O Encanto das Trovas Tomo VIII -Trovas Sem Fronteiras - vol. 3

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Descrição do Produto

O Encanto das Trovas . . . Tomo VIII – Trovas sem Fronteiras vol. 3......... Página | 1

SUMÁRIO

Carlos Roberto Rocha (Ipupiara/BA) ........................................................... 3 Dáguima Verônica de Oliveira (Santa Juliana/MG) ...................................... 8 Gilvan Carneiro (São Gonçalo/RJ) ..............................................................13 José Valdez Castro Moura (Pindamonhangaba/SP).....................................18 Joubert de Araújo e Silva (Rio de Janeiro/RJ) ............................................23 Maria Thereza Cavalheiro (São Paulo/SP) ...................................................28 Ruth Farah Nacif Lutterback (Cantagalo/RJ) .............................................33 Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão/PR) .............................................38

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Carlos Ribeiro Rocha Ipupiara/BA(1923) Xique-Xique/BA (2011)

1 A lua é também rendeira, e o trovador tem razão: sua luz sobre a mangueira faz a renda sobre o chão…

2 Amigo, saiba você que pensa triunfar na vida: Do monte – longe se vê, mas é custosa a subida… 3 A Natureza, exultante, põe versos, por compaixão, sobre o papel palpitante do meu pobre coração. 4 Ao pé do morro cravado, qual o antigo Prometeu, está o pequeno povoado onde o poeta nasceu. 5 Ao tempo da minha infância não tive Norte nem Sul, não sabia que, à distância, toda serra é sempre azul.

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6 A pedra da estrada arreda, e o mal não impera aqui, quando, pensando na queda, a gente cai mesmo em si. 7 A trepadeira, contente, por ter flores de conforto, no abraço todo florente enfeita o arbusto – já morto… 8 Bebo lições eloquentes e escuto de Deus um hino, nas asas verde-fulgentes de um beija-flor pequenino. 9 De mês a mês eu me espelho mais idoso vou ficando que se vá o corpo velho e os versos fiquem brilhando(...)

10 Detesto a intriga, o revide, porque, na vida, o que alcanço é o dia – para que eu lide, e a noite – para o descanso. 11 Escreva no seu portal, este axioma conciso: Para apagar grande mal, um grande bem é preciso. 12 Escuta-me, trova amada, mesmo triste e cismarento: como o cipó, na galhada, te envolvo num pensamento. 13 Essa cena, vez em quando, contemplo, manhã bem cedo: as trepadeiras botando laçarotes no arvoredo.

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14 Eu sinto grande euforia quando a trova vou tecer, – é meu pão de cada dia, sem ela não sei viver. 15 Lá nas serras passeando, aprendi um tanto mais: eu vi as pedras chorando sem glândulas sensoriais. 16 Minha barquinha querida, como eu, de pequeno porte, – é a minha própria vida singrando no mar da sorte. 17 Minhas trovas – Primavera sobre as durezas da vida, são aquilo que eu quisera: – estrada sempre florida.

18 Morrer nos causa pavor, porque não temos lembrado de que – morrendo de amor, damos vida ao ser amado. 19 Na gaveta da memória lições eu guardo da vida, que serão a minha glória no instante da despedida. 20 Natureza – livro aberto para ensinar a quem pensa: Com muitas uvas – é certo – responde a parreira à ofensa. 21 No velho sítio Olho D’Água, onde as serras altas são, chorei, e não foi de mágoa, – foi nascendo no Sertão.

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22 O espírito é imortal, mas é também atuante, os anjos, pelo Natal, são disto prova bastante. 23 O sovina e o pistoleiro fazem coisas parecidas: Cede a vida – por dinheiro, por dinheiro – arranca vidas. 24 Ouço da saudade o grito vibrando uma tarde inteira, naquele canto bonito da nambu, na capoeira. 25 O vento, com pé macio, passou pelo meu jardim, e como guri vadio, nas minhas rosas deu fim.

26 Para escrever, inspirado, no horizonte os olhos fito, com o coração mergulhado nas belezas do Infinito. 27 Pedi hoje, também ontem, rogo a Deus o dia inteiro, para que trovas despontem fresquinhas no meu canteiro. 28 Pequenez é coisa feia? Grandeza é documentário? – Pequenino é o grão de areia, mas enguiça um maquinário. 29 Piedosa, mãe Natureza vendo a terra assim despida, teceu um manto (lindeza!) e a deixou verde e florida.

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30 Quadro que nos enternece, pintura de que se gosta: a água evapora – é a prece, e a chuva cai – a resposta. 31 Que quadro lindo, estupendo! – Por entre as brechas do morro, raízes longas, descendo, pedindo à terra socorro… 32 Querendo trova perfeita, rabisco, lápis em punho, mas depois da trova feita, volto à busca do rascunho.

