O ECLÉTICO E A AVENIDA INDEPENDÊNCIA

May 29, 2017 | Autor: H. De Oliveira Lo... | Categoria: Architecture and Urban Planning
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XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis

O ECLÉTICO E A AVENIDA INDEPENDÊNCIA

Autor: Hélade de Oliveira Lorenzoni Titulação: Arquiteta e Urbanista, mestranda em Arquitetura Instituição de origem: Centro Universitário Ritter dos Reis Endereço eletrônico: [email protected] Resumo: A Avenida Independência é um dos vetores fundamentais da Cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Brasil. Essa avenida apresenta um conjunto tombado e inventariado de arquitetura eclética. Apresentar o Eclético com foco nas residências da Avenida Independência contribui para ampliar o conhecimento sobre esse tema da História da Arquitetura, de uma arquitetura que faz parte da história de Porto Alegre. O conjunto arquitetônico e urbanístico é um documento evidenciador da ordem econômica e social que acometia nossa Cidade. Essas residências ecléticas são um registro da Cidade no tempo. Como o Eclético foi por certo momento da história, refutado pela crítica, principalmente arquitetônica, vários exemplares desse estilo foram desvalorizados e demolidos. O acervo tombado e inventariado que se encontra, todavia, na Avenida Independência é apresentado através de fotografias atualizadas neste trabalho. A cidade de Porto Alegre presenciou uma de suas fases mais prósperas em fins do Século XIX e primeiras décadas do Século XX. O Ecletismo encontrado na arquitetura das residências remanescentes da Avenida Independência é testemunho desse período e este trabalho tem como objetivo registrar essa arquitetura. Palavras-chave: Avenida Independência; arquitetura eclética; tombamento.

1 Introdução [...] Cidade de meu andar (Deste já tão longo andar!) E talvez de meu repouso...1

Porto Alegre é a mais meridional das capitais brasileiras e a Avenida Independência um dos vetores fundamentais na expansão da Cidade, desde o Século XIX. Empreendo caminhadas pela Avenida Independência desde meus verdes anos. Na pressa de alcançar o Centro, ou na subida para o bairro Moinhos de Vento, meu olhar sempre se deteve nas construções de fachadas elaboradas e balcões em ferro rendilhado em balanço. A Avenida apresenta um conjunto de edificações tombadas e inventariadas, cuja maioria é considerada Eclética. Mesmo decrépitas, algumas construções ainda têm minha atenção e apreço. A Arquitetura Eclética que persiste nessa avenida representa uma parte da história de Porto 1

QUINTANA, Mário. O Mapa. In: Apontamentos de História Sobrenatural. Porto Alegre: Globo, 2005, p.137.

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Alegre; é um registro da Cidade no tempo, é um registro da minha história. Este trabalho visa a apresentar esses exemplares através de um percurso fotográfico atualizado e registrar a circunstância em que se encontram no momento. Esse material servirá como apoio para posterior análise, que constará em uma futura contribuição acadêmica. O conjunto de Arquitetura Eclética da Avenida Independência é um fato urbano que merece atenção. 2 Um Pouco de História A Avenida Independência, no princípio do estabelecimento de Porto Alegre, era uma passagem fora dos muros que protegiam a península. Uma rota surgida espontaneamente, pelo uso da população, que seguia em direção à Aldeia dos Anjos de Gravataí, cidade que hoje faz parte do círculo metropolitano da capital do Rio Grande do Sul. Figura 1: Graficação da autora sobre mapa de Porto Alegre CAMINHO NOVO

AV. INDEPENDÊNCIA LIMITE DA CIDADE CAMINHO DO MEIO

CAMINHO DO MATO GROSSO

Fonte: Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho

A rota, então chamada “Caminho da Aldeia”, passava em meio a terras de particulares. Alguns proprietários dessas terras, como Antônio Martins Barbosa, possuíam XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015

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moinhos de vento, para a moagem do trigo e esse fato também rendeu o nome da passagem, conhecida como “Estrada dos Moinhos”. Diz Sérgio da Costa Franco: Trata-se de um caminho que nasceu espontaneamente como uma das saídas da Vila de Porto Alegre, no caso para a Aldeia dos Anjos de Gravataí, que teve fundação quase simultânea. Pelo menos desde o ano de 1829, nas atas da Câmara Municipal, são encontradas referências à “estrada denominada dos Moinhos de Vento” para objetivarem especificamente o segmento do caminho para Gravataí, que, partindo do Alto da Misericórdia, ou Alto da Santa Casa, dava acesso aos moinhos de vento de Antônio Martins Barbosa ou Barbosa Mineiro, daí prosseguindo em tortuosa rota até 2 os campos da Aldeia dos Anjos. (FRANCO, 2006, p.214) .

