O ensino da humanização nos currículos de graduação em enfermagem Teaching humanization in undergraduate nursing education programs

October 12, 2017 | Autor: D. Vieira de Almeida | Categoria: Higher Education, Nursing Education, Ministry of Education, Higher Education Institution
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artigo Original

O ensino da humanização nos currículos de graduação em enfermagem Teaching humanization in undergraduate nursing education programs Débora Vieira de Almeida1, Eliane Corrêa Chaves2

RESUMO Objetivo: Investigar a presença de conteúdos sugestivos do ensino da humanização nos programas das disciplinas que compõem a estrutura curricular dos cursos de graduação em enfermagem da cidade de São Paulo. Métodos: Treze instituições de Ensino Superior participaram, totalizando 588 disciplinas. Foram adotados como material de referência os programas de todas as disciplinas que compõem a estrutura curricular dos cursos de graduação em enfermagem, e foram selecionadas todas as instituições de Ensino Superior que estavam credenciadas pelo Ministério da Educação e Cultura até o mês de Maio de 2006. Resultados: Um total de 59% das instituições apresentou algum termo relacionado à humanização, revelando indícios de tal ensino. Porém, apenas uma instituição de Ensino Superior poderia proporcionar o ensino da humanização por meio das disciplinas: Filosofia (definia as dimensões que compõem a definição de humanização) e Antropologia Filosófica (aplicaria tais definições numa dada realidade assistencial). Essa disciplina menciona o encontro entre papéis sociais, sugerindo o predomínio destes sobre a intersubjetividade, ou a intersubjetividade a despeito dos papéis sociais. Conclusão: Os programas das disciplinas do curso de graduação em enfermagem aqui analisados mostraram uma tendência ambígua na maneira de tratar a temática da humanização, ao mesmo tempo em que a maioria das disciplinas apresentou algum termo relacionado à humanização, somente a minoria o apresentou consistentemente. Descritores: Humanização da assistência; Educação em enfermagem; Educação superior; Currículo

ABSTRACT Objective: To study whether humanization is taught in college disciplines as part of the syllabus of nurse training courses in the city of São Paulo. Methods: The sample comprised 13 higher education institutions, totaling 588 disciplines. The education programs of nursing

curricula from the institutions recognized by the Ministry of Education and Culture until May 2006 were used as reference. Results: Terms referring to humanization were encountered in 59%, indicating that it could be taught at these institutions. Only one institution, however, was able to offer any teaching on humanization in the subjects Philosophy (to define the dimensions for defining humanization) and Philosophic Anthropology (applying these definitions to specific healthcare situations). The latter discusses social roles, suggesting that supremacy of social roles prevails over  inter-subjectivity, or inter-subjectivity operates notwithstanding social roles. Conclusion: Nursing undergraduate programs in the present study tended to be ambiguous, most contained terms related to humanization, but few presented this theme consistently. Keywords: Humanization of assistance; Education, nursing; Education, higher; Curriculum

INTRODUÇÃO O termo humanização tem sido recorrente em divulgações científicas sobre o cuidado e a assistência à saúde, seja relacionado à hospitalização, à ética, à tecnologia, a políticas de saúde ou à relação entre os profissionais da saúde e a pessoa que busca seus serviços. Historicamente, a descrição do conjunto de fatores que permitem a humanização ou a desumanização do cuidado em saúde está presente desde meados de 1950(1). Os primeiros esforços em conceituar esses termos datam da década de 1970 e são contribuições da sociologia médica norte-americana(2). A primeira aproximação com os termos humanização e desumanização baseou-se na premissa de que os seres humanos têm necessidades biológicas e fisiológi-

Trabalho realizado na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo (SP), Brasil. 1

Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo (SP), Brasil.

2

Doutora, Professora da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo (SP), Brasil.

