Programação Infantil na TV Cultura durante as décadas de 1980 e 1990
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Universidade Federal de São Carlos Departamento de Artes e Comunicação Imagem e Som
Programação Infantil na TV Cultura durante as décadas de 1980 e 1990 Relatório de Pesquisa
Gustavo Bissoli 583430 Lucas Toledo 583049 Luiz Ricardo Ribeiro 553743 Marília Pimenta 583170 Rafael Cesar Ramos 583197 Rafael Gonçalves 583065 Roberto Vicente 357316
História do Audiovisual no Brasil II Professor Arthur Autran
São Carlos Dezembro de 2014
1. Metodologia Diante da prolífica produção de programas infantis que a TV Cultura vem realizando ao longo dos anos, decidimos fazer um recorte que abrangeu as décadas de 80 e 90. À partir daí, selecionamos algumas séries, curtas e programas de auditório que se destacaram por sua audiência e/ou inovação. A meta do grupo foi dissecar a estrutura dessas peças audiovisuais para melhor entender a tênue linha que separa programas de entretenimento e programas educativos. Pautamos a elaboração do trabalho com questões como “O que torna essa série relevante de um ponto de vista pedagógico?”, “O programa foi capaz de fazer sucesso mesmo com poucos recursos? Como?”. Por fim, buscamos enumerar quais foram as figuras, sejam elas pessoas físicas ou instituições, que fizeram parte desses 20 anos de história.
2. Análise da Programação Bambalalão por Roberto Vicente O programa televisivo Bambalalão permaneceu no ar entre os anos 1977 e 1990, sendo que a partir de 1982 ele começou a ser transmitido ao vivo. Com um modelo direcionado para crianças entre 5 e 10 anos, sua proposta básica era realizar uma educação informal pela televisão, através de quadros que constantemente estimulavam as crianças por meio de atividades de lazer e arte inseridas em jogos, brincadeiras, músicas, mímica, teatro e contos infantis. A plateia do Bambalalão era composta por crianças e/ou adolescentes de uma determinada escola que se dividiam em dois grupos: o amarelo e o vermelho. Esses grupos participavam de diversas brincadeiras, atividades e oficinas no decorrer do programa. A apresentação do programa era realizada pela Gigi Anheli e Silvana Teixeira. Além delas, participavam de diversos quadros o palhaço Tic Tac (Marilan Sales) e o professor Parapopó (Chiquinho Brandão). Destacam-se também os bonecos Maria Balinha, João Balão e o Bambaleão. Quanto aos bonecos, a atriz e escritora Maria Amélia de Carvalho publicou um artigo que explica a relevância do teatro de bonecos interativo na televisão. Maria Amélia de Carvalho atuou em mais de 2000 programas entre os anos 1982 e 1990. Nesse período o teatro de bonecos interativo foi um dos fatores de sucesso de popularidade e audiência da atração. Isso devido à identificação do telespectador com os bonecos e também com a própria plateia do estúdio. Nesse período, foram instalados monitores de TV direcionados para os atores manipuladores dos bonecos de forma que eles visualizavam o modo que estavam
controlando e manuseando os bonecos, além de captar a reação imediata da plateia. Isso porque havia monitores e microfones direcionados à plateia. Dessa forma, existia uma ponte interativa entre o palco e plateia, pois os animadores (manipuladores) respondiam a cada interferência significativa das crianças. Além disso, algumas pessoas da plateia eram convidadas a entrar no cenário especial dos bonecos e participar de cenas improvisadas ou ainda de pequenas peças de teatro com temas pré-definidos. Essa relação criativa entre fantasia e realidade estava presente ao longo de todo o programa. Havia também interação entre o programa e o “público de casa”, o programa contava com um pequeno atelier de artes plásticas onde eram ensinadas técnicas de arte apropriadas às crianças, oficinas de teatro de bonecos com técnicas de papier maché, espuma, pano, madeira. O retorno desse trabalho era uma série de materiais recebidos dos telespectadores via correspondência, entre eles: sugestões, críticas, textos para o teatro de bonecos, contos, curiosidades, desenhos e, até mesmo, bonecos que tinham sido ensinados através do programa. Nota-se que tanto o público presente “in loco” quanto o televisivo era incentivado a sair de atitudes passivas/contemplativas para participar das atividades apresentadas nos programas. O Bambalalão ganhou o prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) de Melhor Programa Infantil entre os anos 1982 e 1987, além de Melhor Programa Infantil da Tv em 1982. Atualmente, o programa está sendo transmitido diariamente no canal pago TV Rá Tim Bum às 23 horas.
