Património industrial de Alcobaça e Nazaré nos séculos XVIII-XX - Parte II

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Cadernos de Estudos Leirienses – 11 * Dezembro 2016

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LEIRIA DEZEMBRO DE 2016

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Cadernos de Estudos Leirienses – 11 * Dezembro 2016

Título: CADERNOS DE ESTUDOS LEIRIENSES – 11 Editor: Carlos Fernandes Coordenador Científico: Saul António Gomes (Professor Associado com Agregação do Departamento de História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)

Conselho Consultivo: Isabel Xavier, J. Pedro Tavares, Luciano Coelho Cristino, Mário Rui Simões Rodrigues, Miguel Portela, Pedro Redol e Ricardo Charters d’Azevedo Concepção e arranjo da capa: Gonçalo Fernandes Colecção: CADERNOS – 11 ©Textiverso Rua António Augusto da Costa, 4 Leiria Gare 2415-398 LEIRIA - PORTUGAL E-mail: [email protected] Site: www.textiverso.com Revisão e coordenação editorial: Textiverso Montagem e concepção gráfica: Textiverso Impressão: Artipol 1.ª edição: Dezembro 2016 Edição 1185/16 Depósito Legal: 384489/14 ISSN 2183-4350 Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.

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Património industrial de Alcobaça e Nazaré nos séculos XVIII-XX – parte II – Miguel Portela* António Valério Maduro**

Introdução Pretendemos com este trabalho de levantamento de fontes dar um contributo para a história da indústria dos concelhos de Alcobaça e Nazaré. O objetivo prioritário deste artigo e sequentes consiste apenas em elencar as atividades de natureza industrial e tecnológica que animavam o tecido socioeconómico da região estabelecendo naturalmente as relações consideradas convenientes. Ficam por apurar ou aprofundar inúmeras questões que se prendem com a representatividade destas indústrias ao nível da criação de riqueza, e sua empregabilidade, rentabilidade e capacidade de exportação. Outras interrogações podem ser levantadas tais como os custos do trabalho com matéria-prima, mão-de-obra e energia, sabendo de antemão que muitas destas pressupostas indústrias filiam-se em paradigmas protoindustriais (a meio caminho entre a oficina e a fábrica) e que representavam, na maior parte dos casos, sociedades de tipo familiar. Indústria de adubos orgânicos e químicos A pesca do caranguejo com o objetivo de produção de adubos para a lavoura era intensamente praticada na praia da Nazaré. Com estes adubos orgânicos assegurava-se a fertilidade das terras de campo multiplicando os * Investigador ** ISMAI, CEDTUR/CETRAD.

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seus frutos, podendo ser aplicado nas terras, tanto em estado verde como em seco. A procura crescente de fertilizantes por uma lavoura que desejava responder aos desafios do mercado, aliada a uma oferta abundante de pilado, resíduos de peixe e limos, constituiu um forte estímulo à instalação, em inícios do século XX, de unidades industriais de fabrico de adubos (MADURO, 2011: 138-145). Em 1 de setembro de 1915, a firma industrial “Albertino, Meca & Companhia” submeteu a licenciamento um projeto para a instalação de uma fábrica de adubos de peixe no “terreno do sr. José Maria Carvalho situado ao sul da Foz do rio Alcôa, na Nazaré, freguezia da Pederneira”. Contra os opositores a uma indústria apelidada de fétida e insalubre, esta firma asseverara que “Esta terra sem outras condições de vida que não sejam as que proveem do mar exporta annualmente para diversos pontos do paiz mexoalho no valor de alguns milhares de escudos e desperdiça por assim dizer, grande quantidade de outras matérias que produziriam óptimos adubos (…) pela situação creada pela conflagração da guerra na Europa, a agricultura se vê e verá por largos annos, mesmo depois da guerra a braços com as maiores dificuldades de aquisição de adubos, especialmente azotados” (Arquivo Distrital de Leiria [A.D.L.], Governo Civil, Actividades Económicas, Autos de Concessão de Licenças Industriais, Dep. III-79-D-2, cx. 4, 1913-1933). Este licenciamento foi autorizado tendo sido passado o respetivo alvará em 20 de outubro de 1915. Numa escritura de sublocação, venda e cessão com quitação lavrada na Nazaré, em 11 de novembro de 1917, constata-se que a firma industrial “Albertino, Meca & Companhia”, com sede na Praia da Nazaré, representada pelos sócios Albertino Victorino Laranjo, solteiro e Manuel d’Oliveira Meca, viúvo, ambos industriais e moradores na Praia da Nazaré, havia tomado “de arrendamento a José Maria Carvalho, casado, proprietário, morador nesta mesma Praia pelo prazo de dez anos que começaram no dito dia vinte e quatro de março do referido ano de mil novecentos e dezasseis e hão de findar em egual dia e mez do ano de mil novecentos vinte e seis e pela renda annual de cem escudos e sem cláusula prohibitiva de sublocação, metade d’uma terra de semeadura, no sítio da Foz, d’esta freguezia da Pederneira, livre de foro, que confronta esta metade, do norte, com a outra metade do senhorio, do sul, com António Ferreira da Silva, do nascente, com estrada nacional; e do poente, com caminho da Foz” (A.D.L., Livro Notarial de Alcobaça [L.N.A.], Dep. V-86-E-23, fl. 4v-7v). Nessa escritura os sócios da referida firma procederam à sublocação do arrendamento de um barracão de madeira 404

