O Vermelho nos Olhos

Share Embed


Descrição do Produto

O VERMELHO NOS OLHOS Carlos Frederico Pereira da Silva Gama

Publicado em Start Racing F1 (10/04/2017) https://startracingf1.wordpress.com/2017/04/10/por-carlos-frederico-pereira-da-silva-gama-overmelho-nos-olhos/

A jovem revelação da F1 Max Verstappen sofreu um choque de realidade nos últimos 12 meses. Na Red Bull, se tornou o mais jovem vencedor em 68 anos de história da categoria. Na chuva, deu show. Com a pista seca, ignorou chicanes, violou regras, atormentou companheiros de profissão. Performances acrobáticas que não foram suficientes para “Mad Max” ser o #1 de Marko e Horner. Eleito “Melhor Piloto do Mundo”, Daniel Ricciardo ficaria 21 pontos à frente no Mundial de F1.

Topzera: Ricardão curte o (doce?) sabor do champagne

Em 2017 a Scuderia Ferrari trouxe a campo o melhor conjunto da ‘nova’ F1 dos pneus largos e dos cabides aerodinâmicos. E o test-driver da nova realidade da F1 foi...Max Verstappen. Na Austrália, o impetuoso holandês foi submetido a um incômodo ritual. Desfilou por dezenas de voltas no retrovisor do envelhecido campeão mundial Kimi Raikkonen. Famoso por seu arrojo, “Mad Max” foi incapaz de tirar o sono do criticado e indiferente “Iceman”. Para o comentarista Flávio Gomes, a postura de Verstappen lembrou “um cabritinho acuado”.

“O menino chegou Lemãozim...E ficou lá...feito um cabritinho acuado”

Na China, “Mad Max” teria sua revanche? Sem treinos livres (cortesia da neblina da região de Shanghai), a Red Bull se arrastou no qualifying. Verstappen afirmou ser 1 segundo mais lento que as Ferrari. Isso explicaria a 16ª posição no grid? 1 segundo e meio atrás...de Ricciardo.

Para Max Mad, a culpa foi do Motô Renô

A velha máxima do futebol também vale na F1. Treino é treino. Jogo é jogo. Favorecido pela pista úmida e por presepadas alheias (os pneus de pista seca de Carlos Sainz, a batida de Sérgio Perez com Lance Stroll, a performance de ex-piloto em atividade de Felipe Massa, a rodada de Valtteri Bottas) “Mad Max” completou o primeiro giro atrás do safety car entre os ponteiros. Com as trocas de pneus, chegou ao 2º posto, à frente das duas Ferrari. Sebastian Vettel estava preso atrás de Kimi. Verstappen passou Ricciardo numa manobra ousada. Dono do show?

Ricciardo prestes a ser ultrapassado por Verstappen. Kimi segura Vettel. Shanghai, 2017.

Mas de repente, a pista começou a secar. No horizonte, no retrovisor. Surgiu uma Ferrari. Vettel ultrapassou Raikkonen (enfurecido no rádio, com problemas de motor). Vettel ultrapassou Ricciardo, seu ex-companheiro que o derrotou em 2014. A mais bela da corrida. Vettel que acusou “Mad Max” de ser um perigo para a F1, no México, 2016. Vettel, que só foi ultrapassado uma vez em 2016. Por Verstappen, em Interlagos. Vettel estava ali. O mais jovem campeão mundial e bi-tri-tetra campeão mundial. Vencedor de Monza com uma Toro Rosso (que Verstappen nunca levou ao pódio). No olhar, um aviso.

E o que fez o menino prodígio?

Como o próprio Vettel, acuado por Jenson Button no Canadá, em 2011. Como Hamilton, em Interlagos 2007. Verstappen fritou seu pneu e perdeu o traçado da curva, indo beijar a grama artificial de Shanghai.

“A culpa foi do peneu”

Vettel ganhou de bandeja o 2º lugar e a liderança do Mundial, compartilhada com Lewis Hamilton. Verstappen manteve sua fibra e subiu ao pódio atrás dos dois candidatos ao título mundial de 2017. O frio vácuo de Kimi fez mal ao menino capaz de atos de coragem e erros também monumentais? Nigel Mansell demorou quase uma década para “chegar lá”. Aguardemos os próximos capítulos.

O fantasma da Ferrari não assusta apenas a enfraquecida Red Bull. No século XXI, quando a Scuderia venceu os dois primeiros GPs, levou para Maranello dois canecos. A Mercedes de Hamilton (distante da liderança do Mundial há meses) que fique de olho...

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.