Perspectivas, caminhos e políticas de futuro para a antropologia visual
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Perspectivas, caminhos e políticas de futuro para a antropologia visual Catarina Alves Costa / CRIA – FCSH NOVA Passaram mais de uma vintena de anos sobre um numero especial da revista Cinéma Action com o título de “E amanhã, o Cinema Etnográfico?”1, que pretendia fazer, à época, um balanço sobre o chamado filme etnográfico e pensar, desse modo, o seu futuro. Gostaria, aqui, de retomar os debates sempre cíclicos e as tentativas de projectar possibilidades novas para este território, lançando algumas pistas sobre aquilo que me parecem ser os debates recentes no âmbito da ainda chamada Antropologia Visual. Num momento em que esta área se desenvolveu como território de ensino de uma certa forma de fazer antropologia, ou de pensar a antropologia, julgo que é necessário perceber que nem sempre o que produzimos a partir do pensamento académico tem um retorno no mesmo pensamento. Trata-‐se de discernir, a partir de alguns trabalhos visuais elaborados por antropólogos, aquilo que poderiam ser as novas políticas académicas e de pesquisa neste campo, lançando algumas pistas sobre aspectos que me parecem importantes pistas para pensar este futuro. Baseio-‐me essencialmente aqui na minha participação em festivais de filme etnográfico recentes e no conjunto de filmes e ensaios fotográficos produzidos pelos estudantes do mestrado em culturas visuais, que acompanho cada ano na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A produção audiovisual na antropologia é extensa, variada e passa pela elaboração de ensaios visuais, etnografias compartilhadas, blogs que reflectem a pesquisa visual de certa etnografia, e outros. No entanto, trato aqui de uma pequena parcela do território mais extenso do trabalho com o visual, a saber, os filmes cujo formato -‐ uma construção narrativa que tende para a contenção do mundo que representa -‐ se tem designado por filme etnográfico, à falta de uma terminologia mais actual. Trata-‐se de um subproduto da produção antropológica que se constituiu em torno de uma demanda essencialmente construída nos chamados festivais e mostras de filme etnográfico e que se imagina com uma função quase humanista, de propagação do conhecimento gerado pela antropologia. Tentarei não entrar em descrições dos filmes e tocarei apenas em alguns aspectos mais gerais que podem, do meu ponto de vista, indiciar caminhos e perspectivas para o futuro, tendo em conta que vivemos um período de intensa produção e partilha visual. Estas reflexões não visam gerar novos tipos de produção 1 CinémAction nº 64, ed. Editions Corlet et Télérama, 1992.
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visual, ou novas designações para os mesmo, mas antes reflectir naquilo que está antes e para além destes resultados sempre condicionados às instituições e seus poderes. Começo pelos problemas essencialmente metodológicos. O primeiro á o da chamada reflexividade no uso da câmara dentro das ciências sociais, uma questão que foi, de certo modo, ultrapassada pela especificidade do uso da câmara e do microfone. Estes instrumentos de trabalho, pelas suas características, acabam resolvendo o problema da exterioridade das observações situando, mais ou menos claramente, o antropólogo dentro de uma determinada etnografia mas inevitavelmente revelando a posição de quem filma, ou o lugar de quem filma, e destruindo assim a ilusão “naturalista” da antropologia. É bom lembrar que autores com Elisabeth Edwards ou Christopher Pinney, que tratam dos usos da fotografia na antropologia, defendem aquilo a que chamam de repatriação das imagens fotográficas como forma de as colocar de novo no lugar da prática social. Edwards diz mesmo que temos de ver as fotografias como produzindo “biografias sociais dinâmicas de imagens que permanecem, mesmo assim, emaranhados no conjunto das relações sensoriais e sociais que estão para além delas próprias”2 (Pinney 2012:150). Ou seja, parece ter sido muito importante considerar, na chamada Antropologia Visual, o trabalho da fotografia como um trabalho da representação de um mundo ao qual se acedeu apenas parcialmente. As mesmas limitações foram identificadas em relação ao audiovisual, ou aos usos do vídeo e da película. David MacDougall, por exemplo, prefere tratar de uma Antropologia Visual que é vista como performativa, ou seja, que não serve para “traduzir” ou para “registar” padrões, para elaborar sínteses que apresentam o cultural como um todo, e que é antes, diz, um processo de “apresentação dos objectos e das experiências do mundo sempre reconfiguradas”3 (2006: 272). É nessa reconfiguração dependente das agendas e dos protocolos que objectificam a natureza da vida social que a experiência trazida pela etnografia pode ser traduzida. Julgo que, projectando para o futuro esta ideia, seria então necessário, no terreno dos usos da imagem em antropologia, elaborar projectos a longo termo, ou seja, tomar as imagens que produzimos como fazendo parte de um processo dinâmico e não definitivo de representação. O aspecto, digamos assim, definitivo do filme etnográfico poderia ser assim revisto á luz desta ideia de continuidade. No fundo, aquilo que sempre foi criticado no uso da imagem, ou seja, o facto de que a esta parecia escapar uma visão mais analítica, é afinal a sua força: a habilidade de mostrar corpos, lugares e pessoas. No final, aquilo com que nos confrontamos na sala escura ou no ecrã do computador são estes filmes. Neles, “trata-‐se de pessoas que 2 No original, “ we must see photographs as of ongoing social biographies of images that remain
entangled with dynamic sets of sensory and social relations beyond and in excesso of the image itself” 3 No original, “ about the presentation of objects and the reenactment of experiences in the world”
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conhecemos, certos quartos, casas, ruas e exteriores onde viviam, viagens realizadas, dilemas abordados, objetos feitos e usados, sons ouvidos, faces e conversas, medos e prazeres ... "4 (MacDougall, 2006: 273). Se os objectos visuais que partilhamos são sempre fruto da relação entre quem filma e fotografa e quem é objecto do olhar então existe, de certo modo, sempre uma relação sobre a qual nem sempre temos tempo de falar, por ser única, irrepetível, dentro da vida. Quero referir assim, de uma forma muito breve, um segundo aspecto: as ideias de participação e ainda a de colaboração, ou seja, a dimensão colaborativa e dialógica do trabalho etnográfico. Neste aspecto, cabe evidenciar que, em geral, os projectos assumidamente colaborativos se desenvolvem, ou se desenvolviam, junto de comunidades onde não existia uma tradição cinematográfica anterior, pelo que se recorre, no decurso do trabalho e das discussões, às tradições orais, narrativas, literárias, e artísticas locais. Nestes projectos, julgo que seria interessante consubstancializar a ideia de que é na construção da relação de trabalho que se evidenciam as particularidades do objecto visual que daí resulta. No entanto, esta relação – que implica uma praxis particular, compartilhada – nem sempre está presente nos audiovisuais que resultam de oficinas em que o acento é posto na colaboração. Nestes objectos visuais, por vezes apenas podemos adivinhar essa relação fundamental através do uso de alguns efeitos mais comuns – efeitos humorísticos ou dramáticos, narrativas e arquétipos temáticos. Neste sentido, mais uma vez, o assumir do tipo de colaboração e a diversidade das estratégias de continuidade dos projectos, são importantes para uma reflexão mais profunda. Muitas vezes, os cientistas sociais que coordenam estes projectos, inseguros das sua técnicas e não sabendo muito bem como actuar, fazem com que os sujeitos filmados tomem, de certo modo, conta da forma – mais ou menos convencional – como querem ser representados. Essa negociação de autorias entre as partes é, em si, parte desse processo de construção da visibilidade de ambos. Como referi no inicio, vivemos um período de intensa produção e partilha visual que, a meu ver, veio desmontar a percepção com que trabalhávamos à uma década de que uns representam outros, de que uns ajudam outros a representar-‐se, e por aí fora. A auto-‐representação e a proliferação de objectos visuais descontextualizados são, a meu ver, um território rico e fértil, cujas metodologias seria importante discutir, uma vez que vieram alterar esse pressuposto inicial que deu origem a muito do que foi a abordagem participativa de “dar meios”, “equipamentos” ou “formação” a quem não os tinha. Assim, julgo que uma estratégia interessante seria a possibilidade de 4 No original, “... persons whom we met, certain rooms and streets and compounds where they lived,
journays taken, dilemas adressed, objects made and used, sounds heard, faces and conversations, fears and pleasures...”
