O DIÓXIDO DE CARBONO COMO INDICADOR DA VENTILAÇÃO DE UM EDIFÍCIO: UM ESTUDO DE CASO

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O DIÓXIDO DE CARBONO COMO INDICADOR DA VENTILAÇÃO DE UM EDIFÍCIO: UM ESTUDO DE CASO Danielle Sartori1, Isabela Lavagnini2, João Campos2, Tahigo Santos3, Thays Ferreira4, Victor Marreco4 & Félix Rodrigues5 1-Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil. 2- Universidade de São Paulo, Brasil. 3- Universidade de Brasília, Brasil. 4-Universidade Federal de Itajubá, Brasil 5-Universidade dos Açores – Campus de Angra do Heroísmo, Portugal.

Resumo

O Decreto-Lei n.º 79/2006 de 4 de abril impõe limites às concentrações de poluentes no interior de edifícios comerciais, que estão claramente dependentes da eficácia da sua ventilação. Por isso, com a permissão de um proprietário de um edifício comercial, localizado em Angra do Heroísmo, Terceira, Açores, Portugal, investigou-se o contributo dos fumadores na degradação da qualidade do ar interior de um edifício dessa natureza de modo a verificar se a ventilação do local em apreço era adequada e capaz de eliminar essa poluição. Apesar da qualidade do ar depender de diversos parâmetros, o dióxido de carbono é um efluente gasoso muito utilizado como indicador da taxa de ventilação de um espaço. Todavia, essa taxa depende de fatores como o número de fumadores presentes na área, da eficácia do sistema de ventilação utilizado e da dimensão do estabelecimento. Sendo assim, não é fácil perceber em que circunstâncias, as medidas de dióxido de carbono de um local podem ser indicadoras eficazes de uma boa ventilação. Neste trabalho avaliaram-se, com recurso a tubos colorimétricos, os níveis de dióxido de carbono no interior de um estabelecimento com 120 m2 de área e com um número variável de fumadores durante três dias consecutivos. O limite referido na legislação para uma boa ventilação, baseado nos níveis de dióxido de carbono interiores, é de 1400 ppm acima da concentração exterior. Verificou-se que o espaço estudado pode ser considerado bem ventilado ou mal ventilado, dependendo da combinação do número de fumadores e não fumadores que aí se encontram, e como tal, a medida de dióxido de carbono não é capaz de aferir a qualidade de uma ventilação em todos os períodos de funcionamento do Universidade dos Açores, Angra do Heroísmo 12 e 13 de Abril de 2013-Angra do Heroísmo

estabelecimento. Assim sendo, uma boa qualidade do ar interior nos edifícios está claramente dependente da ventilação, mas as concentrações de dióxido de carbono no interior dos edifícios - devidas essencialmente à contaminação exterior e à atividade humana no interior do edifício, não se revela um bom indicador do desempenho dos sistemas de ventilação, tal como referido nas normas técnicas NOTA TÉCNICA NTSCE-02 proposta para a metodologia para auditorias periódicas de qualidade do ar interior em edifícios de serviços existentes no âmbito do RSECE (Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios). Assim, as elevadas concentrações de dióxido de carbono podem não ser indicadoras de uma deficiente ventilação dos espaços interiores, por dependerem de fatores como o número total de pessoas presentes num dado momento no estabelecimento e não podem ser inequivocamente associadas a concentrações igualmente elevadas de outros poluentes. Assim, a verificação expedita inicial da concentração de CO2 num edifício ou sua fração autónoma, durante o seu período normal de funcionamento (por exemplo, 2 a 3 horas após o início da ocupação) pode não corresponder a uma avaliação objetiva da ventilação.

Universidade dos Açores, Angra do Heroísmo 12 e 13 de Abril de 2013-Angra do Heroísmo

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