OLIVEIRA, Pedro Aires – Os Despojos da Aliança. A Grã-Bretanha e a questão colonial portuguesa, 1945-1975. Lisboa: Tinta-da-China, 2007, 598 pp. ISBN 978-972-895-539-7.

June 2, 2017 | Autor: Pedro Aires Oliveira | Categoria: Portuguese Colonialism and Decolonizaton, British Foreign Policy, Portuguese «Estado Novo»
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Descrição do Produto

lisboa: tinta­‑da­‑china MMVII

Índice

agradecimentos  9 siglas e acrónimos  11 introdução  13 capítulo i — O eclipse da Pax Britannica  25 Uma aliança para todas as épocas  27 A factura da guerra  39 Sob o patrocínio de Sua Majestade: a adaptação de Portugal ao pós-II Guerra Mundial  46 O denominador africano: a cooperação anglo-portuguesa no plano colonial  55 capítulo ii — Na zona dos tufões: Goa, Macau e Timor no pós­‑guerra  77 O fim do Raj britânico e a Índia portuguesa  79 Dividir para reinar: os equívocos de Salazar  85 «Bombardeamento com bolas de papel»  90 O cerco aperta­‑se: a ocupação de Dadrá e Nagar-Aveli  95 Mediar ou não mediar: o debate em Whitehall  103 «Siesta e fiesta»: Goa na imprensa britânica  110 Vulcão em repouso  116 Viver com a China comunista: Macau e Hong­ Kong  118 Contrabando ou morte!  129 Timor: rendição disputada  134 © 2007, Pedro Aires Oliveira e Edições tinta­‑da­‑china, Lda. Rua João de Freitas Branco, 35A 1500­‑627 Lisboa Tels: 21 726 90 28/9 | Fax: 21 726 90 30 E­‑mail: [email protected] Título: Os Despojos da Aliança. A Grã-Bretanha e a Questão Colonial Porrtuguesa, 1945-75 Autor: Pedro Aires Oliveira Revisão: Tinta­‑da­‑china Capa e composição: Vera Tavares 1.ª edição: Setembro 2007 isbn 978­‑972­‑8955­‑38-0 Depósito Legal n.º 263364/07

capítulo iii — Por detrás do biombo: olhares britânicos sobre o colonialismo português  139 O império da negligência  141 «Uma desgraça para a Europa Ocidental»: o trabalho contratado nas colónias portuguesas  145 A passo de caracol: a política assimilacionista de Portugal  154 Cavalos de Tróia: as missões protestantes na África portuguesa  160 Os desmancha­‑prazeres: a imprensa britânica e o colonialismo português  165 capítulo iv — Ventos de mudança  175 O desenvolvimento colonial nos anos 50: efeitos ambivalentes  177 O efeito de contágio  185 A arena internacional: o colonialismo europeu na defensiva  189

capítulo v — Annus horribilis: 1961  217 Quixote nas Caraíbas  220 Angola a ferro e fogo  225 O despertar da opinião pública  242 O despique parlamentar  250 Aquém das expectativas: as reformas de Adriano Moreira  258 O Vesúvio goês  263 Um pequeno surto de anglofobia  278 capítulo vi — Entre Cila e Caribdis  285 A aliança debatida  287 Como viver com os portugueses?  295 Aliança ímpia? Contactos luso­‑rodesianos  303 Um palco difícil: as Nações Unidas  309 Novo Governo, velhas políticas?  315 Mordendo a cauda do leão: Portugal, a Grã­‑Bretanha e a crise rodesiana  324 Macau no fio da navalha  347 capítulo vii — «Meio liberal é melhor do que nada»? Os anos do marcelismo  353 O benefício da dúvida: o início do marcelismo visto pelos britânicos  355 Um brinde tentador  360 A resiliência de Portugal em África  368 O regresso dos Conservadores: a happy hour de Caetano  376 Uma festa estragada: os 600 anos da Aliança e a visita de Caetano a Londres  389 A contagem decrescente  397 capítulo viii — A «queda dos dominós»: a Grã­‑Bretanha e o fim do império português  409 Mudança de regime  411 Facilitador de contactos: Londres e as negociações para a transição de poderes na Guiné­‑Bissau  417 Sacudindo a pressão: o inquérito aos massacres em Moçambique  423 Moçambique: aposta ganha na Frelimo  426 Angola: da inclinação pró­‑UNITA ao reconhecimento do MPLA  443 Entregue aos lobos: o Reino Unido e a invasão de Timor­‑Leste  460 Conclusão  477 Anexos  491 Roteiro Iconográfico  493 Roteiro de Personalidades  505 Notas  515 Fontes e Bibliografia  579 Índice Onomástico  591

Agradecimentos

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livro que aqui se apresenta é uma versão modificada da minha tese de doutoramento, defendida em Março de 2007. Apesar da sua dimensão solitária, a investigação que empreendi jamais teria sido possível sem o apoio de várias pessoas e instituições. O meu primeiro agradecimento vai, como não podia deixar de ser, para o Professor José Medeiros Ferreira. Desde logo, foi ele quem me ajudou a delimitar o tema e, numa fase mais adiantada do trabalho, me sugeriu o título. Durante cinco anos beneficiei das suas palavras de encorajamento, da sua disponibilidade para resolver uma série de questões práticas e, sobretudo, da perspicácia dos seus comentários aos capítulos que lhe ia submetendo. E, claro está, sem o seu apurado sentido de humor tudo teria sido mais aborrecido. Fiquei naturalmente lisonjeado com o convite da tinta-da-china para incluir o livro no seu plano editorial e estou muito reconhecido à Bárbara Bulhosa e à Inês Hugon pelo apoio que me concederam. No plano institucional, estou grato à Fundação para a Ciência e Tecnologia pela bolsa de investigação de que beneficiei entre 2002 e 2006, ao abrigo do III Quadro Comunitário de Apoio do FSE, e ao IPRI­‑UNL, nas pessoas de Nuno Severiano Teixeira e Carlos Gaspar, pelas condições de trabalho proporcionadas nos últimos anos. No Reino Unido, a minha prima Teresa de Souza acolheu­‑me generosamente em sua casa e ajudou­‑me a descobrir imensas coisas interessantes nessa cidade fantástica que é Londres. O Bruno Car‑ doso Reis forneceu‑me vários documentos em falta nos National Archives, bem como alguma bibliografia mais inacessível. As trocas de impressões que fui mantendo com ele ao longo destes anos sobre história, política e outros assuntos de interesse comum, têm sido imensamente gratificantes. Através do e­‑mail, o Norrie MacQueen esclareceu­ uma série de dúvidas pontuais e deu­‑me uma ajuda precio‑ sa na pesquisa de vários artigos de imprensa. Estou ainda grato à Elisa

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livro que aqui se apresenta tem por objecto a crise colo‑ nial portuguesa no contexto das relações luso­‑britânicas, do fim da II Guerra Mundial à descolonização dos territórios ultramarinos portugueses em meados da década de 70. A principal questão a que ele procurará responder é a seguinte: qual o impacto da Grã­‑Bretanha, potência com especiais responsabilidades no sistema internacional do pós­‑guerra, pioneira das descolonizações europeias, e a mais velha aliada de Portugal, no desenvolvimento e desfecho da crise do colo‑ nialismo português? Trata­‑se de um tema ainda pouco explorado pela historiografia portuguesa ou até pela historiografia internacional, nomeadamente a anglo­‑saxónica. As razões para tal omissão não serão muito difíceis de apurar. Por um lado, a inacessibilidade das principais fontes docu‑ mentais, submetidas às restrições da «regra dos trinta anos» que pre‑ valece na maioria dos arquivos oficiais britânicos e portugueses, o que não pôde deixar de dificultar a realização de estudos bem fundamen‑ tados do ponto de vista empírico. Por outro lado, a própria diminui‑ ção da importância da aliança luso­‑britânica no quadro das relações externas de ambos os países após a II Guerra Mundial. Apesar de ter emergido em 1945 como um dos «três grandes» (juntamente com os Estados Unidos e a URSS), a Grã­‑Bretanha não tardou a tomar consciência das severas dificuldades que teria em conciliar a gestão do seu vasto império formal e informal com as exi‑ gências financeiras inerentes à construção do Estado de bem­‑estar, um objectivo aclamado popularmente nas eleições gerais desse ano. Cientes destas limitações, os decisores políticos britânicos procede‑ ram a uma reavaliação das suas prioridades e foram bem-sucedidos na tentativa de comprometer os Estados Unidos da América na defesa de algumas posições­‑chave das suas rotas imperiais e da própria Europa Ocidental.

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Ora, este «render da guarda» no mundo euro­‑atlântico não pode‑ ria deixar de se repercutir nas alianças externas de Portugal. Após verificar que as suas expectativas em relação a uma restauração da Pax Britannica eram pouco realistas, Salazar não tardou a perceber que a salvaguarda da sua concepção de «interesse nacional» (a qual incluía a manutenção do seu regime) estaria dependente de um entendimento sólido com os EUA, o qual viria a materializar­‑se com a adesão de Por‑ tugal ao Plano Marshall em 1948, ao Pacto do Atlântico no ano seguin‑ te e, sobretudo, em 1951, com o Acordo de Defesa luso­‑americano. Dessa forma, a relação Lisboa/Washington, ou o envolvimento por‑ tuguês em instituições lideradas pelos norte­‑americanos, tornou­‑se um dos temas de eleição da história diplomática portuguesa dedicada ao período posterior a 1945, relegando para um plano secundário o eixo Lisboa/Londres. De qualquer modo, a proeminência alcançada pelos Estados Uni‑ dos em finais dos anos 40 não eclipsou por completo a influência bri‑ tânica em Portugal. Em termos formais, a aliança que unia os dois paí‑ ses desde o século xiv continuava em vigor, os contactos diplomáticos entre as duas capitais eram relativamente intensos (uma circunstância que se acentuaria com o ingresso de Portugal em organizações como a NATO, ONU e EFTA, nas quais a Grã­‑Bretanha ocupava uma posi‑ ção de destaque), e nunca os norte­‑americanos lograram substituir os seus congéneres britânicos no conceito e estima de Salazar. De resto, no plano económico, a Grã­‑Bretanha manteve a sua primazia na lista dos principais parceiros comerciais de Portugal, e conservou sempre um lugar cimeiro no ranking dos investidores estrangeiros, tanto na metrópole como nas dependências ultramarinas. Finalmente, os «seculares aliados» tinham em comum o facto de administrarem dois impérios coloniais numa época em que a legiti‑ midade do colonialismo era crescentemente questionada e combati‑ da, tanto nas instâncias internacionais como nos próprios territórios coloniais. No fundo, é esta última circunstância que justifica o espe‑ cial enfoque deste tema de trabalho. Embora a dissolução dos impé‑ rios português e britânico tenha obedecido a ritmos e padrões muito diferentes, ambos se confrontaram com problemas semelhantes (as vicissitudes da Guerra Fria e a pressão das duas superpotências, a de‑ terminação dos movimentos independentistas locais) e até com dile‑ mas idênticos (a opção entre a Europa e o Ultramar/Commonwealth). Aliás, é a partilha dessa condição imperial que, em meu entender,