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que se destinava ao fabrico de adubos orgânicos a Justino Borges d’Abreu e Castro, industrial, morador na freguesia e concelho de Espinho. Este ficou obrigado a cumprir as cláusulas do arrendamento até ao termo contratual, assim como a pagar 52$00 pelo barracão que aloja a indústria e 592$00 por “todo o direito, denominação e posse, que até agora a mesma firma tem tido no barracão aqui vendido” (Ibidem, fl. 6). Em 27 de setembro de 1918, foi lavrada uma escritura de constituição de uma sociedade entre Joaquim Marques, casado, comerciante, morador na Praia da Nazaré e Augusto Estevão Gomes, casado, comerciante e morador em Lisboa, na Travessa de Santa Catarina, número vinte e três, primeiro andar, que adotou a designação de “Empresa de Adubos Agrícolas Limitada” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-86-E-28, fl. 39v-41). Verifica-se também, que esta sociedade tinha “a sua sede e o seu escritório na Rua Trez de Setembro, número trinta d’esta Praia da Nazaré e a fábrica junto á Barra, freguesia de Famalicão” cujo “objecto social será a fabricação e venda de adubos para a agricultura, de diversas qualidades, e ainda a venda e fabrico d’outros produtos que convenham á sociedade”, e ainda que “o capital social é de cinco mil escudos, representado e dividido em duas quotas e eguaes de dois mil e quinhentos escudos, subscrito e integralmente pagas por cada um dos socios” (Ibidem, fl. 40). “A gerência da Empresa será exercida por ambos os sócios, ficando a cargo do sócio Gomes, a direção technica da fábrica da Empresa, e a cargo do sócio Marques, não só a direcção technica, como tambem todos os mais serviços da administração e contabilidade” (Ibidem, fl. 40). Por motivos que desconhecemos esta sociedade foi dissolvida no dia sequente, por escritura lavrada no cartório de Carlos Rodrigues Cerca, notário da Nazaré, tendo sido adquirida a quota de Augusto Estevão Gomes pelo anterior sócio Joaquim Marques. Refere essa escritura que “de commum acordo, dissolvem a referida sociedade e a hão por dissolvida desde hoje para todos os efeitos e direito. Que em liquidação estipulam e aceitam o seguinte. Primeiro – Todo o activo e passivo da dissolvida sociedade fica desde hoje por conta e sob a exclusiva responsabilidade do outorgante no sócio Joaquim Marques, a quem portanto ficam pertencendo para todos os efeitos sociaes, os moveis e utensílios próprios da exploração da dita Empresa, incluindo a marca registada “Carangueijo” únicos bens que a dissolvida sociedade possue. Que o outorgante o socio Augusto Estevam Gomes, vende ao outorgante Joaquim Marques, o direito, que tem tido até agora aos efeitos sociaes, bem como aos bens móveis da mesma Empresa na proporção da sua respectiva 405