Artigo baseado na dissertação de mestrado com o título “O ensino da humanização nos currículos de graduação em enfermagem”, apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em 2007. Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Autor correspondente: Débora Vieira de Almeida – Rua Frei Caneca, 485 – apto. 73B – Consolação – CEP 01307-001 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3120-3373 – e-mail: [email protected] Data de submissão: 28/2/2009 – Data de aceite: 7/7/2009

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cas, e as atitudes orientadas a satisfazê-las seriam consideradas humanizadas, enquanto as desumanizantes as ignorariam. Reconhecer apenas as necessidades biológicas e fisiológicas seria insuficiente para atingir o ser humano completamente. Então, propõe-se a inclusão das necessidades psicológicas, que contemplam a expressão e o respeito consigo mesmo, o afeto, a simpatia e o relacionamento social. Com isso, torna-se mais difícil avaliar a presença ou ausência da humanização dos cuidados, não sendo possível considerar um ser humano universal, pois os valores são individuais e culturais. Apesar dessas singularidades, o contexto do cuidado é sempre interacional(3). Atualmente, o termo humanização é aplicado àquelas situações em que, além de valorizar o cuidado em suas dimensões técnicas e científicas, reconhecem-se os direitos do paciente*(4-5), respeita-se a sua individualidade(6), dignidade(5,7), autonomia e subjetividade(8), sem se esquecer do reconhecimento do profissional também enquanto ser humano, ou seja, pressupõe uma relação sujeito/sujeito(1,9-10). Quando o assunto é humanização, parece ser consenso que a questão central é o sujeito, a pessoa que busca pelo serviço de saúde, caracterizando uma assistência humanizada como aquela que é personalizada. Além disso, qualquer assistência em saúde implica na relação entre pessoas que, nesse caso, ocorre entre o profissional e a pessoa que receberá os cuidados. O fato de considerar o profissional da saúde também como sujeito estabelece uma relação sujeito-sujeito e o que permitirá a classificação dessa interação como humanizada é a qualidade da relação(11). Neste estudo o termo humanização nas práticas de saúde foi concebido como o encontro de sujeitos no e pelo ato de cuidar, ou seja, o encontro de subjetividades. É importante destacar que essa definição está coesa com a do Ministério da Saúde(12). É exatamente essa intersubjetividade viva do momento assistencial que efetiva um espaço relacional(13). Neste espaço relacional existe, além da capacidade técnica, a capacitação interacional do profissional da saúde com o sujeito. Se a pretensão é qualificar essa interação, é necessário ampliar a compreensão, a fim de que o profissional possa expandir o significado de ser humano, percebendo e compreendendo a si mesmo e ao outro como sujeitos. Sendo que a diferença entre o profissional da saúde e a pessoa que busca pelo serviço de saúde é que essa, no momento, necessita de cuidados e o profissional, com seus conhecimentos e habilidades que adquiriu durante a sua formação, dispõe-se a cuidar. A pessoa que receberá os cuidados será chamada por paciente, cliente ou usuário de acordo com a opção do autor que está sendo citado. Quando o texto for das pesquisadoras será utilizado o termo sujeito.

*

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Os currículos das escolas dos futuros profissionais da saúde valorizam pouco os conteúdos relacionados à humanização da assistência, enquanto há hipervalorização dos conteúdos técnicos e relacionados exclusivamente aos aspectos biológicos do ser humano(14). Tanto o aprendizado em saúde quanto o exercício profissional demandam, além de conhecimentos advindos das ciências biológicas, a compreensão de conceitos e o desenvolvimento de valores exigindo aproximação das ciências humanas(15). Currículo é um projeto seletivo dotado de diversos conteúdos organizados sequencialmente, apresentando um campo prático e um discursivo. É um projeto seletivo e ideológico construído a partir do contexto cultural, social, político e administrativo em que está inserido, tornandose realidade de acordo com as condições da escola(16). Na formação dos profissionais da saúde, currículo escrito é definido como um plano estruturado de conteúdos elaborados de acordo com documentos oficiais, prescrevendo o que se deve ensinar(17). O currículo representa a visão que as pessoas que o elaboraram têm do mundo e do homem. Assim, pode-se assumir uma posição predominantemente tecnicista ou humanista(18). Aparentemente, o primeiro caso se refere ao tecnicismo como um currículo biologizante; neste caso, os projetos pedagógicos estariam voltados a abordar, prioritariamente, o ser humano sob aspectos biológicos e as técnicas de intervir sobre esse conteúdo. No segundo, sugere-se que o sujeito seria o foco e não apenas o seu corpo biológico. É suspensa a forma pela qual esse conteúdo humanístico se transformaria em ações(18). O documento curricular escrito não é o único representante das pretensões do que será abordado na formação dos futuros enfermeiros, tendo em vista a importância das experiências em salas de aula e campos de estágio. Entretanto, é lícito supor que esse documento exerce influência significativa sobre os conteúdos que serão contemplados no decorrer da formação dos enfermeiros. Tendo em vista o crescente interesse pela temática da humanização e a necessidade de qualificar a intervenção em saúde, entende-se por currículo o projeto pedagógico do curso, os programas de todas as disciplinas que o compõem e a estrutura curricular. Esta se refere a um quadro em que são apresentados os nomes e as respectivas cargas horárias das disciplinas oferecidas pelo curso. O projeto pedagógico contempla os princípios, a missão e as ideias de cada instituição de Ensino Superior (IES). E os programas das disciplinas são compostos pelos objetivos, conteúdos, método pedagógico, carga horária, avaliação e referencial bibliográfico de cada disciplina. Sabe-se que a concretização das ideias e princípios de cada IES ocorre por meio de conteúdos priorizados nas disciplinas e pela organização destas na estrutura curricular, optou-se por analisar os programas de todas as dis-