Até 1845, Porto Alegre era circundada por fortificações. Com o final da Guerra dos Farrapos, esses muros foram demolidos, dando início então à expansão da Cidade. De acordo com Célia Ferraz: Cabe, portanto, ressaltar que foi a partir de 1845, com a demolição das muralhas, marcando o fim da Guerra dos Farrapos, que a cidade começou realmente a expandir-se e apresentar equipamentos mais vigorosos e sofisticados, correspondentes ao seu rápido desenvolvimento.3

Em 1857, o trecho de terras pertencentes a particulares foi comprado pela administração da Cidade e passou a ser incorporado como rua. A Estrada dos Moinhos consolidou-se como eixo residencial e comercial e, em 20 de outubro de 1857, foi oficializado que aquele caminho que se iniciava na Praça da Caridade, hoje Praça Dom Feliciano, em frente à Santa Casa de Misericórdia, viria a chamar-se de Rua da Independência, de acordo com as Atas da Câmara Municipal de Porto Alegre.4 Essa rua recebeu o nome de Rua da Independência, em homenagem ao fim vitorioso das forças imperiais no conflito conhecido como “Revolução Farroupilha”.

Figura 2: Avenida Independência

2

FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: Guia Histórico. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006, p. 214216. 3 SOUZA, Célia Ferraz de. Porto Alegre e sua Evolução Urbana. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007, p.59. 4 PORTO ALEGRE. Atas da Câmara Municipal de Porto Alegre, 1.1.1.15, p. 74, linha 4.

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Fonte: Graficação da autora

Em 1933, sob a administração do Intendente Alberto Bins, o nome da rua foi trocado para General Flores da Cunha. Em 1937, na administração do prefeito José Loureiro da Silva, o nome foi restabelecido para Avenida Independência e assim persiste até os dias de hoje. Figura 3: Linha do tempo PORTO ALEGRE

AVENIDA INDEPENDÊNCIA

Caminho dos Anjos Estrada dos Moinhos

1a Lei Orgânica 1828

Planos

Antecedentes

1o Código de Posturas 1829

Plano de Melhoramentos 1914 João Moreira Maciel Contribuição ao Estudo da Urbanização de Porto Alegre Edvaldo Pereira Paiva e Ubatuba de Farias 1937 Plano Gladosch Arnaldo Gladosch

1938

Expediente Urbano Edvaldo Pereira Paiva

1940

1o Plano Diretor Edvaldo Pereira Paiva e Demétrio Ribeiro

1857

Rua da Independência

1874

Água encanada até a Rua da Aurora

1892

Total de 96 casas

1893

Inicia o calçamento

1894

Inaugura linha de bondes Cia Carris

1925

Calçamento de paralelepípedos

1933 Muda de nome para Avenida General Flores da Cunha 1937 Restabelece o nome de Avenida Independênca

1959

2o Plano Diretor de Desenvolvimento

1979

Plano Diretor de Desenvolvimento Ambiental (PDDUA)

1999

Fonte: Dados da pesquisa

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3 O Eclético e a Avenida Independência O Eclético referido neste trabalho é um estilo que abarcou várias referências de épocas pretéritas e se valeu de liberdade compositiva. Incorpora a pluralidade de elementos produzidos em série, decorrentes da Revolução Industrial, além das novas técnicas construtivas, que empregam o ferro em estruturas revestidas, ou não. É denominado por alguns autores como estilo Historicista. A oferta em grande escala de artigos industrializados gerou infinitas possibilidades de composição. Materiais como o ferro e o concreto foram protagonistas da produção seriada, que reproduzia ícones de linguagem arquitetônica do passado. A inclusão do vidro no processo industrial também foi a tônica do período. Para a burguesia que entrou em ascensão, a partir do final do Século XVIII foi muito propício, uma vez que vinha ao encontro de seu desejo de demonstrar força e poder, pois antes da Revolução Industrial, esses elementos eram restritos a palácios e edificações públicas. Envolviam muitos gastos na sua execução, aos quais uma sociedade composta de campesinos não tinha acesso. A produção seriada mudou essa realidade. Sobre essa nova apresentação da arquitetura, escreve Wilfried Koch: No último trintênio do século XVIII, tem início na Inglaterra, Alemanha e Suíça um movimento de reação ao Racionalismo e ao Neoclassicismo, o Romantismo. Ele imprime à pintura, música e poesia novas formas estilísticas, partindo de uma diversa concepção da natureza e da história. No entanto não dá origem a um novo estilo arquitetônico. Ao contrário, as formas arquitetônicas dos estilos precedentes são realçadas e classificadas. Como num jogo, seus elementos são extraídos das construções e recompostos em novos edifícios, ou segundo um estilo “puro” (Viena*), ou numa mescla eclética de estilos (Paris*). Ao mesmo tempo, as novas técnicas arquitetônicas do século XIX exercem a sua influência: o uso de armações de ferro, 5 do concreto, do vidro.

