Novas Tecnologias em Controle de Estoque

May 19, 2017 | Autor: E. Dias da Silva | Categoria: Robotics, Technology, Logistics, Administration, RFID Technology, Logística
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Descrição do Produto

CFP Monsenhor Jerônimo Mancini

Aprendizagem Industrial em Processos Logísticos

Novas Tecnologias em Controle de Estoque

São Sebastião do Paraíso – MG 2015

Novas Tecnologias em Controle de Estoque

Everton Luiz Dias da Silva¹ Gustavo Henrique Piccirillo Greggi¹ Luiz Felipe da Silva¹ Weslley Dias Oliveira¹ Vanessa Silva Sousa²

RESUMO Com o mundo globalizado e a exigência cada vez maior dos clientes é provocado uma rápida obsolescência dos equipamentos e suprimentos, tornando indispensável a gestão dos estoques de forma eficaz e eficiente. Neste trabalho será abordado estoque, sua gestão e ferramentas para realizá-la. Procuramos explicitar, através do conhecimento adquirido de artigos científicos, o papel da tecnologia que foi e está sendo de fundamental importância para a evolução desse controle, e eliminando os problemas que possam afetar a vitalidade das empresas. As técnicas de controle de estoque evoluem de acordo com a necessidade de adaptação das novas tecnologias e momento mercadológico.

Palavras chaves: Suprimentos. Estoque. Tecnologia.

1.INTRODUÇÃO “Acredito que a diferença vital entre o sucesso e o fracasso de uma empresa pode freqüentemente ser atribuída à questão de até que ponto a organização aproveita bem a energia e o talento de seu pessoal. Que faz ela para ajudar as pessoas a achar um denominador comum que as aproximem? Como as mantém direcionada em torno de um mesmo Objetivo? ” (Thomas J. Watson Jr.)

Objetivo é definido pelo dicionário Michaelis como “Meta ou alvo que se quer atingir; finalidade”, e pelo Aurélio como sendo, “O valor final para o qual convergem progressivamente os resultados das sucessivas interações”. Uma empresa pode ter vários objetivos, dentre eles ser referencia no seu campo de atuação, ser reconhecida ou atuar em nível global, promover melhoras na sociedade, dentre outras. Contudo o principal objetivo de uma empresa é ¹ Aluno do curso de Aprendizagem em Processo Logísticos 2015. ² Professor do curso de Aprendizagem em Processo Logísticos 2015.

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produzir com poucos custos obtendo o maior lucro possível, ou seja, o principal objetivo da empresa é gerar lucros. Em paralelo tem-se administração, que etimologicamente vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência). De acordo com Idalberto Chiavenato significa “criar condições ideais de solidariedade para que as pessoas possam se ajudar mutuamente e gerar valor e riqueza de modo eficiente e eficaz”. Em síntese, Administração é o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros. É coordenar pessoas e suas ações para atingirem uma meta, que em uma empresa, comumente é diminuir custos e aumentar lucros. Visando o aumento da eficiência, em suma, diminuir custos, aumentar lucratividade e qualidade, tem-se como ferramenta da administração a logística. “A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informação correlata) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presentes e futuras através do atendimento de pedidos a baixo custo. ” (CHRISTOPHER, 1997, p. 2)

Tida primitivamente como processo de abastecimento ou distribuição, contemporaneamente é mister para que as organizações obtenham sucesso em alcançar seus objetivos e cumprir sua missão, alçar seus padrões de qualidade e sua competitividade. É separada em várias óticas, dentre as quais se pode analisá-la como fluxo físico (FERRAES NETO, 2000). Nesse aspecto é entendido como consumidora de recursos financeiros, pois compreende da aquisição de matéria-prima à venda do produto, englobando em suas operações instalações, mão-de-obra, materiais e serviços. Logo os custos da logística são tão representativos que chegam a ser o maior dispêndio depois dos custos de produto (BALLOU, 1993). Em nações de alto índice de desenvolvimento esses custos chegam a 10% do PIB, e a 20% em países ainda em crescimento econômico. Na logística ainda são compreendidos os fluxos de informação e financeiro, portanto é uma área vital, e indubitável que dever ser bem afirmada nas estratégias de uma organização. “O estoque e definido como acumulação de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes estoque também e usado para descrever qualquer recurso armazenado. Não importa o que esta sendo armazenado como estoque, ou onde ele esta posicionado na operação, ele existira porque existe uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. ” (SLACK ET AL, 1997).

