Posições de licenciandos em física sobre leituras no ensino médio da física moderna e contemporânea em textos de divulgação científica * Future high school teachers\' positions about high school modern and contemporary physics popular science reading

September 5, 2017 | Autor: R. Almeida Dias | Categoria: Discourse Analysis, Higher Education, High School, Theoretical Analysis
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XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – Curitiba – 2008

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Posições de licenciandos em física sobre leituras no ensino médio da física moderna e contemporânea em textos de divulgação * científica Future high school teachers' positions about high school modern and contemporary physics popular science reading Ricardo Henrique Almeida Dias 1 e Maria José Pereira Monteiro de Almeida2 1 Mestrando em Educação/ Universidade Estadual de Campinas/ Faculdade de Educação/ Grupo de 1 Estudos e Pesquisa em Ciência e Ensino/ [email protected] 2 Universidade Estadual de Campinas/ Faculdade de Educação/ Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciência e Ensino/ [email protected] 2

Resumo Temos por objetivo, neste estudo, compreender aspectos do imaginário de licenciandos, em física, sobre a possibilidade de utilização de textos de divulgação científica de física moderna e contemporânea em classes de ensino médio, através de uma atividade de leitura de textos de divulgação científica, contidos nas revistas Pesquisa Fapesp e Ciência Hoje, na qual os licenciandos responderam um questionário com uma questão sobre se utilizariam o texto na sua prática docente no ensino médio. Como apoio teórico para analisar as respostas, usamos a análise de discurso de vertente francesa a partir, principalmente, de obras de Eni Orlandi. Notamos, em vários dos licenciandos, interdiscursos que não incluíam apenas os do texto lido, remetendo, aparentemente, para o que é e o que não é necessário ensinar no ensino médio. Também notamos interdiscursos que remetem ao próprio texto lido, aparentemente favoráveis a uma perspectiva de mudança de conteúdos na Física do ensino médio. A diversidade nas respostas evidenciou que eles trazem concepções pedagógicas e posições em relação ao momento de se trabalhar com física moderna e contemporânea. Palavras-chave : Física moderna e contemporânea, leitura, análise de discurso, divulgação científica, ensino superior Abstract In this study, we explore aspects of the imagination of future high school teachers. In addition, the possible use of popular science texts of modern and contemporary physics in classrooms, during High School. Delivered via an activity of reading texts contained in the magazines Pesquisa Fapesp and Ciência Hoje, students responded to one question in a form in which they were asked if they would use this type of text in professional practice in Higher Education. The theoretical analysis, was supported by the French discourse analysis. We noted, in several students, that interdiscourse is not only of text which is read, but apparently it is not necessary to teach this in High School. Furthermore, we note that the interdiscourse they remember is related to text which is read, which is apparently favorable to a perspective of change content in the Higher Education of Physics. The diversity of *

Este artigo é parte da pesquisa de mestrado com o título: Física moderna e contemporânea em textos de divulgação científica: leituras de licenciandos , apoiada inicialmente pel a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e atualmente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). 1 Apoio Capes e Fapesp . 2 Apoio Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) .

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the answers evidenced that students bring pedagogical conceptions and positions when working with modern and contemporary physics. Keywords: Modern and contemporary physics, reading, discourse analysis, popular science, graduate education Introdução, justificativa e objetivo A leitura de textos como os da revisão bibliográfica realizada por Ostermann e Moreira (2000) é suficiente para evidenciar a importância que os educadores em física vêm dando à possibilidade de introdução da física moderna e contemporânea (FMC) nos currículos do ensino médio. Dentre os trabalhos que investigaram tópicos específicos de FMC no ensino médio, em situações efetivas de ensino, podemos destacar Karam et al (2007), Köhnlein e Peduzzi (2005), Arriassecq e Greca (2006) e Ostermann e Moreira (2001). Neste último, os autores trabalharam com licenciandos em física na disciplina Prática de ensino, os quais, posteriormente, aplicaram com seus alunos do ensino médio tópicos sobre partículas elementares e supercondutividade. Outros trabalhos, como em Ostermann e Ricci (2002), Ostermann e Ricci (2004) e Peduzzi e Basso (2005), buscaram ver como livros didáticos do ensino médio abordam tópicos de FMC. Já Oliveira et al (2007) investigaram opiniões de professores em exercício no ensino médio sobre a questão da física modern a no ensino médio. Arriassecq e Greca (2002), apontaram que é necessário inserir a relatividade restrita já no ensino médio e discutiram elementos que deveriam ser levados em consideração com relação à história e à filosofia da ciência, dado o crescente consenso entre os pesquisadores na área de didática das ciências acerca da importância da introdução de tópicos de física num enfoque histórico e epistemológico. Cavalcante e Tavolaro (2001), Cavalcante et al (2001) e Fanaro et al (2007) criaram materiais para o ensino de tópicos de FMC no ensino médio. Lobato e Greca (2005) pesquisaram tópicos de física quântica em diversos currículos oficiais de física para o ensino médio em vários países. Entretanto, textos de divulgação científica sobre a FMC não são o fo co principal desses trabalhos. Por outro lado a divulgação científica como recurso no trabalho com alunos do ensino médio vem sendo abordada em trabalhos tais como Silva e Kawamura (2001) e Zanotello e Almeida (2007). Esses estudos, bem como grande parte dos trabalhos que apontam a necessidade de se trabalhar com a FMC, referem-se ao ensino básico. Entretanto, para que esse ensino se efetue, é necessário que os professores sejam formados nesse sentido. Neste estudo procuramos compreender posições de licenciandos em física sobre a possibilidade de utilização de textos de divulgação científica de FMC em classes de ensino médio. Com esse objetivo procuramos responder a seguinte questão de estudo: como estudantes de um curso de licenciatura em física se posicionam com relação à possibilidade de trabalharem com textos de divulgação científica no ensino médio?

