Nas Sombras Da Libertinagem: Francisco de Mello Franco entre Luzes e Censura no Mundo Luso-Brasileiro (1757-1822)

Nas Sombras da Libertinagem

Rossana Agostinho Nunes graduou-se em História na Universidade Federal Fluminense. Em 2009, foi contemplada com o Prêmio UFF Vasconcellos Torres de Ciência e Tecnologia na área de Ciências Humanas. Dois anos depois, concluiu o mestrado em História pela mesma instituição. Atualmente cursa o doutorado em História na UERJ. Como pesquisadora, dedica-se a estudos na área de História política, intelectual e cultural no mundo luso-brasileiro ao final do século XVIII. Este livro é o resultado de sua dissertação de mestrado, sob a orientação do Prof. Dr. Guilherme Pereira das Neves

Todas elas foram atribuídas ao médico luso-brasileiro Francisco de Mello Franco.

Rossana Nunes

Francisco de Mello Franco é um personagem pouco conhecido. Natural de Minas Gerais, cedo foi para Portugal completar os seus estudos. Lá conhecera não só a repressão inquisitorial, como a consagração junto à corte. Réu na Inquisição de Coimbra e suposto autor de quatro obras anônimas, foi membro da Academia de Ciências de Lisboa e médico da Câmara Real. Prêmio e castigo marcaram a sua trajetória, inserindo-nos nas disputas políticas e intelectuais de uma época marcada pelo desejo de promoção do pensamento racional e pela repressão às ideias filosóficas.

Entre os anos de 1785 e 1794, quatro obras anônimas circularam em Portugal. Escritas em um momento conturbado da história política e cultural europeia, suscitaram reações. Principalmente por que voltavam as suas críticas para um domínio considerado intocável: a ortodoxia católica.

Nascido em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII, estudou na Universidade de Coimbra, perfazendo o caminho trilhado por outros jovens que, na esteira da riqueza proporcionada pela exploração aurífera, foram enviados por seus pais para Coimbra.

Rossana Nunes

Nas Sombras da Libertinagem Francisco de Mello Franco entre Luzes e censura no mundo luso-brasileiro (1757-1822)

Condenado pela Inquisição de Coimbra em 1781, anos depois, em 1817, regressaria ao Brasil com a comitiva que trazia a princesa Leopoldina: era um de seus médicos particulares. A trajetória de Mello Franco, apesar de pouco estudada, insere-nos em um momento de efervescência política e intelectual, onde a valorização do pensamento racional foi acompanhada por uma crescente repressão aos escritos filosóficos, sobretudo, após a eclosão da Revolução Francesa em 1789.