os estabelecidos e os outsiders da União da Vila da Grande Cruzeiro

September 29, 2017 | Autor: Rosemary Brum | Categoria: Urban Sociology, Politicas urbanas
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Os estabelecidos e os “outsiders”do bairro Cruzeiro de Porto Alegre O livro da Grande Cruzeiro compreendido na Série Memória dos Bairros do Centro de `Pesquisa de História (CPH) da Secretaria de Cultura de Porto Alegre apresenta a União de Vilas da Grande Cruzeiro para a cidade, mas, antes de mais nada, o faz a partir de seus habitantes para eles mesmos. Essa narrativa foi apresentada nos capítulos anteriores, quando estatísticas, depoimentos e análises trouxeram para o mundo do texto a árdua existência social dessa expressiva população de Porto Alegre. Desfilaram para o leitor o cinturão que prende miséria urbana com criminalidade e sonhos. A importância desse trabalho está no que sugere, nas muitas histórias que esperam ainda pela escrita. Um esforço de produção de representação de imagem social refletida se perderia necessariamente, caso não fosse escrita. É uma tentativa de exercer o “fazer política”, pois essa comunidade ao reconstituir traços dessa memória, constitui-se como personagem social das políticas urbanas. Produz uma reeleitura contemporânea do ideário democrática da condução dos “modos de vida” . O Estado-espetáculo acena com outro jogo político, mais próximo da predominância de imagens na cena contemporânea, onde qualquer esforço de participação pode ser jogado no esquecimento, não fosse a força das representações de identidade contidas na memória. Na narrativa sobre a vida na Grande Cruzeiro, personagens e roteiros foram acordados sem a dominação que por vezes despontam nesse tipo de estudo. Que a narrativa corra leve e livre, perfazendo o caminho do texto que conduz até o leitor e sua comunidade de destino, no momento da leitura. Algumas considerações finalizam esse trabalho, em algumas resulta em um certo balanço de processos e em outra indicam pontos. Como um mantra, algumas coisas merecem ser repetidas. Quem sabe ocorram mudanças e seu desaparecimento não será lamentado.

Dentre todos os processos sociais, as formas assumidas pela habitação nas cidades salta aos olhos. Porto Alegre não é exceção e muito menos a União de Vilas da Grande Cruzeiro, como o aqui apresentado. A cidade ilegal sobrepõe-se sobre a cidade legal. Revela, na sua complexidade, a desigual distribuição e consumo dos equipamentos urbanos, da acessibilidade ao espaço socialmente construído e a grande preocupação do século XXI, as frágeis condições ambientais. Entre 1950 e 60 o êxodo rural no Rio Grande do Sul engrossa as vilas de Porto Alegre e assim como dá origem a outras. Causado pela alteração das relações de produção, seja nos minifúndios, seja pelos latifúndios os fluxos migratórios dirigem-se para a abertura de novas fronteiras fora do Estado e desafoga parte da pressão que recairia sobre Porto Alegre. Mas muitos se sujeitam às condições de sub-habitação e facilmente essa vilas se tornaram, a partir daí, currais eleitorais lembrados apenas sazonalmente. A revolução urbana tem se ocupado desde o século XIX de forma aguda, com as grandes intervenções urbanísticas, o esforço da produção técnico-científica de melhorar o melhorar estilo de vida urbano. Mas como no caso das vilas, não tem conseguido acompanhar a velocidade da expansão urbana e não tem trazido um bem estar coletivo aceitável. Dada a confluência de movimentos do capital, da força de trabalho e sua reprodução social, as cidades contemporâneas como Porto Alegre perfilam o melhor e o pior do sentido humano em conviver coletivamente. A decadência de áreas urbanas consolidadas é acompanhada pela falta de investimentos, do deterioro do patrimônio artístico- cultural, o que pressiona a população na busca de outra zona com maior prestígio. Tantas são as variáveis envolvidas nas zonas de habitação e seu entorno, que essa diz mais das condições de vida que o próprio mundo do trabalho. O endereço define o sujeito. Vagas de emprego desaparecem quando o endereço é estigmatizado; morar na vila não é bom para o currículo, aprende cruelmente o sujeito.

