O QUE SIGNIFICA ARTE, CULTURA E EDUCAÇÃO NO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE LICENCIATURA EM DANÇA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV?

July 5, 2017 | Autor: Rosana Pimenta | Categoria: Education, Art, Higher Education, Teacher Training, Dance
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O QUE SIGNIFICA ARTE, CULTURA E EDUCAÇÃO NO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE
LICENCIATURA EM DANÇA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV?

Rosana Aparecida Pimenta
Instituto de Artes da Unesp/Pós-Graduação em Artes
[email protected]


RESUMO
A pesquisa em andamento tem por objetivo investigar as concepções de Arte,
Cultura e Educação presentes no currículo do curso de formação para
docência em Dança da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Com o objetivo
de realizar de um Estudo de Caso, o campo empírico do trabalho são todos os
documentos referentes aos projetos pedagógicos do Curso de Licenciatura em
Dança da UFV. Apresentamos como premissa o potencial da Arte para a
transformação do indivíduo e da sociedade, bem como a importância de seus
saberes para formação plena do ser humano, para a autonomia e o exercício
crítico da cidadania. Neste sentido, infere-se a necessidade de articulação
colaborativa entre as concepções de Arte, Cultura e Educação a fim de
construir e cultivar valores essenciais à formação social dos sujeitos
envolvidos.

Palavras-chave: Arte, Dança, Educação, Ensino Superior, Formação Docente.

Abstract
The research aims to investigate the conceptions of Art, Culture and
Education present in the curriculum of training course for teaching in
Dance at the Federal University of Viçosa (UFV). With a view to carrying
out a case study, the empirical field of work is based in all documents
relating to educational projects of the Graduation of Dance at the Federal
University of Viçosa (UFV). We introduce as premise the potential of Art
for the transformation of the individual and society, and the importance of
their knowledge to development of human beings, for autonomy and critical
citizenship. In this sense, it is inferred the need for collaborative joint
among the concepts of Art, Culture and Education in order to build and
cultivate core values for social training of those involved.

Keywords: Art, Dance, Education, Higher Education, Teacher Training.


