O estranhamento dos comuns: uma hipótese suplementar sobre a teoria dos cercamentos (UnB)

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O estranhamento dos comuns

uma hipótese suplementar sobre a teoria dos cercamentos Gabriel Tupinambá (PUC-Rio)

Realização Departamento de Filosofia (UnB) Círculo de Estudos da Ideia e da Ideologia (CEII)

Apoio Pós-Graduação em Sociologia (UnB)

O estranhamento dos comuns

uma hipótese suplementar sobre a teoria dos cercamentos Gabriel Tupinambá (PUC-Rio)

Realização Departamento de Filosofia (UnB) Círculo de Estudos da Ideia e da Ideologia (CEII)

Apoio Pós-Graduação em Sociologia (UnB)

O estranhamento dos comuns A. Introdução B. O estranhamento e os comuns, em Marx C. A reconstrução da teoria do estranhamento D. A reconstrução da teoria dos comuns E. Algumas consequências para o marxismo F. Conclusão

A. Introdução

Motivação da pesquisa A hipótese geral Itinerário da pesquisa Itinerário da conferência

A forma prática do problema: Rejeição recorrente das ferramentas capazes de acumular potência em organizações

Motivação

A forma epistemológica do problema: Limites na análise crítica dos fracassos da esquerda

A forma política do problema: Distorção da teoria de dominação capitalista

potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos A forma prática do problema: Rejeição recorrente das ferramentas capazes de acumular potência em organizações

1. Motivação

A forma epistemológica do problema: Limites na análise crítica dos fracassos da esquerda

A forma política do problema: Distorção da teoria de dominação capitalista

disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos A forma prática do problema: Rejeição recorrente das ferramentas capazes de acumular potência em organizações

1. Motivação

A forma epistemológica do problema: Limites na análise crítica dos fracassos da esquerda

disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: (1) processos sociais tem causas sociais
 (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social

A forma política do problema: Distorção da teoria de dominação capitalista

potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos A forma prática do problema: Rejeição recorrente das ferramentas capazes de acumular potência em organizações

1. Motivação

A forma epistemológica do problema: Limites na análise crítica dos fracassos da esquerda

disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: (1) processos sociais tem causas sociais
 (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social

A forma política do problema: Distorção da teoria de dominação capitalista

dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

Hipótese geral

dualismo analítico: (1) processos sociais tem causas sociais
 (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

vo nt ad

eg

era l

potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos

Hipótese geral

disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: (1) processos sociais tem causas sociais
 (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

vo nt ad

eg

era l

potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos

em s a r reg

Hipótese geral

nto e am d fun

disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: (1) processos sociais tem causas sociais
 (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

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potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos

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Hipótese geral

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disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: ial (1) processos sociais tem causas sociais
 c o s o t i e j u /s substância (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

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potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos

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Hipótese geral

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disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: ial (1) processos sociais tem causas sociais
 c o s o t i e j u /s substância (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais

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o

déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

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potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos

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Hipótese geral

nto e am d fun

disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: ial (1) processos sociais tem causas sociais
 c o s o t i e j u /s substância (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais

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déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

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potência: (1) conjunto e conjunto potência (2) organizados < organização (3) soberanos sujeitos

em s a r reg

Hipótese geral

o genérico

nto e am d fun

disciplina: capacidade de seguir uma regra cuja existência depende de seu seguimento

dualismo analítico: ial (1) processos sociais tem causas sociais
 c o s o t i e j u /s substância (2) fracassos de esquerda tem causas pessoais

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ife ren c

izaçã

iaç ão

o

déficit conceitual: não há um conceito ambivalente de autonomização social dominação e emancipação: (1) dominação é concreta e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta
 (para manter a mesma forma)
 (2) dominação é abstrata e portanto
 a luta emancipatória deve ser concreta (para romper com as abstrações) dominação abstrata -> luta através de abstrações

Itinerário da pesquisa

retomar a categoria de genérico sem os compromissos de sua formulação anterior

graduação (Belas Artes)

sobre a incapacidade da arte de substituir aquilo que falta à crítica do trabalho no capitalismo

Itinerário da pesquisa

retomar a categoria de genérico sem os compromissos de sua formulação anterior

graduação (Belas Artes)

sobre a incapacidade da arte de substituir aquilo que falta à crítica do trabalho no capitalismo

mestrado (Filosofia)

sobre a construção de uma teoria racional do sujeito na filosofia hegeliana

Itinerário da pesquisa

retomar a categoria de genérico sem os compromissos de sua formulação anterior

Hegel, Lacan, Zizek (Atropos Press)

graduação (Belas Artes)

sobre a incapacidade da arte de substituir aquilo que falta à crítica do trabalho no capitalismo

mestrado (Filosofia)

sobre a construção de uma teoria racional do sujeito na filosofia hegeliana

Itinerário da pesquisa

retomar a categoria de genérico sem os compromissos de sua formulação anterior

Hegel, Lacan, Zizek (Atropos Press) doutorado (Filosofia)

sobre a ambivalência intrínseca da autonomização das formas sociais Social forms (em preparação)

graduação (Belas Artes)

sobre a incapacidade da arte de substituir aquilo que falta à crítica do trabalho no capitalismo

mestrado (Filosofia)

sobre a construção de uma teoria racional do sujeito na filosofia hegeliana

Itinerário da pesquisa

retomar a categoria de genérico sem os compromissos de sua formulação anterior

Hegel, Lacan, Zizek (Atropos Press) doutorado (Filosofia)

sobre a ambivalência intrínseca da autonomização das formas sociais Social forms (em preparação) pós-doutorado (História)

sobre a organização como uma categoria capaz de localmente articular uma teoria do sujeito e uma teoria das formas sociais Contribuição para a Crítica da Organização Política (em preparação)