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qusta. Terceiro – Que esta venda é pelo preço de, de três mil escudos incluindo-se n’este preço alem do capital com que entrou para a dissolvida sociedade, todos os lucros e valores a que tinha direito” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-86E-28, fl. 41-42v). Também no Vale de Água se instalou uma fábrica de adubos orgânicos, com reprovação expressa do povo de São Martinho do Porto, afirmando-se no periódico, Semana Alcobacense, ano XXX, n.º 1510, 31 de agosto de 1919, p. 3, que “Os proprietarios desta fábrica convidaram particularmente o vereador sr. Benevenuto Santos para ali ir e de perto verificar se tal fabricação seria prejudicial á saúde publica, Consta-nos que o mesmo senhor, depois de minuciosamente visitar a fabrica e suas dependências, dissera que não encontrava motivos e satisfeito ficaria se alguma Empreza do mesmo genero quizesse ir estabelecer uma fabrica de adubos em Alfeizerão, sua terra natal”. Em 27 de janeiro de 1919, foi estabelecida uma sociedade entre António Gomes Ascenso, casado, farmacêutico, morador na Praia da Nazaré e Jaime Gomes Ascenso, casado, proprietário, morador nos Montes, freguesia de Alpedriz (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-C-61, fl. 3-8v). Esta sociedade designada por “Ascenso, Irmão, Limitada”, segundo as cláusulas dessa escritura “terá a sua séde em Vale de Amieiro e estabelecerá a sua fábrica num barracão de madeira que estão construídos em terreno situado no Vale do Amieiro, freguesia de Cós, concelho de Alcobaça”, onde o “seu objectivo é o fabrico e venda de adubos químicos e orgânicos, e qualquer outro ramo industrial que lhe convenha explorar”, tendo como capital social 10.000$00 (Ibidem, fl. 4). Em escritura pública lavrada, em 30 de setembro de 1919, essa sociedade foi dissolvida por acordo mútuo dos seus sócios (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-C-66, fl. 34-37). Todavia, nessa mesma data, foi essa sociedade reconstituída com novos sócios, nomeadamente “Antonio Gomes Ascensão e sua esposa Dona Maria Barbuda da Silva Gomes, proprietários e êle comerciante tambem, moradores na Praia da Nazaré, Jayme Gomes Ascensão e sua mulher Maria Serra, proprietarios e êle comerciante tambem, moradores nos Montes, freguesia de Alpedriz, Sebastião da Trindade Rodrigues e Francisco da Trindade Rodrigues, casados, comerciantes, moradores nesta vila [Alcobaça] “, tendo um capital social de 20.000$00 e passando a designar-se por “Ascenso & Trindades, Limitada” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-C-66, fl. 37-42v). No ano de 1927, surgiu uma nova sociedade para fabrico de adubos e guanos e exploração do comércio de gessos. Esta empresa foi constituída por escritura lavrada, em 9 de junho de 1917, com o capital social de 50.000$00, 406

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sendo seus sócios: “João Branco, morador no lugar e freguezia de São Martinho do Porto, e Manoel do Couto Catita, morador no Algarão, freguezia da Benedita; ambos os outhorgantes, casados, proprietário e comerciantes, desta comarca” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-D-58, fl. 36-38v). A sociedade adotou a designação de “Branco & Catita, Limitada”, ficando com sede em São Martinho do Porto e sucursal em Peniche, tendo sido constituída com um capital social de “cincoenta mil escudos, representado e dividido em duas cotas de vinte e sinco mil escudos, uma de cada sócio” (Ibidem, fl. 36v). Indústria de cainite A “Sociedade Portugueza de Cainitos, Limitada”, com sede no Porto, pela mão do seu sócio gerente José da Silva Flores, casado, morador em Oliveira do Douro, arrendara a Adriano Lopes Gomes, solteiro, proprietário de “Hum predio que se compõe de propriedade urbana e rustica, denominada a Quinta de São Gião e Pescarias, freguesia de Famalicão”, morador na Quinta de S. Gião em Famalicão [Alcobaça], na qualidade de procurador de sua mãe, Maria da Conceição, viúva, proprietária, moradora na referida Quinta, uma porção de terreno para se “montar a industria para extracção de todos os productos que se possam obter das aguas do mar, cujo terreno, consta de terra de semeadura, motas e marinhas, denominado “a Algerifeira e Torre” (A.D.L., Livro Notarial da Nazaré [L.N.N.], Dep. V-86-E-29, fl. 46v-49). O arrendamento, celebrado a 28 de dezembro de 1918, foi dado pelo “tempo de dezanove anos consecutivos, que hão de começar no dia trinta e um de dezembro do corrente ano e findar no dia trinta de dezembro do ano de mil novecentos trinta e sete”, por uma renda anual de 400$00 até 30 de dezembro de 1928 e passando, depois dessa data, a 500$00 por ano até ao fim do prazo do arrendamento. Em 5 de junho de 1919, a “Sociedade Portugueza de Cainitos, Limitada”, representada pelo procurador João Francisco Gomes, viúvo, proprietário, morador em Vila Nova de Gaia comprara a José Marques da Mota e Maria Joaquina Mota, sua esposa, proprietários e moradores no Casal do Mota [Famalicão], “o domínio util d’um predio que consta de uma gleba de terra de semeadura, no sitio da Algerifeira, freguesia de Famalicão, confrontando do norte, com Joaquim Marques Jacole; do sul e nascente, com estradas; e do poente, com vala. Constitui um prazo foreiro á Junta da dita freguesia em cinco centavos annuaes”, pelo valor de 40$00 (A.D.L., L.N.N., Dep. V407

