Património industrial nos coutos de Alcobaça: A produção de telha e tijolo

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Cadernos de Estudos Leirienses – 8 * Maio 2016

Património industrial nos coutos de Alcobaça: A produção de telha e tijolo Miguel Portela* António Valério Maduro**

1. Barreiras e fornos no espaço coutado Aproveitando os recursos generosos do território coutado os monges cistercienses exploraram barreiras ou minas de barro, assim como levantaram fornos a fim de fabricar a telha e o tijolo necessários para a arte da construção. Quanto à localização de material para extração, João da Bernarda refere que no termo da vila da Maiorga, segundo a referenciação foraleira, se explorava o barro, assim como no Vale do Amieiro existiam barros de primeira qualidade (BERNARDA, 1995: 121). Refere ainda que, em Cós, se extraiam barros que apesar de incapazes para a arte da olaria pela quantidade de areia que contêm se revelavam de bom trato para telha e tijolo, e que já fora do perímetro coutado existiam barreiras no Juncal e Cruz da Légua. Iria Gonçalves, por seu turno, fala-nos da existência de fornos de telha e loiça em “Alcobaça, Maiorga, Mendalvo, Faval Velho, no termo de Santa Catarina, nos arredores das Trabalhias”. Menciona a autora, que o mosteiro possuía fornos de telha em Santarém e que a capacidade de produção de alguns dos fornos monásticos seria elevada dado que quem neles cozesse era obrigado a pagar por fornada um cento de telhas (GONÇALVES, 1989: 126-127). Pedro Barbosa menciona que a Carta de Povoação de Évora de Alcobaça refere a existência de um forno de telha provavelmente muito próximo da abadia (BARBOSA, 1992: 148, 163). Aliás, Frei Manuel dos Santos na Descrição do Real Mosteiro de Alcobaça alude que na quadra sexta existiam dois fornos de oleiro (SANTOS, 1979: 79-80). * Investigador ** ISMAI, CEDTUR/CETRAD

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No século XVI apareceram as principais referências alusivas à produção de telha e tijolo e respetivos fornos nos Coutos de Alcobaça, em especial no território da antiga vila de Maiorga. No seu foral manuelino, outorgado em Lisboa a 1 de outubro de 1514, achámos arrolado, «E dos fornos da telha ou tegollo que se fizer no dito lugar se pagara dizima nas ditas cousas. E os que a tirarem pera fora pagaram a dous Reaaes por carga mayor do qual dito da dizima nam Seram escusos ninhuas ã pessoas por pivjllegio nem Isençam que teham» (FORAL, 1514: 19v). Regista-se ainda nesse foral, em relação à matéria-prima para a produção dos diversos artefactos cerâmicos, a isenção de pagamento de portagem da seguinte maneira: «nem pagara de barro nem pedra que se leve nem traga per ninhua ã maneira» (FORAL, 1514: 35). Por um mandado de Vasco de Pina, com data de 19 de novembro de 1520, lavrado em Alcobaça, reconhecemos Diogo Afonso, oleiro de telha, morador em Castanheira (Cós), ao qual fora feito um pagamento de 450 reais por um milheiro de telha que havia fornecido para as obras da casa do relego e do forno em Cós (SOUSA, GOMES, 1998: 364). O Livro de Privilégios, Jurisdições, Sentenças, Igrejas deste Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, lavrado por volta de 1750 pelo cartorário-mor desse mosteiro Fr. Gonçalo Pereira, faz alusão a fornos da telha (PRIVILÉGIOS, 1750-1833: 1-322). Nesse livro assevera-se que «na forma dos Foraes dos Coutos se deve pagar a Dizima de toda a telha, e tijollo que se cozer nos fornos», tendo ficado ainda arrolado uma menção ao forno da telha de Turquel, nomeadamente uma «Sentença do Juiz dos Direitos Reaiz dada no anno de 1720, contra Antonio Pereira do Cazal do Ardido termo de Truquel pela Dizima da Telha, e tijollo de huã forno no dito Cazal. L.º 29 de Sentenças f. 395» (PRIVILÉGIOS, 1750-1833: 47). A 4 de agosto de 1732, o corregedor de Leiria, atendendo a uma súplica das religiosas do Mosteiro de Santa Maria de Cós, determina a obrigatoriedade de todos os forneiros, sobretudo os de Castanheira (Cós), disponibilizarem a telha necessária para as obras que esse mosteiro levava a efeito, a preços correntes praticados na terra, sendo que quem não cumprisse com esta obrigação seria preso (SOUSA, GOMES, 1998: 436-437). Segundo Dom António Costa Macedo, a produção de telha no distrito de Leiria no ano de 1852, resumia-se a 93 fornos conforme podemos observar no quadro que apresentamos de seguida (MACEDO, 1855: 95).