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ciplinas que compõem a estrutura curricular dos cursos de graduação em enfermagem da cidade de São Paulo.

OBJETIVO Investigar a presença de conteúdos sugestivos do ensino da humanização nos programas das disciplinas que compõem a estrutura curricular dos cursos de graduação em enfermagem da cidade de São Paulo. MÉTODOS Tipo do estudo Pesquisa descritiva e transversal por meio de análise documental. Local e objeto do estudo Foi desenvolvido na cidade de São Paulo, adotando-se como material de referência os programas de todas as disciplinas que compõem a estrutura curricular dos cursos de graduação em enfermagem. Foram selecionadas todas as IES que estavam credenciadas pelo Ministério da Educação e Cultura até o mês de Maio de 2006. Esses dados foram acessados por meio de consulta ao site do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (INEP)(19). Material do estudo Havia na cidade de São Paulo, na ocasião da consulta ao site do INEP, uma IES federal, uma estadual e 40 particulares que ofereciam o curso de graduação em enfermagem. Estes dados foram obtidos ao se acessar o link Cadastro da Educação Superior, optando-se pela pesquisa avançada por curso. Os campos foram preenchidos com os seguintes dados: região Sudeste, Estado de São Paulo, cidade de São Paulo, curso de graduação e enfermagem, respectivamente. Com essa consulta, a princípio, foram contabilizadas 43 IES, porém ao verificar os endereços, uma delas estava localizada em Bragança Paulista, o que a excluiu deste estudo. É importante destacar que o INEP contabilizava 42 IES na cidade de São Paulo, por considerar, quando esta apresentava o curso em mais de um campus, como uma IES diferente. Entretanto, como o foco do estudo foram os currículos dos cursos de graduação em enfermagem e, sabendo-se que as IES que apresentavam o curso em mais de um campus seguiam o mesmo currículo, foram consideradas 26 IES. Ao estabelecer contato com essas IES, verificou-se que duas delas tinham encerrado o curso de graduação

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em Enfermagem. Com isso, a cidade de São Paulo tinha, no total, 24 currículos diferentes. Todas as 24 IES foram contatadas e 13 aceitaram participar do estudo: 1 federal; 1 estadual; 11 particulares, sendo identificadas com letras maiúsculas de A até M. Os critérios para inclusão dos currículos eram: pertencerem a IES situadas na cidade de São Paulo; IES credenciadas pelo MEC; IES aceitar participar do estudo; IES fornecer cópia do projeto pedagógico e dos programas de todas as disciplinas que compõem o curso.

Procedimento da coleta de dados Em Julho de 2006 foi encaminhada uma cópia do projeto desta pesquisa a todas as IES caracterizadas neste estudo, juntamente com uma carta que apresentava os objetivos e a importância do presente estudo. Entre os meses de Julho de 2006 e Fevereiro de 2007, as IES informaram o consentimento ou não em participar da pesquisa. A consulta do material iniciou-se em Agosto de 2006, finalizando em Fevereiro de 2007. Instrumento de coleta de dados Utilizado para caracterizar e classificar cada disciplina, contemplou os seguintes itens: nome da disciplina e carga horária total, tipo de ciência, requisito, semestre de oferecimento. Nome da disciplina e carga horária total O nome da disciplina e a carga horária total apresentaram-se incompatíveis quando se comparou a estrutura curricular com os programas das disciplinas. Sabendose que os programas podem ser atualizados com maior regularidade que a estrutura curricular, padronizou-se em considerar os dados dos programas quando se apresentavam conflitantes. Tipos de ciência Esta classificação baseou-se nos objetivos, no conteúdo e no método pedagógico dos programas de cada disciplina. Nos casos em que o programa da disciplina não apresentava conteúdo nem objetivo, ou o conteúdo era de acordo com a solicitação dos alunos, este item foi preenchido com o termo impossível classificar, eliminando-a de análise posterior. Procedimento de tabulação dos dados Inicialmente todos os programas das disciplinas foram lidos em busca de termos relacionados, explícita ou implicitamente, ao significado de humanização deste estudo. einstein. 2009; 7(3 Pt 1):271-8