33 Se queres “bandeira branca”, procura assim praticar: O orgulho – de ti arranca, planta amor no seu lugar. 34 Tua casinha, menina, bem no sopé da ladeira, é o lírio da colina que quanto menor, mais cheira! 35 Trovador, que belo enredo para uma trova louçã: na pia do sol, bem cedo, lava seu rosto a manhã.

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Dáguima Veronica

1 Ao soltar pipa, a criança desata as peias do sonho e acende a luz da esperança para um futuro risonho.

2 Coração duro, fechado, prenhe de angústia e rancor, constrói cárcere privado com grades feitas de dor. 3 Coração, vê se te aquieta não bebas desse pecado, cuidado, que ele é poeta... não fiques apaixonado! 4 Da minha terra encantada eu guardo a estação mais bela, o canto da passarada e os meus sonhos de janela! 5 Deixaste sobre o deserto pegadas de tua andança; o vento virá, por certo, dissipar qualquer lembrança.

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6 Desde as janelas de outrora ao mais novo monitor, da noite ao romper da aurora, corremos atrás do amor. 7 Deus, o Artista, se revela e sua obra prima alcança na amizade mais singela, no abraço de uma criança. 8 Dois amigos, um caminho... Uma história de amizade; num contexto de carinho constrói-se a felicidade. 9 Em pensamentos risonhos, naveguei pelos espaços numa gôndola de sonhos, feliz cativa em teus braços!

10 Enfrento o escuro da noite singrando os mares da lida e a solidão, feito açoite, me lança aos braços da vida. 11 Entre a multidão imensa, eu vejo pelas calçadas, solidão e indiferença caminhando de mãos dadas. 12 Eu perco o chão dos meus pés num rodopio em teus braços!... Em degradê ou viés o amor vai tecendo laços. 13 Farol altivo que guia o meu barco, a navegar, rasgue o véu da nostalgia, faça o meu amor voltar!

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14 Folhas migradas de outono, tais quais meus sonhos trincados, vagam pelo chão, sem sono, à demanda de outros prados... 15 Gerando empregos, divisas, a floresta exuberante move o mundo das pesquisas, dá vida a cada habitante. 16 Jamais se perde o contato de um lar se, sobre a mobília, existe um porta-retrato, que imortaliza a família. 17 Jorra a luz feito cascata, pelas mãos do Criador, quando a lua, Eros de prata, abre a janela do amor.

18 Mãos que se irmanam nas lidas, dos irmãos sanando os ais, embora não parecidas, pelo amor tornam-se iguais. 19 Meu amor, não me abandone que as lembranças me devassam e eu passo as horas insone nessas horas que não passam... 20 Meu verso é barco largado na pauta da inspiração; tendo Deus sempre ao meu lado não temo nem furacão! 21 Na corda bamba da vida, eu venci! O meu segredo? Foi, sob a pressão da lida, derrotar meu próprio medo.

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22 Não desista ante empecilhos que o segredo é acreditar; quem corre a favor dos trilhos, cedo ou tarde há de chegar! 23 Não recue ante a fileira de tantas portas fechadas, que a persistência é a bandeira que as tornam escancaradas! 24 Não se compra, tendo em vista que não se vende alegria; felicidade é conquista que se faz no dia a dia. 25 Não se quede ante as mazelas, seja terno e pertinaz, que caminhos são janelas que conduzem para a paz.

26 Não teme, nunca, o amanhã quem toma a nobre atitude de guardar na alma anciã os sonhos da juventude! 27 Nas mãos ungidas por Deus, repousa o Espírito Santo mostrando, a crentes e ateus, que é tempo de um novo encanto. 28 Na tarde que se desfaz borda, o sol, rendas no mar com linhas de amor e paz para o meu sonho enfeitar. 29 No emaranhado das linhas, pelo avesso desta lida, descobri, nas entrelinhas, Deus bordando o chão da vida.

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30 Noiva mineira exigente, do tipo que não debanda, traz o noivo na corrente só para mostrar que manda! 31 No silêncio do meu grito ouço a voz da solidão... Nos meus versos deixo escrito como está meu coração. 32 Nos vagões de um mesmo Trem, por sobre trilhos em flor, sou peregrina do além, sou mensageira do Amor! 33 Numa rede um sonho a dois sob as cores do arrebol: — Fazer amor e depois deleitar-se à luz do sol.

34 O céu pinta de esperança o cenário da injustiça: - Meu Brasil, desde criança, explorado por cobiça. 35 O meu tema preferido é trovar minha saudade, dessa forma faz sentido minha “ausência” na cidade. 36 Prego o bem por onde passo, paz e amor semeio ao léu e em cada trova que faço chego mais perto do céu. 37 Se perder o chão dos pés, não chore, pois, em verdade, muitas vezes num revés se encontra a felicidade.