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Quadro 1 – Mapa demonstrativo da quantidade de fornos no ano de 1852 no distrito de Leiria, segundo MACEDO, 1855: 95.

O mesmo autor refere que, nesse ano, a produção do distrito atingira 1671 milheiros de acordo com a distribuição por concelho que apresentamos no Quadro 2, sendo que os valores praticados por milheiro oscilavam entre os 800 réis e os 5000 réis. Alcobaça apresentava um valor médio de 1200 réis por milheiro, produzindo apenas 41 milheiros, conforme podemos constatar no Quadro 3. (MACEDO, 1855: 96).

Quadro 2 – Mapa demonstrativo da quantidade de milheiros produzidos no ano de 1852 no distrito de Leiria, segundo MACEDO, 1855: 96.

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Quadro 3 – Mapa demonstrativo dos valores praticados por milheiro no ano de 1852 nos diversos concelhos do distrito de Leiria, segundo MACEDO, 1855: 96.

Na década seguinte, tomando as informações da Chorographia Moderna do Reino de Portugal de João Maria Batista, editada em 1876, laboravam no concelho de Alcobaça 14 fábricas de telha e tijolo (BATISTA, 1876: 10). Sobre as condições de exploração desta indústria é interessante o clausulado da escritura de arrendamento que o fidalgo João Pereira da Silva da Fonseca fez a José da Cruz Pereira da sua Quinta da Mata do Vimeiro, pelo prazo de seis anos, a 11 de outubro de 1855. A propósito dos fornos existentes na referida propriedade menciona-se “que mais pagava elle Rendeiro quinhentas telhas anualmente sempre que os fornos coserem e que se tire o Barro do terreno da Quinta” (C.N.A., 1850: 71-73). Numa réplica contratual celebrada a 20 de abril de 1857 esclarece-se “Que o Rendeiro fica obrigado a conduzir à sua custa para esta Villa toda a telha que receber por barro que se tirar de terrenos da Quinta para os fornos, não podendo eximir-se a venda por justo preço o matto que preciso for para os mesmos fornos” (C.N.A., 1857: 37-38). Como podemos constatar nesta segunda escritura contratual, o senhorio passa a controlar efetivamente a exploração do barro e a atividade dos fornos. Cabe agora ao rendeiro assumir o carreto para a vila de Alcobaça de toda a telha proveniente da pensão imposta aos forneiros de extraírem o barro e o cozerem nesta propriedade. Em contrapartida, o rendeiro goza do pri378

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vilégio de vender o mato necessário para a cozedura do barro (o que revela à semelhança dos fornos de cal, que se trata de fornos descontínuos ou intermitentes que implicavam constante abastecimento de mato)1, ressalvando-se, contudo, que o mato será vendido pelo preço justo, evitando assim especulação de preços por parte do rendeiro que pudessem comprometer o funcionamento dos fornos (MADURO, 2011: 49). A procura e exploração de filões de argilas interferia com o espaço urbano, daí a edilidade alcobacense proibir esta atividade secular, nomeadamente tirar barro e abrir covas no sítio da Roda, assim como extrair estes materiais junto aos caminhos públicos, sob pena da infração ser sancionada com um valor de 600 réis (ACÓRDÃOS, 1855: 109-110). Os notariais testemunham ainda outros contratos de exploração de barro e de fornos. Em escritura celebrada em 1855, António Correia de Araújo, da vila de Alcobaça, adquiriu a José Calado, da Boieira, termo da vila de Porto de Mós, uma serrada com seu forno de cozer telha (C.N.A., 1855: 144-145). Outra escritura dá nota do arrendamento de uma mina de barro que fez José Froes, dos Casais da Vestiaria, a Luís de Sousa Prado Lacerda, de Lisboa, mina essa sita numa propriedade na Confeiteira (Fervença). Como condições contratuais estipulou-se o pagamento de 100 réis por carrada de barro extraída, depois de posta na estação do Valado. Todas as despesas de exploração e transporte eram feitas à custa do 2º outorgante, ficando ainda a advertência que o transporte do barro deveria ser realizado pela serventia da propriedade que menos a danificasse. Menciona-se ainda que caso na propriedade aparecesse uma mina de carvão esta seria explorada pelo senhorio (C.N.A., 1891: 15-16). Tito Larcher no seu Dicionário refere a existência de 12 fornos de cozer telha, nomeadamente 1 em Prazeres de Aljubarrota, 1 na Benedita e 9 em Évora de Alcobaça, o que não representará a totalidade da atividade, mas apenas as indústrias licenciadas (LARCHER, 1907: 183). A ancestral exploração de barros no local do Vale Amieiro (Cós) explica que aqui se tenha instalado a Empresa Cerâmica de Alcobaça, indústria constituída por escritura de 23 de fevereiro de 1920 (C.N.A., 1920: 44-48)2. O primeiro signatário foi Fernando Alípio Carneiro e Sá que, na altura, era o diretor da Companhia de Fiação e Tecidos de Alcobaça. Para satisfazer os 1