É proibido Colar por Gustavo Bissoli É Proibido Colar foi um game show exibido pela TV Cultura entre 1981 e 1983 e foi um dos programas infantis de maior sucesso na emissora. Apresentado por Antônio Fagundes e Clarisse Abujamra, o programa era uma grande gincana entre alunos de escolas públicas de São Paulo. Era gravado ao vivo e tinha duração de uma média de 4 horas em seu início, posteriormente reduzido para 3 horas. Um dos aspectos interessantes desse programa é o de que não existia roteiro. Segundo Clarisse Abujamra, a equipe apenas dava pequenas orientações aos apresentadores e todo o resto era feito no improviso. Até mesmo as respostas das perguntas não estavam em fichas. Clarisse e Antônio tinham de estudar os assuntos antes de apresentar o programa para não cometer gafes. A atração se caracterizava por ser um palco de divertimentos para as participantes, para o auditório e para o telespectador. Entre os quadros, havia o Vamos Fazer Arte, no qual os alunos tinham de desenhar, pintar ou esculpir; Jogo da Memória, que testava a capacidade de reter informações visuais; o Teste de Conhecimentos, no
qual ganhava o aluno que conseguia acertar mais sobre o conteúdo do currículo escolar. Havia também o Seção Livre, dando liberdade para a escola apresentar um número de sua escolha, e outros como O Jogo da Mímica, O Jogo da Arca, o Labirinto e muitas outras atrações que faziam os alunos e o público vibrar e torcer. É Proibido Colar chegou a marcar 10 pontos de audiência, suficiente para incomodar a líder Globo. Isso pode ser considerado um feito memorável, pois a média de audiência da TV Cultura sempre foi relativamente baixa, na casa do 1 ponto. Houve um certo desconforto na Globo, pois o apresentador Antônio Fagundes era cedido por ela para a TV Cultura. Foi então cogitado até mesmo que Fagundes apresentasse um programa similar na emissora, mas o projeto não ocorreu. É Proibido Colar é considerado o precursor de todos os game shows de auditório infantis no Brasil e sua influência é vista em programas atuais como “Passa ou Repassa” do SBT.
Revistinha por Marília Pimenta O programa foi ao ar na década de 80, era ao vivo e destinado ao público infanto-juvenil. Apresentado inicialmente por Luciene Adami e Ney Piacentini, era dividido em módulos que abordavam os mais diversos temas: esportes, culinária, ecologia, português, matemática, música, poesia, entre outros. Compostos por diversos formatos, a exemplo espécies de pequenos documentários, quadros de comédia ou de tele aulas, esses módulos visavam expandir o conhecimento de mundo do espectador dando-lhe melhor percepção da vida e sem deixar de entreter e divertir. Havia uma interação entre apresentador e telespectador que era feita por telefone, um dos quadros eram desafios de soletrar onde, num primeiro momento, o apresentador escolhia uma palavra que o participante teria que soletrar e em seguida o espectador ao telefone dizia uma palavra que deveria ser soletrada por um dos apresentadores. O programa foi premiado pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como Melhor Programa Infanto-Juvenil em 1988 e 1989, o que reflete a qualidade da sua programação.
Catavento por Marília Pimenta Foi um programa infantil destinado a crianças em fase pré-escolar estreado em 1985 que tinha 15 minutos de duração e cuja intenção era desenvolver conceitos, habilidades e aptidões necessários para o início do processo de alfabetização. Tinha três personagens fixas: a moça, interpretada por Verônica Julian; o rapaz, interpretado por Roberto Domingues e Gororoba, por Luís Mello. Além disso, havia bonecos manipulados por José Alberto Lovetro e Louis Chilson.
Seu conteúdo contribuía para o desenvolvimento do raciocínio lógico, coordenação motora, linguagem gestual, pronúncia das palavras e percepção das crianças. Recebeu o Prêmio Japão promovido pela NHK em 1985 e o Prêmio Coral na categoria de Melhor Programa Infantil no 9° Festival Internacional de Cinema, Vídeo e Televisão, realizado em Cuba em 1987.
Banho de Aventura por Lucas Toledo “Banho de Aventura”, também conhecido como “Cadê o Léo?” foi um filme para TV escrito e dirigido por Bia Rosenberg e produzido pela TV cultura em 1989. Apesar de ser um filme, foi dividido e exibido em partes no quadro “Senta que lá vem História” do programa “Ra-Tim-Bum”. O filme tem aproximadamente 45 minutos de duração, e conta a história de Júlio (que mais tarde seria protagonista do “Cocoricó”) em busca de seu melhor amigo, o leão de pelúcia Léo que não retorna depois de ser levado para a lavanderia. Assim como em Cocoricó, os personagens do filme eram marionetes, embora a qualidade dessas marionetes fosse inferior as que depois seriam utilizadas em Cocoricó. Apesar de ser clara a limitação financeira para a realização do projeto, podemos notar uma certa variedade de cenários, ainda que simples, são muito criativos e capazes de transmitir o clima das cenas para o telespectador. A história parece fluir naturalmente, não transparece ao público nenhuma limitação nesse sentido, uma cena sempre se passa no cenário mais adequado a ela. A limitação no número de cenários é contornada por tomadas de diferentes ângulos. A trilha sonora composta por Hélio Ziskind e Paulo Tatit, foi muito marcante. Apesar do filme se chamar “Um Banho de Aventura”, a maioria das pessoas o conhecem como “Cadê o Léo?” graças a repetição dessa frase durante a música tema do filme. Na equipe que participou do projeto, duas pessoas se destacam, não apenas por seu trabalho aqui, mas por terem sido muito importantes para a TV Cultura alcançar tamanho prestígio em sua programação infantil, são elas o compositor Hélio Ziskind e a própria diretora Bia Rosenberg. Hélio Ziskind trabalhou, entre 1985 e 1993, na TV Cultura, compondo para os programas “Glub-Glub”, “X-Tudo”, “Castelo Rá-TimBum”, “Roda viva”, “Vitrine”, “Nossa língua portuguesa” e “Vestibulando”. Além disso ele ajudou a TV Cultura a criar uma identidade sonora, compondo temas de identificação para os intervalos da emissora. Bia Rosenberg, diretora e roteirista do filme, foi muito importante para a TV Cultura conquistar reconhecimento por sua programação infantil. Ela foi diretora de conteúdo infantil na emissora por mais de vinte anos e responsável por programas como “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Cocoricó” e a última versão de “Vila Sésamo”.
