Praças de Cultura na Vila Formosa: Proposta de inclusão cultural na Zona Leste de São Paulo

July 25, 2017 | Autor: G. Levi-Lazzaris | Categoria: Cultural Studies, Anthropology, Social Sciences, Brazilian Studies, Praças
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MBA em Bens Culturais – FGV - T8 Métodos Quantitativos e Qualitativos Gerson Levi Lazzaris, PhD cand. – Março de 2015

Praças de Cultura na Vila Formosa: Proposta de inclusão cultural na Zona Leste de São Paulo

Gerson Levi Lazzaris, PhD1cand Introdução e Objetivo O objetivo da pesquisa é identificar o perfil da população residente no bairro da Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo, incluindo suas preferências e hábitos culturais. Os dados resultantes desta pesquisa se aplicarão no programa “Praças Culturais”, uma iniciativa de empresários do bairro em parceria com a Associação de Amigos da Vila Formosa. O bairro é conhecido por ter mais de cem praças e espaços verdes no coração da zona leste de São Paulo. Para auxiliar na definição da programação e praças que serão utilizadas como base de atividades culturais, optou-se pela realização de uma pesquisa quantitativa. Com os resultados das pesquisas, tem-se por objetivo fornecer o conteúdo mais adequado ao público freqüentador. Dividimos esta pesquisa em três níveis de compreensão, a saber: a. Desenho de Pesquisa; b. Apresentação de questionário estruturado de acordo com os objetivos propostos no desenho de pesquisa; c. Análise e resultados, após aplicação dos questionários estruturados. A. Desenho de Pesquisa De acordo com Babbie (1999, ver nota de rodapé nr. 2) “o survey amostral é um veículo para descobrir (...) distribuições. A distribuição de traços numa amostra cuidadosamente selecionada de uma população maior pode ser medida e uma descrição comparável da população maior pode ser inferida a partir da amostra” (Babbie 1999: 96). Esta pesquisa, embora não tenha atingido uma quota mínima de surveys que permita atingir este grau de precisão, tem por meta identificar o perfil da população residente no bairro da Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo, incluindo suas preferências e hábitos culturais. A unidade de análise é o indivíduo entrevistado,

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Aluno de pós-graduação da FGV em MBA em Bens Culturais. Bacharel em História, Mestre em Arqueologia (USP, 2003, 2007), Master of Arts em Antropologia (Vanderbilt, 2012), PhD em Antropologia (Vanderbilt University 2015). Culture Chief Officer, coordenador das áreas de Pesquisa & Desenvolvimento e da Knowledge Business do Grupo Documento Ltda desde 2013. Ex-servidor público federal do Ministério da Justiça em Roraima, coordenou a Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami. Nascido em Curitiba, Estado do Paraná, com residência em Maringá e em São Paulo.

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comparando-se suas respostas realizadas em questionário estruturado com outros indivíduos entrevistados. Por ser um survey com proposta longitudinal, as amostras foram colhidas em datas cinco datas diferentes: 08.03.2015, 11.03.2015, 15.03.2015, 18.03.2015 e em 22.03.2015. Sempre que possível, o entrevistador aproveitou momentos de saída de grandes eventos ou de instituições, tais como em igreja, escola, praças ou parques públicos e em um shopping center (Anália Franco). Os dados preliminares oriundos desta pesquisa se aplicarão no programa “Praças Culturais”, uma iniciativa de empresários do bairro em parceria que busca parceria com Associação de Amigos da Vila Formosa e outras entidades coletivas locais. A metodologia empregada é de pesquisa do tipo quantitativo por amostragem, com aplicação de questionário físico estruturado co abordagem pessoal. O conjunto de entrevistados tem 18 anos ou mais e foi tomado como universo de pesquisa 72 pessoas, com idades variando entre 18 a 89 anos de idade, residentes do bairro Vila Formosa. A amostragem abrange 72 pessoas (que corresponde apenas àquelas que responderam sim à primeira pergunta), entre 18 e 89 anos de idade, residentes no distrito da Vila Formosa, Zona Leste da cidade de São Paulo, sendo estratificada por bairro2. Orientamos a pesquisa para que 48% entrevistados fossem do sexo masculino e 52% do sexo feminino. No processamento dos resultados não aplicamos ponderações para correção nos tamanhos dos segmentos das variáveis por ter uma amostra irrelevante estatisticamente e por determinar um numero pré-determinado de entrevistados por seu gênero. As entrevistas foram aplicadas em cinco pontos diferentes da Vila Formosa, guardando o principio de proporcionalidade de gênero indicado acima: i.

