Projeto de pesquisa: Literatura, dissidência e rock\'n\'roll

Share Embed


Descrição do Produto

Projeto de Pesquisa

fev./2016 A.P. Leme Lopes Laboratório de Estudos das Ficções do Tempo Departamento de História Universidade de Brasília

ARTE, TEMPO, POLÍTICA E HISTÓRIA, ou, LITERATURA, DISSIDÊNCIA E ROCK ’N’ ROLL APRESENTAÇÃO DO TEMA Sigmund Freud afirmou, em 1906, que “os escritores são aliados valiosos e seu testemunho deve ser altamente considerado, pois sabem inúmeras coisas do céu e da terra, com as quais nem sonha a nossa filosofia”. 1 Em princípio, essa declaração é facilmente explicável; encontra-se na análise feita pelo médico austríaco do romance Gradiva (1903), de Wilhelm Jensen. Como essa devia-se à “curiosidade de se ocupar daqueles sonhos que jamais foram sonhados realmente, que foram imaginados por escritores e atribuídos a personagens inventadas, no contexto de uma narrativa”,2 parece natural que Freud justifique-a exaltando a importância do testemunho literário, e que a torna interessante é apenas o fato dessa justificativa ser feita por meio de uma referência à literatura (Hamlet, ato I, cena 5). Um pouco mais adiante, no entanto, no mesmo texto, aparece a afirmação de que “ele [o escritor] sempre foi um precursor da ciência”.3 Aqui, a análise freudiana já se ampliou e o autor está defendendo sua posição de tratar o romance de Jensen como um “estudo psiquiátrico”, ou, mais precisamente, uma “correta [...] representação literária de um caso clínico e seu tratamento”.4

1

FREUD, S. O delírio e os sonhos na Gradiva de W. Jensen. In: . Obras completas; v. 8: O delírio e os sonhos na Gradiva, Análise da fobia de um garoto de cinco anos e outros textos (1906-1909). Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Cia. das Letras, 2015. p. 16.

2

Idem, ibidem. p. 14.

3

Idem, ibidem. p. 60.

4

Idem, ibidem. p. 59, 60.

1

Projeto de Pesquisa

fev./2016

O que é notável nessa passagem é que, segundo o pai da psicanálise, o romancista não apenas podia apresentar em suas obras algo similar àquilo produzido por um cientista, mas também, normalmente, ele o fazia antes que qualquer cientista houvesse estudado a questão. Como, portanto, nós historiadores poderíamos enfrentar a situação em que um romancista – ou qualquer outro artista – produzisse não um “estudo psiquiátrico”, mas um “estudo histórico”, um “tratamento literário de um caso histórico”? A relação entre a historiografia e a literatura já é objeto de discussões há bastante tempo. Essas discussões, no entanto, costumam recair em dois pontos: 1) o estatuto narrativo do texto historiográfico; 2) o uso da literatura como documento histórico. O primeiro ponto é uma questão importante da teoria da história – e da teoria do texto, de maneira geral –, mas tem-se tornado cada vez mais pobre e repetitivo pela sua insistência na questão mimética e no traçar fronteiras entre ‘histórico’, ‘ficcional’, ‘literário’ e/ou ‘narrativo’, muitas vezes sem que todos esses termos sejam definidos de forma adequada (por exemplo, um estudo busca traçar a diferença entre o ‘histórico’ e o ‘narrativo’ e dedica-se longamente a sutilezas desses dois conceitos, mas trata a ideia de ‘literário’ como algo evidente e quase sinônimo de ‘ficcional’). No segundo ponto, infelizmente, a literatura é relegada a um papel marginal, no qual torna-se ilustração e confirmação daquilo que a história social (ou qualquer outro tipo de história) já confirmou por meio de documentos tradicionais.5 O que se pretende neste projeto é algo bem diferente. É tentar compreender como os artistas apresentam suas visões de um determinado evento. Pense-se, por exemplo, no quadro de Albrecht Altdorfer, A batalha de Alexandre (1529, têmpera sobre madeira, 158 x 120 cm), hoje na Alte Pinakothek de Munique. Tratar-se-ia, do nosso ponto de vista, de uma história da batalha de Issus, em 333 a.C., entre Alexandre III, ‘o Grande’, da Macedônia e Dario III, último monarca aquemênida da Pérsia. Trata-se de uma história não convencional, não é historiografia, sem dúvida, mas não obstante seu caráter não

5

Cf. FARIA, D. Quando os poetas se despediram da felicidade: Baudelaire e Dostoievski criticam as utopias. História: questões & debates, Curitiba, n. 44, 2005. p. 70.

2

Projeto de Pesquisa

fev./2016

acadêmico, Reinhart Koselleck analisou-a cuidadosamente para iluminar suas concepções temporais, suas ideias políticas e qual a história contada pelo pintor.6 Aqui temos que colocar um ponto: o que nos permitiria classificar uma obra como um “tratamento artístico de um caso histórico”? Não podemos, me parece, nos aferrar à questão metodológica, pois o método histórico, a crítica das fontes, é justamente o que caracteriza a historiografia acadêmica e, creio que já deixamos claro, nossas histórias artísticas são não convencionais precisamente no sentido de não seguirem as regras da academia histórica. Será necessário, portanto, prendermo-nos a questões teóricas. As obras que tratam artisticamente a história apresentam, artisticamente, alguma teoria do tempo e algum posicionamento político. Por que essas duas questões? Em primeiro lugar, porque a historiografia é filha da temporalidade; é a maneira científica que o Ocidente encontrou de apresentar a temporalidade em uma forma literária. Assim, qualquer obra que lide com a história, mesmo que de forma artística, terá que lidar com o tempo. E, da mesma forma, a historiografia nasceu com a política. Embora seus temas tenham se diversificado há mais de um século e ela não seja mais apenas história da política, “a história é um empreendimento público […] a expressão política da historiografia é uma redundância. O escritor de história é um grafo da pólis”. 7 Assim, acredito que toda obra que lide artisticamente com o tempo e com a história também apresentará uma posição política. Mas por que deveríamos dar atenção a essas histórias não convencionais? Bem, em parte, por que essas histórias dissidentes nos ajudam a iluminar nossa própria historiografia oficial, seus pontos fortes e também suas limitações. Outra razão é que as histórias não acadêmicas se relacionam com o passado de maneiras diferentes da historiografia e, portanto, podem compreendê-lo de maneira diferente, ampliando as possibilidades historiográficas. E, por fim: “explorar as maneiras não convencionais nas

6

Cf. KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas & Carlos Almeida Pereira; revisão de César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto/Ed. PUC-Rio, 2006. p. 21-23. Quando afirmo que essa pintura tem um caráter ‘não-acadêmico’, estou pensando apenas em seu estatuto como história. Do ponto de vista artístico, trata-se de um quadro totalmente ‘acadêmico’, realizado completamente dentro das ‘regras da arte’.

7

MURPHY, J.J. The politics of historiography. Rhetoric Review, Normal, IL v. 7, n. 1, 1988. p. 5.