No Brasil, além do aumento demográfico natural, a imigração contribuiu significativamente para o crescimento das cidades e para o avanço das técnicas construtivas. Os artefatos industrializados, importados inicialmente da Inglaterra, originaram mudanças na configuração da Cidade, principalmente na tipologia da arquitetura, praticada na maioria das vezes por arquitetos, engenheiros e construtores europeus ou descendentes desses. Diz Fabris: “[...] no terreno arquitetônico, o imigrante traz novas soluções, novas técnicas de construção, gera novas necessidades, é também portador dum repertório estilístico [...]”. (FABRIS, 1987, p.291). A indústria nacional timidamente despontou no cenário brasileiro em fins do Século XIX, início do XX, graças a interesses políticos movidos por conflitos internos e externos. O estilo Neoclássico substituiu o Colonial e foi seguido pelo Eclético. Elementos feitos em 5

KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 62.

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série, como o vidro e os ornamentos em argamassa, além do ferro e seus derivados, também foram utilizados e impulsionaram o estilo Eclético, que aqui começou a ser utilizado no limiar da instauração da República. Em Porto Alegre, a Avenida Independência, por sua localização privilegiada no cume do espigão, foi escolhida pela próspera classe de industriais e comerciantes e também pelos latifundiários, para se estabelecerem, na Cidade que crescia. Com o polo produtivo voltado para as cidades, a urgência de novas moradias impulsionou o segmento da construção civil. As ideias higienistas e a procura por locais mais salubres, com maior ventilação e insolação, levaram ao desenvolvimento da arquitetura na Avenida Independência, com a construção de várias residências. À época, a burguesia eminente desejava ostentar sua fulgurante posição social, buscando locais limpos e arejados em novos bairros, para construir seus palacetes, longe da insalubridade dos antigos logradouros. O advento da República, embasado na filosofia comtiana trouxe à tona a necessidade da implementação de novos programas arquitetônicos. O estilo Eclético representou essa fase. Em termos de arquitetura, o estilo Eclético trouxe às edificações o deslocamento das empenas, possibilitando a existência de entradas laterais nas residências. O descolamento do edifício das divisas do lote é uma das contribuições do estilo, que realmente representa uma mudança em relação à arquitetura praticada anteriormente no Brasil. A visão em três dimensões do objeto construído tornou-se possível. Nas edificações de cunho domiciliar, conforme o poder econômico do proprietário, esse descolamento variava de mais simples a mais abrangente, como veremos a seguir, nos exemplos dos palacetes destacados na pesquisa. A arquitetura Eclética exibe também porão alto, como base. Esse porão, em determinadas situações, apresenta pé direito mais avantajado, pois algumas vezes é utilizado para o comércio, conferindo uso misto às residências. O recurso satisfazia às exigências de higiene, colaborando para o afastamento da umidade do solo do piso do corpo da casa. Quando se tratava de famílias mais abastadas, as casas poderiam apresentar descolamento das duas empenas, ficando, assim, posicionadas no centro do lote, o que proporcionava maior ventilação e iluminação. Essas soluções vinham ao encontro das ideias higienistas da época, que primavam por mais salubridade nas construções. Nas fachadas, o beiral colonial é abolido. Essas casas, então, passam a apresentar, no coroamento, platibandas ornamentadas com toda a sorte de elementos industrializados. Essa solução deu-se graças ao uso de calhas em ferro, que continham as águas pluviais para longe das calçadas. É um elemento inédito, advindo da Revolução Industrial e legitimado pelos códigos de posturas municipais, que passaram a proibir o deságue nos passeios. O corpo das construções apresenta aberturas ritmadas, encimadas por diferentes tipos de arcos e sublinhadas por sacadas em rendilhado de ferro fundido, fruto das XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015

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importações europeias, e geralmente duplicadas na sua casa gêmea, que vinha ao lado. Nos interiores, é adotado o uso de escariolas, uma mistura de cimento branco e cal, acrescido de pigmentos, na ornamentação das paredes. O Ecletismo encontrado na arquitetura das residências remanescentes da Avenida Independência é testemunho de um período próspero da história da Cidade. Atualmente, a Avenida conta com um conjunto de vinte e cinco casas ecléticas protegidas, assim distribuídas, conforme dados da Secretaria Municipal da Cultura da Prefeitura de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul (outubro de 2013): duas tombadas e vinte e duas inventariadas. Para evitar a confusão entre os termos, torna-se importante estabelecer a diferenças entre Tombamento e Inventário: O Tombamento busca preservar integralmente as características originais de uma edificação, externas e internas, de acordo com sua importância. O Inventário busca preservar as características externas de conjuntos ou edificações consideradas de interesse sócio-cultural para a preservação de espaços referenciais de memória coletiva, estruturadoras da paisagem e da ambiência urbana e rural do Município.6