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confere às percepções britânicas da crise colonial portuguesa um particular interesse. Segundo alguns historiadores, até finais dos anos 60 a política externa de vários governos de Londres consistiu num delicado exercício visando a harmonização dos «três círculos de influência» em que se jogavam os principais interesses britânicos — a Europa Ocidental, o Império/Commonwealth e a «relação especial» com Washington1. Na medida em que a resistência de Portugal (inse‑ rido no primeiro «círculo») à descolonização obrigava o Reino Unido a assumir posições que poderiam afectar os seus interesses noutros «círculos» (em especial o da Commonwealth), isso confrontou os decisores britânicos com alguns dilemas agudos. Do ponto de vista da história colonial portuguesa, o conhecimen‑ to das percepções e das atitudes britânicas reveste­‑se também de um inegável interesse, e não apenas pela excepcional qualidade das infor‑ mações produzidas pela diplomacia britânica. Até que ponto é que o calendário da retirada imperial britânica afectou as posições coloniais portuguesas? Que expectativas tinham os nossos mais velhos aliados em relação à capacidade de resistência portuguesa aos «ventos de mudança» no mundo colonial? Qual a relação da Grã­‑Bretanha com os movimentos independentistas dos territórios portugueses? Que tipo de futuro era imaginado para a África lusófona após a saída de Por‑ tugal? Qual o posicionamento de Londres face às pressões exercidas pelos EUA sobre Portugal, especialmente durante a Administração Kennedy? E qual o papel da Grã­‑Bretanha na fase da transferência do poder para os nacionalistas africanos durante a descolonização? Estas são algumas das questões que o presente livro procurará esclarecer. Na delimitação do âmbito cronológico, pareceu­‑me apropriado escolher como balizas temporais as datas de 1945 e 1975. A primeira data remete­‑nos para a crise de legitimidade do colonialismo euro‑ peu na sequência da II Guerra Mundial, um conflito que, entre outras coisas, simbolizou a humilhação das potências coloniais europeias aos olhos dos seus súbditos africanos e asiáticos, bem como a derro‑ ta dos projectos imperialistas desenvolvidos pelas potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Apesar de em 1945 não existir ainda um calendário para o desmantelamento dos impérios coloniais europeus, a verdade é que, tanto a consagração do princípio da autodetermina‑ ção na Carta das Nações Unidas, como a simpatia com que os Esta‑ dos Unidos e a URSS encaravam as aspirações independentistas de alguns territórios, tornavam incerto o destino do domínio europeu na

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Ásia e na África. O próprio regime português tomou consciência do facto e em 1951 introduziu modificações na sua terminologia consti‑ tucional com o intuito de se precaver em relação às críticas oriundas dos meios anti­colonialistas. Tratou­‑se, porém, de um esforço inútil, na medida em que após a sua admissão na ONU, em 1955, Portugal não mais deixaria de ser fustigado pelo não cumprimento das dispo‑ sições relativas ao artigo 73.º da Carta das Nações Unidas, que definia as responsabilidades das potências administrantes de «territórios não­ ‑autónomos» perante a Organização. O arco cronológico completa­ ‑se no ano de 1975, data em que se concretiza a transferência do poder nos territórios africanos de Portugal (possibilitada pela Revolução metropolitana ocorrida em 25 de Abril de 1974) bem como a dramáti‑ ca interrupção do processo de descolonização em Timor­‑Leste. Por razões fáceis de compreender, a questão de Macau, apenas resolvida em 1999, no termo de um processo negociado de transferên‑ cia da administração portuguesa do território para a República Popular da China (encetado após o estabelecimento de relações diplomáticas entre Lisboa e Pequim em 1979), ficou excluída da nossa investiga‑ ção. Os eventos ocorridos noutros territórios coloniais portugueses, como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, praticamente não são men‑ cionados ao longo do texto, o que se deve ao facto de a Grã­‑Bretanha não ter acompanhado o seu trajecto até à independência (durante o período colonial, Londres não dispôs de representações consulares nesses territórios e na fase de descolonização o Foreign Office não exibiu particular interesse pelos respectivos processos de transferên‑ cia de poder). Em termos metodológicos, a minha investigação privilegiou uma perspectiva de história geral, assente na componente político­ ‑diplomática. Uma abordagem deste tipo justifica­‑se, em meu enten‑ der, por duas razões. Em primeiro lugar porque a ligação entre Portu‑ gal e a Grã­‑Bretanha no plano colonial continuou a radicar sobretudo em factores de ordem política e estratégica. Os laços económicos e comerciais bilaterais permaneceram fortes, mas em todas as avaliações realizadas regularmente pelos responsáveis britânicos sobre o valor da conexão portuguesa até 1974 eram as considerações de ordem política e estratégica que prevaleciam: a participação portuguesa em organiza‑ ções como a NATO, as facilidades militares e logísticas proporciona‑ das por Lisboa e, no período da Revolução e da Descolonização, a con‑ solidação de uma democracia pluralista de tipo ocidental em Portugal.

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A partir de finais dos anos 60, as oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento económico das colónias portuguesas tornaram­‑se também um factor relevante para os decisores britânicos, mas, como teremos ocasião de ver, não foram suficientes para destronar consi‑ derações de ordem política mais vastas. Nessa altura, o anacronismo do regime português e da sua política colonial constituía já um forte embaraço ao estreitamento das relações entre os dois países, ao mesmo tempo que o fim do ciclo imperial britânico tornara menos significati‑ vas algumas das contrapartidas estratégicas oferecidas por Lisboa. Em segundo lugar, uma abordagem mais centrada nos aspectos de política externa permitiu­‑me trabalhar um conjunto bem delimi‑ tado de fontes primárias, o que (assim espero) conferiu à investigação uma certa unidade e consistência. De resto, diversas obras publicadas nos últimos anos atestam bem o valor ímpar das fontes diplomáticas britânicas para a compreensão de vários aspectos da história contem‑ porânea de Portugal, particularmente no período de vigência de um regime repressor das liberdades como era o Estado Novo. Dito isto, importa salientar que não me confinei a uma pers‑ pectiva exclusivamente «estatocêntrica», em que as relações entre os dois países se limitariam às interacções na esfera governamental, envolvendo apenas actores político­‑diplomáticos e as suas trocas de comunicações2. Neste estudo, quis também pôr em evidência os factores que interferiram e influenciaram a formulação das políticas governamen‑ tais e os processos de tomada de decisão, tanto a partir de dentro como de fora da máquina governamental britânica. Em Whitehall, o Foreign Office conduzia de forma praticamente soberana o dossiê das relações com Portugal, mas a componente colonial desse relacio‑ namento implicava consultas regulares a outros ministérios, como o Colonial Office e o Commonwealth Relations Office (o resultado da fusão do India Office com o Dominions Office após 1947), os quais nem sempre partilhavam as mesmas perspectivas dos responsáveis diplomáticos. E mesmo o Foreign Office (FO) estava longe de ser uma entidade monolítica, sendo frequentes as divergências de opi‑ nião entre os seus departamentos acerca da maneira mais adequada de lidar com o regime português e os aspectos mais delicados da sua política colonial. Depois, numa sociedade democrática e pluralista como a britâni‑ ca, a política externa está longe de constituir um domínio reservado

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do executivo e dos «mandarins» do FO. O parlamento, os sindicatos, as igrejas, os grupos de pressão organizados e a chamada «opinião informada»3 têm um papel relevante nos debates de política externa e exercem muitas vezes um escrutínio apertado à acção do governo. Durante o período em apreço (1945­‑75), o grau de partidarização des‑ ses debates raramente atingiu uma intensidade semelhante à que se verificou, por exemplo, nos Estados Unidos em torno de questões como a «perda» da China em 1949, ou durante a guerra do Vietname. Com a possível excepção da questão europeia, as grandes opções de política externa no Reino Unido assentaram quase sempre num consenso bipartidário relativamente sólido (incluindo a controversa dissuasão nuclear britânica), o mesmo sucedendo aliás em relação a muitas outras áreas da governação (pelo menos, até ao aparecimen‑ to da Sra. Thatcher na segunda metade dos anos 70). Talvez por isso, questões tidas como não­‑essenciais, mas portadoras de um forte con‑ teúdo emocional, como certos episódios da descolonização britânica (a expedição do Suez, a repressão dos Mau­‑Mau no Quénia, a crise rodesiana), ou as relações com aliados e países controversos (como Portugal e a África do Sul), tendiam a ser aproveitadas pela oposi‑ ção para incomodar o executivo. Por tudo isto, entendi ser oportu‑ no trazer para esta exposição alguns dos actores não­‑estatais que, em diversas ocasiões, exerceram uma influência significativa no debate britânico do problema colonial português — jornalistas, intelectuais, organizações cívicas, igrejas, interesses empresariais. Optei por combinar um registo de pendor narrativo com ele‑ mentos analíticos por entender que era o que melhor se adequava ao objecto. A obra está organizada em função de um critério cronológi‑ co, mas dentro dos diversos capítulos procedi a algumas arrumações temáticas. Alguns temas talvez ganhassem em ser analisados autono‑ mamente (por exemplo, as questões de Goa ou de Macau), mas com isso correria o risco de perder de vista a imbricação dos vários aspec‑ tos da questão colonial portuguesa e o modo como em certas alturas os desenvolvimentos ocorridos num determinado contexto afecta‑ vam os restantes. A documentação diplomática britânica, depositada nos National Archives (antigo Public Record Office), em Londres, constituiu o prin‑ cipal núcleo de fontes primárias. Aí pesquisei, de forma sistemática, as referências a Portugal e seus territórios ultramarinos para os anos de 1945­‑75 nos núcleos do Foreign Office (a partir de 1967, Foreign