3

Projeto de Pesquisa

fev./2016

quais a história está sendo apresentada pode revelar novos recursos conceituais e novas formas de representação que podem ser úteis para aprofundar as possibilidades da história como disciplina e para lançar luz no que entender o passado envolve”.8 Como, porém, iremos proceder para estudar essa questão? Há, sem dúvida, um sem número de obras que se encaixam em nossa – limitada – definição. Não podemos estudá-las todas. Teremos que eleger um estudo de caso. Do ponto de vista da história, usamos estudos de caso para compreender a situação concreta de uma hipótese que definimos a priori.9 Não obstante, se quisermos realizar um estudo aprofundado do tratamento artístico dado à história, não poderemos nos limitar ao estudo de um único caso, ou melhor, de uma única obra. Assim, nosso caso será formado por uma situação histórica abordada por mais de uma obra artística. Escolhi, portanto, a história da Tchecoslováquia, país da Europa Central, que tem uma história bastante peculiar. Surgida em 1918, das ruínas da monarquia dual austrohúngara, experimentou quase todas as formas de governo conhecidas na Europa durante o século XX: a democracia liberal da Primeira República (1918-1938), o nazismo no Protetorado da Boêmia e Morávia e na Primeira República Eslovaca (1939-1945); o socialismo democrático da Terceira República (1945-1948); o período estalinista entre 1948 e 1963; as promessas não cumpridas de liberalização (1963-1968); o ‘sonho democrático’ da Primavera de Praga e a invasão das tropas do Pacto de Varsóvia com a subsequente ocupação militar até 1991; a ‘normalização’ sob Gustáv Husák (1969–1987); a estranha ‘perestroika’ linha-dura de Miloš Jakeš (1987-1989); a Revolução de Veludo e o retorno da democracia (1989-1992); e, por fim, a divisão do país em dois Estados independentes. 10

8

FAY, B. Unconventional history. History and theory: studies in the philosophy of history, Middletown, CT, theme issue 41, dez. 2002. p. 1. 9 Podemos, por exemplo, definir como hipótese histórica geral que o ano de 1989 marca o fim do comunismo no leste da Europa e estudarmos o ‘caso’ soviético, o ‘caso’ alemão, o ‘caso’ polonês, o ‘caso’ tchecoslovaco, e assim por diante. Cf. WIEVIORKA, M. Case studies: history or sociology? In: RAGIN, C.C. & BECKER, H.S. (eds.). What is a case? Exploring the foundations of social inquiry. Cambridge: Cambridge University Press, 1992. p. 161-162. 10

Cf. CASANOVA, M. Intelectuales de la disidencia y literatura «samizdat» en Checoslovaquia. Espacio, Tiempo y Forma, Madri, série V, t. 13, 2000. p. 316.

4

Projeto de Pesquisa

fev./2016

As obras escolhidas para compor nosso estudo se concentram na história do período conhecido como Primavera de Praga e na repressão estatal conhecida como ‘normalização’ que se seguiu à invasão militar de 1968. Esse momento, portanto, formará o cerne de nosso ‘caso’. Serão selecionadas, no entanto, duas obras que versam sobre o período anterior, da instalação do comunismo, da euforia inicial e das decepções que se seguiram, que serão, portanto, usadas como uma espécie de ‘grupo de controle’ em relação às demais. Todos os artistas escolhidos encontravam-se em oposição ao governo. Suas obras desafiaram as convenções, doutrinas e a política do regime estabelecido na Tchecoslováquia. Portanto, além das questões temporal e política, outro ponto essencial neste projeto é a ideia de dissidência. Além do mais, seguindo nossa tese, essas obras desafiam as convenções e preceitos da historiografia. Trata-se, portanto, de uma dupla dissidência. OBJETIVOS OBJETIVO GERAL



Compreender como o mundo ficcional criado pelos artistas pode nos ajudar a iluminar o passado histórico.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS



Desvendar as concepções de tempo e política nas ‘produções históricas não acadêmicas’ realizadas por artistas;



Analisar a arte como ação política;



Refletir sobre a questão da dissidência na arte e na historiografia;



Examinar o ‘caso’ da produção artística sobre a ‘normalização’ pósPrimavera de Praga na Tchecoslováquia.

METODOLOGIA Diversas obras artísticas contam histórias dessa época, mas as escolhidas para compor nosso estudo de caso são: 1) o romance O machado (Sekyra, 1966), de Ludvík Vaculík, que narra a desilusão de um jornalista com o comunismo e suas memórias do pai, um convicto comunista que saudava as mudanças no país em seguida à implantação do 5

Projeto de Pesquisa

fev./2016

comunismo; 2) o romance de estreia de Milan Kundera, A brincadeira (Žert, 1967), que conta como a vida de uma pessoa foi afetada por uma brincadeira que o fez ser expulso do partido comunista e proibido de continuar seus estudos universitários; 3) o romance A insustentável leveza do ser (Nesnesitelná lehkost bytí, 1982), também de Kundera, que acompanha a vida de cinco personagens na Tchecoslováquia e na Suíça de 1968 até o final da década de 1970; 4) as chamadas ‘peças Vaněk’, escritas por Václav Havel (Audiência [Audience, 1975]; Vernissage [Vernisáž, 1975]; Protesto [Protest, 1978]; e Cinco primos [Pět tet, 2010]), Pavel Kohout (Licença [Atest, 1978]; Pântano [Marast, 1979]; e Safari [1985]), Pavel Landovský (Noite de higienização [Sanitární noc, 1976]; e Punição [Arest, 1981]) e Jiří Dienstbier (Recepção [Příjem, 1978]), que têm em comum a personagem de Ferdinand Vaněk, originalmente um alter-ego de Havel – um dramaturgo censurado que trabalha em uma cervejaria, assim como ele – que, com cada peça, acabou se tornando uma espécie de símbolo da resistência ao comunismo; 11 5) o romance Nem santos, nem anjos (Ani svatí, ani andělé, 1999), de Ivan Klíma, que a partir de uma personagem nascida no dia da morte de Stálin, conta a história de três gerações de uma família desde a Segunda Guerra até a República Tcheca atual; e 6) a peça Rock ’n’ roll (2006), de Tom Stoppard, que conta a história de um estudante tcheco de Cambridge que resolve voltar à Praga para “salvar o rock” quando ouve a notícia da invasão até a Revolução de Veludo. Outra referência fundamental neste projeto, embora não se trate de uma fonte direta, é a música do grupo The plastic people of the universe (PPU). Formado menos de um mês depois da invasão das tropas do Pacto de Varsóvia pelo baixista Milan “Mejla” Hlavsa, o Plastic people era fortemente influenciado pela música ocidental, tendo suas principais referências no rock de Frank Zappa e Velvet Underground. A partir de 1969, o crítico e historiador da arte Ivan Jirous se tornou seu empresário e produtor, apresentando o grupo ao canadense Paul Wilson, que lhes ensinou inglês, traduziu suas letras e foi o principal cantor do grupo até 1972. Durante a década de 1970, o PPU se tornou uma das principais referências da cena underground da Tchecoslováquia e, como tal, um dos principais alvos do regime comunista. O importante manifesto Carta 77, assinado por

11

Cf. HOLÝ, J. Writers under siege: Czech literature since 1945. Brighton: Sussex Academic Press, 2008. p. 175.

