PERSPECTIVAS DE PODER E SUCESSÃO NO CONTEXTO DOS EMPREENDIMENTOS SOCIAIS: CRIANDO PARADIGMAS ACERCA DA VITALIDADE DO TERCEIRO SETOR

October 12, 2017 | Autor: Lucas Chagas | Categoria: Poder, Empreendedorismo social, Terceiro Setor, Lucas Araujo Chagas, Sucessão
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PERSPECTIVAS DE PODER E SUCESSÃO NO CONTEXTO DOS EMPREENDIMENTOS SOCIAIS: CRIANDO PARADIGMAS ACERCA DA VITALIDADE DO TERCEIRO SETOR

Edileusa Godói-de-Sousa Universidade Federal de Uberlândia [email protected]

Lucas Araujo Chagas Universidade Federal de Uberlândia [email protected]

Resumo

Este ensaio propõe trazer insumos que contribuam para o direcionamento de reflexões sobre perspectivas de poder e sucessão no contexto do terceiro setor. Para a abordagem sobre o poder permeiam os pensamentos principalmente de Foucault (1997, 1995, 1987, 1985); Bourdieu (2012); Hall, (1996, 2001); Kuhn (2008); Alvesson e Kärreman (2004); Wenger (1998); Townley (1993); Pêcheux (1975) e Althusser (1974). Quanto ao processo sucessório destacam-se os estudos dos pesquisadores americanos Wolfred (2002, 2008); Adams (2004); Randall et al (2004); Teegarden (2004); Kunreuther e Corvington (2007); Sandahl (2007) e de brasileiros como Godói-de-Sousa e Fischer (2011). As análises e reflexões sinalizam desafios para que o processo sucessório traga contribuições efetivas para a vitalidade de empreendimentos sociais e para o desenvolvimento social. Entre eles, criar contextos favoráveis para uma (re)construção de estruturas de poder sólidas, desde o nascimento de uma organização e não apenas na “transferência” de poderes de uma organização desenvolvida para uma organização em desenvolvimento. Com isso, proporcionar espaços de formação de lideres crítico-reflexivos e dispostos a continuar um processo em constante pensar no melhoramento de uma organização e de seu papel social.

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Palavras-chave

Poder; Sucessão; Terceiro Setor; Empreendimentos Sociais; Desenvolvimento Social.

Introdução

Entende-se por poder, um conjunto de relações complexas que por meio de instâncias ideológicas constroem formas de representar posicionamentos constantemente ajustáveis e relacionais (FOUCAULT, 1995). Sabe-se que o poder encontra-se préestabelecido e firmado nos mais diversos espaços de realização social e, embora não se possa tocá-lo, essas tomadas de posicionamentos são os instrumentos que organizam e norteiam as mais variadas correntes sociais de ação, interesse, instrumentalização e pensamento (BOURDIEU, 2012; ALVESSON e KÄRREMAN, 2004; TOWNLEY, 1993). As relações de poder, ainda que analisadas por perspectivas epistemológicas (DESCARTES, 2007), permeiam diferentes espaços de rupturas paradigmáticas (KUHN, 2008), que por sua vez estão em constante (re)construção. Quando analisadas dentro dos empreendimentos sociais, percebe-se que a realização do poder é um elemento demarcado por premissas variáveis, sobretudo porque, muitas vezes, a execução das cadeias de tomadas de decisões tem como ponto de partida instâncias ideológico-acionais (PÊCHEUX, 1975; ALTHUSSER, 1974). Percebe-se nas mais diferentes áreas da literatura especializada de domínio das ciências administrativas e econômicas um discurso invocador da ideologia como um conjunto de sistemas e de ideais passíveis de transferência - implementações ou inserções - (WENGER, 1998). Por outro lado, quando se fala dos elementos constituintes desses sistemas, vê-se que eles são formados a partir de pensamentos, ideias, crenças, princípios e mitos interdependentes, sustentados por um grupo histórico-social seja ele de que natureza ou dimensão for (DESCARTES, 2007; FOUCAULT, 1995; WENGER, 1998). Essas reflexões colocam em vogue que cada grupo social é por si só contido de ideologias formadoras de poder e que este, por sua vez, não se altera ou desenvolve a Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais “Abrindo Caminho nos Estudos Organizacionais” Fortaleza, Ceará, 11 a 13 de dezembro, 2013