Introdução
No intuito contribuir para a reflexão a respeito da Licenciatura na área
artística como ação de transformação social, a pesquisa "Concepções de
Arte, Cultura e Educação e a Formação do Professor de Dança", em andamento
no Programa de Pós-Graduação em Artes – Doutorado, objetiva discutir o que
é tido como importante pelos especialistas, docentes e acadêmicos no que
diz respeito a formação docente em Dança.
Esta pesquisa é fruto do envolvimento da doutoranda com Arte e Educação na
Educação Básica e Superior. Desde a graduação no IA/Unesp, a pesquisadora
apresenta-se engajada em projetos que relacionam Arte, ações culturais e
educativas. Sua militância sedimentada no contato com o pensamento do
filósofo frankfurtiniano Hebert Marcuse e do sociólogo francês Pierre
Bourdieu, favoreceriam o permanente questionamento da cultura hegemônica em
relação a Arte e Educação fazendo emergir inquietações sobre as diversas
concepções que permeiam uma definição conceitual, bem como concepções podem
expressar distintas orientações ideológicas.
O modo como as concepções de Arte, Cultura e Educação são expressadas nos
projetos pedagógicos e ementários do curso de formação em análise, revelam
as maneiras de conceber o currículo acadêmico na área. Essas concepções
constituem o objeto deste estudo.
A hipótese a ser confirmada é a de que os conceitos empregados no PPC/Dança
da UFV – Licenciatura, apenas repetem concepções românticas de Arte,
Cultura e Educação, tanto quanto é romântico seu objetivo.
Para o qual, há o discurso de proposição de uma formação crítica sim, mas
que contraditoriamente não pode se completar sem uma fundamentação que
assegure princípios norteadores para que isso aconteça. Os quais deveriam
estar explicitados e estruturados nas matrizes curriculares. Da mesma
maneira, não estão ali contempladas as Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCNs) para o curso de Dança.
De modo que, ainda que não tenha sido a intenção dos proponentes do
PPC/Dança da UFV - Licenciatura, o mesmo apresenta um projeto de formação
que pende mais para o tradicional e conservador do que para a transformação
social por meio de uma formação crítica e emancipadora.
Nesse sentido, é manifestado neste trabalho o desejo de vir a contribuir
para a reflexão sobre a proposição e reformulação de cursos de licenciatura
em Dança. Queremos discutir a relação Arte, Cultura e Educação numa
perspectiva crítica, o que deve se dar no intuito de propiciar a reflexão
sobre a constituição de um Projeto Pedagógico de Curso e o significado
político-pedagógico das reformas curriculares num curso de licenciatura em
Dança.
Listamos abaixo os objetivos que, em suma, correspondem ao questionamento
de que concepções permeiam a formação de docentes em Dança em sua educação
inicial e que se constituirão o background de sua prática docente?
São eles: Realizar a análise documental dos itens que compõem o Projeto
Pedagógico do Curso de Licenciatura em Dança da UFV, bem como as alterações
e reformulações aplicadas desde sua criação; Revelar a presença, ou
ausência, das concepções de Arte, Cultura e Educação no Projeto Pedagógico
do Curso de Licenciatura em PPC/Dança da UFV, bem como essas definições
conceituais estariam ou se encontram ali formulados; Demonstrar a relação
entre as concepções de Arte, Cultura e Educação presentes no PPC/Dança e as
matrizes curriculares para a concretização do curso expressado no texto do
projeto pedagógico; Averiguar e revelar a importância do Curso de
Licenciatura em Dança da UFV para a própria universidade, para a sociedade
e para a área artística respondendo a seguinte pergunta: Qual efetividade
para a formação artística crítica do docente num curso que opera com a
especificidade em Dança? Apresentar uma proposta de um Projeto Pedagógico
de Curso de Licenciatura em Dança para a UFV, com abordagem de cunho
emancipador da Educação e que contemple a integração das linguagens
artísticas no intuito de favorecer o desenvolvimento da Arte como
potencializadora da transformação social.
Nossa premissa maior é de que a função estética e social da Arte opera no
sentido de formação de um sujeito autônomo e consciente. Essa formação para
a autonomia, no entanto pode encontrar obstáculo no que se refere ao campo
de luta em que grupos e classes procuram hegemonia para legitimar seu
status quo.
Bourdieu (2007) apresenta os mecanismos de legitimação da cultura erudita e
com isso nos oferece pistas de como pode ser estreita a relação da história
da formação da universidade e do sistema educacional, do entendimento de
arte erudita e do estabelecimento do mercado de bens simbólicos europeu, na
composição do referencial cultural brasileiro.
Os mecanismos de validação e perpetuação de valores na estruturação da
sociedade, apresentados pelo autor francês, induzem a perguntas referentes
à formação do professor na linguagem artística Dança, considerando as
relações de poder entre a cultura dominante e a reprodução de desigualdades
sociais. Também incita a identificar nesse quadro de reprodução das
estruturas sociais de dominação e de luta, as concepções para a formação na
área Dança no campo educacional brasileiro.
Delineamos assim nosso trabalho: revelar, analisar e interpretar a
construção curricular do curso de Licenciatura em Dança da UFV para então
apresentarmos uma proposta de revisão do Projeto Pedagógico de Curso -
Dança (PPC/Dança) que, por meio de uma abordagem de cunho emancipador da
Educação, se utilize da integração das linguagens artísticas para favorecer
o desenvolvimento da Arte como potencializadora da transformação social em
relação ao contexto político e sociocultural.