O estoque é ramo da logística, visto como investimento e melhoras em seus processos figuram em benefícios. Em contraparte, uma má gestão de estoques pode resultar em perda de recursos. Seu objetivo é registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos. Exerce influencia muito grande na rentabilidade da empresa, pois absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e tem o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. 3

O objetivo do controle de estoque é, então, financeiro, pois a manutenção de estoques é cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que o capital investido seja minimizado. É nesse âmbito que a evolução do conhecimento em técnicas e em tecnologia voltados ao controle de estoque colaboram para a sobrevivência e crescimento de organizações que nele investem. 2.Logística Termo grego “Logistikos”, variado do latim “Logisticus”, e que segundo o dicionário Aurélio significa: “conjunto de planejamentos e meios necessários para realização de um serviço, uma obra. Na área de gestão a logística é responsável por projetar e implantar sistemas de distribuição, transporte, armazenamento e compra de suprimentos. Surgiu com a necessidade da humanidade em planejar e gerenciar seus recursos. Estrategistas de guerra utilizaram a logística obtendo sucesso em suas batalhas como, por exemplo, Alexandre, o Grande, Napoleão, porém foi John Creswell que fez o primeiro artigo estudando os conceitos acadêmicos logísticos em 1901. Contudo seu uso antecede sua conceituação. Vários fatos históricos demonstram como a logística sempre foi essencial para o povo. Na era primitiva os povos foram obrigados a habituarem-se à situação em que viviam, a armazenagem de recursos para o período do inverno, o planejamento sobre onde e quando encontrariam água e pastos eram preocupações constantes. A logística também esteve presente nas guerras, sendo elas duradouras, escassa de suprimentos e com acampamentos e campos de batalhas distantes entre si e das fontes de recursos. Logo era preciso estratégias sofisticadas para melhor distribuição, transporte e armazenamento de armamentos, carros de guerra, alimentos, além do transporte das tropas. Como importante exemplo no uso da logística, tem-se a Segunda Guerra Mundial, que contou com um significativo avanço em técnicas, na qual a logística teve por finalidade abranger outros ramos, principalmente a administração. É notado que a logística esteve em constante evolução durante a história, e sua presença torna-se inegável após a Revolução Industrial com o aumento da produção e do consumo mundial. Nas décadas de 1970 e 1980 houve grande avanço na área da administração com a criação de técnicas e ferramentas que são hoje de vital importância para a tal, e que visavam integrar os setores de logística, finanças, produção, marketing etc. Alguns exemplos dessas ferramentas são: Kanban, uma ferramenta visual que visa o controle de abastecimentos; Just in time, técnica japonesa baseada na tese do estoque zero; MRP, planejamento de recursos materiais. A logística contemporaneamente atua em várias áreas, dentre elas estoque, transporte, distribuição, marketing e contabilidade:  Estoque: é um dos setores que mais gera custos para as empresas, por tal motivo deve ser realizado um bom controle de estoque que normalmente é realizado pelo setor logístico, quando o há na organização;

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 Transporte: é o setor que apresenta o maior percentual de custos logísticos para a maioria das empresas da atualidade. O transporte pode ser por malha aérea, ferroviária, rodoviária, aquaviária e ductoviária;  Distribuição: é um dos principais setores da logística, pois é responsável pela da administração dos produtos desde o momento em que o produto sai da empresa até chegar ao consumidor final.  Marketing: Como afirmou o presidente da Limited Distribution Services (e expresidente da Beatrice Foods Company): “Embora esteja provado que, no decorrer dos anos, a função de distribuição pode reduzir custo, ela pode também produzir receitas. Estamos trabalhando em cima da teoria de que uma distribuição eficaz pode nos proporcionar vantagem competitiva”. (C. LEE JOHNSON).

Em 1990, a 3M pesquisou 18.000 clientes europeus em 16 países. Os pesquisados concordam que entrega no prazo, prazos reduzidos de entrega, produtos entregues em boas condições e tratamento eficaz de problemas, funções de um bom setor de logística, eram importantes em uma empresa que quisesse aumentar a satisfação do cliente, bem como as vendas. A forma como a diretoria da empresa aloca recursos escassos aos diversos componentes do mix de marketing – produto, preço, promoção e lugar – determina a fatia de mercado e a rentabilidade (JOSÉ MAURÍCIO DE MOURA; MARCO AURÉLIO BEZERRA GONTIJO SANTOS; CHARLES HUDSON MARTINS DE VASCONCELOS). Portanto logística e marketing estão atrelados.  Contabilidade: é o ramo que registra todas as transações da empresa, que de alguma forma possam ser expressas em conceitos monetários, e que tem como objetivo o patrimônio das organizações que são compreendidos como bens direitos e obrigações. Pode-se afirmar que o setor de logística é um ramo que está em constante evolução e que se bem executado dentro da empresa pode acarretar vários benefícios para a organização, não somente lucros como também um bom clima organizacional, entre outras coisas. Conclui-se o quanto a logística é essencial para qualquer empresa. Anteriormente vista somente como processo de abastecimento de materiais ou transporte na distribuição física, hoje tem uma abrangência muito maior no setor de administração sendo de suma importância pra as empresas.