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Gilvan Carneiro

1 Abro a cortina do sonho e num gesto de quem vela, -me deito a seu lado e ponho meus sonhos nos sonhos dela...

2 A Justiça, envergonhada, baixa os olhos impotentes, quando algemas, por um nada, prendem pulsos inocentes. 3 Alvorada dos meus dias, teus olhos – luzes pagãs acendem com poesias o céu de minhas manhãs… 4 A mais cruel solidão é a do cego (sina triste), vivendo na escuridão, sabendo que a luz existe. 5 Angustiante dúvida esta perseguindo os dias meus: o tempo que ainda me resta é o mesmo tempo de Deus?…

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6 A vida é um breve passeio e o homem não sabe, talvez, que ele é um “turista” que veio e vai voltar outra vez… 7 Baseada em tristonhos fados a história assim se deduz: todos nós somos culpados daquela morte na cruz… 8 Cai a tarde lenta, e nasce em tudo um gesto de prece... Ah, se o instante me levasse! Ah, se a tarde te trouxesse! 9 Caíste amigo? Ergue o peito. Esconde o pranto. Levanta. É caindo no seu leito que o rio mais forte canta.

10 Como esconder a tristeza que aperta meu coração: o pão me sobra na mesa e há tanta gente sem pão! 11 De fato acordos teriam de a paz selar muitos laços, se braços que digladiam se estendessem para abraços. 12 De pensar tanto em Maria, - oxalá isto endireite no restaurante, outro dia, pedi Maria com leite... 13 Diante de tantos escolhos em meu insone abandono, eu sei que são os teus olhos a luz que impede o meu sono.

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14 Dizer que a vida não presta não me cabe isso afirmar. A minha vida é uma festa na festa do seu olhar. 15 Em meio a ações violentas, tanto ódio, pouco juízo, bendito aquele que ostenta como armamento um sorriso. 16 Esta manhã que se adensa em tanta luz e poesia. basta ter tua presença para enfeitar mais o dia. 17 Foi ela... Eu sei, é um garrancho esse "EU TE AMO" escrito assim... Mas isso faz do meu rancho um castelo para mim!

18 Fraco ante as minhas paixões, invejo, juro por Deus, essa audácia com que pões teus olhos dentro dos meus. 19 Fui à missa. Que pecado! - Perdão, "seu" padre, se errei. Ela sentou-se a meu lado, olhei... pensei e... pequei! 20 Hoje não te vi. Prevejo inquietação... desconforto... O dia em que não te vejo é para mim dia morto... 21 Mesmo que a tantos iluda com diversas abordagens, história de amor não muda, mudam só os personagens...

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22 Meu coração não te esquece, refém de insones rotinas. Ah, se a manhã te trouxesse quando eu abrisse as cortinas!... 23 Minha paixão decidida doce sentença esquadrinha: minha vida só tem vida se a tua vida for minha. 24 Mistérios em si bisonhos, que o amor decifra e traduz: são os teus olhos tristonhos que enchem meus olhos de luz. 25 Nas mãos de Deus, em verdade, o universo se afigura na simples fragilidade de ser uma miniatura.

26 Neste sonhar em que vivo da poesia cultor, o teu desvelo é o motivo dos meus motivos de amor. 27 Numa tímida esperança eu a cobiço com medo, como uma pobre criança que almeja um lindo brinquedo! 28 O céu de luto parece quando a cigarra anuncia num canto em forma de prece a morte triste do dia... 29 Ó minha alma, por que anseia ir tão longe os vôos seus?... O universo é um grão de areia na palma da mão de Deus...

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30 O pobre estende a sacola: (que triste contradição!) - os lábios pedem esmola; - os olhos pedem perdão... 31 – O que é o vento, mamãezinha, que a gente não vê mas sente? E a mãe responde: “– Filhinha, vento é Deus beijando a gente...” 32 O sol vem... E faz algumas distinções em seu caminho: deixa um Palácio entre brumas, cobre de luz um ranchinho. 33 O truque falha...vermelho, o mágico diz que o enguiço é culpa do seu coelho que ainda é novo no serviço…

34 Procuras em vão... Contudo, não desesperes... Convém. A felicidade é o tudo do pouco que a gente tem… 35 Quem me vê tristonho assim, talvez não saiba que existe chorando dentro de mim o eterno menino triste... 36 Vejo-te e tanto me apego com teu ser que me seduz, que me sinto como um cego maravilhado ante a luz… 37 Vivendo de um sonho morto na solidão dos meus dias, o meu coração é um porto cheio de amarras vazias...