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Em seguida, esses termos foram submetidos à confrontação conceitual nas áreas da filosofia e semântica com o objetivo de validar sua correlação com o significado de humanização deste trabalho. Os termos que atendiam a essas exigências foram considerados como correlatos ao termo humanização e serviram de base para a seleção de disciplinas em um momento posterior. Paralelamente, todas as disciplinas foram classificadas ou como ciência básica (da área de humanas, ou não) ou aplicada (à enfermagem, ou não). As disciplinas classificadas como ciências básicas não relacionadas às ciências humanas e as não aplicadas à enfermagem foram descartadas. As demais foram lidas novamente, selecionando apenas as que apresentavam pelo menos um dos termos correlatos ou o próprio termo humanização em seus programas. Um total de 349 disciplinas representava àquelas que cumpriram essas exigências. Posteriormente, esses programas foram lidos com o intuito de investigar se os termos utilizados para selecionálos coincidiam com o conceito de humanização eleito para este estudo. Essa definição contempla quatro dimensões, as quais visam atingir a intersubjetividade e foram utilizadas como indicadores de compatibilidade: características do sujeito (o que é); construção de subjetividade (como ocorre a construção desse sujeito); expressão da subjetividade (como o sujeito se expressa); encontro entre sujeitos (o eu e o outro). As disciplinas que contemplavam essas quatro dimensões foram classificadas como compatibilidade total; as que abordavam de um a três como compatibilidade parcial; e as que não contemplavam nenhuma delas como ausência de compatibilidade. Nos casos em que houve indícios desse conteúdo estar presente no referencial bibliográfico, levando em consideração seu título, as pesquisadoras consultaram o material com a finalidade de validar ou não esse indício.

Termos correlatos ao termo humanização Foram considerados como correlatos ao termo humanização algumas palavras cujas definições na perspectiva da filosofia ou da semântica sobrepõem-se ao conceito desta aqui utilizado. Isso não significa que nos programas das disciplinas pesquisadas esses termos foram utilizados com base nessas definições. Esse fato foi investigado numa etapa posterior da pesquisa. Os termos foram: humanizado(s), humanizada(s), humanístico(s), humanística(s), humanista, humanizadora, sujeito, direito(s), dever(es), responsabilidade(s), autonomia, liberdade, confiança, respeito, independência, dignidade, subjetividade, intersubjetividade, relação(ões), interpessoal(is), relacionamento, comunicação, indivíduo, individual, individualmente, individualidade, individualizado(a), pessoa(s), integral(is), integrada, integralizada, integralidade, psicossomátieinstein. 2009; 7(3 Pt 1):271-8

ca, holístico(s), holística(s), holisticamente, ética(s), ético(s), biopsicossocial(is), bio-sócio-psico-espirituais, bio-psico-socio-espiritual, bio/psico e social, reconhecer, assistência, assistir, assistencial, assistenciais, bioética, cuidado(s), cuidando e cuidar.

Tratamento dos dados Os dados coletados foram apresentados e trabalhados considerando as frequências absolutas (n) e relativas (%). Aspectos éticos Com base na Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, esta pesquisa, por não envolver seres humanos, dispensaria apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa (COEP), porém, por uma atenção especial às IES envolvidas, optou-se por submetê-la a apreciação do COEP da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, o qual, após análise, reiterou a disposição inicial. RESULTADOS Tendo como referência a presença de algum termo relacionado à humanização, observou-se que as IES, com exceção das IES K (32%) e M (43%), apresentaram maior percentual de disciplinas que contemplavam algum termo em relação àquelas que não o apresentaram, variando de 54 a 74% (Tabela 1). Tabela 1. Presença de termo relacionado à humanização nas disciplinas por IES

IES A B C D E F G H I J K* L M

Disciplina com algum termo relacionado à humanização Sim n 24 28 25 36 40 28 22 19 23 23 18 48 15

Total

Não % 62 62 54 60 68 72 63 54 62 62 32 74 43

n 15 17 21 24 19 11 13 16 14 14 27 17 20

% 38 38 46 40 32 28 37 46 38 38 48 26 57

n 39 45 46 60 59 39 35 35 37 37 56 65 35

% 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

*Esta IES apresentou 11 disciplinas impossíveis de serem classificadas. Portanto, o valor total da soma das disciplinas com presença e ausência de algum termo não corresponde ao total de disciplinas do curso.