2.1.Ferramentas da Logística O profissional de logística exerce a função de procurar meios de sistema de transporte, armazenamento, compras de suprimentos, distribuição e entrega de produtos numa empresa, de forma cada vez mais econômica, rápida e segura. O termo SCM (Supply Chain Management - Gerenciamento da cadeia de suprimentos) expressa essa função que é primordial, primacial e essencial para o bom andamento da gestão da logística. O SCM nada mais é do que o conjunto

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dos métodos para a melhor administração dos parâmetros da rede: transportes, estoques, custos etc. Sendo revigorado somente nos anos 90. Segundo Vianna, da SAP: "Esses métodos envolvidos, acabam sendo objeto de interesse de diversos varejistas". Há muitas empresas que oferecem essa solução, segundo o chefe de projeto da Novabase. Entre elas estão: SAP, Microsiga Datasul, Logocenter, a norteamericana SSA e muitas outras. Os benefícios são observados. São verificadas reduções de 5% a 40% nos níveis de estoque e de até 3% a 7% no custo variável de distribuição, segundo números da SAP. Entretanto essas ferramentas não são universais. O profissional de logística deve analisar qual delas será propícia para a boa performance da empresa. 2.1.1.Just In Time O JIT surgiu no Japão, em meados da década de 70. E consiste em coordenar precisamente a produção de somente os itens necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário. Por isso o nome, ”Just in Time” “na hora certa”. Embora haja quem diga que o sucesso do sistema de administração JIT esteja calcado nas características culturais do povo japonês, mais e mais gerentes e acadêmicos têm-se convencido de que esta filosofia é composta de práticas gerenciais que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo. Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia Just in Time (HENRIQUE & GIANESI, 1993):  Eliminação de estoques;  Eliminação de desperdícios;  Manufatura de fluxo contínuo,  Esforço contínuo na resolução de problemas;  Melhoria contínua dos processos. Os itens podem durar poucas horas de produção, então para que isto seja possível, os fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que possam fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada. Além de uma ferramenta o JIT é considerado uma técnica ou um conjunto de técnicas de administração da produção, que inclui diversos aspectos, como: administração de materiais, gestão de qualidade, arranjo físico, organização do trabalho, gestão de recursos humanos, entre outros. O Just in Time é o principal pilar de diversas fábricas, em especial de carros, como por exemplo à Toyota Motor Company, que buscava coordenação precisa, com a demanda específica de diferentes modelos e cores de veículos, com o tempo mínimo de produção. O sistema Just in Time pode ser aplicado em qualquer organização e é muito importante para auxiliar a reduzir estoques e os custos decorrentes do processo. 2.1.2.Kanban 6

Kanban nada mais é do que uma ferramenta aplicada aos processos de aprovisionamentos, produção e distribuição, seguindo os princípios do Just in Time. Desenvolvido na Toyota Motor Company por Taiichi Ohno essa ferramenta foi formada devido a necessidade de manter um eficaz funcionamento do sistema de produção em série. Este é um conceito relacionado com a utilização de cartões para indicar o andamento dos fluxos de produção em empresas de fabricação em série. Nesses cartões são colocadas indicações sobre uma determinada tarefa, por exemplo, “para executar”, “em andamento” ou “finalizado”. Pelas suas características, o método Kanban apenas pode ser aplicado em sistemas de produção repetitiva, em que os produtos são padronizados e a produção é relativamente estável, sendo obrigatório que o processo de produção esteja organizado em série. Segundo o seu criador, o Kanban deve respeitar determinadas regras para ser eficaz, nomeadamente:  O processo subsequente deve retirar, no processo precedente, os produtos necessários nas quantidades certas e no tempo correto;  O processo precedente deve produzir os seus produtos nas quantidades requisitadas pelo processo subsequente;  Nenhum item pode ser produzido ou transportado sem um Kanban;  Produtos com defeito não devem ser enviados ao processo seguinte;  O número de Kanban’s deve ser minimizado continuamente.