Itinerário da conferência

B. O estranhamento e os comuns, em Marx 1. Estranhamento e comum na obra de Marx 2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital 3. Crítica da alienação do trabalho do ponto de vista do cercamento

Itinerário da conferência

B. O estranhamento e os comuns, em Marx 1. Estranhamento e comum na obra de Marx 2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital 3. Crítica da alienação do trabalho do ponto de vista do cercamento 


C. Reconstrução da teoria do estranhamento

Itinerário da conferência

4. 5. 6. 7. 8. 


Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento Uma consequência da exteriorização como operador natural Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato A dialética do cercamento e do comum


B. O estranhamento e os comuns, em Marx 1. Estranhamento e comum na obra de Marx 2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital 3. Crítica da alienação do trabalho do ponto de vista do cercamento 


C. Reconstrução da teoria do estranhamento

Itinerário da conferência

4. 5. 6. 7. 8.

Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento Uma consequência da exteriorização como operador natural Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato A dialética do cercamento e do comum
 


D. Reconstrução da teoria dos comuns 9. Uma teoria da forma social complexa 10. Um suplemento para a teoria da comunização 11. O genérico na ontologia do trabalho nos Manuscritos de 44 12. O genérico no processo produtivo no Capital 13. Uma crítica ao intelecto geral 14. A relação entre as esferas comuns


B. O estranhamento e os comuns, em Marx 1. Estranhamento e comum na obra de Marx 2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital 3. Crítica da alienação do trabalho do ponto de vista do cercamento 


C. Reconstrução da teoria do estranhamento

Itinerário da conferência

4. 5. 6. 7. 8.

Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento Uma consequência da exteriorização como operador natural Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato A dialética do cercamento e do comum
 


D. Reconstrução da teoria dos comuns 9. Uma teoria da forma social complexa 10. Um suplemento para a teoria da comunização 11. O genérico na ontologia do trabalho nos Manuscritos de 44 12. O genérico no processo produtivo no Capital 13. Uma crítica ao intelecto geral 14. A relação entre as esferas comuns
 


E. Algumas consequências

15. O problema da teoria de classes 16. O problema da organização militante 17. O problema da igualdade

B. O estranhamento e os comuns, em Marx

1. Estranhamento e comum na obra de Marx 2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital 3. Crítica da alienação do ponto de vista do cercamento

B1. Estranhamento e comum na obra de Marx

estranhamento (Entfremdung): junto com o conceito de exteriorização (Entäusserung), articula, em textos de 1843-1844, a lógica de expropriação do trabalho em relação ao trabalhador: no modo de produção organizado pela propriedade privada, sua vida, processo laboral e os produtos de seu trabalho passam a lhe “defrontar como um ser estranho”.

B1. Estranhamento e comum na obra de Marx

Manuscritos Econômico-Filosóficos, p.80

B1. Estranhamento e comum na obra de Marx

o termo também aparece tardiamente, nos Grundrisse, em um emprego bastante similar -apenas com o adendo de que se trata de uma operação histórica, portanto superável, do modo de produção capitalista.

Grundrisse, p.705-706

B1. Estranhamento e comum na obra de Marx

os comuns (“the commons”): aparece no capítulo sobre a “chamada acumulação primitiva”, no Capital, como objeto do processo - tanto ilegal, quanto legal - através do qual as propriedades comunais se transformaram em propriedade privada, processo que por sua vez condiciona o encontro de “duas espécies bem diferentes de possuidores de mercadorias (…) de um lado, possuidores de dinheiro, meios de produção e meios de subsistência (…) de outro, trabalhadores livres, vendedores de sua própria força de trabalho"

B1. Estranhamento e comum na obra de Marx

Capital, vol I, p.796-797

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

proprietário

produto

proprietário de capital troca

trabalhador livre

processo e produto do trabalho

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

proprietário igualdade

co-proprietário

produto

proprietário de capital troca

trabalhador livre competição

outro trabalhador

processo e produto do trabalho

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

proprietário

proprietário de capital

produto

troca

igualdade

co-proprietário

trabalhador livre competição

processo e produto do trabalho

outro trabalhador Trabalho estranhado: estranhamento

trabalho

meios privados de produção

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

proprietário de capital

produto

proprietário

troca

igualdade

trabalhador livre

co-proprietário

competição

processo e produto do trabalho

outro trabalhador Trabalho estranhado: estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

produto

trabalho produtivo estranhamento

trabalhador

processo e produto do trabalho

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

proprietário de capital

produto

proprietário

troca

igualdade

trabalhador livre

co-proprietário

competição

processo e produto do trabalho

outro trabalhador Trabalho estranhado: estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

humanidade

produto

trabalho produtivo

genericidade

estranhamento

trabalhador capitalista

processo e produto do trabalho

privação

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital foco nas relações de produção (H - H)

Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

proprietário de capital

produto

proprietário

troca

igualdade

trabalhador livre

co-proprietário

competição

processo e produto do trabalho

outro trabalhador Trabalho estranhado:

foco nas forcas produtivas (H - N) estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

humanidade

produto

trabalho produtivo

genericidade

estranhamento

trabalhador capitalista

processo e produto do trabalho

privação

B2. Os Manuscritos do ponto de vista do Capital Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

produto

proprietário igualdade

co-proprietário



capitalista

troca

o trabalho genérico é entendido como uma capacidade natural comum processo e trabalhador livre à todos - o trabalho não é fruto do trabalho, tal como produto a terra -do e que é trabalho alienada do homem através da formacompetição da propriedade privada. Desse trabalhador ponto de vista, o papel do outro Estado na conformação do trabalho abstrato fica mais claro aqui do que no primeiro capítulo do Capital.

Trabalho estranhado: estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

humanidade

produto

trabalho produtivo

genericidade

estranhamento

trabalhador capitalista

processo e produto do trabalho

privação

B3. Crítica da alienação do ponto de vista do cercamento Acumulação primitiva: propriedade comunal

cercamento da terra

meios privados de produção

uso

proprietário

produto

troca

igualdade

co-proprietário

capitalista

trabalhador livre competição

processo e produto do trabalho

outro trabalhador



Trabalho estranhado: estranhamento

trabalho

no Capital, aexteriorização constituição da força de trabalho em produto homem mercadoria não se dá positivamente, com seu genericidade emprego em uma finalidade menor, mas humanidade através de um violento processo de negativamente, desposessão: “trabalhador livre” quer dizer tanto livre para vender sua força de trabalho quanto livre de outros meios de subsistência.

meios privados de produção trabalho produtivo estranhamento

trabalhador capitalista

processo e produto do trabalho

privação

B3. Crítica da alienação do ponto de vista do cercamento Acumulação primitiva: cercamento da terra

propriedade comunal uso

meios privados de produção privatização

proprietário

produto

igualdade

co-proprietário

despossessão

troca

capitalista

trabalhador livre competição

outro trabalhador

processo e produto do trabalho

B3. Crítica da alienação do ponto de vista do cercamento Acumulação primitiva: cercamento da terra

propriedade comunal

meios privados de produção

uso

proprietário

produto

troca

igualdade

co-proprietário

despossessão

capitalista

trabalhador livre competição

o desemprego precede o emprego

outro trabalhador

Capital, vol I, p.805-806

processo e produto do trabalho

B3. Crítica da alienação do ponto de vista do cercamento Acumulação primitiva: cercamento da terra

propriedade comunal

meios privados de produção

uso

proprietário

produto

troca

igualdade

co-proprietário

despossessão

capitalista

trabalhador livre competição

o desemprego precede o emprego

outro trabalhador

Capital, vol I, p.808-809

processo e produto do trabalho

C. A reconstrução da teoria do estranhamento

4. Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento 5. Uma consequência da exteriorização como operador natural 6. Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor 7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato 8. A dialética do cercamento e do comum

C4. Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento Trabalho estranhado: estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

humanidade

produto

genericidade

pressuposto metafísico do trabalho, a partir do qual a perversão trabalho produtivo histórica do trabalho no estranhamento capitalismo se torna processo e legível trabalhador

produto do trabalho

capitalista

privação

C4. Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento a relação natural entre o trabalhador e o produto do trabalho é a exteriorização…

Trabalho estranhado: trabalho homem

exteriorização

produto

humanidade

genericidade

natureza

homem

produto da atividade humana

o ser humano cria algo que não cabe no seu mundo…

C4. Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento a relação natural entre o trabalhador e o produto do trabalho é a exteriorização…

Trabalho estranhado: trabalho homem

exteriorização

produto

humanidade

genericidade

natureza

homem

produto da atividade humana

.. mas permanece ligado a essa criação pois ambos são parte da natureza

C4. Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento a relação natural entre o trabalhador e o produto do trabalho é a exteriorização…

Trabalho estranhado: trabalho homem

exteriorização

produto

humanidade

genericidade

natureza

homem

produto da atividade humana

a função lógica da natureza é pressupor uma homogeneidade fundamental, que garantiria o laço entre o produtor e seu produto, assim como o laço entre o produtor daquele produto e a capacidade de produção do gênero humano

outros homens … e ao expandir-se através das criações humanas, a natureza também expande a natureza humana, aquilo que a humanidade toda é capaz.

