Otimização na Detecção Harmônica de Monóxido de Carbono para Aplicações no Setor Elétrico Ricardo A. de Lima1, Vladimir Homobono Soares2
Eduardo Fontana
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Departamento de Engenharia Eletrônica Departamento de Engenharia de Telecomunicações Universidade de Pernambuco, Recife-PE, Brasil
[email protected]
Resumo—Este artigo descreve os avanços obtidos para o desenvolvimento de um sistema óptico/eletrônico de medição em tempo real de Monóxido de Carbono (CO), utilizando a técnica de detecção harmônica do espectro molecular a partir de um laser DFB operando em λ = 1568 nm a 25 Cº para aplicações no setor elétrico. O sistema é constituído do laser supracitado, além de controlador de laser dedicado, amplificador lock-in do tipo DSP, fotodetector, osciloscópio, computador pessoal e uma célula espectrométrica de 25,4 cm adaptada de um guia de onda planar. Foi monitorado o módulo do segundo harmônico em função da concentração de CO na célula. É descrito o procedimento experimental adotado para o aumento de sensibilidade do sistema sensor desenvolvido, que permitiu atingir um limite de detecção de 86 ppm de CO, um valor que permite transformar o protótipo em uma solução comercial. Palavras - chaves— Espectroscopia Óptica, Análise de Gases Dissolvidos, Detecção Harmônica, Laser DFB
I. INTRODUÇÃO No setor elétrico diversas técnicas de manutenção preventiva são utilizadas para avaliar a condição de operação dos equipamentos de potência utilizados em uma subestação. Entre elas, pode-se citar o monitoramento da temperatura da parte ativa, análise da tensão/corrente transformada e a avaliação de gases dissolvidos no óleo isolante do equipamento a partir da técnica DGA (do termo em inglês Dissolved Gas Analysis) [1], que geralmente se baseia na técnica de cromatografia gasosa e requer a extração de uma amostra do óleo para análise em laboratório [2-4]. Como produto de vários processos internos no equipamento, há um incremento nas concentrações de diferentes gases. Pequenas descargas elétricas geram H2, CO e CO2. Com o aumento da taxa de geração desses subprodutos, descargas de alta energia se manifestam, gerando um acréscimo na concentração de outros gases como CH4 e C2H2 [5]. Dada a potencialidade dessa técnica de manutenção preventiva para permitir a obtenção de diagnósticos mais rápidos e precisos nesses equipamentos, estamos trabalhando no desenvolvimento e otimização de um sistema de detecção óptica de baixas concentrações de gases para monitoração
Departamento de Eletrônica e Sistemas Universidade Federal de Pernambuco. Recife – PE, Brasil
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remota de falhas, com o emprego de detecção harmônica do espectro de absorção dos gases de interesse [6-11]. Neste artigo é descrita a instrumentação utilizada para o desenvolvimento e as estratégias experimentais adotadas para o aumento de sensibilidade do sistema sensor. Como demonstrado neste trabalho, conseguimos atingir um limite de detecção de aproximadamente 86 ppm de CO, o que torna a técnica viável comercialmente para aplicações no setor elétrico. II.
APARATO EXPERIMENTAL E PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA SENSOR
A técnica de detecção harmônica do espectro, também conhecida como espectroscopia de modulação do comprimento de onda é amplamente utilizada para medir gases que são fracamente absorvidos na região do infravermelho próximo [6-15]. O motivo de exploração desta área do espectro é a ampla disponibilidade de lasers, fibras e detectores de baixo custo na indústria de telecomunicações, além da possibilidade de desenvolvimento de sistemas sensores de monitoração remota [6-11]. A Fig. 1 mostra o diagrama esquemático do sistema sensor de detecção harmônica que foi desenvolvido e vem sendo aperfeiçoado por pesquisadores do LSI [6-11]. Usa-se um laser de diodo semicondutor tipo DFB — do termo inglês distributed feedback — com pigtail e encapsulamento tipo butterfly de 14 pinos, que emite no comprimento de onda específico do gás de interesse. Lasers DFB têm largura espectral cerca de 100 vezes menores do que a meia largura da linha de absorção de interesse, que é a ordem de 0,01 nm. O amplificador lock-in utilizado é do tipo DSP de duplo canal, modelo 7265 da Signal Recover®. O controlador LTC502 da Thorlabs® é o sistema de alimentação e controle de temperatura do lasers DFB. O controlador e o osciloscópio modelo TDS3052B da Tektronics® estão conectados a um PC a partir de uma porta GPIB e controlados através de um programa desenvolvido em Labview 8.0®. Este programa realiza a automação dos experimentos de espectroscopia com a varredura da corrente do laser DFB e aquisição do sinal de
saida do lock-in além de parâmetros de monitorado do laser obtidos a partir do controlador.