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partir de implementações ou inserções (transferência) de novas estruturas sociais e/ou de poder, mas pela (re)construção das estruturas histórico-sociais já existentes (ALTHUSSER, 1974; FOUCAULT, 1995). As considerações aqui feitas sobre as relações de poder pressupõem uma reflexão aprofundada acerca das conexões entre processo sucessório e a vitalidade dos empreendimentos sociais. Ao mesmo tempo, espera-se arguir sobre as inferências dessas conexões na promoção da melhora e valorização da vida e do trabalho dos sujeitos envolvidos nas mais diversas organizações do terceiro setor, o que abarca as mais variáveis facetas de desenvolvimento social e de demarcações de poder (SEN, 2000; SINGER, 2004). Inicialmente buscou-se um estado da arte do processo sucessório nos empreendimentos sociais; posteriormente foram abordadas algumas perspectivas de poder nesses empreendimentos como elementos de desenvolvimento social; em um terceiro momento foram

realizadas algumas considerações acerca desses processos

sucessórios a partir de uma perspectivas de poder; e por fim tecidas algumas considerações acerca das perspectivas de poder e sucessão abordadas neste trabalho, como elementos interativos da produção de desenvolvimento social e da vitalidade do terceiro setor.

1 O processo sucessório em empreendimentos sociais

A partir dos anos 2000 pesquisadores americanos publicaram uma série de resultados de pesquisas relacionadas aos processos sucessórios em empreendimentos sociais (WOLFRED, 2002, 2008; ADAMS, 2004; RANDALL et al, 2004; TEEGARDEN, 2004; KUNREUTHER e CORVINGTON, 2007; SANDAHL, 2007). Essa linha de pesquisa surge e ganha importância quando os estudiosos constatam que a maioria dos empreendimentos sociais dos Estados Unidos entraram em uma fase de seus ciclos de vida que os autores denominaram “era da transição” - aquela em que se verifica uma tendência de substituição dos principais gestores pelos mais variados motivos, na tentativa de promover a vitalidade desses empreendimentos. Isso porque nas primeiras pesquisas verificou-se

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que, aproximadamente 75% dos principais gestores das instituições estudadas pretendiam deixar suas posições em curto espaço de tempo, almejando a aposentadoria. Embora as características dos empreendimentos sociais americanos não sejam reproduzidas nas organizações sociais brasileiras, este dado foi considerado relevante para o estudo da sucessão nesses empreendimentos, quando a partir dos anos 1990 assistia-se o notável crescimento desse tipo de iniciativas no país (SALAMON, 1998; FISCHER, 2005). Preocupados com a “era de transição” dos empreendimentos sociais e com o afastamento ou a menor influência de seus fundadores, alguns desses autores consideram esta transição como um momento de vulnerabilidade, tanto para a vitalidade das organizações quanto para o próprio terceiro setor, na medida em que as lideranças experientes se afastam criando um vácuo de poder (FOUCAULT, 2005) e um ambiente propício a conflitos desgastantes (RANDALL et al, 2004; SANDAHL, 2007). Outros autores, no entanto, ressaltam que essas mudanças de larga escala configuram uma situação rica em oportunidades de diversificar os estilos de liderança e de avançar em termos de desenvolvimento, tanto para as organizações que passam pelo processo sucessório, como para o todo o Setor (WOLFRED, 2002; TEEGARDEN, 2004; ADAMS, 2004, 2006; KUNREUTHER e CORVINGTON, 2007). Para esses analistas, o momento de transição pode levar as organizações a concentrarem maior atenção no planejamento de sucessão e se prepararem para gerenciar mudanças transformacionais que contribuirão para o fortalecimento dos empreendimentos sociais e do terceiro setor como um todo. No Brasil poucos estudiosos têm se aventurado a realizar pesquisas sobre a sucessão em organizações do terceiro setor, com vistas ao debate sobre a preparação de sucessores e a gestão do processo de sucessão, sobretudo no que diz respeito a uma análise concreta de suas estruturas de (re)construção e realização de poder. Uma das explicações para essa escassez de produção acadêmica reside na dificuldade de acesso a este tipo de organização no Brasil. Seja pela inexistência de dados sistemáticos registrados em bancos de dados oficiais, seja pela própria resistência das lideranças em participarem de pesquisas sobre o tema de sucessão, conforme apontam os estudos de Godói-de-Sousa (2010). Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais “Abrindo Caminho nos Estudos Organizacionais” Fortaleza, Ceará, 11 a 13 de dezembro, 2013