C4. Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento

Manuscritos Econômico-Filosóficos,p.84

C4. Crítica filosófica à teoria da alienação e do cercamento a relação natural entre o trabalhador e o produto do trabalho é a exteriorização…

Trabalho estranhado: trabalho homem

… e o estranhamento aparece como uma ruptura histórica nessa homogeneidade: o estabelecimento de uma heterogeneidade sobrenatural entre a humanidade e suas produções

exteriorização

produto

humanidade

genericidade

natureza

homem

meio (sobreviver para viver)

trabalho estranhado

produto da atividade humana

fim (viver para criar)

natureza ≠ segunda natureza

homem

fim (sobreviver para trabalhar)

produto da atividade humana

meio (criar para sobreviver)

C5. Uma consequência da exteriorização como operador natural Trabalho estranhado: estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

humanidade

produto

trabalho produtivo

genericidade

estranhamento

trabalhador capitalista

processo e produto do trabalho

privação

C5. Uma consequência da exteriorização como operador natural Trabalho estranhado: estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

humanidade

produto

trabalho produtivo

genericidade

estranhamento

trabalhador capitalista

processo e produto do trabalho

privação

C5. Uma consequência da exteriorização como operador natural Trabalho estranhado: estranhamento

meios privados de produção

trabalho homem

exteriorização

humanidade

produto

trabalho produtivo

genericidade

estranhamento

trabalhador capitalista

processo e produto do trabalho

privação

em uma teoria que onde o laço entre produtor e produto é natural, e historicamente interditado pela privatização, há uma implicação lógica entre o que é perdido pelo trabalhador e o que está disponível para ser usufruído pelo "outro" do trabalhador: (A) se o que eu perco na alienação antes me pertencia (B) se essa perda pertence agora a um outro (C) se há uma homogeneidade natural entre os homens e o que eles produzem (ABC) então o outro pode sempre gozar do que eu perdi

C6. Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor No Capital, a relação entre homogeneidade e heterogeneidade se inverte: Trabalho estranhado:

heterogeneidade social

ser genérico

trabalho determinado

propriedade privada

homogeneidade natural

homogeneidade social

Trabalho abstrato:

trabalho abstrato heterogeneidade natural

trabalho concreto

mercadoria

C6. Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor No Capital, a relação entre homogeneidade e heterogeneidade se inverte: Trabalho estranhado:

o processo e os produtos do trabalho defrontam o trabalhador como um ser estranho heterogeneidade social

ser genérico

trabalho determinado

propriedade privada

homogeneidade natural

o homem se exterioriza em suas criações, através das quais cria também a humanidade em geral homogeneidade social

Trabalho abstrato:

trabalho abstrato heterogeneidade natural

trabalho concreto

mercadoria

C6. Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor No Capital, a relação entre homogeneidade e heterogeneidade se inverte: Trabalho estranhado:

o processo e os produtos do trabalho defrontam o trabalhador como um ser estranho heterogeneidade social

ser genérico

trabalho determinado

propriedade privada

homogeneidade natural

o homem se exterioriza em suas criações, através das quais cria também a humanidade em geral

Trabalho abstrato:

trabalho abstrato heterogeneidade natural

cada trabalho é concretamente particular e diferenciado, bem como os produtos que produz - os trabalhadores só estabelecem relações entre si através da mediação da forma do valor

trabalho concreto

a inclusão do trabalho na formamercadoria garante a homogeneidade formal não só entre os produtos do homogeneidade social trabalho como do próprio trabalho, ele mesmo pago em termos de seu custo de reprodução

mercadoria

C6. Crítica da exteriorização do ponto de vista do valor No Capital, a relação entre homogeneidade e heterogeneidade se inverte: Trabalho estranhado:

heterogeneidade social

ser genérico

trabalho determinado

propriedade privada

homogeneidade natural

o enigma social é a diferença entre proprietários

homogeneidade social

Trabalho abstrato:

trabalho abstrato heterogeneidade natural

trabalho concreto

mercadoria

o enigma social é a equivalência entre mercadorias

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

homogeneidade social

trabalho abstrato heterogeneidade natural

trabalho concreto

mercadoria

o enigma social é a equivalência entre mercadorias o enigma da natureza passa a ser a heterogeneidade

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

natureza plástica, ou "fraca":

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

natureza plástica, ou "fraca":

homem

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

natureza plástica, ou "fraca":

exteriorização

homem

criação

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

natureza plástica, ou "fraca":

exteriorização

homem

estranhamento

criação

propriedade

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

natureza plástica, ou "fraca":

exteriorização

homem

estranhamento

criação

re-apropriação

propriedade

comum

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

exteriorização

homem

estranhamento

criação

propriedade

o que se perde pode ser recuperado

natureza plástica, ou "fraca":

re-apropriação

comum

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

exteriorização

homem

estranhamento

criação

propriedade

o que se perde pode ser recuperado

natureza plástica, ou "fraca": estranhamento

natureza

homem

re-apropriação

comum

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

exteriorização

homem

estranhamento

criação

propriedade

o que se perde pode ser recuperado

natureza plástica, ou "fraca": estranhamento

natureza

estranhamento

homem

criação

re-apropriação

comum

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

exteriorização

homem

estranhamento

criação

propriedade

o que se perde pode ser recuperado

natureza plástica, ou "fraca": estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho

criação

re-apropriação

abstrato

comum

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

exteriorização

homem

estranhamento

criação

re-apropriação

propriedade

comum

o que se perde pode ser recuperado

natureza plástica, ou "fraca": estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho re-apropriação

criação

abstrato

comum

C7. O estranhamento do ponto de vista do trabalho abstrato

natureza elástica, ou "forte":

exteriorização

natureza

exteriorização

homem

estranhamento

criação

re-apropriação

propriedade

comum

o que se perde pode ser recuperado

natureza plástica, ou "fraca": estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho re-apropriação

criação

abstrato

o que se perde está irremediavelmente perdido

comum

C8. A dialética do cercamento e do comum

fantasma constituído pela perda do estranhamento

natureza homogênea

uso comum "efeito colateral"

estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho re-apropriação

criação

abstrato

comum

C8. A dialética do cercamento e do comum

hipótese: e se a promessa de recuperação da realização perdida for constituída pelo processo de perda, de modo que a concepção positiva do comum, como campo do uso irrestrito das capacidades naturais, é um efeito colateral do próprio processo de sermos privados de diferentes esferas da natureza?