Fig.2. Célula espectrométrica utilizada no sistema de detecção harmônica do LSI.
pode ser detectada utilizando um amplificador lock-in [8-15], em que a saída deste equipamento, S (t ) , é dada por [16]: ∞
S (t ) = Fig.1. Diagrama esquemático do sistema de medição de detecção harmônica do LSI - Grupo de Fotônica.
A célula espectrométrica utilizada neste trabalho é mostrada na Fig.2. Trata-se de uma adaptação de um guia de onda retangular de microondas, com 25,4 cm de comprimento e flanges circulares. Além disso, ela possui lentes do tipo GRIN acopladas à fibra óptica e fixadas nas flanges de entrada e saída da célula por uma resina epóxi. Na saída, um conector FC é acoplado ao fotodetector. O fotodetector utilizado para ambas as células é o modelo DET 110 da Thorlabs®. Esse fotodetector possui responsividade de 0,95 W/A em 1568 nm, com área ativa de 0,8 mm2.
∑[ F cos(nωt) + Q sen(nωt )] n
n
(4)
n =0
em que
Fn =
2 − δn 0 T
T
2 − δn 0 T
T
∫ S (t) cos(nωt)dt
(5)
0
e
Qn =
∫ S (t )sen(nωt)dt
(6)
0
(1)
em que T representa o tempo de integração e δn0 é o delta de Kronecker [8-15]. As Eqs. (5) e (6) são, fornecem respectivamente, as componentes em fase e em quadratura do n-ésimo harmônico do sinal de saída do amplificador lock-in.
em que S0 é o valor da intensidade média e ∆S é a amplitude de modulação da intensidade. De forma semelhante, o comprimento de onda torna-se modulado na forma [8-15],
A medida de interesse na maioria dos experimentos de espectroscopia de gases é o módulo do n-ésimo harmônico do sinal, S n , que é insensível a flutuações de fase do sinal, dado por [16]
A intensidade do laser na entrada da célula espectroscópica é dada por [8-15]
S0 ( t ) = S0 + ∆S cos(ωt ),
λ0 ( t ) = λ0 + ∆λ cos(ωt ),
(2)
com λ0 representando o valor médio do comprimento de onda do laser e ∆λ a amplitude de modulação do comprimento de onda. A intensidade do laser, após a absorção em um meio de comprimento L é dada por [8-15]:
N gás σmax γ 2 S (t ) = S0 (t ) exp − 2 2 [ λ(t ) − λ 0 ] + γ
L.
(3)
Devido à natureza não linear da secção transversal de absorção da linha, diferentes harmônicos são gerados na frequência de modulação. A amplitude de cada harmônico é proporcional à concentração de moléculas absorvedoras, que
Sn = Fn2 + Gn2
(7)
O amplificador lock-in atua também para suprimir a influência do ruído branco. Devido ao valor praticamente constante desse tipo de ruído, a sua densidade espectral de potência é representa matematicamente pela função impulso. Assim, o ruído branco é não-correlacionável com qualquer sinal, mesmo com outras amostras de ruído branco [17]. Considerando f(t) uma função que representa o ruído branco, não é possível determiná-la analiticamente, mas pode-se analisar a potência média do ruído f (t ) 2 e a densidade espectral do ruído constante, C, relacionados por:
f (t )2 =
C ∆ω 2π
(8)
em que ∆ω = ω2 − ω1 representa a banda equivalente do ruído. Em sistemas sofisticados, o valor de Δω é da ordem de 10-2 Hz [16-17]. A partir da banda equivalente do ruído é possível monitorar a partir do lock-in a tensão do ruído. De posse desta informação é possível estimar o limite de detecção do sistema, além da relação sinal/ruído esperada e também a mínima concentração de gás detectável. O cálculo da tensão de ruído do sistema, Vr é dada por [16-17]:
Vr = (Vrl )∆ω2
Eq. (10). Na 13ª e 14ª diluição foi necessário novo ajuste da faixa dinâmica para o valor de 60 dB, com valor de fundo de escala de 2 mV. Para concentrações abaixo de 86 ppm, o perfil do módulo do segundo harmônico apresentava-se distorcido, mesmo com o aumento da faixa dinâmica do amplificador lock-in.