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José Valdez de Castro Moura

1 As afrontas do passado não guardo! Vou esquecê-las! Pois bem sei que um céu nublado não me deixa ver estrelas!

2 Bendigo a Trova que aflora na minh’ alma ! Que alegria ! E, sinto luzes da aurora, no final de cada dia ! 3 Chego a perder a esperança, vendo ao relento, a dormir, uma sofrida criança sem lar, sem paz, sem porvir! 4 Contemplo o correr dos anos e, o que fere e faz sofrer não é somar desenganos, é a mentira em meu viver! 5 Coração, inda pranteias tantas perdas, nostalgias... E, de angústias estão cheias as minhas noites vazias!

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6 Diz “aguarde”, na amargura da mensagem enviada, prefiro o “não” que tortura do que promessa adiada! 7 Enfrento a dor tão constante deste sofrer que é demais: quero a volta de um instante que não volta nunca mais… 8 Enfrento a mais dura prova que o destino apresentar, ouvindo o cantar da trova, que é fonte do meu cantar. 9 Guarde respeito à vitória, não humilhe os perdedores, porque a soberba da glória marca o fim dos vencedores.

10 Heróis em tantas batalhas, sem glórias, sem monumento, quantos tombam sem medalhas no abismo do esquecimento! 11 Já na planície, alquebrada, transcendo tempo e distância: procuro a duna encantada dos sonhos da minha infância! 12 Luz débil que bruxuleia, mesmo assim ela persiste: - a minha paz é candeia no viver de um homem triste! 13 Malgrado as tristes lembranças prossigo a viver sonhando, acalentando esperanças que a tristeza foi matando...

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14 Na ampulheta, a areia desce, passa o tempo sem tardança... Cada grão que cai parece a morte de uma esperança... 15 Não lastime as tristes horas da viagem que angustia... Viver é criar auroras no ocaso de cada dia... 16 Na praça da minha vida, unidas, vi, a chorar, abraçada à despedida a saudade a soluçar... 17 Naquele instante sofrido em que tudo perde o encanto, ajuda é lenço estendido para enxugar nosso pranto...

18 Nas lutas do seu viver guarde o troféu merecido. Virtude é saber viver sem humilhar o vencido! 19 Nos garimpos desta vida, que o destino abandonou, eu sou bateia esquecida que nem cascalho pegou. 20 O destino nos ensina mensagens que são verdades: - Quem só enfrenta neblina fraqueja nas tempestades !... 21 O fim do amor principia se a discórdia vem rondar e a gente perde a magia de não poder mais gostar...

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22 O tempo, só por maldade, deixou marcas do desgosto, nas rugas de ansiedade que hoje trago no meu rosto. 23 Partiu, deixando o seu traço no meu caminho dos sós... - A saudade é esse espaço que existe sempre entre nós. 24 Passa o tempo e, amargurado, trilhando sendas de espinhos, vivo pagando pecado no delírio dos sozinhos. 25 Quando há corações armados motivando acordos vãos, por que abraços apertados e tanto aperto de mãos?

26 Quem, no Universo do Mal, sempre insiste, sofre em vão! Vira folha em vendaval, carta rasgada no chão ! 27 Rogo em gritos reprimidos o resgate do direito: libertai os excluídos dos grilhões do preconceito! 28 Saudade, que dor enorme, é triste o nosso sentir: você se deita e não dorme e nem me deixa dormir! 29 Sou, no retorno ao passado, – meu teatro de deslizes, um mero ator fracassado no palco dos infelizes!

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30 Tanta mentira e incerteza vivi nessa vida e, assim, eu constato, com tristeza, que a vida passou por mim... 31 Tropeçando nos fracassos dos frustrados sonhos meus, sinto ciúme dos passos, nos passos que não são teus...

32 Voltei feliz, eu suponho, malgrado a alma cansada, pois trouxe restos de um sonho que larguei em minha estrada...

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Joubert de Araújo e Silva Cachoeiro do Itapemirim/ES (1915) Rio de Janeiro/RJ (1993)

1 A Morte vem tarde ou cedo - com brumas no fim da estrada. São as neblinas do medo... - Talvez tudo... -Talvez nada...

2 A neblina sobre a mata, antes que o sol doure a terra, parece um manto de prata nos ombros verdes da serra. 3 Aquela aranha paciente, que tece despercebida, lembra o destino da gente e as armadilhas, da vida! 4 A sorte foi bem marota para o pobre do Aristeu, fazendo morrer de "gota" quem só da "pinga" viveu. 5 Cegonha é coisa de rico e não passa de pilhéria... - Quem trouxe o filho do Chico foi o urubu da miséria!

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6 Destino não é somente a sina que Deus traçou. - Ninguém se esqueça que a gente colhe aquilo que plantou. 7 Destino é coisa ilusória, nesta vida passageira... - Os fracos não têm história; e os fortes não tem fronteira! 8 De todas as despedidas, esta é a mais triste, suponho: duas almas comovidas, chorando a morte de um sonho! 9 Ela não anda, flutua... mas com tanta e tanta graça, que até os postes da rua se inclinam, quando ela passa!

