O chá-verde é um poderoso emagrecedor, mas a superdosagem...

September 24, 2017 | Autor: W. Roberto Luiz S... | Categoria: Testosterone, Weight Loss, Androgens, Camellia sinensis, TESTOSTERONA, Perda de peso, Chá-verde, Perda de peso, Chá-verde
Share Embed


Descrição do Produto

2014 O chá-verde (Camellia sinensis) é um poderoso emagrecedor, mas a superdosagem... William Roberto L. S. Pereira

Nota do autor Os estudos descritos nesse texto revelaram alguns aspectos negativos no balanço dos níveis de hormônios andrógenos através do consumo de chá-verde, tanto pelos efeitos dose-dependente, efeito pelo consumo crônico sob certas dosagens e descreveram alguns mecanismos biológicos de ação. É fato que o consumo na dose errada e de forma desenfreada terá efeitos andrógenos negativos e isso não é viável, mesmo que o efeito na diminuição do peso também seja dose-dependente. É muito melhor consumir o chá de forma adequada, respeitando as dosagens estabelecidas nos produtos comerciais ou pedindo ajuda para um profissional em biologia/fitoterapia/fitoquímica/bioquímica/nutricionista/nutrólogo e colher todos os benefícios das catequinas, principalmente da epigalocatequina-galato, na prevenção no mal de Alzheimer, prevenção no surgimento de certos cânceres, diminuição da absorção de gordura e carboidrato pelo intestino, diminuição do surgimento de cáries pelo seu efeito bactericida, diminuição nos níveis de triglicérides, de açucares no sangue, etc. etc. etc. Bons estudos e boa saúde!

Introdução O extrato de chá-verde tem sido usado por séculos na medicina chinesa para tratar e prevenir doenças crônicas. O chá-verde é preparado a partir de caules e folhas secas do arbusto nativo do este da Ásia. É consumido principalmente no Japão, China e outros países da Ásia incluindo Índia. O efeito emagrecedor do chá-verde é mais que comprovado, mas poucos falam no efeito nos níveis de testosterona livre circulante em homens. Os estudos avaliados (KAO et al., 2000; MONTEIRO et al., 2008; AL-HARRBY et al., 2010; CHANDRA et al., 2011; DAS et al., 2014) verificaram uma diminuição na testosterona pelo consumo de chá-verde (dose-dependente) em ratos. KAO et al. (2000) já tinha verificado o efeito na diminuição da testosterona dosedependente pelo tratamento com epigalocatequina-galato, a principal molécula existente no chá-verde. Todos esses estudos verificaram efeitos anti-andrôgenicos na diminuição da testosterona em parâmetros sexuais, como:   

Diminuição no peso de órgãos sexuais masculinos acessórios (vesícula seminal, epidídimo, glândula coagulante); Diminuição na contagem de espermatozoides acumulados nos testículos e epidídimo; Diminuição na viabilidade dos espermatozoides.

Esses resultados podem ser não muito interessantes para homens, principalmente diabéticos, que tem níveis de testosterona diminuídos. Também homens acima de 50 anos sofrem de uma diminuição (natural) dos níveis de testosterona. Induzir a diminuição da testosterona pelo consumo não-orientado com chá-verde pode ter efeito desastroso. O chá-verde já é considerado um anti-androgênico (GRANT & RAMASAMY, 2012), com finalidades médicas importantes para o tratamento do:      

Câncer de próstata Hipertrofia prostática benigna Desordens sexuais masculinas, como hipersexualidade ou parafilia Acnes vulgaris Alopecia androgênica (formas de calvície em homens) Hirsutismo idiopático (excesso de pelos em mulheres)

  

Síndrome do ovário policístico (regulação do ciclo menstrual e redução do hirsutismo) Terapia da mudança de gênero Castração química