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86-E-33, fl. 8v-10). Esse prédio haviam os vendedores comprado a “Joaquim Maria Rodrigues e mulher Josefa Joaquina, proprietários e moradores no Salgado da aludida freguesia de Famalicão, por título particular (…) que a não ser o encargo do dito foro a mais nenhum está sujeito o aludido prédio”. Essa sociedade, em 19 de outubro de 1920, representada pelo procurador Lauriano Gonçalves, solteiro, comerciante, morador na Praia da Nazaré, freguesia da Pederneira, veio a adquirir ao casal António Panasco e Maria de Jesus Coutinho, proprietários, moradores em Famalicão, “um talho de terreno, no sitio da Algerifeira, da dita freguesia de Famalicão, a confrontar do norte, com Aires Coutinho Galvão; do sul, com Francisco Domingos; do nascente, com estrada; e do poente, cm vala”, pelo valor de 20$00 (A.D.L., L.N.N., Dep. V-86-E-46, fl. 48-49v). Voltamos a tomar nota desta sociedade em 30 de setembro de 1922, representada pelo citado Lauriano Gonçalves, numa escritura de arrendamento por três anos de “um armazém situado na rua de Sob-Vila, limite desta Praia da Nazaré, da dita freguesia da Pederneira, livre de fôro e confronta do norte e sul, com eles primeiros outorgantes [Francisco Duarte Ribeiro e esposa] e com Mariana Marques de Sousa; do nascente, rua de Sob-Vila já referida; e poente, com herdeiros de Manuel de Sousa”, propriedade de Francisco Duarte Ribeiro e esposa Eduarda Marques Sútil, moradores na Praia da Nazaré, freguesia da Pederneira, pelo valor de 3000$00 (A.D.L., L.N.N., Dep. V-87-A-2, fl. 48v-50v). Ressalva-se, nessa escritura, que “terminados os trez anos do arrendamento e sendo este prorrogado, neste caso, a renda será de mil e quinhentos escudos, a mais e tudo nas mesmas condições do presente contrato”. De acordo com a referida escritura a locatária “aplicará o armazém, somente a deposito de sal, único fim a que é destinado, não lhe podendo dar qualquer outro distino, sem licença, dêles senhorios”, sendo que “numa parte do armazém aqui arrendado e do lado sul existe uma divisória de madeira que serve de depósito de cal à firma comercial, Albertino Meca & Companhia e essa divisória não fica a fazer parte do presente arrendamento” (Ibidem, fl. 49v). Indústria de chapéus A tradição chapeleira nos coutos de Alcobaça é conhecida desde o século XVII, surgindo esta arte ligada a vários indivíduos residentes neste território. Manuel Vieira Natividade, na sua obra Alcobaça d’outro tempo, editada 408

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em 1906, menciona que José Dias Gama fundou, em 1838, uma fábrica de chapéus com o capital de 250 000 réis, fábrica essa que encerrou em 1870 (NATIVIDADE, 1906: 63). Em meados do século XIX, o fabrico de chapéus em Alcobaça aparece já referido como fabrico industrial, conforme podemos comprovar num registo de casamento, que citamos: “Aos vinte e dous dias do mez d’agosto do anno de mil oitocentos sessenta e um nesta Egreja Parochial do Santissimo Sacramento d’Alcobaça, concelho da mesma villa, diocese de Lisboa, na presença do parocho, que então era d’esta freguezia, compareceram os nubentes Manoel Vazão e Maria da Conceição com todos os papéis do estylo correntes e sem impedimento algum canonico ou civil para o casamento; elle de edade de vinte e dois annos, creado de servir, natural da fregue- // [fl. 26v] zia de S. Pedro de Porto de Moz, concelho da mesma villa, diocese de Leiria, morador nesta villa e freguezia d’Alcobaça, filho legitimo de Jozé Vazão, trabalhador e de Thereza de Moura, de serviço domestico, naturaes da dita freguezia de Porto de Moz; e ella de edade de vinte annos, natural da freguezia de Rio Maior aonde foi baptizada moradora n’esta d’Alcobaça, filha legitima de Francisco dos Santos e de Anna Joaquina, proprietarios naturaes tambem de Rio Maior, concelho da mesma villa e diocese de Lisboa; os quaes nubentes se receberam por marido e mulher e os uni em matrimonio procedendo em todo este acto conforme o rito da Santa Madre Egreja Catholica, Apostolica Romana. Foram testemunhas presentes Jozé Garcia, fabricante de chapeos, e Aniceto Gomes, sapateiro, moradores nesta villa. E para constar lavrei em duplicado este assento, que assigno. (a) O Parocho Joaquim Maria Ribeiro da Silva” (A.D.L., Livro de Óbitos e Casamentos de Alcobaça [1860-1863], Dep. IV-24-B-11, assento n.º 5, fl. 26-26v). De igual modo, outros nomes surgem citados nos registos paroquiais de Alcobaça respeitantes ao fabrico de chapéus, especialmente, Domingos António da Silva, casado, chapeleiro, que aparece citado como padrinho, no batismo de Ernesto, celebrado em 19 de agosto de 1869 (A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1869-1870], Dep. IV-24-A-23, assento n.º 25, fl. 13); no registo de batismo de Marcelino, celebrado em 24 de janeiro de 1870 (Ibidem, assento n.º 1, fl. 20-20v) e ainda no registo de batismo de Amélia, celebrado em 4 de fevereiro de 1870 (Ibidem, assento n.º 5, fl. 21v-22). Nessa época, surgiu na obra Chorographia Moderna do Reino de Portugal, editada no ano de 1876, a referência a uma fábrica de chapéus ordinários em Alcobaça (BATISTA, OLIVEIRA, 1876: 10). 409