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Mais pragmaticamente, o empreendedorismo social pode se caracterizar pela intervenção social por meio da criação de formas alternativas de produção econômica associada à participação social e democrática (GODÓI-DE-SOUSA, 2010). As capacidades de inovação, de identificação e de aproveitamento de oportunidades para a criação de novos negócios, novos mercados e capital social, estariam a serviço da geração concomitante de valores social e econômico. Para tanto, não existe um modelo a ser seguido; a forma organizativa de um empreendimento social deve ser uma decisão tomada com base no formato mais eficaz de mobilizar os recursos necessários para enfrentamento dos problemas sociais. (QUINTÃO, 2004; SEKN, 2006; GODÓI-DE-SOUSA, 2010, FISCHER, 2011). Portanto, o que caracteriza esses empreendimentos são suas motivações sociais, que buscam criar oportunidades de participação social e econômica, e exprimir valores e proposições antes encontrados, quase exclusivamente, no âmbito dos movimentos sociais e que não faziam parte dos padrões culturais próprios das organizações empresariais. Suas iniciativas, muitas vezes inovadoras, dedicam-se aos mais diversos objetivos como: o incremento da renda de populações pobres; a cooperação solidária para o crédito mútuo; o fornecimento de micro-crédito para estímulo de pequenos negócios; a prestação de serviços em saúde, educação, assistência onde há carência de atendimento público; o acesso às novas tecnologias – introduzindo mudanças, ainda que pequenas e sutis, nas relações econômicas e sociais que caracterizam a estrutura capitalista (GODÓI-DE-SOUSA e FISCHER, 2011). Embora ainda se tenha uma escaces de pesquisas nesse domínio, a bibliografia outrora recente e ainda exploratória sobre o Empreendedorismo Social, já traz importantes contribuições para o entendimento da especificidade das características organizacionais desses empreendimentos e dos desafios de gestão para assegurar seu desenvolvimento e perenidade. Nesse interim, praticamente não existem pesquisas abordando a relação sucessão, vitalidade e poder no contexto dos empreendimentos sociais. Deste modo, esse trabalho propôs refletir sobre insumos teóricos que contribuam para o direcionamento de reflexões sobre essas relações, visto que essa relação apresenta uma perspectiva complexa, já que

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engloba processos sociais, culturais, econômicos, linguístico-constitutivos, emocionais e contextuais.

2 Perspectivas de poder em empreendimentos sociais

No tanger dos empreendimentos sociais, ainda existem poucos estudos que abarcam a imprecisão das escalas e manifestações do conjunto de relações complexas que por meio de instâncias ideológicas constroem formas de representar posicionamentos, ou seja, o poder (FOUCAULT, 1995). Embora constantemente mutável nas esferas humanas de organização, o poder, desde a modernidade tardia, tem estereotipadamente se estruturado entorno de eixos pautados no teri, no serii, e na autoridadeiii, algo visivelmente constato no discurso do eu tenho, eu sou, (logo) eu posso das atuais gerações (HALL, 2001). Por outro lado, aqui não nos interessa este conceito de poder concebido por coisas ou atitudes e sim o poder concebido a partir das relações de quem está de posse dessas coisas e tomadas de atitude. Em particular, esse alguém representa, neste trabalho, os membros de uma organização do terceiro setor. As perspectivas colocadas neste trabalho não representam uma teoria ou metodologia de estudos de relações ou formas de poder e sucessão no contexto dos empreendimentos sociais. O objetivo maior deste é criar uma reflexão a partir dos estudos Foucaultianos sobre o poder dos diferentes modos pelos quais indivíduos se organizam na consolidação de um empreendimento social e na manutenção, ou vitalidade do mesmo. Antes se adentrar ao escopo dessas reflexões, faz-se necessário considerar que os seres humanos apontados como indivíduos, em um primeiro momento, passam agora para uma amplitude de sujeitosiv (FOUCAULT, 1995). Assim, não são as estruturas de poder, mas as relações dos sujeitos que estabelecem posicionamentos dentro dessas estruturas que fazem a compleição deste trabalho. Como se viu anteriormente, no Brasil poucos estudiosos têm se aventurado a realizar pesquisas sobre a sucessão em organizações do terceiro setor, com vistas no debate sobre a preparação de sucessores e a gestão do processo de sucessão (GODÓI-DESOUSA, 2010). Entretanto, os poucos trabalhos existentes apontam a necessidade de um Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais “Abrindo Caminho nos Estudos Organizacionais” Fortaleza, Ceará, 11 a 13 de dezembro, 2013