10 Ela se foi... E esta espera, pouco a pouco, transformou o moço feliz que eu era, no poeta infeliz que eu sou! 11 Enganam-se os ditadores, que, no seu furor medonho, mandam matar sonhadores, pensando matar o sonho! 12 Lembrando este amor de outrora, embora oculte o meu pranto, há uma saudade que chora em cada verso que eu canto! 13 Lembro, triste, o amor passado, vendo a Luz e o velho cais: - saudade é barco ancorado no porto do "nunca mais" ...

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14 Manhã... Ao passar das horas, incendeia-se o horizonte... E o Sol - pastor das auroras, varre as neblinas do monte. 15 Meu dentista entrou em cana; numa grande confusão... e uma "coroa" bacana foi o "pivô" da questão. 16 Morreu a sogra do João e a família se apavora: - Com sete palmos de chão, a língua ficou de fora! 17 Na cachaça, o Zé Caolho se sente realizado: embora tendo um só olho, ele vê tudo dobrado...

18 Não há nódoa mais escura na história de uma nação que a dos gritos de tortura de uma noite de opressão! 19 Nas louras manhãs de estio, numa suave sonata, o vento, artista vadio, dedilha os cipós da mata! 20 O bem nunca vem de graça, nem o mal que nos alcança. - Deus pesa a graça e a desgraça usando a mesma balança. 21 Os currais estão vazios... o verde fugiu do chão... e a seca, bebendo os rios, vai devorando o sertão.

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22 O vento, pastor estranho, tangendo as nuvens ao léu, conduz seu alvo rebanho pelas campinas do céu! 23 Para Deus, na eternidade, vale mais, nos corações, um minuto de bondade que cem anos de orações! 24 Para pescar, o Vicente, sem que isto o desabone, usa linha diferente: - a linha do telefone! 25 Prefiro ver-te na igreja, pois na praia há o vento e o mar: um te abraça... outro te beija... - Vai, Maria, vai rezar!

26 Quando um povo escravo acorda, pondo fim ao jugo insano, a mão de Deus põe a corda no pescoço do tirano ... 27 Seca Braba. Ao longe, o grito do carro de bois gemendo parece um "ai" longo e aflito do sertão, que vai morrendo ... 28 Sejam "brotos” ou “coroas” - Isto dispensa argumentos São sempre as mulheres "boas” que inspiram "maus” pensamentos... 29 Se quiser proceder bem quem briga alheia ajuíza, dê razão a quem não tem, pois quem já tem, não precisa!...

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30 "Só com o Zé se casaria...” Jurou, e foi verdadeira: Já tem três filhos Maria, e continua solteira!.. 31 Toda a desgraça do Alfredo, que se encontra na prisão, foi descobrir um segredo: - o do cofre do patrão!

32 Vem a neblina... e a cidade goteja um pranto silente... - Neblina é como a saudade molhando os olhos da gente. 33 Vendo-a sorrir, quando passa, lamento não ser solteiro... pois ela é cheia de graça e o pai... cheio de dinheiro!

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Maria Thereza Cavalheiro

1 A lua, em noite escampada, na orquestra que Deus conduz, seguindo a pauta da estrada, é uma sonata de luz.

2 A luz do dia esmorece... O amarelo perde a cor... A Deus se eleva uma prece dos lábios de cada flor. 3 A noite lança uma seta, pois, caçadora, é o seu fado. E a tarde cai, rubra e quieta, qual pássaro ensanguentado. 4 A nossa vida é fugaz... É bom partir sem revolta... Quem vem ao mundo já traz uma passagem de volta! 5 A prisão é desconforto, ainda que em doce lar… Se a família é mesmo um porto, que ponha os barcos ao mar!

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6 Às vezes, por caridade, para evitar um tormento, escondemos a verdade na concha do pensamento. 7 Bem pior do que a certeza é a dúvida que nos mata: uma, só traz a tristeza; outra, os fantasmas desata! 8 Cabeça revolta, inquieta, que se volta para o céu... Esse coqueiro é um poeta, fazendo versos ao léu! 9 É festa por toda a parte, e até os dias têm mais cor, quando a amizade, com arte, veste a túnica do amor!

10 Existe muita tristeza que ao rosto jamais aflora, guardada na profundeza dos olhos de quem não chora. 11 Há gente que muito corre, sempre em constante vaivém, mas não percebe que morre, porque não vive também! 12 Inquieto, pairando apenas, o colibri em seu afã é uma linda flor de penas junto ao seio da manhã. 13 Inversos e tão diversos são os destinos na vida… Uns conquistam universos; outros param na subida.

