O que você deve saber sobre as florestas de Santa Catarina

June 14, 2017 | Autor: André Luís de Gasper | Categoria: Forest Ecology, Educação Ambiental
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TUDO QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE AS FLORESTAS DE

SANTA CATARINA

Olá, eu sou o engenheiro florestal Pedro Carvalho! Fui convidado para mostrar a vocês os resultados de um projeto muito interessante sobre as florestas no nosso Estado, chamado Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC). Gostaríamos de deixar você informado do que foi encontrado até agora. Acredito que seja muito importante conhecermos o que está à nossa volta; assim, poderemos utilizar de forma mais consciente e por muito mais tempo os recursos naturais que mantém nossa qualidade de vida. Você não acha? Então, vamos lá conhecer um pouco mais sobre nossas florestas...

INVENTÁRIO FLORÍSTICO FLORESTAL DE SANTA CATARINA (IFFSC) Santa Catarina, como a maioria dos Estados brasileiros, não tinha informações atualizadas, detalhadas e confiáveis sobre quanto tinha de floresta. A busca por estas informações, por meio de um inventário florestal, começou em 2007 e atualmente passou a ser um programa permanente do governo estadual, realizado pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), em parceria com outras universidades do Estado - UDESC e UFSC - e também com a Epagri, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC).

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O QUE É UM INVENTÁRIO FLORESTAL, QUAL É SEU OBJETIVO? O inventário florestal serve para obtenção de informações dos recursos florestais de uma região. O objetivo é conhecer a quantidade e a qualidade das florestas, saber se estão conservadas ou degradadas, conhecer o local de ocorrência e os possíveis usos das diversas espécies de árvores, inclusive daquelas raras e ameaçadas de extinção. Tudo isso ajuda a desenvolver ações com objetivo de proteger as nossas florestas e, ao mesmo tempo, utilizar os seus recursos.

Medição dos troncos das árvores

Coleta de epífitos (plantas que se fixam no tronco das árvores)

Anotação de tudo que é observado

Coleta de galhos com folhas, flores ou frutos para a identificação botânica da árvore e também para estudos genéticos (DNA).

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COMO FOI FEITO O INVENTÁRIO FLORESTAL? O Estado de Santa Catarina é muito grande! Então, como se faz para estudar tudo o que temos de florestas? Parece difícil, não é? Por isso, foram estabelecidas parcelas onde a vegetação seria estudada. Foram muitas destas parcelas, mais especificamente 597. Elas foram distribuídas de tal forma que representassem todo o território catarinense. Cada uma delas possui 4.000 m² de área (0,4 hectare).

QUAL É A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DE NOSSOS RECURSOS NATURAIS? Ele possibilita tomar medidas para: - conscientizar a sociedade da importância das florestas para a nossa sobrevivência; - proteger estes recursos e sua biodiversidade; - recuperá-los quando são degradados; - usá-los de forma cuidadosa, inteligente e “sustentável”; - fundamentar políticas públicas que estimulem estas ações. Você está vendo todos esses pontinhos aqui no mapa? Em cada um desses esteve um grupo de pesquisadores levantando dados de todos os tipos de plantas para que conhecêssemos melhor a situação das florestas em nosso Estado.

Localização das parcelas estudadas pelo IFFSC. Em verde a cobertura florestal do Estado.

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Santa Catarina possui três diferentes tipos de floresta, que os técnicos chamam de fitofisionomias. A variação é resultado de diferenças ambientais e geográficas no Estado, como localização, altitude, relevo, solo e clima. Vamos conhecê-las melhor então? 1) FLORESTA DENSA, conhecida pelos pesquisadores como Floresta Pluvial Subtropical ou Floresta Ombrófila Densa, entre o litoral e a serra; 2) FLORESTA DE ARAUCÁRIA aquela que os pesquisadores chamam de Floresta Ombrófila Mista, e que encontramos na serra e no planalto; 3) FLORESTA DECIDUAL, conhecida pelos pesquisadores como Floresta Estacional Decidual, mais a oeste. É mais ou menos assim que os três tipos de floresta (fitofisionomias) se distribuem no Estado.

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A Floresta Densa estende-se por todo o litoral catarinense. Quem mora na região ou conhece a floresta, sabe que ela é bastante fechada (pois as copas de árvores se tocam), tem árvores de grande porte e é muito úmida. Uma das árvores mais características é o palmiteiro, mas também ocorrem samambaias, canelas, guamirins e várias espécies de epífitos, que são as plantas que se fixam nas árvores (orquídeas e bromélias, por exemplo). Esta floresta está presente em 137 municípios catarinenses.