Observa-se na Tabela 2, a predominância de disciplinas que apresentaram ausência de compatibilidade com o conceito de humanização, seguida pelas que

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Tabela 2. Compatibilidade conceitual  das disciplinas com a definição de humanização Compatibilidade IES A B C D E F G H I J K L M Total

Total n 2 2 0 1 0 1 0 1 0 1 0 4 0 12

Parcial % 8 7 0 3 0 4 0 6 0 4 0 8 0 3

n 6 9 9 8 15 9 6 9 7 1 6 10 2 97

% 25 32 36 22 37 32 27 47 30 4 33 21 13 28

Ausente n 15 17 13 23 21 16 16 9 14 20 11 30 13 218

% 63 61 52 64 53 57 73 47 61 88 61 63 87 62

Impossível comparar o conceito n 1 0 3 4 4 2 0 0 2 1 1 4 0 22

% 4 0 12 11 10 7 0 0 9 4 6 8 0 7

Total n 24 28 25 36 40 28 22 19 23 23 18 48 15 349

% 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

contemplaram parcialmente essa definição em todas as IES, com exceção da IES H. Esta apresentou o mesmo percentual de disciplinas nessas duas classificações. Apenas 3% de todas as disciplinas que apresentaram algum termo relacionado à humanização foram completamente compatíveis com a definição de humanização. Essas estavam distribuídas em 7 das 13 IES (A, B, D, F, H, J e L). Observa-se na Tabela 3 que apenas as IES A e L apresentaram disciplinas de ciências básicas da área de humanas e de ciência aplicada à enfermagem completamente compatíveis com o conceito de humanização. Tabela 3. Compatibilidade com o conceito de humanização por IES e por tipo de ciência IES A B D F H J L Total

Ciência Básica da área das Ciências Humanas n % 1 50 0 0 0 0 1 100 1 100 0 0 1 25 4 33

Ciência aplicada à Enfermagem n % 1 50 2 100 1 100 0 0 0 0 1 100 3 75 8 67

Total n 2 2 1 1 1 1 4 12

% 100 100 100 100 100 100 100 100

Apreensão do conteúdo de humanização pelas IES que apresentaram disciplinas de ciência básica da área de humanas e de ciência aplicada à enfermagem completamente compatíveis com o conceito de humanização IES A Antropologia filosófica Ciência básica da área de Humanas, oferecida no terceiro semestre. Abordou as quatro dimensões que

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compõem o conceito de humanização. Conceitua o homem e a subjetividade, direcionando-os para o encontro entre dois sujeitos individuais por meio de uma relação ética. Introdução à Psicologia Ciência aplicada à Enfermagem, oferecida no primeiro semestre. Contemplou as quatro dimensões que compõem a definição de humanização e as direcionou para situações específicas do processo de adoecimento e cura. Cabe ressaltar que o encontro entre sujeitos ocorreria entre sujeitos sociais: enfermeiro e paciente. Essa disciplina foi oferecida antes da disciplina ‘Antropologia filosófica’ e o conteúdo de ambas não apresentava elementos que sugerissem correlação entre elas. IES L Filosofia Ciência básica da área de Humanas, oferecida no primeiro semestre. Definiu as quatro dimensões que compõem o conceito de humanização. Antropologia filosófica Ciência aplicada à Enfermagem, oferecida no terceiro semestre. Abordou as quatro dimensões que constituem o conceito de humanização, direcionando-as para o encontro entre os sujeitos numa dada realidade assistencial. Foram considerados sujeitos o profissional da saúde e a pessoa que receberá os cuidados. Isso associado ao compartilhamento de referencial bibliográfico e o período de oferecimento entre essa disciplina e a Filosofia, sugere uma correlação entre ambas: a Filosofia oferecendo os conteúdos teóricos de humanização e a Antropologia filosófica aplicando-os numa dada realidade assistencial. Embora tenha compartilhado um referencial bibliográfico com a disciplina Filosofia, a abordagem do sujeito diferiu, a Filosofia mencionou sujeitos individuais e a Antropologia Filosófica, sujeitos sociais. Essa diversidade permite supor que, ou há uma indefinição entre sujeito psicológico e sujeito social, ou uma progressão conceitual, em que se inicia com o sujeito individual (Filosofia) progredindo para o sujeito social (Antropologia Filosófica), ou seja, os sujeitos se encontram por meio dos papéis sociais que desempenham no momento assistencial, sem negligenciarem a sua subjetividade. Ética em Enfermagem II Ciência aplicada à Enfermagem, oferecida no quinto semestre. Conduziu as quatro dimensões que compõem a definição de humanização para situações específicas de adoecimento em que ocorreriam os encontros entre sujeitos sociais (enfermeiro e paciente). einstein. 2009; 7(3 Pt 1):271-8