fantasma constituído pela perda do estranhamento

natureza homogênea

uso comum "efeito colateral"

estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho re-apropriação

criação

abstrato

comum

C8. A dialética do cercamento e do comum

natureza estranha

propriedade privada

c ercam ento dos comuns

fantasma constituído pela perda do estranhamento

natureza homogênea

uso comum "efeito colateral"

estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho re-apropriação

criação

abstrato

comum

C8. A dialética do cercamento e do comum

natureza comum



natureza estranha

propriedade privada

c ercam ento dos comuns

promessa do uso comum

fantasma constituído pela perda do estranhamento

natureza homogênea

uso comum "efeito colateral"

estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho re-apropriação

criação

abstrato

comum

C8. A dialética do cercamento e do comum

natureza comum



natureza estranha

propriedade privada

c ercam ento dos comuns

promessa do uso comum

cercamento da dimensão “natural" da alienação fantasma constituído pela perda do estranhamento

natureza homogênea

uso comum "efeito colateral"

estranhamento

natureza

estranhamento

homem

exteriorização trabalho re-apropriação

criação

abstrato

comum

D. A reconstrução da teoria dos comuns

9. Uma teoria da forma social complexa 10. Um suplemento para a teoria da comunização 11. O genérico na ontologia do trabalho, nos Manuscritos 12. O genérico no processo produtivo, no Capital 13. Uma crítica ao intelecto geral 14. A relação entre as esferas comuns

D9. Uma teoria da forma social complexa

natureza comum



natureza estranha

cercamento dos comuns

propriedade privada promessa do uso comum

D9. Uma teoria da forma social complexa

natureza comum



natureza estranha

Capital

cercamento dos comuns

propriedade privada promessa do uso comum

D9. Uma teoria da forma social complexa

natureza comum



natureza estranha

Capital

cercamento dos comuns

Estado

propriedade privada promessa do uso comum

D9. Uma teoria da forma social complexa

natureza comum



natureza estranha

Nação Capital

cercamento dos comuns

Estado

propriedade privada promessa do uso comum

D9. Uma teoria da forma social complexa

natureza comum



natureza estranha

Nação Capital

cercamento dos comuns

propriedade privada promessa do uso comum

Estado

"Atualmente as nações capitalistas avançadas são caracterizadas por um sistema triplo, a trindade do Capital-Nação-Estado. Em sua estrutura, encontramos antes de mais nada a economia capitalista de mercado. Mas essa, se abandonada a si mesma, leva inevitavelmente a disparidades econômicas e conflitos de classe. Para remediar isso, a nação, que é caracterizada por uma tendência à comunidade e à igualdade, tenta resolver as diversas contradições trazidas pela economia capitalista. O estado, por sua vez, realiza essa tarefa através de medidas como taxação, redistribuição e regulações. O capital, a nação e o estado todos diferem entre si, e cada um é fundado sob um conjunto diferente de princípios, mas eles se articulam numa forma mutuamente suplementar. Estão ligados na forma de um nó borromeano, em que o sistema como um todo fracassaria se qualquer um dos três componentes estivesse faltando.""

Karatani, Kojin, The Structure of World History, p.1 (Duke Press, 2014)

D9. Uma teoria da forma social complexa

natureza comum



natureza estranha

Nação Capital

cercamento dos comuns

propriedade privada promessa do uso comum

Estado

Até hoje, o pensamento da estranheza - daquilo que transcende a si mesmo - coube majoritariamente às religiões, em sua forma transcendental, à filosofia moderna, em sua forma ideal, e, à psicanálise, em sua forma individual.

D10. Um suplemento para a teoria da comunização

Polanyi, Karl A Grande Transformação, p,78 (Campus, 2012)

D10. Um suplemento para a teoria da comunização

Mercado

Elementos da indústria Terra Trabalho

condições

Mercadorias

Dinheiro (não são produzidos para venda)

(produzidos para venda)

D10. Um suplemento para a teoria da comunização

Mercado

Elementos da indústria Terra Trabalho

condições

Mercadorias

Dinheiro (não são produzidos para venda)

(produzidos para venda)

Sistema capitalista Três classes Proprietário fundiário

Mercado

Elementos da indústria Terra

Trabalhador assalariado

Trabalho

Capitalista

Dinheiro

mercadorias fictícias

Mercadorias

D10. Um suplemento para a teoria da comunização

Mercado

Elementos da indústria Terra Trabalho

condições

Mercadorias

Dinheiro (não são produzidos para venda)

(produzidos para venda)