Programa Rá-Tim-Bum por Marília Pimenta O programa Rá-Tim-Bum começou a ser produzido em 1989 pela TV Cultura, e tinha como público alvo crianças de 4 a 6 anos. Foi a primeira série a ser produzida em parceria com a Fiesp, a Ciesp e o Sesi; não teve coprodução de emissora comercial. O projeto surgiu a partir do momento em que se percebeu que grande parte das crianças que ingressavam no ensino fundamental não haviam passado pela pré-escola, e por isso havia a necessidade de apresentar os conceitos básicos que deveriam ser aprendidos antes desse ingresso. O programa visava suprir essa necessidade e ao mesmo tempo divertir as crianças; sua intenção não era substituir a pré-escola, mas complementá-la, dando condições às crianças que ingressavam no ensino básico de acompanhá-lo sem desistir. Rá-Tim-Bum foi inspirado no programa Catavento, e como ele tinha a intenção de levar conhecimentos às crianças e complementar a pré-escola da rede pública, porém tinha muito mais recursos financeiros. Sua produção tornou-se referência mundial por sua preocupação com imagem, luz e som, recebendo em 1990 o prêmio medalha de ouro de melhor programa infantil no Festival Internacional de Cinema e TV de Nova York. Cada episódio tinha em torno de 30 minutos, não havia personagem principal mas diversos quadros com não mais que 3 minutos cada um, que apesar de isolados entre si e com diferentes linguagens, estavam interligados. Portanto era um formato fragmentado e ágil, uma inovação na televisão. O fato de os quadros serem curtos foi essencial para o sucesso do programa pois prendia a atenção da criança: quando ela começava a dispersar, um novo quadro introduzido por uma vinheta começava, chamando-lhe a atenção novamente. As responsáveis pela elaboração do projeto foram a professora Célia Marques, que era Coordenadora de Departamento de Ensino e Célia Regina, Coordenadora de Programação Infantil. Os roteiros eram divididos entre três escritores: Flávio de Souza, Cláudia Dalla Verde e Dionísio Jacob. Tanto os textos escritos quanto a gravação eram sempre acompanhados por uma pedagoga, que checava se a linguagem e pronúncia das palavras estavam corretas, e se não havia nenhuma situação representada que poderia colocar as crianças em risco, como coisas perigosas que crianças pudessem querer copiar. O programa tinha 2100 objetivos pedagógicos determinados e seus quadros eram baseados na cartilha elaborada pela equipe de psicólogos e pedagogas da emissora. Havia uma preocupação em tratar a criança como única, os personagens não se dirigiam ao público usando termos no plural como “amiguinhos" ou “pessoal”, e sempre mantinham uma abordagem pessoal.
Rá-Tim-Bum teve uma diversidade muito grande de personagens, cada um com uma finalidade pedagógica definida, uns fixos e outros variados conforme a história do quadro. A equipe era composta por 450 profissionais e utilizava-se dois estúdios, 82 cenários diferentes, mais de 800 figurinos e várias câmeras para esse programa. O processo de direção era dividido em várias etapas, chegando a ter 17 profissionais trabalhando na direção, tendo como Fernando Meirelles o diretor geral. Não havia um diretor específico para cada quadro, todos ajudavam em tudo, assim como acontecia no roteiro. As gravações funcionavam por personagens, ou seja, gravava-se os quadrso com determinado personagem em um dia, no dia seguinte gravava-se com outro personagem. Buscando facilitar a gravação, era usado um mesmo cenário a semana toda, para que não houvesse necessidade de montar, desmontar e remontar repetidas vezes. Depois quem encaixava os quadros de acordo com o tema de cada episódio era a edição. O Rá-Tim-Bum inovou na utilização da câmera, ao invés de usar o tripé e a câmera parada, ela estava sempre em movimento e aproximava-se do personagem e algumas vezes filmava de cima para baixo, imprimindo a interatividade entre criança e personagem. Também eram destaques do programa os efeitos especiais e animações. Foi um dos primeiros a usar fad branco, e a ter animação com sombra. O programa era considerado moderno na época, e ainda hoje sua linguagem atrai as crianças, sem deixar de cumprir seus objetivos. Gerou vários frutos como as séries Castelo e Ilha Rá-TimBum, que sem ele jamais teriam existido, e têm a mesma finalidade que é a educação infantil, além de um canal de TV a cabo exclusivo para o público infantil, a TV Rá-TimBum.