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construção de objectos que tratassem, também, dos processos de negociação e das afirmações autorais de quem filma, quem ensina a filmar, quem é filmado. Um terceiro ponto refere-‐se à evolução das temáticas tratadas pela antropologia e às críticas à ideia de identidade social e ao essencialismo que esta produziu. São vários, segundo uma classificação de MacDougall, os domínios que ocupam esta ciência social: o topográfico – a antropologia do espaço e do tempo, migrações e identidades -‐, o temporal -‐ histórias de vida, narrativas indígenas, mito e ritual -‐, o pessoal -‐ emoções, agencialidade individual, famílias, hierarquias -‐ e finalmente o denominado corpóreo, ou seja, a cultura material, os sentidos, sexualidade, género e, em geral, os “padrões de auto apresentação” (cf. MacDougall, 2006: 272). Segundo
este
afirma,
existiriam
determinados
modos
cinemáticos
que
corresponderiam a estas diferentes categorias. Uma pista importante seria, desde já, a exploração da linguagem cinematográfica adaptada ao tratamento de dimensões da vida social aparentemente invisíveis. Como afirma Lucien Taylor, tentando discernir vias para o futuro da Antropologia Visual, “ao passo que a antropologia escrita tratou a cultura em primeiro plano, o filme etnográfico, com a sua evocação do particular, a sua orientação para o indivíduo, e sua afinidade com a narrativa, não o fez” (1998:21)5. Julgo que talvez tenha sido por isso que a Antropologia Visual explorou aos seus limites o estilo do cinema observacional. Nele, a câmara observa sem provocar e encenar a vida na sua minucia, na sua particularidade. Por outro lado, historicamente, este estilo, que deriva do direct cinema ou vérité, foi depurando cada vez mais o registo do discurso, da palavra que continua, do meu ponto de vista, sendo a sua base. Se a temática for de certa forma universal, o espectador pode entender o filme como uma reflexão sobre aspectos uma determinada cultura, grupo, etnia, família ou individuo. Este estilo de cinema documental que perpassa também o chamado filme etnográfico, que começa nos anos setenta do séc. XX – década onde se sofisticou -‐ e permanece até ao início deste século, acabou por ser extremamente criticado por, quase sempre, se basear na violência do acto de filmar o outro hierarquicamente pensado como “a ser representado”. A este propósito Anna Grimshaw, uma autora que tem trabalhado sobre as relações entre os usos da imagem e a história da antropologia, no recente livro “Transcultural Montage” defende que as profundas alterações trazidas ao cinema etnográfico pelo observacional foram essencialmente de tipo formal. O cinema de observação permitiu 5 “whereas written anthropology has tended to foreground culture, ethnographic film, with its evocation of the particular, its orientation to the individual, and its affinity for narrative, has not”
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“trabalhar de forma mais criativa com, e não contra, as propriedades distintivas do meio cinematográfico, ou seja, a sua especificidade, a sua particularidade, suas possibilidades sinestésicas, o seu estilo sugestivo e não argumentativo” (237)6. Aqui, a autora centra-‐se na montagem, talvez aquilo que mais demonstre a radicalidade que está na origem desse gesto observacional. Trata-‐se, nesse gesto, de pôr de lado a ideia de fazer uma justaposição do material em bruto, mas antes de reordenar o sentido com que o mundo parecia apresentar as coisas. Ou seja, depois de fechado o ciclo de investigação, trabalho de terreno, acumulação de material visual e áudio, regressar á experiência inicial tal como ela resulta das relações e negociações encontradas. Assim, e voltando ao ponto que aqui quero reforçar, julgo que à medida que as novas temáticas da antropologia se vão afirmando, com as etnografias multisituadas, os trabalhos sobre a cultura patrimonializada e o imaterial, o turismo e os consumos, poderíamos, enquanto antropólogos visuais, sofisticar – em termos de linguagem cinematográfica -‐ o uso do observacional que parece ser, hoje em dia, mais uma receita do que uma ferramenta. Este seria um ponto interessante para a discussão do futuro do ensino dos usos do visual nas ciências sociais. Finalmente, um ultimo ponto: a forma como são recepcionados estes artefactos visuais a que chamamos filmes. Paul Henley (in Postma e Crawford, 2006:396) tem defendido