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14 Não haveria fronteira neste mundo se a amizade fosse a união verdadeira entre toda a humanidade. 15 Naquele dia tristonho puseste os olhos nos meus; vivi na tarde do sonho, morri na noite do adeus! 16 Na vida, nem todos temos lenitivo para o estresse... É como um barco sem remos em rio que avança e cresce! 17 Neste mundo, em que a disputa é o que à vida dá sentido, tem valor quem vence a luta, mas sem pisar o vencido.

18 Num lugar do coração habita sempre o menino que faz bolhas de sabão para iludir seu destino… 19 O choro de uma criança à luz do primeiro dia, é uma canção de esperança, é a mais linda melodia! 20 O luar, lascivo e amante, abre o vestido da mata, e em seu corpo exuberante passeia os dedos de prata… 21 O poeta – eterno menino brinca também de pião: solta o fio do destino à procura da ilusão…

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22 O remorso que arruína – passado sempre presente é aquela voz, em surdina, a acusar dentro da gente. 23 Passarinhos, em sonata, fazem festa no arrebol, quando despertam a mata para os afagos do sol! 24 Por certo a ternura existe no amigo que está por perto e transforma um pranto triste em lindo sorriso aberto! 25 Por mais que intimide o mundo e a vida acarrete o medo, sempre se guarda no fundo uma esperança em segredo.

26 Quando a dúvida se instala dentro de um peito infeliz, não importa o que ela fala, já se sabe o que ela diz! 27 Quem bate às costas da gente procura, às vezes, lugar para o punhal, simplesmente, com mais firmeza enterrar… 28 Quem perde a oportunidade por medo de ser feliz, não colhe nem a saudade, que arrancou pela raiz! 29 Reticências... uma frase que alguém pensa mas não diz... Justamente aquele "quase" que nos faria feliz!

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30 Se alguém te ofende demais, não gastes língua ou papel; o silêncio fere mais que a palavra mais cruel. 31 Se o silêncio o poeta invade, a mente é o laboratório, onde a infinita saudade se transforma em verso inglório.

32 Ser amigo é estar presente naquele instante adequado, ainda que simplesmente para ficar a teu lado. 33 Vem o mar jogar-se aos pés da penedia arrogante; ela desdenha as marés e namora o céu distante.

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Ruth Farah

1 A cidade que conserva o coreto do jardim, seu patrimônio preserva uma riqueza sem fim.

2 A “muralha” mais temida é o desprezo que se tem desgastando a nossa vida pelos caprichos de alguém. 3 A necessidade faz do cidadão um artista. Na “corda bamba” é capaz de ser um equilibrista. 4 Ante às agruras da vida, não se entregue facilmente. Após batalha vencida, o “sol” brilha novamente. 5 Ante o terror das queimadas na floresta, com carinho, as árvores abraçadas tentam proteger os ninhos.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VIII – Trovas sem Fronteiras vol. 3......... Página | 33

6 As lágrimas cristalinas são fantasias matreiras, rompendo espessas neblinas de uma ilusão passageira. 7 Bem-te-vi, após cantares de manhã no meu jardim, vai alegrar outros ares, mas não te esqueças de mim. 8 Casamento, na verdade, se não for bom para os dois, põe em risco a liberdade e o mais triste vem depois. 9 Cidadania é saber manter a honra constante, ser sincero no dever e servir ao semelhante.

10 Concedido por esmola o perdão não traz fiança. Dificilmente consola tendo sabor de vingança... 11 Confirmando uma aliança de sonho e realidade, o Sol é o pai da Esperança e a Lua, mãe da Saudade... 12 Desejando muitos anos de existência bem vivida, esquivo-me dos enganos surfando as “ondas” da vida... 13 Educação garantida “vem do berço” _ o próprio lar (melhor escola da vida). Não há quem possa negar…

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14 É mais amigo quem fala a dura e cruel verdade do que um outro que se cala por mera comodidade. 15 Espelhando-se no Mar, que ardentemente a deseja, a Lua apaga o luar para que o Sol não a veja.... 16 Eu faço um pé de moleque, de tão bom, não vejo igual. Mas, por causa de um pileque, troquei o açúcar por sal... 17 Fim de solo ressequido, cai a chuva no sertão. O caboclo agradecido louva a Deus em oração.

18 Fraternidade no lar prova a presença do amor, dando exemplo singular de família de valor. 19 Havendo a chuva descido fininha, qual branco véu, o caboclo agradecido rudes mãos eleva ao céu. 20 Idade não é velhice a poesia nos comprova quando idosos, com meiguice, fazem da vida uma trova. 21 Mulher de rara beleza não deve, jamais, pintar-se, pois obra da natureza não necessita disfarce.

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22 Não lhe dou o meu perdão porque, mais que insensatez é achar que ainda tem razão depois do que você fez... 23 Não se deve macular a inocência da criança proibindo-a de sonhar por maldade ou por vingança. 24 No enterro do Geraldão joguei flores no defunto. Dando um tropeço no chão, por bem pouco não fui junto... 25 No velório do Tião, por causa de uma topada, caí dentro do caixão. Só ele não deu risada...