Sobre o funcionamento e tecnologia dos fornos, veja-se: (BERNARDA, 1995: 127). Sobre esta empresa, veja-se: C.N.A., 1920: 25-27; C.N.A., 1920: 31-34; C.N.A., 1924: 34-35; C.N.A., 1931: 30-31; C.N.A., 1936: 23-24; C.N.A, 1938: 17-18; C.N.A., 1938: 10-12). 2

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fornos da fábrica estimavam-se consumos da ordem dos dois milhões de quilos anuais (NATIVIDADE, sd: 118). 2. Os oficiais de telheiro O século XVIII é rico em referências documentais sobre os fornos de telha sendo vários os moradores de Maiorga que exerceram o seu ofício nesses fornos, os quais temos conhecimento através dos registos paroquiais da igreja de São Lourenço efetuados pelos diversos párocos dessa freguesia. É o caso do assento de José Rodrigues Melro falecido em Maiorga, a 8 de setembro de 1711, esposo de Maria Francisca, moradores justamente nos fornos da telha (doc. 1). Noutra referência encontramos Jorge Gonçalves, telheiro, morador nos fornos da telha, através do assento de óbito de sua esposa, Maria Dinis, ocorrido em 13 de abril de 1712. A mesma referência surge, a 7 de agosto de 1716, no assento de óbito do seu filho António (doc. 2 e 3). De idêntico modo, encontrámos alusão a Manuel Fernandes, telheiro, cônjuge de Maria de Sousa, através do óbito de sua filha Maria sucedido a 9 de agosto de 1724 em Maiorga (doc. 6). Encontrámos também, António Ferreira Durão e Sebastiana Pereira, sua esposa, que residiram nos fornos da telha, conforme registado no batismo de sua filha Mariana ocorrido a 18 de junho de 1722, ou no registo de seu filho Teodósio ocorrido a 22 de junho de 1727 falecido a 4 de dezembro de 1745 (doc. 4, 9 e 13). Nos assentos de batismo de Maiorga e em 1723 surge alusão a Eufrásia filha de António Ferreira Durão e de Aurélia de Freitas moradores justamente nos fornos da telha (doc. 5). Sabemos que, a 29 de abril de 1726, na igreja de S. Lourenço em Maiorga, Francisco de Sousa e de Helena Maria, moradores nos fornos da telha batizaram seu filho Manuel. Este casal teve ainda três outros filhos, nomeadamente, Maria que foi batizada a 29 de janeiro de 1728; Luís batizado a 28 de janeiro de 1734 e José batizado a 3 de outubro de 1729 (doc. 8, 10, 11 e 12). Anos mais tarde, e a 22 de fevereiro de 1748, falecera António Ferreira, outro individuo que vivia nos fornos da telha (doc. 14). Uma das últimas referências onde aparecem mencionados os fornos da telha surge no assento de óbito de Joaquim filho de João Rodrigues, sucedido a 9 de maio de 1755 (doc. 15). Quererá isto dizer que os referidos fornos deixaram de laborar por volta desta data? Nada de seguro podemos asseverar sobre esta asserção. Todavia, os sucessivos párocos de Maiorga, que 380

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entre 1711 e 1755, e de forma reiterada foram registando nos livros da paróquia de São Lourenço desta freguesia, os diversos assentos com menção a estes fornos, não deixaram quaisquer alusões após o terramoto de 1755. O próprio Francisco de Sousa, que foi morador num desses fornos, surge referido no registo de seu óbito, ocorrido a 6 de dezembro de 1775, como morador na Quinta das Chuças (doc. 16).

