O que me fascina na Escola Austríaca de Economia

September 30, 2017 | Autor: Tato Silva | Categoria: Political Economy, Economy, Economia, Economia Política, Carl Menger, Escola Austríaca
Share Embed


Descrição do Produto

O que me fascina na escola austríaca de economia.

Em primeiro lugar permito-me corrigir o meu próprio título. Não há escola austríaca apenas de economia. O que há é um esforço parecido ao Círculo de Viena, curiosamente próximos temporalmente, que pretende ir além de uma só ciência, em prol da mesma ciência. Logo, a escola austríaca fala per se de filosofia, epistemologia, lógica, direito, política entre outros assuntos. Carl Menger, que é considerado o pai da escola austríaca, pelo seu livro Princípios da Economia Política demonstra que o esforço intelectual passa por estabelecer bases epistemológicas que suportem o seu interesse pela economia. Tal atenção filosófica dálhe corpo, segundo Ricardo Feijó, estudioso da área, a um naturalismo importante. A economia não parte de algo como o historicismo alemão apregoava de forças objetivas, científicas que cultuavam a produção, o trabalho e os meios de produção como foco. A economia tinha uma “margem” na qual a troca tinha papel central e não a produção. Um bem econômico tinha uma expressão marginal, de utilidade marginal, para ser mais exato, que transcendia a sua produção. Superando o paradoxo de Adam Smith da água e do diamante, o primeiro chegava com valor menor pela sua quantidade e pelos intercursos presentes nas suas variadas trocas e não porque em si, ou seja, ontologicamente valha mais ou menos que o diamante, que é mais escasso. A escassez, como todos sabem, é o motor da economia. E quanto mais eu procuro (demanda) por um produto o preço deste tende a aumentar porque a sua produção e colocação para a troca (oferta) é mais escassa e vice versa. Tal mecanismo seria ou soaria subjetivo e variaria para cada centro de comércio e mercado. E não teria um valor único retirado da venda do trabalhador para a produção. O foco não é o trabalhador. O foco não é o artesão, mas o artesanato. É óbvio que as condições não podem ser análogo a de um escravo, mas o mínimo de redescrição da situação coloca o foco no que a economia mengeriana quer. Essa situação faz da escola austríaca já a partir de seu pai interessante e instigante. Desde o classicismo escocês, britânico, passando pelo historicismo alemão, a economia tem uma figura. Depois da escola austríaca, e mesmo com a síntese de Keynes, as coisas

mudaram de figura. É preciso liberar definitivamente o mercado para que se possa conseguir algo de importante com as trocas. É claro que a água variará de fabricante para fabricante até mesmo no mesmo lugar, em lugares parecidos, com situações diferentes. É natural que seja assim. O que precisamos compreender é que a escola austríaca parece adaptar o contexto, a praxeologia, como Feijó atribui a Mises, aos termos de mudança da economia. A economia passa definitivamente a ser uma ciência social aplicada e não uma ciência totalmente e completamente seca e histórica. Parada. Todo esse esforço faz-me despertar um interesse próprio não só por Carl Menger, mas pelo que fez e conseguiu com à economia ligado ao subjetivo e não ao mero objetivo.

Eustáquio Silva

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.