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Ética em Enfermagem III Ciência aplicada à Enfermagem, oferecida no oitavo semestre. Direcionou as quatro dimensões constituintes do conceito de humanização para o encontro entre sujeitos sociais (enfermeiro e paciente). Esse encontro era analisado a partir da ética.

DISCUSSÃO O currículo estando inserido em um contexto social influencia e é influenciado por este, principalmente por meio das atitudes dos profissionais que por ele são formados. O fato das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem(20), as quais servem como orientações para as IES elaborarem seus currículos, utilizarem termos imprecisos e sem os definirem ou caracterizarem, permite que a interpretação destes ocorra pela perspectiva de cada pessoa que o lê. Este é o caso do termo humanista presente no perfil do profissional egresso (“enfermeiro com formação humanista”). Mesmo estas Diretrizes pertencendo ao contexto social de inserção de todas as IES do território brasileiro, a incorporação de conteúdos referentes a este termo nos currículos pode ocorrer: por meio de normas de condutas desejáveis para uma assistência digna, ou apenas pela inclusão de conteúdos teóricos da área das ciências humanas, ou, finalmente, unindo essas duas vertentes, preocupando-se com uma formação profissional que tenha consistência teórica sobre as questões humanas, assim como os meios pelo qual esse conteúdo será utilizado na prática assistencial cotidiana. Ao definir humanização em um dos documentos da Política Nacional de Humanização (PNH), o Ministério da Saúde, assemelhando-se ao conceito eleito nessa pesquisa, inclui a subjetividade tanto dos profissionais da saúde quanto dos usuários(12). Nesse sentido, a incorporação da PNH nos currículos de graduação parece ser um passo significativo em direção à humanização da assistência. Entretanto, nenhuma disciplina analisada neste estudo apresentou, ou ao menos sugeriu esse documento em seu referencial bibliográfico. Destaca-se o fato de 11 das 13 IES – exceção das IES D e M – terem elaborado seus currículos após a publicação da PNH. No presente estudo constataram-se indícios do ensino de humanização  na maioria das disciplinas analisadas, pois do total de disciplinas avaliadas,  mais da metade apresentou algum termo relacionado à humanização. Benevides  e Passos(21) chamam a humanização na área da saúde como um modismo, uma vez que esse termo foi introduzido nas mesmas práticas assistenciais sem que tenha havido qualificação das relações interhumanas que aí ocorrem, o que seria justamente o proeinstein. 2009; 7(3 Pt 1):271-8