Floresta Pluvial Subtropical (Floresta Ombrófila Densa)

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A Floresta de Araucária ocorre no planalto catarinense, em altitude superior a 500 m, principalmente entre 800 e 1200 m. É chamada de Floresta de Araucária, pois apresenta esta como principal espécie, isto é, espécie que ocorre com maior frequência e domina o dossel das florestas (dossel: cobertura contínua formada pelas copas das árvores). A Floresta de Araucária possui um histórico antigo de exploração e ainda hoje sofre com práticas inadequadas.

Floresta de Araucária (Floresta Ombrófila Mista)

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Na Floresta Decidual parte das árvores perdem as suas folhas em períodos mais desfavoráveis, principalmente no período mais seco e frio do ano. Ela está presente em Santa Catarina próxima ao Rio Uruguai e à divisa com a Argentina (distante do litoral). Ela é uma floresta mais aberta e repleta de cipós, e com importantes espécies madeireiras, como a canafístula, a grápia e o angico vermelho. Ela é hoje o tipo florestal mais degradado do Estado.

Floresta Estacional Decidual Embora muitos pensem que Santa Catarina possua um só tipo de floresta, na verdade, são os três tipos acima citados que juntos formam o que chamamos de Bioma Mata Atlântica em Santa Catarina. Existem seis Biomas no Brasil (Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa). A Floresta Atlântica é a que cobre o Estado de Santa Catarina e se estende por quase todo o litoral leste do Brasil.

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O estudo genético de espécies ameaçadas de extinção foi feito utilizando técnicas muito semelhantes às utilizadas em testes de paternidade (DNA), com objetivo de conhecer a diversidade genética e o grau de parentesco entre as árvores da mesma espécie. Nos arredores das parcelas também foram feitas entrevistas com os moradores, que falavam tudo que sabiam sobre as florestas e sua utilização.

BIODIVERSIDADE: ...é resultado da evolução biológica e compreende a variedade de seres vivos, inclusive dentro das espécies (a diversidade genética) e dos ecossistemas. Ou seja, quanto mais ecossistemas existem, mais espécies e variedade genética podemos encontrar, logo maior é a biodiversidade de determinado local.

Por que precisamos de biodiversidade? Boa parte dos nossos alimentos e remédios provém de plantas e animais. Portanto, quanto maior for a nossa biodiversidade, maior a opção de novos alimentos e novos remédios serem encontrados na natureza. Além disso, a biodiversidade garante a dinâmica dos ambientes, sua conservação e o equilíbrio da vida no nosso planeta.

Uso sustentável Chamamos o uso cuidadoso e contínuo de um recurso natural, visando a geração de uma renda duradoura, não somente para nós, mas também para as futuras gerações.

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RESULTADOS Quanto de floresta nativa sobrou em nosso Estado? Você tem alguma ideia de quanto de floresta ainda resta em nosso Estado? Há muito tempo atrás, mas muito, muito tempo mesmo, Santa Catarina era quase totalmente coberta por floresta. Mas e agora, quanto resta? A cobertura florestal nativa remanescente em Santa Catarina é de aproximadamente 29%. Esta cobertura não é igual em todos os três tipos de floresta do nosso Estado: da Floresta de Araucárias restam 24% da floresta original, da Floresta Densa restam 40%, enquanto que da Floresta Decidual, que é a mais ameaçada, porque dela restam apenas 16% da extensão original. Em média já perdemos 70% das nossas florestas.

Quantas espécies diferentes foram encontradas?

Foram identificadas até agora, meus amigos e minhas amigas, 2.341 espécies de plantas, das quais 860 são árvores e arbustos, 560 epífitos, 270 lianas (cipós e trepadeiras), além de 315 samambaias e 707 ervas (gramíneas por exemplo). Antes de eu continuar falando para vocês sobre o que foi encontrado nas nossas florestas, tenho que explicar mais uma coisa. É errado pensar que os impactos (danos ou degradação) que causamos às florestas não mudam em nada suas características. Pelo contrário, elas alteram e muito o conjunto de espécies e sua qualidade quando comparados com uma floresta bem conservada.

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O excesso de luz solar, o aumento da temperatura e da intensidade de vento no local, são algumas das causas dessas mudanças. Entenda melhor o que eu estou te contando vendo o quadro “Florestas Maduras e Florestas Secundárias”.

