Os Hackers do Estado Islâmico Planejam Intensificar a Atuação Contra o Ocidente

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Os hackers do Estado Islâmico planejam intensificar a atuação contra o Ocidente Author : Marli Barros Dias - Colaboradora Voluntária Sênior Categories : NOTAS ANALÍTICAS, ORIENTE MÉDIO, POLÍTICA INTERNACIONAL Date : 19 de maio de 2016

O Estado Islâmico concentra hoje uma rede diversificada de operações que não se limita aos atos praticados pelos combatentes no terreno. Valendo-se da tecnologia, o grupo formou um sistema de informações que atende os interesses dos fundamentalistas, dentro e fora do Oriente Médio. Com pessoal altamente qualificado, os jihadistas criaram um novo campo de atuação a partir do ciberespaço, que vai além do recrutamento de novos adeptos. Atualmente, um grupo de hackers do Islã radical funciona como uma espécie de serviço secreto para o Estado Islâmico, ameaçando os Governos ocidentais. A Divisão de Hacking do Estado Islâmico (ISHD) [em inglês: Islamic State Hacking Division], em maio deste ano (2106), ameaçou expor os segredos militares da Grã-Bretanha, após ter publicado, na Internet, uma “lista negra” de pilotos de drones da Força Aérea dos EUA, com nomes, endereços e fotografias. A ISHD foi dirigida por Junaid Hussein, um antigo hacker de computadores, de Birmingham, Inglaterra, morto durante o ataque de um drone norte-americano, na Síria, 1/2

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em agosto de 2015. Os hackers, que também se denominam Ciber Califado, divulgaram http://www.jornal.ceiri.com.br informações sobre mais de 54.000 contas do Twitter, tendo revelado dados pessoais e os telefones dos chefes da CIA, FBI e da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). Segundo especialistas, os fatos nos levam a crer que estamos ante uma “perigosa escalada da guerra cibernética global”. A ISHD manteve-se em silêncio por um tempo, após a morte de Junaid Hussein, mas reapareceu em tom de provocação ao Ocidente, deixando a seguinte mensagem: “Precisamos de anos para publicar aquilo que temos. Vamos içar a nossa bandeira no coração da Europa”. A determinação da ISHD em trabalhar para o Estado Islâmico parece ilimitada, na medida em que cada ação corresponde a um chamado divino. Sally Jones, uma inglesa convertida ao islamismo, antiga rocker punk e mulher de Junaid Hussein, afirmou na ocasião do falecimento do marido sentir-se orgulhosa por ele ter sido morto “pelo maior inimigo de Alá ”; ao mesmo tempo ela desafiou o Ocidente, ao declarar que “os Cruzados pensam que vencerão depois de nos matarem todos. Não nos vencerão”. A disposição da ISHD contra os Governos ocidentais está submetida à ideologia extremista do Estado Islâmico, cujo propósito é alcançar poder e, para isto, necessita de uma base material e social para se firmar, algo que os fundamentalistas têm alcançado dentro e fora do Oriente Médio. Os hackers têm procurado atender os objetivos de Abu Bakr al-Baghdadi, obstinados em procurar satisfazer os interesses do Califa, garantindo-lhe o poder de que necessita e que “se materializa na ação que se estende à capacidade de domínio e execução de ações que se realizam a partir de um indivíduo que possui a autoridade de mandar e comandar determinadas situações”[1]. Neste contexto, a ISHD constitui um pilar importante para o Estado Islâmico e, simultaneamente, mais um desafio para o Ocidente, que enfrenta uma ameaça que não se encontra apenas no plano real, mas também no espaço virtual. ----------------------------------------------------------------------------------------------Imagem “Uma bandeira do Estado Islâmico ondula numa rua do campo de refugiados palestino de Ain al-Hilweh (19 de janeiro de 2016), depois de hackers daquele grupo insurgente terem atacado, pela primeira vez, um sítio web chinês [Universidade Tsinghua] (17 de janeiro de 2016)” (Fonte): http://s.newsweek.com/sites/www.newsweek.com/files/2016/01/20/isis-hackers-china-universitytsinghua.jpg ----------------------------------------------------------------------------------------------Fontes Bibliográficas: [1] Ver: DIAS, Marli Barros. Israel e Palestina: O Papel do Poder Político e da Ideologia na Construção da Paz. Curitiba: Juruá Editora, 2015, pág. 38.

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