re este lo al espal am se e o minerador de ide revelar o seu se redo ao rei da Espan a este momento o mapa do explorador rou ado de modo ue o rio o ri ado a retornar ao sert o a ompan ado do representante de El ei ran is o de Sousa para mostrar o seu a ado e omprovar sua ino n ia esse per urso o minerador morre e por onse uinte seus ens s o on is ados o ue deixa o il o do aventureiro Est io na mais extrema po re a Vivendo so a som ra de seu passado Est io us a sua identidade desvendando o mist rio ue er a as minas e passando por v rias perip ias na luta pelo roteiro ora ontra o overnador ran is o de Sousa ora ontra o padre olina persona em ue vem da Espan a a im de des o rir o paradeiro do per amin o Sendo assim o mapa das pedras pre iosas to a a ima ina o dos olonos om o seu onto ue enrai ado na mente das pessoas torna se o eto de oatos e de us as in u m on e e a sua verdadeira ist ria visto ue passando de o a em o a torna se um orte elemento da ultura oral popular tra endo a oralidade omo elemento de extra o ol l ri a omo aponta Caval anti roen a p essa perspe tiva o roman e reali a um plano sim li o e lend rio ormulando a onstru o do passado rasileiro A narrativa implanta na mente do leitor a se uinte d vida As minas realmente existem u s o produtos da ima ina o popular Sei dela o ue me tem ensinado a tradi o popular ontam ue meu pai on e ia o se redo das randes minas de prata ue re usou a des o rir por l e aver El ei ne ado a re ompensa ue pedia Est io A tradi o mente il o o rio era in apa de uma tal vilania depois de aver prometido umpria Camin a as ent o por ue ainda o e des on e ido o se redo A E CA p ri o nosso

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A mat ria lend ria ue es reve o El dorado rasileiro vin ula se ao pro eto est ti o liter rio de Alen ar ue o etiva on e ionar as ori ens da na o atrav s da i ionali a o de um povo suas tradi es lendas e mitos Esse empen o por na ionali ar a literatura via representa o popular insere se num de ate mais amplo promovido em di erentes espa os u as dis uss es to am na est ti a do roman e ist ri o e no papel da ultura popular na omposi o desse nero ue est im ri ado om os prin pios ue demar am o ori onte identit rio do Brasil nos oito entos Sens vel literatura de sua po a Alen ar apreende o esp rito de um povo e in orre num ampo de disputa om a ist ria ossa proposta estudar a re ep o do roman e ist ri o na imprensa em di lo o om o interesse pela tradi o popular nos oito entos analisando seus pontos de ontato om a narrativa alen ariana e ep o e leitura r ti a do roman e ist ri o nos oito entos Entre as representa es dis ursivas e ima ti as das narrativas istorio r i as e outras narrativas entre as d adas de ue es revem e ela oram a mem ria e o passado da na o o Instituto ist ri o e eo r i o Brasileiro desta a se nesta atua o ao oli ir e pu li ar textos A evista do I B no de orrer dos oito entos orne e um modelo metodol i o no estudo do passado pautado pela pro e o de aspe tos na ionais e de reminis n ias patri ti as e mar ado por um dis urso ont nuo entre passado e presente A proposta de on e ionar um passado ni o e oerente ue servisse aos ideais do Estado perten e ao pro eto dos letrados desse r ulo ue desen ravaria dos estratos do passado da espessura ist ri a de institui es eventos e persona ens os atos ne ess rios para re ompor no ont nuo omo neo do tempo a ist ria da a o E EI A p A dis uss o de maneiras de se narrar o passado n o se limita ao espa o prote ido por edro II pois a imprensa peri di a al m de divul ar textos e do umentos do Instituto onstr i uma rede permeada por posi es ora dis ordantes ora onver entes em torno da orma o da rasilidade iante das di i uldades do tra al o de es rita da ist ria a ria o da p tria nas mani esta es art sti as tare a onver ente om a do I B medida ue se us a um re eren ial identit rio e a produ o ultural tril a sua

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espe i i idade nessa empreitada Entre o dis urso ist ri o e o i ional a disputa pela es era mais representativa o upa a preo upa o dos letrados e a imprensa serve de arena para os em ates e ontrov rsias Am os os dis ursos mar ariam a eman ipa o pol ti o liter ria do Brasil e seriam pensados a partir de pro lemas tem ti os provenientes da representa o da ist ria do Brasil e so retudo do seu povo elemento ue on eriria o ar ter popular ao roman e il ve es o istoriador tra a a seu eito os atos d l e outra apar n ia orna os de outras molduras en uanto ue o roman ista pare endo entre ue todo ima ina o des reve ielmente os ostumes da po a e apresenta em seus uadros as virtudes e v ios do seu tempo e povo e deleitando mais propende verdade do ue a amada ist ria A ist ria omo todos os umos de anti a aristo rata apenas demora suas vistas so eranas so re altos asos os reis suas vit rias desastres e pol ti a o roman e menos altivo demo rata moderno ompra se om pou as oisas a ra a a multid o identi i a se om o povo e modesto se ue a ndole e ar ter na ional o momento o roman e n o pare e interessar mais ue o ere endo so v u di ano e ale ri o a pintura dos omens e das oisas Esta pintura por m de muita pre iosidade para o on e edor ue a sa e aproveitar o o servador ue atente om uidado os roman es dos diversos povos e idades tirar muitas vanta ens para o on e imento dos ostumes istori ra o todo o upado om reis mortes in ndios e atal as apenas tempo tem de mar ar nos al umas datas para ertos a onte imentos pol ti os en uanto ue o roman ista en arando menos ve es o sen or e lidando sempre om o s dito assen ora se mel or da isionomia da na o entran a se mais pro undamente em suas uerelas lan a mel or lu so re a mat ria e desta arte nos mostra laramente o ue se passa no tempo Assim suas pinturas s o mais vivas suas rela es mais esmiu adas e verdadeiras seus tra os mais animados e suas produ es respiram atividade or a e vida este estuda o omem em sua isiolo ia e ar oso no lo mostra em a o a uele por m en adon o e mon tono so onor i o nome de ist ria apresenta nos sem ra a um es ueleto u os ossos trun ados li ados vontade o ere em as sali n ias ue o autor uis e n o as mar as da inser o dos m s ulos tra eto de vasos e outras ue verdadeiras s o e realmente existem A Bor oleta v n p e ri o nosso

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Se undo esse texto o roman e se distin ue da ist ria por a ra ar seu povo e identi i ar se om a multid o e nessa representatividade onse ue apreender o material e a pintura lo al mais pro undamente on edendo viva idade ao passado da p tria e mimeti ando os seus ostumes on litos e uerelas de um determinado momento Esta narrativa onse uiria ompor persona ens e en rios de po a re orrendo a atos ist ri os e ima ina o e sedu indo seu leitor pelos expedientes i ionais ao mesmo tempo em ue o instrui a edo Soares no texto Considera es so re a atualidade da nossa literatura analisa a literatura de seu tempo ul ando a de a ordo om os ndi es re on e idos omo na ionali antes e nesse ponto exprime aspe tos de determinados neros liter rios dimensionados pela express o de um povo e suas tradi es s modelos est ti os liter rios s o repensados e atuali ados de a ordo om a sensi ilidade desse momento e neste ponto o roman e ist ri o desponta por sua omposi o rida ora se aproximando de narrativas do umentadas ora de in redientes inventivos e em di erente teor sus ita distintas inten es i ionais As tare as atri u das a essa narrativa ist ri o liter ria em omo seu estilo des ri es e so retudo sua a ep o de istori idade temati am as dis uss es e re lex es dos letrados ue tentam ompreender a nova est ti a e suas ualidades inovadoras roman ista ist ri o vai desenterrar vel as r ni as e anti ual as para o ere las medita o da era o presente espel a todos os tempos ue u iram imensidade om todos os seus usos e ara teres parti ulares em e e se e enleva se om a ontempla o de ar omidos ar a ou os penetra essas vastas a odas de anti os astelos de endidos por suas altas torres om suas pontes elevadi as om seus muros e palissadas evo a as ru nas onsulta os epit ios das lousas as ins ri es tumulares e da tira os o etos para suas des ri es Sua pena tal ada para ostentar era o presente sua vida e seus usos e para re letir em um uadro em olorido o passado om suas tradi es e le endas Colo ado na po a em ue viveu sua persona em o roman ista representa os itos e ostumes ue dominavam nesses tempos om a idelidade do o servador impar ial e os examina om a r ti a austera e ra o vel ue s era o on e imento da ausa ue analisa ze i o rio o r i p ri o nosso