6

Projeto de Pesquisa

fev./2016

nomes como Havel e o filósofo Jan Patočka, entre outros importantes líderes da dissidência, foi motivado em grande parte pela prisão e julgamento dos membros da banda em 1976. O PPU, além disso, é diretamente citado e sua música tem importante participação na supracitada peça Rock ’n’ Roll, de Tom Stoppard, embora seus membros não apareçam diretamente. Patočka, aliás, é uma referência teórica importante neste projeto. Aluno de Husserl e Heidegger, foi um dos maiores filósofos tchecos e um dos grandes pensadores do século XX, apesar de pouco conhecido no Ocidente. Em sua última obra, Ensaios heréticos sobre a filosofia da história (Kacirské eseje o filozofii dejin, 1975), o tcheco se aproxima de Hannah Arendt para afirmar que a política pertence a uma ordem distinta da gestão da economia ou do trabalho e que seu único objetivo é a liberdade, não o bemestar e muito menos a sobrevivência. Afirma também que o homem político é, em última medida, o homem histórico, pois a história testemunha a realização da liberdade no espaço público e que a filosofia é o pensamento livre aplicado às condições de possibilidade da política e da história. Diferentemente de seus interlocutores, no entanto, Patočka tem uma visão muito mais trágica da história e busca em Heráclito uma origem diferente para essa trilogia: “polemos [a guerra, o combate] é ao mesmo tempo o que engendra a cidade e a intuição original que faz possível a filosofia”.12 Mas polemos – e o século XX foi uma guerra quase contínua, segundo o filósofo –, sempre foi abordado do ponto de vista da paz, da luz e da vida e, assim, a história aparece como um continuum no qual os homens cumprem sua função dentro do movimento geral e onde a morte seria apenas um hiato desagradável. A ideia de que polemos em si mesmo possa ter um valor explicativo, que tenha em si poder de conferir um sentido, é “uma ideia profundamente alheia a todas as filosofias da história”.13 A única solução aceitável para o problema da história consistiria em uma paradoxal “solução conflituosa do conflito”.14

12

PATOČKA, J. Ensayos heréticos sobre la filosofía de la historia seguido de Glosas. Tradução de Alberto Clavería; prólogo de Paul Ricœur. Barcelona: Península, 1988. p. 64.

13

Idem, ibidem. p. 144.

14

PATOČKA, J. Seminari sobre l’era técnica. In: . Liberté et sacrifice. Ecrits politiques. Tradução de Erika Abrams. Grenoble: Jérôme Millon, 1990. p. 298.

7

Projeto de Pesquisa

fev./2016

Durante os anos 1939-1945, quando as universidades tchecas foram fechadas pelos nazistas, e após 1968, Jan Patočka foi proibido de lecionar e passou à ilegalidade. Apenas alguns de seus livros foram publicados e a maioria de sua obra circulou na forma de textos datilografados mantido pelos alunos. Junto com outros intelectuais proibidos, deu palestras na chamada ‘Universidade Clandestina’, que era uma instituição informal que tentou oferecer uma educação gratuita e livre da censura. Foi um dos fundadores e tornou-se o principal porta-voz do movimento de direitos humanos Carta 77. A partir de então, tornou-se alvo preferencial da polícia secreta e, depois de um interrogatório que teria durado mais de dez horas – aparentemente um pretexto para impedi-lo de comparecer a uma recepção em sua homenagem na embaixada da Alemanha Ocidental –, faleceu em 13 mar. 1977 aos 69 anos. Todos os autores a serem trabalhados são tchecos. Ludvík Vaculík e Tom Stoppard (nome de batismo Tomáš Straussler) nasceram na Valáquia Morava, região mais ao leste do país, perto da fronteira com a Eslováquia; Milan Kundera nasceu em Brno, terceira cidade da Tchecoslováquia em população e área (segunda na República Tcheca) e capital histórica do Marquesado da Morávia; Pavel Landovský, em Německý Brod, na Boêmia, nas terras altas que formam a fronteira com a Morávia; Jiří Dienstbier, em Kladno, um pouco ao norte de Praga, na Boêmia central; e os demais, Havel, Kohout e Klíma, vieram ao mundo na capital. Todos são artistas e dissidentes. Kundera e Havel estão entre os nomes tchecos mais conhecidos no mundo. O primeiro foi roteirista e poeta, diversas vezes indicado ao prêmio Nobel de literatura por seus romances. Decepcionado com os rumos do país durante a ‘normalização’, Kundera emigrou para a França em 1975 e teve sua cidadania tchecoslovaca cancelada em 1979. Tornou-se cidadão francês em 1981 e, a partir de 1985 passou a traduzir toda sua obra para o francês, passando a escrever diretamente nesse idioma a partir de 1995. Recentemente, por ocasião de um congresso em sua homenagem em sua cidade natal, recusou o convite declarando que se via como um escritor francês e que sua obra deveria ser estudada como literatura francesa e assim classificada nas livrarias.

8

Projeto de Pesquisa

fev./2016

Havel, dramaturgo e poeta de vanguarda, com diversos prêmios em toda a Europa, foi um dos fundadores da Carta 77 e tornou-se um dos principais nomes da dissidência em toda a Europa do Leste com seu ensaio O poder dos sem poder (Moc bezmocných, 1978), que discutia a natureza dos regimes pós-totalitários e como eles faziam com que cidadãos comuns se tornassem dissidentes, como essas pessoas podiam resistir ao sistema e clama por uma “revolução existencial” como solução política. Foi o último presidente da Tchecoslováquia e o primeiro presidente da República Tcheca; faleceu em dez. 2011. Depois de Kundera, o escritor tcheco mais traduzido no exterior é Ivan Klíma. Editor da revista da União dos Escritores Tchecoslovacos, membro do partido comunista até 1967, professor universitário, autor de romances, contos, peças de teatro, ensaios e livros infantis, ele se recusou a deixar o país e sempre escreveu sobre Praga. Vakulík foi um grande romancista, mas seu discurso no IV Congresso da União dos Escritores Tchecoslovacos em 1967 fez com que fosse expulso do partido comunista. No ano seguinte, escreveu o manifesto Duas mil palavras, apontado por muitos como a causa da invasão militar que encerrou a experiência da Primavera de Praga. Fundou uma editora clandestina para publicar autores proibidos e foi um dos signatários da Carta 77; faleceu em jun. 2015. Pavel Kohout foi dramaturgo, romancista e poeta. Participou da Primavera de Praga, foi perseguido pela normalização (também foi signatário da Carta 77) e formou o grupo Teatro da sala de estar com Pavel Landovský e outros. Landovský foi ator, diretor e dramaturgo. Proibido de trabalhar no teatro, passou a atuar com Kohout e outras celebridades do teatro tchecoslovaco em casas particulares. Agredidos pela polícia diversas vezes, ambos acabaram emigrando para a Áustria. Landovský faleceu em out. 2014. Tom Stoppard é dramaturgo e roteirista, premiado em Hollywood e na Broadway. Nascido na Tchecoslováquia, sua família judia deixou o país em 1939 para escapar da invasão nazista e, após a morte de seu pai durante a conquista japonesa de Singapura, sua mãe se casou com um oficial inglês que lhe deu seu sobrenome e a cidadania britânica.

