Processos curatoriais dos espaços museológicos de história natural como elaboradores de “formações discursivas” acerca das verdades da ciência e da “idéia de nação”

July 14, 2017 | Autor: Sabrina Silva | Categoria: Discourse, Natural History Museums, Curatorship
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VOLUMEN 2 NÚMERO 1 2015

The Revista Internacional de

Ciencia y Sociedad __________________________________________________________________________

Processos curatoriais dos espaços museológicos de história natural como elaboradores de "formações discursivas" acerca das verdades da ciência e da "idéia de nação" SABRINA DAMASCENO SILVA JOSÉ MAURO MATHEUS LOUREIRO

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Processos curatoriais dos espaços museológicos de história natural como elaboradores de “formações discursivas” acerca das verdades da ciência e da “idéia de nação” Sabrina Damasceno Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil José Mauro Matheus Loureiro, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Brasil Resumo: Nesta proposta consideramos que a curadoria ordena a articulação e produção de “enunciados” na estruturação de “formações discursivas” que envolvem as relações saber-poder-si na elaboração de “discursos”, aqui entendidos a partir da abordagem da obra de Michel Foucault. As concepções dos curadores de seu papel nos processos relativos à comunicação e compreensão pública da ciência nos permitem perceber a apresentação de verdades “cientifizadas” e “cientificizantes” nos espaços museológicos de interlocução com a sociedade, a exposição. Consideramos que o “discurso” não possui apenas um sentido e uma verdade, mas uma história específica, nos permitindo refletir sobre os processos de verdade e formas de coerção estruturadas pelas sociedades por meio de instituições e sujeitos. O Museu Nacional contribuiu com as estratégias de institucionalização das Ciências Naturais no Brasil participando para a produção, preservação e disseminação de conhecimentos científicos e contribuindo para a “ideia de nação”. Palavras chave: ciência, discurso, curadoria, comunicação pública da ciência, museus de história natural, ideia de nação Abstract: This paper consider that curatorship sort the articulation and production of “enunciation” in the stucturation of “discursive formation” involve the Knowledge/ power and transformation of self in elaboration of “discourse” in aprouch of Michel Foucault conceptualization. The curatorship conceptions about the processes relates about science public comunication and comprehension that allow us to conceive the presention os “scientificized” and “scientificizing”in museological spaces of dialogue with society , the exhibitions. Consider that “discourse” don’t have only one meaning and truth,it has a specific story , permiting the reflections abot the truth processes and coertions forms structures by societies using whereof institutions and subjects. The National Museum contribute with strategies of institucionalization of Natural Science in Brasil being part of the productions, preservation and dissemination of scientific knowledge, contributing to “idea of nation”. Keywords: Science, Discourse, Curatorship, Science Public Comunication, Natural History Museum, Idea of Nation

Introdução

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curadoria no interior dos museus de história natural determina a formação, gestão e comunicação pública da ciência por meio das evidências materiais do mundo sensível. Os processos curatoriais aí empregados consolidam-se progressivamente acompanhando as transformações e especializações da ciência moderna. Esses processos balizam a integração dos objetos materiais aos acervos institucionais a partir de suas potencialidades informativas (“enunciados”) e estabelecem critérios de organização e salvaguarda. As concepções empregadas no desempenho desses procedimentos nos horizontes museológicos engendram espaços de verdades que privilegiam lógicas e valores oriundos da ciência como saber hegemônico para a interpretação do “real”. Nesse contexto, a figura do especialista – a expertise – ganha relevo por ser o sujeito responsável, segundo as conceituações foucaultianas, pela regulação dos “enunciados” oriundos de conhecimentos específicos e, por conseguinte das “formações discursivas” que irão compor os “discursos”.

Revista Internacional de Ciencia y Sociedad Volumen 2, Número 1, 2015, , ISSN 2340-9991 © Common Ground. S. Damasceno Silva, J.M. Matheus Loureiro. Todos los derechos reservados. Permisos: [email protected]

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As singularidades curatoriais em muitas das instituições museológicas constroem significados a respeito das ciências e, concomitantemente, alicerçam os delineamentos da “ideia de nação” a partir de suas interpretações cientificizadas acerca da dicotomia Natureza/Cultura. Adota-se então as perspectivas contidas na obra de Michel Foucault a fim de refletir sobre os aparatos curatoriais nos museus de história natural que, ao estabelecerem regularidades, ordens, correlações, tipos de enunciação, dentre outros, constituem-se como “formações discursivas”, isto é, envolvem as relações “saber-poder-si” criando um sentido único e instâncias de veridicção.