Florestas maduras e florestas secundárias Chamamos de florestas maduras, aquelas que foram muito pouco alteradas pelo homem e que mantém suas características originais (antes da colonização). Elas são compostas, principalmente, por espécies de árvores chamadas tardias (canelas, imbuias, perobas, por exemplo), que possuem boa qualidade da madeira e vida mais longa. Porém, essas florestas existem hoje apenas em locais muito íngremes e quase inacessíveis. Quando uma floresta passou por algum tipo de perturbação e perdeu suas características originais, ela é chamada de floresta secundária. Assim, secundárias são aquelas florestas que se desenvolveram após algum forte distúrbio e seus estágios de desenvolvimento envolvem a ocupação gradual por espécies pioneiras, secundárias e tardias. Esse processo de desenvolvimento, chamado de sucessão, é lento; por um longo período, a floresta ficará composta por espécies pioneiras (bracatinga e capororoca, por exemplo), de menor altura e grossura dos troncos, com ocorrência de muitos capins, samambaias, taquaras e cipós. As espécies pioneiras são as primeiras a ocuparem um ambiente aberto, pois gostam de locais bem iluminados e têm crescimento rápido, porém a qualidade da sua madeira geralmente é baixa e elas possuem reduzido tempo de vida, dando gradativamente lugar às espécies secundárias. Estas, por sua vez, ocorrem em locais um pouco mais sombreados e preparam o ambiente para as espécies tardias, típicas em florestas maduras e bem conservadas. Devido aos impactos que nós causamos às florestas catarinenses, das 10 espécies mais frequentes aqui encontradas, 8 a 9 são pioneiras e secundárias e apenas 1 a 2 são tardias. Assim, quase todas nossas florestas remanescentes são secundárias.

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Floresta de Araucária Floresta Densa Floresta Decidual 12

Nome Científico

Nome Popular

Categoria Ecológica

Dicksonia sellowiana

Xaxim-bugio

Araucaria angustifolia

Pinheiro-brasileiro

Clethra scabra

Carne-de-vaca

Matayba elaeagnoides

Camboatá-branco

Secundária

Lithrea brasiliensis

Bugreiro

Secundária

Tardia Pioneira Pioneira

Ocotea porosa

Imbuia

Ocotea puberula

Canela-sebo

Secundária

Tardia

Prunus myrtifolia

Pessegueiro-do-mato

Secundária

Ocotea pulchella

Canela-lageana

Pioneira

Vernonanthura discolor

Vassourão-preto

Pioneira

Nome Científico

Nome Popular

Alchornea triplinervia

Tanheiro

Categoria Ecológica Secundária

Alsophila setosa

Xaxim-setoso

Hieronyma alchorneoides

Licurana

Secundária

Climácica

Psychotria vellosiana

Caixeta

Secundária

Cyathea phalerata

Samambaiaçu

Tardia

Euterpe edulis

Palmiteiro

Tardia

Cabralea canjerana

Canjerana

Secundária

Syagrus romanzoffiana

Gerivá

Miconia cinnamomifolia

Jacatirão-açu

Secundária

Casearia sylvestris

Cafezeiro-do-mato

Secundária

Nome Científico

Nome Popular

Pioneira

Categoria Ecológica

Ocotea puberula

Canela-sebo

Secundária

Nectandra megapotamica

Canela-fedorenta

Secundária

Luehea divaricata

Açoita-cavalo

Secundária

Nectandra lanceolata

Canela-amarela

Secundária

Cupania vernalis

Camboatá-vermelho

Secundária

Machaerium stipitatum

Farinha-seca

Secundária

Syagrus romanzoffiana

Gerivá

Pioneira

Cedrela fissilis

Cedro

Secundária

Casearia sylvestris

Cafezeiro-do-mato

Secundária

Parapiptadenia rigida

Angico

Secundária

O número de espécies de árvores adultas encontradas é muito baixo e variou entre 35 e 45 espécies por trecho de floresta analisado, quando deveria ser em torno de 70. Na regeneração (plantas jovens do sub-bosque), encontramos, em média, apenas 15 espécies de árvores. Portanto, as florestas, embora aparentemente em estado de normalidade e pleno vigor, estão, na verdade, ameaçadas em sua continuidade, justamente pela baixa presença de plantas jovens, o que obviamente compromete seu futuro. Principalmente plantas jovens de espécies exigentes, chamadas espécies tardias, são raras. Bastante preocupante é o caso da Uva-do-Japão ou Tripa-degalinha (Hovenia dulcis), uma espécie que não é natural de nosso país

(exótica). Ela foi introduzida em 1970 e alastrou-se, invadindo até florestas nativas fechadas, substituindo espécies nativas de nossa flora, principalmente na área de ocorrência da Floresta Decidual.