Apêndice documental Documento 1 1711, setembro, 8, Maiorga – Registo de óbito de José Rodrigues Melro esposo de Maria Francisca, moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1662-1712], Dep. IV-25-D-56, at. n.º 4, fl. 66-66v. [fl. 66] < Fornos da Telha – Jozeph Roiz Melrro emterrado não avia para mais > Em os outo dias do mez de setembro de setesentos e onze faleceu da vida prezente com o Sacramento da Penitencia e extrema Unssam por não dar lu // [fl. 66v] dar lugar a doença e chamarem a tempo de não poder já commungar Jozeph Roiz Melrro, marido que foi de Maria Francisca, a Maleira seu corpo está sepultado no adro da igreja para que conste fis este termo que asignei Mayorga dia mes, e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza vigario da Mayorga Documento 2 1712, abril, 13, Maiorga – Registo de óbito de Maria Dinis mulher de Jorge Gonçalves, telheiro, moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1755], Dep. IV-25-D-57, at. n.º 1, fl. 2. [fl. 2] < Fornos da Telha – Maria Dinis > 381

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Em os treze dias do mes de abril de setesenttos e doze, faleceu da vida prezente, Maria Dinis molher que foi de Jorge Gonçalves tilheiro só com o Sacramento da Penitencia pella não achar capaz para a sagrada cummunham por impedimento da garganta e sendo chamado para lhe administrar o da Unssam no caminho me deu recado o barbeiro Manoel Rapozo era falecida seu corpo está sepultado na matris desta villa junto ao Altar de Santo Antonio e para que conste fis este termo que asignei dia, mes, e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario de Mayorga Documento 3 1716, agosto, 7, Maiorga – Registo de óbito de António filho de Jorge Gonçalves, telheiro moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1755], Dep. IV-25-D-57, at. n.º 2, fl. 8v. [fl. 8v] < Antonio – Fornos da Telha > Em os sete dias do mes de agosto de setesentos e dezasseis faleceu da vida prezente só com o Sacramento da Penitencia Antonio filho de Jorge Gonsalves telheiro ao coal como taxei em sinco tostois por me nam chamar a tempo para lhe admenistrar os mais sacramentos seu corpo está sepultado no adro da igreja matris de fronte da porta do sol e para que conste fis este termo que asignei dia mes, e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario da Mayorga Documento 4 1722, junho, 18, Maiorga – Registo de batismo de Mariana filha de António Ferreira Durão e de Sebastiana Pereira dos fornos da telha. A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 1, fl. 16. [fl. 16] Em os dezouto dias do mes de junho de setesentos, e vinte e dois nesta matris de Sam Lourenço da villa da Mayorga, baptizei solemnemte e pus os 382

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Sanctos Oleos a Mariana que nasceu a seis do mesmo mes asima filha de Antonio Ferreira Duram, e de sua molher Sebastiana Pereira dos Fornos da Telha, foram padrinhos Jozeph mosso solteiro, e sua irman Mariana filhos de Manoel de Souza Barradas, e por verdade fis este asento que asignei; dia, mes, e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario de Mayorga Documento 5 1723, março, 23, Maiorga – Registo de batismo de Feliciana filha de Luísa de Sousa e neta de Manuel de Sousa Barradas moradores no Casal do Barradas onde foram padrinhos o pároco e Eufrásia filha de António Ferreira Durão e de Aurélia de Freitas dos fornos da telha. A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 1, fl. 20. [fl. 20] < Feliciana – Casal do Barradas > Em vinte e tres dias do mes de março de setesentos e vinte e tres nesta matris de Sam Lourenço da villa de Mayorga, baptizei solemnemente e pus os Sanctos Oleos a Feliciana filha de Manoel de Souza Barradas digo filha de Luiza de Souza filha de de Manoel de Souza Barradas, e lhe deu por pay á dita criança a Miguel Fernandes filho de Manoel Fernandes Xunané e de Luiza do Soutto ja defuntos a qual criança nasceu a quatorze do mesmo mes. Foram padrinhos eu mesmo vigario e Eufrazia mossa [sic] donzella filha de Antonio Ferreira Duram dos Fornos da Telha e de Aurellia de Freitas sua molher ja defunta, e por verdade dis este assento que asignei dia, mes e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza vigario da Mayorga Documento 6 1724, maio, 8, Maiorga – Registo de batismo de Maria filha de Pedro Pereira e de Maria Coelha moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 2, fl. 30. 383