A utilização de um sistema Kanban permite um controle detalhado de produção com informações sobre quando, quanto e o que produzir (princípio do JIT). É um método para a implantação de mudanças, não prescreve papéis, práticas ou cerimônias específicas. Em vez disso, oferece uma série de princípios para otimizar o fluxo e a geração de valor do sistema de entrega de software. O foco do Kanban no contexto e na adaptabilidade tem tornado o método cada vez mais popular para equipes que técnicas ágeis não se aplicam diretamente. O Kanban é dividido em dois grandes grupos: os Kanban’s de produção e os Kanban’s de transporte. Os Kanban’s de produção são usados para a fabricação de determinado item e devem conter o processo que o produz, o nome do produto a ser fabricado, o código do item para evitar ambiguidades, a quantidade de itens a colocar em cada contentor e a identificação do processo subsequente ao qual o produto é entregue. Os Kanban’s de transporte (ou de movimentação) são usados na movimentação de material entre diferentes células de produção distantes entre si (por exemplo entre o local de produção e o armazém) e devem conter o local onde o produto é retirado (que pode ser um processo ou um armazém), a descrição do produto a ser retirado, o código do item para evitar ambiguidades, a quantidade de itens a colocar em cada contentor e o processo subsequente ou armazém para o qual o produto é levado. 3.ESTOQUE

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Estoque (do inglês Stock) refere-se à produtos (finais e inacabados) ou outros elementos na posse de um agente econômico. Em outras palavras, são materiais guardados para uso futuro. Sua gestão é uma particularidade da logística e contabilidade. Para Joseph G. Monksc: “Os estoques são recursos ociosos que possuem valor econômico. ” Há várias razões para se obter um estoque, como: compras ou produção econômica; redução de frete; prevenir incertezas; reduzir efeitos de sazonalidade; diferentes ritmos de produção; reduzir custos de ociosidades; melhor atendimento a consumidores, etc. 3.1.CONTROLE DE ESTOQUE Uma boa gestão do estoque é fundamental, sem ela corre-se o risco de ficar sem produtos para atender clientes e até mesmo, encalhar mercadorias em estoques mal planejados, resultando em perda de dinheiro. O mercado tão complexo e instável no qual vive-se atualmente, torna obrigatório que as organizações tenham formas de minimizar seus custos e gerar lucro. Empresas que não buscam uma melhoria contínua estão expostas ao fracasso, e sendo assim a concorrência, que não é apenas algo próximo e sem ação, irá dominar frente ás que não se adaptam. Tal ambiente força as empresas a buscarem maneiras eficazes para suas atividades e, sem dúvidas, uma boa gestão de estoque é uma peça fundamental. 3.1.1.CURVA ABC Também chamada de 80-20, é baseada no teorema de Vilfredo Pareto (18481923), economista italiano que, num estudo sobre a renda e riqueza, observou que 20% da população concentrava a maior parte da riqueza, 80%. Trata-se não somente de classificação estatística de materiais, no qual considera sua importância baseada nas quantidades e valores, como também para a definição de políticas de vendas e estabelecer prioridades para a programação de produção.

Figura 1: Gráfico da Curva de Pareto.

Os itens são classificados como: 

Classe A: de maior importância, valor alto, corresponde a 20% do total; 8

 

Classe B: com importância, valor intermediário, corresponde a 30% do total; Classe C: de menor importância, valor baixo, corresponde a 50% do total

É preciso esclarecer que, essa classificação não é exata, por isso deve ser cauteloso seu processo de utilização. 3.1.2. Modelo PEPS/FIFO (First in, First out) Tem como significado Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS). Consiste em uma avaliação dos estoques, feita pela ordem cronológica das entradas. O próximo material que sai é o que entrou antes, isto é, do lote mais antigo. Uma informação importante é que, o preço pelo qual o produto sai deverá coincidir com o preço de entrada do mesmo. “A avaliação por este método é feita pela ordem cronológica das entradas, sendo substituída pela mesma ordem cronológica em que foi recebido, devendo o seu custo real ser aplicado” (DIAS, 1993, p. 127).

Figura 2: Exemplo de controle e avaliação de estoques pelo método PEPS

3.1.3. Modelo UEPS/LIFO (Last in, First out) Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS). Segue a ideia reversa do PEPS. O valor dos estoques é calculado ao custo do último preço, o qual normalmente é o mais elevado.