Até já foi cogitado o uso do chá-verde no controle populacional (DAS et al., 2014). O consumo errado pode ser desastroso também para homens obesos, que apresentam concentrações de estradiol aumentadas e concentrações de testosterona diminuídas. No caso de obesidade mórbida homens podem até se tornar inférteis (no entanto com tratamento adequado de testosterona esses mesmos homens podem recuperar a fertilidade e até contribuir na diminuição do peso). Os pesquisadores apontaram que a enzima aromatase converte a testosterona livre em estrógeno e o desbalanço testosterona/estrógeno pode ter efeitos negativos para o homem, na espermatogênese, no acúmulo de gordura corpórea, no metabolismo dos ossos e fechamento da epífise, no desenvolvimento da ginecomastia (DE RONDE & JONG, 2011). Um dos estudos com chá-verde verificou um aumento considerável nos níveis de aromatase com o consumo crônico (por muito tempo) com chá-verde (MONTEIRO et al., 2008). Outros estudos testaram a ação da epigalocatequina-galato na inibição da enzima aromatase, resultando numa ação fraca; as outras catequinas são inativas (BALUNAS et al., 2008). Em homens a produção de estrógeno ocorre principalmente pela aromatização extratesticular da androstenediona para estrona e da testosterona em estradiol. Já é sabido que as células de gordura produzem aromatase e com essa informação é fácil entender porque pessoas obesas geralmente têm ginecomastia e diminuição nos níveis de testosterona, dado o aumento da expressão gênica da enzima. No entanto MONTEIRO et al. (2008) encontraram um efeito interessante com o consumo crônico com chá-verde, mesmo com o aumento nos níveis da aromatase, diminuição nos níveis de testosterona e aumento nos níveis de estradiol (confira).

Síntese de diversos estudos -

efeitos negativos nos níveis de hormônios andrógenos (principalmente testosterona) pelo consumo de chá-verde

acima de determinada dose diária (g de chá-verde/kg peso corpóreo/dia) 





 

A administração de epigalocatequina-galato, a molécula mais abundante no chá-verde, tem efeito emagrecedor e uma série de respostas positivas a saúde, no entanto faz diminuir os níveis de hormônios sexuais, principalmente a testosterona e faz diminuir também o peso dos órgãos sexuais (KAO et al., 2000) O chá-verde tem efeito emagrecedor, faz diminuir os níveis de testosterona no sangue, faz aumentar os níveis de estrógeno e aumentar os níveis da enzima aromatase; a aromatase converte a testosterona circulante em estrógeno e diminui o tamanho das células de gordura (MONTEIRO et al., 2008) O chá-verde tem efeito emagrecedor, no entanto faz reduzir a contagem de espermatozoides, o peso dos órgãos sexuais, faz diminuir a qualidade, viabilidade e contagem dos espermatozoides, além de aumentar o número de anormalidades nas células espermáticas; no entanto existe uma dosagem segura onde é possível encontrar vantagens no consumo de chá-verde (AL-HARRBY et al., 2010) O chá-verde tem efeito emagrecedor, no entanto faz reduzir a contagem de espermatozoides, o peso dos órgãos sexuais e os níveis de testosterona no sangue de ratos adultos (CHANDRA et al., 2011) O chá-verde tem efeito emagrecedor, no entanto faz reduzir a contagem e mobilidade dos espermatozoides, o peso dos órgãos sexuais e causa alterações morfológicas nos testículos a medida que é aumentada a dosagem de consumo (DAS et al., 2014)

Estudo 1 – A administração de epigalocatequina-galato, a molécula mais abundante no chá-verde, tem efeito emagrecedor e uma série de respostas positivas a saúde, no entanto faz diminuir os níveis de hormônios sexuais, principalmente a testosterona e faz diminuir também o peso dos órgãos sexuais (KAO et al., 2000) Ratos adultos machos da raça Sprague Dawley pesando 170-190g e fêmeas pesando 125-145g e ratos Zucker machos pesando 240-260g (magros) e 420440g (gordos) receberam apenas epigalocatequina-galato (EGCG, a molécula presente em maior quantidade no chá-verde) isolada laboratorialmente e dissolvida em água. Também receberam doses em injeções. Os ratos controle receberam apenas veículo. Testosterona-proprionado (TP) e 5αdihidroxitestosterona-proprionato (DHTO) foram dissolvidos no mesmo veículo e 4mg de óleo de sesame (16 mg/kg do peso corpóreo) foi injetato diariamente quando indicado (a injeção de testosterona junto com EGCG foi administrada para testar o quanto o EGCG tem efeito na diminuição do peso dos órgãos sexuais). O peso diário e a quantidade de comida ingerida foram monitoradas diariamente. O sangue foi coletado para análise bioquímica para mensuração de uma série de hormônios: fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-1), testosterona, hormônio luteinizante e hormônio do crescimento, leptina e insulina, corticosterona, além de gliceróis e triglicérides e ácidos graxos. Houve uma diminuição aguda no peso corpóreo dos ratos Sprague Dawley machos e fêmeas dentro de 2-7 dias de tratamento. Nos machos Sprague Dawley o efeito da epigalocatequina-galato no peso corpóreo foi dose-dependente. Doses de 5 a 10 mg de EGCG (26 a 53 mg/kg de peso corpóreo) injetados diariamente foram menos efetivas na redução do peso corpóreo comparada a dose de 15 mg (85 mg/kg de peso corpóreo).