(9)
onde Vrl é o valor de tensão adquirida pelo lock-in, dada em V
que representa um percentual de tensão do fundo de Hz escala do equipamento. Outro parâmetro importante de ajuste do lock-in é a faixa dinâmica, que está associada diretamente com o ajuste do fundo de escala da medição e do ganho que o amplificador tem que inserir para continuar a medir sinal válido, na frequência de referência. Matematicamente, a faixa dinâmica, DR , (do inglês Dynamic Range) é dada por [15]
2 DR = 20log − ACganho SEN
(10)
(a)
onde SEN é o valor de fundo de escala e AC ganho é o ganho inserido nas medições. III.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
Foi realizado o experimento de detecção harmônica de CO. A temperatura de operação do laser foi ajustada para que o comprimento de onda de absorção máximo ocorresse com o laser polarizado em 82,5 mA. A banda equivalente do ruído para esse experimento foi de 0,112 Hz. A concentração inicial de CO em cada célula é diluída com Nitrogênio, a partir de um valor inicial de 707117 ppm e a cada diluição a concentração de CO nas células é reduzida pela metade. Devido ao alto valor de concentração no cilindro de CO, foram realizadas duas diluições consecutivas para cada medição. Esse procedimento foi repetido até que a concentração de CO na célula fosse igual a 690 ppm. Após essa concentração, foi realizada uma diluição para cada medição. Foi calculado o módulo do segundo harmônico a partir das medições do sinal em fase e quadratura.
(b)
O resultado das medições pode ser visualizado na Fig.3. O limite de detecção neste experimento ficou compreendido entre 174 ppm e 86 ppm de CO. Além disso, é possível verificar que os perfis dos módulos do segundo harmônico apresentam claramente um sinal de máximo, que coincide com o ponto de operação do laser para a máxima absorção. Até a décima diluição a reserva dinâmica do lock-in estava ajusta em 32 dB, o que corresponde a um fundo de escala de 50 mV. A partir da 11ª diluição, o fundo de escala foi ajustado para 20 mV, com DR de 40 dB. Para manter esse perfil na mesma escala das medidas anteriores, foi necessário dividir o sinal adquirido em 690 ppm por 8 dB, valor esse obtido a partir da (c) Fig.3(a), (b) e (c) - Gráficos do perfil do módulo do segundo harmônico de CO na célula espectrométrica de 25,4 cm. O segundo e terceiro gráficos representam uma amplificação do primeiro gráfico para melhor visualização dos perfis medidos.
O correto alinhamento da célula, a emenda direta da saída do laser na entrada da célula espectrométrica, o monitoramento da tensão de ruído, o ajuste da faixa dinâmica para a medição de concentrações inferiores a 690 ppm e o cálculo do módulo do segundo harmônico das medidas foram as estratégias de instrumentação adotadas para atingir a detecção mínima entre 172 e 86 ppm. A tensão de ruído monitorada foi de 395 µV. Verifica-se que a tensão do ruído é 4,76 vezes menor do que a tensão do ponto de máximo para a concentração de 86 ppm. Assim, considerando a relação linear entre o valor de pico e a concentração de gás no cilindro, estima-se que seria possível medir concentrações de até 18 ppm. O limite mínimo de CO detecção para o DGA é de 350 ppm, indicando que o sistema sensor nesta configuração pode ser aplicado para monitorar este gás no setor elétrico. Em comparação com alguns resultados obtidos da literatura, Engelbret et. al [18], Hangauer et. al [19] e Korman et. al. [20] conseguiram medir respectivamente 5 ppm; 0,11 ppm e 0,2 ppb ( partes por bilhão) de CO utilizando a técnica de detecção harmônica do espectro molecular e, em específico, a partir da análise do segundo harmônico. Todavia, em [18] foi utilizada uma célula espectrométrica de 1 m além de um aparato óptico para monitoração de sinais de referência e emprego de polarizadores para ajustar o feixe do laser. Em [19] foi utilizado um laser com comprimento de onda central de 2,3 µm e, nessa região espectral, a secção transversal de absorção é cerca de 50 vezes mais intensa do que no comprimento de onda central de 1568 nm. O comprimento da célula espectrométrica usada em [61] é de 40 cm. Em [20] foi utilizado um laser com comprimento de onda central em 4,6 µm. Nessa região, a linha exibe uma secção transversal de absorção cerca de 20000 vezes mais forte quando comparada com a região do infravermelho próximo (1,2 - 1,6 µm), além de utilizar uma célula de múltiplas passagens com comprimento de interação total de 36 m. Assim, os resultados obtidos neste trabalho com a detecção harmônica de CO, utilizando um laser de 1568 nm e uma célula espectrométrica de única passagem de 25,4 cm, obtendo-se uma detecção mínima de 86 ppm mostra-se relevante, considerando o aparato instrumental mais simples em comparação aos trabalhos relatados em [18-20]. O limite de detecção de CO exigido em DGA em óleo isolante é de 350 ppm e consequentemente a estratégia de obtenção do sinal, conforme proposta neste trabalho, teria a sensibilidade adequada para aplicações em DGA em tempo real. Ademais, o custo, a simplicidade na construção e alinhamento dessa célula espectrométrica são atrativos para o desenvolvimento do protótipo simples de monitoração remota, em comparação com as células de múltiplas passagens.
Agradecimentos Este trabalho teve o apoio financeiro da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), da FACEPE, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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