Mundo da Lua por Rafael Gonçalves No final da década de 80 devido aos altos índices de retenção de crianças da primeira série do ensino obrigatório, iniciou-se vários debates sobre a importância da TV na educação e na estimulação cognitiva das crianças. Buscando reverter essa situação, em 1989 a Cultura que passava por um fase complicada depois do incêndio de 1986, se concentrou bastante nessa questão e aproveitando um auxílio da Rede Globo, iniciava os projetos de uma nova série, o programa Mundo da Lua, uma criação de Flávio de Souza que partiu da ideia de se construir um seriado sobre uma família tradicional, algo parecido com novelas americanas da década de 50. Souza escreveu os primeiros episódios onde um garoto no meio dos acontecimentos cotidianos iria viver suas próprias aventuras fora da realidade. No entanto esses primeiros roteiros foram negados devido a postura da Emissora em relação a sua programação, o canal queria programas com conteúdo explicitamente educativos. No entanto depois de algumas reuniões junto ao criador e a parte pedagógica da
emissora, se chegou a concessão de que se o programa tivesse valores para a sociedade poderia ser educativo sem ser estritamente didático. Outro problema surgiu com o formato do programa, um garoto passar da realidade para a fantasia sem explicar o que estava acontecendo parecia algo absurdo e possivelmente muito complicado para as crianças distinguirem o real da fantasia. Para resolver isso foi criado um padrão utilizado em todos os episódios, uma divisão em 3 partes onde primeiro aparecia o garoto vivendo a realidade em sua casa com sua família, depois ele ligava o gravador e ia para o mundo da fantasia, por último, após viver sua aventura voltava à realidade. Resolvido os problemas com a concepção, foi então iniciada a produção com o apoio do Sesi e da TV Globo. A série estreou em outubro de 1991 e foi transmitido até setembro de 1992 na TV Cultura. Produzida em São Paulo e dirigida por Roberto Vignati, foram feitos 52 episódios que contaram com um elenco composto por nomes famosos como Antônio Fagundes, Gianfrancesco Guarnieri, Luciano Amaral, Mira Haar, Mayana Blum e Anna D'Lira e também vários outros “globais” como Marisa Orth e Edson Celulari. O enredo se desenvolvia com Lucas Silva e Silva um garoto de 10 anos que ganha um gravador de seu avô. Com esse dispositivo ele encontra a solução para seus problemas do dia a dia imaginando sua própria versão das coisas e como gostaria que elas fossem. Os episódios retrataram problemas comuns de um garoto de 10 anos, como a convivência em família e na escola, seus os ídolos musicais, a chegada de um novo irmão, etc. E ao final de cada episódio, era sempre transmitida uma lição de moral. A série possuía um orçamento muito baixo e por isso a criatividade foi essencial para o sucesso. Competindo com programas como Os Trapalhões, a série teve um começo sutil na televisão, mas recebeu um grande impulso quando, durante uma reorganização da grade, a Cultura decide realocar o programa para o horário nobre. Se tornou nessa época um sucesso estrondoso. A alta audiência fez a Tv Globo também exibir alguns episódios na sua programação, o que foi permitido graças a um pacto de contrato. Um detalhe é que quando exibido na Globo, o canal enfatizava a participação de seus atores Antônio Fagundes e Gianfrancesco Guarnieri com a mensagem “Atores gentilmente cedidos pela Globo“ na abertura do programa. A série foi altamente aclamada pela crítica e até ganhou o prêmio de Melhor Programa Infantil de 1992 pela Associação Paulista de Críticos de Arte. A TV Cultura aproveitou da popularidade do personagem Lucas e criou uma série vinhetas que serviriam de prelúdio para seu novo projeto, o Castelo Rá Tim Bum. Esses curtas foram feitos nos moldes que a emissora queria desde o começo e se constituía de um material explicitamente educativa. Com o título de “Lucas e Juquinha em perigo, perigo, perigo!”, apresentava Lucas Silva e Silva e um primo mais novo. Os
episódios eram basicamente um aviso dos perigos domésticos onde Lucas salvava seu primo de algum perigo como um ferro de passar, facas e remédios. Com direção de Cao Hamburger e roteiro de Flavio de Souza, apesar de possuir apenas alguns episódios e ter alguns minutos somente foi também ganhador de prêmios: medalha de ouro como Melhor Vídeo Institucional Educativo para TV, no Festival de Nova Iorque e Menção honrosa do Japan Prize como melhor programa educativo.