Curadoria O conceito de curadoria possui significados variáveis em diferentes áreas do conhecimento e espaços de preservação da memória. Há, contudo, um ponto de convergência, especificamente nas instituições museológicas, que se encontraria presente em meio a essa diversidade: a atribuição a uma figura decisória (o especialista), possuidora de expertise, poder de ordenação dos “enunciados” oriundos de saberes, práticas específicas e, por conseguinte, das “formações discursivas” que irão compor os “discursos”1 autorizados. Esse sujeito enunciativo estabelece critérios de “verdade”, gestão e comunicação dos bens materiais e simbólicos integrantes de acervos e ações2 institucionais. Nesse sentido, Ulpiano Meneses em Relatório da comissão formada pela Universidade de São Paulo sobre curadoria entende que: (...) o ciclo completo de atividades relativas ao acervo, compreendendo a execução e/ou orientação científica das seguintes tarefas: formação e desenvolvimento de coleções, conservação física das coleções, o que implica soluções pertinentes de armazenamento e eventuais medidas de manutenção e restauração; estudo científico e documentação; comunicação e informação, que deve abranger de forma mais aberta possível, todos os tipos de acesso, apresentação e circulação do patrimônio constituído e dos conhecimentos produzidos, para fins científicos, de formação profissional ou de caráter educacional genérico e cultural (exposições (...), publicações, reproduções, experiências pedagógicas, etc.). (USP, 1986)

A ação curatorial exercida sobre os conteúdos, segundo Beiguelman (2011: 37), constitui-se como um processo de filtragem voltado para propósitos, lugares, tempos e audiências específicos. Em face desse entendimento, Rosembaum (2011:1) indaga de que modo esse profissional obtém legitimidade para ser ouvido e exercer seu poder decisório. O ato de coletar elementos da natureza para concretizar a história natural e a formação de coleções trouxe a necessidade de gerar novas formas de preservação: (...) muitas invenções, tiveram que ser realizadas para aumentar a mobilidade, estabilidade e combinabilidade dos itens coletados. Muitas instruções tiveram que ser dadas àqueles enviados ao redor do mundo de como empalhar animais, herborizar plantas, etiquetar espécimes, como identificá-los, como alfinetar borboletas, como retratar animais e árvores (...). Muitos aspectos comuns que não podiam ser vistos em espécies perigosas distantes no tempo e no espaço podem aparecer facilmente entre o conteúdo de uma vitrine e a próxima. (...) é a primeira vez que tantas criaturas são agrupadas frente a uma pessoa, que é a única coisa que existe nesse misterioso início da ciência (...). (Latour, 1987: 224-225)

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O “discurso” pode ser considerado como o Saber enquanto matéria, sua manifestação física, tais como, a escrita e ou a fala. A partir da década de 1970, Michel Foucault exerce uma transformação teórica de politização do Saber. Tal concepção ressalta que o essencial do saber, do conhecimento, é o fato dele ser fundado por e ser, ele mesmo uma relação de poder. A partir do desdobramento de suas pesquisas, este conceitua que um saber é resultado e engendra relações de poder por um lado e, de outro, integra um rigoroso regime de produção e circulação. 2 Essas ações são relativas à seleção, preservação – desde a conservação física como a parte informacional acerca do objeto – documentação e inserção nas “formações discursivas” expositivas.