26 O galo foi defender sua honra na cozinha: depois de tanto cozer... vira caldo de galinha?!!! 27 Oprimido na gaiola, lamentando a escravidão, o sabiá cantarola para o algoz sem coração. 28 O vento, por peraltice, leva folhas pelo espaço. Que bom se um dia o sentisse levando as preces que faço… 29 Penetrando, lentamente, na choupana esburacada, banha a cabocla dolente tênue raio da alvorada.

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30 Portadora de elegância e esmerada equilibrista, a garça exibe arrogância na tela do grande artista. 31 Quando povos e nações consideram-se irmanados, não há discriminações - direitos são respeitados. 32 Quando um poeta falece, junto à Lua vai ficar mergulhado em doce prece, eternamente a sonhar.

33 Se na vida tudo passa, da diferença me esgueiro. Não importa a cor ou raça quando o amor é verdadeiro. 34 “Sorrir é o melhor remédio” - é receita garantida. Não respire o próprio tédio; abra a cortina da vida! 35 Tive um trabalho danado com a vaca, hoje cedinho: não deu leite empacotado nem quis sentar no banquinho...

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Sinclair Pozza Casemiro

Campo Mourão Turístico 1 ANEL VIÁRIO Arco íris de concreto torna mais fácil partir levando o corpo e o afeto pra onde o sonho quer ir.

2 ANTIGA RODOVIÁRIA Antiga Rodoviária de tantas idas e vindas à minha’lma solitária é que, silente, tu brindas? 3 BANDEIRA E GEMBRÉ Dizem que em Campo Mourão dois índios eram rivais. Um se tornou capitão o outro se foi, nunca mais… 4 BIBLIOTECA PÚBLICA Este destino é a viagem, deste prédio monumento ontem, em terra, ancoragem, hoje, em livre pensamento.

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CAPITÃO ÍNDIO BANDEIRA E A AVENIDA Entre a patente e a bandeira empenhou a própria vida. A voz, de sagas, herdeira vai muito além da Avenida. 6

CATEDRAL SÃO JOSÉ A Catedral São José foi em plena Praça erguida é marco de amor e fé desta cidade querida! 7

Padroeiro São José que deu nome à Catedral conduz o seu povo à fé e a mui sublime fanal. 8

CEFET CEFET, universidade Que orgulha de coração

Esta grandiosa cidade Chamada Campo Mourão. 9

ESTAÇÃO DA LUZ Estação da Luz – vigia, de partidas e de amores, tão intensos, já, um dia, cuida: se ouvem os clamores! 10

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CERRADO Este é o Cerrado que ostenta riquezas que não têm preço nele o passado apresenta do futuro, um seu começo. 11

FECILCAM Faculdade portentosa do saber a guardiã és rebelde flor mimosa e a mais nobre anfitriã.

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IGREJINHA DOS CAROLLO Igrejinha dos Carollo, que bom é nela chegar, buscando paz e consolo de distante caminhar! 13

MERCADO MUNICIPAL Mercado Municipal para o povão, Mercadão foi peça fundamental hoje é só recordação. 14

MUSEU DEOLINDO PEREIRA O ontem tem guarda segura no presente que prepara a nossa vida futura para uma rica seara. 15

PARQUE DE EXPOSIÇÃO No Parque de Exposição o povo faz sua festa

de ano em ano há a emoção, ao sonho e encanto se presta. 16

PARQUE DO LAGO Bem vindo ao Parque do Lago e viva nele a beleza que esbanja com tanto afago a nossa mãe natureza. 17 PARQUE LAGO AZUL “Parque Lago Azul” se veste de mui ricas fauna e flora entre as águas e o celeste luzir da cândida aurora! 18 RIO 119 Corre o Cento e Dezenove banha os sonhos, a memória e a indiferença demove ao se tornar viva a história.

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19 SANTUÁRIO DE APARECIDA Santuário de Aparecida, aqui eu vim adorar a Santa da minha vida e muitas graças buscar. 20 TEATRO MUNICIPAL Teatro Municipal de dançarinas, artistas, de sonhos, rico cristal do povo, joias benquistas! 21 TRECHO DE PEABIRU Marco do velho Caminho por Peabiru conhecido resiste ao tempo e sozinho mostra o laurel esquecido.

PEREGRINANDO PELA REGIÃO DA COMCAM (excerto) COMCAM =Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão 22

COMCAM Coração do Paraná, do Ivaí ao Piquiri, há canções, e “causos” há, que lembram gês, guarani. 23

PEREGRINAÇÕES COMCAM da Rota da Fé, Caminhos de Peabiru, Terra Sem Mal, São Tomé, Quão bela canção és tu! 24

JOÃO MARIA D’AGOSTINI O beato João Maria diz que esteve na região atendendo ao que sofria, trazendo consolação.