2. Cursos de Licenciatura em Dança existentes no Brasil
A Dança no Brasil, tem seu reconhecimento como linguagem artística a ser
trabalhada na escola por meio da obrigatoriedade do componente curricular
Arte na Educação Básica, a partir da LDB 9.394/96. Desde então, passou a
figurar em documentos formulados pelo Ministério da Educação e Secretarias
Estaduais e Municipais de Educação de todo o país.
De acordo com Strazzacappa e Morandi (2011), o primeiro curso superior
brasileiro em Dança foi criado em 1956 pela Faculdade de Dança da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Desde sua criação, o
curso oferece formação em Licenciatura e Bacharelado.
A respeito do mencionado curso, Aquino (2001) afirma que ele foi o alicerce
para o currículo mínimo para a formação em nível superior no Brasil na área
de Dança. Sendo que, o referido currículo[1] para a formação em nível
superior foi viabilizado pelo parecer de n.º 641/71, do Conselheiro Clóvis
Salgado e pela resolução s/n de 19/08/71, do então Conselho Federal de
Educação.
Aproximadamente 25 anos após a criação da primeira graduação em Dança, já
na década de 1980, surgiram quatro cursos, dentre os quais está o da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), de licenciatura e bacharelado,
instalado no Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes da
UNICAMP, em Campinas/SP, registrada em 01/03/1986.
Criada em 1985, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, havia a graduação em Dança
da UniverCidade, atualmente com as atividades suspensas[2]. Outro curso
criado em 1985 e à época instalado na Faculdade de Dança da PUC/Curitiba,
hoje pertence à Faculdade de Artes do Paraná, da Universidade Estadual do
Paraná (FAP/UNESPAR), uma instituição estadual. Havia ainda no litoral
paulista, o extinto curso de Dança da Faculdade Santa Cecília dos
Bandeirantes.
Além disso, surgem nas duas últimas décadas, diversos cursos de graduação
em Dança oriundos da Reforma da Educação Superior, que apresentou um plano
de ação para a reestruturação, desenvolvimento e democratização das
Instituições Federais de Ensino Superior (BRASIL, 2003).
Hoje (2015), estão cadastradas no sistema e-mec (www.emec.mec.gov.br) do
Ministério da Educação, Inep[3], trinta e três cursos de licenciatura em
Dança por todo o país, sem contar 14 bacharelados em Dança. Ademais, há os
inúmeros congressos, simpósios, fóruns e grupos de pesquisas que surgiram.
Seguem, listados abaixo apenas os cursos de Licenciatura:
Na região sudeste do país, a começar pela cidade de São Paulo, temos três
instituições privadas de ensino com cursos de licenciatura em Dança, são
elas: a Faculdade Paulista de Artes (FPA), com curso criado em 24/12/1991,
a Universidade Anhembi Morumbi (UAM), com curso criado em 22/02/1999 e o
Centro Universitário Sant'Anna (UNISANT'ANNA), sem data de início do
funcionamento do curso registrada.
Na grande São Paulo, no município de São Caetano do Sul, há a Faculdade
Tijucussu[4], com curso criado em 02/02/2004. No interior do Estado de São
Paulo, além da UNICAMP, universidade estadual anteriormente citada, há a
Universidade de Sorocaba (UNISO), instituição privada, com licenciatura
criada em 08/02/2010.
No Estado do Rio de Janeiro, há a Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), com licenciatura criada em 22/03/2010, a Faculdade Angel Vianna
(FAV), com curso criado em 18/03/2001 e a Universidade Estácio de Sá
(UNESA), em 03/02/2014, sendo que as três licenciaturas estão instaladas na
capital. Das três instituições presentes na cidade do Rio de Janeiro,
apenas a primeira é uma pública e as outras duas de privadas.
Há ainda, no município de Campos dos Goytacazes, a Universidade Cândido
Mendes (UCAM), com curso criado em 24/02/2014, instituição privada de
ensino.
No Estado de Minas Gerais, estão localizadas duas universidades públicas
com cursos de Licenciatura em Dança: a Universidade Federal de Viçosa
(UFV), em Viçosa, com curso criado em 20/05/2002 e a Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), com curso criado em 02/08/2010, no campus de Belo
Horizonte.
Na região Centro-Oeste, há na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
(UEMS), em Campo Grande, a Licenciatura em Artes Cênicas e Dança, que data
do ano de 2009. Há ainda, a Universidade Federal de Goiânia (UFG), com
curso criado em 06/03/2011, o Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia – Goiás, campus Aparecida de Goiânia, com curso criado em
30/09/2013 e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Brasília (IFB), no Distrito Federal, com cursos que datam de 06/08/2010 e
07/04/2011, sendo que um deles está em processo de extinção.
No sul do país, além da UNESPAR, em Curitiba criada nos anos 1980, estão
concentrados no Rio Grande do Sul, cinco cursos instalados em importantes
universidades brasileiras: a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), uma
universidade confessional cristã, localizada no município de Canoas, com
curso criado em 01/03/2008. Há a Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), em Santa Maria, com curso de 01/04/2013, a Universidade Federal de
Pelotas (UFPEL), no campus de Pelotas, que apresenta uma licenciatura
criada em 2008, com cursos em processo de extinção e a Universidade Federal
do Rio Grande do (UFRGS), em Porto Alegre, com curso criado em 01/03/2009.
Há ainda, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), em
Montenegro, com curso criado em 08/04/2002. Foi criada ainda em 1998, o
curso da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), já extinto.
Na região norte, estão a Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, com
curso criado em 02/01/2008 e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em
Manaus, com licenciatura criada em 01/08/2001.
Na região nordeste, tal como é na região norte, todas as instituições que
apresentam cursos de licenciatura em Dança são públicas, pertencendo ao
Governo Federal ou Estadual: há a Fundação Universidade Federal do Sergipe
(UFS), em Laranjais/SE, a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com o
curso criado em 16/03/2007 no campus de Maceió, a Universidade Federal do
Ceará (UFC), em Fortaleza, com curso criado em 18/06/2010 e a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal, com curso de 16/02/2009.
Há ainda, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), campus de João Pessoa,
com curso que data de 01/10/2013, a Universidade Federal do Pernambuco
(UFPE), em Recife, com curso criado em 16/02/2009 e a Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia (UESB), com curso criado em 20/06/2012, no campus de
Jequié.