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and Commonwealth Office), Colonial Office, Dominions Office, Commonwealth Relations Office, CAB (as minutas do Gabinete e documentos anexos), PREM (o Gabinete do Primeiro­‑Ministro), DEFE (Ministério da Defesa). Graças à recente entrada em vigor do Freedom of Information Act britânico pude beneficiar da desclassifi‑ cação de alguns documentos que à partida só estariam disponíveis a partir de 2007, nomeadamente a correspondência relativa à invasão de Timor­‑Leste pela Indonésia em 1975­‑76 e suas sequelas mais ime‑ diatas. Apesar desta legislação, importa contudo notar que a admi‑ nistração britânica permanece ainda uma entidade muito mais opaca e secreta do que, por exemplo, a norte­‑americana. Isso é sobretudo visível num domínio tradicionalmente sensível do Estado britânico: os serviços de informação e espionagem. Todos os arquivos relativos ao MI 6 (o serviço de intelligence que actua no exterior), por exemplo, permanecem vedados ao público e só recentemente é que o Governo decidiu nomear um historiador profissional para escrever a história da organização até à II Guerra Mundial. O desejo de proteger fontes de informação, ou outras razões não inteiramente especificadas, levam a que por vezes o investigador seja confrontado com papéis retirados das pastas ou com passagens apagadas. Neste trabalho, porém, os ca‑ sos em que isso poderia ter dificultado a compreensão de um determi‑ nado assunto foram raros. Em Portugal, as minhas pesquisas incidiram em vários arquivos. O primeiro foi o Arquivo Histórico­‑Diplomático do MNE, que tem à sua guarda toda a documentação diplomática portuguesa posterior a 1850, funcionando também de acordo com a «regra dos trinta anos» em termos de desclassificação. Aqui, o principal problema residiu nas condições bastante precárias em que o arquivo actualmente funciona. Devido à falta de pessoal técnico especializado, documentação pre‑ ciosa acumula­‑se nos seus depósitos sem sequer poder ser inventaria‑ da. Por essa razão não pude, por exemplo, tirar partido do acervo da embaixada de Portugal em Londres referente ao período 1938­‑1985, recentemente remetido ao AHD. Nos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, uma instituição dotada de outras condições, pesquisei o Arquivo Oliveira Salazar, incluindo os núcleos de correspondência do ditador com personalidades destacadas no relacionamento luso­ ‑britânico, bem como algumas pastas do Arquivo da PIDE/DGS (aqui, porém, com um carácter menos exaustivo). Apesar de menos proveitosa em termos de resultados práticos, foi também útil a leitura

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de algumas pastas do Arquivo Marcelo Caetano, depositado na Torre do Tombo pelos herdeiros do último primeiro-ministro do Conselho do Estado Novo. O mesmo poderei dizer em relação ao Arquivo da Fundação Mário Soares, que guarda alguns dos papéis do período em que este último foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1974­‑75), bem como algumas actas de Conselhos Ministeriais e da Comissão Nacio‑ nal de Descolonização. No Arquivo Histórico­‑Ultramarino, outra instituição lamentavelmente sub­financiada pelos nossos poderes públicos, consultei sobretudo a documentação relativa ao Gabinete dos Negócios Políticos, entidade criada em 1959 no antigo Ministério do Ultramar, por ser um dos raros núcleos documentais do século xx aí depositados que dispõe de um inventário completo. A imprensa, sobretudo a imprensa britânica, constituiu também uma das fontes mais valiosas. Nos National Archives pude consultar em microfilme a série do Times relativa a 1945­‑75. Para além desta faci‑ lidade prática, creio que a escolha do diário britânico como fonte prin‑ cipal se justifica por várias razões. Para além de ser o jornal mais lido pela elite britânica ligada à política externa, o Times era, precisamente, o órgão onde até havia pouco tempo o público informado do Reino Unido alimentava o debate sobre questões internacionais, tanto nas colunas de opinião como na secção de cartas ao director. Além de serem lidos com respeito e atenção, os seus editoriais tendiam tam‑ bém a reflectir as opiniões e sensibilidades de vários sectores da admi‑ nistração britânica, o que levava o jornal a ser encarado como uma espécie de barómetro da «mente oficial» no Reino Unido (ao ponto de muitas vezes os responsáveis do Estado Novo acharem que o seu estatuto não diferia muito daquele que o Diário de Notícias possuía em Portugal…). Finalmente, a excelente qualidade do seu jornalismo (pelo menos, até o Grupo Murdoch o ter adquirido em finais dos anos 80), proporcionou­‑me elementos preciosos sobre algumas personalidades e ajudou­‑me a reconstituir certas sequências de eventos. Graças aos recortes de imprensa dos arquivos diplomáticos bri‑ tânicos e portugueses, foi-me ainda possível consultar números soltos de outras publicações britânicas de referência, como os diários Daily Telegraph (conservador), Guardian (centro­‑esquerda), Financial Times (centro­‑direita) e os semanários The Economist (centro­‑direita), New Statesman (esquerda) e The Spectator (conservador), bem com alguns excertos dos diários das sessões da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes.

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Memórias e diários de personalidades políticas ou funcionários diplomáticos britânicos com alguma ligação a Portugal foram outra das fontes relevantes para este estudo, muito embora as referências ao nosso país e aos seus problemas coloniais sejam, na grande maioria dos casos, escassas e breves. Por várias razões, optei por não recorrer a entrevistas. Não por alimentar qualquer preconceito contra essa metodologia, bem pelo contrário, mas porque, após duas experiên‑ cias mal­sucedidas, me apercebi de que a sua utilidade para esta inves‑ tigação seria duvidosa. Para além de muitos dos protagonistas­‑chave das relações luso­‑britânicas terem já desaparecido, há que ter em conta que para os restantes esse foi um assunto relativamente menor nas respectivas carreiras, do qual retêm recordações muitas vezes imprecisas e, possivelmente, traiçoeiras. De resto, estou em crer que as falhas e omissões que esta investigação possa ter — e tê­‑las­‑á certa‑ mente — não se terão ficado a dever a uma ausência de documentos escritos susceptível de ser compensada por testemunhos orais.

Serviço de Arquivo de Lisboa — CPF / MC

A 8 de Maio de 1945, Salazar deslocou-se à embaixada britânica para apresentar cumprimentos pela vitória dos Aliados na Europa. Sir Ronald Campbell, o representante inglês, recusou-se a receber uma delegação da oposição portuguesa.

Ernest Bevin, secretário de Estado britânico dos Negócios Estrangeiros entre 1945 e 1951, tomou algumas decisões-chave em matéria de descolonização. Foi um dos principais responsáveis pela inclusão do Portugal na Aliança Atlântica.

Serviço de Arquivo de Lisboa — CPF / DGARQ

Sir Winston Chruchill de férias na ilha da Madeira, em 1950. A seguir à guerra, várias tentativas foram feitas para o trazer a Lisboa, sempre sem sucesso. O famoso estadista nunca foi um grande apreciador de Salazar.

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roteiro iconográfico

[495] Jawaharlal Nehru, líder do Partido do Congresso e o primeiro chefe de Governo da Índia independente. A inclusão da Índia na Commonwealth foi uma das principais realizações da política externa de Clement Attlee.

Anthony Eden (em primeiro plano) lidou de perto com assuntos relativos a Portugal enquanto secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros. Nas suas memórias, incluiu Salazar na categoria dos «ditadores benignos», ao lado de Mustafa Kemal Ataturk.

Um dos mais formidáveis opositores do Império Britânico: Mohandas Gandhi. Em 1946, um ano antes da independência da Índia, exortou os portugueses a aceitarem um compromisso relativamente ao futuro de Goa.

Em meados dos anos 50, o trabalhista Tony Benn (à esquerda) distinguiu-se como uma das raras vozes críticas do regime de Salazar no Reino Unido e estabeleceu contactos com representantes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas.

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roteiro iconográfico

Nikita Kruchtchev discursando na XV Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, Setembro de 1960. No decurso dessa AG, Portugal seria visado em várias resoluções que condenavam de forma contundente a sua política colonial.

Serviço de Arquivo de Lisboa — CPF / MC Serviço de Arquivo de Lisboa — CPF / MC

Harold Macmillan, primeiro-ministro britânico entre 1956 e 1964, procedeu à liquidação do império britânico em África. O seu célebre discurso sobre os «ventos de mudança» (Janeiro de 1960) foi recebido com enorme apreensão em Lisboa.

Serviço de Arquivo de Lisboa — CPF / MC

A visita da rainha Isabel II a Portugal, em Fevereiro de 1957, foi habilmente explorada pelo regime de Salazar para dissipar a ideia de que a sua política colonial estaria a conduzir o país ao isolamento internacional.

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Dois protagonistas de uma diplomacia combativa, mas acossada: Vasco Garin e Franco Nogueira. Este último (à direita) chefiou o Palácio das Necessidades entre 1961 e 1969 e irritou os ingleses pela maneira como lidou com a questão da Rodésia.

Em Maio de 1961, Sir Alec Douglas-Home encontrou-se com Salazar e Franco Nogueira em Lisboa, mas foi incapaz de convencê-los a adoptarem uma política colonial mais flexível.