pósito da humanização. Esses autores parecem utilizar o termo modismo como algo que reflete apenas a aparência, sem consistência. No entanto, modismo não é sinônimo de inconsistência. Moda e inconsistência são elementos diferentes que podem, ou não, estar presentes concomitantemente. Enquanto moda é o conjunto de usos, atitudes, opiniões que momentaneamente predominam numa determinada sociedade(22), inconsistência é a falta de conteúdo, a carência de fundamentação intelectual ou teórica(23). O fato do termo humanização ou qualquer termo correlato ser utilizado, frequentemente, em divulgações científicas, na própria prática assistencial e nos programas das disciplinas analisadas nesta pesquisa, permite afirmar que há interesse em incluir esse tema no ensino e na prática do cuidar. Porém, não necessariamente, o seu uso estabelece a consistência que o tema é abordado. Entre o uso do termo humanização e as modificações da prática assistencial há uma longa trajetória, a qual envolve a consistência, o aprendizado e a forma de utilizar este aprendizado conceitual numa dada realidade factual. O uso do termo pode ser esvaziado de sentido. Com isso, não há aprendizado sobre esse, dificultando a alteração da prática assistencial. Quando há consistência, existe a possibilidade de que ocorra um aprendizado sobre a humanização; porém, se não houver maneira de traduzir o aprendizado teórico em atitudes, não há como acontecer mudanças nesse campo assistencial. Dessa forma, fica evidente que o conceito em si não é condição suficiente para alterar a prática, mas é fundamento necessário para o início desse processo. Nas disciplinas analisadas neste estudo, observou-se que, embora a maioria tivesse algum termo relacionado à humanização, a minoria foi considerada com consistência teórica, ou seja, que fossem completamente compatíveis com o conceito de humanização. Esses dados associados ao fato de que a maioria das disciplinas apresentou a presença de algum termo relacionado à humanização sugere a intenção em acrescentar conteúdos de humanização nos currículos de graduação em Enfermagem, embora não contemple conteúdos consistentes que permitiriam seu ensino. De acordo com Vygotsky(24), o desenvolvimento intelectual dos seres humanos ocorre ao longo da vida envolvendo diversos processos mentais, desde a infância, culminando com a formação de conceitos na adolescência. Conceitos são “construções culturais, internalizadas pelos indivíduos ao longo de seu processo de desenvolvimento”(25). É importante esclarecer que, embora tenha sido utilizado o termo conceito como sinônimo de definição neste trabalho, Vygotsky(24) fala em conceito enquanto

O ensino da humanização nos currículos de graduação em enfermagem

processo de desenvolvimento intelectual, no qual a definição verbal é essencial. A palavra é reconhecida como componente fundamental no direcionamento da formação de conceitos. São cotidianos ou espontâneos os conceitos que, após as vivências dos seres humanos, podem ser expressos por palavras. Já nos científicos, a palavra é a que inicia o processo de representação mental(24). Em relação ao ensino formal, “quando o currículo fornece o material necessário, o desenvolvimento dos conceitos científicos ultrapassa o desenvolvimento dos conceitos espontâneos”(24). Assim, se não são fornecidos conteúdos suficientes para o desenvolvimento de conceitos científicos mais elaborados, como ocorreu em seis das 13 IES que participaram do presente estudo, os espontâneos ou mesmo os científicos do senso comum podem prevalecer. Com base nesses pressupostos presentes na teoria de Vygotsky(24), para que o aprendizado formal da humanização ocorra, ou seja, para que haja a formação do conceito científico de humanização, são essenciais tanto a definição verbal de humanização, quanto sua aplicação numa dada realidade assistencial. Com isso, fica evidente que a formação de um determinado conceito científico necessita de duas etapas: definição e aplicação. Dessa forma, as IES que teriam não apenas como intenção, mas como objetivo proporcionar aprendizado sobre a humanização, deveriam oferecer disciplina(s) de ciência básica da área de Humanas que contemplaria(m) todas as dimensões da definição de humanização, conceituando-as e disciplina(s) de ciência aplicada à enfermagem, a(s) qual(is) proporcionaria(m) a aplicação desses conceitos teóricos numa dada realidade assistencial. Sendo assim, apenas as IES A e L possibilitariam a formação do conceito científico de humanização. No entanto, seria necessário também que as disciplinas de ciência básica da área de Humanas e aplicada à Enfermagem completamente compatíveis com a definição de humanização estivessem articuladas, caso contrário não haveria a possibilidade da formação do conceito de humanização. Nesse caso, a IES A parece impossibilitar a formação de tal conceito. A disciplina Introdução à Psicologia de ciência aplicada à Enfermagem foi oferecida antes da disciplina Antropologia Filosófica de ciência básica da área de Humanas, o que estaria em desacordo com a teoria de Vygostky(24), além do fato da disciplina Introdução à Psicologia direcionar as dimensões que compõem a definição de humanização a situações específicas do processo de adoecimento e cura, demonstrando um enfoque maior da doença sobre o sujeito. Embora a IES L tenha apresentado quatro disciplinas completamente compatíveis com a definição de