a importância da narrativa afirmando que, ao invés de se pensar que uma etnografia visual poderia ter seus dados agrupados de forma cronológica e factual por forma a ser mais fiel à recolha original, deveria ser o processo inverso, o da construção, que permitiria chegar a essa realidade -‐ a do filme. Mas defender a narrativa não é defender que existe uma narrativa certa ou justa. Esta reflexão parece-‐me de extrema importância: sabemos que estamos a exportar fórmulas narrativas construídas dentro das lógicas de poder e narrativa ocidental, europeia e académica para o nosso cinema. Nada então como tentar discernir e trabalhar com outras fórmulas narrativas, assumindo sempre a velha ideia de que “contamos uma história”. Pensar no espectador é pensar o cinema como forma de comunicação. Assumir essa relação é importante. Depois de assistir ao meu filme Mais Alma, que retrata as estratégias criativas, os ensaios e a improvisação de projectos artísticos de jovens cabo-‐verdianos, alguém do publico num festival afirmou “esse filme não é para ver mas para sentir”. Como podemos nós discutir a criatividade cinematográfica, o trabalho de câmara, o fazer da luz e do ambiente sonoro e a
6 “working more creatively with, rather than against, the distinctive properties of the film médium –
namely its specificity, its stubbom particularity, its synesthetic possibilities, its suggestive rather than argumentative style.”
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forma como estes criam, antes ainda da montagem, um trabalho essencialmente poético?7 Julgo que se tomarmos a praxis do filme, o que MacDougall chama de cinemático, -‐ câmara, som e montagem -‐, podemos avaliar não só as relações entre as vozes que aí se representam mas também o feeling -‐ para usar um termo dos meus personagens deste filme, o Mais Alma-‐ trazido pelo evento filmado como representação cinemática. Não temos a prática, em antropologia, de discutir questões da estética – as formas e técnicas de criatividade e imaginação e o prazer que estes geram. No entanto, estes aspectos estão intimamente ligados ao interesse da própria antropologia pela ideia de cognição – a forma como os filmes constroem e projectam um conhecimento do mundo. Há por isso uma tensão entre o filme etnográfico como um artefacto criativo e, por outro lado, como produtor de conhecimento. É importante, como todos nós, os que trabalhamos com imagem em antropologia, adoptar o que Lucien Taylor chamou “uma atitude de humildade perante o mundo” (1998:156). Pela minha parte, enquanto realizadora que pode partilhar a sua experiência com os estudantes, e embora não hesite em explicitar as escolhas estéticas, não deixo de acreditar, sempre, na colaboração com os sujeitos filmados nas suas diferentes vozes e pontos de vista. Não os vejo como espectadores de si próprios mas antes como manipuladores conscientes da forma como se querem ver na sua alteridade. Assim, para pensar a forma de recepção dos filmes seria necessário, sempre, pensar que quem vê é também quem é representado. Concluindo, e como defendi em anteriores textos (cf. Alves-‐Costa, 2009), em que reflecti sobre o meu trabalho como realizadora, estes artefactos visuais, digamos assim, cinemáticos, não são apenas o resultado do encontro com os seus intervenientes, mas incorpora-‐o. No entanto, não deixo de encarar o filme finalizado como um trabalho de autor, fruto de um conjunto de escolhas que incorporam a produção de um argumento sobre o mundo, mas em que não incluo uma estratégia de participação directa dos actores sociais, por um lado, e por outro, não utilizo estratégias óbvias de reflexividade como a minha presença no filme, pessoas a reagir muito obviamente à câmara, ou a existência de uma voz-‐off subjectiva. Assim, no meu trabalho, o filme incorpora, sempre, este encontro com os seus intervenientes, assumindo ao mesmo tempo uma autoria. Parece-‐me, nesta medida, que o autor não deve ser encontrado fora do filme, pois este só pode ser entendido como incluindo o autor. Quando, em 1992, saía o numero especial da revista Cinéma Action chamada “Et Demain, le Cinema Ethnographique?”, a questão que se colocava quanto ao futuro, bem 7 Uso aqui o termo “poético” tal como o discutido por Michael Renov (1993) em referência ao género
cinematográfico do Documentário quando teoriza sobre o facto deste envolver uma poética específica não podendo ser reduzido às suas funções cognitivas.
