\"População de Pedrome: 1917-25\", in «Luz da Serra», Ano XLI, n.º 488, maio de 2015, p. 14.

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LUZ DA SERRA

População de Pedrome: 1917-25 No ano de 1911, a criação do Registo Civil, pela I.ª República (1910-26), veio retirar à Igreja a exclusividade de registo de batismos, casamentos e óbitos. Esta situação também se verificou na então freguesia de Santa Catarina da Serra, com a criação de um posto, localizado, à época, na habitação de José Francisco Alves e de Rita Adelina Fragoso, esposa. O fim da exclusividade dos registos da Igreja trouxe algumas lacunas, pois se a população era obrigada a efetuar os registos civis, não o era relativamente aos eclesiásticos. Assim, se até 1911 é possível realizar trabalhos de genealogia com base em registos paroquiais, existentes, na maioria dos casos, em arquivos públicos distritais, a partir da data infra é necessário consultar a informação nas conservatórias de registo civil. Até 1975, porém, os clérigos que paroquiaram Santa Catarina da Serra dispunham de uma outra fonte, os róis de confessados. Nestes estavam anotados os nomes de todas as pessoas da paróquia, que tinham de cumprir com o preceito da desobriga, ou seja, a confissão e a comunhão uma vez por ano, geralmente pela Páscoa. Os livros, conhecidos, em latim, por liber status animarum, incluíam todos os agregados familiares da freguesia, todas as pessoas, mesmo as crianças que ainda não tinham feito a primeira comunhão. Os róis de confessados são uma fonte histórica imprescindível para apurar, no plano demográfico, o número exato dos moradores das aldeias. Deste modo, em Pedrome, para os anos de 1917-25 (englobados no mais antigo volume do período da I.ª República) existiam os se-

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-- histórias da História --

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guintes agregados familiares: - Abílio Rodrigues, casado com Emília da Conceição, pais de José e Maria. - Agostinho Rodrigues, casado com Maria de Oliveira, pais de António, Maria, Conceição, José, Maria (exposta) e Cristina. - Ana de Jesus. - Bento de Oliveira, casado com Maria Rita, pais de Emília. - Faustino Rodrigues, casado com Joaquina de Jesus, pais de João. - Gracinda de Jesus, mãe de Boaventura. - Joaquim Simão de Oliveira, casado com Maria Ana, pais de Teresa, José, Abel, Maria e Sebastião. - José António, casado com Maria de Jesus, pais de Rosária. No documento, estes nomes aparecem riscados e por cima está escrito José António, Maria Bernardina, mulher, e Maria, filha. - José Rodrigues da Costa, casado com Maria de Nazaré, pais de Maria, Joaquim, Francisco e Maria de Jesus. - José Rodrigues Manso, casado com Joaquina de Jesus, pais de Teresa, José, Ana, Inácia, Manuel, António, Albina e Francisco. - José Pereira da Cruz, casado com Maria Joaquina, pais de José, António e Teresa. - José dos Santos Jorge, casado com Maria Teresa, pais de José, Maria, Júlia, Albino, Luís, Emília, Manuel e António. - Luís Rodrigues Manso, casado com Maria Teresa, pais de Maria, Júlia, José, Maria de Jesus, Angelina, Conceição, Albina e Luís. - Manuel António Pereira, casado com Maria de Jesus, pais de Maria e Tobias. - Manuel Carreira, casado com Teresa de Jesus, pais de António e José. - Manuel Duarte, casado

com Júlia de Jesus, pais de Alice (exposta). - Manuel Gameiro, casado com Maria do Rosário, pais de Maria, Júlia, Emília, Francisco, Júlio, Emília e José. - Manuel Francisco Lebre, casado com Inácia de Jesus, pais de José, Maria, Manuel e Faustino. - Manuel Jorge, pai de Joaquim. - Manuel Luís Francisco, casado com Josefa da Piedade, pais de Joaquim, Maria, José e Eutoquiano. - Manuel Marques Júnior, casado com Maria Emília, pais de Júlia, Maria, António, Joaquim, Preciosa e Maria José. - Maria Bernardina, irmã de Maria José. - Manuel Pereira da Silva, casado com Júlia Mendes de Oliveira. - Joaquim Luís, casado com Ana de Jesus. - Gracinda de Jesus. - Narciso Pereira, casado com Rosária de Jesus, pais de José, Agostinho, Francisco e Maria. - Joaquim Jorge, casado com Teresa de Jesus, filho de Manuel Jorge. - José Rodrigues Manso, casado com Alice dos Anjos, pais de Maria. - José António, casado com Maria Teresa, pais de Maria. - José de Oliveira, casado com Engrácia de Jesus. - Manuel Rodrigues Manso, casado com Emília Rita, filha de Maria Rita.

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dos chefes-de-família, sendo a maioria constituída por proprietários. Bento de Oliveira e Manuel Luís Francisco, por sua vez, eram trabalhadores. Manuel Jorge, trisavô do autor, era cultivador. Luís Rodrigues Manso era serrador. Manuel Pereira da Silva era carpinteiro. Por fim, Manuel Marques Júnior surge identificado como sendo carreteiro. Uma análise minuciosa no âmbito do cumprimento do preceito religioso da desobriga permite verificar que a população de Pedrome era marcadamente católica, pois à frente dos respetivos nomes surgem quase sempre dois C, o que significa que determinado habitante se confessou, C, e comungou, C.

De ter em consideração que alguns nomes surgem rasurados no livro, devido a casamentos ocorridos entre 1917 e 1925, os quais levaram os nubentes a constituir novos agregados familiares. Também os indivíduos falecidos foram suprimidos. Detetaram-se diversas crianças que faleceram no período em questão. Outras pessoas encontravam-se ausentes da localidade. É possível apurar, de igual modo, a profissão

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