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Procedimentos teórico-metodológicos A atividade de leitura de textos sobre FMC com licenciandos em física ocorreu numa disciplina sobre conhecimento em física escolar ministrada no primeiro semestre do curso de licenciatura em física, numa das três universidades estaduais paulistas. Quanto aos textos de divulgação científica selecionados nas revistas Pesquisa Fapesp e Ciência Hoje , leituras prévias dessas revistas evidenciaram que aparentemente elas cobrem pesquisas atuais em FMC. Selecionamos textos da seção física no período de setembro de 2004 até outubro de 2006, o que contemplaria um texto para cada aluno da disciplina em que o estudo foi realizado. Como três alunos faltaram no dia da atividade, ela foi realizada com 23 textos. O quadro I apresenta a relação dos textos propostos, revista, edição, título do texto e as referências dos textos são apresentadas no anexo I: Revista

Edição

Título

Ciência Hoje

208 – Setembro/2004

Brasil no grid

Pesquisa Fapesp

104 – Outubro/2004

Mentes versáteis

Ciência Hoje

213 – Março/2005

À espera de novas ondas

Pesquisa Fapesp

105 – Novembro/2004

Outra forma de ver a fusão atômica

Ciência Hoje

215 – Maio/2005

Patrimônio cultural preservado *

Pesquisa Fapesp

107 – Janeiro/2005

O caos amigável

Ciência Hoje

216 – Junho/2005

Visão eletrônica

Pesquisa Fapesp

109 – Março/2005

Carbono em gotas

Ciência Hoje

218 – Agosto/2005

Radiação sob medida

Pesquisa Fapesp

110 – Abril/2005

O frio e o calor que vêm dos ímãs

Ciência Hoje

223 – Jan-Fev/2006

Os zévatrons estão chegando

Pesquisa Fapesp

111 – Maio/2005

Golpe de vista

Ciência Hoje

225 – Abril/2006

Transmissão barata e eficiente

Pesquisa Fapesp

112 – Junho/2005

Três passos adiante

Ciência Hoje

229 – Agosto/2006

Simples, sensível e eficiente

Pesquisa Fapesp

115 – Setembro/2005

Ponte delicada *

Ciência Hoje

230 – Setembro/2006

A hora e a vez da ferrita de cádmio

Pesquisa Fapesp

116 – Outubro/2005

Altas Energias

Ciência Hoje

232 – Novembro/2006

Pesquisar e ensinar

Pesquisa Fapesp

117 – Novembro/2005

No embalo das bolhas

Pesquisa Fapesp

118 – Dezembro/2005

As longas asas dos neurônios

Pesquisa Fapesp

120 – Fevereiro/2006

Choque de partículas

Pesquisa Fapesp

122 – Abril/2006

Colméias de carbono

Quadro 1: Textos utilizados no estudo *

As duas edições apresentam dois textos na seção física. Os textos selecionados para a atividade foram, com isso, sorteados.