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Esse tre o ainda ue dis uta um material ist ri o re erente Europa des reve detal adamente os expedientes e tra os espe i os da nova orma e a ordo om suas olo a es o roman ista ist ri o n o deveria apenas se re erir ao passado mas investi ar um determinado momento da p tria e narrar os itos ostumes tradi es e lendas do per odo es ol ido permitindo re letir no presente so re os atos passados da na o So essa ide esse molde assimila e apro unda o ar ter de um povo u o pro esso de literari a o ormulado por expedientes liter rios apropriados do nero roman e Essa prosa e em parti ular o roman e ist ri o prop e poss veis maneiras de ompreender o passado tornando os in redientes ist ri os a ess veis ao leitor e apa i uando os e eitos da i ionali a o essa pre eptiva os letrados on eituam a ideia de verdade ue reveste a narrativa e d o prin pio de totalidade do roman e ara tanto a pes uisa e a o serva o do autor s o elementos indispens veis na i ionali a o dos omponentes re eren ias o empen o de de inir as rela es da prosa de nature a ist ri a om os tra os da na ionalidade os omens de letras atri uiriam em al uns momentos as mesmas un es omponentes e estilos espe i os re on e idos no dis urso ist ri o a esse nero enveredando se pelos on rontos entre as es eras da istori idade e da literariedade o por a aso os literatos da primeira era o rom nti a passam a elo iar os roman istas ue se dedi am ao roman e ist ri o e a ui en ontramos al uns nomes si ni i ativos omo alter S ott Alexandre er ulano e enimore Cooper o o anuel ereira da Silva no seu arti o s roman es modernos e sua in lu n ia pu li ado no ornal dos e ates a irma seu deslum ramento pelos roman es de alter S ott a irmando ue o autor es o s avia mudado ompletamente esta orma imprimindo l e erto esp rito ist ri o ertos tipos do elo ideal essa dire o se lamenta pelo ato de as mul eres n o averem lido as o ras desse estran eiro pois para ereira da Silva elas poderiam instruir se So essa vis o esse modelo de prosa en endra um vi s morali ante elemento t o dis utido em torno das inalidades atri u das ao roman e Essa pre er n ia de ereira da Silva en ontra se lon e de ser asual Se uindo a mesma opini o de ereira da Silva utra e ello eleva autores omo alter S ott Alexandre

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er ulano e Vi tor u o Ele dese a ainda ue se mani este no Brasil uma i o de nature a semel ante lamentando se pela aus n ia de roman istas ue se lan em nessa produ o e se e uiparem uela produ o estran eira pois at a d ada de tem se a impress o de ue nada avia sido produ ido Todavia apare em al umas tentativas de roman es ist ri os eitos por ereira da Silva omo i er rio e o i ue em e er i o or e e ro i or u ue o uo Contudo omo as narrativas se passam em ortu al n o s o apre iadas por utra e ello or sua ve este r ti o tam m promove outras onsidera es so re a prosa re erida ue se inserem na dis uss o em vo a no s ulo I o aso da inalidade do roman e ist ri o ue a seu ver poderia tornar se morali ador E ontudo o roman e ist ri o pode a ar vo a entre n s tem uma atualidade ue n o deve despre ar As investi a es ist ri as a ue deve pro eder ui trar o lu so re al uns pontos o s uros ue omens devotados ist ria do pa s us am o e elu idar pode tornar se de envolta morali ador e po ti o se em air no pre eito mne tulit pun tum ui mis uit utile dul i T AE E p ri o nosso

prest io do vi s morali ador a alenta a re ep o desse nero ue poderia exprimir a un o do til e a rad vel da literatura n o olvidem nun a ue a moralidade o primeiro elemento de toda a o ra de ima ina o e ue um roman e tem por o eto instruir deleitando ondu ir virtude a la amar desviar os omens do v io Si am as pisadas e elos exemplos ue tem deixado Bernadino de Saint ierre ieldin C ateau riand alter S ott di emos u o nome sim olista por si s todas as ualidades ue onstituem o verdadeiro novelista elevadas a um rau su lime de per ei o raiando uase a par da epopeia e li ados om o mais pro undo on e imento do ora o umano om o mais animado e vivi i ante talento des ritivo e om a mais assom rosa e undidade na inven o ist ri a A ova inerva ul o de n p ri o nosso

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Esse ltimo tre o estreita as ronteiras entre roman e e epopeia e transp e un es temas e estilos da poesia pi a para o roman e ist ri o essa ave de leitura a narrativa de teor ist ri o rea omoda prin pios estil sti os e tem ti os da nature a pi a revi orando a prin ipal un o desta estrutura antar a nese da na o o aproveitamento de in redientes est ti os o roman e ist ri o aponta seu aspe to inovador se a nos detal es de des ri es de po a se a na onstru o de on litos do passado ue desa uam no presente e nessa onte de inova es alter S ott desponta omo o pai do roman e ist ri o roman e ist ri o nos tem dado primores e muitas penas se riaram reputa es ontinentais nesse nero e rente delas alter S ott i er r i ie e p Sir alter S ott pensando ue nem um roman e era semel ante ao roman e ist ri o onstituiu se e e dessa es ola rom nti a ze i o rio o r i p Teria o Sr Alexandre er ulano on e ido o seu o e e i er om a uela ma estosa e imponente ri a se alter S ott n o nos ouvesse dado o modelo do roman e ist ri o orreio er i p alter S ott populari a os mais des on e idos epis dios dos anais p trios e d nas imento ao roman e ist ri o orreio er i p re on e imento de S ott le itima o su esso ue a prosa ist ri a a nesse momento es ritor es o s passa a ser re er n ia para os autores rasileiros ue es revem o ras de ar ter ist ri o liter ria pois en arado omo modelo est ti o de releituras adapta es interpreta es muitos es ritores se am na ionais ou estran eiros partem dele para mostrarem os pontos de ontatos empr stimos e so retudo diver n ias entre as prosas na ionais a ir ula o dessa nature a de i o n o s alter S ott admirado e presti iado pelos letrados no Brasil mas tam m outros roman istas an am reper uss o e uma re ep o alorosa nos peri di os rasileiros es ritor portu u s Alexandre er ulano e o ran s Alexandre umas da mesma orma ue os rasileiros tam m apre iam a prosa de S ott er ulano e umas possuem orte in lu n ia ir ula o e pu li a o no territ rio rasileiro So retudo as on eitua es de er ulano em torno do roman e ist ri o servem omo paradi mas aos literatos rasileiros

Vale onstatar a ampla ir ula o do roman ista no Brasil Se undo Sandra Vas on elos um exame da ole o de roman es de S ott ainda dispon veis no a ervo do eal a inete ortu u s de eitura do io de aneiro inau urado em n o s on irma a presen a expressiva do roman ista es o s na apital do Imp rio no s ulo I omo revela tam m al uns dados muito interessantes ue vale anotar das edi es da d ada de onstam apenas dois t tulos a entrada mais volumosa de t tulos o orreu na d ada de VASC CE S S T Cru ando o Atl nti o notas so re a re ep o de alter S ott Cru ando o atl nti o notas so re a re ep o de alter S ott In AB E or r e ri o ro e ir u o ei ur e e ri o uo e Campinas er ado de etras p p ri o nosso A ompara o uase inevit vel entre er ulano arret ou outros e S ott torna se uase o ri at ria uma ve ue durante o s ulo passado a sua in lu n ia oi de tal orma importante ue existe uma trans er n ia dos modelos s ottianos para os pro lemas lo ais de ada povo A I ro e i ri o e or u orto Campo das etras p So re a ir ula o de Alexandre umas Ilana eine er no seu estudo so re o roman e ol etim aponta um total de roman es de umas pu li ados entre os anos de o ue indi a a popularidade e o interesse despertados pelos roman es de umas do leitor luminense EI EBE I ui e u ro i u ro or io u ro eui e o r i ie r ir e uo i ie or o o er io i rio do io de aneiro et orreio er i Tese outorado aris niversit de la Sor onne ouvelle aris III

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prin ipalmente no aso de os de Alen ar uanto omposi o est ti a da o ra ist ri o liter ria os textos do autor portu u s dis utem uest es relevantes de sua po a omo a tens o entre literatura e ist ria verdade e verossimil an a ist ria e lenda er ulano explora esses t pi os em v rios de seus es ritos ali s a rela o entre verdade e verossimil an a uma preo upa o re orrente de sua produ o liter ria esta ele endo pontos de ontato om a dos letrados rasileiros Essa dial ti a instaura um pro lema omum en rentado pelos roman istas Antes mesmo de er ulano alter S ott tin a polemi ado em na Introdu o de seu roman e e e ro e o roman e ist ri o para Alen ar semel an a de arrett ou er ulano espel o do presente lu ar para onde se transportam rustra es e desilus es esperan as e vontade de mudan a do mundo ontempor neo do autor e dos leitores A I E I A ro e i ri o e o e e r Tese outorado niversidade da adeira p e Vou a andon lo om todas as suas ara ter sti as duvidosas suas avernas e seus astelos suas anti uidades modernas e suas modernidades anti uadas sua on us o de tempos maneiras e ir unst n ias suas propriedades omo atores ue alam de en rios e de vestimentas de todos os seus expedientes extenuantes aos tolos ue om eles optam por lidar Vou onstruir meu ali er e so re ases ortes e n o so re a areia movedi a vou elevar min a estrutura om mel ores materiais e n o om papel es oloridos em uma palavra eu vou a er IST IA uando es revo um roman e ou uando on e o um drama su meto me naturalmente s exi n ias do s ulo no ual meu tema est am ientado s lu ares os omens os a onte imentos me s o impostos pela inexor vel pontualidade da topo ra ia da enealo ia das datas ne ess rio ue a lin ua em os ostumes e mesmo a express o das min as persona ens este am em armonia om as ideias orrentes na po a ue tento retratar in a ima ina o s voltas om a realidade tal ual um omem ue visita as ru nas de um monumento destru do or ada a passar por ima dos es om ros a se uir os orredores a urvar se so as passa ens se retas para reen ontrar ou uase a planta do edi io na po a em ue a vida o a itava em ue a ale ria o invadia de antos e de risos onde a dor re lamava um e o para os solu os e para as ar al adas

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ill leave ou and our ole a ed sto in trade our averns and our astles our modern anti ues and our anti uated moderns our on usion o times manners and ir umstan es our properties as pla er ol sa o s ener and dresses t e ole o our ex austed expedients to t e ools o oose to deal it t em I ill la m oundations etter t an on ui sands I ill rear m stru ture o etter materials t an painted ards in a ord I ill rite IST SC TT p ri o nosso

