O Simpósio das Virtudes

June 7, 2017 | Autor: J. Abreu | Categoria: Public Art, Sculpture, Public Space
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O Simpósio das Virtudes, por José Guilherme Abreu […] De que lhe valia dissertar, junto deste ou daquele, sobre um lilás ou um lousa, um branco cárneo ou um roxo azulado, se não correspondiam ao mesmo, para o próximo, essas particularidades que, para ele, reivindicavam uma inultrapassável virtude platónica? E via-se incomunicável, em sua cercadura de rosas, como uma virgem que, num esquife, não vislumbra, diante de si, mais do que um corredor de vermes famélicos, que lhe hão-de roer os véus e os panejamentos, os tecidos do corpo e os ossos do esqueleto. Desfaziam-se as rosas, numa tapeçaria de texturas, a qual ia cobrindo a sombria terra, muito dura, da Quinta das Virtudes. E, defronte da irremediabilidade de sua solidão, só aproveitaria, ao nosso homem, José Marques Loureiro, a prece dos peregrinos de Emaús, vulneráveis e timoratos, no limiar da noite, soletrando seu versículo, com voz trémula, «Fica connosco, porque a tarde vai no fim». […] Mário Cláudio, A Quinta das Virtudes, 1999

1. Dos simpósios de escultura No Catálogo “Karl Prantl Sculpture”, o crítico de arte austríaco Kristian Sotriffer refere que o primeiro simpósio de escultura foi organizado na Áustria, em 1959, pelo escultor Karl Prantl (1923-2010), tendo o mesmo sido realizado em St. Margarethen, localidade da região de Burgenland, junto à fronteira com a Hungria, onde existe uma pedreira abandonada que remonta à época romana, e cujo recinto há mais de setenta anos tem servido de palco à realização de representações teatrais e, mais recentemente de ópera, espetáculos que atraíam, e atraem, invariavelmente, um numeroso público. As imagens da edição de 1959, a par da representação teatral, registam um acontecimento artístico notável: uma mostra de escultura moderna exibida no local da sua própria produção, e criada, a um tempo, à revelia do sistema de encomenda e fora do âmbito da mera produção individual. Com aquela mostra, originava-se um regime inovador de produção escultórica. Um regime que se distinguia pela autonomia da prática escultórica face ao regime oficial ou curadorial de encomenda, assumindo, em contrapartida, o caráter de criação e de celebração coletiva, aspetos que se repercutem de forma eloquente na etimologia da própria palavra simpósio, demonstrando dessa forma que a escolha daquela designação não havia sido fortuita, já que simpósio deriva da expressão latina symposium, a qual por sua vez tem origem no grego antigo symposion, cujas raízes syn e pinein exprimem o significado de beber conjuntamente. Na Grécia Antiga, symposion (συµποσιον) designava portanto uma festa. Melhor, um convívio que invariavelmente compreendia música, tertúlia filosófica, poesia e bebida. Um convívio intelectual, portanto, cujo testemunho mais expressivo nos chega através dos diálogos socráticos e platónicos, devendo assinalar-se que se intitula SYMPOSION (ΣΥΜΠΟΣΙΟΝ) o texto de Platão que discute o tema do amor, e onde é explicitada a ideia de amor platónico. Nos simpósios de escultura organizados de acordo com o modelo austríaco, um escultor ou uma organização local, convidam escultores para produzirem escultura a partir de materiais disponíveis localmente, tal como pedra, madeira ou barro, trabalhando em regime de atelier aberto, à vista do público. Aos escultores é-lhes fornecido alojamento, alimentação e matériaprima, e por vezes também um subsídio de viagem e honorários, sendo que as esculturas resultantes geralmente permanecem com a entidade anfitriã. Trabalhando e convivendo em estreita proximidade, já que os escultores comem, bebem e discutem os seus trabalhos conjuntamente, além dos momentos de camaradagem que proporcionam, os simpósios servem para debater ideias e partilhar experiências no campo da criação e da execução escultórica, podendo por isso afirmar-se que os simpósios de escultura constituem uma verdadeira escola de escultura. Serve este preâmbulo para explicitar os factos que estiveram na origem da organização dos simpósios de escultura, pois não somente estes aspetos estão pouco estudados, como os