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Junto com as revistas, os estudantes receberam um questionário com cinco questões sobre a leitura dos textos. Apresentamos a seguir a proposta e a questão que analisamos nes te estudo, a quarta no questionário fornecido aos alunos: Nesta disciplina você leu alguns artigos científicos da área de Educação em Ciências. Entre as temáticas desses artigos, uma refere -se à leitura em aulas de Física. Queremos avançar na compreensão dos limites e possibilidades dessa atividade e para tal estamos lhe propondo a leitura de um texto de divulgação científica sobre física. Solicitando que responda as seguintes questões: Você pediria a alunos de ensino médio que lessem esse artigo? Se sim, diga se seria para leitura em casa ou na classe e diga também qual seria a finalidade dessa leitura. Se sua resposta for não, justifique o motivo do não.

Como apoio teórico para analisar as respostas, usamos a análise de discurso (AD) de vertente francesa a partir principalmente de obras de Eni Orlandi. Para essa autora, discurso é o efeito de sentidos entre locutores, sendo essa uma definição de discurso em seu sentido amplo, que nos introduz num campo disciplinar que trata a linguagem em seu funcionamento. Ao pensar o discurso como efeito de sentidos entre locutores, temos de pensar a linguagem de uma maneira muito particular, aquela que implica considerá-la necessariamente em relação à constituição dos sujeitos e à produção dos sentidos. Isto quer dize r que o discurso supõe um sistema significante, mas supõe também a relação deste sistema com sua exterioridade já que sem história não há sentido, ou seja, é a inscrição da história na língua que faz com que ela signifique. Daí os efeitos entre locutores. E, em contrapartida, a dimensão simbólica dos fatos. (Orlandi, 1994, p. 53)

O discurso se apresenta como o lugar específico em que podemos observar a relação entre linguagem e ideologia. Para Orlandi, “a AD tem certamente o que dizer sobre isso, colocando-se assim como um campo de conhecimento diretamente concernido na relação com a linguagem, com o sujeito e conseqüentemente com as formas do saber” (idem, p. 54). O discurso seria pensado como processo social no qual a especificidade está na sua materialidade lingüística. Segundo Orlandi, para o sujeito, também a relação com o mundo é constituída pela ideologia, sendo que ela é vista como o imaginário que medeia a relação do sujeito com suas condições de existência. No discurso, o mundo é apreendido, trabalhado pela linguagem, cabendo ao analista procurar apreender a construção discursiva dos referentes. A ideologia é, pois, constitutiva da relação do mundo com a linguagem, ou melhor, ela é condição para essa relação. Não há relação termo-a-termo entre as coisas e a linguagem. São ordens diferentes, a do mundo e a da linguagem. Incompatíveis em suas naturezas próprias. A possibilidade mesma dessa relação se faz pela ideologia. (idem, ibidem)

Não bastaria ao analista simplesmente descrever com minúcias os traços sociológicos empíricos – classe social, idade, sexo, profissão – pois são as formações imaginárias, constituída a partir das relações sociais, que funcionam no discurso, como, por exemplo, a imagem que se faz de um pai, de um operário, de

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um presidente, etc. “Há em toda língua mecanismos de projeção que permitem passar da situação sociologicamente descritível para a posição dos sujeitos discursivamente significativa” ( idem, ibidem). Além do até aqui exposto, um aspecto importante de destacar no funcio namento de uma análise que se pauta na AD é a importância das condições na produção discursiva. Condições que não são apenas as imediatas, nesse caso, as que estabelecemos em sala de aula, mas também as condições sócio-históricas características da vida dos indivíduos cujos discursos queríamos compreender. Nossa interrogação às informações coletadas não é o que elas querem dizer, mas sim como os discursos dos licenciandos foram produzidos (Almeida, 2004). Posições dos licenciandos Dentre os 23 licenciandos que responderam a questão, 15 deles, ou seja, pouco mais de 65% disseram que dariam o artigo para alunos do ensino médio lerem, enquanto que seis, ou 26%, disseram que não; e os dois restantes indicaram o uso como uma possibilidade em determinadas circunstâncias. Um deles admitiu que recomendaria a leitura apenas para alunos interessados em tecnologia, visando aumentar seu interesse no assunto; já o outro, levantou considerações sobre dificuldades do texto, mas também o apontou como possibilidade para aproximação da Física. Na tentativa de procurarmos compreender posições manifestadas pelos licenciandos em seus discursos, de imediato notamos em vários deles interdiscursos que não incluíam apenas os do texto lido. Exemplificando: Não, pois este artigo fala sobre assuntos não abordados no ensino médio e poderia levar o aluno a se perguntar o que são pions, muons e outras coisas e que não serão importantes a ele na hora do vestibular. Não pediria, pois trata-se de um texto aparentemente desnecessário. É um assunto que não oferece possibilidades de associar com a matéria a ser dada. No primeiro desses discursos notamos a posição do licenciando admitindo saber o que é importante para o vestibular e considerando que apenas isso interessa, descartando assim a possibilidade de trabalhar/incentivar a leitura por alunos do ensino médio de um relato sobre a inauguração de um observatório de raios cósmicos com explicações sobre hipóteses da origem e maneiras de medir radiação, incluindo, inclusive, o impacto sobre a cid ade onde o observatório foi construído (Ciência Hoje 223 – Quadro I). Por outro lado, não podemos descartar a possibilidade dele mesmo estar se perguntando sobre píons, múons e outras coisas de que o texto fala e daí considerar o texto de difícil compreens ão e dependente de pré-requisito, o que evidencia suas posições pedagógicas em relação à leitura. Mas, voltando ao discurso do segundo licenciando aqui transcrito, notamos que mesmo não se referindo ao vestibular, o seu critério para o ‘não’ indica a consideração do que é e do que não é necessário ensinar no ensino médio.