Alexandre umas tam m o upa lu ar nessa dimens o auto re lexiva mar ada pela ons i n ia i ional Ap s ter es rito v rios roman es ist ri os pensa ter ensinado ran a mais ist ria do ue ual uer istoriador pois a divers o para n s oi apenas uma m s ara para a instru o uand ris un roman ou uand e tis un drame e su is tout naturellement les exi en es du si le dans le uel mon su et s a omplit les lieux les omme les v nements me sont impos s par l inexora le pon tualit de la topo rap ie de la n alo ie et des dates il aut ue le lan a e le ostume l allure m me de mes personna es soient em armonie ave les id es u on s est aites de l po ue ue essaie de peindre on ima ination aux prises ave la r alit pareille un omme ui visite les ruines d un monument d truit est or e d en am er par dessus les d om res de suivre les orridors de se our er sous les poternes pour retrouver ou peu pr s le plan de l di i e l po ue o la vie l a itait o la oie l emplissait de ants et de rires o la douleur demandait un o pour ses san lots et pour ses ris AS p

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ol ar desses literatos to a nos aspe tos est ti os da nova prosa on ernente ao seu ar ter rido Essas re lex es alimentariam a vis o de os de Alen ar sendo ue os omponentes do roman e ist ri o a tens o entre verdadeiro e veross mil entre literatura e ist ria o upa onstantemente as preo upa es do pro eto liter rio do autor revelando sua inten o i ional a i o o e eito de verdade o ue l e interessa os seus roman es ele se mani esta atrav s de um elemento exterior nota de rodap in ormativa para riar uma ilus o de vera idade Semel antemente a er ulano e pr ximo dos seus onterr neos os de Alen ar tenta dar ar de verdade aos seus textos ao mesmo tempo em ue mostra a di eren a entre seu dis urso liter rio e os dados ist ri os Assume a verossimil an a do ampo i ional e tam m aponta ue a literatura pode ser mais verdadeira ue a pr pria ist ria Em seus roman es e prosas Alen ar em di erentes momentos tensiona seu pr prio dis urso atravessado por ideias aves ue mar am seu a er liter rio s edi ios em ru na ainda tin am ravados nos seus muros os vest ios do in ndio ue em os olandeses lan aram idade uantas ve es n o sondei esses destro os de alvenaria essas paredes nuas pro urando nem sei o ue uma mem ria um nome uma ins ri o uma rase ue me revelasse al um mist rio ue me dissesse o ep lo o de al uma lenda ue a ima ina o ompletaria A E CA p ri o nosso

o seu pensar a literatura deve tra er o passado da na o sendo iel s suas ontes mas re usando o papel de mera reprodu o e para tanto re orrendo ima ina o e poeti idade numa intensa dial ti a entre ist ria e i o verossimil an a e verdade So retudo a re onstitui o de lendas e mitos toma parte de sua es rita e de sua ons i n ia i ional Assim interpretada a narrativa ist ri o liter ria apta o nio do povo e por on eder mais or a dimens o narrativa mais viva ue a ist ria Tanto os de Alen ar uanto outros roman istas assumem serem t o ou mais aptos do ue os istoriadores para revelar a ist ria e suas verdades em omo para re ontar a ist ria ntima er e emos ue os autores estudados rasileiros ou estran eiros pensam a ist ria omo um dis urso o etivo

Se n o o enes Mene es er lano en en e e a er a e is ri a on i o ara a er a e a o ra e i o onsi era a a er a e is ri a is o o je i a o roman e ossi ili a a i a o e ara er s i as n imas s je i as e m em o a sensi ili a e e ensamen o e o ras eras a ra s a a reens o o es ri o o o o o ol s eis e o i ionis a a ali a no on e o a o ela is orio ra ia o je i a Assim Ale an re er lano ao mesmo em o e a irma a er a e in erioris a e ma o a e e m o o re on e e a rela i i a e e en ol e a era i a e os e os sejam is ri os sejam i ionais e or onse in e re on e e am m a ial i a en re o er a eiro e o eross mil M S i era ra is ria e me alin a em m ol ar so re a i o e Ale an re er lano isser a o Mes ra o em eoria i er ria ni ersi a e s a al e am inas ns i o e s os a in a em am inas Al arr ios r ni as os em os oloniais io e aneiro Garnier ri o nosso

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menos tra vel em detrimento do dis urso vivo da literatura ue onse ue expressar seu povo lu da ist ria e maneira eral os roman istas de endem ue a prosa i ional pode revelar mais verdade ue o dis urso ist ri o pois para eles a literatura en uanto express o do seu povo de suas tradi es e seu esp rito aptaria uma verdade mais pro unda Se uindo essa premissa o ar ter peda i o e na ionalista da prosa alen ariana instaura se na pro e o do esp rito de um povo suas lendas mitos e tradi es En ia ent o o mundo a not ia das ines ot veis minas do otosi e a ima ina o umana ue amais se deixa ven er da realidade espar ira imediatamente so re toda esta re i o ameri ana situada entre o Ama onas e o aran serras de ouro e prata idades de esmeralda e p r ido s tios en antados A uele uerreiro era um valente roteador dos sert es o entio o amava de ori e a o a ador de ente Em alado por tais ontos de adas e uiado por in orma es do entio o uerreiro se partira do seio da am lia na esperan a de des o rir outras minas de prata mais a undantes ue as do eru e depois de er a de um ano de lon as ex urs es pelas a e eiras do rio de S ran is o e ara a inal serra do Sin or A E CA p ri o nosso popular en ia a ta erna e o luxo e re luxo dos ue entravam e saiam a itavam a multid o A E CA p ri o nosso ele o povo venera as tradi es da p tria e da idade deleita se om as rel uias e anti ual as ue l e s o omo re ordar es da in n ia e l e retra am o er o onde se em alou a som ra da rude de seus antepassados or isso n o a mais puro santu rio da ist ria do ue se a o povo Viver na vo dos povos n o isso ue tantos am i ionam A E CA p Entretanto o povo passada a primeira impress o inda ara entre si do autor dessa lem ran a e n o altava uem atri uisse o inesperado e misterioso apare imento do ret ulo interven o do poderoso S Se asti o ue a i se representava para assim omuni ar sua vontade aos moradores da idade Esse en anto do maravil oso irresist vel para a ima ina o popular A E CA p

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Em us a dos aspe tos populares os de Alen ar envereda se por um movimento mais amplo o en meno da des o erta do povo Esse interesse por diversos tipos de literatura tradi ional era ele mesmo parte de um movimento ainda mais amplo ue se pode amar a des o erta do povo ouve a des o erta da reli i o popular Arnim aristo rata prussiano es reveu para mim a reli i o do povo al o extremamente di no de respeito o aristo rata ran s C ateau riand em seu amoso livro so re o nio da ristandade in luiu uma dis uss o so re as d votions populaires a reli i o n o o i ial do povo ue via omo uma express o da armonia entre reli i o e nature a ouve ainda a des o erta das estas populares erder ue nos anos morava em i a i ou impressionado om a esta de ver o da noite de s o o o oet e i ou entusiasmado om o Carnaval romano ue presen iou em e interpretou omo uma esta ue o povo d a si mesmo ouve a des o erta da m si a popular ouve tentativas de se es rever a ist ria do povo ao inv s da ist ria do overno B E p

entre essas tentativas Alexandre er ulano a uma olet nea de lendas liter rias em e e rr i e o upa se essen ialmente do aspe to veross mil da ra i o oral o lar ensionan o os limi es e era i a e ois o a or re a a n amen a o ist ri a dessa o ra A ist ria verdadeira a tradi o veross mil e o veross mil o ue importa ao ue us a as lendas da p tria E C A p uando o ar ter dos indiv duos ou das na es su i ientemente on e ido uando os monumentos e as tradi es e as r ni as desen aram esse ar ter om pin el irme o noveleiro pode ser mais ver di o ue o istoriador por ue est mais a ituado a re ompor o ora o do ue morto pelo do ue vive o nio do povo ue passou pelo povo ue passa E C A p

r imo e er lano ran is o A ol o arn a en re le e so re os i eren es is rsos o a ra i o e o a is ria no se e o aram r eran e a is ria li a o ela s o s u o s r co o r co r s ro om o o je i o e is ir o

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assunto proposto pelo pr prio Instituto a via em do Caramuru ran a ara tanto o istoriador parte da import n ia da tradi o popular e mostra ue os atos tra idos lu das ren as e dos mitos sempre t m um undo de verdade a inal ao passarem de era o a era o e serem poeti ados uardam al o de ver di o A seu ver a tradi o se onstr i nas di erentes vers es e rami i a es de um dado o ue o orre om o Caramuru il o da ima ina o popular omentado por Varn a en em ontraponto ist ria explorado por Alen ar em seu roman e pelo vi s da oralidade em torno das minas de prata pr prio t tulo i e r evo a a ula do El orado ue so re ressi ni i a es alterando se on in amen e em di erentes sistemas e om ina es no de orrer do pro esso explorat rio Alen ar es ol e a orma desse mito as representa es da Am ri a ortu uesa omo pro enitora do ouro e da prata tra am os di lo os transna ionais propor ionados pelas minas de o rio ias Citando o istoriador portu u s o a itta nas notas de Alen ar extrai o material do seu El dorado A partir desse dado o autor re ria as ori ens lend rias da p tria a rouxando e es uma ando as ronteiras ist ri as da o ra de o a itta nas trans orma es operadas pela ultura popular

i e r e o ar ter de um povo suas tradi es mitos lendas e a ula es o seu roman e Alen ar re ria um sistema de ren as populares interpretado pela mes la dos elementos do ristianismo om as tradi es e supersti es de um povo ormulando o ide rio de um territ rio Entre os do mas da I re a Cat li a e as supersti es e narrativas maravil osas a lenda do El orado transita por di erentes ulturas a letrada representada pelos al arr ios dos esu tas e a popular e a sorve os pontos de ontatos ulturais em omo uestiona a verdade dos re istros ist ri os dos loiolanos A o ra do Soares tin a o un o da maior exatid o ele a e era na onte da ist ria onda sonora ue desli a mansamente atrav s das idades na vo dos s ulos ue vul armente amam tradi o oral n o impura e toldada omo muitas ve es apare e a tona da pu li idade mas l mpida e pura iltrada pela ons i n ia reli iosa no on ession rio A E CA p ri o nosso