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A origem das ações curatoriais3 exercidas sobre as coleções possuem duas linhagens que entrecruzam-se em alguns momentos. Nos acervos compostos por elementos advindos do reino natural a curadoria demandava atuações relacionadas ao “proceder à cura” de suas coleções, enquanto nas coleções artísticas essas atividades destinavam-se a “proceder à manutenção” de suas obras. Essa diferenciação propiciará o surgimento de duas categorias profissionais distintas: o “conservador” e o “curador”. “(...) Essa perspectiva consolidou, por exemplo, as diferenças iniciais entre os perfis dos Museus de História Natural e os Museus de Arte, e, até o século XIX essa diversidade tipológica caracterizou o universo dos museus (...)” (Bruno, 2008:27). A curadoria restringia-se inicialmente aos estudos e pesquisas dos diferentes campos do conhecimento e salvaguarda (conservação e documentação) das coleções dos museus de história natural. E somente a partir da segunda metade do século XX as ações curatoriais migraram desses ambientes para as demais tipologias de museus e contemporaneamente passaram a incluir também ações especificamente com enfoques comunicacionais e educacionais. Assim, a noção de “ordem do discurso”, tal como desenvolvido no aporte teórico “foucaultiano”, permite retratar com maior acuidade a curadoria nos museus de história natural. As atividades curatoriais compreendem, então, procedimentos internos e externos de controle do “discurso” enquanto saber compostos de “enunciados” construídos como verdadeiros e envoltos nas relações que engendram poder e são gerados por ele. Essa perspectiva permite uma analogia entre curadoria e produção de “discursos” já que os processos de elaboração aí presentes são os mesmos que configuram as práticas curatoriais ou aquilo que se espera delas: controlar, selecionar, organizar, redistribuir por meio de procedimentos e dominar acontecimentos aleatórios. A curadoria, portanto, ordena a articulação e produção de “enunciados” na estruturação de “formações discursivas” que envolvem as relações “saber-poder-si” 4 na elaboração de “discursos”. Constitui-se, dessa maneira, em uma “ordem do discurso” na medida em que os conhecimentos especializados, cientificizados e demandados de seus praticantes discursivos se relacionam com um dos principais procedimentos de coerção: a disciplina; que se trata de um corpo de proposições, regras, técnicas e métodos constitutivos de uma sistematicidade anônima cujas relações estabelecidas permitem o agrupamento de tudo que pode ser dito de verdadeiro ou aceito sobre determinada coisa. A disciplina, por conseguinte, determina uma série de princípios restritivos (objetos, técnicas, conceitos, instrumentos) os quais determinarão a pertinência ou não de uma proposição em si: “a disciplina é um princípio de controle da produção do discurso. Ela lhe fixa os limites pelo jogo de uma identidade que tem a forma de uma reatualização permanente das regras” (Foucault, 2009: 36). As únicas verdades que se conheceria seriam aquelas oferecidas pelas instituições e aceitas como inquestionáveis. Encontrar-se-iam excluídos somente aqueles que delas discordam, visto que nem todas as partes do discurso são abertas para todos os sujeitos que falam, pois como prática ordenadora dos discursos, a curadoria estabeleceria coercitivamente as “verdades” que integram as “formações discursivas” excluindo diversas possibilidades enunciativas e desenvolvendo um processo de validação da cientificidade dos curadores. Enquanto ordenadoras do “discurso” as atividades curatoriais igualmente podem ser percebidas a partir dos procedimentos de exclusão, em especial “a vontade de verdade”, convencionam as partes que excluem aqueles que não se encontram autorizados a proferir o “discurso”, isto é: engendram os processos de deslegitimação a qualquer à possibilidade de enunciação. Neste ponto, é indispensável diferenciar a simples inscrição do que é dito enquanto positividade de um enunciado já 3

O substantivo “curador” advém do latim “cur” o qual remete aos termos cuidado e zelo e dá origem a palavra “curator”, o que cuida, o encarregado de zelar, comissário, tutor, rendeiro, caseiro. Em todos os significados atribuídos a essa palavra, está contido o sentido de “cuidar”, “tomar conta”. 4 Essas três dimensões – saber, poder e si – possuem caráter histórico tendo em vista que não designam universais. O “Sersaber” é determinado em algum momento pelo visível e o enunciável, o “Ser-poder” configura-se a partir das relações de força, as quais passam elas próprias por singularidades variáveis conforme a época, e o “Ser-si” é determinado pelo processo de subjetivação. Pensar vincula-se à experiência e a problematização. “Poder”, “Saber” e o “Si” são para Foucault a tripla raiz de uma problematização do pensamento refletora de sua própria história (passado), mas para se libertar do que ele pensa (presente) e encaminhar-se para, enfim, “pensar de outra forma” (futuro).