Vila Formosa, Praça Dr. Sampaio Vidal. Considerado o coração do distrito, a Praça Dr. Sampaio Vidal é essencialmente comercial e religiosa, apresentando grande diversidade de lojas, supermercados, armazéns e próxima a mercados, bancos, cafés, livraria e grandes redes de venda de mobiliários, roupa e eletrodomésticos. Conta

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O Distrito da Vila Formosa está dividida em dezesseis bairros, de acordo com a Subprefeitura Aricanduva: Capão do Embira; Chácara Belenzinho; Jardim Anália Franco; Jardim Iara; Jardim Têxtil; Parque Cruzeiro do Sul; Vila Antonina; Vila Araci; Vila Cruzeiro; Vila Embira; Vila Formosa; Vila Guarani; Vila Invernada; Vila Mafra; Vila Matias; Vila Olinda. Bairros com referencias no Wikipédia apresentam enlaces em hiperlink. Os habitantes da Vila Formosa, no entanto não reconhecem com parte da Vila Formosa os bairros Jardim Iara, o Parque Cruzeiro do Sul, a Vila Antonina, a Vila Araci, a Vila Cruzeiro, a Vila Embira, a Vila Mafra, a Vila Matias e a Vila Olinda, ao que reduzimos nosso escopo de pesquisa para bairros considerados parte do que é a Vila Formosa hoje. Sob auto-determinação das comunidades, usei a flexibilidade do auto-pertencimento conforme Anderson 2006 (ver bibliografia).

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também com o Santuário da Nossa Senhora do Sagrado Coração, do externato homônimo e de escola e convento com mesmo nome fundados pelo padre France J. Chevalier. Trata-se de área de ocupação mista comercial e residencial, com uma população majoritariamente católica e tradicionalista, com alguns poucos apartamentos e muitas casas geminadas, incluindo antigos cortiços italianos e croatas. Concentra a maior parte dos imigrantes italianos (sobretudo do Lazio)3, portugueses, lituanos e mais recentemente, chineses, taiwaneses e sírio-libaneses muçulmanos, estes últimos provenientes da Vila Carrão e com comércio ao longo da Avenida Eduardo Cotching; ii.

Jardim Anália Franco, CERET e Shopping Anália Franco. Considerada a área mais nobre da zona leste, este bairro da Vila Formosa tem um enorme parque publico, antigo Clube de Rúgbi Tatuapé e o metro quadrado mais caro da zona leste da cidade, equiparável a Alphaville em Barueri e Santana de Parnaíba. A LeroyMerlin tem uma unidade em construção no local, alem de haver o próprio Shopping Anália Franco, escolas bilíngües, um campus da Universidade Cruzeiro do Sul, supermercado Saint Marché e uma quantidade enorme de bistrôs, cafés, restaurantes “chiques” e consultórios médicos;

iii.

Chácara Belenzinho, em frente ao Colégio Brasília. Zona de ocupação especialmente da classe média, o Colégio Brasília é um dos principais marcos do bairro, assim como o Hospital Vitoria do Grupo Amil. As principais queijarias, botecos tradicionais escondem-se por suas ruas tortuosas e inclinadas;

iv.

Praça Vieira do Couto. Próximo ao Cemitério da Vila Formosa e do velório municipal mais ativo da capital, trata-se de uma zona de transição entre classe média B para classes C, D e E, com aglomerados subnormais estendendo-se a oeste da Avenida dos Pequis à Avenida Sapopemba. A Praça Vieira Couto e outras menores são redutos tradicionais de antigos habitantes, sobretudo portugueses, lituanos e italianos do bairro que reclamam da crescente criminalidade

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Uma das maiores associações italianas de São Paulo está situada a 50 metros da Praça Dr. Sampaio Vidal, na Praça José Piccin, denominada Unione Italiana, da qual o pesquisador fez parte.