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preparo para a sucessão, uma vez que a troca de gestor pode significar mudanças nas relações de poder, que por sua vez podem acarretar mudanças para as quais os dirigentes não se sentem preparados ou não querem enfrentar (CAPELÃO e MELO, 2001). A partir deste ponto, é, portanto, necessário estender este estudo às origens de possíveis conflitos. Essa extensão propicia o entendimento de problemas na dimensão do sujeito (DESCARTES, 2007; FOUCAULT, 1987; FOUCALT, 2005; FOUCAULT, 1995; WENGER, 1998). Uma organização do terceiro setor parte de um princípio de intervenção social por meio da criação de formas alternativas de produção econômica associada à participação social e democrática (GODÓI-DE-SOUSA, 2010). Analisando essa forma de organização do ponto de vista de sua racionalidade interna, percebe-se que elas geralmente emergem de estratégias de desenvolvimento social, (BOSE e GODÓI-DE-SOUSA,2012) em outras palavras, de tomadas de decisões de uma determinada comunidade (ou sujeito que move uma comunidade) para o seu melhoramento e equiparação em relação a uma sociedade colocada como padrão. É necessário ressaltar que neste trabalho coloca-se o desenvolvimento social como um mecanismo de ação preocupado, não apenas com o crescimento econômico e com a diminuição das diferenças sociais. Entende-se por este como sendo o mecanismo de ação da melhora de vida para as pessoas e das liberdades que desfrutam por meio da promoção da política, história, poder e vitalidade de uma determinada sociedade (BOSE e GODÓI-DESOUSA,2012). Cooperativas, associações, mercados de trocas solidárias (de troca direta ou usando moeda comunitária) entre outros exemplos de organizações sociais, parecem ter como forma alternativa de produção econômica (capital) um elemento em comum: o desenvolvimento social. Porém, onde estaria este desenvolvimento social? O que motiva os sujeitos a se deslocarem em direção a ele? Seriam esses fatores exclusivamente econômicos? Se os empreendimentos sociais têm como princípio a participação social democrática, onde estaria então, a igualdade do direito de empreender socialmente em uma sociedade? É exatamente nessas questões que pretende-se chegar.

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Em uma primeira instância deve-se aprofundar nas relações entre sujeitos e suas tomadas de decisão (BOURDIEU, 2012; FOUCAULT, 1995) para o desenvolvimento social. Não se considera, aqui, que todas as organizações do terceiro setor emirjam às margens de uma sociedade padrão, ou seja, longe dos grandes centros industriais ou econômicos. Entretanto, tem parecido ao longo dos últimos estudos que os integrantes dessas organizações são compostos por sujeitos que se posicionam à margem (em um espaço desigual) desses centros, que por sua vez, são liderados por sujeitos em contato com as esferas centrais de decisão e poder de uma sociedade (espaço padrão). Aqui entra, portanto, um dos pontos chaves desse trabalho que será retomado a seguir: se a base de nossos sistemas político-sociais é a democracia, ou seja, um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos, direta ou indiretamente - por meio de representantes eleitos -(CASTORIADIS, 1987; HALL, 1996), porque então o homem tem se colocado diante da desigualdade social, para se locomover para um espaço imaginário de desenvolvimento social? As relações de igualdade e desigualdade social são questões complexas, contudo parecem estar na memória das primeiras estruturas de relações de poder dessa sociedade – entenda aqui a sociedade brasileira -, até porque uma sociedade acaba sendo fruto de uma construção histórica (FOUCALT, 1987). Em particular, a sociedade brasileira se consolidou de uma construção histórica advinda de contexto de colonização (SOUSA, 1957). Este espaço de construção histórica de sujeitos remete a pressupostos para tomadas de decisão em escalas de colonizador (desenvolvido/padrão) versus colonizado (“não desenvolvido”, ou que precisa ser desenvolvido/desigual). O embate das relações entre desenvolvido e não desenvolvido, tem nos pressupostos efeitos de um desenvolvimento social não pautado no crescimento democrático, cultural, intelectual e econômico de uma sociedade, mas na reprodução do “não desenvolvido” do “desenvolvido”, ou de suas sobras. Veja que no discurso de vários brasileiros, há até pouco tempo, a ludibriação com o ideal de perfeição (COUTO, 1997) que expõe de uma cultura ou nação colonizadora (França, Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, etc.).