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que este último não é imediatamente perceptível visto encontrar-se encoberto por frases ou proposições. Os enunciados não consistem, por conseguinte, de palavras e frases, mas são formações destacadas de seu corpus quando os significados mudam de natureza; antecedem frases e proposições constituindo-se em um conjunto de multiplicidades que podem estar ao mesmo tempo não visíveis e não ocultas (Foucault, 2009:146). Um regime de verdade indica as maneiras, procedimentos de troca, mudanças, atribuições, produções e construções da verdade. Destacam-se na constituição de tal tipo de regime em nossas sociedades cinco características principais: a) centralização da verdade pelo discurso científico e as instituições que os produzem, b) influência constante dos campos político e econômico, c) consumo expressivo e difusão da verdade, d) desenvolvimento de numerosos aparelhos de produção e difusão da verdade (universidades, exército, mídia), e) construção a partir de lutas pelo poder travadas no interior dos debates políticos e confrontos sociais. Os dois primeiros tópicos apontam de modo contundente para as verdades publicizadas oriundas do conhecimento científico nos discursos curatoriais. O item seguinte relaciona-se à consolidação da ciência moderna como um dos saberes dominantes quanto à publicização de seus conceitos para um número cada vez maior de setores da sociedade pelos mais diversos veículos de comunicação. Os museus integram o conjunto de instituições os aparelhos mencionados e são espaços de lutas pelo poder tal como mencionado nos dois últimos itens. Os “discursos” não possuem uma significação prévia, mas compõem-se de práticas descontínuas e procedimentos de controle e delimitação dos sistemas que se baseiam em procedimentos externos e internos que regulam o discurso de dentro, através da classificação, seleção, ordenação e distribuição. Esses procedimentos são relatados e definidos por sistemas de exclusão que cumprem funções estratégicas de identificação e análise das condições de possibilidade para a valorização do discurso como verdade. Quanto a esses procedimentos de controle internos e externos do discurso, Faé (2004: 416) esclarece que o (...) ‘de-dentro’ enquanto constituinte sujeito é apenas uma dobra do ‘de-fora’. Se é o homem que ocupa o papel do sujeito de enunciação, por outro lado, são as práticas discursivas existentes nesses contextos que definem as condições de possibilidade para que o enunciado possa surgir e ser validado. (Faé, 2004: 416)

A conceituação sobre o discurso pode ser percebida a partir dos métodos desenvolvidos por Foucault em períodos diferentes de suas pesquisas. Se no método arqueológico a crítica ao sujeito é apresentada através da dispersão dos saberes, no genealógico5 o sujeito é produzido através das relações entre saber e poder presentes na prática discursiva. Neste último, a prática do discurso não é dissociável do poder, sua constituição conduz a uma construção de verdade como algo ligado ao poder e sua eficácia encontra-se alocada no modo como se encontra vinculado em uma manifestação discursiva. A reflexão fundamental repousa no entorno do que “significa hoje dizer o que dizemos” (Foucault, 2008: 606) e por consequência denunciar o que nos tornamos diante da proliferação de discursos que pretendem atribuir verdades sobre nós. Foucault assinala a existência de um jogo de regras entre saberes, ou entre as denominadas práticas coercitivas. Aos pesquisadores caberia refletir acerca dos processos de construção das “verdades” que se iniciam nos enunciados dos discursos. Michel Foucault em suas reflexões buscou saber como o ser humano participava dos jogos de verdade, fossem estes os que têm a forma da ciência (ou que se referem a um modelo científico) ou aqueles que podem ser encontrados nas instituições e práticas de controle. Em muitos contextos há uma naturalização dos processos curatoriais que refletem e amplificam suas configurações institucionais, relações de poder estabelecidas por seu intermédio e os acionamentos e ocultamentos de enunciados presentes em 5

Ao contrário das filosofias modernas do sujeito – que elevam a finitude empírica do homem ao status de sujeito constituinte dos conhecimentos – a “arqueologia” apresenta-o constituído entre as positividades, rodeado por suas existências do passado e sua dispersão do porvir. O homem emerge como um dos objetos entre outros saberes - como nos domínios empíricos da biologia, filologia, e economia política – e não no lugar anterior que era o da finitude no sentido filosófico. O método “genealógico”, por sua vez, volta-se para a análise dos saberes considerando sua existência, transformações, relações de poder e inclusão em dispositivos políticos opondo-se à unicidade da narrativa histórica e à busca da origem.

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suas teorias e práticas cotidianas. O acionamento de verdades consolidadas pela ciência e/ou pelas instituições impedem que outros sujeitos de fala emerjam como integrantes do processo de enunciação, limitando muitas vezes a uma única visão o controle da heterogeneidade de discursos. Os museus, em virtude de seus vínculos com a memória social e o patrimônio, constituem-se espaços privilegiados para as reflexões relacionadas aos processos curatoriais exercidos no manejo de suas coleções e elaboração de suas exposições. As informações geradas a partir de tais processos para diferentes tipos de públicos consistem em “enunciados” vinculando-se, portanto, à produção de “discursos”. Por outro lado, no caso brasileiro, a maioria dos espaços museológicos encontram-se vinculados a diferentes instituições governamentais caracterizando-os como “instâncias informacionais componentes do aparelho de Estado” (Loureiro, 1996: 102). Sob essa ótica, compete a uma parcela desses espaços respaldar e manter interesses e relações específicas de poder por meio da ativação dos “discursos” acerca da “ideia de nação”.