Roteiro de Personalidades

AMERY, Julian (1919-1996): Político britânico. Filho de um influente dirigente e ministro conservador (Leopold Amery), combateu na II Guerra Mundial no Mediterrâneo e actuou como agente de ligação à resistência albanesa. Eleito deputado pelos conservadores em 1950, exerceu vários cargos ministeriais no Governo do seu genro, Harold Macmillan: secretário de Estado da Guerra (1957-58), secretário de Estado da Aviação (1960-62), ministro da Aviação (1962-64). Acérrimo anticomunista, herdou do seu pai a ligação afectiva à ideia imperial. Durante 30 anos foi um dos patronos do Monday Club, um grupo de pressão conservador muito associado à defesa dos colonos europeus em África. Juntamente com o marquês de Salisbury, Lord Colyton e os deputados Biggs-Davidson e Patrick Wall, tornou-se um dos elementos mais destacados do lóbi pró-português nos círculos do poder britânico. ATTLEE, Clement (1883-1967): Político trabalhista, exerceu pela primeira vez funções ministeriais no Governo de Ramsay MacDonald em 1930-31. De inclinações moderadas e forte consciência social, foi um destacado defensor do apoio da Grã-Bretanha aos republicanos durante a Guerra de Espanha. Membro do Gabinete de Guerra de Churchill, foi o responsável pelas relações com os Domínios e, na prática, o número dois do executivo. Primeiro-ministro após a vitória do Labour nas eleições de 1945, ficou associado a decisões históricas como a concessão da independência à Índia e ao Paquistão (1947), o lançamento das grandes reformas económico-sociais do pós-guerra (nacionalizações dos caminhos-de-ferro, indústrias do carvão, aço, gás, electricidade, estabelecimento do serviço nacional de saúde), e ajudou a «reiventar» a Commonwealth numa base multirracial. BECK, Domingos Maria do Espírito Santo José Francisco de Paula de Sousa Holstein (1897-1969): 5.º duque de Palmela. Tirou o curso de engenharia civil na Universidade de Cambridge e exerceu o cargo de director do Banco de Portugal durante vários anos. Em 1943 Salazar nomeou-o embaixador em Londres, com a difícil missão de substituir Armindo Monteiro, figura muito estimada pelo Governo britânico. Para surpresa de alguns, a inexperiência diplomática de Palmela não constituiu um óbice ao seu desempenho e a sua missão em Londres foi, a vários títulos, um êxito. Em 1949, quando regressou a Portugal, as relações luso-britânicas estavam bem mais desanuviadas do que quando tomou posse do cargo. Grande admirador de Salazar, não se coibiu de, em alguns momentos, exprimir as suas reservas em relação a determinadas medidas do Governo (como a decisão de decretar luto oficial pela morte de Hitler). Em 1957 fez parte do séquito da rainha Isabel II, quando esta realizou a sua visita de Estado a Portugal. Cinco anos mais tarde, indignado com a atitude assumida pelo Governo britânico durante a invasão de Goa, jurou nunca mais entrar na embaixada do Reino Unido. BEVIN, Ernest (1881-1951): Líder sindical e político trabalhista, participou no lançamento do Transport and General Workers Union, o mais poderoso sindicato britânico

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os despojos da aliança

da época, e exerceu o cargo de secretário-geral do Trade Unions Council. Ministro do Trabalho no Gabinete de Guerra de Churchill, teve um papel crucial na organização do esforço de guerra britânico. Nomeado secretário de Estado dos NE em 1945, rapidamente conquistou a admiração e o respeito dos funcionários de carreira do FO. Um socialista de instintos patrióticos e conservadores, orgulhava-se da dimensão imperial do Reino Unido e ainda chegou a acarinhar a ideia de um pólo de poder alternativo às duas superpotências, assente numa aliança entre a Europa Ocidental e o Império/Commonwealth. Quando constatou o irrealismo do projecto, concentrou-se na consolidação dos laços com os EUA. Foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do programa atómico britânico, supervisionou a retirada da Palestina e foi um dos principais impulsionadores da NATO. BENN, Anthony («Tony») Wedgwood (n. 1925): Político trabalhista. Oriundo de uma família de pergaminhos aristocráticos (e radicais), renunciou ao título de Visconde de Stansgate para manter o seu assento na Câmara dos Comuns. Deputado desde 1951 (até se retirar em 2001), tornou-se um dos elementos mais activos da ala radical do Partido Trabalhista, envolvendo-se em muitas das causas emblemáticas da esquerda do seu tempo, do pacifismo à ecologia, do anticolonialismo à defesa do Estado social. Nos governos de Wilson, nas décadas de 60 e 70, desempenhou alguns cargos ministeriais de segundo plano. Foi um dos fundadores e dirigentes do Movement for Colonial Freedom e o mentor da formação do Goa Committe na Câmara dos Comuns em 1955. CALLAGHAN, James (1913-2005): Político trabalhista britânico. Entre finais dos anos 50 e início de 60, foi o porta-voz do Partido para as questões coloniais. Nomeado ministro das Finanças em 1966, geriu mal a questão da desvalorização da libra e em 1967 transitou para a pasta do Interior, onde teve de lidar com a situação explosiva da Irlanda do Norte. Secretário de Estado dos NE após o regresso dos trabalhistas ao poder em 1974, empenhou-se em melhorar as relações anglo-americanas, razoavelmente tensas desde a Guerra do Vietname, um objectivo alcançado graças à sua excelente relação pessoal com Kissinger e Ford. Dirigiu com êxito a renegociação dos termos da adesão britânica à CEE, tentou evitar uma escalada da crise do Chipre, mas foi menos feliz na busca de um compromisso para a questão rodesiana. Encorajou os elementos mais moderados da Revolução portuguesa, com particular destaque para Mário Soares e o PS, sendo-lhe apontado um papel discreto na preparação de certos aspectos do 25 de Novembro. Depois do afastamento de Wilson em 1976, ascendeu ao cargo de primeiro-ministro, liderando a Grã-Bretanha na sua pior crise económica do pós-II Guerra Mundial. Em 1979 foi derrotado por Margaret Thatcher nas eleições que afastaram o Labour do poder por 18 anos. CECIL, Robert Arthur James Gascoyne (1893-1972): Político britânico, neto do primeiro-ministro Lord Salisbury, tornou-se o 5.º marquês de Salisbury pela morte do seu pai em 1947. Eleito deputado em 1929, encetou a partir de então uma longa carreira política no Governo e nas duas câmaras do parlamento britânico. Um conservador tradicionalista, destacou-se pela sua devoção à Monarquia, à Igreja e ao Império. Foi também um opositor da política de appeasement de Chamberlain, com quem rompeu em 1938. No pós-guerra foi um crítico feroz do envolvimento britânico nos assuntos europeus e das políticas de descolonização de sucessivos governos trabalhistas e conservadores. Opôs-se à admissão da Índia na Commonwealth em 1949 e tornou-se um dos conselheiros íntimos de Eden na altura da crise do Suez. Durante os governos de Macmillan, abandonou a presidência da Câmara dos Lordes (1961), mas manteve-se uma figura influente no Partido Conservador. Patrono do Monday Club, assumiu a defesa dos interesses dos colonos europeus no Quénia e na Federação da África Central. CHURCHILL, Winston (1874-1965): Político britânico. Militar, jornalista, homem de letras, teve uma carreira repleta de altos e baixos até emergir, em finais dos anos 30, como o mais formidável crítico das políticas de apaziguamento dos ditadores europeus. Destacouse sobretudo pela forma inspirada como liderou a Grã-Bretanha na II Guerra Mundial. Inesperadamente derrotado em 1945, manteve-se como líder da oposição conservadora

roteiro de personalidades

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ao Governo de Attlee, cuja política de «abandono» de várias posições colonais lhe mereceu uma viva reprovação. Em 1951 tornou-se novamente primeiro-ministro, cargo que exerceu até se retirar da política activa em 1955. Nunca foi exactamente um entusiasta da aliança com Portugal e durante a II Guerra Mundial, perante as tergiversações de Lisboa, chegou a ponderar a hipótese de uma ocupação preventiva dos Açores. COELHO, Gonçalo Caldeira (1918-?): Diplomata. Admitido no MNE em 1942, percorreu vários postos no estrangeiro (Bélgica, Suíça, Canadá, Espanha, Congo-Brazaville) e representou Portugal em inúmeras conferências e cerimónias internacionais. Durante o marcelismo exerceu o cargo de director-geral dos Negócios Políticos, tornando-se um dos diplomatas de confiança do presidente do Conselho. Nomeado embaixador em Londres no início de 1974, permaneceu nesse posto apenas até Junho, por não inspirar total confiança ao novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares. COHEN, Andrew (1909-1968): Funcionário superior do Ministério das Colónias e governador colonial, é considerado um dos artífices das políticas reformistas que abriram caminho para a descolonização da África britânica no pós-II Guerra Mundial. Nomeado subsecretário de Estado assistente no Colonial Office em 1947, convenceu os governantes trabalhistas da necessidade de preparar as colónias africanas para o autogoverno no espaço de uma geração. Em 1952 foi nomeado governador do Uganda, território onde pôde pôr em prática muitas das suas ideias. Do Uganda seguiu para Nova Iorque, a fim de chefiar a representação britânica no Conselho de Tutela da ONU (1957-60). Nos anos 60 dedicou-se à organização dos serviços de cooperação técnica do Reino Unido, tornando-se o secretário permanente do Ministério do Desenvolvimento Ultramarino em 1964. DAVIDSON, Basil (n. 1914): Jornalista e historiador britânico. Homem de esquerda, durante a II Guerra Mundial combateu nas forças especiais britânicas (SOE) na Hungria, na Jugoslávia e no Norte de Itália, servindo de elemento de ligação aos movimentos da resistência ao Eixo nesses países. De regresso às lides jornalísticas (Economist, New Statesman), tentou especializar-se em questões da Europa de Leste, mas uma primeira viagem a África, no início dos anos 50, fê-lo mudar de ideias. Em 1954 percorreu vários territórios da África Ocidental e recolheu material para reportagens e artigos, mais tarde fundidos no livro The African Awakening, obra que estabeleceu a sua reputação como africanista no Reino Unido. Jornalista free-lance publicado em todo o mundo, foi também um destacado militante anticolonial através da sua participação em organismos como a Union for Democratic Control e o Movement for Colonial Freedom. Conheceu de perto vários dirigentes nacionalistas das colónias portuguesas, como Amílcar Cabral e Agostinho Neto, e publicou diversos panfletos e livros favoráveis à sua causa. A partir de finais dos anos 60 tornou-se uma espécie de porta-voz informal dos três movimentos marxistas da África lusófona no Reino Unido. DOUGLAS-HOME, Alec (1903-1995): Político britânico. Oriundo de uma família da alta aristocracia escocesa, serviu como secretário parlamentar privado de Chamberlain no Ministério das Finanças e, depois, em Downing Street (finais dos anos 30). Em 1951 ingressou no Governo como ministro de Estado para a Escócia e, desde então, foi acumulando postos de importância crescente: secretário de Estado para a Commonwealth (1955-60), secretário de Estado dos NE (1960-63) e, por fim, primeiro-ministro (1964). Ao suceder a Macmillan, teve de renunciar ao título de conde de Home e ao lugar na Câmara dos Lordes a fim de poder estar presente na Câmara dos Comuns. Tornou-se então Sir Alec Douglas-Home. Derrotado pelos trabalhistas em finais de 1964, perdeu a liderança dos tories a favor de Edward Heath. Continuou, porém, a servir o partido como porta-voz para as questões de política externa. Em 1970 foi novamente nomeado secretário de Estado dos NE, cargo que desempenhou até 1974. Nesse ano foi feito barão Home de Hirsel e regressou à Câmara dos Lordes. ECCLES, David (1904-1999): Empresário e político conservador. Durante a II Guerra Mundial, trabalhou para o Ministério da Guerra Económica, seguindo com especial aten-