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no bairro e com a implementação de uma zona de prostituição infantil e de travestis na Avenida João XXIII. De acordo com a população local esta área pertence à Vila Formosa, mas de acordo com a Subprefeitura Aricanduva-Vila Formosa, esta área pertence ao distrito de Sapopemba; v.

Igreja Natividade do Senhor na Avenida Sapopemba, Vila Guarani. Considerada a parte mais pobre da Vila Formosa, excetuando-se pela comunidades situados além da Avenida Pequis, este bairro é conhecido por ter a Caixa d’Água da SABESP e por um destacamento da Policia Militar situado junto a esta. Tem poucas praças e área de lazer e a criminalidade é mais acentuada nesta área do distrito. Faz fronteira com Sapopemba e Dona Ema. De acordo com os moradores, esta região não pertence nem à Vila Formosa nem a Sapopemba. A subprefeitura Aricanduva-Vila Formosa classifica este bairro como parte do distrito de Sapopemba e o denomina-o de Jardim Record, denominação pouco utilizada localmente;

Para as variáveis grau de instrução e nível econômico do entrevistado (renda familiar mensal), o fator de ponderação é 1 (resultados obtidas em campo). A margem de erro e o nível de confiança estão fora dos padrões mínimos aceitáveis por contarmos com uma amostra pequena de entrevistas. As 72 entrevistas representam 0,02% dos habitantes estimados do Bairro, com 330.000 habitantes. Não foi aplicado sistema de controle e verificação, fiscalização da coleta de dados nem do trabalho do campo, sendo o autor deste documento seu responsável. Os dados foram coletados com tablet, sistema Android, usando-se fichas Prontoforms.4

B. O Questionário Estruturado Com base neste desenho de pesquisa, foi elaborado um questionário estruturado com 13 perguntas em modelo survey por entrevista (Babbie 1999: cap 10), aplicado pelo entrevistador em sistema face a face em cinco pontos do distrito de Vila Formosa. Neste sistema, em vez de pedir aos respondentes para lerem o questionário e escreverem respostas, este pesquisador os entrevistou oralmente e anotou-se as respostas. Todas as

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Utilizamos como modelo de amostragem survey as sugestões metodológicas oferecidas por Earl Babbie em seu “Métodos de Pesquisa de Survey” (UFMG, Belo Horizonte, 1999): capítulos 4 (Tipos de Desenho de Pesquisa), capitulo 5 (A Lógica da Amostragem Survey), capitulo 10 (Surveys por Entrevistas) e Capitulo 14 (Construindo e Compreendendo Tabelas).

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entrevistas foram feitas face a face e não utilizou-se telefone. Foram entrevistadas 87 pessoas, mas apenas 72 responderam positivamente a primeira pergunta. A avaliação de resultados (ver item C) apenas contempla aqueles que responderam sim à primeira questão. O questionário estruturado aplicado segue abaixo. Para sua montagem foram usados questionários usados em eleições presidenciais de 2014 pela Datafolha: Como indicado acima, dos 87 entrevistados, 15 responderam não à primeira pergunta. A taxa de resposta situada em 82,7% deve-se muito mais ao local em que as entrevistas foram realizadas e contexto de eventos públicos do que propriamente à eficiência do questionário aplicado. Dos 15 entrevistados que disseram não à primeira pergunta, portanto não contabilizados na amostra de 72 pessoas, 6 foram entrevistadas no Shopping Center Anália Franco, Piso 35. Outros afirmaram não residir no distrito da Vila Formosa e acompanhavam parentes, amigos ou namorados em eventos. Como orientado por Babbie, adotou-se uma postura e um vestuário de acordo com as entrevistas realizadas. Optou-se por usar roupa padrão (calça jeans, tênis, camisa social com mangas arregaçadas e boné). O fato do entrevistador ter sotaque paranaense foi o primeiro fator de empatia ou antipatia dos entrevistados de acordo com suas expressões corporais. Ao ser entrevistado por um não paulista, os entrevistados, majoritariamente paulistas (acima de 90%)6, apresentaram uma taxa de retenção superior a 80%, o que tem efeitos positivos sobre os resultados na aplicação do questionário estruturado.