Museus de História Natural: redutos da totalidade O surgimento da história natural em meio à modernidade europeia possui intrínseca relação com o ritmo de mudanças nos modos interpretativos e de instrumentalização da natureza. Os fatos naturais passam a ser ordenados e interpretados a partir de uma classificação, codificação e sistematização. Cria-se então uma nova hierarquia entre o homem e a natureza. (Loureiro, 2007: 161). Os sistemas de classificação elaborados nessa tentativa de abranger a natureza como uma totalidade percorrendo as ordens e seguindo a distribuição dos reinos naturais, estabeleceu a ordenação por meio da comparação. Para tanto, Carl Linnaeus6 criou um universo inteligível a partir dos princípios científicos que balizavam seus sistemas classificatórios e utilizando a nomeação de plantas e animais por meio de dois termos em língua latina. Tal forma de taxonomia encontra-se ainda vigente em diversas áreas do conhecimento. Paralelamente, o sistema classificatório de George de Buffon7, desenvolvido no século XVIII, englobava objetos pertencentes às áreas de Paleontologia, Pré-história, Geologia e a História Natural, bem como a Antropologia, em que a espécie humana era entendida como integrante dessas séries de seres naturais. O sistema de classificação do mundo natural lineano, que passou a ser dominante, moldou percepções e por consequência comportamentos. Os primeiros naturalistas modernos desenvolveram essa nova forma de olhar para as coisas, mais objetiva e menos antropocêntrica. Esse processo gradual foi permeado por uma perspectiva humana. Os novos princípios e objetivos de classificação que dominaram a Botânica e a Zoologia no começo do período moderno representam uma tentativa de imposição de uma organização intelectual ao mundo da natureza, onde todos esses elementos foram reduzidos a um método (Ingold, 2000:78). A história natural, segundo Foucault (2007: 178), é feita de fragmentações, especializações e classificações. Essas características estabeleceram os parâmetros de seus discursos que expressam a nomeação do visível por meio da representação e a ordenação das coisas em busca de uma totalidade do mundo. A história de um ser vivo compreendia a sua descrição no interior de toda uma rede semântica que o ligava ao mundo. A tripartição entre “Observação”, “Documento” e “Fábula” não existia; eram unicamente textos à disposição, possibilidades mentais. As transformações nesse quadro ocorreram quando os signos já faziam parte das coisas; entretanto, somente no século XVII eles se tornarão modos de representação. É nesse momento que as coisas irão encontrar seu lugar na distância aberta entre elas mesmas e as palavras: “As coisas beiram as margens do discurso porque aparecem no âmago da representação” (Foucault, 2007: 179). O que aparece é o espaço aberto na representação por uma análise que se antecipa à faculdade de nomear, “é a possibilidade de ver o 6

Carl Von Linné (1707-1778) foi botânico, zoólogo, e médico sueco. Foi criador da denominada nomenclatura binominal e da classificação científica. O sistema de classificação da natureza, o “Systema Naturae” é composto de dois nomes latinos para animais ou plantasse ainda é utilizado para simplificar a comunicação entre cientistas. 7 George LuisLeclerc de Buffon, naturalista e escritor francês, distinguiu-se na forma como interpretou os fenômenos naturais, considerando a natureza orgânica e inorgânica como um todo. Em 1739 tornou-se encarregado do Jardin Du Roina França que reunia espécimes zoológicas e botânicas e em sua gestão foi transformado em museu e centro de pesquisa, o atual Jardin de Plantes. Redigiu Relato em 44 volumes intitulado “História Natural” contendo um estudo comparativo dos reinos animal, vegetal e humano balizado em descrições científicas e considerações filosóficas.

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que se poderá dizer” (Foucault, 2007: 179). Não se poderia dizer, nem depois ver, se as coisas não se comunicassem desde o início em uma representação. Denominada por Foucault (2007) como a “linguagem da linguagem”, a história natural é o saber em que as coisas foram recortadas pelo próprio nome e permanece atual até os dias de hoje nas instituições de pesquisa e museus. (...) herbários, coleções, jardins, o lugar dessa história é um retângulo intemporal, onde despojados de todo comentário, de toda linguagem circundante, os seres se apresentam uns do lado dos outros, com suas superfícies visíveis, aproximados segundo seus traços comuns e, com isso, já virtualmente analisados e portadores apenas de nomes. Diz-se frequentemente que a constituição de jardins botânicos e coleções zoológicas traduzia uma nova curiosidade para com as plantas e os animais exóticos. (…) o gabinete de história natural e o jardim, tal como organizados na idade clássica, substituem o desfile circular do 'mostruário' pela exposição das coisas em 'quadro'. (…) um novo modo de vincular as coisas ao mesmo tempo ao olhar e ao discurso. Uma nova maneira de fazer história, (Foucault, 2007:179-180)