9

Projeto de Pesquisa

fev./2016

Escreveu inúmeras obras e seus temas versam quase sempre sobre direitos humanos, censura e liberdade política, misturados com linguística e filosofia. Por fim, Jiří Dienstbier é quase uma exceção, pois seu trabalho mais importante sempre foi como jornalista e ele era um dos mais respeitados correspondentes estrangeiros da Tchecoslováquia antes de ser demitido após a Primavera de Praga. Passou então a trabalhar de faxineiro por duas décadas, durante as quais escreveu peças de teatro e outras obras de ficção – e dirigiu um jornal clandestino. Após a Revolução de Veludo, tornou-se ministro das relações exteriores e, posteriormente, senador. Faleceu em jan. 2011. Esses artistas foram perseguidos, censurados e reprimidos pelo sistema comunista ou lutaram contra a censura e a perseguição de seus colegas. Alguns agiram de acordo com a tradição da resistência política: escreveram manifestos, organizaram documentos, distribuíram panfletos… outros se exilaram (no exterior ou mesmo no interior do próprio país), mas sua arte continuava desafiando o governo e este continuava perseguindo-os por isso, mesmo quando um desses artistas afirmou que “não tinha ambição política e não pretendia destruir o comunismo”.15 Como já dissemos, uma questão essencial neste projeto será a da dissidência. Uma referência teórica importante para tratar esse assunto é o ensaio de Václav Havel, O poder dos sem poder (Moc bezmocných, 1978), dedicado à memória de Jan Patočka. Depois de examinar as características do regime comunista tchecoslovaco – que ele classifica como pós-totalitário, por diferenciar-se das ditaduras tradicionais, mas ser tão totalitário quanto elas –, Havel discute de que maneira pode-se formar uma oposição em tais regimes e qual seria a natureza da dissidência. De uma certa forma, podemos dizer que essas obras artístico-históricas são, também, uma dissidência à historiografia. Elas desafiam seus cânones, suas convenções. Onde já se viu, por exemplo, fazer história – nossa hipótese, não nos esqueçamos, é que essas obras artísticas são histórias – sem pesquisa de fontes?

15

BERGREEN, L. Mothers, Plastic people and Václav Havel – underground culture and changes in society in Czechoslovakia. In. HORGBY, B. & NILSSON, F. (eds.). Rockin’ the borders: rock music and social, cultural and political change. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars, 2010. p. 60.

10

Projeto de Pesquisa

fev./2016

Mas desde meados do século XIX, a literatura rivalizava com a descrição científica da sociedade e o escritor almejava muitas vezes analisar as ‘espécies’ que constituem a sociedade e “escrever a verdadeira história da moral”, que os historiadores oitocentistas, concentrados nas ações do Estado, não relatavam. Pode-se pensar, por exemplo, na sociologie pratique professada por Émile Zola ou, então, no escritor de ficção científica britânico H.G. Wells, que acreditava fazer “uma sociologia na qual subjetividade e objetividade, beleza e verdade se mesclassem”, uma investigação da sociedade que não era “arte no sentido convencional, nem ciência no sentido estrito, mas um saber criativo apresentado num colorido pessoal: literatura”.16 O sucesso de tal empreitada pode ser medido pelas declarações de Friedrich Engels: Balzac, que considero um mestre do realismo bem superior a todos os Zolas passés, présents et a venir [do passado, presente e futuro], em La Comédie humaine nos dá uma história maravilhosamente realista da ‘sociedade’ francesa, especialmente de le monde parisien [a ‘alta sociedade’ de Paris] […]. Ele descreve como os últimos remanescentes dessa, para ele, sociedade modelo sucumbiram diante da intrusão do arrivista endinheirado vulgar, ou foram corrompidos por ele; como a grande dama cujas infidelidades conjugais eram apenas um modo de se afirmar em perfeita consonância com a maneira como ela fora descartada em casamento, deu lugar à burguesa que corneava seu marido por dinheiro ou presentes [cash or cashmere, no original]; e em torno desse quadro central ele reúne uma história completa da Sociedade Francesa da qual, mesmo nos seus pormenores econômicos (por exemplo, a redistribuição da propriedade imobiliária e pessoal depois da Revolução Francesa), aprendi mais do que de todos os professos historiadores, economistas e estatísticos da época juntos.17

Até mesmo os historiadores se renderiam à importância explicativa da literatura. Hippolyte Taine, que defendia uma história científica, baseada nos princípios de análise (identificar os fatos nos documentos), classificação (dos fatos em categorias), definição (resumir essas categorias em fórmulas simples) e estabelecimento de relações (para fazer uma síntese), afirmou que a obra de Balzac, Shakespeare e do duque de Saint-Simon eram

16

LEPENIES, W. As três culturas. Tradução de Maria Clara Cescato. São Paulo: Edusp, 1996. p. 14, 153.

17

ENGELS, F. Engels to Margaret Harkness. April, 1888. In: Marx & Engels Internet Archive: Letters. Disponível em . Acesso em 17 fev. 2016. Tradução minha.

11

Projeto de Pesquisa

fev./2016

“a maior coletânea de documentos que possuímos sobre a natureza humana”.18 Ora, segundo Freud, “a caracterização da vida psíquica humana é, de fato, o autêntico domínio do escritor”.19 Nada melhor, portanto, que a literatura para explicar o homem. RESULTADOS ESPERADOS Este projeto, na realidade, já se encontra iniciado e seu primeiro resultado foi um curso optativo oferecido pelo Departamento de História no segundo semestre de 2015 para alunos de graduação. Neste curso, fizemos uma extensa introdução histórica à situação da Tchecoslováquia e, em uma segunda etapa, discutimos detalhadamente obras de Milan Kundera (o romance A brincadeira, seu discurso no IV Congresso da União dos Escritores Tchecoslovacos e dois artigos de jornal no qual discutia os resultados da Primavera de Praga e da invasão militar de 1968), Václav Havel (a peça Audiência, um artigo de jornal que dialogava com os artigos de Kundera supracitados e o ensaio O poder dos sem poder) e Tom Stoppard (as peças O Hamlet de Dogg, o Macbeth de Cahoot e Rock ‘n’ roll). Outros cursos optativos estão planejados, tanto para graduação quanto para pós-graduação, no qual algumas questões mais específicas deste projeto serão abordadas de forma mais detalhada. Além disso, pretendo publicar artigos sobre a filosofia da história de Jan Patočka, sobre o debate político entre Kundera e Havel, sobre a ação e a não-ação política dos autores estudados, sobre a questão do exílio na literatura tcheca (Kundera e Stoppard), além de estudos detalhados de cada uma das fontes deste projeto, em separado ou relacionalmente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FONTES DIENSTBIER, J.; HAVEL, V.; KOHOUT, P.; LANDOVSKÝ, P. The Vaněk plays: four authors, one character. Edição de Markéta Goetz-Stankiewicz. Vancouver: University of British Columbia Press, 1987.

18

LEPENIES, W. As três culturas. Tradução de Maria Clara Cescato. São Paulo: Edusp, 1996. p. 15.

19

FREUD, S. O delírio e os sonhos na Gradiva de W. Jensen. In: . Obras completas; v. 8: O delírio e os sonhos na Gradiva, Análise da fobia de um garoto de cinco anos e outros textos (1906-1909). Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Cia. das Letras, 2015. p. 60.