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Este piso foi selecionado por ser o nicho de compras preferido pela classe média alta do Jardim Anália Franco. Além de não ter o efeito desejado, o pesquisador foi convidado gentilmente pela segurança do shopping a não continuar com as entrevistas no interior do mesmo. Desta forma, permaneci na parte externa, em frente ao popular restaurante Outback, onde entrevistei algumas pessoas na fila de espera de entrada a este restaurante no piso térreo, outro nicho da classe média alta com um bom volume de pessoas em um domingo, próximo ao horário de almoço. 6 A partir do vigésimo questionário, percebeu-se a importância desta informação e esta foi anotada marginalmente. Apos aplicar o questionário, uma pergunta não constante no questionário apresentado acima era: “Você é nascido no Estado de São Paulo?”. Ao que respondiam sim ou “não, sou do Espírito Santo”, “Sergipe”, “Bahia”, “Rio Grande do Norte”, “gaúcho”, “italiano”, “português” ou “teu conterrâneo” (equivalente a paranaense do sul do Estado ou catarinense, devido ao sotaque do entrevistador). Metade dos não paulistas eram de Sergipe. De fato, há uma colônia sergipana significativa no distrito.

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Boa tarde, Meu nome e Gerson. Sou aluno do MBA em Bens Culturais na Fundação Getulio Vargas e estou realizando uma pesquisa sobre o projeto Praças Culturais na Vila Formosa. Você poderia responder a algumas perguntas? Gostaria de esclarecer que as respostas desta pesquisa são confidenciais, e em nenhum momento seu nome será mencionado nos resultados. Cidade: São Paulo

Distrito: Vila Formosa

P1. Você mora na Vila Formosa?

Bairro:

1. SIM (Prossiga)

2. NAO (Encerre)

P2. Você utiliza as praças do bairro para atividades de lazer ou cultura? 1. SIM P2.1

2. NAO. Sem sim com que freqüência?

1. Todos os dias

2. Fins de semana

3. Dias de semana

semana

5. Menos de 3 vezes por semana

4. Mais de três vezes por 6. Uma vez por semana

P3. Quais são suas principais atividades nas praças da Vila Formosa? 1. Exercícios/esportes

2. Recreação infantil

4. Shows ao vivo

3. Jogos de tabuleiro

5. Outro

P4. Você apoiaria iniciativas para estabelecer atividades culturais continuas nas praças dos bairros? 1. SIM

2.NAO

P5. Você pensa que atividades promovidas por comerciantes em prol da cultura nas praças são negativas ou positivas? 1.POSITIVAS

2. NEGATIVAS

3. NAO SABE 4. NR

P6. Que atividades culturais você gostaria de ter nas praças da Vila Formosa? 1. Musica ao vivo

2. Festivais gastronômicos

4. Exposição de arte

5. Exibição de teatro e filmes

3. Parques recreativos

P7. Você conhece a Associação de Amigos da Vila Formosa? 1. SIM

2. NAO

P8. Você estaria disposto a pagar por algumas dessas atividades nas praças? 1. SIM

2. NAO

P9. Agora indique quais praças você gostaria de ter atividades culturais na Vila Formosa: 1. Praça Dr. Sampaio Vidal 2. Praça Vieira Couto 3. Praça Nossa Senhora das Vitorias 4.

Praça Luigi Faccio

5. Praça Santo Arsênio 6. Outra

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P10. Qual sua idade 1. 18-24 anos

2. 25-34 anos

P11. Sexo (Anote)

3. 35-44 anos

1. Masculino

4. 45 a 59 anos 5. 60 anos ou mais 2. Feminino

P12. Qual sua renda salarial familiar? 1. Ate R$1085,00 (Classe E)

2. De R$1085 a R$1734 (Classe D)

3. De R$1734 a R$7475 (Classe C)

4. De R$7475 a R$9745 (Classe B)

5. Acima de R$9745,00 (Classe A)

C. Análise e Resultados Em resposta à pergunta 1, a amostra corresponde a 72 pessoas que moram no distrito da Vila Formosa, portanto o total da amostra. Ao serem indagados sobre a utilização de praças do bairro para atividades de lazer e cultura, 75% dos entrevistados responderam sim e 25% não, embora mantivessem interesse em dar opinião sobre uso das praças. Todos que responderam não usar as praças, optaram por responder as outras questões da entrevista, pois subentenderam que se tratava de uma forma de transformar a praça em um lugar mais amigável e de fruição familiar. O pesquisador reconhece que estes 25% não correspondem a uma amostragem ideal e configura-se como uma das principais deficiências na aplicação do questionário.