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explicitada por Jean Paul Colleyn na introdução a esta revista a que chamou “por um filme etnográfico sem narcisismo, sem pudor e sem ingenuidade”, era a de fazer sair do mundo académico, para os cinemas e televisão, a produção dos antropólogos, que deveria ter uma qualidade análoga ao documentário criativo de observação que tanto esteve na moda na década de noventa do séc. XX. Era de antropologia partilhada e de ética, do jogo violento da representação da alteridade, da possibilidade de autenticidade, respeito pela verdade que se falava nesta época em que o relativismo cultural marcava os debates metodológicos. Ficou ali decidido que o filme etnográfico era um objecto autónomo, completo, e vieram os festivais, as revistas, os produtos mediatizados, feitos para a televisão, etc. Actualmente, e na linha dos debates que tentei abordar aqui, o esforço é outro. Cada vez mais, procuramos que o trabalho que produzimos não seja, como durante algum tempo, mesmo nas experiências do observacional, o de fazer com que a alteridade dos que filmamos entre em categorias pré-‐ estabelecidas. Este foi o efeito criado pelo alargamento da prática da Antropologia Visual ao chamado Documentário de autor de tipo etnográfico tão propagado nos anos finais do séc. XX pelas televisões e mass media. O que é importante, cada vez mais, é que essa alteridade contamine e transforme a nossa percepção. É a lógica visual que tem que mudar, ou antes, ir mudando. Para isso, teremos que continuar a experimentar, junto com os alunos e sua capacidade de imaginar soluções, a linguagem com a qual trabalhamos: a da imagem e do som produzidos a partir de uma etnografia sempre particular. Referências bibliográficas: Alves-‐Costa, Catarina (2009) Como incorporar a ambiguidade? Representação e tradução cultural na prática da realização do filme etnográfico” in Barbosa, Andréa et al. (edss.) Imagem-‐Conhecimento: Antropologia, Cinema e outros diálogos, Papiros Editora. Colleyn, Jean Paul et De Clippel, Catherine, (1992) “Plaidoyer pour un cinema ethnographique sans narcissisme, sans pudibonderie et sans naiveté” In Cinémaction nº 64, 3º trimestre 1992. Grimshaw, Anna (2013) “In defense of Observational Cinema: The significance of the Bazinian Turn for Ethnographic Filmmaking” in Suhr, Christian and Willerslev, Rane (eds.) Transcultural Montage, Berghanhn. Henley Paul (2006), “Narratives, the dirty secret of ethnographic filmmaking” in Postma M. and Crawford P. Reflecting Visual Ethnography, Intervention Press, Aarhus. (pp. 294-‐318) MacDougall, David (2006) The Corporeal Image: Film, Ethnography and the Senses, Princeton University Press, UK. Pinney, Christopher (2012) Photography and Anthropology, Reaktion Books, UK.
Taylor, Lucien, 1998, “Introduction” in MacDougall, David, Transultural Cinema, Princeton University Press, pags 3-‐25. Renov, Michael, (ed.) (1993) Theorising Documentary, Routledge.
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