A genética de nossas florestas Na genética, as coisas acontecem com as plantas do mesmo modo que acontecem com humanos e animais: o cruzamento entre parentes enfraquece a prole e prejudica o futuro da espécie. Isso acontece porque o material genético de parentes próximos é muito parecido. Esse fenômeno (endogamia) faz diminuir a chamada diversidade genética. Os dados do IFFSC mostram que várias espécies importantes, sob o aspecto ecológico e/ou econômico, apresentam baixa diversidade genética, mesmo considerando fragmentos com populações mais densas, ou seja, com mais árvores. Os resultados do inventário mostram o aumento da taxa de cruzamento entre parentes próximos (endogamia), o que traz como consequência, com o passar do tempo e das gerações, a diminuição da variabilidade genética, do vigor e da capacidade de plantas e animais de enfrentarem mudanças ambientais. Ou seja, afeta sua evolução. Mesmo assim, existem ainda áreas suficientes onde a coleta de sementes de boa qualidade é possível. Este material genético é que deve ser usado para o replantio destinado à “restauração” das florestas degradadas.

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Utilização das florestas Você utiliza os produtos das nossas florestas? Quais? O inventário detectou um total de 328 espécies da flora nativa de Santa Catarina em uso pela população rural, das quais 121 tem uso madeireiro, 170 são usadas como fonte de lenha, 222 são de uso medicinal, 87 servem para alimentação e 32 espécies são ornamentais (muitas das espécies têm vários usos). A araucária foi a espécie mais citada nas entrevistas que fizemos. Outras espécies também foram citadas como sendo aproveitadas para mais de uma finalidade, com destaque para a guabiroba, a pitanga, o angico e o tarumã. Entre as espécies mais citadas também constam a bracatinga, o cipó mil-homens (embora este tenha efeito abortivo e cancerígeno) e a espinheira-santa. O palmiteiro foi citado como espécie promissora para aproveitamento econômico. Como fonte de produção de madeira foram muito citados o cedro-rosa, a bracatinga, o louro-pardo e o jacatirão. Para estas espécies, além da indicação do manejo em áreas naturais, foram realçados os potenciais de plantios para produção de madeira serrada ou de uso múltiplo, no caso da bracatinga. O jerivá (ornamental), a goiaba-serrana (alimentícia), a erva-mate (uso múltiplo) e a balieira (bioativa) complementam a lista das dez espécies da flora nativa catarinense mais citadas pelo seu potencial de uso.

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Quantos reflorestamentos temos em Santa Catarina? Os reflorestamentos que encontramos por todo Estado de Santa Catarina são uma importante fonte de renda para os agricultores e ainda contribuem para a manutenção das florestas nativas. Vamos dar uma olhada?

Dentre os Estados brasileiros, Santa Catarina é um dos que se destaca no setor florestal. Os plantios estão concentrados nos polos madeireiros no planalto norte, planalto sul e meio oeste do Estado. Atuam em Santa Catarina 3.982 empresas que consomem perto de 20 milhões de metros cúbicos de madeira em toras, geram cerca de 90 mil empregos diretos e proporcionam também renda para muitos agricultores. No ano de 2012, a área total reflorestada foi estimada em 646 mil hectares (aproximadamente 7% do território catarinense), sendo 540 mil hectares plantados com pinus e 106 mil hectares com eucaliptos. Neste mesmo ano foram exportados pelo setor florestal catarinense produtos no valor de US$ 772 milhões, o que equivalia a aproximadamente 9% do valor total das exportações do Estado.

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As principais ameaças à floresta

Diversas atividades humanas causam impactos sobre nossas florestas, entre elas se destaca a entrada de gado nas florestas, que implica em danos às plantas jovens, pelo pastoreio e pelo pisoteio do gado e ainda, pela roçada para facilitar a entrada dos animais. As queimadas são outra ameaça que deve ser evitada, pois elas destroem as sementes, as plantas jovens e as árvores adultas, reduzem a biomassa viva e a matéria orgânica do solo, além de afetarem os pequenos e grandes animais. A extração desordenada de madeira geralmente implica na retirada das melhores árvores, ou seja, daquelas com o tronco retilíneo e com maior diâmetro, restando somente os piores exemplares. Com isso, estas árvores remanescentes de qualidade inferior são as que deixarão sementes para a regeneração da floresta, fazendo com que, no futuro, esta tenha menor qualidade e, inclusive, menor diversidade genética.