25%  

1.Sim   2.  Nao  

75%  

Figura 1. P2. Você utiliza as praças do bairro para atividades de lazer ou cultura?

Perguntados sobre a freqüência do uso, obtivemos os seguintes dados: 53% dos usuários das praças do distrito Vila Formosa afirma que as usam sobretudo nos finais de semana; 18% menos

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de três vezes por semana; 11% uma vez por semana; outros 11% todos os dias; 4% durante dias da semana, sem especificar dias específicos; 3% menos de vezes por semana. Na analise das respostas por bairro, detectou-se que nos bairros Vila Formosa, Jd. Anália Franco e na Chácara Belenzinho o uso de praças é mais intensa enquanto na Vila Guarani ela é menor.

11%  

11%   1.  Todos  os  dias   2.  Fins  de  semana  

18%  

3.  Dias  de  semana   4.  Mais  de  3x/semana  

3%   4%  

5.Menos  de  3x/semana   53%  

6.  Uma  vez  por  semana  

Figura 2. P2.1 Com que freqüência usa praças da Vila Formosa?

Em relação às principais atividades realizadas nas praças do distrito da Vila Formosa, obteve-se as seguintes respostas: 42% utilizam as praças para recreação infantil, mesmo aquelas sem infra-estrutura específica para atividades recreacionais infantis; 33% utilizam para atividades físicas, esportes. Muitas destas praças contam com canchas de futebol de salão, basquete e handebol e aparelhos de exercício junto com os “parquinhos” e “mesas de dama e xadrez”. 10% dos entrevistados usam a praça para jogos de tabuleiros, especialmente nas Praças Dr. Sampaio Vidal e Praça Nossa Senhora das Vitórias, que atraem aposentados e taxistas para jogos de dominó, dama, xadrez, truco, escopa de 15, canastra, entre outros; 7% prefere assistir musica ao vivo nas praças e 8% deu respostas diversas classificadas como “outros” que abrangem “encontro com amigos”, “rodas de hip hop”, “capoeira”, “andar de patinete, bicicleta ou esqueite”.

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8%   7%   33%   10%  

1.  Exercicios/esportes   2.Recreaçao  infantil   3.Jogos  de  tabuleiro   4.Shows  ao  vivo   5.Outro  

42%  

Figura 3. P3. Quais são suas principais atividades nas praças da Vila Formosa? A pergunta de numero quatro indaga “Você apoiaria iniciativas para estabelecer atividades culturais continuas nas praças dos bairros?”, ao que 87% dos entrevistados disseram sim e 13% não. Aqueles que disseram não, comentaram que não gostariam de incremento em atividades pois elas poderiam se estender além das 22h, especialmente shows musicais, pois isto já ocorrera antes, assim como trazer mais pessoas de bairros e comunidades do entorno que “são nocivos ao bairro”, de acordo com um entrevistado de 67 anos. A maior parte dos que disseram não são muçulmanos ou protestantes.

13%  

1.  Sim   2.  Nao  

87%  

Figura 4. P4. Você apoiaria iniciativas para estabelecer atividades culturais continuas nas praças dos bairros? À pergunta número cinco “Você pensa que atividades promovidas por comerciantes em prol da cultura nas praças são negativas ou positivas?”, 83% afirmou serem positivas, enquanto 13% afirmou serem negativas, 3% diz não saber e 1% não quis responder. Entre os fatores

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negativos alentados por alguns entrevistados, afirmou-se com ênfase que “somos contrários à privatização de espaços públicos por empresários fora das ações da subprefeitura”.