O efeito da dosagem do EGCG no peso dos órgãos sexuais também foi observado. Os pesos dos órgãos sensíveis a hormônios andrógenos, como a próstata, vesículas seminais, glândulas coagulantes e glândulas do prepúcio foram reduzidas em 50-70% depois de 7 dias de tratamento com EGCG (85 mg/kg de peso corpóreo).

Similarmente, o peso de órgãos sensíveis a estrógeno, como o útero e ovário em fêmeas foram reduzidos em 50% depois de 7 dias de tratamento com EGCG. O peso do fígado, rim e testículo também foram reduzidos em 10-20% em ratos machos Sprague Dawley e Zucker, enquanto o peso do baço foi reduzido em torno de 15-30%. Depois de 7 dias de tratamento com EGCG (a dose de 85 mg/kg de peso corpóreo), a testosterona circulante foi reduzida em torno de 70% em ratos machos Sprague Dawley. Similarmente os níveis de 17β-estradiol foi reduzido em 34% em fêmeas depois de 7 dias de tratamento com EGCG. O EGCG também teve efeito dose-dependente em machos Sprague Dawley na testosterona e outros hormônios. Machos Zucker magros e obesos também mostraram mudanças similares nos níveis de testosterona e outros hormônios.

Os pesquisadores notaram que o efeito do EGCG na diminuição do peso dos órgãos sexuais foi devido a diminuição da testosterona circulante. Essa conclusão foi suportada pelas seguintes observações:   

Andrógenos como TP e DHTP bloquearam o efeito do EGCG no peso dos órgãos sexuais acessórios, incluindo a próstata; EGCG não reduziu o peso da próstata em ratos castrados que receberam suplementação com andrógenos; Ratos que foram induzidos a perda de peso da próstata com EGCG e outros órgãos sensíveis a andrógenos foi acompanhado com uma diminuição induzida nos níveis de testosterona.

Os pesquisadores determinaram a concentração de EGCG no sangue após a injeção em ratos com 100mg de EGCG/kg de peso corpóreo, onde os níveis de EGCG no plasma foi de 24, 2, 4, 1 e 1 μM a 0,5, 1, 2, 5 e 24 hrs respectivamente (média em três ratos). O conteúdo de EGCG de 1 μM é similar em um homem de 70kg 1hr depois de tomar 6-12 copos (200ml/copo) de chá. O trabalho é terminado apontando que, a despeito dos benefícios do chá-verde e do EGCG, é importante avaliar as consequências indesejáveis a saúde que podem surgir na redução dos níveis de hormônios esteroides e outros fatores endócrinos.

Estudo 2 – O chá-verde tem efeito emagrecedor, faz diminuir os níveis de testosterona no sangue, faz aumentar os níveis de estrógeno e aumentar os níveis da enzima aromatase; a aromatase converte a testosterona circulante em estrógeno e diminui o tamanho das células de gordura (MONTEIRO et al., 2008) Ratos machos adultos pesando 918,3 ± 22,8g foram separados e 2 grupos: ratos controle que acessavam apenas água e ratos tratados com chá-verde, sendo a única fonte de líquido disponível. Durante 6 meses de tratamento, todos os ratos se alimentaram seguindo um protocolo padrão. A infusão de chá foi preparada com 1 litro de água quente a 100°C e 3 infusões de chá (1,3g/infusão). O conteúdo de chá é de:     

1,21 ± 0,256 mmol/L de (-)-epigalocatequina-3-galato 0,84 ± 0,071 mmol/L de (-)-epicatequina 0,29 ± 0,067 mmol/L de (-)-epicatequina-3-galato 0,07 ± 0,001 mmol/L de (+)-galocatequina-3-galato 0,52 ± 0,022 mmol/L de cafeína

No final do tratamento, os ratos foram anestesiados e sacrificados, tiveram seus níveis de testosterona e 17β-estradiol medidos, o tamanho dos adipócitos medidos, a expressão da enzima aromatase monitorada tanto nas células de gordura visceral quanto nas subcutâneas.