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Figura 3: Exemplo de controle e avaliação de estoque pelo método UEPS.

3.1.4. Média Ponderada É calculada através do somatório das multiplicações entre valores e quantidades divididos pelo somatório das quantidades. Nela se misturam todos os produtos do estoque, vendendo qualquer ignorando a data de entrada. 3.1.5. Acurácia de controles Nela são feitas contagens semanais para medir produtos corretos no quesito quantidade e valor. Podendo ser permitido uma certa quantidade de desvio, caso ultrapasse, deverá tomar medidas para corrigi-lo imediatamente. 3.1.6. Sistema MRP (Programação dos Requerimentos de Material) É um sistema com finalidade de diminuir o capital aplicado em inventário, com a utilização dessa ferramenta é possível obter o material certo, no ponto certo, no momento certo e isso ocorre devido a um planejamento das prioridades. “MRP, quanto às letras significa Material Requirements Programming (planejamento das necessidades de materiais), esse sistema originado na década de 60, tendo por finalidade mensurar para as empresas a quantidade de materiais a ser utilizado, qual capital a ser investido em que tempo. ” (SLACK, 2002, p.450) Usa uma filosofia de planejamento. A ênfase está na elaboração de um plano de suprimentos de materiais, seja interna ou externamente. O MRP considera a fábrica de forma estática, praticamente imutável. Assim, o MRP como hoje o conhecemos só se viabilizou com o advento do computador. O MRP utiliza softwares cada vez mais sofisticados, alguns deles chegando a custar mais de um milhão de dólares.

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Figura 4: Esquema explicativo do Sistema MRP.

Um subproduto do MRP, é um software que irá processar todos os dados, consolidando os itens comuns a vários produtos, verificando se há disponibilidade nos estoques e, quando for o caso, emitindo lista de itens faltantes. Os softwares com maiores capacidades de processamento passaram a ser denominados sistemas de MRP, que pode ser traduzido por planejamento dos recursos de manufatura. 3.1.7. Inventário físico Conhecido também como balanço, o inventário consiste na contagem física dos itens que compõem o estoque. Esses controles de estoque podem ocorrer periodicamente ou ciclicamente. A diferença entre esses dois processos é que, um inventário periódico é aquele realizado em intervalos de tempo regulares enquanto a realização cíclica implica em uma contagem diária.

Figura 5: Esquema ilustrado do funcionamento de Inventário Físico.

O inventário físico tem dois objetivos específicos, sendo levantamento real da situação do estoque para ser levado ao balanço da empresa com o objetivo de evitar custos e consequentemente a melhoria continua da rentabilidade, com maior controle dos produtos verificando os registros e a quantidade real para que haja organização e uma auditoria da situação do estoque. O procedimento regular do inventário dentro de uma empresa pode ajudar a descobrir e corrigir os altos níveis de avarias no armazém. 11

3.1.8. Cross-docking Cross-docking é um processo de distribuição no qual a mercadoria recebida é redirecionada sem ser previamente armazenada. Sendo assim obtemos um ganho no espaço físico antes utilizado para armazenagem e redução do valor de estoque. Por isso requer um bom conhecimento dos produtos de entrada, seus destinos, e um processo para eficientemente distribui-los para os veículos de saída. Utiliza mais o caminhão do que o depósito convencional. Dessa forma, crossdocking é um programa projetado para fornecer suporte à entrega de produtos aos clientes. As instalações que operam com esse sistema recebem carretas completas (FTL – Full Truck Load - Caminhão de carga completa) de diversos fornecedores e realizam, dentro das instalações, o processo de separação dos pedidos através da movimentação e combinação das cargas, da área de recebimento para a área de expedição. As carretas partem com a carga completa formada por diversos fornecedores (FTL). Os usos do FTL, tanto para o recebimento quanto para a expedição, permitem que os custos de transporte sejam reduzidos. É altamente eficiente, no sentido de que permite ao estoque viajar através de um canal de distribuição num fluxo veloz. 3.1.9. Vendor Managed Inventory Vendor Managed Inventory (VMI), em português Estoque Administrado (gerenciado) pelo Fornecedor, é um sistema que consiste no fornecedor se responsabilizar pela gestão dos níveis de estoque nos clientes. O fornecedor tem acesso aos níveis de estoque do cliente e assume, ele próprio, as decisões sobre os reabastecimentos. É importante entender que não se trata de material em consignação, já que no VMI a propriedade do material em inventário é do cliente. A implementação de um processo de VMI envolve fortes mudanças nas empresas participantes. Mesmo com contratos detalhados, a confiança e senso de parceria passam a ser a base do relacionamento. Obviamente, existem benefícios e riscos associados a um programa de VMI. Para alavancar os benefícios, é importante que, como em qualquer programa, as atividades sejam bem planejadas, executadas e lideradas. (LUIZ DE PAIVA, 2007). 3.1.9.1. Benefícios  Reforça a parceria entre as empresas;  Redução dos tempos na cadeia de suprimento;  Melhor atendimento ao cliente final, ao ter melhor disponibilidade do material em inventário;  Melhor timing das ordens de compras;  Estabilidade no inventário e menor risco de falta de materiais;  Redução do custo de emissão e processamento de pedidos;  Crescimento do nível de serviço; 12