1%   3%   13%   1.  Positivas   2.  Negativas   3.  Naos  abe   4.  Nao  respondeu  

83%  

Figura 5. Você pensa que atividades promovidas por comerciantes em prol da cultura nas praças são negativas ou positivas?” A pergunta de número seis focou-se em atividades que os entrevistados desejariam ver fomentadas nas praças da Vila Formosa. 30% dos entrevistados afirmaram que musica ao vivo é uma atração que gostariam de ter com freqüência nas praças; 27% quer presença de parques recreativos, pois “poucas praças da Vila Formosa têm parquinhos”; 26% preferem festivais gastronômicos; 9% preferem exibição de teatro ou filmes na praça e 8% querem exposições de arte. Estas respostas variaram enormemente de bairro para bairro. Enquanto no Jardim Anália Franco, já favorecido por estruturas como parques recreativos e cinemas, a resposta tendeu para “exposição de arte” e “feira gastronômica”, na Vila Guarani deu-se ênfase à música ao vivo. Na Vieira Couto e Chácara Belenzinho enfatizou-se parques recreativos, pois ausentes.

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9%  

1.  Musica  ao  vivo  

8%  

30%  

2.Festivais   gastronomicos   3.Parques  recreativos  

27%  

4.Exposiçao  de  arte   26%  

5.Exibiçao  de  teatro/ Silme  

Figura 6. P6. Que atividades culturais você gostaria de ter nas praças da Vila Formosa? Perguntados se conheciam a Associação de Amigos da Vila Formosa (AAVF) (P7), obteve-se as seguintes respostas: 51% afirmou que sim e 49% que não. O índice de negativas foi maior nos bairros mais afastados na sede da AAVF, especialmente na Vila Guarani e Chácara Belenzinho. Esta associação promove atividades culturais em sua sede, bailes para terceira idade e ações em conjunto com a Associação de Comerciantes da Vila Formosa, que movimenta a Praça Dr. Sampaio Vidal durante todo o ano promovendo arvores de natal, atividades durante a Páscoa e demais datas festivas, incluindo apoio à Procissão da Nossa Senhora do Sagrado Coração que leva a imagem da Santa da sede do santuário na rua Angá com a Rua Renata em direção ao Convento situado na Escola Católica Nossa Senhora do Sagrado Coração, entre a rua Planalto e a rua Filhas do Sagrado Coração. Esta procissão atrai cerca de 800 a 1200 pessoas do bairro todos os anos. Perguntados se estariam dispostos a pagar por atividades executadas em praças na Vila Formosa promovidas por comerciantes do bairro (P8), 65% afirmou que não e 35% que sim. A possibilidade de pagar por uma atividade cultural em praça publica foi maior no Jardim Anália Franco e Chácara Belenzinho e a uma rejeição quase unânime ocorreu na Vieira Couto e na Vila Guarani. A pergunta de número 9 pedia para indicar praças em que o entrevistado gostaria de ter atividades culturais no distrito da Vila Formosa: 40% dos entrevistados indicou uma miríade de praças não contempladas em respostas sugeridas e que representam as principais praças do distrito. Entre estas praças, incluem-se: Praça Mauritânia, Praça São Ciríaco, Praça Marechal Leitão Bandeira, Praça Domingos Ditano, Praças da Mandioré, Praça Universo, Praça Diogo de Aguirre e Praça Arthur Thompson; 29% indicaram a Praça Dr. Sampaio Vidal; 17% Praça Vieira Couto; 8% Praça Santo Arsênio; 3% Praça Luis Faccio e 3% Praça Nossa Senhora das Vitórias.

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1.  Praca  Dr.  Sampaio   Vidal   29%  

2.  Praca  Vieira  Couto   3.  Pça.  Nsa.  Senhora  das   Vitorias  

40%  

4.  Praca  Luigi  Faccio  

17%   8%   3%   3%  

5.  Praça  Santo  Arsenio   6.  Outra  

Figura 7. Indique quais praças você gostaria de ter atividades culturais na Vila Formosa. Antes de finalizar o questionário, deixamos por último a classificação de idade, gênero e faixa de renda familiar. A pergunta 10 perguntou a idade e a classificamos de acordo com faixa etária: 31% dos entrevistados têm entre 35 e 44 anos; 25% tem entre 25 e 34 anos; 22% entre 18 e 24 anos; 10% entre 45 a 59 anos e 12% acima de 60 anos. De todos os entrevistados, 49% eram do sexo masculino e 51% do sexo feminino.