3. A pesquisa em desenvolvimento, percurso metodológico e procedimentos
3.1 O Curso de Licenciatura em Dança da UFV

Os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Dança da Universidade Federal de
Viçosa, apresentam já em seus primeiros dez anos de funcionamento, duas
reformulações, sendo que a segunda está em andamento. Tendo recebido a
Comissão de Avaliação do INEP, para avaliação in loco, no período de 02 a
05 de junho de 2013, a qual apresentou o relatório de Avaliação no 93151
sobre o curso de Bacharelado em Dança. Sendo assim, a instituição aguarda a
avaliação do Curso de Licenciatura.
A Universidade Federal de Viçosa (UFV) foi fundada em 1926 e está
localizada na Zona da Mata no Estado de Minas Gerais, no município de
Viçosa. Trata-se de uma cidade que possui uma população estimada de 76.147
habitantes para o ano de 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE, 2013).
É importante destacar que o município de Viçosa é essencialmente
universitário. Sendo que, dos 76.147 habitantes, 14.597 são estudantes de
graduação e pós-graduação, fazendo com que grande parte do comércio local,
atividades culturais e artísticas estejam predominantemente voltadas para o
atendimento de alunos, funcionários e professores da UFV. A cidade conta
ainda com outras três instituições privadas de ensino superior. Nenhuma das
quais oferece qualquer formação na área de Artes, seja tecnológica, em
bacharelado ou licenciatura.
Atualmente, a UFV oferece 67 cursos de graduação distribuídos em seus três
campi – Viçosa, Florestal e Rio Paranaíba. Há, ainda, 40 programas de pós-
graduação stricto sensu.
É uma universidade de tradição nas Ciências Agrárias e apresenta uma
diversidade de cursos de graduação e pós-graduação nesta área. Já, no que
diz respeito às Artes, possui apenas os cursos de Bacharelado e
Licenciatura em Dança que formam profissionais que, em sua maioria, não
permanecem no município após a formatura e com isso, não exercem atividade
profissional na cidade.
A graduação em Dança teve início em 2002, tendo sido aprovada pelo Conselho
de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UFV em 12/07/2000, registrado em
Ata nº 360/2000.
Ao lado dos cursos de Comunicação Social, História, Geografia e Ciências
Sociais representou a expansão da área de Humanidades na Instituição. De
acordo com Moreira (2006), a criação do Curso de Dança causou estranhamento
na comunidade acadêmica que questionou a pertinência dessa área de
conhecimento na UFV.
Em conversa com o Pro-Reitor de Ensino Professor Frederico Passos, ele nos
conta que a UFV sempre foi uma universidade pioneira no Brasil, mas que
alguns docentes argumentavam contra a abertura de um Curso de Dança
calçados no fato da área ser uma novidade para a instituição. Outras
graduações, criadas à época, tinham raízes em cursos de graduação e pós-
graduação já existentes na universidade. É o caso do curso de Bioquímica, o
primeiro do Brasil (informação verbal)[5].
As pessoas envolvidas na criação do Curso de Dança apostaram na pertinência
da diversificação e expansão das áreas acadêmicas na UFV empreendendo sua
criação no Departamento de Educação Física (DES), onde estava lotada a
professora Maristela Moura Silva Lima, que corajosamente encabeçou esta
ação.
A Comissão Criadora do Curso de Dança foi constituída pelos professores:
Frederico Vieira Passos, do Departamento de Tecnologia de Alimentos (TAL),
Maristela Moura Silva Lima, do DES, Alba Pedreira Vieira, oriunda do DES,
Maria do Carmo Couto Teixeira, do Departamento de Educação (DPE) e pelas
convidadas Suzana Martins, da UFBA, Dionísia Nanni, especialista na área e
Patrícia Lima, Proprietária do Núcleo Arte e Dança de Viçosa , então
diretora da companhia Grupo Êxtase de Dança.
O Curso de Dança pertence ao Departamento de Artes e Humanidades (DAH), do
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH) da UFV e oferece,
atualmente, 20 vagas distribuídas entre a Licenciatura e o Bacharelado.
Na UFV, há três formas de ingresso nos cursos de graduação. A primeira, por
meio do Sistema de Seleção Unificada (SISU), centralizado pelo Ministério
da Educação o qual utiliza as notas obtidas no Exame Nacional de Ensino
Médio (Enem). Esse sistema é o responsável por preencher 80% das vagas
oferecidas pela UFV.
Sendo que, os outros 20% é preenchido por meio do Programa de Avaliação
Seriada para Ingresso no Ensino Superior (PASES), que avalia o candidato
por três vezes consecutivas no transcorrer do Ensino Médio. Os candidatos
que participam da seleção de ingresso via PASES também podem realizar a
prova do Enem.
A terceira maneira de ingressar nos cursos de graduação da UFV é por meio