A revolução do mundo do trabalho legou à história do modelo urbano fordista que aproximava a fábrica do local de moradia, com suas vilas operárias e seu controle disciplinador. Mas essa nunca foi a gênese da Grande Cruzeiro. A ocupação caótica foi sim, trazendo toda espécie de barreiras a transpor. No planejamento urbano pós 64 até a redemocratização do país, a ordem social tentou ser estabelecida pela força do disciplinamento técnico. A experiência do I Plano Diretor de Porto Alegre de 1979, com seus acenos de participação popular através do Conselho do Plano Diretor, é um bom exemplo. A verticalização, a entrada de novas áreas no mercado de terras, e a predominância dos interesses imobiliários

aceleraram a destruição

do

patrimônio material e simbólico e o abandono de vilas como a Grande Cruzeiro. As benfeitorias realizadas afirmaram o que já se sabia: os avanços e conquistas

sempre

ocorreram

pela

mobilização

das

comunidades

interessadas. Os relatos dos mais antigos moradores da Cruzeiro podem trazer um passado de um Brasil e seu apartheid social, quando em muitas cidades, e não apenas em Porto Alegre, uniram-se entidades aos movimentos de bairros, de conteúdo assistencial e politizaram a dita questão urbana. O Estado, como gestor, foi erigido como centro do enfrentamento para a ação coletiva. A luta pela reforma urbana que surgiu no final dos anos 70, em tempos de fechamento do regime político, seguiu com um perfil por onde demandava a necessidade de democracia, ao longo dos anos 80. O movimento das “Diretas já” foi um capítulo dessa história recente da democracia, que na democratização do espaço urbano foi definida constitucionalmente em 1988, quando se reafirma a função social da propriedade urbana. A Concessão do Direito de Uso, consignado desde a Lei Orgânica Municipal de 1990, é reafirmada pelo Estatuto da Cidade de 2001, que consagra o direito à cidade. A partir daí se deve garantir ao

habitante, o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte público, ao trabalho, ao lazer. A conclusão é evidente: muito do que aparece como concessão do poder público já é assegurado por lei, basta a comunidade tomar conhecimento e exercer sua cidadania. Até o momento presente, outras iniciativas, conferências e debates nortearam as tentativas de participação popular na política urbana da cidade, do Estado e do país, numa demonstração da extensão do problema político que é global, na realidade. Um caminho em discussão pelos movimentos sociais é o de politizar o processo pluralista implicado na nova visão do desenvolvimento e reinventar a democracia participativa. O diferencial também em relação aos anos 60/70 é que se estabeleceu um novo paradigma para a função social da propriedade e conseqüentemente os “baderneiros e perigosos” assumiram status de cidadãos lutando por direitos urbanos, uma nova identidade social. Nesse processo todo fica estabelecida a dimensão subjetiva da relação afetiva do sujeito com o território, sua decifração da cidade o quê implica na compreensão melhor de si mesmo. Sua inserção na economia, na cultura e na política elabora a trajetória da memória social dos grupos ao qual pertence. Drama, comédia, lírica, os tons são variados, depende do narrador. “Amo o meu bairro” foi dito numa das falas. A urbanização brasileira é no geral excludente e constitui o mito de fundação da Cruzeiro. A particularidade é que Porto Alegre, em especial, tem sérios limites físicos para a expansão urbana. Extende-se para a Região Metropolitana e as antigas mal afamadas cidades-dormitórios, hoje apresentam outra dinâmica econômica, integrada no conceito de região. É fato que o grande capital sempre desloca-se para buscar, o que lhe é intrínseco, as vantagens locacionais e acessibilidade, tornadas muitas vezes desfavoráveis nas grandes cidades e com peso fiscal excessivo. Parte desse fenômeno é o estimula o crescimento das cidades médias vizinhas, como Canoas, Novo Hamburgo, Caxias do Sul e região.

Porto Alegre segue seu destino de cidade de serviços. O resultado dessas tendências todas é que acabam por valorizar as áreas de habitação popular como a Cruzeiro, próxima do centro. Historicamente os limites urbanos, com a voracidade de suas atividades, estão sempre por avançar sobre as áreas rurais. O que antes era área rural, hoje pode ser mais um novo bairro plantado na vasta área verde, com um novo valor agregado ao habitat. Para aqueles bem posicionados socialmente, constroem-se cenários idílicos, bucólicos, todos devidamente cercados. Áreas de proteção ambiental são apoderadas pelos muito ricos e pelos muito pobres, colocando em questão o ambientalismo. Aquelas áreas ocupadas historicamente pelas invasões, sejam elas públicas ou de particulares, como pelas pessoas arrastadas pelos despejos brandos da valorização imobiliária ou da perda do emprego passam a ser cobiçadas. O comércio das chaves frusta o planejador porque muda de mãos a moradia, tornada o único valor de troca. A crise agrária do Rio Grande do Sul nas últimas décadas, conforme os relatos, a oscilação do mercado internacional, etc, precipitam novas correntes migratórias e evocam a crise dos anos 50 e 60. Trazidos pelos familiares residentes na região, na conhecida rede migratória de autoajuda, esse movimento é transitório, imaginam, “até as coisas melhorarem”. E vão acomodando-se onde não caberia mais um, onde não come um, contradizendo o ditado popular. A Cruzeiro adensa-se, cresce e desconhece os novos vizinhos. A aproximação com o sentido secreto da Cruzeiro, aquilo que os jornais diários não registram e a feia estatística social não alcança, está numa etnografia fina. Aquela que consegue perceber nesse movimento de espacialização, as camadas - ou para usar uma metáfora- as dobras do tecido social polifônico de atores envolvidos na cena urbana do “estar junto porque não têm outra saída”. Trabalhadores lado à lado com o crime. A cidade aponta os locais mais “perigosos”, normalmente os bairros populares, disseminando o estigma social.