Índice Onomástico

Acção Nacional Popular: 383, 397, 400 Accra: 68, 180, 186, 191, 195, 240, 485 Acheson, Dean: 126, 378 Açores: 33, 37-9, 44-6, 50-1, 53, 55, 63, 135, 138, 269, 275, 281, 290-3, 299, 302, 308, 322, 374, 406, 480 Aden: 56, 292, 462 Afonso XIII: 33 África Central: 29, 35, 61, 63-4, 72, 155, 172, 184-5, 211, 230, 294, 297 África do Sul: 20, 33, 56, 67-9, 72, 86, 106, 135-6, 143, 155-6, 173, 185, 192, 203, 207, 209, 230, 240, 250, 253-4, 290, 306, 310-1, 325, 327, 329, 332, 335, 337-8, 341-5, 361, 364, 366, 368, 371, 374, 377, 380, 382, 384, 386, 399, 401, 404, 406-7, 419, 428, 430, 433, 436, 438, 447-8, 452-4, 456, 459, 483 Alemanha: 17, 28, 31-2, 34, 36-7, 39, 54, 81, 300, 318, 347, 373, 482 Ali Khan, Usman: 86 Almada, José de: 69, 70-1 Almeida, Costa: 331 Alves, Nito: 448, 452 Alves, Vítor: 468 Amachree, Godfrey: 314 Amery, Julian: 251, 292-3 Anderson, Perry: 315 Andrade, Joaquim Pinto de: 246 Andrade, Mário Pinto de: 172, 297 Angola: 29, 31, 34-5, 53, 60, 70, 141-7, 149-53, 155-6, 158-63, 165-7, 169-70, 172-3, 177, 179-84, 188-9, 219-20, 223, 225-9, 232, 234, 236-7, 239-58, 262, 264, 268, 276-7, 280, 283, 287, 290-8, 301-2, 305-7, 309, 316, 318-9, 321, 326-7, 342, 358, 362-5, 369-70, 372-4, 382-5, 388, 390, 392-3, 399, 404, 406, 413-4, 426, 428, 443-56, 458-60, 483-7 Antunes, Ernesto Melo: 421 Argélia: 177, 181, 191, 209, 244, 260-1, 302, 309 Arquivo Histórico-Diplomático: 21

Arquivo Histórico-Ultramarino: 22 Arquivo Marcelo Caetano: 22 Arquivo Oliveira Salazar: 21 Arriaga, Kaúlza de: 396 Ascensão, ilha de: 290, 292-3 Assembleia Nacional: 83, 98, 145, 147, 150, 168, 280, 288, 381, 402 Attlee, Clement: 42, 48, 49, 51-2, 56, 61, 65, 80-1, 88-9, 110, 121, 123, 125, 137, 275 Auchinleck, marechal: 81 Austrália: 37, 56, 127, 136-8, 213, 463, 465-6, 487 Ball, George: 271 Banda, Hastings: 303-4, 319, 326 Banguera, A.: 172 Barata, Nunes: 420-1 Bastos, Pereira: 327 BBC (British Broadcast Corporation): 100, 245, 360, 394 Beckett, W.E.: 122 Beira: 59-64, 158, 164, 166, 329, 331, 336-41, 344-5, 375-6, 379, 387, 389, 401, 429, 431, 440 Bélgica: 67, 72, 74, 102, 207, 276, 321 Benaras: 82 Benguela: 60, 147, 167, 180, 328, 339, 444, 446, 452, 459 Benn, Tony: 117, 171-2, 248, 265, 315 Beresford, William: 28 Berkey, Russel: 125 Berlim: 30-2, 37-8, 71, 124, 160, 270 Bermudas: 273 Bevan, Aneurin: 74, 171, 211, 412 Bevin, Ernest: 42-4, 47, 49, 51, 53, 56, 58, 62, 68-9, 90-1, 124 Bidault, Georges: 52 Biggs-Davidson, John: 316 Birmânia: 56, 89, 119-20 Bismarck, ilhas: 137 Bissau: 181, 186-7, 402-4, 415, 417-8, 420, 4223, 473-4, 484

[594] BNEC (British National Export Council): 364, 365 Boavida, Américo: 172 Bombaim: 28, 79, 82, 95, 104, 108, 115, 266, 274 Booth, Paul Gore: 270 Boothby, E.B.: 260 Botswana: 290, 331, 342, 345 Boxer, Charles: 27, 316 Brandt, Willy: 413 Brasil: 29, 102, 221, 370, 404 Brejnev, Leonid: 449, 476 Brimelow, Thomas: 389 Broadley, K.E.: 298 Brockway, Fenner: 117, 248, 471 Brown, George: 251-2, 276, 315, 439 Bulgária: 309 Byatt, Hugh: 396, 400 Cabinda: 179, 362-4, 445, 451-2 Cabo Verde: 18, 28, 33, 45, 53, 181, 226, 290-2, 302, 418-9, 422-3 Cabral, Amílcar: 323, 392, 402, 405-6 Cabral, João: 172, 277 Cadbury, William: 30, 146, 161 Caetano, Marcelo: 22, 83-4, 153, 248, 294, 35562, 367-8, 372, 376-7, 379-84, 388-93, 395-8, 400, 404-7 412-3, 424-5, 432, 441, 484-5 Cahora Bassa: 347, 365-6, 370, 375, 401 Calcutá: 80, 104-5 Callaghan, James: 172, 254, 315, 407, 415, 419, 420-2, 425, 430-1, 433-4, 449, 453-7, 470-2, 487-8 Camarões: 203 Camberra: 136-7, 465, 467 Campbell, Evan: 326-7, 327 Campinos, Jorge: 466 Canadá: 56, 58, 127, 212, 380 Canning, George: 28 Cantão: 127, 131, 134 Carachi: 118, 266 Caradon, Lord: 361, 393 Caraíbas: 99, 219-21 Carless, Hugh: 362, 365, 382 Carlos II: 28 Carvalho, Nobre de: 348-9 Cassange: 226-7 Castle, Barbara: 248 Castro, Fidel: 208, 279, 455 Catarina de Bragança: 28, 79 Caxemira: 82, 85, 112, 264, 268, 276-7, 282 CEE (Comunidade Económica Europeia): 268, 284, 294, 361, 372, 375, 379, 390, 404, 406, 415, 422, 437, 453, 457, 487-8 Ceilão: 56, 120, 241, 252, 277 Central and Southern African Department: 384

os despojos da aliança Cerejeira, cardeal: 152 Chaudhuri, general: 267 Cheetham, Nicolas: 302 Cheke, Marcus: 48 Chiang‑Kai‑Shek: 118-9, 128 Chipre: 106-7, 109, 204, 208, 232, 274 Chissano, Joaquim: 406, 437 Chou En‑Lai: 126, 132-4 Churchill, Winston: 32, 37, 39, 47, 49, 80, 84, 97, 104, 125, 135 Clark, G.E.: 404 CO (Colonial Office): 19, 21, 67-70, 72, 120, 126, 133, 188, 195-6, 201, 303, 307 Coelho, Luís Pinto: 153 Cohen, Andrew: 201, 203-4 Colville, J.R.: 49, 104 Colyton, Lord: 316 Combs, W.I.: 465 Comissão de Cooperação Técnica na África a Sul do Sara: 72-4 Commonwealth: 16-7, 21, 43, 56, 63, 65, 86-93, 96, 98, 104, 106, 108-9, 117, 119, 123, 126-7, 136-7, 190, 197, 201, 203, 210, 240, 250-2, 254-5, 268, 270, 273, 275, 279, 281-2, 287, 291, 295, 297, 300-1, 308, 314, 318-20, 325, 328, 330, 334-5, 344-5, 349, 361, 378-81, 386, 414, 427, 433, 443, 461, 463, 465, 479, 481, 483-4 Congo: 30, 58-9, 144, 160-1, 166-8, 172-3, 180, 183, 188-9, 206, 208, 212, 214, 225-6, 228, 230, 237, 239, 244, 246-7, 252, 265, 270, 277, 304, 307, 318, 323, 336, 363, 369, 448, 479 Conselho de Segurança: 130, 173, 209, 226, 229, 240-1, 251, 253, 267-8, 272-3, 303, 309, 311-2, 314, 322, 327, 335, 339, 341-2, 345, 361, 367, 387-8, 403-4, 422, 442, 471, 473-5 Cook, ilhas: 202 Cooperação Política Europeia: 404, 453, 457 Cocom (Coordinating Committee for Multilateral Export Control): 130-1 COPCON: 449 Coreia: 42, 56, 66, 128, 130, 149, 273, 439 Cornwall, Barbara: 392 Correia, Peixoto: 187 Costa do Ouro: 68, 70, 151, 159, 190 Coutinho, Rosa: 444-5 Cradock, Percy: 429 Crespo, Vítor: 437 Cripps, Stafford: 57 Croft, Stanley: 444-5, 453 Cromer, Lord: 366-7 Cromwell, Oliver: 113 Crookshank, Harry: 108-9 Crowe, Eyre: 33 Cruz, Lopes da: 468 Cruz, Viriato da: 172 Cuba: 298, 324, 448, 453, 459, 468