mesmos são úteis para se entender, por um lado, esse regime de produção e, por outro, as linguagens escultóricas que o mesmo tem propiciado, designadamente em Portugal, onde a partir da edição inaugural de 1981, em Évora, e depois de 1985, no Porto, uma autêntica proliferação de Simpósios de Escultura varreu de Norte a Sul o País, encontrando-se hoje implantadas nalgumas das mal-amadas rotundas das cinturas e eixos rodoviários das principais cidades da província, uma parte da produção resultante desses mesmos simpósios. Encontramo-nos nesses casos perante uma óbvia distorção do que deve entender-se por um simpósio de escultura, já que alguns dos simpósios que se realizaram em Portugal mais não foram do que uma forma camuflada de encomenda oficial, muitas das vezes não se diferenciando com clareza da própria encomenda pública, talvez por não se encontrar na sua génese nenhuma coletividade cultural ou artística autónoma, nem nenhum programa integrado de arte pública, onde a inserção de obras de arte no espaço público houvesse sido estudada em conjunto com os próprios artistas desde o início, sendo estes chamados apenas depois de tudo já estar decidido, quando não construído, sendo-lhes reservada unicamente a tarefa de implantar adereços estéticos em espaços específicos, exatamente ao contrário do que sucedeu na Expo’98, com os resultados exemplares que se conhecem. Relativamente ao simpósio de escultura em pedra O Porto e As Virtudes, que se realizou, em regime de atelier aberto, entre 16 de maio e 1 de junho de 2013, não é mais uma distorção do modelo de simpósio que felizmente nos é apresentada, e não foi só por causa desse mesmo simpósio se ter realizado no magnífico espaço da Quinta das Virtudes – que entre outros aspetos é um lugar de memória do excecional horto-floricultor que foi José Marques Loureiro – que resolvemos chamar a este “o simpósio das virtudes”. Pelo contrário, mais do que as virtudes do lugar, são outras as virtudes que queremos aqui sublinhar, já que as três esculturas que resultaram deste simpósio, desde o início foram pensadas em função do seu espaço de implantação, tendo os artistas começado por selecionar o local para a sua intervenção, circunstância que permitiu não somente tirar o máximo partido da sua criatividade, como contribuiu ainda para tornar mais explícitas as distintas linguagens escultóricas e as respetivas singularidades poéticas de cada autor, aspetos que a criação em conjunto não suprime, mas ao invés até intensifica, enriquecendo o resultado final com a singularidade de cada artista, para benefício do público a quem foi oferecido um conjunto escultórico simultaneamente coerente e diferenciado, que funciona como contraponto dos excessivos e invasivos estereótipos da cultura mediática, proporcionando valiosos estímulos capazes de potenciar uma mais rica experiência percetiva e uma mais profunda e lúcida reflexão sobre a presente condição cultural. Mas as virtudes deste simpósio não se esgotam nas virtudes do processo de produção que lhe subjaz, devendo desde logo observar-se que o conjunto criado se concebe fora do limitado modelo da estatuária comemorativa ou apologética que ainda prolifera entre a encomenda oficial, tendo o presente simpósio por isso a virtude de introduzir no panorama das mais recentes implantações escultóricas na cidade, a presença de uma linguagem poética: uma poesia em pedra que afinal também serve para assinalar efemérides, já que estas implantações se inseriram no programa de celebração dos 50 anos da Árvore, de certa forma coroando-o, facto que não deixou de ser porventura uma das suas maiores virtudes. 2. Dos Simpósios da Árvore A Cooperativa Árvore detém, por sua vez, uma experiência consolidada de organização de simpósios de escultura. Em primeiro lugar, importa referir os três Simpósios de Escultura em Pedra de Alfândega da Fé, organizados conjuntamente pela Árvore e pela Câmara Municipal, a partir de 2002, que puderam reunir um importante acervo de obras públicas (ao todo 15 esculturas), e que produziram catálogos, simpósio esse entretanto interrompido, de