X-Tudo por Gustavo Bissoli X-Tudo estreou no dia 10 de abril de 1992, originalmente era exibido pela TV Cultura e produzido pelo SESI. A atração apresentava conteúdo de ciências e de literatura, se utilizando de entrevistas, experimentos científicos e truques de mágica. O programa foi muito vinculado às escolas por seu formato informativo e de boa carga cultural. X-Tudo trazia variedades com formato ágil, abordando assuntos do cotidiano e consolidando assim uma opção diferente para o público infantil da época. Um dos destaques que se pode dar ao programa era o estilo visual adotado. Eram utilizadas diversas animações em 3D e os atores quase sempre interagiam em um cenário virtual através do chroma key. Isso dava ao programa uma característica tecnológica, e um ritmo ágil que até os dias atuais pode ser considerado moderno. É importante lembrar que no início dos anos 90 a tecnologia de computação gráfica em 3D ainda era pouco utilizada, o programa, portanto, foi inovador ao se utilizar disso para propósitos educacionais. Um dos principais objetivos do programa era estimular o raciocínio, explorar o pensamento associado e dar a oportunidade para que o público ampliasse o seu universo e conhecimento. A linguagem verbal e visual garantia que o programa fosse atraente para as crianças, e assim, cumprisse todos os seus propósitos educacionais. De acordo com Maísa Zakzuk, uma das criadoras e diretora do programa, as pautas eram escolhidas através de longas reuniões e conversas com toda a equipe do programa, nas quais eram relatadas vivências que os próprios membros da equipe tinham e que acabavam virando temas para reportagem. Certa vez, conta ela, um produtor da equipe havia doado sangue e falou da importância daquele ato, isso gerou a ideia de fazer uma reportagem que foi muito elogiada pelos telespectadores e pelo Banco de Sangue do Hospital das Clínicas de São Paulo na época. Outra característica do programa, que também pode ser encontrada na grade da TV Cultura, é o tratamento diferenciado que o programa dava para a criança. As informações não eram apresentadas de maneira que a criança entendesse totalmente cada palavra de acordo com seu vocabulário limitado. Ao invés disso, X-Tudo muitas vezes se utilizava de palavras que poderiam ser consideradas difíceis para crianças compreenderem. Segundo a diretora Maísa Zakzuk, algumas palavras difíceis para o
público infantil não impediam a compreensão do conjunto, e isso possibilitava que o vocabulário da criança fosse aumentado através do programa, e mais ainda, isso despertava a curiosidade da criança para descobrir palavras novas a cada episódio. Essa filosofia pedagógica também permitiu que o programa não fosse apreciado exclusivamente pelo público infantil, ao contrário, muitos adultos poderiam acompanhar o programa sem problemas, pois o conteúdo era abrangente o suficiente para informar pessoas de todas as idades. Além da equipe técnica e criativa, X-Tudo contava também com uma equipe de consultoria formada de pedagogos, professores e psicólogos, que avaliavam cada programa desde a primeira sinopse até o produto final. Essas pessoas tinham o poder de vetar programas inteiros, caso fosse considerado que naquele produto existia algum elemento que fosse contra a proposta educativa do canal. Certa vez, por exemplo, uma cena do X-Tudo foi vetada, pois nela havia um jovem usando cotonete. Muitos médicos condenam o uso de cotonete, sobretudo por crianças, por isso a cena não foi ao ar. Além de detalhes mais evidentes como drogas, armas e objetos perigosos, os consultores zelavam para que o programa não exibisse detalhes mais embutidos, como preconceito, juízo de valores e desrespeito a natureza ou ao ser humano. O programa foi ao ar até novembro de 2002 e foi extinto devido a uma mudança de estratégia da TV Cultura que visava renovar sua programação infantil. É um dos programas infantis com produção mais longínqua na emissora, foram 10 anos de produção e as reprises são exibidas até hoje. O programa só não superou Cocoricó, que permaneceu 18 anos sendo produzido.
Castelo Rá-Tim-Bum por Luiz Ricardo Ribeiro Baseando-se nos erros e acertos do programa Rá-Tim-Bum, exibido na TV Cultura no início dos anos 90, foi proposto a seus roteiristas que reformulassem o programa e criassem novos quadros que preenchessem o programa. Durante o processo, segundo o roteirista Flávio de Souza, foram geradas tantas ideias que lhes foi sugerido a criação de um novo programa, aquele que veio a ser conhecido como Castelo Rá-TimBum. Do Rá-Tim-Bum original, além da experiência levada pela equipe, a influência é clara no roteiro. A personagem Nina que tinha um quadro inteiro onde refletia sobre questões do dia a dia com sua boneca “Careca” acabou inspirando o protagonista do Castelo, Nino, uma criança de 300 anos que passa o dia explorando os artefatos mágicos de seus tios e interagindo com seres fantásticos que lhe visitam de tempos em tempos. Ainda sobre inspirações, elas transcendem o universo previamente criado pelo canal e culminam em personagens como o Dr. Vitor, inspirado no artista Salvador Dalí, que