12%  

22%  

10%  

1.  18-­‐24  anos   2.25-­‐34  anos   3.  35-­‐44anos   4.  45-­‐59anos  

25%  

31%  

5.Mais  de  60  anos  

Figura 8. Faixa etária dos entrevistados no Distrito da Vila Formosa.

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A última pergunta (P12) centrou-se na renda salarial familiar. Esta pergunta apresenta respostas interessantes quando comparadas entre os bairros, demonstrando uma renda familiar mais baixa nos bairros Vila Guarani e Vieira Couto e mais elevados no Jardim Anália Franco e na Chácara Belenzinho. A respostas gerais apresentam o seguinte perfil: 36% tem renda familiar entre De R$1734 a R$7475, correspondendo à Classe C; 28% tem renda familiar acima de R$9745,00, correspondendo à Classe A; 21% apresenta renda entre R$7475 a R$9745, correspondendo à Classe B; 11% tem renda familiar entre R$1085 a R$1734, correspondente à Classe D e apenas 4% dos entrevistados ganham até R$1085,00.

4%   28%  

11%   1.  Ate  R$1085   2.R$1085  a  R$1734   3.  DeR$1734  a  R$7475   4.De  R$7475  a  R$9745   36%  

5.Acima  de  R$9745  

21%  

Figura 8. P12. Qual sua renda salarial familiar? Classes A, B e C predominam na amostragem.

Entendemos que os resultados da pesquisa logrou identificar aspectos importantes do perfil da população residente da Vila Formosa, especialmente no tocante ao uso das praças como locais de cultura e lazer. Atividades físicas e esportes são interpretados como parte de atividades culturais pela população local7. As praças exercem forte atração para seu uso e grande potencial, ainda não aproveitado em suas amplas possibilidades. Constituem espaços familiares, com poucos ou nenhum morador de rua, diferentemente de bairros adjacentes como Água Rasa, Tatuapé, Santa Izabel e Alto da Mooca. A população local sempre cita memórias de uso da praça pelas famílias e denunciam a urbanização ilegal de praças por imobiliárias locais. Ações de comerciantes de AAVF são bem vinda na maior parte dos casos, mas há preocupação sobre privatização dos espaços públicos do bairro e de atração de moradores de bairros “menos favorecidos” do entorno para o interior do bairro. Cobrar

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Lazer e esporte foram inclusos como atividade cultural após testar-se um protótipo do questionário com parentes e amigos, tal como recomendado por Earl Babbie. Ver bibliografia.

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por ações culturais na praça é mal vista pela maioria dos residentes da Vila Formosa. Aqueles que estariam predispostos a pagar por atividades estão, sobretudo, no Jardim Anália Franco e Chácara Belenzinho, onde se concentra a maior parte dos entrevistados da Classe A. Com estes resultados o programa “Praças Culturais” deve aprofundar ações de conscientização de uso das praças e detalhar quais atividades culturais podem ser eventualmente cobradas e quais não, especialmente em perfis diferentes de atividades, tais como feiras gastronômicas, musicas ao vivo e outras atividades que possam ser arcas com recursos das associações envolvidas e que possam ter um rendimento econômico para comerciantes de alimentos durante ações culturais e de lazer nas praças. Também contribui com a puta de reivindicações dos moradores de bairro por mais infraestrutura para lazer nas praças e aumento de segurança junto à subprefeitura Aricanduva-Vila Formosa. Sendo um distrito conhecido por ter mais de cem praças e espaços verdes no coração da zona leste de São Paulo, acredita-se que este questionário possa ser melhorados e aplicado de forma mais efetiva com uma amostragem mais eficiente para aumentar ações culturais no nosso distrito, com conteúdo mais adequado ao público freqüentador.

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Bibliografia

a. Livros

Anderson; Benedict. Imagined Communities: reflections on the origin and spread of Nationalism. London, Verson, 2006. Babbie; Earl. Métodos de Pesquisa de Survey. Belo Horizonte, Editora da UFMG, 1999.

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