A fabulação atual narra a árdua tarefa das ações autônomas de organizações partidárias e solidárias como as Ongs que atuam na Cruzeiro. As ações comunicativas das organizações populares podem unir as vozes de relatos fragmentados, de eventos e personagens que muitos apenas ouviram dizer. Há uma história submersa. Melhor, Há histórias que unem o passado ao presente. Alguém também relatou: “o futuro é agora”. Tempos vividos de tal modo que a polifonia que produz a fabulação da sua história pode começar lá atrás, 35, 20 10 anos atrás, conforme a versão dos “ estabelecidos”, e que mais acentuam o desejo de permanência, detém a história e a memória do sentir-se pertencer ao lugar. São os narradores oficiais, aqueles que contam como “era antes”. Esse “antes” segue distintos marcadores. Pode ser desde o antes da pavimentação da rua até

o tempo das grandes mobilizações dos anos

70/80 e chegar até a implementação do Orçamento Participativo dos anos 80/90, ou ao agora da Governança Solidária. A cronologia depende do sentido que querem imprimir ao modo de viver na cidade. E é cercada de juízos de valor sobre as ações que deixaram creches, escolas, postos de saúde, água, luz e transporte. Modos de viver, trabalhar, usufruir as benesses da novidade trazida pelo nomadismo entre os que chegam à essa região, que serão os “ outsiders” para os que lá estão há décadas. “Outsiders” são também os ligados ao crime. Essas camadas de sujeitos em marcha na cidade produzem distintas camadas de memória e tornam difícil a solidariedade. As áreas urbanas populares tão cobiçadas pelo mercado de terras, agora são garantidas pela legislação urbana que assegura o direito de uso. Na verdade garante estabilidade ao preço das péssimas condições de vida. A rotação dos proprietários entre a cidade legal e a cidade ilegal transforma continuamente os integrados de uma área em futuros outsiders da próxima,

onde vão viver. O nomadismo desfaz o tênue laço do

comunitarismo, o ensaio de uma história partilhada. Cada vez mais longe, mais longe, está a casa dos sonhos, “uma casa nas costas”. Desafio, recompensa e punição estão sempre à espreita dos desbravadores de cidade. O morador da Cruzeiro tem dupla tarefa: precisa perceber a cidade vista desde sua região. Talvez um indício bom para pensar seja como o sentimento de valor próprio atua como impulso e matriz da inclinação a elevar o valor próprio às custas da desvalia de outros grupos. Mas também precisa perceber como Porto Alegre o percebe. E aí se tem a impostação negativa, o mais das vezes, que amalgama o lugar maldito com criatura. A representação do lugar joga todos na mesma generalização. Adere na pele, o endereço. Se estabelecer-se e excluir são as faces do enigma posto, o processo de distribuição de status embaralha a classificação. Porque embora atomizados, seus moradores são atingidos pelo olhar de uma cidade que os considera outsiders, quando eles lutam para não sê-lo. Sim, há outsiders na Cruzeiro, mas são os outros, os violentos, os traficantes e seu estado paralelo. Há um muro invisível entre eles, além do que a cidade constrói a cada estimatização

que

comete

contra

o

morador. Tarefa

complexa

é

desconstituir esse muro, ele está sempre sendo refeito pela força das representações. Combina permanência e mudança. É só lembrar que em um tempo histórico, a nascente da cidade moderna foi o burgo protegido por muros e onde se tinha clara a linha divisória entre os moradores, isto é, os burgueses e os aldeões. Os códigos eram socialmente aprendidos no mundo da repetição e da rígida estratificação social hierarquizada pela nobreza e pela religião. A mobilidade social destruiu esse mundo decifrado. Ergueu-se padrões para uma sociabilidade que hoje transcorre entre a cidade construída e a cidade virtual, desmaterializada, aproximando a fantasia da realidade. A Cruzeiro quer e vai ter seus tele-centro, pois é preciso combater