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Indústria de conservas de fruta Aproveitando a tradição frutícola da região instalaram-se no concelho de Alcobaça algumas fábricas destinadas a conserva e compota de frutas. A primeira empresa conhecida designou-se “Natividade & Companhia”, tendo sido fundada em 1877, cuja produção era exportada para os arquipélagos atlânticos, África, Brasil e Inglaterra (VILLA NOVA, VILLA NOVA, 1995:99; LARCHER, 1907:171). Esta firma refaz-se por motivo sucessório. Em 23 de dezembro de 1918 constituiu-se uma sociedade comercial em nome coletivo, entre António Vieira Natividade, casado, proprietário e Joaquim Vieira Natividade, solteiro, ambos de Alcobaça, tendo entre outras cláusulas, as seguintes: “Primeiro: A sociedade que girará sob a firma “Natividade & Companhia”, tem a sua sede em Alcobaça, na Praça do Município e Rua Frei Estevam Martins, e estabelecerá as sucursais que aos interesses da sociedade convierem. Segundo – O objecto da sociedade é o fabrico e venda de conservas de frutas, podendo, porêm, a sociedade explorar outro qualquer ramo de indústria que a experiência aconselhar. Terceiro – A sociedade data d’hoje o seu começo, e será por tempo indeterminado. Quarto – O capital social é de dez mil escudos, é representada por maquinismos no valor de quatro mil escudos, por papéis de crédito também no valor de quatro mil escudos e por dois mil escudos em dinheiro – tudo em comum pertencente a ambos os sócios” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-C-59, fl. 37v-39v). A fábrica transformava fruta proveniente do concelho, mas também importava frutos do distrito de Santarém, dos concelhos de Caldas da Rainha e Porto de Mós (NATIVIDADE, s/d:110). Já no ano de 1915, foi fundada uma fábrica de conservas com a designação de “Carlos Campeão, Limitada”. Em 19 de março de 1917, essa firma transformou-se numa sociedade por quotas de responsabilidade limitada, tendo como sócios Carlos Pereira Campeão, casado, farmacêutico, Elias de Matos Branco, solteiro, comerciante, e José Emílio Raposo de Magalhães, casado, proprietário, todos moradores em Alcobaça (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-C-38, fl. 30v-34). Entre as várias cláusulas salientamos as seguintes: “Primeiro – A sociedade adopta a firma “Carlos Campeão, Limitada”, fica com a sua sede em Alcobaça e o seu estabelecimento é na Rua Alexandre Herculano número trinta e sete e trinta e nove. Segundo – O seu objeto é a preparação e comércio de doces e geleias de frutas, licores, e seus derivados, e de qualquer outro produto. Terceiro – A sociedade data o seu começo do dia primei410

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ro do corrente e a sua duração por tempo indeterminado. Quarto – O capital social, correspondente á soma das cotas dos tres socios, que são iguaes, é de cinco mil escudos. Quinto – As cotas dos sócios Carlos Pereira Campeão e Elias de Matos Branco (no valor cada uma de mil e setecentos escudos) são representadas por maquinas, utensílios, moveis, frascos, marcas registadas e produtos manufaturados, a ambos em comum percententes, avaliados em dois mil e cem escudos (mil e cincoenta escudos de cada um)” (Ibidem, fl. 31-31v). Por escritura lavrada em 14 de maio de 1918, Elias de Matos Branco, comerciante, casado com D. Ana Alda Sanches da Silva Branco, cedeu a sua quota de 1.700$00 a José Emílio Raposo de Magalhães, casado, proprietário (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-C-55, fl. 8-9v). Dois anos depois, esta sociedade, por uma escritura lavrada em Alcobaça, em 7 de abril de 1920, teve um reforço de capital no valor de 54.900$00. Em sessão extraordinária da assembleia “realisada em vinte e três de março do corrente ano e convocada nos termos da lei, deliberaram êles outorgantes [Carlos Pereira Campeão e José Emílio Raposo de Magalhães] o reforço do capital, pela sua elevação a sessenta mil escudos, e por forma tal que ficassem subsistindo apenas duas cotas do valor de trinta mil escudos cada uma, tendo sido lavrada a acta respectiva em instrumento fora das notas” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-D-6, fl. 42-44v). No entanto, por escritura lavrada em Alcobaça, em 4 de setembro de 1920, os sócios José Emílio Raposo de Magalhães e Carlos Pereira Campeão, procederam à dissolução da sociedade atendendo que “Que êles outorgantes, tendo pensado na dissolução da sociedade, fizeram o devido anuncio, convocatória, e em assembleia do dia dez de agosto ultimo, cuja acta foi lavrada em instrumento fora das notas, perante mim notario, outorgado, resolveram, de facto, a dissolução da sociedade. Que pela presente escritura dissolvem, pois, a sua sociedade, a qual não mais subsistirá. Que êles outorgantes, ficando em comum, com todas as maquinas, utensílios, moveis, frascos, marcas registadas e produtos manufaturados, para efeito de com êles entrarem numa mais vasta sociedade” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-D-12, fl. 47-49). Tratava-se, todavia, de um procedimento formal para a constituição de uma nova sociedade, dado que nessa mesma data foi lavrada uma outra escritura que adotou a designação de “Carlos Campeão, Limitada”, ficando “com séde em Alcobaça, e estabelecimento na Rua Alexandre Herculano, numeros trinta e sete e trinta e nove” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-D-13, fl. 3v-9). Sabemos, de acordo com o clausulado dessa sociedade, que “O capital social é de cento e 411