Revista Brasileira de Literatura Comparada, n.2 , 201 oi no on ession rio ue o adre Soares durante anos de in u rito apan ou os ra mentos esparsos om ue e ou la oriosamente a onstruir o seu edi io uase toda a ente ontempor nea de ori e a veiu por sua ve di er uanto sa ia assim de elo om elo por essa adeia de indiv duos atin ira ele ao ponto a ue visava des o rira um dos a ostados ue aviam a ompan ado o rio ias na ornada de des o erta A E CA p e ri o nosso

narrador uestiona o on eito de vera idade dos es ritos esu ti o em on ronto om os de ates promovidos pelo I B ue divul am os do umentos dos loiolanos omo ontes de po a pois a rosso modo os s ios do Instituto onsideram ue os esu tas es reviam ist rias a o ra i ional o re istro dos ina ianos estariam impre nados pela ima ina o dos olonos e portanto n o estariam so um ol ar investi ativo Ao re letir so re esses es ritos o narrador desdo ra seu dis urso para a dis uss o em lem ti a do roman e no s ulo I entre i o e o on eito de vera idade e entre di erentes narrativas e n veis de vera idade a prosa a pr ti a epistolar da Compan ia seria re ida por onta do ue se ouvia no on ession rio de modo ue este espa o se per a omo o mediador entre duas ulturas distintas Alen ar explora na sua produ o romanes a a presen a de al arr ios e a i ura de padres ronistas u as re er n ias orne em os do umentos de po a ue arti ulam de orma ra mentada as ontes ist ri as em omo a pr pria on e o da o ra Ao mesmo tempo em ue os padres tro am artas e es revem al arr ios o roman e se ir uns reve nas mais variadas ormas tra endo as poss veis vers es das minas espa o su terr neo e os mist rios ue o er am possi ilitam vers es distintas e ao mesmo tempo aproximadas a de Camin a ami o de o rio ias a do adre Soares esu tas e a do povo esse ponto o povo passa a ser sim oli ado pelos mexeri os e oatos ue ravitam em torno das pedras pre iosas ali s a i ura do povo poderia ser representada pelo persona em de am n ue veio da Espan a se uindo os rumores uitas ve es tentado dos ontos a ulosos ue a iam os aventureiros e maru os pensara am n em passar se ol nia us a de ri ue as om ue supun a poder omprar para sua il a uma eli idade em tro a da outra para sempre e sem remiss o perdida A E CA p ri o nosso

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epis dio de o rio ias envolvendo sua des o erta e as perip ias em torno do seu a ado trans ormou se no pr prio onto das minas orne endo uma narrativa m ti a da i ura do or o r i eiro A ol nia n o somente seria lem rada por es an ar ouro prata e diamante mas prin ipalmente pelo onto no ual o rio se torna o prota onista Assim tal epis dio retomado no navio ale o onde se reuniriam persona ens do Brasil e da Europa sendo ue tal espa o pode ser visto omo s m olo da onex o Brasil Europa e neste sentido a trama sim oli aria seu leva e tra seus rumores nos pa ses a u m mar Alen ar explora os e eitos ue os rumores podem erar e on e iona as ualidades lend rias pelo aspe to da oralidade do povo Se as minas de prata onstituem o prin ipal elemento de inidor do mito e do ar ter popular de uma na o ao tra er re er n ias do or o outros in redientes tam m ontri uem para de inir a p tria no uadro parti ular de sua ist ria este o popular de re ep o do overnador a ta erna de Br s e as a ula es riadas pelo povo so re o nas imento da persona em oana e so re a ruxa ana d o ontornos ima em da popula o aiana e de seu ar ter supersti ioso A narrativa d or a ao uadro oral e s a ula es representativas do esp rito da po a A prosa reapropria se de ormas e onven es da ultura popular omo o espet ulo e o teatro de dan a redimensionados pelos espa os onsiderados oletivos omo a ta erna a pra a e a i re a Esses en rios s o importantes on orme possi ilitam o tr nsito ultural sendo ue a i re a e a ta erna se apresentam omo pontos arti uladores entre o alto e o aixo a i re a os persona ens no res e aristo r ti os reunem se om os de ori em umilde para exer erem pr ti as reli iosas esse lo al onversam antam e oram A ta erna lu ar de ampla ir ula o possi ilita o en ontro entre persona ens onestos e am i iosos ali s nesse esta ele imento omer ial o ta erneiro onspira ontra a p tria e trama rou os s am ientes explorados pela narrativa possuem o re aspe tos similares aos de seus modelos liter rios e e ri de Vi tor u o e nos roman es o o uri o o re ero e o e e i er de Alexandre

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er ulano a ta erna retratada omo espa o do povo mediadora do alto e do aixo e em o e e i er em parti ular ela promove o ontato entre di erentes reli i es So re esta prosa er ulano explora a pro iss o de Corpus parte do ulto reli ioso popular ue para determinados persona ens termina na ta erna As inas a tradi o reli iosa popular re eren iada pelas missas pro iss es e so retudo pela esta de Santos eis ue onta ironi amente om a parti ipa o do ta erneiro o re e de aris a atedral or ita em torno do popular e da mistura entre as ate orias do rotes o e su lime promovendo o ontato e a mes la entre distintos persona ens ue in orporam e armoni am os ontr rios ualidades no res e ines rupulosos elas e eias teori adas pelo autor no pre io de Crom ell o roman e a invas o do espa o reli ioso pelo povo nas ltimas enas tradu o esp rito da po a e o apelo popular do texto elativo a esse aproveitamento a or ani a o da estividade da orte tem ara ter sti as assemel adas om os este os de re ep o do overnador em i e r on orme am os os roman e apreendem os tra os populares um no am iente da orte outro no am iente aristo r ti o assim omo en enam as dan as em pra as a prosa alen ariana as dan as re istram a parti ipa o de tipos rasileiros ue i uravam na representa o prin ipalmente na de oanina uma mulata de pais des on e idos vendedora de on eitos ue seria a pr pria prin esa moura narrador readapta as ara ter sti as da mulata aos tra es da pe a ameni ando os seus tra os ne ros e a entuando sua sensualidade indi iado pelo sorriso las ivo re ue ro l n uido e sensual porte sedutor ue l e aproxima da nature a ameri ana e mis i enada assim omo a persona em Isa el de u r i tipo rasileiro re resen a a s n ese os o ros ersona ens e am m es o resen e na re ons i i o os sies en os omo os ne ros os es en en es e es an is e n ios e e or eses Assim an o a m la a omo o r rio ersona em s io ra em o r amen o e ra as em omo on e em ares o lares es a or serem ersona ens onsi era os menos no res s io sa res a ar se assa o e oanin a n o on e e o se sso n ria o pensamento do povo a sorte dos en eitados darem tema s ulas antasiadas pela ima ina o popular

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sempre disposta a a reditar no maravil oso A E CA p e A in orpora o da supersti o i ionali a por Vi to u o ue a en eixa so re mani esta es do rotes o Ao ontr rio dos persona em de o re e e ri ue on erem um tom de re aixamentos aos seus oatos e rumores Alen ar on ere di nidade a ren as de seus persona ens a prosa alen ariana a parti ipa o do povo tam m apare e na pr pria rua i erentes dan as e mas aradas ome aram ent o a per orrer as ruas armadas de uma extremidade outra om ar os de lumin rias e alamedas de o ueiros de u as palmas pendiam lampi es de v rias ores A E CA p A onstru o das ima ens da popula o impre na a esta do overnador ontudo a esta no pal io teria um ar ter menos a erto A esta popular estava terminada mas uma randa lu ada do vento trouxe uns ale res tan eres de m si a omo para di er a Elvira ue o sarau ainda durava e om ele seu tormento A E CA p

Assim se a l ra le ra a o eria ar i i ar o o lar on r rio n o a on e ia ois a l ra er i a a reen i a elos es a os

s an o ons r ir os ras ros o e o eria ser re on e i o omo li era ra na ional a no o e na o e ria ons r a ara eri a o elos elemen os lo ais a i a e e Sal a or s as es as orneios en ena o l ares ole i os e so re o