índice onomástico Cuma‑Ganda: 147 Cunha, Paulo: 97, 100, 194 Cunha, Silva: 327 Cunha, Tristão da: 83 Cunha, Vasco da: 153 Dadrá: 95, 100, 112, 116, 165, 263 Dacar: 185-7, 296, 298, 417, 422 Dalton, Hugh: 58 Damão: 95, 101, 104, 263, 266-7, 273 Davidson, Basil: 165-70, 172, 315-6, 392, 486 Dean, Patrick: 241-2, 262, 273, 312, 378 Delgado, Humberto: 116, 171, 180, 184, 220-1, 243, 430 Desai, Morarji: 265, 281 DGS (Direcção-Geral de Segurança): 21, 343, 424 Dien Bien Phu, batalha de: 96 Díli: 136-7, 470, 488 Diu: 95, 104, 266-7, 273 Dixon, Pierson: 201, 204-5 DO (Dominions Office): 19, 21, 67, 386 Douglas-Home, Alec: 108-9, 114, 211, 214, 230-1, 235-40, 250, 252, 256, 262-3, 273, 29-3, 301-2, 309-10, 312, 324-5, 378-9, 386-7, 394-5, 397, 402, 404, 418, 462 Downing, H.J.: 370-1 DRIL (Directório Revolucionário Ibérico de Libertação): 220, 225 Duffy, James: 160, 170, 315 Dugdale, John: 253 Duggan, Gordon: 469 DUI (Declaração Unilateral de Independência - Rodésia): 326, 332, 334, 337, 339, 430 Dulles, John Foster: 192 Duncan, Stanley: 400-1, 431-2, 435, 438, 440-2 Dupleix, Joseph: 113 ECA (European Cooperation Administration): 64, 73 Eccles, David: 49, 232-3 Eden, Anthony: 47, 49, 97, 105, 109, 197, 210, 275 Eduardo III: 27 EFTA (European Free Trade Association): 16, 235, 294, 295, 318, 339, 361, 372, 375, 480 Egerton, F. Clement C.: 170 Egipto: 56, 195, 197, 325, 366 Eisenhower, Dwight: 66, 208, 231 El Adem: 269, 292-3 Elbrick, Burke: 229-31, 272 Elibank, Lord: 131 Ennals, David: 407, 418-9, 424-5, 440, 453, 455-6 ERP (European Recovery Programme): 62-3

[595] Espanha: 32-3, 37, 45, 47, 50, 54, 99, 204, 206-7, 212, 310, 336, 404, 407, 473 Esparteiro, Marques: 134 Estados Unidos da América: 15-7, 20, 30, 39-40, 43-7, 52, 55, 58, 61-3, 65, 69, 102, 119, 125-7, 129-30, 135, 137-8, 150, 153, 184, 194, 197-8, 207-10, 213-4, 220, 224, 228-9, 231, 234, 236, 241-2, 251-3, 271-2, 278, 292, 294, 299, 300, 310, 312, 345, 404, 451-5, 457, 463, 483 Estaline, Josep: 39, 126 Etiópia: 57, 69, 74 Europa: 15-7, 28, 34, 37, 40, 42-3, 49, 63, 65, 69, 130, 135, 145, 149, 171, 210, 276, 294, 355, 361, 372-3, 376, 379, 390, 395-6, 413, 415, 432, 441, 449, 480 Everett, B.J.: 447-8 FCO (Foreign and Commonwealth Office): 20, 355, 358, 361-8, 373, 376, 380, 383-90, 395, 400, 403, 405, 407, 414, 418-9, 423-4, 426, 430-2, 438-9, 444-50, 452-5, 460, 464, 467, 470-5 Fernandes, Gil: 406 Fernandes, Moisés Silva: 350 Fernando I: 27 Field, Winston: 325 Figueiredo, António de: 315, 424 Figueiredo, Mário de: 280 Filipe, príncipe (duque de Edimburgo): 390-1 Flower, Ken: 326, 331, 343, 430 FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola): 444, 446, 447, 448, 451-8 FO (Foreign Office): 18-20, 30, 32, 34, 37, 41, 43, 45, 47-51, 54, 58, 61-2, 67-9, 85, 97, 99, 102-3, 105, 117, 121-4, 128, 132, 138, 146, 148, 152, 165, 174, 182, 189, 194-5, 197, 200-2, 206, 210, 212, 214, 222-4, 227, 230, 233-5, 240-2, 253-5, 258-60, 262-3, 269, 273, 288-9, 291-2, 295, 298, 300, 302, 304-5, 309-12, 317, 323, 332, 336, 339-40, 344, 366, 369, 376, 3856, 412, 461-2, 471, 482-3, 487 Foot, Dingle: 288 Ford, Gerald: 453, 472 Ford, John Archibald: 468-9, 471-2, 475, 488 Ford, Robert W.: 382-4, 399-400 Formosa, ilha: 128 Fox, William: 41 França: 67, 72-3, 90, 92, 96, 111, 127, 150, 191, 194, 207, 212-3, 229, 239, 251, 273, 294, 300, 302, 310, 312, 314, 318, 321, 347, 384, 404, 412, 451, 457, 459, 482 Franco, Francisco: 37, 47-9, 54 Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique): 180, 265, 383, 395, 400-1, 406, 413-6, 419, 426-7, 429-42, 445, 452, 468, 472, 485, 487

[596] Fretilin: 460, 468-71 Fynes‑Clinton, cônsul: 144, 158 Gabinete dos Negócios Políticos: 22 Gaitonde, P.D.: 96, 104 Gaitskell, Hugh: 253, 256, 273 Galbraith, John Kenneth: 271 Galvão, Henrique: 145, 150, 171, 219-25, 243, 313 Gama, Vasco da: 113, 272, 441 Gâmbia: 65, 190, 290 Gan, atol de: 269, 293 Gana: 68, 181, 190, 195, 240, 252, 277, 311, 319, 484-5 Gandhi, Mohandas: 83, 112, 266 Gardiner, Gerald: 171, 315, 322 Garin, Vasco: 272 Garran, Peter: 50 GATT (General Agreement on Tariffs and Trade): 41, 65 Genebra: 90, 97, 99, 132, 153, 169, 225 Georgius, Costas: 458 Gibraltar: 98-9, 106, 109, 212, 223, 290, 473 Gifford, Lord: 390, 392, 406-7, 414, 437, 486 Gleijesses, Piero: 459 Goa: 20, 28, 32, 45, 77, 79, 81-6, 90-101, 103-18, 122, 133, 165, 263-81, 283, 287-8, 291-2, 294, 297, 300, 309-10, 318, 329, 340, 348, 360-1, 482, 484, 488 Golfo Pérsico: 56, 378 Gomantak Dal, Azad: 100, 117 Gomes, Francisco Costa: 411 Gomes, Rui Luís: 171 Gonçalves, Vasco: 421, 449 Gordon-Walker, Patrick: 317 Gore‑Booth, Paul: 282-4 Goronwy‑Roberts, Lord: 471, 473 Grahl‑Madsen, Atle: 425 Grantham, Alexander: 120, 123, 132-3 Grécia: 42, 81, 404 Greenidge, C.W.W.: 153 Grubb, Kenneth: 248 Guangdong: 127 Guatemala: 473, 476 Guerra Fria: 16, 46-7, 51-2, 55, 66, 73, 89, 93, 106, 131, 154, 192, 195, 214, 229, 264, 267, 275, 281, 336, 377, 395, 451, 453, 462-3, 479, 482 Guiné: 137, 181, 185-7, 189, 191, 203, 229, 256, 270, 277, 291, 296-8, 310, 317, 323, 358, 361, 372, 388, 390, 397, 399, 402-6, 413-5, 417-23, 427, 432-3, 435, 461, 464-6, 473-4, 484, 486 Hall, George H.: 68, 358-9 Hammarskjöld, Daj: 208 Harcourt, Cecil: 120 Hart, Judith: 407, 422, 439

os despojos da aliança Hastings, Adrian: 115-6, 303-4, 319, 326, 392-3, 395, 397, 424, 434, 485 Hattersley, Roy: 468 Healey, Denis: 253, 315, 407 Heath, Edward: 239, 253, 257, 288, 344, 376, 378-80, 383-4, 386-7, 395-7, 425, 484 Hindustão: 81 Hiroxima: 41, 135 Hitler, Adolfo: 39 Hoare, Samuel: 49 Ho Chi Minh: 128 Holanda: 37, 207, 440 Holden, David: 173 Honduras: 293, 424, 473 Hone, Evelyn: 307 Hong Kong: 81, 93, 98, 109, 118-25, 127-33, 135, 347-52, 378, 489 House, S.P.: 70, 143, 146, 149, 151, 156-7, 159-60, 344, 443 Huggan, tenente-coronel: 411 Huggins, Godfrey: 63 Hughes, Robert: 391 Hunt, John: 416 Hyderabad: 85-7, 112, 276 Índia: 28, 43-5, 56, 79-104, 106-8, 110-7, 120, 126, 129, 168, 207, 214, 220, 229, 252, 263-71, 273-78, 280, 282, 481, 488 Indochina: 66, 90, 96-7, 132 Indonésia: 21, 138, 195, 270, 280, 460-70, 472-5, 487-8 Ions, Norman: 350-1 Irão: 56, 66, 126 Iraque: 56, 270, 489 Irlanda: 89, 111, 113, 210, 278, 403 Isabel II: 97, 170, 458, 464 Israel: 398 Itália: 17, 54, 166, 300 Jacarta: 460-2, 464-5, 468-9, 471-5, 487-8 Jackson, G.N.: 164, 184 Japão: 17, 39, 45, 135, 192, 384, 463, 474 Jardim, Jorge: 331, 342, 400, 431 Jordânia: 56 JSN (Junta de Salvação Nacional): 412-4, 427-8 Judd, Frank: 394, 407 Jugoslávia: 448, 453 Junagadh: 112 Kakodkar, Anil: 83 Kampala: 319 Katanga: 60, 167-8, 268, 308 Kaunda, Kenneth: 302, 307, 326, 381, 429-30, 433-4, 442, 452, 485, 487 Kay, Hugh: 316