das vagas ociosas, as quais são acrescentadas ao número de vagas oferecidas
via SiSU. No último ano, essas vagas representaram o acréscimo de 10% das
vagas oferecidas por curso.
Visto que na UFV, são duas as formações oferecidas em Dança, Licenciatura e
Bacharelado, apresenta-se como campo de desta pesquisa, o curso de
Licenciatura que abarca o seguinte conjunto de disciplinas obrigatórias:
Consciência Corporal, História da Dança, Balé Clássico, Dança
Contemporânea, Teoria da Arte do Movimento de Rudolf Laban, Metodologia do
Ensino da Dança, Folclore, Danças Populares Regionais, Música e Movimento,
Antropologia e Arte, Composição Coreográfica, Atuação Teatral, Dança de
Salão, Dança para Portadores de Necessidades Especiais, Composição
Solística, Pesquisa de Dança, Anatomia Humana, Fisiologia, Cinesiologia,
Estágio Supervisionado e Práticas de Ensino. Há, ainda, o oferecimento de
disciplinas optativas: Tendências e Modismos na Dança, Técnicas Circenses,
Dança e Longevidade, Sapateado, Dança e a Escola, Imagem e Vídeo, Jazz,
Repertório Clássico e Contemporâneo. Há duas disciplinas também voltadas
para a linguagem teatral: Atuação Teatral e Desenho Teatral, contemplando
aspectos técnicos. A presença dessas disciplinas sinaliza preocupação ou
interesse na interface com o teatro.
A primeira vista, o rol de disciplinas apresentado sugere uma formação mais
técnica em Dança. O oferecimento de disciplinas da área de Educação é mais
restrito do que em outros cursos brasileiros observados. Notamos a ausência
de Didática, Psicologia da Educação, Filosofia e Estética.
No que diz respeito ao Ensino de Artes em Viçosa, extraímos de um trabalho
de conclusão de curso da UFV, orientado por mim e realizado estritamente
neste município, as seguintes informações: 88% dos professores que
ministram aulas de Artes nas Escolas Estaduais no município de Viçosa não
possuem formação específica na área (BASTOS, 2013).
Outros aspectos importantes revelados neste mesmo levantamento, realizado
pela então estudante citada acima, foram os seguintes: ao descrever os
perfis dos professores atuantes na rede Estadual de Ensino em Viçosa foi
possível observar que são justamente os professores com formação específica
na área de Artes que se encontram em situação empregatícia provisória para
o ensino nessa disciplina. O restante dos profissionais, são efetivos e
formados em outras áreas do conhecimento, ou ainda efetivados na área de
Artes, mas sem formação específica nesta área.
Revelamos ainda que, dentre os participantes do estudo, nenhum professor é
efetivo em Artes. Existem apenas dois professores efetivos concursados para
as áreas de Língua Portuguesa e Educação Física mas que lecionam o
componente curricular Artes. Este fato levou a seguinte dúvida: ou existem
poucos concursos e poucas vagas disponíveis para o componente curricular
Artes no município, ou ainda não existem candidatos para essas vagas
(pessoas com formação em Artes).
Os profissionais efetivados começaram na escola como contratados e só foram
efetivados pela lei 100/2007. Para serem concursados os professores devem
ter formação específica na área. No Edital SEPLAG/SEE Nº. 01 /2011, de 11
de julho de 2011, do último concurso público para professores da Rede
Estadual no ano 2012. Lá consta que há obrigatoriedade do candidato possuir
curso de formação específica na área. No caso da área de Artes, o edital
pede a seguinte formação: "Arte/Artes: diploma devidamente registrado de
curso legalmente reconhecido de Licenciatura Plena em Educação Artística,
expedido por instituição de ensino superior credenciada"[6]. Neste mesmo
concurso, consta que "O candidato que concorrer a cargos cuja habilitação
exigida (área de atuação) permita cursos por equivalência/similaridade ao
exigido deverá apresentar o respectivo histórico escolar.[7]"
Essa possibilidade colocada no edital permite a contratação de professores
sem formação em Artes para lecionarem nesta área. Pensamos, isso ocorre
pelo fato de que em Viçosa exista apenas o curso de Artes na modalidade
licenciatura e bacharelado em Dança? Lembrando que o Curso de Dança da UFV
ainda é relativamente novo tendo sua primeira turma formada em 2006.
O estudo mencionado acima, contribuiu para pensarmos a relação Universidade
e Sociedade um aspecto a ser considerado em nosso Estudo de Caso.
Ao observar na microrregião da Zona da Mata Mineira as demandas por uma
educação artística nas redes Estadual e Municipais de Ensino, nos
perguntamos: A formação para a docência na área de Dança corresponde a
expectativa de uma educação artística crítica e emancipadora?