As edificações inventariadas são classificadas como bens de Estruturação e bens de Compatibilização: As edificações classificadas como Estruturação são aquelas que se constituem em elementos significativos ou representativos da história da arquitetura e urbanismo para a preservação das diferentes paisagens culturais construídas ao longo do tempo no Município. As edificações classificadas como Estruturação não podem ser destruídas.7

As edificações classificadas como Bens de Compatibilização são aquelas que: “preservam o entorno e a ambiência das edificações classificadas como Estruturação [...] podem ser substituídas por edificações novas com volumetria (altura e proporção) adequada à das edificações vizinhas, preservadas como Estruturação.” 8 Como exemplo, vejam-se as duas residências Ecléticas tombadas:

6

Disponível em: < http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/smc/usu_doc/inventario.pdf> Acesso em: 25 jul. 2015. 7 Idem Ibidem. 8 Idem Ibidem.

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Avenida Independência, 453 – Casa Torelly; Proprietário: Firmino da Silva Torelly Período de Construção: 1899 Figura 5: Casa Torelly

Fonte: Foto da autora

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Avenida Independência, 867 – Palacete Argentina, sede do IPHAN; Proprietário: Sr. Sebastião de Barros, vendida em 1907 para Franklin Etzberger Período de Construção: 1901 Projeto: Theóphilo Borges de Barros Construção: Irmãos Tomattis Figura 6: Palacete Argentina

Fonte: Foto da autora

Nas figuras seguintes, constam as residências inventariadas como Bens de Estruturação: Avenida Independência, números 423/425; 441/445; 448/450; 422/426. Figura 7: Casas ecléticas

Fonte: Foto da autora

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Avenida Independência, números 422; 434/438; 437/439; 470; 498/510; 522; 568; 582; 590. Figura 8: Casas ecléticas

Fonte: Foto da autora

Abaixo, Avenida Independência, números 755; 811/813; 851; 879; 891; 973; 993; 1004; 1008/1010; 1181/1171. Figura 9: Casas ecléticas

Fonte: Foto da autora

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O organograma a seguir representa graficamente a distribuição dos dois tipos. Figura 12: Organograma RESIDÊNCIAS ECLÉTICAS Avenida Independência

TOMBADAS

INVENTARIADAS Bens de Estruturação

CASA TORELLY Avenida Independência, 453

PALACETE ARGENTINA Avenida Independência, 867

422/426

423/425

434/438

437/439

448/450

470

498

522

568

582

590

755

811/813

851

879

973

993

973

1004

891

1008/1010

1171/1181

Fonte: Dados da pesquisa

4 Conclusões Apresentar o Eclético com foco nas residências da Avenida Independência contribui para ampliar o conhecimento sobre esse tema da História da Arquitetura, de uma arquitetura que faz parte da história de Porto Alegre. O conjunto arquitetônico e urbanístico é um documento evidenciador da ordem econômica e social que acometia nossa Cidade. Essas residências ecléticas são um registro da Cidade no tempo. Como o Eclético foi, por um período, refutado pela crítica, vários exemplares desse estilo foram desvalorizados e demolidos, diminuindo assim a diversidade no panorama de pesquisa. Os exemplares tombados e inventariados que se encontram, todavia, na Avenida Independência e são apresentados através de fotografias atualizadas neste trabalho, conduzir-nos-ão ao início de um mapeamento do Estilo Eclético na cidade de Porto Alegre. Servirão como referência para identificar edificações ecléticas em outros locais. XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015

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A fase muito próspera da sociedade local que produziu seus efeitos sobre a cidade de Porto Alegre em fins do Século XIX e nas primeiras décadas do Século XX também produziu o Ecletismo encontrado na arquitetura das residências remanescentes da Avenida Independência. Elas são testemunho desse período e este trabalho registra esse testemunho.

Referências COSTA FRANCO, Sérgio da. Porto Alegre: Guia Histórico. 4.ed. Porto Alegre: Ed da UFRGS, 2006. FABRIS, Annateresa. Ecletismo na Arquitetura Brasileira. 1.ed. São Paulo: Ed Nobel, 1987. FERRAZ DE SOUZA, Célia. Porto Alegre e sua Evolução Urbana. 2.ed.Porto Alegre: Ed da UFRGS, 2007. KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. PATETTA, Luciano. Historia de la Arquitectura. 1.ed. Madri: Celeste Ed, 1997. PORTO ALEGRE. Atas da Câmara Municipal de Porto Alegre, 1.1.1.15, p. 74, linha 4. QUINTANA, Mário. Apontamentos de História Sobrenatural. 1.ed.Porto Alegre: Ed Globo, 1976.

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