Como já é sabido, a ingestão prolongada de chá-verde tem ação significante na diminuição de peso, comparado com o controle.

Houve um aumento na concentração de 17β-estradiol com o consumo crônico de chá-verde e isso se deu devido ao aumento na expressão da enzima aromatase. No grupo controle não foram identificados 17β-estradiol. Estatisticamente houve uma associação positiva entre a concentração da 17β-estradiol e da expressão da aromatase nos adipócitos subcutâneos e viscerais. Em paralelo, a concentração de testosterona diminuiu significantemente nos mesmos ratos. Estatisticamente, as concentrações de estradiol e testosterona foram negativamente associadas e isso ocorreu devido a aromatização da testosterona em 17β-estradiol. Os hormônios esteroides contribuem na determinação da localização da distribuição de gordura e a habilidade de diferenciar os adipócitos para produzir e responder a esses hormônios varia enormemente. Já é sabido que a expressão da aromatase nos adipócitos subcutâneos é maior que nos adipócitos viscerais e a expressão diferenciada da aromatase pode contribuir para as diferenças metabólicas encontradas entre a acumulação de gordura nas duas localizações. De fato, 2 proteínas estão envolvidas na deposição de lipídios, a lipase e leptina, que são transcricionalmente reguladas pela 17β-estradiol. Foi encontrado nesse estudo que o consumo crônico de chá-verde fez aumentar a expressão da aromatase nas células de gordura viscerais para níveis comparados aos encontrados nas células de gordura subcutâneas nos ratos controle. As células de gordura subcutâneas são os principais depósitos responsáveis pela produção de estrógeno. Devido que a concentração de 17β-estradiol no plasma foi indetectável nos ratos controle, as células de gordura viscerais estariam sob pouca influência desse hormônio devido a sua baixa capacidade endógena de produzir estrógenos. Por outro lado, nos ratos tratados com chá-verde, tanto os adipócitos viscerais quanto subcutâneos poderiam estar sendo influenciados pelos estrógenos e o aumento na concentração plasmática de 17β-estradiol poderia também indicar que tecidos distantes ou órgãos poderiam estar sendo afetados. A ingestão crônica de chá-verde fez diminuir o diâmetro dos adipócitos tanto nas células de gordura visceral quanto subcutâneas. Já é sabido que algumas consequências da obesidade é o aumento no número de células de gordura (hiperplasia) e tamanho das células (hipertrofia). Os pesquisadores apontam que os adipócitos mortos sofrem ação de macrófafos, células que tem ação anti-inflamatória e que células de gordura grande tem mais chance de sofrer rupturas, particularmente as células da cavidade abdominal que sofrem variações repentinas de pressão. Ao reduzir o tamanho dos adipócitos, o tratamento crônico de chá-verde pode ter grande impacto na inflamação gerada pela obesidade. Tanto o estrógeno quanto das catequinas do chá-verde tem propriedades que podem reduzir o tamanho dos adipócitos. É muito interessante que as concentrações de 17β-estradiol estiveram inversamente correlacionadas com o tamanho do adipócito tanto nas células de gordura visceral e subcutânea. O tamanho do adipócito também esteve positivamente correlacionado com o peso corpóreo.

Estudo 3 – O chá-verde tem efeito emagrecedor, no entanto faz reduzir a contagem de espermatozoides, o peso dos órgãos sexuais, faz diminuir a qualidade, viabilidade e contagem dos espermatozoides, além de aumentar o número de anormalidades nas células espermáticas; no entanto existe uma dosagem segura onde é possível encontrar vantagens no consumo de chá-verde (AL-HARRBY et al., 2010) Ratos machos albinos com idade entre 8-10 semanas pesando 318-360g com acesso livre a água e alimentos, recebendo extrato de chá-verde por 30 dias. Eles foram separados em vários grupos:    

Grupo 1 – controle Grupo 2 – 0,25 mg/ml de chá-verde Grupo 3 – 0,50 mg/ml de chá-verde Grupo 4 – 0,75 mg/ml de chá-verde

No último dia os ratos foram sacrificados, tiveram seus pesos coletados, os testículos e epidídimo foram removidos, limpados e pesados. Os espermatozoides foram contabilizados, a mobilidade dos espermatozoides foi classificada e a anormalidade foi determinada através de metodologia própria.

Houve diminuição do peso corpóreo, aumento do peso dos testículos e manutenção no peso do epidídimo.

