Pereira, Natália Magalhães (2015). Nós, o Povo: A Rede de Casas do Povo e os Alinhamentos Corporativos em perspetiva comparada (1933-1973)

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CONGRESSO INTERNACIONAL «A ERA DO CORPORATIVISMO - REGIMES, REPRESENTAÇÕES E DEBATES» LISBOA FCSH/UNL 13, 14 e 15 de Janeiro de 2015 PROPOSTA DE COMUNICAÇÃO NÓS, O POVO: A REDE DE CASAS DO POVO E OS ALINHAMENTOS CORPORATIVOS EM PERSPETIVA COMPARADA (1933-1973)

Natália Pereira1 O interesse renovado da historiografia e das ciências sociais pelos organismos primários do Estado Novo observado nos últimos anos constitui um sintoma dos desenvolvimentos dos estudos sobre o corporativismo enquanto ideologia e prática(s) do regime salazarista (Rosas, Patriarca, Cardoso, Torgal, Garrido, Estevão). A ênfase da investigação na produção discursiva nos planos ideológico, jurídico e propagandístico (e também em matéria económica) faz denotar o laconismo das pesquisas acerca do impacto dos organismos primários no mundo rural (Grémios da Lavoura e Casas do Povo) - na esteira dos trabalhos pioneiros de Manuel Lucena e de estudos recentes (Estevão, Freire, Garrido). O contraste é ainda mais notório quando confrontado com a agenda das historiografias italiana e espanhola sobre o mundo rural e a questão social nos campos, no ciclo das ditaduras (Lanero Tábuas, Soto Fernández, Massimo Asta, entre outros). É neste horizonte que se inscreve a comunicação que propõe investigar e comparar alguns parâmetros relativos ao processo de implementação da rede de Casas do Povo, problematizando-a num debate mais alargado sobre a representação social corporativa. A base empírica é constituída pelas Casas do Povo do distrito de Braga (1936-1973), numa região conotada tradicionalmente com o Estado Novo. Pretende-se explorar as dinâmicas sociais internas e as inter-relações tecidas com os organismos corporativos centrais e regionais (Grémios da Lavoura, Junta Central das Casas do Povo, 1945; Federação Distrital das Casa do Povo de Braga, 1957), através de um estudo intensivo, por amostragem (a rede em estudo é composta por mais de 100 Casas do Povo), com o fim de contribuir para a problematização destas entidades enquanto veículos de disseminação política, jurídica e social da estrutura pretensamente massiva do corporativismo.

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Lab2PT, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, [email protected].

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