índice onomástico Kendall, A.C.: 148, 159 Kennedy, John Fitzgerald: 17, 208, 220, 229, 231, 251, 253, 266, 271, 273, 299, 324, 482 Kennan, George: 39, 393 Kent, John: 73 Kerr, Welbore: 188, 364, 369 Kerr‑Pearse: 188 Keynes, John Maynard: 40 Khruchtchev, Nikita: 89, 195, 208-9, 229 Kimbangu, Simão: 161 Kinnock, Neil: 417 Kinshasa: 447, 458 Kissinger, Henry: 377, 442, 449, 454, 472 Kraft, Louis: 152 Kubitschek, Juscelino: 220 Kuomintang: 118, 120-1, 127-8, 349 Lambert, Anthony: 346, 355, 357-60, 364, 372-3, 380-1, 412 Lansdowne, Lord: 269 Laski, Harold: 51 Leopoldville: 180, 188-9, 244, 305 Lester, Joan: 390, 405, 407, 414, 446 Líbano: 111, 450 Libéria: 57, 69, 74, 226, 231, 241 Líbia: 195, 269, 292, 365 Lloyd, Selwyn: 99-101, 117, 194-5 Lobito: 60, 159, 167, 451 Lobo, Pedro José: 131 Lohia, Ram Manohar: 83 Lopes, Francisco Craveiro: 108-9 Lourenço Marques: 31, 36, 60, 86, 145, 164, 184, 188, 234, 258, 327, 331, 337, 341, 344, 370, 383, 395, 400, 428-9, 430-2, 435-8, 440, 487 Luanda: 59-60, 142-3, 146-7, 149-52, 158-9, 172, 178, 180-1, 188, 219-20, 225-8, 234, 240, 245-7, 251, 258, 327, 364-5, 369-70, 382-4, 399, 444-8, 450-9 Luard, Evan: 208, 376 Lyon, Alexander: 407 MacArthur, Douglas: 137 Macau: 18, 20, 34, 77, 93, 106, 118, 121-5, 127, 129-35, 347-52, 468, 489 MacDonald, Malcom: 106-9 Machel, Samora: 427, 432, 435-6, 438-40, 443 Macleod, Ian: 233 Macmillan, Harold: 106, 109, 117, 171, 197-8, 208-11, 221, 223-4, 230-2, 240, 245, 250-1, 254, 256, 268, 270-1, 273-4, 281, 299-301, 303-5, 308, 324-5, 444 Madagáscar: 304, 424, 426 Madeira: 28, 35-6, 45 Madrid: 32-3, 37, 424-5 Magalhães, José Calvet de: 131, 209, 330 Malaia: 56, 106, 124, 126, 416, 462

[597] Malanje: 226 Malásia: 119, 181, 378, 416, 462-3 Malawi: 303, 306, 319, 326, 328, 336, 427 Maldivas: 269 Mali: 187 Malik, Adam: 465, 470 Mao Tsé-Tung: 93, 118, 121, 125-6, 128, 350-1, 440 Margão: 83 Marques, Walter: 384 Marrocos: 191, 207, 311 Martin, Kingsley: 171 Martins, Rogério: 375 Mason, Paul: 236 Mathias, Marcelo: 137, 211, 214, 231 Matos, Norton de: 145, 161 Matta, José Caeiro da: 90, 121 Maurícias, ilhas: 269, 292-3, 462 McCarthy, Joseph: 126 McGhee, George: 237 McIntosh, Kenneth: 431 McNeil, H.: 63 Mcpherson, Niall: 256 Médio Oriente: 42-3, 55-6, 66, 87, 198, 337, 377, 396, 413 Meir, Golda: 413 Melo, Froilano de: 83 Mendès‑France, Pierre: 96 Menon, V. Krishna: 90, 265-6 Menzies, Robert: 136 México: 207 MFA (Movimento das Forças Armadas): 415, 420-2, 432, 434, 444, 447 Millar, Hoyer: 50 Mitterrand, François: 413 MI 6: 12, 21, 405, 452 MNE (Ministério dos Negócios Estrangeiros): 21, 45, 69, 70-2, 137, 150, 153, 165, 170, 202, 209, 211-2, 223, 235, 269, 315-6, 329-30, 332-3, 430, 466, 475 Mobutu, Sese Seko: 381, 452, 457 Moçambique: 29, 31-5, 45, 53, 59-61, 64, 70, 86, 136, 141, 143-5, 148, 153, 155-6, 158-60, 163-4, 177, 179-80, 183-5, 188-9, 220, 234, 246, 254-6, 258, 262, 280, 283, 287, 290-1, 293-4, 297-8, 304, 306-7, 316-9, 326-7, 3301, 333, 338, 340, 342-3, 345-7, 358, 362, 364-6, 369-74, 382-3, 388, 390, 394-6, 399-401, 404-6, 413-6, 419, 423-36, 438-43, 452, 460, 466, 473, 483, 485-7 Mondlane, Eduardo: 246, 313, 392 Moniz, Júlio Botelho: 219, 232 Monteiro, Armindo: 38, 153 Moreira, Adriano: 8, 73, 258-9, 261, 280 Moscovo: 56, 121, 127, 150, 199, 211, 252, 261, 423, 449, 455, 459 Mota, Carlos Teixeira da: 456

[598] Mountbatten, Lord: 81, 87, 119, 137 MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola): 172, 181, 249, 414, 423, 443-8, 451-9, 485, 487 Mugabe, Robert: 443 Muirhead, David: 373, 380-1, 389, 391, 398, 400, 402, 404, 412 Murphin, Dereck: 248 Murtopo, Ali: 465 Mussolini, Benito: 37 Muzorewa, Abel: 428 Nagar‑Aveli: 95, 100, 112, 116, 165, 263 Nagasáqui: 41, 135 Namíbia: 447-8, 452 Nanquim: 121, 123 Nasser, Gamal Abdel: 191, 195, 197, 208 NATO (North Atlantic Treaty Organization): 16, 18, 42-3, 54-5, 93, 98, 107, 109, 113, 127, 130, 151, 205, 214, 225, 228, 235-7, 251-2, 254-6, 261, 280, 284, 288, 290-3, 295, 298-9, 310, 312, 332, 339, 363, 373, 374, 377, 380, 385, 394-5, 403, 406, 412, 420, 423, 461-2, 487, 489 Nehru, Jawaharlal: 82, 85, 87, 90, 92, 94-9, 101-5, 108-13, 115-6, 165, 169, 192, 208, 240, 264-79, 281-2, 488 Neto, Agostinho: 246, 315, 414, 445, 448, 451-2, 455-9 Nevinson, Henry: 30, 146, 166-7, 315 Niassa: 70, 148 Niassalândia: 61, 64, 70, 143, 172, 180, 184, 188, 205, 211, 282, 290, 303, 305-6, 308, 481 Nigéria: 151, 190, 203, 319-20, 362, 420, 456 Nixon, Richard: 208, 377, 415 Nkomo, Joshua: 307 Nkrumah, Kwame: 190-1, 211, 240, 485 Nogueira, Franco: 202, 206, 213, 223-4, 235, 238-9, 241, 267, 280, 293, 299, 306, 311, 314, 326-7, 332, 336, 340-1, 344, 346, 357, 361, 372-3, 462, 479 Nova Deli: 81, 85-6, 88-90, 92-5, 97-8, 101, 103, 105-6, 111-2, 114, 116-7, 264-5, 268-71, 273-4, 279, 281-3, 307 Nova Guiné: 137, 270, 461, 464-5 Nova Zelândia: 56, 127, 202, 213, 463 Nyerere, Julius: 326, 430, 433, 435, 440, 485 OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica): 52, 149 O’Malley, Owen: 48-9, 137 Ojukwu, coronel: 346 Oldham, A.T.: 186 Oliveira, Gonçalo Correia de: 294 ONU (Organização das Nações Unidas): 16-8, 50-1, 56, 67-9, 72-4, 88, 94, 99, 108,

os despojos da aliança 112, 116, 128, 130, 137, 149, 150-4, 172-3, 177, 184, 189, 192-9, 201-8, 213-4, 227, 229, 235, 237, 240-2, 247, 250, 252, 255-6, 259-63, 266-7, 270-2, 277, 280-3, 287-9, 291, 294-5, 297, 300, 308-9, 311-4, 318, 321-4, 327, 335-7, 340-1, 345, 360-1, 367, 374-6, 385-8, 393, 402-3, 407, 417-8, 421-6, 429, 434, 436, 438, 441, 461-2, 464, 466, 469-71, 473-5, 482, 484 Oppenheimer, Harry: 342 Ormsby‑Gore, David: 117 Orr‑Ewing, Ian: 222 Oslo: 236-7 OUA (Organização da Unidade Africana): 310-1, 454, 456 PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné Bissau e Cabo Verde): 172, 186, 323, 387, 402-6, 414-5, 417-23, 427, 433, 435 Palestina: 43, 56, 81, 195 Palliser, Michael: 470 Palme, Olof: 413 Palmela, duque de: 62-3, 69, 84, 121, 124 Pangim: 108 Paquistão: 56, 81, 85-6, 88-9, 96, 112, 264, 266 Paris: 33, 52, 58, 69, 74, 97, 100, 102, 110, 131, 168, 185, 191, 235-6, 261, 302, 367, 377, 457 Parsons, reverendo Clifford: 245, 249 Patrício, Rui: 386, 396 Payne, Ernest: 250 Península Ibérica: 27, 37, 214, 228, 232, 479 Pequim: 18, 125-30, 132-4, 261, 348, 350, 489 Pereira, Fernando de Alcambar: 169 Pereira, André Gonçalves: 153, 294 Pereira, Pedro Teotónio: 99-102, 169 Pérolas, rio das: 121, 129 Phillimore, John: 365-6 PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado): 21, 172-3, 181, 220, 244, 247, 257, 343, 392, 424, 430 Pindjiguiti: 181, 186 Pinheiro, Patrícia MacGowan: 315 Pinto, Abranches: 211-2, 214, 245 Pinto, Luís Teixeira: 327 Pires, Pedro: 418, 422, 467 Plummer, Leslie: 248 Pó, Fernando: 220 Polónia: 309 Pompidou, Georges: 377 Pondicherry: 82, 92, 96, 107, 110 Poona: 82 Prentice, Reginald: 253 Pretória: 185, 236, 250, 332, 339, 344-5, 377, 380, 428, 448, 456, 487 Profumo, John: 251-2