Sistema capitalista Três classes Proprietário fundiário

Mercado

Elementos da indústria Terra

Trabalhador assalariado

Trabalho

Capitalista

Dinheiro "Antagonismos do comum"

mercadorias fictícias

Mercadorias

D10. Um suplemento para a teoria da comunização Antagonismos do comum

"A única verdadeira questão hoje é: endossamos a predominante naturalização do capitalismo, ou o capitalismo global contém antagonismos poderosos o suficiente para impedir sua reprodução indefinida? Existem quatro antagonismos assim: a crescente ameaça de uma catástrofe ecológica, a impropriedade da noção de propriedade privada para a chamada “propriedade intelectual”, as implicações socioéticas dos novos desenvolvimentos tecnocientíficos (especialmente na biogenética), e, por último, mas não menos importante, as novas formas de apartheid, novos muros e favelas. Há uma diferença qualitativa entre esse último aspecto - o corte que separa os excluídos dos incluídos - e os outros três, que designam os domínios do que Hardt e Negri chamam de “comuns”, a substância compartilhada de nosso ser social, cuja privatização depende de atos violentos que devem também, se necessário, ser resistidos por meios violentos"

Zizek, Slavoj Começar do começo de novo (Verso, 2009)

D10. Um suplemento para a teoria da comunização Antagonismos do comum

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

Cultura

Dinheiro

Propriedade intelectual

D10. Um suplemento para a teoria da comunização Antagonismos do comum

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

Cultura

Dinheiro

Propriedade intelectual

Despossuídos de substância

Excluídos

Novas formas de apartheid

D10. Um suplemento para a teoria da comunização Antagonismos do comum

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

Cultura

Dinheiro

Propriedade intelectual

Excluídos

Novas formas de apartheid

nossa hipótese: um outro comum

Despossuídos de substância

D11. O genérico na ontologia do trabalho, nos Manuscritos

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

Cultura interna ≠ Cultura externa

Dinheiro

Propriedade intelectual

há uma diferença entre a produção cultural enquanto troca simbólica dentro de uma dada cultura e a produção cultural que transcende os limites do seu próprio mundo: cultura “interna”: saber consumível (ex: informação) cultura “externa”: processo de produção de formas comuns (ex: prática científica)

D11. O genérico na ontologia do trabalho, nos Manuscritos

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

Cultura interna ≠ Cultura externa

Dinheiro

Propriedade intelectual

o genérico é o nome que Marx usa para nomear como a perda de identidade pode ter um aspecto universal: não porque todo mundo se reconhece naquela criação que se autonomizou de seu criador, mas porque, do ponto de vista desse desgarramento, o criador está tão sujeito à criatura quanto qualquer outra pessoa.

D11. O genérico na ontologia do trabalho, nos Manuscritos

Comum

Natureza externa Natureza interna Cultura interna ≠ Cultura externa

Manuscritos Econômico-Filosóficos, p.85

D11. O genérico na ontologia do trabalho, nos Manuscritos

Comum

Natureza externa Natureza interna Cultura interna ≠ Cultura externa

o duplo e o estranhamento (Freud) Manuscritos Econômico-Filosóficos, p.85

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

Cultura interna

Dinheiro

Propriedade intelectual

Cultura externa

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

Cultura interna

Dinheiro

Propriedade intelectual

Cultura externa

Componente do processo produtivo

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Dinheiro

Propriedade intelectual

conhecimento

Cultura externa

Componente do processo produtivo

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Dinheiro

Propriedade intelectual

conhecimento

Excluídos

Novas formas de apartheid

Cultura externa

Despossuídos de substância

Componente do processo produtivo

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Dinheiro

Propriedade intelectual

conhecimento

Excluídos

Novas formas de apartheid

exército de reserva

Componente do processo produtivo

Cultura externa

Despossuídos de substância

(desemprego estrutural)

a mercadoria trabalho é paradoxal, pois entra no processo produtivo diferencialmente, tanto como valor de uso - seu consumo produz mais valor quanto como valor de troca - que relaciona o trabalhador à totalidade social

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Capital, p.722

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

Desemprego estrutural

totalidade social

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital meios privados de produção trabalho produtivo estranhamento

trabalhador capitalista

Cultura externa

Universalidade

processo e produto do trabalho

privação

Desemprego estrutural

totalidade social

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital meios privados de produção trabalho produtivo estranhamento

trabalhador não-trabalhador

Cultura externa

Universalidade

processo e produto do trabalho

privação

Desemprego estrutural

totalidade social

D12. O genérico no processo produtivo, no Capital

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

Desemprego estrutural

totalidade social

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

o cercamento da estranheza pode ser entendido como a expropriação da capacidade de fazer algo com a fraqueza da natureza, a capacidade de se “desnaturar" através de atividades que materialmente consolidam circuitos trans-culturais de troca (universalismo)

D13. Crítica ao intelecto geral

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

Desemprego estrutural

totalidade social

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

defesa do intelecto geral como tendência comunizante do próprio capitalismo: relação social imediata saber entre conhecedores (mais valia relativa)

dinheiro

meios de produção
 + força de trabalho (mais valia absoluta)

relação social mediada pelas mercadorias

mercadoria … (vendida por…) mais dinheiro

D13. Crítica ao intelecto geral

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

Desemprego estrutural

totalidade social

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

defesa do intelecto geral como tendência comunizante do próprio capitalismo: relação social imediata saber entre conhecedores (mais valia relativa)

dinheiro

meios de produção
 + força de trabalho (mais valia absoluta)

relação social mediada pelas mercadorias

mercadoria … (vendida por…) mais dinheiro

D13. Crítica ao intelecto geral

Grundrisse, p.651

defesa do intelecto geral como tendência comunizante do próprio capitalismo: relação social imediata entre produtores

dinheiro

saber (mais valia relativa)

meios de produção
 + força de trabalho (mais valia absoluta)

relação social mediada pelas mercadorias

mercadoria … (vendida por…) mais dinheiro

D13. Crítica ao intelecto geral

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

Desemprego estrutural

totalidade social

Cultura externa

Universalidade

relação social imediata entre produtores

dinheiro

saber (mais valia relativa)

meios de produção
 + força de trabalho (mais valia absoluta)