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Considera es inais

i e r estruturada pelo misto de estilos entre aixo e alto por sim olo ias reli iosas e ist ri as mes lou in redientes de uma tradi o liter ria revista e re ontextuali ada nos oito entos om a valori a o da transmiss o de lendas e tradi es e a omposi o do povo e sua ultura popular no roman e ist ri o A narrativa explorou mais pro undamente os aspe tos da ivili a o om as ima ens da apital aiana e e os da ultura popular onstitu da pelo ulto s ren as e tradi es tam m ruto dos di lo os transatl nti os So esse prisma o autor trans i urou a ist ria na atmos era do mito e lenda ais do ue a import n ia dada aos epis dios ist ri os o narrador olo ou em relevo a transmiss o de lendas e tradi es mediada por uma erta realidade na ormula o da p tria e de suas ra es u se a a atmos era ist ri a e m ti a omp s a en rena em m ti a e pi a A apreens o do esp rito de um povo us ou na ionali ar a literatura e on erir di nidade popula o rasileira dos oito entos e nesse ponto o roman e tentou instruir seus leitores e ser mais verdadeiro do ue a ist ria e er

ias

A E CA Al arr ios r ni as dos tempos oloniais io de aneiro arnier As minas de rata In ra ompleta io de aneiro A uilar v B E Cultura popular na Idade oderna Trad enise Bottmann S o aulo Compan ia das etras AS A e oi e ue i ori ue e o i i ue par Alexandre umas p T A E E A morenin a inerva Brasiliense io de aneiro v n p

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EI EBE I a suite au pro ain num ro ormation du roman euilleton r silien partir des uotidiens or o o er io i rio o io e eiro e orreio er i Tese outorado aris niversit de la Sor onne ouvelle aris III E C A A e i e In or or i er rio e ru i o o ie e ro or o o ei e o ei is oa n p de a osto de i o e ro In e e rr i ed is oa Em asa da Vi va Bertrand e il os Tomo II A I roman e ist ri o em ortu al orto Campo das etras E E ES iteratura ist ria e metalin ua em o r o re i o e e re er u o isserta o estrado em Teoria iter ria niversidade Estadual e Campinas Instituto de Estudos da in ua em Campinas E A C Introdu o In A E CA Ira ema io de aneiro os l mpio SC TT alter Introdu tion T e Betrot ed Edin ur Adam C arles Bla SI VA s roman es modernos e sua in lu n ia In atra a revista do pro rama de p s radua o em etras niversidade do Estado do io de aneiro io de aneiro n p

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Imprensa e iteratura o aso dos peri di os na

orma o do leitor in antil e uvenil em

ato rosso

ress and literature t e ase o ournals in t e ormation o

ildren and oun pla er in

ato rosso

enata Beatri Brandespin olon RESUMO: Este arti o o ali a a orma o do ampo liter rio em ato rosso e per a o amin o ue revela a ist ria da literatura in anto uvenil no Estado a partir dos primeiros textos liter rios dire ionados a rian as e ovens s peri di os omo A uventude a ou em ornais es olares omo e ueno ensa eiro e i eu oram respons veis por a es e pela representa o da rian a dentro desse universo da es rita ara e armos a uma an lise mais pertinente oram veri i adas as tend n ias est ti as os temas as ormas e os re ursos visuais ue moldaram o peri di o u u A on un o da ist ria e da Cr ti a liter ria em asada nas an lises de al uns n meros do peri di o sele ionado a or a motri deste estudo PALAVRAS-CHAVE: iteratura in anto uvenil mato rossense eri di os uvenis orma o do ampo eitores ABSTRACT: T is paper o uses on t e ormation o t e literar ield aimed at ildren and oun people in ato rosso and ma es up t e pat t at reveals t e istor o ildren and out literature in t e state rom t e irst literar texts aimed at t is audien e ournals as uventude or in s olarl ournals su as e ueno ensa eiro e and i eu ere responsi le or a tions and representation o ild it in t is universe o ritin To a ieve a more meanin ul anal sis t e aest eti trends t emes s apes and visual resour es t at ave s aped t e ournal uventude ere veri ied T e om ination o istor and literar riti ism ased on t e anal sis o some num ers o t e sele ted ournal is t e drivin or e o t is stud E S ato rossense ildren and out literature out ournals ield o ormation eaders Introdu o o ora om ara os e n a or ni ersi a e a l a e e e i n ias a lo S

em s os e i era ras esa ela e S o a lo iloso ia e ras manas S o

Contar a ist ria da literatura in antil e uvenil produ ida em ato rosso tare a rdua Tra ar um panorama dessa literatura re uer in luir uest es inerentes ist ria do Brasil ue envolvem a expans o territorial do pa s seus di erentes tipos umanos suas di erentes ulturas modos arte al m de seu pro esso de desenvolvimento e on mi o e edu a ional tam m onsiderar ue a mem ria

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individual e oletiva determinam os rumos desses amin os te idos por um io ondutor ue apresenta e representa uma individualidade iante da omplexidade dos textos ue estruturam a literatura in antil em tempos de mem ria u idia a arte liter ria torna se um instrumento til Tanto a narrativa oral uanto a es rita s o erramentas apa es de poten iali ar o luxo das lem ran as e da ria o a literatura en ontramos amin os ue indi am omo o omem pode depreender por interm dio da lin ua em inventiva e din mi a o passado e suas intermit n ias Atentamos ue na lem ran a est o mote para ue o omem te a suas narrativas e re a a sua ist ria oportuno risar ue lem rar o passado si ni i a us ar m ltiplas vo es evo ar ima ens ue revelam mais do ue atos Essas ima ens desvelam valores ren as desvelam vidas essa perspe tiva rastreamos a nese e o desenvolvimento da literatura in anto uvenil produ ida em ato rosso sem perder de vista os dados ist ri o ulturais ue direta ou indiretamente atuam ou atuaram na ria o liter ria lo al a erte a de ue o Brasil possui uma ist ria ultural m ltipla diversa e on lituosa torna se oportuno mostrarmos omo o orreu a pr ti a de leitura nesse espa o eo r i o or uma imprensa em leitor in anto uvenil

ato

rosso a orma o do

en ontro entre literatura e imprensa na virada do s ulo I para o ator primordial para o pro esso de orma o e desenvolvimento da literatura e em espe ial da literatura in antil e uvenil rasileira A produ o liter ria adulta e in antil ue se pu li ava na imprensa onsa ra autores al m de servir omo media o para exposi o de prin pios orma o ultural e uest es relativas ao aprendi ado es olar Essa produ o exer eu um papel de suma import n ia para a divul a o de ideias ideolo ias al m de ontri uir para orma o dos itos ostos e atitudes evido a sua popularidade a imprensa radativamente tornou se mais espe iali ada atendendo s ne essidades omuni ativas e aos interesses espe i os de diversos rupos so iais

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uitos autores divul avam suas o ras liter rias por interm dio de ornais e revistas uma ve ue atrav s desses ve ulos onse uiam atin ir um p li o maior do ue a uele al an ado om a pu li a o de livros Situa o semel ante o orre em determinado per odo ist ri o de ato rosso e erimo nos ao momento em ue ornais e revistas om onte dos in antis e uvenis passam a ontri uir para a orma o de uma produ o liter ria destinada a esse p li o Cou e a imprensa o papel de moderadora entre o texto ornal sti o o liter rio e o texto ue servia a interesses mais peda i o vi os Analisando a orma o da literatura in antil rasileira Arro o p in orma ara a orma o das oordenadas da literatura in antil rasileira a ria o de um ampo prop io sua evolu o sem nun a es ue er a ui a import n ia undamental do desenvolvimento da edu a o e do ensino para sua ase se assim podemos exprimir oi a imprensa para rian as e ovens imprensa n o s na orma de ornal omo na orma de revista

As an lises de ornais e revistas a uda nos a rastrear a nese da produ o in antil em ato rosso A ara teri a o de movimentos ulturais omo o teatro e literatura ome a a ter um dire ionamento o ue nos possi ilita rede inir on ep es no ue di em respeito literatura e aos aspe tos ist ri os o espa o tempo das letras impressas indis ut vel o ar ter ivili at rio mediado pela imprensa ue entreteve in ormou edu ou riou itos de leitura ormou autores re inou ostumes ditou re ras so iais morais e reli iosas e ortale eu a identidade re ional A A p Em a e da relev n ia ue os ornais tiveram na vida so ial mato rossense do s ulo propomos estudar a imprensa es olar in antil e uvenil mais espe i i amente ornais ue tra em em seu onte do uma tem ti a voltada para esse p li o a literatura do mundo o idental a Espan a oi um dos primeiros pa ses a possuir esse tipo de pu li a o Em na idade de adri sur iu o primeiro peri di o in antil a eta de los i os Este omo os demais ue ir ularam no pa s at os primeiros anos do s ulo servia aos interesses da es ola unidos de inten es peda i as e pre eitos eruditos a arte liter ria i ava em se undo plano ator determinante para ortale er a rela o da literatura in antil om a peda o ia Se undo Arro o essa ara ter sti a se estende imprensa es olar in antil sur ida em toda a