 Pode manter o foco no serviço ao cliente final;  Redução do risco;  Melhor previsão da demanda, já que tem acesso a dados detalhados de inventário e consumo do comprador;  Maior facilidade de incorporar promoções no plano de inventário;  Redução de erros. 3.1.9.2. Riscos  Complexidade: o sistema de Electronic Data Interchange (Intercâmbio Eletrônico de Dados) deve ser testado exaustivamente para garantir de que os dados são confiáveis;  Aceitação: os funcionários envolvidos nas duas empresas devem conhecer os objetivos e processos do VMI, já que a relação fornecedor-comprador muda;  Comunicação: aumenta a dependência de comunicação entre fornecedor e comprador. Devem-se definir novos processos entre as empresas;  Excesso ou Falta de Inventário: devem existir regras claras para casos nos quais sobre ou falte material, e quando o comprador quer mudar os níveis de inventário;  Tempo: o VMI envolve um tempo de aprendizado considerável. As empresas envolvidas devem ter isto claro e aceitar a curva de aprendizagem;  Resistência: os vendedores do fornecedor podem ser contrários a um sistema que tira o poder de venda de suas mãos. 3.1.10. RFID A tecnologia de RFID (radio frequency identification - identificação por rádio frequência) é usada para identificar, rastrear e gerenciar desde produtos ou até animais ou indivíduos, sem a necessidade de contato e de um campo visual, somente sendo essencial a frequência de rádio para capturar dados. Ela existe desde a década de 40 e veio não somente para substituir o código de barras, mas também auxiliar a reduzir desperdício, limitar roubos, gerir inventários, simplificar a logística e aumentar a produtividade. Algo favorável é o fato de permitir a codificação em ambientes hostis e em produtos onde o uso de código de barras não é eficaz. Apesar de o RFID ter algumas funções similares às do código de barras, cada vez mais se comprova que o RFID, com suas etiquetas inteligentes, completa o código de barras. Pelo fato de se apresentar ativo no processo de aquisição de informação, sem grandes dificuldades à entrada de dados, essa tecnologia pode ter grande espaço no Brasil, especialmente em aplicações voltadas ao atendimento de necessidades específicas do processo de manufatura das indústrias brasileiras. A RFID pode ser aplicada desde ao controle de tráfego de veículos e identificação de objetos, até a identificação pessoal e rastreamento animal. Sendo aplicado em varias áreas, como no setor público (controle de passaportes, identificação de ativos em bibliotecas), farmacêutico (autenticidade de produtos), automotivo (imobilizador eletrônico de motor), varejista (controle do fluxo de mercadoria), aéreo (identificação e movimentação de bagagens em aeroportos), médico-hospitalar (identificação de pacientes, controle da administração de medicamentos) entre outros. 13