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25 CAVALGADAS NA COMCAM Relembrando pioneiros no chão de tuas estradas te fazem, os cavaleiros, a região das cavalgadas. 26 GASTRONOMIA Na COMCAM, gastronomia tempera os bons corações trazendo paz e alegria juntando em festa as nações. 27 CAMINHOS DE PEABIRU* Como rendadas toalhas, fez-se o nosso Peabiru, tecido de extensas malhas, do Paraguai ao Peru. 28 POLÊMICAS Aonde vai o Peabiru?

E quem foi que o construiu? Mesmo não fosse ao Peru, na COMCAM ele existiu! 29 TERRA SEM MAL Em migração permanente, tendo o Sol como fanal, o guarani segue em frente, buscando a Terra Sem Mal. 30 ALTAMIRA DO PARANÁ Altamira da COMCAM, que beleza igual não há. Dos teus rios és guardiã e orgulho do Paraná. 31 ARARUNA Bela Araruna, nascida na moldura do Caminho. Por Peabiru conhecida, tem de nós todo o carinho.

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32 BARBOSA FERRAZ Barbosa em seu chão guardou tesouro em pedra e sinais, que o Peabiru registrou para não perder jamais. 33 BOURBÔNIA Bourbônia, palco da história do índio, branco e tropeiro. Nas trilhas da sua glória peregrinou-se primeiro. 34 CAMPINA DA LAGOA Campina, orgulhosa, ostenta pesquisas da arqueologia, provando, já nos setenta, que o Peabiru existia! 35 CAMPO MOURÃO Camorão, Campo Mourão,

filha e mãe tão orquestradas. Bela COMCAM em ação, fez-se história nas estradas. 36 CORUMBATAÍ DO SUL Corumbataí do Sul tem no seu alvorecer, além do céu muito azul, trilhas de índios para ver. 37 FAROL No Farol inda há quem conte que o beato João Maria batizou a Água da Fonte e fez muita profecia. 38 FÊNIX Fênix chamou-se um dia Vila Rica, em plena glória. Da Missão que ali existia guarda viva hoje a memória.

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39 GOIOERÊ Goioerê, muitos povos já trilharam o teu chão deixando aos teus filhos novos mui valiosa lição. 40 JANIÓPOLIS Foi Janiópolis caminho e palco de tanta saga. Hoje é o rico e alegre ninho de um povo que a paz afaga. 41 LUIZIANA Luiziana das cachoeiras, dos caminhos sempre em flor, das muitas sagas pioneiras de que herdaste o teu vigor. 42 MAMBORÊ Mamborê tem seus segredos,

misteriosos sinais. São curiosos enredos herdados dos ancestrais. 43 MOREIRA SALES Moreira és jovem agora mas tens tão rico passado muitas nações já outrora nos teus campos têm lavrado. 44 NOVA CANTU Teu rio, Nova Cantu, teu tambo, a vila espanhola, índio, Missão, Peabiru, tudo em ti é pura escola. 45 PEABIRU A Peabiru coube a glória de o seu nome registrar o fato vivo da história do Caminho milenar.

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46 IV CENTENÁRIO Barro branco, Gato Preto hoje Quarto Centenário eu canto neste poemeto teu passado legendário. 47 QUINTA DO SOL Quinta do Sol tem encantos, verde e pujante visão. Terra de paz, onde há tantos motivos para a emoção. 48 RANCHO ALEGRE O rancho de tantos causos alegres, sempre bravios desperta muitos aplausos e afasta os dias sombrios.

49 RONCADOR Nas trilhas de Roncador João Maria fez história, nos “causos” do sofredor e em coletiva memória. 50 TERRA BOA Terra Boa, gente boa escreveu nos seus anais tanta história que povoa velhos tempos coloniais. 51 UBIRATÃ Ubiratã, você traz entre as suas tradições, a vocação para a paz vinda de antigas nações.

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NOTA As trovas foram obtidas em livros, boletins de trovas, jornais, trovas enviadas pelos trovadores e em alguns sites, como www.falandodetrova.com, www.poesiasemtrovas.blogspot.com.br , www.singrandohorizontes.blogspot.com.br Biblioteca J. G. de Araújo Jorge, as Mensagens Poéticas enviadas pelo falecido trovador potiguar Ademar Macedo, etc. Montagem da Capa da Revista sobre imagem obtida na internet, não foi encontrada a autoria. Esta revista não pode ser comercializada em hipótese alguma, sem autorização de seus autores ou representantes legais. Pode ser copiado, desde que se coloque o autor das trovas, caso contrário pode ser caracterizado como crime e ser enquadrado nas sanções legais. Respeite os direitos do autor.

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