No entanto houve diminuição na concentração de espermatozoides nos testículos, diminuição dos espermatozoides dentro do epidídimo e diminuição no número de espermatozoides por miligrama de testículo.

Houve também diminuição na nota do espermatozoide e na sua viabilidade. Também a pontuação para a anormalidade de espermatozoides aumentou.

Mais uma vez os pesquisadores atribuíram a diminuição dos níveis de testosterona e estradiol na diminuição da contagem de espermatozoides. Uma explicação interessante é que o estrógeno regula a reabsorção do fluído luminal na cabeça do epidídimo (uma estrutura do órgão), portanto, o sêmen é diluído ao invés de estar concentrado. A testosterona é importante na espermatogênese e a redução de ambos os hormônios pode estar influenciando a contagem de espermatozoides. Uma explicação para o efeito negativo do extrato de chá-verde na contagem de espermatozoides é a sua ação na diminuição dos níveis de hormônios andrógenos, especialmente a testosterona, que são produzidos pelo testículo. Outra explicação é que o extrato da planta tem ação anti-androgênica quando ingerida, bloqueando o desenvolvimento e produção de andrógenos e diminuindo a conversão dos andrógenos pela inibição da enzima 5-alfaredutase tipo I, ou ainda, pelo bloqueio dos receptores andrógenos.

Estudo 4 – O chá-verde tem efeito emagrecedor, no entanto faz reduzir a contagem de espermatozoides, o peso dos órgãos sexuais e os níveis de testosterona no sangue de ratos adultos (CHANDRA et al., 2011) Pesquisadores indianos da Universidade de Calcutá e do Gurunanak Institute of Dental Science and Research publicaram esses achados. Segue a descrição resumida do trabalho deles. Ratos adultos (90 ± 10 dias) pesando 200 ± 10g foram usados nesse estudo. Os ratos receberam chá-verde contendo:     

1,55% de epicatequina 9,00% de epigalocatequina-galato 4,8% de epicatequina galato 5,0% de epigalocatequina 2,38% de cafeína

Doses de 2,5g, 5g e 10g de chá-verde foram adicionados em 100ml de água quente e filtrados. Cada dose teve os dois filtrados combinados para obter, respectivamente, 1,25%, 2,5% e 5% de extrato aquoso de chá (1,25% de folha de chá/100 ml e água). Cada rato recebeu 1ml de extrato aquoso de cháverde/100g de peso corpóreo. Os ratos foram separados em 4 grupos de 8 indivíduos por grupo durante 26 dias de ingestão diária de chá:    

Grupo 1 – receberam 1ml/100g de água destilada; Grupo 2 – receberam 1,25% de extrato de chá-verde na dose de 1ml/100g Grupo 3 – receberam 2,50% de extrato de chá-verde na dose de 1ml/100g Grupo 4 – receberam 5,00% de extrato de chá-verde na dose de 1ml/100g

Os animais foram sacrificados no final do tratamento e tiveram amostras de sangue para quantificação dos hormônios. O peso corpóreo foi medido no primeiro dia de tratamento e no final. Os testículos e órgãos sexuais acessórios (vesícula seminal, epidídimo, glândula coagulante) foram dissecados. Os testículos foram comparados histopatologicamente, tiveram os espermatozoides contados.

Houve um efeito muito forte na diminuição do peso a medida que os ratos receberam uma dosagem maior do chá.

No entanto, o efeito emagrecedor foi acompanhado pela diminuição na contagem de espermatozoides, que chegou até a 78,40, valor muito menor quando comparado com os animais que não receberam chá (112,72).

Também houve diminuição no peso de todos os órgãos sexuais.

Os níveis de testosterona também diminuíram drasticamente conforme houve aumento na dosagem.

Estudo 5 – O chá-verde tem efeito emagrecedor, no entanto faz reduzir a contagem e mobilidade dos espermatozoides, o peso dos órgãos sexuais e causa alterações morfológicas nos testículos a medida que é aumentada a dosagem de consumo (DAS et al., 2014) Essa pesquisa realizada na Índia foi realizada no contexto do controle populacional. Ratos machos adultos (90 ± 10 dias) pesando 120-140g. Para o preparo do chá, 5g da folha verde foi adicionada em 100ml de água quente por 15 min. A fusão foi esfriada a temperatura ambiente e coada. As mesmas folhas foram misturadas em 100ml de água quente e filtradas. Os dois filtrados foram então combinados para obter 2,5% de extrato aquoso de chá (2,5 g de folhas de chá-verde/100ml de água). O mesmo procedimento foi realizado com 10g de cháverde para preparar 5,0% de extrato aquoso de chá-verde. O chá foi rapidamente disponibilizado para administração oral. Os ratos foram divididos em 3 grupos com 12 indivíduos. O peso corpóreo de todos os ratos foi registrado no início do experimento. Os ratos consumiram os produtos durante 26 dias conforme descrito em cada grupo:   