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cincoenta mil escudos e representado pelas seis seguintes cotas: A do sócio Carlos Pereira Campeão na importancia de cincoenta contos, é constituída pela sua meação das máquinas, utensilios, moveis, frascos, marcas registadas e produtos manufacturados, da extinta sociedade que existiu entre êle e o primeiro outorgante, meação que tem o valor de dez contos, e por mais quarenta contos em dinheiro, de que se acham realisados cinco contos, ficando assim realisados trinta por cento da sua cota; a do socio José Emílio é perfeitamente igual á anterior e dela se acham realisados também os mesmos trinta por cento; as dos socios doutor José Eduardo, Dona Ernestina, Dona Maria Tereza e doutor João Magalhães são respectivamente trinta – dez – cinco – e cinco contos em dinheiro, de que se acham realisados trinta por cento” (Ibidem, fl. 4v-5). Com o objetivo de expandir o aro industrial, em 15 de setembro de 1920, a firma “Carlos Campeão, Limitada”, adquire ao sócio doutor José Eduardo Raposo de Magalhães e Dona Virgínia Carvalho Remígio de Magalhães, a terça parte de “um prédio que se compõe de casas de habitação, terra de semeadura, poço e barracões, chamado o Bico da Coelheira, situado na Rua de Leiria d’esta vila e freguezia d’Alcobaça”, pelo valor de 2.000$00 (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-D-13, fl. 32v-35). Idêntica finalidade de desenvolvimento industrial está expressa numa escritura lavrada em Alcobaça, em 11 de novembro de 1920. Nesta escritura, Dona Hermínia da Conceição Moreira, viúva, proprietária, por haver “arrematado em hasta publica nos autos de arrolamento e venda dos bens de Júlio Biel existentes no cartorio do primeiro oficio do Juizo de Direito d’esta comarca, é ela outorgante dona e legitima dos seguinte prédios: Uma casa de habitação e quintal, no Canto do Carvalho (que hoje faz parte da Rua Guimarães), nesta vila e freguesia de Alcobaça, a confrontar do norte e nascente com rio, sul com o referido Canto, e poente com rio, serventia e èla outorgante” (…), “Uma casa que serve de tanoaria e suas dependências, à Conceição (hoje Rua França Borges), n’esta vila e freguesia de Alcobaça, a confrontar do norte com Leonardo Taveira Pinto (anteriormente Leonardo Taveira & Companhia), sul com herdeiros de Bernardino Lopes de Oliveira, nascente com rua e poente com o Rio Alcôa” e de “Uma casa que serve de moinho, no referido Canto do Carvalho (o qual, como dito fica faz hoje parte integrante da Rua Araújo Guimarães), nesta mesma vila e freguesia de Alcobaça, a confrontar do norte e poente com o Rio Baça, sul e nascente com èla outorgante (predio em primeiro lugar descrito)” (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-D-16, fl. 11v-15). As propriedades mencionadas foram ad412