A origem dos museus de história natural encontra-se nos denominados “gabinetes de curiosidades”espaços criados no embrionamento da ciência moderna e do humanismo renascentista – que se encontravam relacionados à nova demanda representacional da natureza e à tradição enciclopedista. Esses ambientes reuniam espécimes naturais, objetos de química, artes, dentre outros, característica que delineou uma das principais singularidades dos espaços museológicos dedicados à história natural: a busca por uma representação da totalidade por meio de sua materialidade. Assim, podemos compreender tais museus como uma tentativa de construir um microcosmo representativo do mundo (Leopold, 1995: 151157).8 As configurações de tais instituições na atualidade devem-se à influência expressiva do Romantismo9 no século XIX que gerou uma nova apreensão dos fenômenos sociais e naturais ao possibilitar por meio de novas perspectivas científicas a apreensão dos seres vivos como uma totalidade em si de um ponto de vista orgânico contrapondo-se ao mecanicismo. Simultaneamente a história natural generalista deu lugar à fragmentação e consequentemente à especialização disciplinar - Botânica, Geologia, Zoologia, Antropologia e suas divisões, como a Mastozoologia, Herpetologia, Ornitologia e Malacologia. Os museus de história natural ajudaram a suprir a primeira condição institucional para a emergência de novos saberes como a biologia, a geologia, a botânica, a antropologia física, dentre outros. Ao serem inseridos nesses museus os objetos oriundos desses campos científicos eram ordenados como partes de uma sequência evolutiva que constituiria a totalidade das coisas e dos povos (Bennet, 1995: 96). Nesse período os museus foram locais privilegiados para a investigação científica no domínio das ciências da natureza. (...) é notório que o museu pode reclamar um lugar significativo no mapa das localizações onde a ciência foi feita. (...) a disposição dos seus conteúdos pode assinalar várias concepções da ordem que se crê existir no mundo exterior e das relações humanas com ele. Os museus codificam e moldam concepções particulares de conhecimento, exibem objetos mas não são simplesmente janelas para o mundo exterior (Golisnki, 1998: 98).

Em um primeiro momento, a disposição dos objetos era pautada pela reprodução de uma centralidade taxonômica e a reconstituição do inventário geral dos seres, marcada pela necessidade de comparação e classificação. As teorias evolucionistas darwinianas geraram, posteriormente, transformações na organização de suas exposições, que passaram a ser ordenadas pelas séries cronológicas e esquemas evolutivos das espécies (Delicado, 2009: 102). As instituições museológicas dedicadas à história natural experimentaram um certo declínio ao longo do século XX em virtude de uma transformação dos objetos de investigação, o crescimento das universidades e um acréscimo de abstração das ciências relacionado com um distanciamento 8

Um exemplo é a criação do Museu de História Natural francês (Jardin des Plantes) em 1793, onde a preservação de coleções atendia a um projeto de taxonomia universal e a exposição pública servia como instrumento do projeto educacional iluminista. 9 Uma reação no século XIX à ordem intelectual Iluminista onde ocorre a adoção de uma ideia de totalidade privilegiando tradição enraizada em um passado.

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daquilo que é diretamente observável. Esses locais foram, em alguns casos, substituídos por laboratórios que definiram novos meios de controle, manipulação e pesquisas científicas que não privilegiavam a classificação a partir dos estudos das coleções dos museus. Tais instituições tornaram-se monumentos dos sucessos científicos passados (Delicado, 2009: 118). As especificidades dos museus de história natural repousam fundamentalmente no papel essencial de ensejar a compreensão das “formações discursivas” advindas de interpretações da ciência moderna acerca da natureza e dos artefatos oriundos dos diversos grupos sociais humanos através do tempo. O que se encontra em jogo nesse tipo de museu é o emprego da natureza como representação da categoria ‘vida’ e que, somente após a perda das especificidades essenciais de seus espécimes, ou morte, eles se destinam à narrativa museológica (Loureiro, 2007: 171).