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Europa de uem o Brasil re e e os primeiros ensinamentos o Brasil a imprensa in antil e uvenil es olar sur e na Ba ia na primeira metade do s ulo I A partir do t tulo do ornal era poss vel per e er essa in er n ia Trata se por exemplo do ornal Adoles ente ue teve n meros pu li ados Contudo se undo Arro o em ul o de em Salvador ir ula m jornal e on in a em se on eú o o ire ionamen o espe i o e ompilador ou ivraria dos eninos essa tra et ria re istra se o apare imento dos primeiros ornais uvenil no io de aneiro no aran o ornal de Instru o e de e reio em ernam u o A Saudade e em S o aulo aleidos opio todos om o etivos peda i os Arro o a um levantamento de materiais omo livros revistas al m de ornais impressos em es olas rasileiras ou apenas dire ionados rea es olar durante o s ulo I e in io do esse levantamento o r ti o opta por itar os de ar ter in antil e uvenil em idades do interior de S o aulo omo tam m nas apitais do Ama onas ar aran o iau Cear io rande do orte ara a ernam u o Ala oas Ser ipe Ba ia io rande do Sul io de aneiro e inas erais Em meio a um rande n mero de material o autor revela ue os utili ados na inten o do aprendi ado das o ri a es es olares e os ue inten ionam o divertimento importante risarmos ue a imprensa es olar in antil e uvenil em ato rosso n o a parte da pes uisa de Arro o As experi n ias lo ais vei uladas a essa produ o n o s o itadas pelo r ti o ue promove um estudo pioneiro so re a ist ria da literatura in anto uvenil rasileira esmo a irmando ue os ornais uer nas es olas prim rias uer nas se und rias promoviam a ir ula o das mani esta es liter rias de intele tuais es ritores e poetas ue em muitos asos se salientariam nas letras liter rias rasileiras o r ti o deixa parte as importantes ontri ui es ue a imprensa es olar em ato rosso tra a para o levantamento dessa ist ria o ue tan e a imprensa em terras mato rossenses en ontramos re istrado ue em de un o de e ou o i ina de tipo ra ia do i eu Salesiano a m uina arinoni montada no anti o re eit rio dos padres Em os salesianos de Cuia lan am o ornal

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atto rosso ue ir ulou durante um ano e depois oi trans ormado na evista atto rosso editada pelo padre elv io omes de liveira C rande parte dos n meros tra assuntos rela ionados i re a at li a e on re a o salesiana Al umas edi es omo as de n mero e tratavam de atos importantes lo ais e na ionais omo a elei o do novo presidente do Estado a primeira edi o omo era de ostume dessa pu li a o avia um editorial so re as aspira es para o ano ue se ini iava o or o a e is a ons am oemas on os r ni as e ar i os m esses li a o em in i la se asamen o e ni o li re lo e i en ia a romo o os alores e o mas a li os a se o is ria en on ramos m is rso e in en iona res a ar a is ria e Ma o Grosso om rela os so re a as im or an es e es rias os es ra a ores a ro n ia Ain a nos números analisa os ol nas es e iais li a as ran e os meses e se em ro e e em ro so re a ro lama o a n e en n ia e re is ros e ia ens e o i iais no er o o a erra en re o rasil e o ara ai ra se o em in eressan e a se o o ia es a eram ei os o os os i os e rela os ani ersarian es o m s es o er as re en es a on e imen os re ionais omo es as o mor es e essoas il s res en re eles re is ramos as om ni a es o ol io o a miss o salesiana omo or e em lo as a ro a es e oa es miss o e a e ese in ena om nome e alores oa os ser amos e as no ias so re a on e imen os reli iosos so re a miss o salesiana j n o aos n ios e as no ias so re o ra al o os a res ren e os ol ios re e iam maior es a e no or o o eri i o A e is o a ir lar im or an es mani es a es li er rias e ro essores e in ele ais ar in o e ma on e o i i a ri ile ian o emas e in eresses lo ais al ns a ores ro essores n m ra al o ioneiro ir o es a ele er os r mos a ro o ar s i a ra en o em se ojo n i es e alora o or ale imen o e ar i lari a es sse im ri amen o re le e os eriormen e a isionomia os e os e mos ram nos a os no os al e an es onsi era os menos im or an es an o li amos ire amen e om a lin a em e nas e na an i a ro n ia o as esses a ores im li am no en en ramen o a ra i o a

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ra i o a mem ria e e eran a l ral orma se m jo o e or as e se es en e a ma es ri a e o iamen e atendia aos interesses peda i os da omunidade reli iosa salesiana Entendemos ue munida de uma tradi o utilit ria as mani esta es art sti as sur idas nas es olas em ato rosso servem se do ritual do en antamento das s pli as e dos louvores para de larar o em estar umano or a reditar na aprendi a em pelo exemplo no ensinar e salvar tam m ou e es ola da po a promover o desenvolvimento intele tual e ultural do Estado Compenetrados numa miss o edu ativa e did ti a os salesianos produ iam pe as teatrais ornais e revistas ressaltando a manuten o de valores atitudes e ensinamentos Essa era a possi ilidade de ini iar a rian a e o jo em no on e imen o a reali a e e mos rar a eles os mo os e i n ia e e om or amen os or isso na en a i a e e ar o ú li o lo al a l ra es ri a oma a omo a rin i al orma ora o sis ema li er rio esse sen i o m re i er e o a a ela ora o ini ial esse sis ema aseia se ne essariamen e na amos ra em a l ra a so ie a e ma o rossense e na alori a o e elemen os lo ais e na ionais sses elemen os se en rela am e se ma eriali am no lano em i o e am m no a lin a em Com essas arti ula es em solo mato rossense a imprensa mant m seu dire ionamento atendendo as ne essidades omuni ativas do p li o uvenil ue se ormava ma pes uisa no I nos propor ionou uma vis o do movimento desses peri di os o a ervo do leo de o umenta o e In orma o en ontramos tr s importantes peri di os u u cu e u o s ro A respeito da relevante in lu n ia da imprensa na evolu o ultural do Estado itamos os estudos de voas p istoriador em tom entusiasmado e onta iante a irma ue nos ornais da uela ase urea da nossa evolu o ultural os anos ue i aram entre a uerra do ara uai e a evolu o de veremos o alto n vel da uela imprensa ara ele nesses peri di os arti os muito em lan ados o ali ando assuntos versados om extraordin ria pre is o e l i a de ar umenta o e so retudo numa lin ua em asti a num portu u s orret ssimo V AS p

leo de o umenta o e In orma o ist ri a e ional possui um expressivo a ervo onstitu do de reprodu es em mi ro ormas di itais re er n ias virtuais ima ti as orais e a ervo impresso i lio r i o de o ras raras om er a de aproximadamente volumes e um onsider vel a ervo de peri di os I oi riado pela esolu o C unda o niversidade ederal de ato rosso

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As mani esta es liter rias presentes nesses peri di os exempli i am as rela es existentes entre os textos pu li ados a lin a dis ursiva adotada pelos peri di os e a relev n ia dessa omenta o liter ria ultural pre ursora da literatura in antil uvenil em ato rosso os peri di os analisados por n s desta amos neste estudo o u u jornal u u erio i o li erario ri i o s or i o e no i ioso oi li a o e a o ali an o números as nossas es isas en on ramos is on eis os números re eren es a no em ro e e e em ro e no ano e e janeiro a e e ereiro os números a m resso em ia o eri i o on m em se lo ma in i a o lara o se ire ionamen o o a ia isso n o im e i e o eri i o ro esse em se e i orial ass n os e in eresse aria o

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rimeira p ina do ornal A uventude

s textos liter rios possuem rande re orr n ia En ontramos poemas e textos em prosa denominados por ada omo prosa liter ria urta uanto aos dois neros itados en ontramos poemas om temas ue tentam envolver o p li o uvenil os v rios n meros do peri di o analisados por n s A uventude Cuia e de desta amos os poemas Inno en ia de autoria n o in ormada e A Es ola de

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de os aul Vil es rito em e pu li ado em Trata se de um poema om tr s estro es de oito versos todos rimados Com uma lin ua em in antili ada pare e se diri ir a leitores ne essitados de a ilitadores as rian as As ompara es utili adas s o puramente re er n ia direta ao o eto ao ual se ompara Eu sou assim onitin a Como esta mimosa lor A uventude esde o t tulo onstr i se a ima em de um ser an eli al puro e ima ulado re er n ias expl itas de uma ideali a o do ser mul er pr pria do per odo rom nti o Em mim anin a se o amor as um amor puro e santo ue s possue a ino n ia T o do e ue eu amo tanto ois dos An os a ess n ia A uventude poeta revela um eu no seu otidiano amiliar Tudo des rito na medida om modera o um espa o tempo em ue se ara teri a a menina mo a a uem o poema dedi ado ditam se impli itamente normas r idas de omportamento e se pro lama a manuten o da o edi n ia aos valores institu dos o ritmo do poema est imposta a aprendi a em passiva das re ras para a vida em so iedade no mundo dos adultos esse modo essa menina mo a deveria aprender desde a ser mul er namorada esposa m e il a et Importante itarmos ue essa mesma vis o da rian a ou se a a uele ser ue pre isa ser ensinado e ondi ionado est em textos narrativos e po ti os riados no primeiro momento da literatura in antil rasileira ue se estendeu de a a literatura de ar ter utilit rio re urso ue se olo a a ima da nature a art sti a do o eto a ter eira estro e do poema os versos revelam ue o eu po ti o o ser ainda em orma o Ele preparado pelo adulto e por isso apare e apenas na posi o de re eptor passivo desses valores o primeiro e no se undo versos lemos eus paes as ve es me ral am Vendo me assim ol o a A o edi n ia aos mais vel os ponto predominante nessa literatura ue ome a a se ormar ela ouvimos a vo de uma rian a pro lamando o ue pre avam os adultos os voos das esperan as eus l da orte sele ta penas de ouro s rean as a ima em do ue se a uma rian a omportada servindo de modelo s a es dos leitores em orma o