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Essas questões relacionais à igualdade e desigualdade, perpassadas pela sociedade, nada mais são do que espaços de análise para intentar dizer que muitas vezes o que se trata como empreendedorismo social não tem, de fato, mobilizado pessoas de forma democrática e crítica a refletir sobre seus espaços e práticas sociais almejando desenvolvê-los por um viés econômico. Pelo contrário, têm conduzido processos de sujeição, ou seja, de transferência de posicionamentos já existentes no “desenvolvido” para o “não desenvolvido” na tentativa de desenvolver, ou permitir o desenvolvimento desse se colocado como ‘inferior” (BOURDIEU, 2012). A problemática é: não se tem posicionamentos iguais com sujeitos diferentes. Para desenvolver melhor esse efeito de pensar, toma-se como exemplo a implantação de estilos de vida europeus nas nações que se desenvolveram nas Américas. Essas nações foram historicamente construídas para não refletir no povo que até então habita nessas terras antes da chegada de portugueses, espanhóis, franceses, ingleses, etc. O pior de tudo é que mesmo autônomos enquanto nação muitos continuaram a reproduzir ideias do “desenvolvido” ao invés de instigar a construção de seus próprios ideais, ou seja, na sua autonomia de sujeito para desenvolver-se, processo esse que resulta no caos de muitas instituições sociais dessas nações, como a educação no Brasil, a saúde na Bolívia, etc. (COUTO, 1997). Como efeito dessa desordem, ou não funcionamento de estruturas de poder ligadas a instituições que regem uma sociedade, por volta dos anos 1990 vários países com rastos dessa implantação européia de sociedade começam a questionar o funcionamento efetivo desses sistemas, a exemplo do próprio Brasil que decide reformular seu sistema de saúde, criando o Sistema Único de Saúde, política essa que ganhou sua grande importância nas decisões governamentais. Respalda-se, aqui, um claro exemplo de iniciativa de desenvolvimento social pensado por sujeitos que carecem e compõem um empreendimento político (HALL, 2001). Por outro lado, também ressalta-se que esse novo sistema de saúde funciona muito bem em algumas regiões do país e não funciona em outras, exatamente por se ter um sistema que foi pensado por sujeitos e realidades sociais de algumas regiões brasileiras e implantado em um todo, sem considerar que o Brasil é um país composto por várias regiões culturais e sociais (COUTO, 1997). Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais “Abrindo Caminho nos Estudos Organizacionais” Fortaleza, Ceará, 11 a 13 de dezembro, 2013

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Diga-se de passagem, ainda hoje, muitos políticos ou líderes sociais acreditam no ideal de transferência do “desenvolvido” para o “não desenvolvido” como a consequência do desenvolvimento de uma sociedade. Aliás, pensam ainda em uma espécie de eurocentrismo, mais recentemente americocentrismo, ou até mesmo mantêm imbricados em seus dizeres o discurso da colonização (HALL, 2001; FOUCAULT, 1987; FOUCALT, 2005). Todavia, deve-se deixar claro que, neste trabalho, desenvolvimento social não é pensado a partir desse ideal de transferência. Ao invés de se pensar em uma Cooperativa de catadores de materiais recicláveis, que muitas vezes objetiva exclusivamente obter matéria prima como produto de comércio (estilo de mercado colonizador exercido pelos europeus nas Américas), porque não pensar em um empreendimento social que almeje obter essa matéria prima como algo fruto de uma responsabilidade social. Ação essa que colaboraria com a melhoria da limpeza de uma cidade, que reduziria a exploração de mais recursos naturais para um mesmo fim, etc. Isso cabe aqui como exemplo exatamente porque se observa que catadores dessas cooperativas, por não consciência de sua função social têm rasgado sacolas de lixo buscando apenas o seu produto de comércio: materiais recicláveis. Com efeito, as sacolas rasgadas se espalham com o lixo pelas ruas gerando mau cheiro e problemas com enchentes na época das chuvas, dentro da comunidade onde o lixo é coletado. Por outro contraponto, por que não pensar, nesse equilíbrio estimulando a população dessa comunidade a separar o lixo que pode ser reciclável e investir na democracia, na construção de espaços destinados ao acúmulo desses materiais, objetivando fazer com que cada integrante desse espaço social se faça e se sinta útil nesse espaço. Por um viés reflexivo à sujeição de poder (BOURDIEU, 2012), ao invés de um empreendimento que tenha o material reciclável apenas como mais um produto de comércio, poderia se pensar em construir, a partir da iniciativa social, em um empreendimento que melhore a qualidade do ar das grandes cidades, ou na exploração de um mercado de tecnologias voltadas para o conforto das grandes massas trabalhadoras. Dessa forma, se estaria estimulando um possível desenvolvimento social integrado (que surtiria efeito para centro e o periférico), democrático, político e econômico, provocando Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais “Abrindo Caminho nos Estudos Organizacionais” Fortaleza, Ceará, 11 a 13 de dezembro, 2013