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quiridas pela sociedade “Carlos Campeão, Limitada”, pelo valor de 28.000$00. Em 26 de junho de 1931 verificou-se a alteração parcial do pacto social da sociedade, especialmente a substituição da designação da firma “Carlos Campeão, Limitada”, passando a partir dessa data a designar-se de “Alimentícia Limitada”, ficando com sede em Alcobaça, na Rua Araújo Guimarães (A.D.L., L.N.A., Dep. V-6-E-27, fl. 2-3). Segundo os autores da obra, A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros, o desenvolvimento da pomicultura permitia que ¾ das necessidades de produção fossem satisfeitas no concelho (SILVA; ALARCÃO, CARDOSO, 1961: 297). Indústria de fósforos O fabrico de fósforos em Alcobaça é conhecido a partir dos meados do século XIX. Os registos paroquiais elucidam que na freguesia de Alcobaça, em 12 de fevereiro de 1862, contraíra matrimónio Joaquim Nazário, fabricante de fósforos, com Maria da Piedade, ambos naturais de Alcobaça (A.D.L., Livro Misto de Óbitos e Casamentos de Alcobaça [L.M.O.C.A.] [1860-1863], Dep. IV-24-B-11,assento n.º 1, fl. 27v). Mais comunicam os atos que, a 3 de outubro de 1864, foi batizada Elísia filha de Manuel Nazário, fabricante de fósforos e de Maria d’ Encarnação, ambos naturais de Alcobaça (A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1864], Dep. IV-24-A-20, assento n.º 43, fl. 22). O autor Miguel Portela, no seu estudo sobre a indústria papeleira na região de Leiria, dá conta de um fabricante de fósforos que sendo de Rio Maior fixou residência em Alcobaça, por volta de 1863, onde veio a constituir família. Refere ainda que: “Revelamos ainda, o facto de, no enlace entre José Bernardes, 24 anos, natural de Rio Maior, fabricante de fósforos, e Henriqueta Maria, de 26 anos, natural de Cela, celebrado a 22 de janeiro de 1863, em Alcobaça, terem sido testemunhas José Gambino e João Martins Poiares, fabricantes de papel justamente em Alcobaça (L.P.A.C., 1863: 28v-29). No batismo de seu filho Abel, celebrado a 9 de setembro de 1867, José Bernardes surge já como papeleiro de profissão (L.P.A.C., 1867: 2v). Todavia, volta a figurar como fabricante de fósforos no batismo de um outro seu filho, de nome Francisco, realizado a 9 de maio de 1870 (L.P.A.C., 1870: 28v-29). José Bernardes, papeleiro, viria a falecer de desastre, a 9 de março de 1877, na casa da rua da Levada, fábrica de papel, em Alcobaça (L.P.A.O., 1877: 9v10)” (PORTELA: 2014, 181-200). 413

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Pela importância, enquanto fonte documental, transcrevemos um dos registos paroquiais citado anteriormente: “Aos vinte e dois dias do mez de janeiro do anno de mil oitocentos sessenta e tres n’esta Egreja Parochial do Santissimo Sacramento d’Alcobaça, concelho da mesma villa, diocese de Lisboa na presença do parocho, que então era d’esta freguezia, compareceram os nubentes Jozé Bernardes e Henriqueta Maria com todos os papeis do estylo correntes e sem impedimento algum canonico ou civil para o casamento; elle de vinte e quatro annos de edade, fabricante de fosforos, solteiro, natural da freguezia de Rio Maior, concelho da mesma villa, diocese de Lisboa, onde foi baptizado, e morador n’esta d’Alcobaça, filho legitimo de Manuel Bernardes, jornaleiro, e de Maria Gertrudes, de serviço domestico, naturaes da dita freguezia de Rio Maior; e ella de edade de vinte e tres annos, solteira, natural da freguezoa de Cella, deste // [fl. 29] concelho d’Alcobaça, diocese de Lisboa, aonde foi baptisada, morador n’esta d’Alcobaça, filha legitima de Jozé Vieira, jornaleiro, e de Umbelina Maria, de serviço domestico, naturaes da dita freguezia da Cella; os quaes nubentes se receberam por marido e mulher e os unio em matrimonio procedendo em todo este acto conforme o rito da Santa Madre Egreja Catholica, Apostolica, Romana. Foram testemunhas presentes, Jozé Gambino e João Martins Poiares, fabricantes de papel, moradores n’esta villa. E para constar lavrei em duplicado este assento, que assigno. O Parocho: (a) Joaquim Maria Ribeiro da Silva” (A.D.L., L.M.O.C.A [1860-1863], Dep. IV-24-B-11, assento n.º 1, fl. 28v-29). A obra Chorographia Moderna do Reino de Portugal, publicada em 1876, refere, nesse ano, a existência de duas oficinas de fabrico de fósforos (BATISTA, OLIVEIRA: 1876, 10). Todavia, Manuel Vieira Natividade, na sua obra, O Mosteiro de Alcobaça (Notas Históricas), editada em 1885, alude apenas nesse ano à existência de uma fábrica de fósforos em Alcobaça (NATIVIDADE: 1885, 15). Indústria de refrigerantes Na transição do século XIX para o início do século XX assistiu-se a um incremento de novas indústrias na Nazaré, particularmente da indústria dos refrigerantes. A primeira notícia levantada sobre este trato industrial parte uma escritura de confissão de dívida lavrada em Alcobaça, a 24 de dezembro de 1901, em que se assinala o reconhecimento de “1:500:000 reis com o juro de 6% ao 414