o analfabetismo digital, é necessário oferecer esperança aos jovens, aos que já foram eliminados do mercado de trabalho, aos que cansaram de funções subalternas de limpeza e assim por diante. Oscila o critério de realidade como nenhum escritor medieval ousaria imaginar. Estar na cidade, hoje, implica em localizar-se no não lugar, no tempo encolhido e no espaço dilatado, para dizer o mínimo. Pela cidade virtual não importa o endereço assombrado, mal visto. Há uma nova cidadania a caminho. Esse não lugar tem sítios, sites, pages. É relativamente seguro e permite as viagens mais imaginativas, o nomadismo mais aventureiro por tantas outras cidades. Pode-se até inventar um outro eu, constituir grupos democráticos e multiculturais e evadir-se de uma realidade dura, limitante, indigna. A dura realidade é que o desenho urbano funda-se no peso do domínio dos monopólios, dos fluxos do tele-capital. Fazer do habitante da Cruzeiro, um cidadão atuante e presencial, tal como é verificado na experiência de orçamento participativo em algumas cidades, em outros países, é compatibilizar o espaço virtual e relocalizá-lo na concretude. Construir o projeto coletivo é propor que o cidadão participe efetivamente das decisões que podem alterar, para melhor, sua condição de vida urbana. Ë participar da construção coletiva que permita mais qualidade de vida para uma fatia maior da população. Na busca das histórias da Cruzeiro, quais enfim, é possível contar? O ponto de enunciação, de onde partem suas narrativas, há de ser individual. A cidade concede a possibilidade da proteção do segredo, da vida íntima, da individuação e do mais absoluto anonimato, impossível na “aldeia”. A memória narrada é produto da visão de mundo do sujeito, do espaço de liberdade de expressão de si como protagonista e testemunha de uma história partilhada pelos demais. A cidade é conivente, “o ar da cidade liberta”, já disse alguém. Mesmo quando participam coletivamente, os habitantes não abrem mão de sua individualidade, ainda que a ação coletiva que trouxe tantas

melhorias para a região fosse urdida na vontade dos habitantes, talvez dos futuros cidadãos. É forçosamente coletiva porque não poderia ser de outra forma: a cidade é produto social. A narrativa produzida pela imprensa, pelos personagens, no período, delimitou um lugar, um espaço social para significar o novo personagem, o movimento reivindicatório. De lá para cá algo ficou entre o mito, os símbolos, entre a cidade real e a cidade imaginada. Então é de se perguntar em que medida a invenção do imaginário urbano e a narrativa do ethos urbano presentes no meio comunicativo revelam, enquanto encobrem, a dinâmica desses movimentos? A constatação é a de que mudou também o patamar das lutas urbanas. As forças sociais empenhadas em aliar os movimentos de moradia aos movimentos sindicais, em todo mundo, refluíram. “Paroquializa-se” os movimentos dos bairros. Novos tempos e novas estratégias são elaboradas. Perde o vigor dos primeiros tempos, pregado apenas na memória dos integrados, dos quais os recém chegados nunca ouviram falar. Uma certa profissionalização e burocratização

tomam

conta

das

direções

dos

movimentos.

O

endereçamento é pelo ajuste das questões urbanas diante dos novos anéis burocráticos do Estado. A Cidade de Papel paraliza , em parte, a paixão das invasões, das barricadas, do enfrentamento com o DEHMAB, a CORSAN, a CEE, o DMLU, do Prefeito e seus secretários, dos anos 70/80. O estar junto volta a ser questionado, pois uma certa atomização toma conta das lutas e perde-se o romantismo messiânico inicial. O pragmatismo utilitarista põe frente a frente moradores, não cidadãos em pé. O que deve ser considerado como um momento do processo. As artes figuram essa sensibilidade do sentido de pertencimento ao lugar cada vez mais globalizado, perenizando as diásporas migratórias. As canções, o hip hop, verbalizam o sentimento de despossuído urbano, da crise de identidade, da inutilidade e non sense da vida e da imposição da

violência e da hora de recolher pelo tráfico. O silêncio cobre o racismo, a rejeição, a violência doméstica, o aças dos jovens, a dor do desemprego. De um lugar presente apenas na memória, o mais das vezes idealizado tal como um paraíso perdido, a metrópole maldita lembra para seu habitante, um tempo mais inocente, de um estar junto mais solidário e amigável, com um nível tolerado de insegurança. O passado maquiado com as cores da idealização, um espaço que encerrava todas as virtualidades, agora ponderadas no limite do possível. Joga-se no futuro a construção de outros possíveis. Outra possibilidade de leitura é distinguir que em qualquer situação de habitação - e aqui não se esquece de que muitos tem a sobrevivência também no local de moradia, através do pequeno comércio e serviços- o grande apelo da cidade não reside na sua materialidade. Está, sim, no sonho, na imaginação que prefigura o que será, um dia, uma vida mais feliz e digna. Eis porque o que é próprio da cidade, e da Cruzeiro em especial, onde reside mesmo toda sua força de atração é essa incompletude, o devir, o dasein, o desejo em aberto. E isso está no terreno das possibilidades da ação em conjunto, mais uma vez.

União da Vila da grande Cruzeiro.Memória dos bairros. Centro de Pesquisa de História da Secretaria de Cultura de Porto Alegre. Porto Alegre:SMC, 2007.

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