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possíveis rupturas com crenças na memória social desse povo (CASTELLS, 2010; BOURDIEU, 2012) - que em outras palavras, poderia se chama de “genética social” historicamente construída pela a sujeição. Em contrapartida, se pensa com essas hipóteses em desintegrar posicionamentos hierárquicos de poder sujeitador e trabalhar, com o que de fato poderia redimensionar o atual cenário de relações de poder: os sujeitos (BOURDIEU, 2012; HALL, 2001; HALL, 1996; FOUCAULT, 1987; FOUCAULT, 2005). Assim, entende-se por desenvolvimento social neste trabalho, o desenvolvimento dos componentes de uma sociedade a partir da críticoreflexão, política, democracia, integração e aperfeiçoamento da práxis social de um conjunto de sujeitos e suas relações na formação de um espaço econômico, ou economia, composta por empreendimentos sociais. Aqui, portanto, se chega à segunda indagação: o que motiva os sujeitos a se deslocarem em direção ao desenvolvimento social? Certamente existem centenas de respostas ou suposições que dão conta de responder este questionamento. Contudo, quando se pensa nas ações de um sujeito na tomada de posicionamentos, devemos pontuar a disposição desse sujeito ao assumir ou (re)construir tais posições (FOUCAULT, 1987; FOUCALT, 2005; HALL, 2001; BOURDIEU, 2012) . Acredita-se que as instâncias que desempenham a motivação em um sujeito para que ele se desloque em direção ao que denomina-se desenvolvimento social não parte, propriamente dizendo, dele. As tomadas de posicionamento não podem ser concebidas como individuais a um sujeito, mas sim de determinações históricas da sua constituição em termos de relação e poder social. Acrescenta-se que um sujeito apropriado de um posicionamento age submetido às instâncias e espaços ideológicos frutos de sua formação e realidade social (PÊCHEUX, 1975). Com efeito, a motivação é posta como uma questão da dimensão social de um sujeito, ou seja, na capacidade que este tem de produzir sentido a partir de uma determinada estrutura de poder e de situar-se na mesma. Em outras palavras, na capacidade de se sentir útil dentro do espaço que o envolve/estrutura. Deslocar um sujeito em direção ao desenvolvimento social pressupõe fazê-lo perceber e sentir a sua dimensão em uma estrutura de poder. Essa percepção deve partir Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais “Abrindo Caminho nos Estudos Organizacionais” Fortaleza, Ceará, 11 a 13 de dezembro, 2013

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da noção de que um sujeito deve ocupar um espaço e uma função dentro desse social. Não obstante, como consequência dessa ocupação e de seu deslocamento de posicionamentos haverá a movimentação de outros sujeitos que conjuntivamente rompem e constroem novos espaços e estruturas de poder. Logo, a motivação parte de uma re-ordenação continua de posicionamentos e tomadas de atitudes de vários sujeitos dentro de uma comunidade (HALL, 2001). Aqui se coloca o terceiro questionamento: seria essa motivação exclusivamente econômica? De antemão, ao se pensar no conceito que desenvolvido neste trabalho de desenvolvimento social e de motivação e apropriar-se de suas relações aplicáveis ao terceiro setor, não se precisa ir longe para se investir em uma possível resposta para essa pergunta. A prova rara de que nem todas as ações de um sujeito estão ligadas a aspectos econômicos (capital) está na forma de trabalho voluntário tão presente no terceiro setor (BOSE e GODÓI-DE-SOUSA, 2012). Com efeito, um sujeito útil e produtor de relações constantes de poder dentro de uma organização, seja ele assalariado ou não, se locomove em primeira instância pelo desejo de estar ali, não pelo capital extraído dali. Paralelo a essa reflexão, coloca-se outra: não seria a condição de promover o desenvolvimento social uma instância não só dos empreendimentos sociais, mas também de qualquer outro tipo e empreendimento econômico. A razão pela qual este tipo de suposição é colocada se deve ao fato de que, se pensa no equilíbrio de uma sociedade, mesmo os empreendimentos econômicos têm uma faceta no empreendimento social. Se existem indústria de automóvel é porque uma sociedade precisa se locomover; se existem indústrias hospitalares é porque uma sociedade precisa de cuidados médicos. Essa relação nos propõe que todo e qualquer empreendimento acaba ou não sendo voltado direta ou indiretamente para o desenvolvimento de uma sociedade seja ele em que escala/setor for, mesmo quando parte da criação de novas necessidades de consumo. Refletir sobre a última proposição parece o mais difícil: se os empreendimentos sociais têm como princípio a participação social democrática, onde estaria então, a igualdade do direito de empreender socialmente em uma sociedade tão fragmentada por “desenvolvidos” e “não desenvolvidos”.