12

Projeto de Pesquisa

fev./2016

HAVEL, V. An interview with Václav Havel: depoimento [2008]. Nova Iorque: Society, v. 45, p. 911. Entrevista concedida a James F. Pontuso. . Audiência, Vernissage e Petição. Teatro. Tradução de Anna de Almeidova e José Vidal de Almeida. Lisboa: Relógio d’Água, [1990], p. 21-102. . Cartas a Olga (junho de 1979 a janeiro de 1983). Tradução por Lóris Machado, Dinah Abreu Azevedo & Mitsue Morissawa. São Paulo: Estação Liberdade, 1992. . Czech destiny? Tradução de Tim West. Disponível em . Acesso em 11 jun. 2015. Publicado originalmente em fev. 1969. . De l’est vers l’ouest. De l’ouest vers l’est. Lignes, Paris, n. 8, p. 11-20, 1989. . Disturbing the peace. A conversation with Karel Hvížďala. Tradução e introdução por Paul Wilson. Londres/Boston, MA: Faber and Faber, 1990. Publicado originalmente em 1986. . Fact or fiction? The best as well as the worst of twentieth-century experiences have been generated in Europe. Index on Censorship, Londres, v. 30, n. 2: Special issue: Identikit Europe, p. 60-62, 2001. . Kosovo y el final del Estado-nación. Pasajes, Valência, Espanha, n. 2, p. 36-41, jan.-abr. 2000. . Open letters. Selected writings 1965-1990. Seleção e edição de Paul Wilson. Nova Iorque: Vintage Books, 1992. . Poesia & teatro. Tradução por Eva Batlickova. São Paulo: Annablume, 2010. . Six asides about culture. Cardozo Studies in Law and Literature, Oakland, CA/Nova Iorque, v. 2, n. 1, pp. 43-52, 1990. HLAVSA, M. Interview transcripts from the archive: depoimento [2010]. Milwaukee, WI: Unknown legends of rock ’n’ roll. Entrevista concedida a Richie Unterberger. . Plastic People of the Universe: depoimento [2001]. Nova Iorque: Perfect Sound Forever: the online music magazine with warped perspectives. Entrevista concedida a Jason Gross. KLÍMA, I. Amor e lixo. Tradução de Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: BestBolso, 2007. Publicado originalmente em 1986. . My crazy century: a memoir. Tradução de Craig Craves. Nova Iorque: Grove Press, 2013. Publicado originalmente em 2009. . Nem santos, nem anjos. Tradução de Aleksandar Jovanovic. Rio de Janeiro: Record, 2006. Publicado originalmente em 1999. . The European cultural tradition and the limits of growth. Philosophy and Literature, Baltimore, MD, v. 17, n. 1, p. 77-83, abr. 1993. . The spirit of Prague and other essays. Tradução de Paul Wilson. Londres: Granta Books, 1998. Publicado originalmente em 1995. KOHOUT, P. I am snowing: The confessions of a woman of Prague. Tradução de Neil Bermel. Boston, MA: Mariner Books, 1995. Publicado originalmente em 1992. . Pauvre assassin. Tradução de Jean Jourdheuil e Heinz Schwarzinger. Paris: L’avant scène, 1978. Publicado originalmente em 1973.

13

Projeto de Pesquisa

fev./2016

. The hangwoman. Tradução de Kača Poláčková-Henley. Nova Jersey, NJ: Putnam, 1981. Publicado originalmente em 1979. KUNDERA, M. A brincadeira. Versão francesa traduzida do tcheco por Marcel Aymonin, totalmente revista por Claude Courtot e pelo autor; tradução portuguesa por Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca & Anna Lucia Moojen de Andrada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. Publicado originalmente em 1967. . A insustentável leveza do ser. Tradução por Tereza B. Carvalho da Fonseca. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Publicado originalmente em 1983. . Czech destiny. Tradução de Tim West. Disponível em . Acesso em 11 jun. 2015. Publicado originalmente em dez. 1968. . Le Rideau. Essai en sept parties. Paris: Gallimard, 2005. . Les testaments trahis. Paris: Gallimard, 1993. . Milan Kundera: depoimento [1985]. Cambridge, MA: Performing Arts Journal, v. 9, n. 1, p. 25-27. Entrevista concedida a Arthur Holmberg. . O livro do riso e do esquecimento. Tradução por Tereza B. Carvalho da Fonseca. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. Publicado originalmente em 1978. . Radicalism and exhibitionism. Tradução de Tim West. Disponível . Acesso em 11 jun. 2015. Publicado originalmente em mar. 1969.

em

. Speech made at the Fourth Congress of the Czechoslovak Writers. Prague Writer’s Festival, Projects, 1968. Disponível em . Acesso em 30 jun. 2015. Originalmente pronunciado em 27 jun. 1967. PATOČKA, J. Heretical Essays in the Philosophy of History. Edição por James Dodd; tradução de Erazim Kohák. Peru, IL: Open Court, 1996. . Essais hérétiques : sur la philosophie de l’histoire. Tradução de Erika Abrams; prefácio de Paul Ricœur; posfácio de Roman Jakobson. Lagrasse, França: Verdier, 2007. RIEDEL, J. (ed.). The Plastic People of the Universe. Lyrics. Praga: Maťa, 1997.

14

Projeto de Pesquisa

fev./2016

STOPPARD, T. An interview with Tom Stoppard: depoimento [1981]. Madison, WI: Contemporary Literature, v. 22, n. 2, p. 153-166. Entrevista concedida a Nancy Shields Hardin. . Rock ‘n’ roll. Londres: Faber & Faber, 2006. . Rock ‘n’ roll e outras peças. Tradução e introdução de Caetano W. Galindo. São Paulo: Cia. das Letras, 2011. . The playwright and the professors: depoimento [1994]. Norman, OK: South Central Review, v. 11, n. 4, pp. 1-14. Entrevista concedida a Katherine E. Kelly e William W. Demastes. . Tom Stoppard: depoimento [2008]. São Paulo: Roda Viva. Entrevista concedida a Lilian Witte Fibe, Marcos Strecker, Michel Laub, Mona Dorf, Ubiratan Brasil e Valéria Grillo. Disponível em . Acesso em 5 ago. 2015. . Tom Stoppard: plays; 1 – The real inspector Hound, After Magritte, Dirty linen, Newfound-land, Dogg’s Hamlet, Cahoot’s Macbeth. Londres: Faber & Faber, 1997. . Tom Stoppard: plays; 3 – A separate peace, Teeth, Another moon called Earth, Neutral ground, Professional foul, Squaring the circle. Londres: Faber & Faber, 1998. VACULÍK, L. A cup of coffee with my interrogator. The Prague chronicles. Tradução de George Theiner; introdução de Václav Havel. Londres: Reader’s International, 1987. . The axe. Tradução de Marian Sling. Evanston, IL: Northwestern University Press, 1994. Publicado originalmente em 1966. . The guinea pigs. Tradução de Kača Poláčková; ilustrações de Jan Vaculík. Rochester, NY: Open Letter, 2011. Publicado originalmente em 1970. . The relations between citizen and power: contribution at the Czechoslovak writers' conference. Londres: Liberal Publication Dept., 1967. BIBLIOGRAFIA DE APOIO ADICIONAL ABRAMS, B. F. The struggle for the soul of the nation: Czech culture and the rise of communism. Lanham, MD: Rowman & Littlefield, 2004. ADAMS, T. Writer and fighter. The Guardian, Londres, Culture > Stage, 21 set. 2008. Disponível em . Acesso em 22 mai. 2015. AGAMBEN, G. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Nova edição aumentada. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. (Coleção Humanitas; 121) . O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó, SC: Argos, 2009. ALTIERI, C. “Finnegans Wake” as Modernist Historiography. NOVEL: A Forum on Fiction, Durham, NC, v. 21, n. 2/3: Why the novel matters: a postmodern perplex conference issue, pp. 238-250, 1988. AMBROS, V.; COUTURE, D.; MEERZON, Y. Afterword: theatre and exile. Modern Drama, Toronto, v. 46, n. 1, pp. 119-121, 2003.