3.2 Organização do material analisado
Tal qual indica Bardin (1994), a pré-análise do material explorado permitiu
decidir a respeito de três aspectos: "a escolha dos documentos a serem
submetidos à análise, a formulação das hipóteses e dos objetivos e a
elaboração de indicadores que fundamentam a interpretação final" (p. 121).
Os documentos que passaram por essa pré-análise foram os seguintes: As atas
de colegiado de Curso do período de 2002 a 2007, período que compreende a
criação do curso até a organização do PPC/Dança vigente, que data de 2007;
O PPC/Dança de Licenciatura - 2005, anexo ao relatório da Avaliação-
Verificação "IN LOCO", do Curso de Dança, Processo 013902/2005, da
Secretaria Geral de Graduação da Pró-Reitoria de Ensino da UFV; O PPC/Dança
de Licenciatura - 2007, Processo 001765/2007, do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes da UFV; O PPC/Dança de Bacharelado – 2012 e o
Relatório de Avaliação no 93151 sobre o curso de Bacharelado em Dança[8]. A
instituição aguarda a avaliação do Curso de Licenciatura. O PPC/Dança de
Licenciatura – 2012, ainda não registrado[9]; Matrizes Curriculares do
Curso de Dança da UFV; Regime Didático da UFV; A monografia "A criação do
Curso de Dança na UFV na perspectiva de seus idealizadores que apresenta a
proposta para um PPC inicial; Resolução CNE/CES 3, de 8/03/2004, que aprova
as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Dança e dá
outras providências; Parecer CNE/CES 146, de 3/04/2002 - Aprova as
Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Administração,
Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Dança, Design, Direito, Hotelaria,
Música, Secretariado Executivo, Teatro e Turismo; Lei de Diretrizes e Bases
da Educação 12796/13 " Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013.
Esses documentos passaram por uma primeira leitura flutuante e aos poucos
fomos demarcando os materiais a serem submetidos à análise propriamente.
Sendo que o principal documento a ser explorado, o qual contém o objeto de
nosso estudo são os PPC/Dança de Licenciatura - 2007, Processo 001765/2007
e O PPC/Dança de Licenciatura – 2012, este último em reformulação. É nesses
documentos que observamos a presença ou ausência dos conceitos Arte,
Cultura e Educação, na forma em ali se encontram.
Os critérios de escolha do material explorado compreendem as seguintes
regras: da exaustividade, visto que todos os documentos da criação do Curso
de Dança da UFV, bem como toda a legislação brasileira que define os cursos
de Licenciatura foram considerados e consultados. No que diz respeito a
representatividade, por se tratar de um Estudo de Caso os materiais
escolhidos para compor o corpus a ser explorado foram determinados em
função disso. Por último, a regra da pertinência, os documentos analisados
são fontes de informação e correspondem aos objetivos da análise[10].
Determinamos, já na análise preliminar observar de que maneiras aparecem os
termos: Dança, Arte, Cultura e Educação, os quais foram designados como
indicadores. Os quais, tiveram como parâmetro a consonância/dissonância com
seguinntes perspectivas, a priori estabelecidas:
a) Da sociologia de Pierre Bourdieu (2005, 2007), a relação com os itens
que propiciam o desvelamento da estrutura dos conceitos Arte, Cultura e
Educação, tais como: bens culturais, capital cultural, capital social,
capital simbólico, capital econômico, habitus, campo, violência simbólica,
manutenção do status social, mecanismos de perpetuação e manutenção do
poder ou da desigualdade social.
b) da filosofia de Hebert Marcuse (1977, 2006), a Dimensão Estética da
Arte, essência revolucionária da Arte, seu potencial político para a
transformação social e o caráter afirmativo da cultura.
O procedimento foi o seguinte, observar a frequência relativa dos
indicadores com vista aos itens estabelecidos a priori com o objetivo de
relacioná-los à conseguinte seleção de fragmentos que compõe as unidades de
contexto. A partir dessa seleção, estabelecemos as seguintes categorias:
Arte: dança, linguagem, comunicação, estética, belo, artístico, técnica,
arte/criatividade, arte/imaginação, arte/sensibilidade, arte/ciência, área
de conhecimento, poética, clássica, tradicional, técnica, contemporânea,
popular, corpo, movimento, expressão, corporeidade, etc..Sub-categoria:
Arte-Educação: educação artística, arte-educador, dança-educação, abordagem
triangular do ensino de arte, projeto social, etc..
Cultura: erudita, popular, de massa, caráter afirmativo da cultura,
pluralidade cultural, capital cultural, percepção, etc.. Sub-categoria:
Humanidades: ciências humanas, economia, história, ideologia, contexto
histórico-sócio-cultural, status, capital, transformação social, filosofia,
ética, etc..
Educação: pedagógico, estágio supervisionado, currículo, didática, ensino
formal, informal, educação básica, educacional, escola(r), ensino superior,
capital social, mediação, ensino-aprendizagem, etc.. Sub-categoria:
Universidade: ensino, pesquisa, extensão, regimento didático,
institucional, recursos humanos, recursos materiais, etc..
Cada uma das categorias reúne as unidades de contexto sempre relacionadas
aos indicadores e aos elementos estabelecidos a priori. Sendo que, o
critério para destacar as unidades de contexto é que o fragmento revele a
incidência dos indicadores estabelecidos no que diz respeito ao modo como
estão apresentados no texto.
Os critérios que determinam as categorias obedecem os seguintes itens: cada
elemento extraído do texto está inserido em uma única categoria obedecendo
o princípio de exclusão mútua, cada uma das categorias pertence ao
referencial teórico, apresentam objetividade e demonstram conteúdo
substancial.
Na etapa de tratamento dos resultados obtidos são utilizadas, como
referência para comparação, as seguintes fontes: Diretrizes Curriculares
para o Curso de Dança, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, as
Resoluções e Pareceres.
Na fase de interpretação da análise recorremos aos pressupostos que
orientam essa pesquisa, observando a perspectiva adotada na apresentação
dos conceitos Arte, Cultura e Educação nos documentos analisados.
Dessa maneira, o método de trabalho adotado compreende uma Análise de
Conteúdo Qualitativa, visto que não se fundamenta na frequência de aparição
de elementos presentes nos documentos e sim na elaboração das deduções
específicas sobre um conteúdo ou "uma variável de inferência precisa, e não
em inferências gerais" (Bardin, 1994, p. 141).
De acordo com Bardin (1994), a Análise de Conteúdo Qualitativa caracteriza-
se pelo fato de "a «inferência - sempre que é realizada – ser fundada na
presença do índice (tema, palavra, personagem, etc.!), e não sobre a
frequência de sua aparição, em cada comunicação individual»" (p. 142).
A análise procede na seguinte ordem: após realizada a exploração detalhada
do PPC/Dança, o material é relacionado às DCNs Dança, a LDB, Resoluções e
Pareceres. Os referidos documentos servem como parâmetro para
identificarmos sua adoção no PPC/Dança; Na sequência, é assinalado em cada
das unidades de contexto a abordagem dos conceitos Arte, Cultura e
Educação, para finalmente inferir e interpretar os dados. Esse procedimento
revela a incidência dos conceitos observados em sua dimensão contextual.
Foi organizada uma tabela relacional para auxiliar na visualização de
coincidências e a distribuição dos itens destacados na análise hermenêutica
pautada nos pressupostos orientadores desse trabalho.
O trabalho encontra-se na fase de realização da análise interpretativa que,
após terminada permitirá a confirmação ou invalidação de nossas hipóteses.
Espera-se que a discussão dos pressupostos presentes no PPC/Dança, revele
suas lacunas, vacâncias, consonâncias e dissonâncias com os referenciais
teóricos apresentados, bem como as demandas locais.
Ao final, a construção de uma proposta pedagógica a partir da avaliação do
PPC/Dança da UFV visa apresentar, para além de sua atualização, alterações
que tragam em sua essência a Arte como potencializadora da transformação
social em relação ao contexto político e sociocultural, considerando a
integração das linguagens artísticas em sua organização curricular.


