O elevado impacto do TDAH na qualidade de vida de crianças e adolescentes
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O elevado impacto do TDAH na Qualidade de Vida de Crianças e Adolescentes Letícia Ferreira Freitas, Lorrayne Stephane Soares¹’², Thaís Dell’Oro¹’², Mariana C. M. Rocha¹’², Danielle S. Costa¹’², Marcus Vinicius dos Santos¹, Débora Marques de Miranda¹’³, Leandro Fernandes Malloy-Diniz¹’²,4 ¹Universidade Federal de Minas Gerais, ² Laboratório de Investigações em Neurociência Clínica, ³Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, 4Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG
Medicina Molecular
Introdução
Resultados
Embora seja um dos transtornos mais bem estudados e validados em psiquiatria, é surpreendentemente comum ao público leigo representações de portadores do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) como crianças sem limites, desordeiras e desobedientes. Na adolescência, podem ser vistos como “drogados”, baderneiros. Não há dúvida de que a atenção pública está voltada há um tempo para o TDAH, porém sua visão é geralmente negativa o que tem trazido impacto importante para os portadores inclusive por parte de profissionais da saúde, além de no âmbito público, com evidente negligência das necessidades inquestionáveis de tratamento do transtorno.
Tabela 2. Diferenças na Qualidade de Vida em 4 dimensões de funcionamento
Objetivo Comparar a qualidade de vida de crianças e adolescentes com TDAH com a de crianças com desenvolvimento típico (DT) em quatro dimensões adaptativas
A magnitude da diferença entre os dois grupos foi bastante elevada para todos os domínios avaliados. 98% dos portadores de TDAH obtiveram nível de qualidade de vida abaixo de 2 desvios-padrão de diferença do grupo com DT em pelo menos uma dimensão funcional.
Método
Conclusão
Os pais de 97 crianças com TDAH do Hospital das Clínicas da UFMG responderam o ‘Questionário Pediátrico de Qualidade de Vida” (PedsQL_versão4.0). A média e o desvio padrão para essa amostra foram calculados para as dimensões ‘Saúde Física’, ‘Funcionamento Emocional’, ‘Funcionamento Social’ e ‘Funcionamento Escolar’. As mesmas medidas de uma amostra escolar de estudantes com desenvolvimento típico (n=240 ) entre 2 e 18 anos do estado de São Paulo publicadas em 2010, foram usadas como parâmetro de comparação (Klatchoian et al., 2010).
Como mostrado em estudos prévios, a qualidade de vida é fortemente prejudicada pelo TDAH. Alguns dados da literatura apontam que esses prejuízos podem ser maiores dos que os encontrados em outras crianças com doenças crônicas como câncer e paralisia cerebral. Em nossa amostra, o Funcionamento Escolar parece ser o mais afetado em comparação aos outros domínios. Nosso estudo soma a um corpo consistente de evidências sobre a gravidade funcional do TDAH. O TDAH não representa apenas um problema para seus portadores e para sua família, mas tem elevado custo público, sendo as ações que impedem sua identificação precoce, além da criação e implementação de políticas públicas específicas, um grave problema de saúde e educação públicas. Ações que favoreçam medidas voltadas para este que é o transtorno mais frequente entre os transtornos do desenvolvimento são urgentes.
Figura 1. Exemplo de itens do PedsQL. Os pais devem responder “No último mês, quanto seu filho (a) tem tido problemas com...”
Controle
TDAH
Saúde Física Emocional Social Escolar
(Klatchoian et al., 2010)
N
Média
DP
N
Média
DP
d
97 97 97 97
67,7 49,5 59,2 41,5
17,2 21,8 25,9 18,4
240 240 240 207
97,9 80,5 96,4 90,9
4,3 12,6 8,9 11,9
-1,8 -1,4 -1,5 -2,7
%TDAH
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