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[fl. 30] < Maria – Fornos da Telha > Em os outo dias do mes de mayo de setesentos e vinte e coatro nes [sic] e nesta matris de Sam Lourneço da villa da Mayorga baptizei solemnemente e pus os Santtos Oleos a Maria que nasceu a vinte e sete do mes atrás filha de Pedro Pereira e de sua molher Maria Coelha. Padrinhos o Padre Joam Ferreira de Souza das Chussas e Maria mossa donzella filha de Antonio Luiz das pedreiras freguezia de Nossa Senhora dos Prazeres e por verdade fis este asento que asignei dia mes e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza vigario da Mayorga Documento 7 1724, agosto, 9, Maiorga – Registo de óbito de Maria filha de Manuel Fernandes, telheiro, e de sua mulher Maria de Sousa. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1755], Dep. IV-25-D-57, at. n.º 3, fl. 22v. [fl. 22v] < Villa – Maria > Em os nove dias do mes de agosto de setesentos e vinte e coatro faleceo da vida prezente com todos os Sacramentos Maria orpham de Manoel Fernandes, tilheiro, e de Maria de Souza. Seu corpo esta sepultado no adro da matris desta villa de fronte < está sepultada no adro > da porta travessa do sol. Para que cosnte fis este assento, era ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario da Mayorga Documento 8 1726, abril, 29, Maiorga – Registo de batismo de Manuel filho de Francisco de Sousa e de Helena Maria moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 2, fl. 43v. [fl. 43v] < Manoel – Fornos da Telha > Em os vinte e nove dias do mes de abril de setesentos e vinte e seis baptizou 384

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de minha licenssa o Padre Joam Ferreira de Souza da Quinta das Chussas a Manoel que nasceu a vinte e hum do mesmo mes filho de Francisco de Souza, e de sua molher Ellena Maria moradores nos Fornos da Telha. Padrinhos, o Reverendo Padre Manoel Francisco da Ribeira do Pereiro da freguezia de Alpedris e o mesmo bathizante por sua irmam tocou e por verdade fis este asento que asignei era ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario de Mayorga Documento 9 1727, junho, 22, Maiorga – Registo de batismo de Teodósio filho de António Ferreira Durão e de Sebastiana Pereira moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 1, fl. 50v. [fl. 50v] < Theodozio – Fornos da Telha > Em os vinte e dois dias do mes de junho de setesentos e vinte e sete nesta Parochial de Sam Lourenço da villa da Mayorga, baptizou solemnemente e pus os Santos Oleos a Theodozio, que nasceu a coatro do mesmo mes filho de Antonio Ferreira Duram e de sua molher Sebastiana Pereira dos Fornos da Telha desta freguezia. Foram padrinhos Domingos Dinis mosso solteiro tanueiro e Ignacia filha de Manoel Ignacio de Macedo todos desta freguezia e moradores e naturais della, e por verdade fis este asento, que asignei dia, mes, e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, o vigario da Mayorga Documento 10 1728, janeiro, 29, Maiorga – Registo de batismo de Maria filha de Francisco de Sousa e de Helena Maria moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 1, fl. 53. [fl. 53] < Maria – Fornos da Telha > 385

