O Direito à Cidade: Reflexão Conceitual e Experiência Internacional (FGV-SP – 2 o bimestre de 2016)

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O Direito à Cidade: Reflexão Conceitual e Experiência Internacional FGV-SP – 2o bimestre de 2016

Professor José Henrique Bortoluci CPDOC-FGV [email protected]

Objetivos A disciplina trata do “direito à cidade” – um conceito analítico e politico que, nos últimos anos, passou a ocupar espaço central nos debates acerca dos dilemas e disputas pela transformação das cidades contemporâneas, nos contextos nacionais mais diversos. O conceito, inicialmente formulado pelo filósofo francês Henri Lefebvre em fins dos anos 1960, foi reelaborado ao longo de lutas urbanas em todo o globo, em particular na França, nos Estados Unidos e na América Latina. O curso, pela sua brevidade, não permitirá abordar todos os assuntos relacionados à temática, mas buscará introduzir um panorama conceitual e de disputas contemporâneas em torno do direito à cidade de maneira comparada.

Dinâmica do curso As aulas geralmente serão iniciadas com uma exposição do professor sobre os principais conceitos apresentados na bibliografia obrigatória e complementar. Em seguida, os alunos irão coordenar em grupo a apresentação dos estudos de caso, sugeridos abaixo. Haverá também a exibição e debate de documentários em algumas das aulas, além da participação de convidados externos (a serem definidos). O trabalho final deverá focar em um aspecto (movimento social, disputa por projetos urbanos específicos, formulação e implementação de política urbana, entre outros) e desenvolver uma perspectiva comparada entre São Paulo e uma outra cidade não brasileira. Mais detalhes serão fornecidos nas aulas iniciais do curso.

Avaliação Estudo de caso e participação Prova Escrita Final Trabalho final em grupo

40% 30% 30%

PROGRAMAÇÃO DE AULAS E LEITURAS

1. Cidade, Utopia e Justiça: uma introdução (15/04) *Harvey, David. “O Direito à Cidade”. Lutas Sociais n.29, p.73-89, jul./dez. 2012. *Brenner, Neil. 2009. “What Is Critical Urban Theory?” City 13(2-3):198–207. Lefebvre, Henri. 2003 [1970]. The Urban Revolution. University of Minnesota Press. Roy, Ananya. 2009. “The 21st-Century Metropolis: New Geographies of Theory.” Regional Studies 43(6):819–30. Scott, James. 1998. Seeing Like A State. New Haven: Yale University Press, ch 4 (“The High Modernist City: An Experiment and a Critique”), pp. 103–146. Parker, Simon. 2003. Urban Theory and the Urban Experience: Encountering the City. 1st ed. Routledge, pp. 51-73.

2. Movimentos sociais e estratégias de resistência urbana cotidianas (29/04) *Mitchell, Don. 2003. “To go again to Hyde Park: Public Space, Rights, and Social Justice". Em The Right to the City, pp. 13-41. *Bayat, Asef. 2000. “From `Dangerous Classes’ to ‘Quiet Rebels’ Politics of the Urban Subaltern in the Global South.” International Sociology 15 (3): 533–57. Snow, David, Sarah Soule, and Hanspeter Kriese. 2004. “Mapping the Terrain.” In Snow, Soule, and Kriese, eds., The Blackwell Companion to Social Movements, pp. 3-11. Castells, Manuel. 1983. “City and Culture: The San Francisco Experience”. Em The Castells Reader on Cities and Social Theory, pp. 130-252. Hamel, Pierre et al. “Urban Social Movements – local thematics, global spaces”. Em The Urban Sociology Reader, pp. 336-345. Estudo de caso 1: resistência contra grandes eventos: história de lutas contra Copas do Mundo. Estudo de caso 2: Luta contra projetos de “desenvolvimento”: o caso Turco.