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Em discursos, como os dois aqui transcritos, podemos notar a memória discursiva dos licenciandos, provavelmente, relacionada a acontecimentos anteriores ao seu ingresso na universidade, uma vez que realizamos a atividade com estudantes do primeiro semestre do curso. Mas, entre os alunos que não dariam o artigo que haviam acabado de ler para alunos do ensino médio lerem, também notamos o interdiscurso com o próprio texto lido. Exemplificando, um licenciando que havia lido um artigo sobre processamento digital de imagens que incluía o histórico, métodos e perspectivas de estudos dessa natureza (Ciência Hoje 216 – Quadro I), apresentou a seguinte resposta: Não, este artigo não, pois não é muito específico sobre a tecnologia de visão eletrônica, mas pediria a alunos que lessem sobre artigo de visão eletrônica. Seu discurso ao julgar o texto lido, descartando-o a favor de textos de “visão eletrônica”, parece indicar uma perspectiva favorável à mudança de conteúdos na Física do ensino médio. Entretanto, como muitos dos alunos que entram na licenciatura noturna da universidade saíram de cursos técnicos no ensino médio, não podemos afirmar que ele não estivesse apenas usando sua memória de alguma disciplina na qual gostaria de ter tido mais conteúdos com “visão eletrônica”. Voltando-nos para as respostas ‘sim’, podemos notar a diversidade na posição dos licenciandos. Na seguinte resposta, de um estudante que havia acabado de ler sobre um novo medidor de radiação, suas vantagens, funcionamento e perspectivas futuras: Sim, eu aconselharia a ler (casa), pois com a leitura o estudante saberia que “uma coisa desta existe” e que realmente o estudo da física impressiona. Neste caso eu seria capaz até de ler junto para que pudéssemos debater juntos em sala de aula. Notamos seu encantamento com a temática do artigo e com a própria Física, bem como, uma posição, quando colocado na situação de professor, bem diferenciada das aparentemente assumidas nas usuais aulas de Física no ensino médio. Um outro aluno, entre os que pediriam que a leitura fosse feita em casa, e que havia lido sobre uma nova técnica de esterilização de documentos históricos a partir de radiação, disse que pediria “um pequeno texto a respeito da radiação e sua utilização e que citassem algum meio de esterilização convencional”. Colocado na posição de professor, ele indica valorizar a leitura feita, considerando-a propícia para os alunos do ensino médio, e, inclusive, sugere como cobrar conteúdos específicos do texto. Sobre as finalidades da leitura supostas pelos licenciandos nas seguintes falas: “(...) vejam que a física não é só aquilo que eles vejam na aula (...)”; “(...) para fins informativos”; “(...) informar sobre a profissão de físico (...)”, notamos também diversidade entre os estudantes, tendo, inclusive alguns deles justificado em suas respostas o local proposto para a leitura. Exemplificamos com uma justificativa para