REFERÊNCIAS
AQUINO, D. Dança e universidade: Desafio à vista. In Lições de Dança 3, Rio
de Janeiro, 2001.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 1994.
BASTOS, F. R. N. Professor de Artes: A Política Educacional em Viçosa.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Dança). Viçosa: Departamento
de Artes e Humanidades/UFV, 2014.
BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. 6ed. São Paulo: Perspectiva,
2005.
______. O Poder Simbólico. 11ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
BRASIL, Ministério da Educação. Sistema e-MEC. Instituições de Educação
Superior e Cursos Cadastrados. Disponível em .
Acesso em: 12 nov. 2012.
______, Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação
PARECER N.º: CNE/CES 67/2003 Referencial para as Diretrizes Curriculares
Nacionais – DCN dos Cursos de Graduação Brasília, 2003
______. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução 01/2002
que institui as diretrizes curriculares nacionais para a formação de
professores da Educação Básica em nível superior para cursos de
licenciatura de graduação plena. Brasília: MEC/CNE/CP, 2002
______. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução 03/2004 que aprova as diretrizes curriculares nacionais do curso
de Graduação em Dança. Brasília: MEC/CNE/CES, 2004.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.394 que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional. Brasília: Casa Civil, 1996.
BRASIL, Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Artes e
Humanidades. Projeto Pedagógico de Curso - Dança. Viçosa: UFV, 2007
______. Departamento de Artes e Humanidades. Projeto Pedagógico de Curso -
Dança. Viçosa: UFV, 2012
______. Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). Viçosa: UFV/CEPE.
Ata nº 360 de aprovação Curso de Licenciatura em Dança. Viçosa: UFV, 2000
MARCUSE, Herbert. Cultura e Sociedade. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e
Terra, 2006. v. 1.
_____. A dimensão estética. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1977.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Dados demográficos
do Município de Viçosa, 2013. Disponível em:
Acesso em: Dez. 2013
STRAZZACAPPA, M. MORANDI, C. Entre a arte e a docência – a formação do
artista da dança, Papirus, Campinas, 2011