Processos como o inventário na central de distribuição, estoque ou nas próprias gôndolas poderão ser feitos de forma instantânea, sem erros e em tempo real, dinamizando a operação, reduzindo custos, diferenças físicas e contábeis sendo assim acrescenta mais segurança e consiste em trazer mais celeridade ao processo. O RFID pode ser utilizado também na manufatura, logística e distribuição, proporcionando mais visibilidade, rastreamento e sincronização da cadeia de suprimentos, com total confiabilidade. Processos como o inventário na central de distribuição, estoque ou nas próprias gôndolas poderão ser feitos de forma instantânea, sem erros e em tempo real, dinamizando a operação, reduzindo custos, diferenças físicas e contábeis. Além disso, por não necessitar de contato manual, os colaboradores estarão voltados a atividades que agregam mais valor, implicando diretamente na melhoria do nível de serviço e atendimento ao consumidor. 3.1.11. Gestoc Gestoc (Gestão De Transferência entre Estoques) é um aplicativo que consiste em orientar o gerenciamento dos níveis de estoque de uma empresa. O aplicativo tem como objetivo garantir que ao fim de cada dia o estoque tenha uma posição mais equilibrada possível, atendendo as estratégias de distribuição da empresa e posteriormente a demanda da empresa. O sistema possui um mecanismo que utiliza rotinas específicas visando aperfeiçoar a distribuição dos produtos em caminhões e carretas, fazendo assim o controle de peso nos compartimentos de transporte. O Gestoc tem como principais funcionalidades:  Gerenciamento de produção e logística: que consiste em um banco de dados estruturado em duas camadas uma relacionada à logística e outra relacionada a produção;  Projeção de vendas, produção e estoque: inicia com a projeção de dados sobre contagem de cada produto em cada estoque da empresa. Além dessa projeção de estoque, são alimentadas as projeções de produção e perspectiva de venda de cada produto ao decorrer do dia;  Movimentos de transferência: possui como objetivo final a formulação do sistema. Nessa funcionalidade são alimentados os dados sobre a quantidade de produto a ser transportado de uma unidade a outra.  Análise de estoque e transferências: essa funcionalidade analisa todo conjunto de dados de posição de estoque e transferência de produtos.  Integração com produtos gerenciais: seu objetivo é alimentar dados e históricos de modelos baseados nos dados de empresas e clientes. É uma ferramenta que se tornou fundamental e de grande auxílio para as empresas. 3.1.12. Enterprise Resource Planning Enterprise Resource Planning, Planejamento de Recursos Empresariais. ERP’s são sistemas desenvolvidos para controle de vários departamentos e processos 14

de uma organização, softwares E.R.P. possuem uma grande complexidade tanto no seu desenvolvimento como no manuseio do programa em geral. O consentimento da implantação de um pacote como este requer estudo do profissional, pois as mudanças durantes e após a integração do sistema junto à organização pode trazer certo impacto nos processos que por sua vez eram realizados de formas diferentes. A decisão de implantar um Software E.R.P. não deve, de maneira alguma, ser tomada mediante circunstâncias de pressão ou urgência. O ERP pode ser visto como um grande banco de dados com informações que interagem e se realimentam. Assim, o dado inicial sofre uma mutação de acordo com seu status, como a ordem de vendas que se transforma no produto final alocado no estoque da companhia. Com a utilização do ERP, acaba-se a complexidade do acompanhamento isolado de cada processo. Desse modo a empresa consegue mais subsídios e tempo para planejar, diminuir gastos e repensar sua cadeia de produção, podendo chegar a produzir de forma mais eficiente, reduzindo os custos e melhorando a qualidade dos produtos.

Figura 6: Esquema de integração pelo sistema ERP.

3.1.13. Picking O Picking (separação e preparação de pedidos), consiste na recolha em armazém de certos produtos (podendo ser diferentes em categoria e quantidades), face a pedido de um cliente, de forma a satisfazer o mesmo (RODRIGUES, 2007).

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A atividade do Picking reduz substancialmente o tempo de ciclo de pedido (tempo desde o pedido do cliente até a entrega dos produtos), mas tem um acréscimo substancial, cerca de 30% a 40% do custo de mão de obra do armazém. Seja qual for o tamanho do armazém, tipo e volume de estoque armazenado, o maior fator a que se deve atender no melhoramento do Picking um armazém é o posicionamento dos produtos e o fluxo de informação e documentos (RODRIGUES, 2007). 3.1.14. WMS O Warehouse Management System (WMS) é uma parte importante da cadeia de suprimentos. Fornece a rotação dirigida de estoques, diretivas inteligentes de Picking, consolidação automática cross-docking para maximizar o uso do valioso espaço dos armazéns. O WMS operacional faz com que a empresa dependa menos da experiência das pessoas, pelo fato que o sistema tem inteligência para operar no mesmo. Também aperfeiçoa a disposição de “put-away” (repúdio) ou colocação no armazém, baseado em informações de tempo real sobre o status do uso de prateleiras (DONATH, 2008, p. 134) Muitos sistemas WMS têm interface com sistemas do tipo Enterprise Resource Planning (EEP), Planejamento de Recursos da Empresa (MRP) ou com outros tipos de softwares de gestão. (DONATH, 2008, p.48). Isto permite uma forma de se receber automaticamente o inventário, processar pedidos e lidar com devoluções. O Warehouse Management System (WMS), com o aumento considerável das vendas feitas pela internet, tornou-se componente fundamental na estratégia das companhias e um grande aliado na redução de custos e aumento da eficiência. Em função do grande volume de operações e da evolução do perfil dos consumidores, a complexidade dos processos aumenta cada vez mais e o controle das atividades operacionais e administrativas, desde o início da cadeia de produção, é um dos principais desafios das empresas. Sendo assim esse sistema tem as seguintes vantagens:  Eliminação de reclamações por parte dos clientes;  Otimização do espaço para armazenagem;  Melhoria da produtividade;  Vantagem competitiva;  Controle de saída e entrada mercadorias;  Controle de produção individual ou coletiva. 4. Conclusão A humanidade sempre precisou gerir seus recursos. Na primitividade coube de cuidar de recursos em épocas e locais hostis; nas grandes guerras e incursões surge a logística; na revolução industrial torna-se inevitável; durante e pósguerra é apurada; na era da informática é digitalizada; e atualmente é integrada ás mais variadas áreas. 16