Grupo 1 – os ratos foram tratados com água destiladas na dose de 1ml/100g de peso corpóreo Grupo 2 – os ratos foram tratados com chá-verde na concentração de 2,5% na dose de 1m/100g de peso corpóreo Grupo 3 – os ratos foram tratados com chá-verde na concentração de 5,0% na dose de 1m/100g de peso corpóreo

Depois de 26 dias o peso final de todos os ratos foram tomados, o sangue foi coletados e os ratos foram sacrificados. O testículo e epidídimo de cada rato foram retirados, foi realizada a contagem e mobilidade dos espermatozoides.

Mais uma vez os resultados mostraram uma redução no peso.

Os pesquisadores afirmaram a partir dos resultados que o extrato de chá-verde é uma erva útil com finalidades castrativas quando aplicadas numa dose específica.

É sabido que a testosterona exerce efeito importante nos órgãos sexuais e a diminuição no peso dos órgãos ocorreu de forma dose-dependente. Também a contagem e mobilidade dos espermatozoides diminuiu de forma dose-dependente e foi sugerido que essa diminuição também ocorreu devido a diminuição da testosterona, o hormônio folículo-estimulante e o hormônio luteinizante, sendo esses três hormônios marcadores úteis para a infertilidade masculina.

Os pesquisadores avaliaram o testículo em microscópio (aumento de 400x) e verificaram uma alteração estrutural no órgão, com o surgimento de vacúolos no testículo dos ratos que receberam o chá-verde.

Referências bibliográficas AL-HARRBY, H. J.; H.; AL-TAEE, A. A.; MAGTOOF. 2010. Effect of green tea Camellia sinensis (L.) on sperm criteria in testes and epidydimis of rats. Journal of Babylon University/Pure and Applied Sciences, 5(18). CHANDRA, A. K.; CHOUDHURY, S. R.; DE, N.; SARKAR, M. 2011. Effect of green tea (Camellia sinensis L.) extract on morphological and functional changes in adult male gonads of albino rats. Indian J. Exp. Biol.; 49(9): 689-697. DAS, S. K.; KARMAKAR, S.; ROY, C. 2014. Green tea extract as a herbal castrative agent on morphological and functional changes in adult male gonads of albino rats. International Journal of Current Pharmaceutical Research, 6(3): 22-25. DE RONDE, W. & JONG, F. H. 2011. Aromatase inhibitors in men: effects and therapeutics options. Reproductive Biology and Endocrinology, 9: 93(2-7). GRANT, P. & RAMASAMY, S. 2012. An update on plant derived anti-androgens. Int. J. Endocrinol. Metab., 10(2): 497-502.

KAO, Y-H.; HIIPAKKA, R. A.; LIAO, S. 2000. Modulation of endocrine system and food intake by green tea epigallocatechin gallate. Endocrinology, 141: 980987. MONTEIRO, R.; ASSUNÇÃO, M.; ANDRADE, J. P.; NEVES, D.; CALHAU, C.; AZEVEDO, I. 2008. Chronic green tea consumption decreases body mass, induces aromatase expression, and changes proliferation and apoptosis in adult male rat adipose tissue. J. Nutr., 138: 2156-2163. _______________________________________________________________________________________________________________________________

William R. L. S. Pereira é biólogo e pesquisador, com uma série de artigos científicos publicados em revistas especializadas. Queria perder peso e ficou um pouco confuso com tanta informação (muitas vezes equivocadas) disponível na internet, uma infinidade de produtos industrializados e dietas milagrosas. Porque não utilizar fontes naturais e saudáveis aliado da opinião dos cientistas (dosagem segura, efeitos no curto, médio e longo prazo, ação fisiológica, implicações na saúde, etc.) para maximizar os efeitos? Esse é o intuito do programa Weight Loss and Health. e-mail: [email protected] Linkedin: http://www.linkedin.com/pub/william-roberto-luiz-silva-pereira/40/426/b4b Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4436259P7

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.