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anno, que fazem Antonio Epiphanio da Franca e esposa a Armando Pereira da Silva, todos d’esta villa” (A.D.L., Livro Notarial de Alcobaça [L.N.A.], Dep. V-4-C-40, fl. 38v-39v). Nessa escritura relata-se a dissolução de uma sociedade de produção de bebidas gasosas, onde Epifânio da Franca, farmacêutico e sua esposa de Judite Nunes da França declararam que deviam a Armando Pereira da Silva, casado, escrivão notarial, o “capital de um conto e quinhentos mil reis, provenientes das contas hoje applicadas e respeitantes á dissolução da sociedade, que existia entre ambos os outhorgantes na fabrica de bebidas gas, digo bebidas gazosas com a firma Epiphanio & Companhia e que se obrigam a pagar quando o credor o exigir passados que sejam dois annos da data d’esta escriptura e bem assim os juros de seis por cento ao anno que o referido capital fica vencendo até completo embolso do credor” (Ibidem, fl. 38v). Anos mais tarde, e através de uma escritura de venda lavrada em 17 de julho de 1915, entre António Gomes Ascenso, casado, farmacêutico, residente na Praia da Nazaré, Joaquim Batista dos Santos, casado, comerciante, morador no Sítio da Nazaré e sua esposa Cristina de Sousa Tormenta, doméstica, também moradora no Sítio da Nazaré, tomamos nota de uma fábrica de refrigerantes, propriedade do dito farmacêutico (A.D.L., L.N.N., Dep. V-86E-9, fl. 3-5). Nessa escritura, António Gomes Ascenso, vendeu “pelo preço de dois mil trezentos vinte e cinco escudos ao segundo outorgante [Joaquim Batista dos Santos] os seguintes objetos que constituem o material da fabrica de refrigerantes que elle primeiro outorgante teve em laboração nesta vila – Uma, digo vila – Um motor a gazolina systema Lister da força de dois e meio cavallos, - um rotmador, - um gazometro, - um enchedor de pirolitos; - um enchedor de gazosas, - um enchedor de rifões, - vinte e um mil frascos para pirolitos, - duas mil trezentas e sessenta garrafas para gazosas, - trezentos frascos para rifões, - mil e sessenta caixas de madeira diferentes, - uma galéra, - uma carroça e bem assim toda a canalização, pias de pedra, torneiras, ferramentas e outros objetos de que se servia para o exercicio da industria de fabricação de refrigerantes” (Ibidem, fl. 3-3v). António Gomes Ascenso garantiu, nesse ato notarial, que se obrigava a “não mais applicar a industria de fabricação de refrigerantes dentro da area desta comarca”.

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Fontes e Bibliografia Fontes Arquivo Distrital de Leiria Governo Civil, Actividades Económicas, Autos de Concessão de Licenças Industriais, Dep. III-79-D2, cx. 4,1913-1933 Livro de Batismos de Alcobaça [1864], Dep. IV-24-A-20 Livro de Batismos de Alcobaça [1869-1870], Dep. IV-24-A-23 Livro de Óbitos e Casamentos de Alcobaça [1860-1863], Dep. IV-24-B-11 Livros Notariais de Alcobaça, Dep. V-4-C-40; Dep. V-6-C-38; Dep. V-6-C-55; Dep. V-6-C-59; Dep. V6-C-61; Dep. V-6-C-66; Dep. V-6-D-6; Dep. V-6-D-12; Dep. V-6-D-13; Dep. V-6-D-16; Dep. V-6D-58; Dep. V-6-E-27 Livros Notarias da Nazaré, Dep. V-86-E-9; Dep. V-86-E-23; Dep. V-86-E-28; Dep. V-86-E-29; Dep. V-86-E-33; Dep. V-86-E-46; Dep. V-87-A-2 Semana Alcobacense, ano XXX, n.º 1510, 31 de agosto de 1919 – Dep. VIII-14-B

Bibliografia BATISTA, João Maria; OLIVEIRA, João Justino Batista – Chrographia Moderna do Reino de Portugal, Typographia da Academia Real das Sciencias, Lisboa, 1876, Vol. IV. LARCHER, Tito – Diccionário Biographico Chorographico e Histórico do Districto de Leiria e Concelho de Villa Nova D’Ourém, 1907. MADURO, António Valério – Cister em Alcobaça. Território, Economia e Sociedade (séculos XVIIIXX). (série: Tempos e lugares 2). Porto, ISMAI, 2011. NATIVIDADE, Joaquim Vieira – A Região de Alcobaça, Obras Várias I, Alcobaça, s/d. NATIVIDADE, Manuel Vieira – Alcobaça D’Outro Tempo, Alcobaça, 1906. NATIVIDADE, Manuel Vieira – O Mosteiro de Alcobaça (Notas Históricas), Imprensa Progresso, Coimbra, 1885. PORTELA, Miguel – A indústria papeleira na região de Leiria no Portugal oitocentista, Cadernos de Estudos Leirienses- 3, Editor: Carlos Fernandes, Textiverso, 2014, pp. 181-200. SILVA, Carlos da; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António Poppe Lopes, A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros, Fundação Caloustre Gulbenkian, Lisboa, 1961. VILLA NOVA, Bernardo; VILLA NOVA, Silvino – Breve História de Alcobaça, Alcobaça, 1995.

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