apesar dos seus 3 mil anos é apresentado sempre de forma jovial e nunca vê problemas em adentrar o universo lúdico das crianças e com elas brincar num patamar de igualdade. Outro caso onde as referências são explícitas é visto nos cientistas gêmeos Tíbio e Perônio, inspirados nos detetives atrapalhados Dupond e Dupont da série belga As aventuras de Timtim. Por fim, o próprio Castelo, um grande personagem que conecta vários universo, é baseado nas construções e mosaicos do arquiteto catalão Antoni Gaudí. Com tantas referências estrangeiras, pode-se pensar que o programa tentou mimetizar um ideário cultural europeu, mas muito pelo contrário. O foco do diretor Cao Hamburguer pode ser resumido a sua sentença: “Eu quero que as crianças acreditem que no meio de São Paulo exista um castelo onde elas possam brincar e se divertir”. Ele zelou para que cada aspecto da produção reforçasse a brasilidade da obra, seja no colorido dos figurinos ou nos quadros musicais. O castelo está mais para casarão abandonado da parte velha de São Paulo do que para uma fortaleza medieval construída no topo de uma colina. Falando em arquitetura, a parte interna do castelo foi construída num grande estúdio fixo que ficou montado por quase dois anos na sede da TV Cultura. Articulado a um grande hall de entrada estavam vários outros pequenos cenários que funcionavam como ambientes de aprendizado. À direita da entrada estava a cozinha, um ambiente onde as crianças aprendiam cuidados de higiene e eram apresentados a alternativas alimentares, como frutas típicas de certas regiões do Brasil. Do lado esquerdo ao hall, estava a sala de estar, um espaço cheio de artefatos mágicos dedicados à apresentação de outras culturas, por exemplo a caixinha de música e a lareira que exibiam pequenos shows musicais e de dança. Cada espaço era minunciosamente explorado, como os esgotos do castelo e os labirintos cavados por um ratinho cantor. Fortemente baseado na Teoria Construtivista, o programa quebrou vários estereótipos de outras produções que almejavam ser de caráter educativo. A informação não era imposta e raramente as crianças eram repreendidas, o conhecimento era construído através da interação dos personagens com o meio e tudo foi feito de forma a não subestimar a inteligência da criança. Para ilustrar essa filosofia, podemos recorrer ao episódio 69, as crianças impedidas de sair por causa da chuva forte, constroem sua própria praia de faz de conta no saguão do castelo. Várias crianças que assistiam estavam familiarizadas com o conceito de praia, mas outras tantas jamais haviam tido a oportunidade de ver o mar pessoalmente, para estas, a narrativa recorre a repentina aparição do Etevaldo, um alienígena que procura entender mais sobre a cultura humana, e neste dia, ele questiona os demais personagens sobre como é o mar e com areia de verdade é ensinado a brincar na praia.
Um risco que qualquer programa infantil corre é o de se tornar demasiado enfadonho e obsoleto já no seu lançamento, afinal, são adultos tentando emular o universo infantil. O Castelo, pode até ser considerado datado no quesito técnico, já que tendo em vista os 20 anos de sua existência, suas técnicas de captação não conseguem competir com a alta definição que vemos hoje. De um ponto de vista narrativo, porém, a história é outra. Os temas continuam muito vivos e seus quadros são quase atemporais. O personagem interpretado pelo ator e repórter Marcelos Tas, o Telekid, é a clara representação dessa atualidade. Seu quadro tinha como gatilho os muitos “porquês” do personagem caçula da turma, Zéquinha, esse por sua vez quando não recebia uma resposta satisfatória dos mais velhos, quebrava momentaneamente a diegese e olhava diretamente para a lente da câmera, assim estava fechada a evocação de Telekid, uma entidade quase onisciente que vive dentro do aparelho de TV. Esse conhecimento porém não estava em sua mente mas em um dispositivo móvel, não muito diferente dos aparelhos celulares que estariam no mercado quase uma década depois. A dúvida era então transmitida ao dispositivo que retornava a resposta na forma de vídeos informativos, exatamente como são os mecanismos de busca hoje em dia. A produção contou com aproximadamente 250 pessoas trabalhando simultaneamente nos quase dois anos de gravação, ou seja, estamos falando de um alto custo de produção ao longo dos 90 episódios que não seriam possíveis sem o apoio do então presidente do canal Roberto Muylaert. Durante sua gestão (1986-95), teve como meta o distanciamento dos canais europeus estatais e sem graça, ao passo que buscava a aproximação de uma tv pública de fato, espelhada em canais como a PBS e a BBC. Foi forte a produção infantil desse período e a métrica do sucesso dessa época pode ser medida pelos seus surpreendentes 12 pontos no Ibope, que correspondiam a 743 mil televisores ligados, uma estimativa de que dois milhões e duzentas mil pessoas sintonizavam no canal para ver o Castelo Rá-Tim-Bum. Lembrando que toda essa gente se encontrava – inicialmente - apenas no estado de São Paulo, o canal não possuía permissão por parte do governo federal para criar um canal satélite que tornaria possível a transmissão para fora do estado. Para encerrar, podemos enumerar outros tantos feitos notáveis que criam um abismo qualitativo entre o programa e muita coisa que veio depois. Por exemplo, a preocupação com as novas formatações familiares em ascensão. Apesar do programa trabalhar a fundo a psiquê das crianças, elas nunca falam sobre sua família, são seres autônomos e independentes, as únicas figuras de autoridade que aparecem de tempos e tempos são seus tios e tias. Outro tópico que deve ser observado aqui é a presença de temas vistos com receio por outras produções infantis, como é o caso da morte. No Castelo, durante os episódios onde aparece o tema morte, ela é abordada de forma
racional e laica e tudo gira em torno do amadurecimento emocional das crianças e por que não do próprio telespectador. A exibição original vai até 1997 e posteriormente reprisado inúmeras vezes. Repercutiu na criação de 12 livros, um espetáculo musical e um longa-metragem para o cinema, bem como na extensão da franquia, a Ilha Rá-Tim-Bum.