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A prerrogativa que pode ser colocada nesse raciocínio seria a má distribuição do capital de investimentos voltados para os empreendimentos sociais em relação aos outros empreendimentos. Em contrapartida, essa prerrogativa nos faz voltar ao que motiva um sujeito a se engajar/motivar em uma tomada de posicionamentos: o sentir-se parte dele. É difícil se pensar em democracia sem ter consciência do seu direito e do seu papel dentro de uma estrutura social. Além do mais, é uma consciência perpassada pelo sentirse parte de uma estrutura, ação esta que é desprezada no atual sistema político de poder: o Estado, o qual ignora os indivíduos, ocupando-se apenas com os interesses da totalidade, ou seja, de uma classe ou grupo entre os cidadãos (FOUCAULT, 2005). Logo, pensar na democracia de empreendimentos, e tentar colocar empreendimento social e empreendimento econômico em um mesmo patamar de desenvolvimento social, demanda reestruturar e integrar toda uma sociedade tida como democrática, mas marcada pela diferença no âmbito do exercer a democracia e a união. Por via de regra, essas questões envolvem indivíduos, e para que estes sejam deslocados e se tornem sujeitos de novas estruturas, ideologias e tomadas de posicionamento, eles devem também

ser

deslocados

historicamente,

socialmente,

antropologicamente,

linguisticamente, economicamente e, sobretudo, para um espaço de sentido social (sentirse parte de uma sociedade). (PÊCHEUX, 1975; CASTELLS, 2010; BOURDIEU, 2012).

3 O processo sucessório em empreendimentos sociais a partir das relações de poder

Ao longo dos últimos estudos percebe-se que os integrantes das organizações do terceiro setor são compostos por sujeitos que se posicionam à margem (em um espaço desigual) de espaços padrões, que por sua vez, são liderados por sujeitos em contato com as esferas centrais de decisão e poder de uma sociedade (espaço padrão). Quando é pontuada essa relação, pensa-se não em relações intelectuais ou financeiras, mas em relações políticas de tomadas de posicionamento (FOUCAULT, 1995). De certa forma, podemos considerar que o que está sendo tomado como político, nada mais é do que um recipiente que exerce pelo sentido (motivação) de um conjunto de

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sujeitos a ação de transformar posicionamentos sociais (PÊCHEUX, 1975; CASTELLS, 2010; BOURDIEU, 2012). Acredita-se que, a maioria dos problemas sucessórios das organizações encontrados hoje, não está no ato da sucessão em si, mas na tomada de posse de alguém que não seja do “espaço padrão”, de uma sociedade, das coordenadas de uma organização que está diretamente ligada a esta sociedade. Seria muito cabível pontuar essa proposição como a explicação para inúmeros conflitos existentes dentro de um processo sucessório. Todavia, deve-se ir além, deve-se novamente entrar no que gera o problema, e não nos efeitos desse problema. Aqui se tem, portanto, um ponto importante a ser debatido. No fundar de uma organização do terceiro setor, seus fundadores devem pensar e projetar o futuro da mesma. Devem ter a noção de que a essência de qualquer empreendimento deste ramo é nódulo de uma rede maior (FOUCAULT, 1995). Se esse maior é, o que denomina-se por “esfera padrão”, um empreendimento social, seja ele qual for, deve estar em constante conexão com as tomadas de posicionamento deste. Ainda, essa conexão não deve ser estabelecida apenas pela pessoa do líder, mas por todos os integrantes dessa estrutura de poder que constitui o empreendimento. O líder como tal deve condicionar e motivar todos os seus liderados em direção a esse recipiente que exerce, pelo sentido de um conjunto de sujeitos, a ação de transformar posicionamentos sociais. Acredita-se que o pontapé inicial para o processo sucessório, está em pensar qualquer ação dentro de uma organização em teias e não em ilhas de contingente econômico e de poder (FOUCAULT, 1995; CASTELLS, 2010; BOURDIEU, 2012). A estrutura participativa e colaborativa de uma organização é a única maneira de produzir novos saberes que arbitrarão na vitalidade de uma organização social e na sua perpetuação na tomada de novos direcionamentos da sociedade a qual ela faz parte. Deve-se lembrar que as relações de poder, ainda que analisadas por perspectivas epistemológicas, permeiam diferentes espaços de rupturas paradigmáticas, que por sua vez estão em constante (re)construção e que uma organização do terceiro setor deve estar em constante (re)organização.