Componente do processo produtivo

relação social mediada pelas mercadorias

“trabalho social total” (valor de reprodução da força de trabalho)

mercadoria … (vendida por…) mais dinheiro

D13. Crítica ao intelecto geral

v

v v

Capital, p.115

D13. Crítica ao intelecto geral

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento (acesso ao consumo) totalidade social (acesso à produção)

Cultura externa

Universalidade

Desemprego estrutural

Componente do processo produtivo

muitas pessoas consomem informação que depende da dimensão comum do saber, pouquíssimas produzem ou participam de processos que tenham essa vocação comum. Podemos certamente fazer circular muita cultura pelo mundo, tornando as diferenças culturais cada vez mais acessíveis, mas isso não significa que quem recebe e usa essa riqueza comum tenha condição de participar na produção de sua circulação global, pois para participar de algo comum, algo que transcende a cultura ou o contexto particular de sua produção, é preciso ser capaz de se estranhar de si.

D14. A relação entre as esferas comuns

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

Desemprego estrutural

totalidade social

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

assimetria: A alienação das condições materiais de uma universalidade concreta - a experiência do estranhamento - é condição para a constituição do fantasma da natureza “forte" e dos “comuns positivos"

D14. A relação entre as esferas comuns

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Natureza externa

Terra

fantasia Catástrofe da harmonia ecológica metabólica matéria prima

Trabalho

fantasia dabiogenética auto-realização força de trabalho Tecnologia

Natureza interna uma vez cercada a natureza estranha do homem: Cultura interna Cultura externa

Linguagem Universalidade

Antagonismo

Componente do processo produtivo

fantasia daintelectual representação Propriedade

conhecimento

fantasia da exterioridade Desemprego estrutural

totalidade social

assimetria: A alienação das condições materiais de uma universalidade concreta - a experiência do estranhamento - é condição para a constituição do fantasma da natureza “forte" e dos “comuns positivos"

D14. A relação entre as esferas comuns

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Natureza externa

Terra

fantasia Catástrofe da harmonia ecológica metabólica matéria prima

Trabalho

fantasia dabiogenética auto-realização força de trabalho Tecnologia

Natureza interna uma vez cercada a natureza estranha do homem: Cultura interna Cultura externa

Linguagem Universalidade

Antagonismo

Componente do processo produtivo

fantasia daintelectual representação Propriedade

conhecimento

fantasia da exterioridade Desemprego estrutural

totalidade social

fragmentação: Surge também a fantasia pseudo-universalista da homogeneidade interna ao comum e entre os comuns. A ideia de que tudo o que é comum a todos é comum entre si.

E. Algumas consequências para o marxismo

15. O problema da teoria de classes 16. O problema da organização militante 17. O problema da igualdade

E15. O problema da teoria de classes

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

Desemprego estrutural

totalidade social

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

Fração da classe trabalhadora

E15. O problema da teoria de classes É como se os três componentes do processo de produção - a programação intelectual e a comercialização [marketing], a produção material, e a provisão de recursos materiais - tivessem se tornado cada vez mais autônomos, surgindo hoje como três esferas separadas. Em suas consequências sociais, essa separação aparece como as “três classes principais” das atuais sociedades desenvolvidas, que, precisamente, não são classes, mas três frações da classe trabalhadora: os trabalhadores intelectuais, a velha classe dos trabalhadores manuais e os excluídos (os desempregados, os que vivem nas favelas e em outros interstícios do espaço público). A classe trabalhadora cindiu-se portanto em três partes, cada uma com seu próprio “estilo de vida” e sua própria ideologia: o hedonismo esclarecido e o multiculturalismo liberal da classe intelectual, o fundamentalismo populista da classe operária e as formas mais extremas, singulares da fração excluída [outcast]. Em termos hegelianos [“Hegelês”], essa tríade é claramente a tríade do universal (os intelectuais), do particular (os trabalhadores manuais) e do singular (os excluídos). O resultado desse processo é a gradual desintegração da vida social propriamente dita, de um espaço público em que poderiam encontrar-se essas três frações - e a política identitária em todas as suas formas vem suplementar [is a supplement for] essa perda. A política identitária adquire uma forma específica em cada das três frações: a política da identidade multicultural pós-moderna na classe intelectual, o fundamentalismo populista retrógrado da classe operária e os grupos inciáticos semi-legais (crime organizado, seitas religiosas etc) entre os excluídos. O que todos compartilham é ter sua identidade particular como substituto da falta de um espaço público universal. Zizek, Slavoj Começar do começo de novo (Verso, 2009)