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a produ o po ti a ue se materiali a omo possi ilidade de leitura para os mais novos en ontramos tam m o poema A Es ola de os aul Vil pu li ado no peri di o A uventude de Inspirado na no re a da institui o e na i ura do aluno o poema narrativo onstitu do de uadras todas rimadas tem omo randes persona ens a es ola e a rian a ani estando se em portu u s asti o o eu po ti o externa seus sentimentos e valores interiori ados o o na primeira uadra anun iado Salve er o de pa e esperan a e usti a virtude e amor ue em alando a inno ente rean a Vertes raios de et ereo ul or A uventude ais uma ve nos deparamos om exemplos do ultivo da poesia de ei o peda i a ue re lete a ideolo ia predominante na literatura u o tema inten ionava ter omo p li o a rian a Era uma poesia voltada para a orienta o e manuten o de pre eitos de ordem moral vi a e rist A vo do eu de lara Como a lu ue nos rados amenos elros ovens ensina trinar Tu tam em no re Es ola n o menos a es sempre as rean as antar S m olo do tradi ionalismo ultural a es ola imortali ada nas letras de os aul Vil de onde se materiali am exemplos experi n ias avisos su est es e ensinamentos Todo esse universo onsa rado e esplendoroso est representado pelo ritmo mon tono e pela m tri a dos versos As ompara es anun iadas mant m a orte rela o entre a rian a e a es ola medida ue se aproxima o inal i a evidente ue a rian a ne essita re e er os valores ue a onsa rada institui o o ere e Como as lores pre isam ra an ia u orval o e ara em su til Tam em isto e om muita a undan ia uer o arrulo mundo in antil A uventude otamos a valori a o do estudo na vida dos ue est o em orma o ideia re orrente no Brasil ue us ava sua moderni a o esse ontexto as ampan as de di us o patri ti a es olar e amiliar apresentavam se omo ni a possi ilidade no dis urso otimista da lasse dominante es lare em a olo e il erman p Se uindo a tend n ia onservadora nas letras do Estado a un o art sti a nessa produ o destinada rian a e ao ovem i a em menor es ala para real ar o o etivo de ormar o ar ter e re or ar valores morais aros

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aos adultos essa produ o n o espa o para o deleite tampou o para o uestionamento o tom u anista e exaltado do poema A Es ola visuali amos a ima em ue se a da rian a atrav s dos tempos Salve Es ola tu s do emente Sa es lu e ro io espartir So re a tur a in antil ino ente Tres alante ardim a lorir A uventude e modo eral na leitura do peri di o A uventude veri i amos ue os assuntos est o distri u dos entre pol ti a ist ria do Brasil e do Estado avisos de utilidade p li a olunas ue tra iam datas de anivers rios de il os de pessoas in luentes da so iedade per il das mademoiselle da nossa mel or so iedade par dias aradas an n ios das pe as de teatro en enadas na apital propa andas de lo as ue vendiam desde neros aliment ios at livros vindos da Europa e ainda not ias de lu es esportivos ere e desta ue a Se o in antil om on urso de per untas e respostas o primeiro ano de vida do ornal en ontramos a se uinte in orma o Em todos os n meros do nosso ornalsin o pu li aremos uest es a im de serem resolvidas A uventude

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ina do jornal A uventude

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a leitura dessa se o extra mos A apital de um Estado do Brasil sem a ltima letra torna se em parte do leite s lla as ual o animal ue se a res entarmos uma letra trans orma se em so renome s lla a A uventude Essa lin a editorial do ornal se ue o mesmo padr o en ontrado em peri di os uvenis editados em S o aulo e em outros Estados rasileiros no inal do s ulo I Com rande a eita o esses ornais destinavam al umas olunas para o divertimento e re rea o tra endo aradas adivin as on ursos poesias e ontos Voltando an lise do peri di o A uventude a se o An in os tam m nos ama a aten o ela o redator relata o ale imento de il os de personalidades da apital Cuia Com uma lin ua em in antili ada a tem ti a da morte on e ida na vis o trans endental da ondi o umana Com um dis urso pomposo arre ado de met oras ompara es e per rases a morte de rian as e ovens motivo de desta ue Evolou para a mans o dos untos a do expirante a inno ente aria s arlina a il ada do nosso distin to ami o Capm o o edro de i ueiredo a uem enviamos os nossos sentidos pe ames Entre ou a alma ao reador o ino ente an in o oa uim A uventude

i ina interna do ornal A uventude esta ue para as olunas An in os e C aradas nov ssimas

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ando se u n ia s o serva es de A uventude ressaltamos a pu li a o datada de ela en ontramos a presen a de temas vi os na imprensa in anto uvenil de ato rosso pu li a o de poemas e outros textos em orma de ensaio on er n ia e dis urso pro lamando ue a popula o da anti a prov n ia demonstrasse o seu patriotismo redator ama aten o dos leitores para o momento pol ti o ue vivia o pa s Veri i amos ue se valendo de um estilo dis ursivo s rio e u anista o ornal utili a exemplos de personalidades deixando lara a inten o de ormar a opini o dos leitores atrav s de um tom did ti o e morali ante de ar ter patri ti o Com esses dados rea irmamos a ontinuidade de uma a entuada edu a o vi a e moral uma postura onservadora u o lastro se en ontrava presente nas letras rasileiras dire ionadas a rian as e ovens do s ulo I ma prova da presen a de dis ursos e ensaios om temas vi os e eroi os em impressos do s ulo om esse dire ionamento lo ali a se tam m em A uventude datado de tili ando se do t tulo etomada de Corum o editorial onta a ist ria de um importante ap tulo da uerra da Tr pli e Alian a e da parti ipa o de tropas mato rossenses nas san rentas atal as para a retirada do inimi o Em a e do anivers rio do eroi o a onte imento em tom eu ri o e u anista o editor relem ra ue em aneiro de Corum e o orte de Coim ra oram militarmente tomados por tropas para uaias e em o presidente da prov n ia de ato rosso Couto a al es pretendeu a etomada ini iando os preparativos militares e as estrat ias da opera o Consta ue no dia de maio de teve in io a a o militar om a partida das tropas do orto de Cuia Em de un o teria o orrido a retomada da vila de Corum ato ue res ata a moral do povo mato rossense e d in io expuls o de initiva das tropas para uaias s relatos ist ri os s o ent o mantidos pelos editores para divul ar a ist ria o i ial Atrav s de uma lin ua em arre ada de n ase e ostenta o po ti a per e emos a inten o de se ultivar determinados valores e padr es a serem respeitados e in orporados pelos leitores prin ipalmente os mais novos Vide dis urso pu li ado

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oi ello esse dia or um sol de ameno un o a ueles ue iam a rontar a ira da propria ero idade mar avam alados mas ontentes As ores translu idas atiam de eio em suas a es e dos l ios orados pelo sol t o uente desa otoavam sorrisos de ale ria Tro aram se as ores do o as estrellas re ril avam tremulante em nuvens espa osas mais a lomeradas para o poente E i aste livre o Corum A uventude

Empen ados em ampan as ue o etivavam manter a ordem e a moral em avor da lasse dominante os redatores e ola oradores se voltam para o passado em us a do retomar o or ul o re ional e na ional Enalte er eitos eroi os de vultos do passado torna se estrat ia para es onder os pre u os de orrentes do isolamento ue a re i o so ria A esse respeito ada p ao analisar os textos de autores nos ol etins de ato rosso es lare e s diri entes dos ornais e autores lo ais perten iam aos r os overnamentais pol ti os e reli iosos onde o upavam un es variadas de desta ue So esse e eito podemos visuali ar a pr ti a es rita dentro de uma rede de rela es vis veis ou invis veis ue de inem a posi o dos autores uer se a so ial uer esteti amente Importante pensarmos as rela es ue podem estar vis veis nas ormas de oexist n ia entre autoria e posi o no ampo ultural e liter rio em um momento espe i o da ist ria das letras em ato rosso esse momento dever e amor p tria s o li es a serem aprendidas assim omo a pr ti a das virtudes e no es de o edi n ia esse espa o tempo de sua tra et ria o peri di o A uventude pare e umprir a un o de onta iar e doutrinar seus ovens leitores tom morali ador alme ava oi ir reprovar e punir todo omportamento so ial ue osse ul ado inade uado para os seus alunos e leitores omo tam m para os adultos Consideramos ue mesmo n o tendo promovido rupturas na s rie liter ria rasileira ou n o tendo apresentado inova es si ni i ativas as mani esta es art sti as liter rias pu li adas nas p inas de A uventude oram um importante ve ulo de divul a o ultural pois expressaram sentimentos an stias e modos de per e er a realidade em ue viviam os idad os da uele tempo otamos portanto um importante ampo lu ar de onde se materiali a a representa o da rian a e do ovem no Estado de ato rosso

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i ina interna do ornal A uventude Em desta ue os editoriais so re atos ist ri os re ionais e na ionais

s textos pu li ados no peri di o ainda ue n o apresentassem ualidade est ti a elevada ad uirem import n ia omo onte ist ri a a ervo onsultado possi ilitou nos revisitar o passado en ontramos mar as de onstitui o da rian a e do ovem na so iedade mato rossense do in io do s ulo est o as oordenadas da produ o dire ionadas a rian as e adoles entes no Estado Considera es inais oram nos ornais do in io do s ulo em solo mato rossense ue a imprensa pu li ou os primeiros textos liter rios dire ionados ao p li o uvenil ue ora se ormava o peri di o A uventude pu li ado entre a nos n meros analisados en ontramos poemas e textos em prosa prosa liter ria urta a Se o in antil do ornal textos liter rios dividiam espa o om par dias aradas e on urso de per untas e respostas redominava a vis o de ue a rian a era um ser ue pre isava ser