forma brutal, pelo trágico acidente que vitimou a escultora Lídia Vieira, sua Diretora Artística. Para além dos Simpósios de Escultura de Alfândega da Fé, importa referir-se também os Simpósios de Escultura de Penafiel, que contam com duas edições, respetivamente em 2004 e 2007, tendo o primeiro como tema agregador A Escultura Contemporânea na Rota dos Castros, do mesmo resultou a implantação de quatro esculturas no Castro de Monte Mozinho, enquanto o segundo tendo como tema agregador Lendas e Contos Medievais, do mesmo resultou a implantação de outras quatro esculturas no Parque da Cidade, somando portanto oito no total. A série de simpósios organizados pela Árvore, completa-se com o Simpósio de Escultura em Pedra de Armação de Pera, organizado, em 2005, conjuntamente com a Câmara Municipal de Silves, ao que sucede o Simpósio de Escultura em Pedra, Arte na Cidade, que se realizou em Braga, em Setembro-Outubro de 2008, a que se segue por fim o simpósio de Escultura Soares da Costa, que se realizou no Campo 24 de Agosto, no Porto, entre 10 e 25 de Setembro de 2010, tendo, então, os escultores convidados criado as suas obras a partir de materiais reciclados originários dos estaleiros da Soares da Costa. Não é este o momento nem o lugar para discorrer sobre estas iniciativas, nem para as submeter a um necessário exame crítico, mas tratando-se o atual Simpósio o primeiro organizado pela Árvore, no Porto, que logrou produzir um catálogo, pareceu-nos que se impunha apresentar à cidade, a listagem das iniciativas que no domínio da escultura feita e exposta publicamente a Árvore promoveu, pois não apenas por aí podem ser melhor entendidos e avaliados os fundamentos e os objetivos do presente simpósio, como por outro se documenta a ação que a Cooperativa tem exercido em prol da Arte Pública, desde o Minho até ao Algarve, e se mostra que a mesma esteve na origem da implantação de largas dezenas de novas esculturas no espaço público, naquele que constitui um palmarés que elege a Cooperativa como um parceiro, senão como protagonista, particularmente ativo da promoção da obra de Arte Pública Contemporânea no País, mostrando capacidade para adaptar o seu modus operandi a diferentes realidades e intervenientes, designadamente demonstrando capacidade para mobilizar artistas, angariar apoios e gerar a motivação necessária para colocar em ordem de marcha a máquina do simpósios de escultura, o que não deixa, por si só, de ser notável e obviamente louvável. 3. Das intervenções artísticas Antes de tecermos outro comentário à produção que resultou do Simpósio O Porto das Virtudes, pretendemos de imediato assinalar o reduzido número de obras que resultou da realização deste Simpósio, já que foi de todos os que a Árvore organizou o que produziu um menor número de peças, aspeto que por sua vez contrasta com a extensão do espaço e sobretudo a quantidade de recintos e de recantos que compreende a Quinta-Horto das Virtudes. A circunstância de terem sido implantadas apenas três esculturas, parece-nos no entanto uma outra virtude deste simpósio, pois não apenas isso permite realçar e distinguir melhor o caráter de cada intervenção, como acaba por afirmar melhor a presença e a personalidade de cada peça, desde logo em função da forma criteriosa e eloquente como os artistas escolheram o lugar de implantação de cada escultura, importando de passagem referir que a análise dessa seleção, por si só poderia dar azo a relevantes desenvolvimentos, já que para a obra de arte que se instala no espaço público, e por maioria de razão, na paisagem, o lugar é algo mais do que um sítio, pois para lá daquilo que ele é e nele está, o lugar fornece ainda um determinado ponto de vista sobre a realidade circundante, ao mesmo tempo que se oferece também como ponto de mira, para o observador que para ele dirige, e nele (re)pousa, o seu olhar.