15

Projeto de Pesquisa

fev./2016

ASCHERSON, N. Revolution in the head. The Guardian, Londres, Culture > Stage, 4 jun. 2006. Disponível em . Acesso em 22 mai. 2015. ASH, Timothy Garton. Praga: nos bastidores do Lanterna Mágica. In: . Nós, o povo. A revolução de 1989 em Varsóvia, Budapeste, Berlim e Praga. Tradução por Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Cia. das Letras, 1990, p. 87-138. AUER, S. 1938 and 1968, 1939 and 1969, and the philosophy of Czech history from Karel H. Mácha to Jan Patočka. Europe-Asia Studies, Glasgow, v. 60, n. 10: Special issue: 1948 and 1968 – dramatic milestones in Czech and Slovak history, p. 1677–1696, dez. 2008. AVILA, C. F. D. A queda do muro de Berlim: um estudo com fontes brasileiras. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 18, n. 37, p. 93-110, out. 2010. BANERJEE, M. N. Terminal paradox: the novels of Milan Kundera. Nova Iorque: Grove Weindelfeld, 1990. BECK, D. C. Divadlo Husa na Provázku and the “absence” of Czech community. Theatre Journal, Baltimore, MD, v. 48, n. 4: Eastern European-transitions, p. 419-441, dez. 1996. . Dissident patriotism: subverting the state by excavating the nation in “normalized” Czechoslovakia. Toronto Slavic Quarterly. Academic Electronic Journal in Slavic Studies, Toronto, n. 9, 2004. Disponível em . Acesso em 11 jun. 2015. BENEŠ, H. Czech Literature in the 1968 Crisis. The Bulletin of the Midwest Modern Language Association, Chicago, IL, v. 5: Papers of the Midwest Modern Language Association, n. 2 – Criticism and Culture, pp. 97-114, 1972. BILEFSKY, D. Czechs’ Velvet Revolution paved by Plastic People. The New York Times, Nova Iorque, 16 nov. 2009. Disponível em . Acesso em 22 mai. 2015. BIRON, N.; MYTZE, A.; NELSON, V. Conversation with Milan Kundera. The Threepenny Review, Berkeley, CA, n. 24, p. 11, 1986. BISCHOF, G.; KARNER, S.; RUGGENTHALER, P. (eds.). The Prague Spring and the Warsaw Pact invasion of Czechoslovakia in 1968. Lanham, MD: Lexington, 2010. BLAIVE, M. Frontière idéologique ou nationale. České Velenice, ville tchèque à la frontière avec l’Autriche. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 109: Spécial : Le bloc de l'Est en question, p. 129-141, jan.-mar. 2011. BOBBIO, N. O filósofo e a política: antologia. Organização e apresentação de José Fernández Santillán; tradução de César Benjamin & Vera Ribeiro. Rio de Janeiro, 2003. BOEL, B. Transnationalisme social-démocrate et dissidents de l’Est pendant la guerre froide. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 109: Spécial : Le bloc de l'Est en question, p. 169181, jan.-mar. 2011. BOISEN, J. Le malentendu – Kundera et ses paratextes. Neohelicon. Acta comparationis litterarum universarum, Cham, Suíça/Budapeste, n. 37, p. 287-304, 2010. BOLTON, J. Worlds of dissent: Charter 77, the Plastic People of the Universe, and Czech culture under communism. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2014.

16

Projeto de Pesquisa

fev./2016

BOUREAU, A. Milan Kundera, historien de la contingence. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 112: Dossier : Histoire et roman, p. 99-105, out.-dez. 2011. BREN, P. Mirror, mirror, on the wall… is the west the fairest of them all? Czechoslovak normalization and its (dis)contents. Kritika: Explorations in Russian and Eurasian History, Washington, DC, v. 9, n. 4, p. 831-854, 2008. BROWN, S. Prelude to a divorce? The Prague Spring as dress rehearsal for Czechoslovakia’s ‘Velvet divorce’. Europe-Asia Studies, Glasgow, v. 60, n. 10: Special issue: 1948 and 1968 – dramatic milestones in Czech and Slovak history, p. 1783-1804, dez. 2008. BRYANT, C. Whose nation? Czech dissidents and history writing from a post-1989 perspective. History & Memory, Bloomington, IN, v. 20, n. 1, p. 30-64, 2000. BURIAN, J. M. Czech theatre, 1988: Neo-Glasnost and Perestroika. Theatre Journal, Baltimore, MD, v. 41, n. 3: Performance in context, p. 381-395, out. 1989. . Modern Czech Theatre. Reflector and conscience of a nation. Iowa City: University of Iowa Press, 2000. ČAPEK, J. Le devoir de l’homme envers lui-même. Patočka, Kant et la Charte 77. Tumultes, Paris, n. 32-33: Au cœur de l'Europe, quand un monde s'est écroulé. En guise d'anniversaire, p. 351370, 2009. CASANOVA, Marina. La revolución de terciopelo y el movimiento intelectual checoslovaco. Espacio, tiempo y forma, Madri, série V, t. 10, p. 369-382, 1997. CASHMAN, L. Remembering 1948 and 1968: reflections on two pivotal years in Czech and Slovak history. Europe-Asia Studies, Glasgow, v. 60, n. 10: Special issue: 1948 and 1968 – dramatic milestones in Czech and Slovak history, p. 1645-1658, dez. 2008. CHRISTIAN, M. Les partis communistes du bloc de l’Est: un objet transnational? L’exemple des écoles supérieures du parti. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 109: Spécial : Le bloc de l'Est en question, p. 31-43, jan.-mar. 2011. CHTIGUEL, O. F. Without theatre, the Czechoslovak revolution could not have been won. The drama review, Cambridge, MA, v. 34, n. 3, p. 88-96, 1990. COCKERILL, J. L. Enduring the trap of existence. A study of three novels by Milan Kundera. Dissertação apresentada ao Departamento de Ciência Política da Universidade de Calgary como requisito para a obtenção do grau de mestre. Calgary: [s.n.], 1996. COSTA LIMA, L. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Cia. das Letras, 2006. COSTA, M. S. R. A gente plástica do universo. Rock’n’roll e revolução na Tchecoslováquia. Polêm!ca, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 1-15, jan.-mar. 2011. COTTRELL, R. C. The Czech Republic: the Velvet Revolution. Filadélfia: Chelsea House, 2005. CRAVENS, C. Culture and customs of the Czech Republic and Slovakia. Westport, CT: Greenwood, 2006 CREATING an underground press: samizdat in the Soviet Union and the Eastern Bloc. Tavaana Case Study. Washington, DC: Tavaana: E-Learning Institute for Iranian Civil Society, [201-]. Disponível em < https://tavaana.org/en/case-studies-list/282>. Acesso em 22 mai. 2015. CZECHS and balances. Tom Stoppard on Prague’s rock revolution. The New Yorker, Nova Iorque, 24 jul. 2006. Disponível em . Acesso em 31 mai. 2015.