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Em vinte e nove dias do mes de janeiro de setesentos e vinte e outo nesta parochial de Sam Lourenço da villa da Mayorga baptizei solemnemente e pus os Sanctos Oleos a Maria que nasceu a vinte e hum do mesmo mes filha de Francisco de Souza e de sua molher Ellena Maria dos fornos da telha desta mesma freguezia. Padrinhos o Doutor Antonio Ferreira de Souza irmam do pai da mesma baptizada, e Jacinta Maria sobrinha do Reverendo Padre Manoel Francisco da Ribeira do Pereiro Bispado de Leiria [E tocou por procurassão da dita criança] e para que conste fis este asento que asignei dia mes e anno ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario de Mayorga Documento 11 1729, outubro, 3, Maiorga – Registo de batismo de José filho de Francisco de Sousa e de Helena Maria moradores nos fornos da telha. A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 1, fl. 65v. [fl. 65v] < Fornos da Telha – Jozeph > Em os tres dias do mes de outubro de setesentos e vinte e nove nesta igreja de Sam Lourenço da villa da Mayorga baptizei solemnemente e pus os Santos Oleos a Jozeph que nasceu a vinte e seis de setempbro passado filho de Francisco de Souza, e de sua molher Elena Maria moradores nos Fornos da Telha desta freguezia foi padrinho o Reverendo Padre Fr. Nicullau Bernardes religioso de Sam Bernardo da villa de Alcobassa, pello coal tocou por procurassam do sobredito avida a licenssa de seu perllado o Reverendo Padre Ferreira de Souza tio do mesmo baptizado, e por verdade fis este asento que asignei, era ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario da Mayorga Documento 12 1734, janeiro, 28, Maiorga – Registo de batismo de Luís filho de Francisco de Sousa e de Helena Maria moradores nos fornos da telha.

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A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14, at. n.º 1, fl. 92. [fl. 92] < Fornos da Telha – Luis > Em os vinte e outo dias do mes de janeiro de setesentos e trinta e coatro nesta igreja de Sa, Lourenço da villa da Mayorga baptizei solemnemente e pus os Sanctos Oleos a Luis que nasceu a vinte do mesmo mes filho de Francisco de Souza e de sua molher Illena Maria dos Fornos da Telha desta freguezia. Padrinhos o Licenciado Luis da Silva e Souza desta villa e Jacinta de Souza mossa donzella da Ribeira do Pereiro freguezia de Alpedris irman da may do mesmo baptizado para que conste fis este termo que asignei era ut supra. (a) Manoel Ferreira de Souza, vigario de Mayorga Documento 13 1745, dezembro, 4, Maiorga – Registo de óbito de Teodósio filho António Ferreira e de Sebastiana Pereira dos fornos da telha. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1755], Dep. IV-25-D-57, at. n.º 1, fl. 70. [fl. 70] < Fornos da Telha – Theodozio > Aos quatro dias do mes de movembro digo de dezembro faleceo do mes de dezembro de mil e setecentos e quarenta e sinco annos faleceo da vida prezente com todos os sacramentos, excepto da Eucharistia por não estar capaz, Theodozio filho de Antonio Ferreira dos Fornos e de sua molher Sebastiana Pereira acompanharão todas as cruzes. Seu corpo foi sepultado dentro da igreja e para que conste fis este asento que asignei. Mayorga dia mes e anno ut supra. (a) Amaro Thomas da Costa, vigario da Mayorga De fabrica - 240 rs.

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Documento 14 1748, fevereiro, 22, Maiorga – Registo de óbito de António Ferreira dos fornos da telha. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1755], Dep. IV-25-D-57, at. n.º 2, fl. 74. [fl. 74] < Fornos da telha – António Fereyra – pobre > Aos vinte e dois dias do mesmo mes de fevereyro de mil e setecentos quarenta, e outo annos faleceo da vida prezente com todos os sacramentos excepto da Eucaristia por não haver tempo Antonio Fereyra dos Fornos. Seu corpo foi sepultado na Capela do Divino Espirito Santo acompanharão todas as cruzes, e pera que conste fis este asento, que asignei, dia mes e anno ut supra. (a) Amaro Thomas da Costa, vigario da Mayorga Documento 15 1755, maio, 9, Maiorga – Registo de óbito de Joaquim filho de José Rodrigues dos fornos da telha. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1755], Dep. IV-25-D-57, at. n.º 1, fl. 88. [fl. 88] < Fornos da Telha – Joachim > Aos nove dias do mes de mayo de mil settecentos sincoenta e sinco annos falesceo da vida prezente hum menino por nome Joachim filho de Joze Rodrigues do Forno da Telha foi sepultado na igreja matris desta villa da Mayorga e para que conste fis este asento que asigney dia mes e anno ut supra. Fabrica – 120 rs. (a) O vigario Manoel de Souza Lima

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Património industrial nosCadernos coutos dede Alcobaça: produção–de tijolo Estudos ALeirienses 8 *telha Maioe 2016