Cocoricó por Rafael César Ramos Cocoricó é um programa infantil que utiliza de bonecos para contar a história do menino Júlio, nascido na cidade grande e de férias na fazenda de seus avôs, acaba se apaixonando pelos animais e pela natureza. O fato de Júlio ser da cidade grande acabou criando um vínculo com o público, já que a maior concentração de expectadores origina-se de áreas urbanas. Da criação do programa até 2001, foi dirigido por Arcângelo Melo e Eliana Andrade que depois foram substituídos pelo próprio Fernando Gomes, criador do personagem Júlio para um especial de fim de ano da TV Cultura em 1989: Um banho de aventura. O programa teve muito sucesso e foi transmitido em várias emissoras no país e em outros países como Argentina pelo canal Pakapaka, no México pelo Nick Jr. e em outros pela TV Globo internacional. Cocoricó teve uma boa repercussão desde sua criação, sendo enfatizado as questões educativas e como elas eram abordadas pelo programa. Quebra-se o tabu de que televisão é um artificio exclusivo de entretenimento, com a presença de um programa (não o primeiro, mas um dos mais importantes) que consegue mesclar essa linha do divertimento com o educativo, ofertando um programa exímio. A série se utilizou de muitas música e cores, além de outros atrativos infantis para criar uma narrativa onde os bonecos abordavam de uma forma mais interessantes aos olhos de pré-escolares os problemas que aconteciam no mundo real. Transmitiam, dessa maneira, mensagens sobre amizade e cidadania, simpatia com os problemas dos outros e até mesmo assuntos abordados na escola, como matemática. É indispensável salientar o como somos ligados e dependentes dos meios de comunicação e como isso reflete no público infantil; Essa integração da televisão e educação é dito por muitos como necessária para a criação de caráter e persona pensante desse público. O programa desenvolve pontos importantes com as crianças, as tornando seres mais críticos com questões sociais. Podemos usar as músicas para exemplificar essas afirmações. No caso, a música é o artificio que preenche as pontas para desenvolver a narrativa. Os personagens fazem alguma pergunta e o programa solta uma batucada e dela, a resposta vem musicalmente. Cada música tem uma mensagem particular, muitas vezes falando sobre igualdade,
perseverança, amizade. Essa música também pode geral algum questionamento, criando uma participação metalinguística com o público. No núcleo infantil do canal, é notável como esses programas dialogam pautando a conscientização e integração social, com animais cantando canções e discutindo questões sociais, de forma fantasiosa mas efetiva e ainda mostrando pessoas diferentes convivendo no mesmo espaço, nunca excluindo indivíduos fosse por sua cor ou raça. Isso denota quão importante é a relação da televisão, o maior comunicador de massa, e a educação, quando a discussão se envolta em torno da construção ética, moral e de cidadania das crianças. Cocoricó promoveu a valorização do nosso país, os episódios se passam numa fazenda e seus personagens adotam um estilo de vida caipira, característico da nossa cultura, afirmando uma forte identificação nacional. Mesmo com todo o sucesso, o programa foi cancelado em 2013. No mesmo ano a Tv Cultura tentou implementar outros programas com os mesmos personagens, como um programa do Cocoricó ao vivo onde Júlio entrevistava pessoas reais, houve também outro programa onde os personagens narravam contos, ambos com menos repercussão que o original, que por sua vez, ganhou vários prêmios televisivos desde 1996, sendo o mais recente em 2014, onde ganhou troféu imprensa de Melhor programa infantil.
3. Considerações finais Durante as décadas de 80 e 90, embora muito conteúdo estrangeiro fosse transmitido, a TV Cultura produziu sua própria grade de qualidade para o público infantil. Séries como Castelo Rá-Tim-Bum, Mundo da Lua e Cocoricó são amadas até hoje. Aliás, essas séries continuam a ser reprisadas pelo canal e se mantém carro chefe em sua programação infantil. Embora a Cultura continue produzindo, as séries atuais não conseguem atingir o mesmo sucesso de público do passado. Isso se deve a diversos fatores, como a popularização das TVs pagas, que contam com canais voltados exclusivamente as crianças, ou a liberdade de acesso ao conteúdo criada pela Internet, que permite aos pais e crianças selecionar o conteúdo e horário que querem consumir produtos audiovisuais. Mesmo apresentando programas educativos e de qualidade a TV Cultura continua a perder espaço. Entre suas produções atuais estão: Quintal da Cultura, que apesar de simples, tem propostas educativas (e entre seus blocos transmite também a nova versão de Vila Sésamo, que conta com as cenas dos personagens Garibaldo e Bel produzidas na Cultura) e animações como Os Caça Livros. Além disso, a TV Cultura atua como coprodutora, incentivando produtoras independentes e criando oportunidades para que elas entrem no mercado. Desenhos animados como Carrapatos e Catapultas (produção da Zoom Elefante), Os
Ecoturistinhas (produção da MOLToons), são feitos em parceria ou encomendados pela Cultura. A plataforma Lum, da Fundação Padre Anchieta, é outro exemplo disso. Ela surgiu como um meio de intermediar e criar equipes para projetos transmídia, que mais tarde poderiam se tornar parcerias com a TV Cultura. Isso mostra que mesmo não tendo a mesma repercussão e prestígio do passado, a TV Cultura continua a se dedicar a programação infantil, se esforçando para levar conteúdo educativo e de qualidade para as crianças.