Quem entra na Quinta das Virtudes a partir da Rua de Azevedo de Albuquerque, depois de transposto o espaço onde, coadjuvados pelos seus assistentes, os escultores esculpiram, aos olhos do público, as suas peças, a primeira escultura com que depara é a “Roda” de Paulo Neves: uma roda ovalizada formada pela justaposição de dez placas horizontais de granito que se torcem, rodando ao longo do eixo vertical, e que se encontra esculpida com numerosos sulcos em espiral, nos flancos e na orla que a delimita, apresentando-se firmemente implantada sobre um afloramento granítico, em prodigioso equilíbrio no limite de um socalco do terreno, estabelecendo estreita conexão visual com o edifício de Cooperativa Árvore. Insere-se a presente escultura na série das “impressões”: esculturas de caráter marcadamente gráfico que o autor passou a desenvolver a partir de 2005, quer escavando superfícies planas de madeira, quer rasgando sulcos em pedra, sugerindo o desenho formado pelas fossilizações de conchas espiraladas de espécimes imaginárias, quando não reenviando para os sulcos dos Karesansui japoneses – jardins de pedra construídos para servir de enquadramento propício à prática da meditação Zen – como já sugeriu Francisco Providência. Contrariamente, porém, às rodas de pedra que Paulo Neves expôs na Galeria Valbom, em 2006, a presente Roda está esculpida em granito e não em mármore, distinguindo-se também das primeiras por não se encontrar vazada no centro, muito embora apresente uma torção similar que confere apreciável plasticidade e leveza. A peça de Paulo Neves apresenta-se, portanto, como uma obra de sentido eminentemente literal e autorreferencial. Sentido literal, na medida em que a peça dialoga com o material que lhe serve de suporte. Sentido autorreferencial, na medida que dialoga consigo própria e com a série donde provém. Contudo, para lá do diálogo que brota e se encerra em si mesmo, pela sua implantação algo acrobática, a escultura ao mesmo tempo afirma-se como um elemento marcante do lugar, dialogando com a envolvente numa dialética de tensão-peso-instabilidade. Prosseguindo o seu caminho, o visitante do Horto das Virtudes deparará mais adiante com a surpreendente escultura de Isaque Pinheiro: um par de asas de granito implantadas na vertical junto a uma elevada escarpa voltada ao vale do Douro. As asas cuja configuração e desenho sugerem a penugem das águias, apresentam na parte frontal uma espécie de alças de ferro que convidam o visitante a interagir com a escultura, assumindo-a como adereço lúdico, ou como dispositivo simbólico, a fim de se lançar no voo imaginário (ou metafísico), dando asas ao desejo de transgredir as dimensões terrenas de espaço e de tempo, pairando bem acima do labirinto das ruas, das edificações, das embarcações que cruzam o rio e do afã laborioso das gentes, ciente ao mesmo tempo da certeza da sua impossibilidade. Escultura de sentido eminentemente metafórico, a peça de Isaque Pinheiro recupera para a escultura modernista iconografias da imaginária religiosa (ou da mitologia pagã), que incorpora com contornos surrealizantes, confrontando jocosamente a deriva imaginária do fantástico com a sua terrena denegação, construindo, como já observou o crítico e curador brasileiro Fernando Cocchiarale, uma paródia que se encena no seio dos conflitos que opõem realidade e mito, razão e imaginação. Essa mesma paródia tem caracterizado de resto a arte de Isaque Pinheiro, devendo a propósito desta escultura referir-se a peça “Sapatos de pedra e um horizonte aberto que está sempre mais além (Asas)”, de 2006, onde Isaque Pinheiro construiu uma incongruência equivalente àquela que aqui apresenta, e onde a iconografia das asas de águia é igualmente usada. Prosseguindo o seu périplo, o visitante depois de descer para um socalco particularmente belo e espaçoso, depara-se com a “Árvore das Virtudes” de Vítor Ribeiro: uma árvore esculpida em granito, de tronco largo cuja configuração sugere ser um carvalho, que se desmultiplica em numerosos e robustos ramos, encimado por uma copa de volumetria, por