Coleções e exposições: valores, cientificidade e contribuição à “ideia de nação” O Estado é conceituado como uma instituição ou conjunto de instituições especificamente concebidas para o controle da ordem, sendo suas agências desenvolvidas para manutenção desse controle e entendidas como separadas da vida social (Gellner, 1984 :3). Seus principais instrumentos de ordenação são culturais constituindo-se da criação de uma visão de mundo, de atitudes e noções através das quais seu domínio vem a ser tido como correto, além de contar com o uso da força (Corrigan; Sayer, 1985: 16). Por outro lado, o Estado é uma máquina que foi acionada para a criação de um sentimento de nacionalidade (Hobsbawn, 1990: 27-61). Há duas principais concepções modernas de nação. A primeira, vincula-se à Ilustração e ao discurso da Revolução Francesa inscrevendo-se sob a ideia de liberdade. A segunda, consolidou-se no período Romântico encontrando-se permeada pela concepção de natureza e determinismo. Nesta última, a ideia de associação é substituída pela totalidade inclusiva, onde a compreensão de uma construção aberta para o futuro foi suprimida em favor da tradição enraizada em um passado muitas vezes idealizado. As nações, de acordo com Anderson (2008: 14), constituem-se em uma “comunidade política imaginada”, sendo necessário considerar sua fabricação e entender sua distintividade nacional em termos de estilos de imaginação e instituições que contribuíram para a sua construção. Os museus como espaços de representação simbólica incluem-se como uma das instituições que tiveram (e têm) expressiva participação nos processos de delineamento da nação como “comunidade imaginada”. Para o autor, as perguntas fundamentais dirigem-se à maneira como a consciência nacional se produz e reproduz e cria um tipo de solidariedade estável no contexto da modernidade. Ao refletir sobre os atributos culturais nos quais se funda a nação, Anderson (2008: 54) considera a solidariedade social em seu interior como resultante das relações de parentesco. Observa, todavia, que a nação é mais aberta que o parentesco, pois permite a naturalização de estrangeiros. Estabelece então uma possível correspondência com as religiões universais. Estas seriam capazes de sustentar soluções para os dilemas existenciais de uma forma que a nação não poderia fazer. Com o desaparecimento da promessa de imortalidade que as religiões insinuam, a consciência nacional ganha destaque por gerar uma certeza de pertencimento a uma comunidade, ela mesma imortal10. Fundando grande parte de seu trabalho nos processos de comunicação, o autor questiona se a língua constituir-se-ia no definidor da nacionalidade, apesar da constatação da existência de nações com diversas línguas. A temática da linguagem associa-se ao argumento principal que explica o advento da imaginação nacional denominado de “capitalismo de imprensa”. O papel da imprensa e da literatura foram essenciais na geração e fixação de uma língua impressa que teria lançado as bases para uma consciência nacional e a consolidação de novas afinidades culturais. Sob este prisma, Anderson afirma a nação como um espaço interlocucional cujos limites estão dados pelos contornos de um campo de comunicação unificado pelo compartilhamento dos mesmos referentes. “o caráter aberto da nação se explicaria, sobretudo, porque ela teria sido ‘concebida na linguagem’, e não em outros elementos sociológicos como raça ou religião” (Anderson, 1989: 162). 10

A partir de uma correlação entre uma imaginação nacional e uma imaginação religiosa, teríamos o sagrado cívico, que suscita a emergência de uma disponibilidade das pessoas de morrerem pela nação.

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A “imaginação da nação” representaria fundamentalmente uma mudança na concepção de temporalidade e, dessa maneira numa mudança fundamental nos modos de apreender o mundo (Anderson, 1989: 191). Uma mudança histórica permitiu o achatamento ou horizontalização do tempo. (...) o que veio tomar o lugar da concepção medieval de simultaneidade longitudinal do tempo é, valendo-nos novamente de Benjamin, uma ideia de ‘tempo homogêneo e vazio’, no qual a simultaneidade é como se fosse transversal ao tempo, marcada não pela prefiguração e cumprimento, mas por coincidência temporal, e medida pelo relógio e pelo calendário. (Anderson, 1989:33)