3. Moradia e ativismo urbano (06/05) *Rolnik, Raquel. 2015. Guerra dos Lugares, pp. 9-17 e 369-380. *Filme (assistir antes da aula): SESC-TV, Arquiteturas: Copromo. 2013. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4H6BM6_aubA McGuirk, Justin. 2014. Radical Cities, pp. 175-206. Vários autores. “Protesto em Assentamentos Informais”. Diálogo Globa ISA, vol. 5, n.1, março 2015, pp. 18-27.

Scruggs, Greg. 2015. “Latin American Cities to Millennials: Move Out of Your Parents’ House and Rent”. Next City, 29 de junho de 2015. Disponível em https://nextcity.org/features/view/millennials-renters-latin-america-urban-chaosuegra The Pruitt-Iggoe Myth. 2012. Direção: Chad Freidrichs

Estudo de caso 3: movimentos de moradia na América Latina Filme (em sala de aula): Torre David. Urban Think Tank, 2015.

4. Uso e significação dos espaços públicos (e as ciladas do urbanismo antissocial) (20/05) *Arantes, Otília. 2009. “Uma estratégia fatal: a cultura das novas gestões urbanas”. Em A cidade do pensamento único, pp. 11-74. Delgadillo, Victor. 2014. “Urbanismo a la carta: teorías, políticas, programas y otras recetas urbanas para ciudades latinoamericanas”. Cadernos Metrópole, n. 31: 89111. Zukin, Sharon. 1996. The Cultures of Cities. Wiley-Blackwell. Adler, Sy e Johanna Brenner. “Gender and Space: Lesbians and Gay Men in the City”. Em The Urban Sociology Reader, pp. 200-207.

Estudo de caso 4: praças e protestos na Espanha e no Egito Estudo de caso 5: arquitetura de grife e maketing urbano (O “Modelo Bilbao”)

5. Como se governa uma cidade “justa”? (21/05) *Harvey, David. 2012. “The creation of urban commons”. Em Rebel Cities, pp. 67-88. *Vários autores. “The Just Cities Essays”. Next City, 19 de Outubro de 2015. Disponível em https://nextcity.org/features/view/just-city-essys-toni-griffin-theaster-gates-angelaglover-blackwell Caldeira, Teresa and James Holston. 2015. “Participatory Urban Planning in Brazil.” Urban Studies 52(11):2001–17. Chatterjee, Partha. 2006. The Politics of the Governed: Reflections on Popular Politics in Most of the World. Columbia University Press. Pp. 131-148. Sennett Richard 1996 “The Citizen’s Voice”. Em Flesh and Stone, pp. 52-67. Estudo de caso 6: governo de “emergência” em Flint, Michigan. Estudo de caso 7: “Urban Farming” em Detroit, Michigan.

6. Arte, cultura e ativismo urbano (03/06) *Saunders, Tanya L. 2012. “Black Thoughts, Black Activism: Cuban Underground Hip-Hop and Afro-Latino Countercultures of Modernity.” Latin American Perspectives 39(2): 42–60. *Caldeira, Teresa. 2012. “Novas visibilidades e configurações do espaço público em São Paulo”. Novos Estudos Cebrap 94, nov. 2012. Zukin, Sharon. “Whose Culture? Whose City?”. Em The Cultures of Cities, pp. 1-47. Boyd, Andrew and Dave Oswald Mitchell. 2012. Beautiful Trouble: A Toolbox for Revolution. New York: OR Books. Estudo de caso 8: Carnavais e festivais de rua (Brasil e além)

7. São Paulo e o mundo: fluxos e comparações (10/06) Nesta aula final, sem leitura obrigatória, os grupos deverão apresentar seus trabalhos e propor debates relacionados a tópicos diversos desenvolvidos ao longo do curso. Esses trabalhos deverão explorar perspectivas comparativas entre São Paulo e outras cidades do globo a partir de qualquer um dos eixos e debates explorados na bibliografia do curso e nos debates em sala de aula.

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