Documento 16 1775, dezembro, 6, Maiorga – Registo de óbito de Francisco de Sousa da Quinta das Chuças. A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1755-1784], Dep. IV-25-D-58, at. n.º 1, fl. 37. [fl. 37] < Chuças – Francisco de Souza – Teve tres ofícios de 9 Liçoens > Aos seis dias do mes de dezembro de mil setecentos satenta e sinco annos faleceo da vida prezente com todos os sacramentos Francisco de Souza da Quinta das Chuças cazado que foi com Elena Maria. Seu corpo foi sepultado na igreja parochial desta villa acompanharão todas as cruzes da dita freguezia e para que conste fiz este asento que asignei dia mes e anno ut supra. Fabrica – 500 rs. (a) O vigario Manoel de Souza Lima Fontes e Bibliografia Fontes manuscritas Arquivo Nacional da Torre do Tombo Foral de Maiorga lavrado em Lisboa a 1 de outubro de 1514, Ordem de Cister, Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, Liv. 279, [xbi] fl. 19v. Livro de Privilégios, Jurisdições, Sentenças, Igrejas deste Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, Ordem de Cister, Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, 1750-1833, liv. 92, fl.163 Arquivo Distrital de Leiria Livro de Batismos de Maiorga [1720-1736], Dep. IV-25-D-14 Livro de Óbitos de Maiorga [1662-1712], Dep. IV-25-D-56 Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1755], Dep. IV-25-D-57 Livro de Óbitos de Maiorga [1755-1784], Dep. IV-25-D-58 Cartório Notarial de Alcobaça, Livro 16, Escritura lavrada a 11 de outubro de 1850. Livro 30, Escritura lavrada a 17 de maio de 1855. 389

Cadernos de Estudos Leirienses – 8 * Maio 2016

Livro 32, Escritura lavrada a 20 de abril de 1857. Livro 34, Escritura lavrada a 24 de outubro de 1891. Livro 86, Escritura lavrada a 23 de fevereiro de 1920. Livro 91, Escritura lavrada a 31 de março de 1920. Livro 99, Escritura lavrada a 21 de outubro de 1920. Livro 127, Escritura lavrada a 27 de junho de 1924. Livro 181, Escritura lavrada a 1 de agosto de 1931. Livro 287, Escritura lavrada a 17 de outubro de 1936. Livro 309, Escritura lavrada a 15 de janeiro de 1938. Livro 313, Escritura lavrada a 12 de abril de 1938. Biblioteca Municipal de Alcobaça Acórdãos Municipais, Livro10 da sessão de 18 de abril de 1855. Bibliografia – BARBOSA, Pedro, Povoamento e Estrutura Agrícola na Estremadura Central, Lisboa, INIC, 1992. – BAPTISTA, João Maria, Chorographia Moderna do Reino de Portugal, Vol. IV. Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1876. – BERNARDA, João, “A Arte da Cerâmica no Mosteiro e nos Coutos Alcobacenses”, in Arte Sacra nos Antigos Coutos de Alcobaça, Lisboa, IPPAR, 1995 pp.117-145. – GONÇALVES, Iria, O Património do Mosteiro de Alcobaça nos séculos XIV e XV, Lisboa, Universidade de Lisboa, 1989. – LARCHER, Tito, Diccionário Biographico Chorographico e Histórico do Districto de Leiria e Concelho de Villa Nova D’Ourém, Leiria, 1907. – MADURO, António Valério, Cister em Alcobaça. Território, Economia e Sociedade (séculos XVIIIXX). (série: Tempos e lugares 2), Porto, ISMAI, 2011. – MACEDO, Dom António da Costa de Sousa de, Estatistica do Districto Administrativo de Leiria, Leiria, Typographia Leiriense, 1855. – NATIVIDADE, Joaquim Vieira, A Região de Alcobaça. Algumas notas para o estudo da sua agricultura, população e vida rural, Obras Várias I, Alcobaça, sd. – SANTOS, Frei Manoel dos, Descrição do Real Mosteiro de Alcobaça (Leitura, introdução e notas por Aires Augusto Nascimento), Alcobaciana 3, 1979. – SOUSA, Cristina Maria André de Pina e Sousa, e GOMES, Saul António, Intimidade e Encanto – O Mosteiro Cisterciense de S.ta Maria de Cós (Alcobaça), Edições Magno e Instituto Português do Património Arquitectónico, Leiria, 1998.

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