E15. O problema da teoria de classes

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

trabalhador manual

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

trabalhador intelectual

Desemprego estrutural

totalidade social

excluídos

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

Fração da classe trabalhadora

E15. O problema da teoria de classes

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

trabalhador manual

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

trabalhador intelectual

Desemprego estrutural

totalidade social

excluídos

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

Fração da classe trabalhadora

não há homogeneidade formal na composição dessas três frações da classe trabalhadora

E15. O problema da teoria de classes

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Antagonismo

Natureza externa

Terra

Catástrofe ecológica

matéria prima

Natureza interna

Trabalho

Tecnologia biogenética

força de trabalho

trabalhador manual

Cultura interna

Linguagem

Propriedade intelectual

conhecimento

trabalhador intelectual

Desemprego estrutural

totalidade social

excluídos

Cultura externa

Universalidade

Componente do processo produtivo

Fração da classe trabalhadora

não há homogeneidade formal na composição dessas três frações da classe trabalhadora Crítica ao populismo: na formulação de Ernesto Laclau, como a construção discursiva de um circuito de equivalência entre diferentes demandas sociais, pressupõe-se que haja homogeneidade formal entre os diferentes fragmentos sociais a serem costurados.

E15. O problema da teoria de classes

O proletariado foi assim divido em três partes, cada uma delas enfrenta hoje as outras duas: os trabalhadores intelectuais, cheios de preconceitos culturais, contra os trabalhadores reacionários, que exibem seu ódio populista contra os intelectuais e os excluídos, e esses em permanente antagonismo com a sociedade como tal. O velho grito “proletários, uni-vos!” é mais pertinente do que nunca: nas novas condições do capitalismo “pós-industrial”, a unidade dessas três frações da classe trabalhadora já é a sua vitória.

Zizek, Slavoj Começar do começo de novo (Verso, 2009)

E16. O problema da organização militante

"A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante"

E16. O problema da organização militante

"A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante"

alienação improdutiva em ideais mistificadores a ideologia que nos domina, e que reproduzimos, é aquela que representa os interesses da classe dominante.

E16. O problema da organização militante

"A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante"

alienação improdutiva em ideais mistificadores a ideologia que nos domina, e que reproduzimos, é aquela que representa os interesses da classe dominante. evitação da alienação produtiva em ideias racionais: as ideias que tem poder de síntese social - de dominar ou se impor - são monopólio da classe dominante

E16. O problema da organização militante

"A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante"

alienação improdutiva em ideais mistificadores a ideologia que nos domina, e que reproduzimos, é aquela que representa os interesses da classe dominante. evitação da alienação produtiva em ideias racionais: promessa de exteriorização as ideias que tem poder de síntese social - de dominar ou se impor - são monopólio da classe dominante estranheza insuportável

E16. O problema da organização militante

"A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante"

alienação improdutiva em ideais mistificadores a ideologia que nos domina, e que reproduzimos, é aquela que representa os interesses da classe dominante. evitação da alienação produtiva em ideias racionais: disciplina organização administração matemática instituição …

as ideias que tem poder de síntese social - de dominar ou se impor - são monopólio da classe dominante estranheza insuportável práticas que implicam um estranhamento e um apagamento de si para adquirirem sua consistência e que também tem capacidade de acumular poder para além daqueles que as praticam

E16. O problema da igualdade

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Natureza externa

Terra

fantasia Catástrofe da harmonia ecológica metabólica matéria prima

Natureza interna

Trabalho

fantasia dabiogenética auto-realização força de trabalho Tecnologia

Cultura interna

Linguagem

Cultura externa

Universalidade

Antagonismo

Componente do processo produtivo

fantasia daintelectual representação Propriedade

conhecimento

fantasia da exterioridade Desemprego estrutural

totalidade social

E16. O problema da igualdade

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Natureza externa

Terra

Natureza interna suspenso o cercamento… Cultura interna Cultura externa

Trabalho Linguagem Universalidade

Componente do processo produtivo trauma da indiferença fantasia Catástrofe da harmonia ecológica metabólica matéria primacientífica ao homem Antagonismo

trauma da indiferença fantasia dabiogenética auto-realização força de trabalho Tecnologia artística à expressão trauma da indiferença fantasia daintelectual representação Propriedade conhecimento política às identidades fantasia da exterioridade Desemprego estrutural totalidade trauma social da indiferença amorosa das pulsões

E16. O problema da igualdade

Comum

Mercadoria fictícia/ Cercamento

Natureza externa

Terra

Natureza interna suspenso o cercamento… Cultura interna Cultura externa

Trabalho Linguagem Universalidade

Componente do processo produtivo trauma da indiferença fantasia Catástrofe da harmonia ecológica metabólica matéria prima científica ao homem Antagonismo

trauma da indiferença fantasia dabiogenética auto-realização força de trabalho Tecnologia artística à expressão trauma da indiferença fantasia daintelectual representação Propriedade conhecimento política às identidades fantasia da exterioridade Desemprego estrutural totalidade social trauma da indiferença amorosa das pulsões

a produção de espaços de igualdade não aplaca o estranhamento, mas o socializa Logo, torna-se estratégica a produção de formas de organização coletiva capazes de suportar àquilo que pretendem comunizar.

F. Conclusão

O comunismo é a solução de problemas comunistas.

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