Rosana Aparecida Pimenta
Atriz e diretora teatral, é mestre em Artes Visuais (2008) e graduada em
Artes Cênicas (2001) pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual
Paulista – IA/Unesp. Doutoranda pela mesma instituição, integra desde o ano
de 2006, o Grupo de Pesquisa: Dança, Estética e Educação - GPDEE. Nos
últimos dois anos, atuou como Coordenadora Pedagógica do Curso de Dança da
UFV, instituição da qual é docente.


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[1] O currículo mínimo abarcava as seguintes frentes: Técnica de dança,
Composição Coreográfica e Improvisação, isso além dos conhecimentos de
anatomia, cinesiologia, fisiologia e música. Estava apresentado um eixo de
referência para a criação de novos cursos de graduação em Dança no Brasil.
[2] Na consulta feita ao sistema e-mec no dia 22/09/2014, o curso
encontrava-se com o ingresso de estudantes suspenso.

[3] Consultado em 22/08/2014. http://portal.inep.gov.br
[4] Na consulta feita em 22/09/2014 ao e-mec, havia uma notação a
respeito da instituição: Despacho Seres/MEC - Medida cautelar.
[5] [6]Informação fornecida pelo Pró-Reitor de Ensino Professor Frederico
Vieira Passos em seu gabinete na UFV, em abril de 2015. Obs.: O Professor
Frederico pertence ao Departamento de Tecnologia de Alimentos e foi a
primeira pessoa na UFV a pensar que seria possível a criação de um curso na
área de Dança na instituição. De acordo com Moreira (2006), na época de
elaboração do PPC para proposição do Curso de Dança, o professor exercia o
cargo de Pró-Reitor de Ensino e presidente do CEPE.
[7] Edital SEPLAG/SEE Nº. 01 /2011, de 11 de julho de 2011.
[8] Idem.
[9]
[10]Uma vez que a instituição aguarda a avaliação do Curso de
Licenciatura, decidimos observar esse PPC/Dança - Bacharelado para
averiguar se haviam os aspectos que afetam o curso de Licenciatura. É comum
que os cursos de licenciatura e bacharelado das IES federais apresentem-se
vinculados, com entrada única por meio da Área Básica de Ingresso (ABI). O
estudante ingressa no curso de Dança e pode optar pela Licenciatura ou
Bacharelado apenas no 3º período, ao final do primeiro ano. Isso significa,
que independente de sua escolha, um ano de curso é exatamente igual para
ambas as formações. Sendo assim, apesar de o curso de Licenciatura vigente,
datado de 2007, apresentar um PPC próprio, independente do Bacharelado, há
algumas alterações realizadas em 2013 que já estão em vigor e servem para
os dois cursos. Pode parecer que isso, de certa forma, fragmenta o curso de
Licenciatura em Dança, uma vez que os componentes curriculares ligados ao
bacharelado apresentem-se modificados a partir da última avaliação e a
Licenciatura ainda com avaliação desatualizada.
[11]
[12]Atual PPC/Dança, porém ainda não foi avaliado pelo MEC e passa
por reformulação junto ao Núcleo Docente Estruturante e à Comissão
Coordenadora do Curso de Dança. A versão analisada neste trabalho é
anterior ao ingresso da pesquisadora no corpo docente do Curso de Dança da
UFV.
[13]
[14] Os dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE),
que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes),
não foram considerados neste estudo pois o curso de Dança da UFV, até o
momento, está dispensado de realizá-lo.
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