4. Referências Bibliográficas A) Referências em meios eletrônicos (websites consultados) o http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,bia-rosenberg-lanca-livro-sobrerelacao-entre-criancas-e-tv,213788 (acesso em: 06/11/2014) o http://www.imdb.com/title/tt1590957/ (acesso em: 06/11/2014) o http://www.dicionariompb.com.br/helio-ziskind/dados-artisticos (acesso em: 06/11/2014) o http://historiasdascoisas.blogspot.com.br/2013/12/cocorico.html (acesso em: 06/11/2014) o https://www.youtube.com/watch?v=fyvW8Ul5sOo (acesso em: 08/11/2014) o https://www.youtube.com/watch?v=VjRU7Mg40Iw (acesso em: 15/11/2014)
B) Artigos, livros e periódicos CARVALHO, M.A. Bambalalão: O teatro de bonecos interativo na TV. São Paulo, Universidade de São Paulo. 1995. COUTINHO, Josimar Brandão. A relação entre o Estado e a TV Educativa do Brasil: A particularidade da TV Cultura do Estado de São Paulo. Araraquara, Universidade Estadual Paulista. 2003. FILHO, Eduardo Amando de Barros. A TV Cultura de São Paulo vista pelo campo acadêmico. Assis, Universidade Estadual Paulista. 2008. LIMA, Jorge da Cunha. Uma História da TV Cultura. São Paulo: Imprensa Oficial de São Paulo. 2009. MACHADO, Sátira Pereira. Poesia Infantil na TV: A experiência do Castelo RáTim-Bum. Porto Alegre, EdiPUCRS, 2002. ROCHA, Lídia Vidigal. A história da TV Cultura em quatro fases. Palmas, Universidade Federal do Tocantins. 2010.
ROCHA, Liana Vidigal; SILVA, Edna de Melo. Quarenta anos de TV Cultura: a história da emissora de 1969 a 2009. Tocantins: Universidade Federal de Tocantins
5. Filmografia CASTELO RÁ-TIM-BUM ep. 69 - PRAIA. Direção: Cao Hamburger. Produção: Bia Rosenberg. Produtoras: TV Cultura - Brasil, 1996. 30 min. Color. Link para assistir ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=xJFBXNLbU3k (acesso em: 03/12/2014) COCORICÓ ep. Galinhas Globais. Direção: Fernando Gomes. Produtoras: TV Cultura, Fundação Padre Anchieta - Brasil, 2013. 12 min. Color. Link para assistir ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=MnCwOq2Uy6E (acesso em: 01/12/2014) Especial TV Cultura: BAMBALALÃO (1982). Produtoras: TV Cultura, Fundação Padre Anchieta Brasil, 2014. 38 min. Color. Link para assistir ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=fyvW8Ul5sOo (acesso em: 28/11/2014) LUCAS E JUQUINHA EM PERIGO! PERIGO! PERIGO! Ep. 03. Direção: Cao Hamburger. Produção: Roberto Vignati. Produtoras: TV Cultura, Fundação Padre Anchieta - Brasil, 1993. 01 min. Color. Link para assistir ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=QXoP6dontcs (acesso em: 15/11/2014) RÁ-TIM-BUM ep. Professor Tibúrcio desenha no ar. Direção: Cao Hamburger. Produtoras: TV Cultura, Fundação Padre Anchieta - Brasil, 1992. 45 min. Color. Link para assistir ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=XXxJVKLwe04 (acesso em: 28/11/2014) UM BANHO DE AVENTURA. Direção: Bia Rosenberg. Produção: Bia Rosenberg. Produtoras: TV Cultura, Fundação Padre Anchieta - Brasil, 1989. 45 min. Color. Link para assistir ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=437QaQ-JtN8 (acesso em: 06/11/2014) X-TUDO EXPERIÊNCIAS ep. A Flauta de Pan. Direção: Fernando Gomes. Produtoras: TV Cultura, Fundação Padre Anchieta - Brasil, 1990. 5 min. Color. Link para assistir ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=y3bK6_OavLc (acesso em: 23/11/2014) ENTREVISTA COM CLARISSE ABUJAMRA PARA A TV CULTURA. Produtora: TV Cultura, Fundação Padre Anchieta – Brasil, 2014. 2min. Color. Link para assistir a entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=R09nTRNC9p8 (acesso em 03/12/2014)
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