Uma gestão, principalmente de estoques, se bem executada pode aumentar a lucratividade, reduzir custos, melhorar a aplicação de investimentos e poupar tempo. Com o uso correto das ferramentas e técnicas de administração e logísticas, sobretudo com o avanço tecnológico, principalmente em campos como a robótica, inteligência artificial e internet das coisas, torna tais objetivos mais tangíveis. É possível afirmar que a forma como as organizações interagem com seus consumidores está para ser alterada drasticamente. Em um futuro não distante, é possível que até a forma como são realizadas as atividades cotidianas também se altere: um casal que faz suas compras mensalmente acessa o catálogo de produtos e preços de uma empresa, escolhe o que quer, a quantidade, através de um tablet, um smartphone, computador, smart TV ou mesmo de sua geladeira ou despensa conectados à internet. Pronta a lista, o pagamento é feito pelo reconhecimento de íris, certificação digital, ou um biochip subcutâneo. Assim que confirmado o pagamento, os produtos dão saída no estoque e, se preciso, entram na lista de aquisição. No depósito da empresa o pedido é entendido por um sistema que aprende sozinho, que separa a compra por um robô preso a trilhos. A malha formada por caminhos e maquinas no armazém é gerida por um sistema que evita a colisão entre robôs, assim como o trânsito em vias públicas. Os produtos são levados até a área de carga sempre sendo rastreado através de RFID por vários locais do depósito e que prontamente pode ser acompanhado, tanto pelo cliente quanto pelo profissional responsável. O caminhão é carregado sem qualquer esforço humano e entrega até o endereço, de forma completamente autônoma, através de uma rota elaborada para ser mais eficaz e segura. Uma pequena máquina faz a entrega e recebe uma assinatura digitalizada. Esse processo se repetirá automaticamente com o entendimento do sistema pela freqüência de uso do cliente, evitando que este despedisse tempo repetindo a ação de compra. O avanço em técnicas de gestão de estoques ocorre simultâneo à evolução tecnológica. Cada campo de atuação deve escolher e desenvolver a tecnologia que satisfaça sua necessidade. Portanto a gestão de estoques torna eficiente uma organização, e uma organização, conforme é desenvolvida, também passa a aperfeiçoar a gestão de estoques. 5. REFERÊNCIA LOGÍSTICA DESCOMPLICADA Disponível em: acesso em: 01 de dez.2015 SEBRAE. Disponível em: acesso em: 02 de dez.2015 NOGUEIRA, Amarildo. Disponível em: acesso em: 04 de dez.2015 BLOGSPOT. Disponível em: acesso em: 30 de nov.2015 ELER, Zózimo Elias. Disponível em: acesso em:05 de dez.2015 17

SANTOS, Valmir Horta Dos. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA CONTROLE DE ESTOQUE: um estudo de caso em uma empresa prestadora de serviços de informática. Salvador: Faculdade 2 de Julho, 2008. MOURA, José Maurício De [et al]. Disponível em: acesso em 05 de dez.2015 SOUZA, Ane Caroline De [et al]. CONTROLE DE ESTOQUE: UM RECURSO VITAL PARA O PROCESSO PRODUTIVO. Três Lagoas: Faculdade integrada de Três Lagoas. WIKIPÉDIA. Disponível em: acesso em: 03 de dez.2015 NETO, Francisco Ferraes. A relação da logística com a administração financeira e seus impactos nos índices financeiros de uma organização. Florianópolis: Universidade federal de Santa Catarina. OLIVEIRA, Marcela Maria Eloy Paixão [et al]. Gestão de Estoque.

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