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a leitura em casa: “(...) seria uma leitura para casa, para ser analisada com calma e individualmente”, e duas em sala de aula: “(...) na sala, eu saberia que eles leram” e “(...) penso que os alunos teriam dificuldades em alguns conceitos; em classe eu poderia auxiliá -los”. Além de posturas pedagógicas aparentemente dife rentes – cobrança e mediação do professor – essas respostas dão indícios de posições bastante distintas em relação ao ato de ler como reflexão individual e meio de interação. Algumas considerações Analisamos respostas de licenciandos do primeiro semestre de um curso de Licenciatura em Física a uma pergunta em que solicitamos seus posicionamentos em relação a utilizarem ou não um texto de divulgação científica sobre FMC no ensino médio. Com a questão estávamos deslocando-os da posição de estudantes para a de professores de ensino médio. Os licenciandos já haviam lido textos da área de Educação em Ciências sobre a leitura de divulgação científica em aulas de Física antes de lerem o artigo e responderam a questão. A diversidade de respostas evidencia, além da necessidade de mais trabalho no curso sobre possibilidades da leitura de divulgação científica, principalmente que, como da mesma maneira que os trabalhos sobre concepções alternativas evidenciaram que os alunos já traziam concepções diferentes das aceitas pela Física, para a sala de aula, eles também trazem concepções pedagógicas e posições em relação ao momento de se trabalhar com Física moderna e contemporânea. Estas devem ser amplamente debatidas nas licenciaturas em Física. Referências ALMEIDA, M. J. P . M. de. Discursos da ciência e da escola: ideologia e leituras possíveis. Campinas: Mercado de Letras, 2004. ALMEIDA, M. J. P. M. de; RICON, A. E. Divulgação científica e texto literário – uma perspectiva cultural em aulas de física. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 10, n. 1, p.7-13, 1993. ARRIASSECQ, I.; GRECA, I. M. Introducción de la teoría de la relatividad especial en el nivel medio/polimodal de enseñanza: identificación de teoremas -en-acto y determinación de objetivos -obstáculo. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 11, n. 2, 2006. ARRIASSECQ, I.; GRECA, I. M. Algunas consideraciones históricas, epistemológicas y didácticas para el abordaje de la teoría de la relatividad especial en el nivel medio y polimodal. Ciência & Educação, Bauru, v. 8, n. 1, p.55-69, 2002. CAVALCANTE, M. A.; TAVOLARO, C. R. C. Uma oficina de física moderna que vise a sua inserção no ensino médio. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 18, n. 3, p.298-316, 2001. CAVALCANTE, M. A.; PIFFER, A.; NAKAMURA, P. O uso da internet na compreensão de temas de física moderna para o Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 23, n. 1, p.108-112, 2001.

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Anexo I BICUDO, Francisco. Golpe de vista. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 111, p.55-57, mai. 2005. ________________. O c aos amigável Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 107, p.5256, jan. 2005. CÉSAR FILHO, Mário. Patrimônio cultural preservado. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n. 215, p. 52-53, mai. 2005. FIORAVANTI, Carlos. As longas asas dos neurônios. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 118, p.52-55, dez. 2005. _________________. Choque de partículas. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 120, p.52-55, fev. 2006. _________________. Mentes versáteis. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 104, p.5053, out. 2004. _________________. O frio e o calor que vêm dos ímãs. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 110, p.62-65, abr. 2005. FRANCO NETO, Almiro. A hora e a vez da ferrita de cádmio. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n. 230, p. 42-43, set. 2006. FURTADO, Fred. Pesquisar e ensinar. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n. 232, p. 5455, nov. 2006. _____________. Radiação sob medida. Ciência Hoje , Rio de Janeiro, n. 218, p.58, ago. 2005. _____________. Transmissão barata e eficiente. Ciência Hoje , Rio de Janeiro, n. 225, p. 44-45, abr. 2006. _____________. Visão eletrônica. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n. 216, p.56-57, jun. 2005. MACEDO, Vanessa. Brasil na Grid. Ciência Hoje , Rio de Janeiro, n. 208 p.44-45, set. 2004. MATTOS, Rosa Maria. Simples, sensível e eficiente. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n. 229, p. 51, ago. 2006. MOEHLECKE, Renata. À espera de novas ondas. Ciência Hoje , Rio de Janeiro, n. 213, p.54, mar. 2005. OLIVEIRA, Marcos de. Altas energias. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 116, p.6469, out. 2005. OUTRA forma de ver a fusão atômica. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 105, p.4245, nov. 2004. PIVETTA, Marcos. Carbono em gotas. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 109, p.5859, mar. 2005. ______________. No embalo das bolhas. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 117, p.58-61, nov. 2005. PONTE delicada. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 115, p.45, set. 2005.

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VIEIRA, Cássio Leite. Os zévatrons estão chegando. Ciência Hoje , Rio de Janeiro, n. 223, p. 50-52, jan/fev. 2006. ZORZETTO, Ricardo. Colméias de carbono. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 122, p.54-55, abr. 2006. _________________. Três passos adiante. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 112, p.54-57, jun. 2005.

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