A ideia de um organismo sociológico que se move pelo calendário através do tempo – homogêneo e vazio – é, segundo o autor, análoga à de nação, que em seu processo de criação estabelece novas formas de vínculo entre as pessoas. A horizontalidade temporal e discursiva permite uma nova forma de comunhão entre desconhecidos apesar das desigualdades, permitindo que a nação seja concebida por meio dessas formas de companheirismo. No que se refere às formas de imaginação da nação, censos, mapas e museus são elementos de formação de um modo imaginativo onde a quantificação/serialização abstrata das pessoas, a racionalização do espaço político e a “genealogização profana” fizeram contribuições interligadas na elaboração, pelo estado colonial oitocentista, daqueles que eram vistos como seus adversários (Anderson, 2008: 23). Estas três formas de imaginação estabeleceram uma rede classificatória aplicada a tudo que se encontrava sob o domínio real ou suposto do Estado: povos, regiões, linguagem, produtos, monumentos e outros. Ao atribuir valor e legitimidade às coisas, permitiram à imaginação colonial construir tradições que serviram para legitimar o controle político através do controle étnico, estético e histórico, processos essenciais na construção nacional nos estados independentes (Anderson, 2008: 23). No que tange à construção da ideia de nação brasileira, o discurso de nacionalidade ou de brasilidade pode ser considerado como hegemônico – entendido como uma tentativa de conter as diferenças e fixar as identidades numa ordem de subordinação – buscando pensar no alcance nacional desse discurso e nos meios de sua difusão e repetição (Pechincha, 2006: 23). Em todo esse processo, os museus de história natural contribuíram para a composição discursiva acerca da universalidade científica e simultaneamente para a elaboração e consolidação dos valores relativos à particularidade nacional, constituindo uma espécie de “legitimação universalista do particularismo” (Duarte, 2003: 32).

Considerações A “ordem do discurso” nos museus de história natural revela-se na instrumentalização do discurso científico como forma de saber privilegiado para a interpretação do real e em seus esforços voltados para a consolidação da “ideia de nação” por intermédio da constituição de suas coleções e narrativas expositivas. Nesse sentido, estes ambientes atuam como “formações discursivas” cujas pragmáticas são delineadas pelos acionamentos enunciativos acerca da construção, preservação e comunicação da ciência por meio dos acervos musealizados. Esses acionamentos enunciativos encontram sua validação a partir das lógicas e valores emanados da figura do especialista – o curador. A esse profissional é concedida a autoridade para determinar e respaldar os processos produção e circulação de “enunciados”. A curadoria deve ser percebida a partir de suas irrupções discursivas específicas que conferem legitimidade as formas e conteúdos das produções museológicas. Enquanto prática ordenadora dos “discursos”, excluem as diversas possibilidades enunciativas da diferença, do conflito e da heterogeneidade dos saberes. O controle e a centralização das verdades voltam-se primordialmente para o estabelecimento da ciência como um conhecimento acima dos demais e da “ideia da nação” como um contínuo unificado no tempo e no espaço. A curadoria, sobremodo nos museus de história natural, diz respeito a valores, legitimidade e domínio que favorecem aos discursos oficiais da ciência e da “ideia de nação”. Integra assim os aparelhos institucionais, políticos e científicos que determinam coercitivamente os papéis de narradores e de simples expectadores.

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SILVA&LOUREIRO: PROCESSOS CURATORIAIS DOS ESPAÇOS…

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REVISTA INTERNACIONAL DE CIENCIA Y SOCIEDAD

SOBRE OS AUTORES Sabrina Damasceno Silva: Doutoranda em Ciência da Informação IBICT/UFRJ. Possui Mestrado em Museologia e Patrimônio UNIRIO/MAST, onde foi bolsista CAPES. Graduação em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2004). . Atualmente integra os quadros do Museu Nacional/UFRJ como Museóloga, atuando especialmente nos projetos de exposições de longa duração. Possui experiência na área de Museologia, com ênfase em pesquisa, confecção de projetos expositivos, implantação, montagem e manutenção de exposições. José Mauro Matheus Loureiro: Bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (1980), Mestrado (1996) e Doutorado (2000) em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e estágio pós-doutoral em Antropologia Social (PPGAS/MN/UFRJ). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de Ciência da Informação atuando principalmente nos temas informação, memória e cultura material.

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La Revista Internacional de Ciencia y Sociedad ofrece un espacio para el diálogo interdisciplinar, sobre el pasado, el presente y el futuro de la ciencia y sus relaciones, con la sociedad. Los temas de interés para la revista abarcan las ciencias particulares, es decir, la biología, la química la física, la astronomía, las matemáticas, etc., en su relación con la historia, la filosofía, la sociología, la economía, la política científica, la educación, la tecnología, a innovación, el periodismo, la religión o el sector militar. La Revista Internacional de Ciencia y Sociedad es una revista académica sujeta a revisión por pares, y acepta textos en español y portugués.

ISSN: 2340-9991

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