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humanização, apenas as disciplinas Filosofia e Antropologia Filosófica de ciência básica da área de Humanas e de ciência aplicada à Enfermagem, respectivamente, permitiriam a formação do conceito científico de humanização e, assim, o seu aprendizado. Este aprendizado é possível pela disciplina Filosofia apresentar conceitualmente as dimensões que compõem a definição de humanização e a Antropologia Filosófica aplicar essas dimensões para uma dada realidade assistencial. Além disso, essas disciplinas compartilham um referencial bibliográfico e o oferecimento da disciplina de ciência básica da área de Humanas é anterior ao da de ciência aplicada à Enfermagem, concordando com a teoria de Vygotsky(24) sobre a formação dos conceitos científicos. Vale destacar duas questões que colocam em cheque a possibilidade do aprendizado da humanização nessa situação. A primeira é que mesmo a Antropologia Filosófica sendo aplicada, não explicita meios de utilizar os conceitos numa realidade factual. A segunda questão refere-se à diferença entre os sujeitos mencionados nestas disciplinas: Filosofia o apresentou como sujeito e a Antropologia Filosófica como papel social. Os papéis sociais surgem a partir de sistemas consuetudinários, o que permite que os membros de uma sociedade desenvolvam certos atos de maneira automática, possibilitando sua concentração em novos projetos e ideias. Por outro lado, o papel tem como estrutura própria a degradação das relações sociais. Ao desenvolver as ações pertinentes aos papéis assumidos, os seres humanos não precisam se mostrar como sujeitos, o que dificulta o conhecimento sobre si mesmo e sobre os outros e reforça os comportamentos necessários aos papéis(26). Considerando a humanização na saúde como o encontro de subjetividades, o mais adequado ao mencionar a relação entre os sujeitos envolvidos nesse processo seria falar, também, em uma relação entre subjetividades e não apenas entre papéis sociais. Ao estabelecerem comportamentos automáticos baseados, prioritariamente, nos papéis sociais, as relações do momento assistencial se degradam, dificultando a expressão dos sujeitos, essencial para uma assistência humanizada. O papel social faz parte da assistência, entretanto, esta terá a possibilidade de se tornar humanizada caso não se confunda papel social com subjetividade. Ignorar tal fato pode conduzir a uma restrição do indivíduo ao seu papel social, excluindo a possibilidade de ocorrer um encontro entre subjetividades. Apesar do programa da disciplina Antropologia Filosófica da IES L tê-la descrito como ciência aplicada à Enfermagem e ter apresentado carga horária apenas teórica, permitiria a aplicação da humanização numa einstein. 2009; 7(3 Pt 1):271-8

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dada realidade assistencial por meio de reflexões, mas não a sua aplicação direta, o que pode transparecer que a humanização é um aspecto secundário do trabalho na área da saúde(27). Ainda em relação à IES L, as disciplinas Ética em Enfermagem II e Ética em Enfermagem III, ambas completamente compatíveis com a definição de humanização, são de ciência aplicada à Enfermagem, mas, aparentemente, não aplicam os conteúdos definidos pela disciplina Filosofia, não atendendo aos pressupostos de Vygotsky(24). Uma das grandes limitações do estudo foi a ausência de base literária sobre o tema “Ensino de graduação em enfermagem e humanização” para dialogar com os resultados obtidos. Além desse, cumpre apontar a própria limitação imposta pela análise documental, a qual impede a apreensão da intencionalidade e a expressão prática desses documentos pelos sujeitos que o utilizam.

CONCLUSÃO Os programas das disciplinas do curso de graduação em Enfermagem analisados mostraram uma tendência ambígua na maneira de tratar a temática da humanização: ao mesmo tempo em que a maioria das disciplinas apresentou algum termo relacionado à humanização (59%),  somente a minoria o apresentou consistentemente (3%). Apenas as disciplinas Filosofia e Antropologia Filosófica (IES L) poderiam proporcionar a formação do conceito científico de humanização, cumprindo com a efetividade do ensino formal que é modificar ou aprimorar conceitos do senso comum e, no caso em questão, os conceitos de humanização. REFERÊNCIAS 1. Casate JC, Corrêa AK. Humanização do atendimento em saúde: conhecimento veiculado na literatura brasileira de enfermagem. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(1):105-11. 2. Deslandes SF. Humanização: revisitando o conceito a partir das contribuições da sociologia médica. In: Deslandes SF, organizador. Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2006. p. 33-47. 3. Howard J. Humanization and desumanization of health care: a concept view. In: Howard J, Strauss A, editors. Humanizing health care. New York: John Wiley & Sons; 1975. p. 57-102. 4. Fortes PAC, Martins CL. A ética, a humanização e a saúde da família. Rev Bras Enferm. 2000;53(n.esp):31-3. 5. Vaitsman J, Andrade GRB. Satisfação e responsabilidade: formas de medir a qualidade e a humanização da assistência à saúde. Ciênc Saúde Coletiva. 2005;10(3):599-613.

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