17

Projeto de Pesquisa

fev./2016

DAVID, R. Os direitos socialistas. In. . Os grandes sistemas do direito contemporâneo. Tradução de Hermínio A. Carvalho. 4ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 173-349. Publicado originalmente em 1964. DEAK, F. A playwright for a president: the story of moral renewal. Performing Arts Journal, Cambridge, MA, v. 12, n. 2/3, pp. 36-44, 1990. DECLARATION constitutive de la Charte 77. Tumultes, Paris, n. 32-33: Au cœur de l'Europe, quand un monde s'est écroulé. En guise d'anniversaire, p. 351-370, 2009. DERRIDA, J. Donner la mort. Paris: Galilée, 1999. DESGRAUPES, P. & DUMAYET, P. (coord.). Praga: quando os tanques avançaram. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1968. DIETZ, M. G. “The slow boring of hard boards”: methodical thinking and the work of politics. The American Political Science Review, Cambridge/Washington, DC, v. 88, n. 4, p. 873-886, dez. 1994. DIMITRIU, I. The unbearable simulacrum of being. The double vision of “home” and “exile” in Kundera and Breytenbach. Scrutiny2: Issues in English Studies in Southern Africa, Londres, v. 12, n. 1, p. 107-118, 2007. Disponível em . Acesso em 9 out. 2014. DRAGOMIR, L. L’Union des écrivains. Un modèle institutionnel et ses limites. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 109: Spécial : Le bloc de l'Est en question, p. 59-70, jan.-mar. 2011. ELSHTAIN, J. B. A man for this season: Václav Havel on freedom and responsibility. Perspectives on Political Science, Filadélfia, PA, v. 21, n. 4, p. 207-21, 1992. ERRERA, R. Václav Havel, une morale de la liberté. Études. Revue de Culture Contemporaine, Paris, v. 372, n. 3, p. 293-299, mar. 1990. ESBENSHADE, R. S. Remembering to forget: memory, history, national identity in postwar eastcentral Europe. Representations, Oakland, CA, n. 49: Special issue: Identifying histories: Eastern Europe before and after 1989, p. 72-96, 1995. FALK, B. J. The dilemmas of dissidence in East-Central Europe: citizens, intellectuals, and philosopher kings. Budapeste: Central European University Press, 2003. FEJTÖ, F. & RUPNIK, J. (dirs.). Le Printemps tchécoslovaque: 1968. Prefácio de Václav Havel. Bruxelas: Complexe, 1999, 2008. FINDLAY, E. F. Caring for the soul in a postmodern age: politics and phenomenology in the thought of Jan Patočka. Albany: State University of New York Press, 2002. . Classical ethics and postmodern critique: political philosophy in Václav Havel and Jan Patočka. The Review of Politics, Cambridge, v. 61, n. 3, p. 403-438, 1999. GAUTIER, B. Nier le totalitarisme avant qu'il vous nie… Images contemporaines des littératures tchèque et polonaise. Revue des études slaves, Paris, v. 74, n. 2/3: Communications de la délégation française au XIIIe Congrès International des Slavistes, p. 381-387, 2002-2003. GOETZ-STANKIEWICZ, M. Ethics on the crossroads: the Czech ‘dissident writer’ as dramatic character. Modern Drama, Toronto, v. 27, n. 1, p. 112-123, 1984. . Pavel Kohout: the barometer of Czechoslovakia’s theatre. Modern Drama, Toronto, v. 20, n. 3, pp. 251-262, 1977.

18

Projeto de Pesquisa

fev./2016

. Variations of temptation – Václav Havel’s politics of language. Modern Drama, Toronto, v. 33, n. 1, p. 93-105, 1990. .; CAREY, P. (eds.). Critical essays on Václav Havel. Nova Iorque: Twayne Publishers, 1999. GRENIER, Y. Milan Kundera on politics and the novel. History of Intellectual Culture, Calgary, Canadá, v. 6, n. 1, 2006. Disponível em . Acesso em 2 jul. 2015. GÜMPLOVÁ, P. Rethinking Resistance with Václav Havel. Constellations, Malden, MA, v. 21, n. 3, p. 401-414, 2014. HEIMANN, M. The scheming apparatchik of the Prague Spring. Europe-Asia Studies, Glasgow, v. 60, n. 10: Special issue: 1948 and 1968 – dramatic milestones in Czech and Slovak history, p. 1717-1734, dez. 2008. HODGES, R. M. The art of revolution. The political impact of playwright Václav Havel. Dissertação apresentada ao Departamento de Artes e Ciências da Universidade Americana como requisito para a obtenção do grau de mestre. Washington, DC: [s.n.], 1999. HUGUENIN, D. De la domination à la confrontation : police et justice dans la Tchécoslovaquie des années 1960. Bulletin de l'Institut Pierre Renouvin, Paris, n. 32, p. 149-165, 2010. . Les jeunes, l’Ouest et la police secrète tchécoslovaque. Immaturité ou diversion idéologique? Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 109: Spécial : Le bloc de l'Est en question, p. 183-200, jan.-mar. 2011. . Mutations des pratiques répressives de la police secrète tchécoslovaque (1956-1968). Du recours à la force au contrôle social. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 96: Dossier : Le PS, nouvelles approches, p. 163-177, out.-dez. 2007. HUNTER, J. Sappho, Catullus, Vera Lynn, Pink Floyd, and Tom Stoppard. The Yale Review, New Haven, CT, v. 98, n. 2, p. 128–144, abr. 2010. HUXLEY, A. Regresso ao admirável mundo novo. Tradução de Eduardo Nunes Fonseca. São Paulo: Hemus, s/d. Publicado originalmente em 1959. INNES, C. Allegories from the past: Stoppard’s uses of history. Modern Drama, Toronto, v. 49, n. 2, p. 223-237, 2006. JAMESON, F. As sementes do tempo. Conferências da Biblioteca Wellek na Universidade da Califórnia, Irvine. Tradução de José Rubens Siqueira; revisão de Maria Elisa Cevasco. São Paulo: Ática, 1997. JEFFERSON, A. Counterpoint and forked tongues: Milan Kundera and the art of exile. Renaissance and Modern Studies, Abingdon-on-Thames, Oxfordshire, v. 34, n. 1, p. 115-136, 1991. JENKINS, A. The theatre of Tom Stoppard. 2ª ed., Cambridge: Cambridge University Press, 1989. Publicado originalmente em 1987. KLANICZAY, G. L’underground politique, artistique, rock (1970-1980). Ethnologie Française, Paris, v. 36, p. 283-297, 2006. KOMAROMI, A. Samizdat as extra-Gutemberg phenomenon. Poetics Today, Durham, NC, v. 29, n. 4, p. 629-667, 2008. KOŘALKA, J. Historiography of the countries of Eastern Europe: Czechoslovakia. American Historical Review, Washington, DC, v. 97, n. 4, p. 1026-1040, out. 1992.