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Ao líder, ao assumir ou começar uma organização do terceiro setor, cabe integrar e motivar o ambiente e o conjunto de sujeitos liderados, valorizar o espaço ocupado por cada indivíduo ali presente como um suporte que sustenta a congruência de uma estrutura de poder e construir o futuro dessa organização em conjunto com seus liderados. Além disso, o líder deve incentivá-los ao emergir no espaço político padrão, para que assim, se tenha condições de propiciar espaços de formação de novos lideres críticoreflexivos e dispostos a continuar um processo em constante pensar no melhoramento de uma organização e de seu papel social.

Considerações finais

As análises e reflexões deste estudo sinalizam que há desafios e oportunidades, ambos de grande magnitude, para que o processo sucessório traga contribuições efetivas para o desenvolvimento dos empreendimentos sociais. Mas isso implica em lidar com questões como as relações de poder nessas iniciativas, num contexto marcado pela persistência de culturas individualistas, com pouca ou nenhuma articulação de forma associativista. O coletivo, no âmbito destes empreendimentos, articula-se com as diferentes percepções e valores que configuram o cotidiano de cada um dos associados ao empreendimento social. Isso pode implicar que atitudes, como o “compartilhar” o poder, as responsabilidades e as atribuições, que requer das pessoas doses de confiança e comprometimento - características que conformam a prática do associativismo - não estejam tão presentes em todas as diferentes pessoas envolvidas. Talvez pelo fato, ainda, de uma falta de entendimento por parte dos atores envolvidos do que seja realmente a prática do associativismo em torno de um empreendimento social. Acredita-se que a estrutura participativa e colaborativa de uma organização é a única maneira de produzir novos saberes que arbitrarão na vitalidade de uma organização social e na sua perpetuação na tomada de novos direcionamentos da sociedade a qual ela faz parte. Além disso, deve-se lembrar que as relações de poder, ainda que analisadas por perspectivas epistemológicas, permeiam diferentes espaços de rupturas paradigmáticas, Anais do I Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais “Abrindo Caminho nos Estudos Organizacionais” Fortaleza, Ceará, 11 a 13 de dezembro, 2013

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que por sua vez estão em constante (re)construção e que uma organização do terceiro setor deve estar em constante (re)organização. Por fim, o líder, pensar na vitalidade de empreendimentos sociais, demanda reestruturar e integrar toda uma sociedade tida como democrática, mas marcada pela diferença no âmbito do exercer a democracia e a união. Por via de regra, essas questões envolvem indivíduos, e para que estes sejam deslocados e se tornem sujeitos de novas estruturas, ideologias e tomadas de posicionamento, eles devem também ser deslocados historicamente, socialmente, antropologicamente, linguisticamente, economicamente e, sobretudo, para um espaço de sentido social (sentir-se parte de uma sociedade). Logo, para a vitalidade do terceiro setor deve-se pensar em (re)construção de estruturas de poder sólidas desde o nascimento de uma nova organização e não apenas na “transferência” de poderes de uma organização desenvolvida para uma organização em desenvolvimento.

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Entenda por ter: capacidade de obter, mediante pagamento, a propriedade ou uso de.

ii

Entenda por ser: ter identidade pertencente ao conjunto dos entes materiais ou das entidades ideais ou abstratas de um determinado universo. Nesse caso, determinado universo deve ser entendido como uma abstração do Mundo Globalizado.

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iii

Entenda por autoridade: o ser pelo ter, ou seja, ter identidade pertencente ao conjunto dos entes materiais ou das entidades ideais ou abstratas do Mundo Globalizado pela capacidade de obter, mediante pagamento, a propriedade ou uso de algo ou alguma coisa. iv

Conceito aliado às formas de sujeição, ou seja: sujeito de um espaço; sujeito produtivo; sujeito do trabalho; ou ainda, sujeito como indivíduo no seu interior e em relação aos outros.

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