assim dizer, compactada, que lhe serve de remate. Obra de dimensão considerável, tal como a “Árvore da Vida” que se erguia no centro do Jardim do Éden, também a “Árvore das Virtudes” se ergue no centro de um vasto recinto retangular (porventura o espaço mais alargado da Quinta das Virtudes), junto à plataforma superior de uma escadaria monumental, que conduz à entrada nobre por onde originalmente se acedia à Quinta das Virtudes. Árvore da Vida ou Árvore do Conhecimento, a “Árvore das Virtudes” insere-se na vasta galeria de árvores que povoam a produção escultórica de Vítor Ribeiro, denotando preocupações simbólicas, antropológicas e arquetípicas que se têm mantido constantes, com o seu tratamento a constituir matéria de investigação artística, conotando-se a obra agora apresentada com a árvore que o escultor implantou, na Caparica, junto à Biblioteca do Campus da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Vítor Ribeiro é um escultor que trabalha quase exclusivamente a pedra, importando referir que participou nos dois Simpósios Internacionais de Escultura em Pedra, realizados respetivamente, no ano de 1981, em Évora, e no ano de 1985, no Porto, no primeiro caso como assistente do prestigiado escultor húngaro Pierre Székely, no segundo caso como autor de uma das esculturas produzidas no âmbito desse simpósio, obra que se encontra implantada nos jardins da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Também Paulo Neves e Isaque Pinheiro são artistas com experiência em participação em Simpósios de Escultura, quer em Portugal quer no estrangeiro, sendo juntamente com Vítor Ribeiro assíduos participantes nos Simpósios organizados pela Árvore. No simpósio das virtudes, reviveu-se, pois, excecionalmente, o espírito dos simpósios, sendo dada aos escultores a possibilidade de escolherem livremente os locais de implantação das suas esculturas, de desenvolverem sem condicionamentos as suas linguagens e poéticas plásticas, de trabalharem lado a lado, juntamente com os seus assistentes, como se documenta pelas fotografias que o registam e, last but not least, discutindo, comendo, bebendo e confraternizando entre si, como pudemos de resto testemunhar. Confinando-se a uma plasticidade estritamente escultórica, marcada pela técnica subtrativa do talhe da pedra e caracterizando-se pelo corpo a corpo com o material, se se mantiverem operativos os fundamentos que suscitaram a sua génese e levaram ao desenvolvimento de uma cultura artística de expressão e difusão internacional, os simpósios de escultura poderão preencher adequadamente um nicho específico do alargado âmbito de intervenção que oferece a Arte Pública, designadamente em programas concebidos para espaços naturais e enquadramentos paisagísticos, tirando assim partido, também aqui, das virtudes da produção in situ, pelo aprofundamento do diálogo com o caráter do lugar e pela exploração dos valores de ancestralidade e perenidade que unicamente a pedra esculpida detém. Com espaço de sobra para instalação de novas obras de arte, e começando desde já a pensar na fase seguinte, perguntamos se para dar continuidade ao que agora se fez, não poderia organizar-se um outro tipo de simpósio, por assim dizer, mais experimental, onde, por exemplo, o público para lá de se manter na condição de espectador passivo da produção das obras e de fruidor contemplativo, pudesse, ele também, intervir ativamente na sua criação? Fechamos com esta interrogação, nada inocente. Uma pergunta que é sobretudo um desafio. O ideário marcusiano de encarar a sociedade como uma obra de arte.

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