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Ihhh, só eu sobrei da minha espécie! Como vou me reproduzir?

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Resumindo...

Temos aproximadamente 29% de florestas em nosso Estado, que há muito tempo atrás era quase totalmente coberto por elas. Hoje, elas são, em sua maioria, florestas secundárias, em que as árvores mais importantes são pioneiras e secundárias, aquelas que possuem troncos mais finos, menor altura e com menor potencial de uso quando comparadas com as espécies tardias. O que importa, daqui em diante, depois de conhecer tudo isso, é que nós reconheçamos a importância das florestas para a nossa qualidade de vida. Ainda temos uma grande riqueza natural! Basta utilizá-la de forma consciente e cuidadosa.

O QUE O ESTADO PRECISA FAZER? • Implantar um serviço de “extensão florestal” para capacitar os proprietários a lidarem corretamente com o patrimônio de suas florestas; • Apoiar ações de proteção, uso e valorização dos recursos florestais nativos por meio de incentivos financeiros, para promover boas práticas de conservação e manejo das florestas; • Implantar um programa de reflorestamento com espécies nativas, como araucária, bracatinga, jacatirão, licurana, cedro e louro, e muitas outras; • Incentivar o manejo das florestas secundárias (capoeirões), viabilizando seu uso e a extração de produtos florestais para a geração de renda; • Implantar incentivos para o manejo alternativo do gado no inverno evitando o pastoreio extensivo nas florestas que prejudica tanto sua regeneração; • Implantar uma política que remunere o meio rural pela conservação do solo e da água, elementos dos quais todos dependem; • Tornar ágeis, mais eficientes e menos burocráticos os órgãos que atuam na área florestal e ambiental. Isso implica em investimentos em pessoal técnico e infraestrutura.

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O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA PROTEGER AS FLORESTAS? • Evitar a entrada do gado na mata, pois o pisoteio e o pastoreio prejudicam as plantas jovens. Sem as árvores jovens a floresta não tem futuro! • Evitar o uso do fogo, porque incêndios florestais são difíceis de serem controlados e destroem as florestas; • Solicitar autorização do órgão estadual e/ou municipal competente para retirada de árvores vivas, evitando a abertura de clareiras na floresta, e para o aproveitamento de árvores mortas e caídas; • Proteger árvores sadias, com bom formato de tronco e copa ampla, para servirem de fonte de sementes; • Enriquecer as florestas plantando, sempre que possível, também espécies nativas, tanto frutíferas como aquelas para produção de madeira; • Plantar espécies exóticas em áreas já abertas, mas jamais em substituição às florestas nativas; • Proteger a fauna e a flora silvestre, denunciando a caça, o roubo do palmito e a exploração e desmatamento ilegais aos órgãos competentes. É isso aí, meu amigo e minha amiga. Agora você conhece um pouco mais sobre nossas florestas e pode passar adiante todo esse conhecimento, e claro, que isso ajude a nos conscientizarmos da importância de mantermos as florestas em pé, certo? Até logo, pessoal! Fontes: • Livros IFFSC disponíveis em www.iff.sc.gov.br • “Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina” disponível em www.epagri.sc.gov.br • Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica disponível em www.sosma.org.br

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Autores: Alexander C. Vibrans, André L. de Gasper, Juarez J. V. Müller, Adelar Mantovani, Manoela Drews de Aguiar, Rubens Marschalek Diagramação: Guilherme Mateus dos Santos Impressão: Gráfica e Editora 3 de Maio Ltda. Distribuição: Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina Fone: (47) 3221-6040 Correio eletrônico: [email protected] Internet: www.iff.sc.gov.br

“Esta obra é dedicada à memória de Lucia Sevegnani (1958-2015)” Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da FURB I62i Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina : o que você deve saber sobre as florestas de Santa Catarina / Alexander C. Vibrans ... [et al.]. – Blumenau : FURB, [2015]. 20 f. : il. 1. Levantamentos florestais – Santa Catarina. 2. Florestas – Santa Catarina. 3. Fitogeografia – Santa Catarina. 4. Biodiversidade. I. Vibrans, Alexander C. II. Título. CDD 634.9

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