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ensinado e ondi ionado Esta mesma vis o esteve nos primeiros momentos da literatura in antil rasileira ue se estendeu de a a literatura de ar ter utilit rio re urso ue se olo a a ima da nature a art sti a do o eto o leo de o umenta o e In orma o ist ri a e ional I des o rimos a imprensa es olar atuando no Estado Com ase nas pes uisadas de Arro o ue undamentam a import n ia dessa imprensa para a orma o das oordenadas da literatura in antil rasileira e posterior evolu o desse nero on irmamos ue em ato rosso a imprensa es olar umpriu o mesmo le ado os ornais en ati ou se a t ni a dos assuntos das a es e da representa o da rian a dentro desse universo da es rita as p inas dos impressos re uperados pelo I mi ro ilmados on irmamos o o o de interesse para temas espe i os omo modos e re ras reli i o re rea o instru o esporte literatura pe uenos ontos e narrativas de via ens otos alend rio das datas estivas reli iosas e demais not ias ossa ip tese amin ou para uma on irma o estavam nos ornais e na imprensa es olar ormada por revistas e pe uenos peri di os assim omo no teatro prati ado nas es olas salesianas a pr ist ria da literatura in anto uvenil produ ida em ato rosso tom morali ador ue servira aos prop sitos da lin a dis ursiva dos textos ni os de adre om o e dos peri di os A uventude e ueno ensa eiro e i eu determinariam o dire ionamento do teatro e dessa imprensa e modo eral alme avam oi ir reprovar e punir todo omportamento so ial ue osse ul ado inade uado para os seus espe tadores e leitores prevale endo assim uma orte tend n ia edu a ional ue us ava a onsolida o de valores erdados e er n ias A uventude peri di o liter rio r ti o esportivo e noti ioso de de mar o de Cuia ato rosso I Caixa p A ornais iversos Envelope A uventude Cu a

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peri di o liter rio r ti o esportivo e noti ioso de de maio de Cuia ato rosso I Caixa ornais iversos Envelope A uventude peri di o liter rio r ti o esportivo e noti ioso de de un o de Cuia ato rosso I Caixa ornais iversos Envelope A uventude Cu a peri di o liter rio r ti o esportivo e noti ioso de de outu ro de Cuia ato rosso I Caixa ornais iversos Envelope A uventude Cu a peri di o liter rio r ti o esportivo e noti ioso de de novem ro de Cuia ato rosso I Caixa ornais iversos Envelope A uventude Cu a EVISTA ato rosso Ano II n evista ensal de S ien ias letras Artes e variedades Cuia BCB T Ano I un o ul o n Cuia Es olas ro issionais Salesianas BCB T C edro o a Imprensa i ial de ato rosso anos de ist ria Cuia A arisa I BE A e ina iteratura In antil Brasileira ist ria e ist rias S o aulo ti a A A asmin amil odap das mis el neas o ol etim nos ornais de ato rosso s ulos I e io de aneiro letras V AS enine ist ria da Cultura mato rossense ed S o aulo Editora esen a

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Normas da revista

Normas para apresentação de artigos • Só serão aceitos trabalhos enviados pela internet para o endereço: [email protected] • Os artigos podem ser apresentados em português ou em outro idioma. Devem ser produzidos em MSWord 2007 (ou versão superior), com uma folha de rosto onde constem os dados de identificação do autor: nome, instituição, endereço para correspondência (com o CEP), e-mail, telefone (com prefixo), título e temática escolhida. A extensão do texto deve ser de, no mínimo, 10 páginas e, no máximo, espaço simples. Todos os trabalhos devem apresentar também Abstract e Keywords. • O espaço para publicação é exclusivo para pesquisadores doutores. Eventualmente, poderá ser aceito trabalho de não doutor, desde que a convite da comissão editorial – casos de colaborações de escritores, por exemplo. Após a folha de identificação, o trabalho deve obedecer à se in es se n ias Título – centralizado, em maiúsculas e negrito (sem ri os Nome(s) do(s) autor(es) – Nome(s) do(s) autor(es) – à direita da página (sem negrito nem grifo), duas linhas abaixo do título, com maiúscula só para as letras iniciais. Usar asterisco para nota de rodapé, indicando a instituição à qual está vinculado(a). O nome da instituição deve estar por extenso, seguido da sigla;

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Resumo– a palavra Resumo em corpo 10, negrito, itálico e maiúsculas, duas linhas abaixo do nome do autor, seguida de dois pontos. O texto-resumo deverá ser apresentado em itálico, corpo 10, com recuo de dois centímetros de margem direita e esquerda. O resumo deve ter no mínimo 3 linhas e no máximo 10; Palavras-chave – dar um espaço em branco após o resumo e alinhar com as mesmas margens. Corpo de texto10. A expressão palavras-chave deverá estar em negrito, itálico e maiúsculas, seguida de dois pontos. Máximo: 5 palavras-chave; Abstract – mesmas observações sobre o Resumo; Keywords – mesmas observações sobre as palavras chave; Texto – em Times New Roman, corpo 12. Espaçamento simples entre linhas e parágrafos. Usar espaçamento duplo entre o corpo do texto e subitens, ilustrações e tabelas, quando houver; Parágrafos – usar adentramento 1 (um); Subtítulos – sem adentramento, em negrito, só com a primeira letra em maiúscula, sem numeração; Tabelas e ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos etc.) – devem vir prontas para serem impressas, dentro do padrão geral do texto e no espaço a elas destinados pelo autor; Notas – devem aparecer ao pé da página, numeradas de acordo com a ordem de aparecimento. Corpo 10. Ênfase ou destaque no corpo do texto – negrito. Palavras em língua estrangeira – itálico. Citações de até três linhas vêm entre aspas (sem itálico), seguidas das seguintes informações entre parênteses: sobrenome do autor (só a primeira letra em maiúscula), ano de publicação e página(s). Com mais de 3 linhas, vêm com recuo de 4 cm na margem esquerda, corpo menor (fonte 11), sem aspas, sem itálico e também seguidas do sobrenome do autor (só a primeira letra em maiúscula), ano de publicação e pagina(s).

Normas da revista



As citações em língua estrangeira devem vir em itálico e traduzidas em nota de rodapé. Anexos, caso existam, devem ser colocados antes das referências, precedidos da palavra ANEXO, em maiúsculas e negrito, sem adentramento e sem numeração. Quando constituírem textos já publicados, devem incluir referência completa, bem como permissão dos editores para publicação. Recomenda-se que anexos sejam utilizados apenas quando absolutamente necessários. Referências – devem ser apenas aquelas referentes aos e os i a os no ra al o A ala ra AS e e es ar em maiúsculas, negrito, sem adentramento, duas linhas antes da primeira entrada. ALGUNS EXEMPLOS DE CITAÇÕES

• Citação direta com três linhas ou menos [...] conforme Octavio Paz, “As fronteiras entre objeto e sujeito mostram-se particularmente indecisas. A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade, ou pelo menos, o único testemunho de nossa realidade.” (PAZ, 1982, p. 37)

• Citação indireta [...] entre as advertências de Haroldo de Campos (1992), não há qualquer reivindicação de possíveis influências ou contágio, ao contrário, foi antes a poesia concreta que assumiu as consequências de certas linhas da poética drummodiana.

• Citação de vários autores Sobre a questão, pode-se recorrer a vários poetas, teóricos e críticos da literatura (Pound, 1977; Eliot, 1991; Valéry, Borges, 1998; Campos, 1969).

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• Citação de várias obras do mesmo autor As construções metafóricas da linguagem; as indefinições; a presença da ironia e da sátira, evidenciando um confronto entre o sagrado e o profano; o enfoque das personagens em diálogo dúbio entre seus papéis principais e secundários são todos componentes de um caleidos cópio que põe em destaque o valor estético da obra de Saramago (1980, 1988, 1991, 1992).

• Citação de citação e citação com mais de três linhas Para servir de fundamento ao que se afirma, veja-se um trecho do capítulo XV da Arte Poética de Freire: Vê, [...] o nosso entendimento que a fantasia aprendera e formara em si muitas imagens de homens; que faz? Ajunta-as e, de tantas imagens particulares que recolhera a apreensiva inferior [fantasia], tira ele e forma uma imagem que antes não havia, concebendo que todo o homem tem potência de rir [...] (FREIRE, 1759, p. 87 apud TEIXEIRA, 1999, p. 148).

ALGUNS EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS • Livro A Marl o er i em al e ras

ere a ni erso err o e orros o io ran ir am inas Mer a o e

• Capítulo de livro R , uliana aia de. Roman es ue ru aram o atl nti o na se unda metade do s ulo . n n el ar os de ios r . . La Len ua ortu uesa studios so re Literatura ultura de pressi n ortu uesa. 1 ed. alaman a di iones niversidad de alaman a, 201 , v.1, p. 77 .

• Dissertação e tese SA S Germana Maria Araújo ala ra e Se o ma lei ra os re ios oi o en is as am inas S ese o ora o – ns i o e s os a in a em Universidade de am inas

Normas da revista

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• Artigo de periódico SA M A A nia Maria ereira inema e i era ra esis n ia ol i a e re resen a es o er i erril eiro em essa a ra essia e a ra e a ona a r s s or o Ale re

• Artigo de jornal TEIXEIRA, I. Gramática do louvor. Folha de S.Paulo, São Paulo, 8 abr. 2000. Jornal de Resenhas, p. 4.

• Trabalho publicado em anais CARVALHAL, T. F. A intermediação da memória: Otto Maria Carpeaux. In: II CONGRESSO ABRALIC – Literatura e Memória Cultural, 1990. Anais... Belo Horizonte. p. 85-95.

• Publicação on-line – Internet FINAZZI-AGRÒ, Ettore. O comum e o disperso: história (e geografia) literária na Itália contemporânea. Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, jan./jun. 2008. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2009.

OBSERVAÇÃO FINAL: A desconsideração das normas implica a não aceitação do trabalho. Os artigos recusados não serão devolvidos ao(s) autor(es).

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