índice onomástico PS (Partido Socialista): 393, 413, 448-9 Purves, Grant: 181-3 Quadros, Jânio: 220 Queiroz, Henrique Caldeira: 124 Quénia: 20, 60, 155, 163, 180, 211, 243, 290, 304, 309, 319-20, 401, 481 Quibocolo: 160, 247, 251 RAF (Royal Air Force): 56, 230, 251, 290, 292-3, 299, 325, 450-1, 453 Reedman, Harry: 333 Rees‑Mogg, William: 393 Rhodes, Cecil: 160, 164, 183, 306, 479 Rhodesian Front: 428 Richard, Ivor: 425, 474 Roberto, Holden: 180, 191, 226, 244, 246, 297, 458, 485 Roberts, Frank: 39, 103 Roberts, Gorowny: 407 Roberts, Walter: 152 Rocheta, Manuel: 259, 269, 294, 327, 351 Rodésia: 32, 60-1, 64, 69, 70, 72, 143-4, 155, 168, 172, 180, 205, 282, 291, 293, 302-8, 313, 322-38, 340-7, 349, 360-1, 365-8, 371, 374-5, 377, 379, 387, 389, 396, 401, 405, 426-31, 436, 438-40, 442, 447-8, 452, 458-9, 483-4, 487 Rodrigues, Bettencourt: 402 Rodrigues, Gonçalves: 153 Rodrigues, Sarmento: 103, 187 Rollo, Fernanda: 52 Roma: 37, 111, 152, 375, 379, 424, 453 Ronald, Nigel: 49, 90-1, 95, 99, 103-4, 145, 150, 152-3, 191, 316 Roosevelt, Franklin: 39, 119-20 Rosas, Fernando: 10, 54 Ross, Archibald: 224-5, 228, 230-1, 235, 237, 240, 258-62, 267, 278-80, 283, 287-9, 298-9, 310, 317-21, 328-9, 332, 346, 369 Ross, Edward: 150, 162 Rowland, «Tiny»: 338, 452 Royal Navy: 28, 41, 49, 222, 224, 240, 339-40, 345-6, 387, 431, 436, 438, 440, 463 RPC (República Popular da China): 18, 20, 45, 89, 93, 118-21, 123, 125-34, 264, 266, 280, 321, 348-50, 396, 428, 436, 439, 453, 483, 489 Russell, reverendo: 246, 315 Salazar, António de Oliveira: 16, 21, 34-9, 43-4, 46-50, 52-4, 59, 63-4, 70-2, 75, 79, 83-7, 90-1, 95, 98-105, 110-3, 115-6, 118, 121, 124-5, 127-8, 130, 132, 135-6, 142-3, 152, 154, 158, 165, 169-73, 177-9, 184-5, 187-8, 193-4, 202, 205, 214-5, 219-20, 222-3, 225, 228-40, 243-5, 248, 250, 255, 258, 261-2, 264, 267,

[599] 269, 271-2, 274-6, 278-81, 283-4, 287-89, 291-300, 306, 308-9, 313-6, 318-20, 326, 328-9, 331, 333, 336, 340-1, 346, 355-60, 363, 367, 372, 379-81, 391, 479-84 Salim, Salim Ahmed: 418-9 Salisbury, Lord Robert: 30, 32, 60, 62, 91, 185, 232, 274, 279, 294, 304-6, 308, 316, 324-5, 327-37, 341-5, 366, 379, 427-31, 438, 440, 479, 487 Salomão, ilhas: 137 Santos, António Almeida: 466 Santos, Augusto dos: 331 Santos, Marcelino dos: 265, 406, 436, 440 São Salvador: 160-1, 247 São Tomé e Príncipe: 18, 29, 146-8, 159, 161, 166, 167, 243 Sargent, Orme: 48 Savimbi, Jonas: 246, 446-7, 452, 487 Scott, Cecil: 247 SEAD (South East Asian Department): 466, 467, 470-1 SEATO (South East Asia Treaty Organization): 89, 96 SED (Southern European Department): 373, 375-6 Senegal: 181, 186, 310 Senghor, Léopold Sédar: 381 Serra Leoa: 190, 290 Shuckburgh, Evelyn: 254-5, 289-90, 293 Simão, Veiga: 421, 425 Simeão, Joana: 400, 432 Simons, A.M.: 471 Singapura: 56, 81, 106, 119, 378, 380, 462, 463 Smith, Ian: 322, 324-29, 331-6, 339, 341-2, 344, 346, 361, 367, 379, 427-9, 431, 437, 439, 440, 443, 483 Soares, Mário: 359, 393, 412-4, 417-20, 422, 425, 429-30, 433-4, 449, 466, 487 Somália: 203, 423 Sorensen, Reginald: 117 Sousa, Baltazar Rebelo de: 404, 432 Soveral, marquês de: 32 Spender, Percy: 136 Spínola, António de: 387, 392, 397, 401-2, 404, 411, 413-6, 418, 420-2, 424, 433-4, 444-5 Stevens, Roger: 259-60, 295-6 Stewart, Michael: 320-2, 364, 369 Stirling, Charles: 84, 109, 116, 165, 174, 194-5, 205-6, 316 Strachey, John: 288 Strang, William: 124 Sudão: 195 Suez: 20, 66, 89, 177, 192, 197-8, 200, 210-1, 268, 275, 277, 325, 336-7, 362, 378, 380, 463, 470, 481 Suharto: 463-4, 466, 475, 488

[600] Sukarno: 138, 208, 270, 461-3 Swinton, visconde: 98 Tanganica: 60, 65, 143, 180, 185, 188-9, 290-1, 435 Tânger: 28 Tanzânia: 319, 326, 370, 427, 437-9, 485 Tardini, monsenhor: 152 Telo, António José: 64, 136 Thatcher, Margaret: 20, 274, 443, 457, 488 Timor‑Leste: 18, 21, 37-8, 45, 53, 59, 77, 91, 93, 134-8, 280, 292, 460-2, 464-76, 487, 488 Tito, marechal: 208 Toco, Simão: 162, 183, 247 Togo: 203 Tokelau, ilhas: 202 Tomás, Américo: 116, 355, 397 Tomlison, Stanley: 261 Touré, Sekou: 186, 189, 387 Tratado de Methuen: 27 Trench, David: 348-9 Trench, Nigel: 412-3, 421, 425, 429, 434, 437, 445, 449-50, 466 Truman, Harry: 39, 41, 57, 66, 120, 126, 128 Tucker, reverendo John: 163 Tunísia: 191 Tunku, Abdul Rahman: 416 Turquia: 42 Uganda: 309, 319, 455 Uíje: 160, 248 Ulrich, Ruy: 128 UN (União Nacional): 180, 356-7, 359 União Indiana: 56, 79, 85, 92-4, 97, 100, 112-4, 116-7, 169, 193, 197, 220, 240, 263-4, 266-7, 271-2, 274, 276, 280-1, 287, 310, 484 União Sul‑Africana: 35-6, 45, 72, 144, 156, 306 UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola): 443-4, 446-7, 451-5, 457, 460, 485, 487 UPA (União dos Povos de Angola): 180, 226, 243-4, 247, 249, 485 Ure, John: 411, 420-1 URSS: 15, 17, 37, 41-2, 50-1, 53, 56, 65-6, 84, 89, 125-6, 129-30, 149, 192, 195-6, 208-9, 213-4, 229, 242, 245, 251, 281, 309, 337, 396, 402, 423, 436, 447-9, 454-6 Varejão: 138 Vassalo e Silva, general: 118

os despojos da aliança Vaz, Rebocho: 248 Verwoerd, Hendrik: 308 Vietname: 20, 90, 132, 302, 317, 392, 405, 445, 453-4, 463-4, 472, 487 Villas-Boas, José Manuel: 332 Villiers, Francis: 30 Vorster, John: 345, 428, 429, 487 Walker, Gordon: 320 Wall, Patrick: 316 Walston, Lord: 340 Wardrop, J.C.: 227-8, 234, 257-8 Washington: 16, 39-40, 43-6, 51, 55, 57, 61, 65-6, 89, 93, 119, 128, 130-1, 138, 192, 197-8, 214, 220-1, 224, 229-32, 266, 271, 299, 309, 312, 377-8, 451, 459, 462, 473, 475, 480-1, 486 Watkinson, Harold: 252 Watson, J.H.A.: 187, 296-8 Waugh, Evelyn: 114 Welensky, Roy: 304-8 Wellington (capital da Nova Zelândia): 202 Whitlam, Gough: 465, 467 Wight, ilha de: 111 Willet, William B.: 390 Wilson, Harold: 171, 288, 315, 322-4, 332-6, 338-9, 341-4, 346-7, 360-1, 367, 376, 378-80, 385, 394-5, 397, 405, 407, 412-3, 415, 425-7, 429, 432, 440, 445, 449, 453-4, 456-7, 459, 474, 486-8 Wiriyamu: 317, 393-6, 400, 424-5, 434, 485 Wyatt, Woodrow: 274-5 Xangai: 121, 123 Yangtzé, rio: 123 Zaire: 446-7, 452-3, 457 Zambeze, rio: 35-6, 148, 185, 325, 365-6, 371, 430 Zâmbia: 306, 319, 324, 326, 328, 336, 338, 342, 361, 366, 375, 386, 427, 437-8, 446, 452-3, 485, 487 ZANU (Zimbabwe African National Union): 428-9, 436, 443 ZAPU (Zimbabwe African People’s Union): 307, 429, 443 Zimbabué: 344 Zulueta, Philip de: 444

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