19

Projeto de Pesquisa

fev./2016

KRATOCHVIL, A. The cultural scene in Czechoslovakia (January-July 1967). Open Society Archives, caixa 17, arquivo 5, relatório 215, 11 set. 1967. Disponível em . Acesso em 2 jul. 2015. LASAGA MEDINA, J. Sobre la filosofía de la historia de Jan Patočka. Investigaciones Fenomenológicas, Madri, n. 3, p. 249-263, 2001. LEFORT, C. As formas da história: ensaios de antropologia política. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes e Marilena de Souza Chauí. São Paulo: Brasiliense, 1983. LÖWIT, V. Anatomie d’une dissidence. Tumultes, Paris, n. 32-33: Au cœur de l'Europe, quand un monde s'est écroulé. En guise d'anniversaire, p. 293-310, 2009. LYNSKEY, D. 33 revolutions per minute. A history of protest songs from Billie Holiday to Green Day. Nova Iorque: Harper Collins, 2011. LYON-CAEN, J. Présentation. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 112: Dossier : Histoire et roman, p. 3-9, out.-dez. 2011. MACHALICKÁ, J. The Czech lands rediscover political theatre. Czech Theatre, Praga, n. 22, p. 1928, jul. 2006. MACHANN, C. A report from the English department at Charles University, Prague, Czechoslovakia. University of Toronto Quarterly, Toronto, v. 60, n. 3, pp. 323-330, 1991. MACHOVEC, M. (ed.) Views from the inside. Czech underground literature and culture (19481989). Praha: FFUK, 2006. . The types and functions of samizdat publications in Czechoslovakia, 1948–1989. Poetics today, Durham, NC, v. 30, n. 1, p. 1-26, 2009. MACURA, V. The mystifications of a nation. “The potato bug” and other essays on Czech culture. Madison: University of Wisconsin Press, 2010. MAHONEY, W. M. The history of Czech republic and Slovakia. Santa Bárbara, CA: Greenwood, 2011. MARKS, P. Stoppard gets his groove on. The Washington Post, Washington, DC, Arts & Living > Theater, 5 nov. 2007. Disponível em . Acesso em 31 mai. 2015. MARUŠIAK, J. The normalisation regime and its impact on Slovak domestic policy after 1970. Europe-Asia Studies, Glasgow, v. 60, n. 10: Special issue: 1948 and 1968 – dramatic milestones in Czech and Slovak history, p. 1805-1825, dez. 2008. MAZOWER, M. A construção da democracia popular. In: . Continente sombrio. A Europa no século XX. Tradução por Hildegard Feist. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, 248-281. Publicado originalmente em 1998. McRAE, R. G. Resistance and Revolution. Vaclav Havel's Czechoslovakia. Ottawa: Carleton University Press, 1997. MEACHAM, D. L’Europe, l’histoire, et la vie : quelques réflexions sur la philosophie de l’histoire de Jan Patočka. In: FROGNEUX, N. (ed.). Jan Patočka. Liberté, existence et monde commun. Paris: Editions du Cercle Herméneutique, 2012. MEERZON, Y. Dancing on the x-rays: on the theatre of memory, counter-memory, and postmemory in the post-1989 East-European context. Modern Drama, Toronto, v. 54, n. 4, p. 479-510, 2011.

20

Projeto de Pesquisa

fev./2016

MITCHELL, T. Mixing pop and politics: rock music in Czechoslovakia before and after the Velvet Revolution. Popular Music, Cambridge, v. 11, n. 2: A changing Europe, p. 187-203, mai. 1992. MOURIN-LÉVEILLÉ, G. La dissidence en République tchèque. Études. Revue de culture contemporaine, Paris, v. 414, n. 5, p. 595-606, 2011. MUCHOVA, A. The experience of exile through the eyes of Czech writers. Dissertação apresentada ao Departamento de Artes e Ciências Sociais da Universidade Simon Fraser como requisito para a obtenção do grau de mestre. Burnaby, BC: [s.n.], 1996. NEDELSKY, N. Defining the sovereign community: the Czech and Slovak republics. Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2011. NOVAES, A. (org.). Tempo e história. São Paulo: Cia. das Letras, 1992. OSLZLÝ, P. On stage with the Velvet Revolution. The drama review, Cambridge, MA, v. 34, n. 3, p. 97-108, 1990. PELBART, P. P. O tempo não reconciliado. Imagens de tempo em Deleuze. São Paulo: Perspectiva, 1998. (Coleção Estudos; 160) PICHLER, T.; GAŠPARÍKOVÁ, J. Language, values and the Slovak nation – Slovak philosophical studies; I. Washington, DC: The Council for Research in Values and Philosophy, 1994. PICHLER, T.; GAŠPARÍKOVÁ, J. Interests and values: the spirit of venture in a time of change – Slovak philosophical studies; II. Washington, DC: The Council for Research in Values and Philosophy, 1999. PÍCHOVÁ, H. The art of memory in exile: Vladimir Nabokov & Milan Kundera. Carbondale, IL: Southern Illinois University Press, 2002. . The narrator in Milan Kundera’s The unbearable lightness of being. The Slavic and East European Journal, Chapel Hill, NC, v. 36, n. 2, pp. 217-226, 1992. PICQ, J. Václav Havel. L’écriture et l’éthique. Études. Revue de culture contemporaine, Paris, v. 398, p. 505-514, 2003. PLESU, A. Intellectual life under dictatorship. Representations, Oakland, CA, n. 49: Special issue: Identifying histories: Eastern Europe before and after 1989, p. 61-71, 1995. POMIAN, K. Tempo/temporalidade. Tradução de Maria Bragança. Lisboa: Imprensa Nacional / Casa da Moeda, 1993. (Enciclopédia Einaudi; v. 29) PONTUSO, J. The political philosophy of Václav Havel. Critical Review of International Social and Political Philosophy, Abingdon-on-Thames, Oxfordshire, v. 5, n. 1, p. 43-80, 2002. PREČAN, V. Dimensions of the Czechoslovak crisis of 1967–1970. Europe-Asia Studies, Glasgow, v. 60, n. 10: Special issue: 1948 and 1968 – dramatic milestones in Czech and Slovak history, p. 1659-1676, dez. 2008. RAMET, S. P. (ed.). Rocking the state: rock music and politics in Eastern Europe and Russia. Boulder, CO: Westview Press, 1994. RESTUCCIA, F. L. “Homo Homini Lupus”: Milan Kundera’s “The Joke”. Contemporary Literature, Madison, WI, v. 31, n. 3, pp. 281-299, 1990. RICŒUR, P. Jan Patočka: de la philosophie du monde naturel à la philosophie de l’histoire. Studia Phænomenologica. The Journal of the Romanian Society for Phenomenology, Bucareste, v. 7: Jan Patočka and the European Heritage, p. 163-189, 2007.

21

Projeto de Pesquisa

fev./2016

. Tempo e narrativa. 3 volumes. Tradução de Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2010. ROBERTS, A. From Good king Wenceslas to the Good soldier Švejk: a dictionary of Czech popular culture. Budapest: Central European University Press, 2005 ROBINSON, M. A week in Prague. Performing Arts Journal, Cambridge, MA, v. 11, n. 3/v. 12, n. 1: The Interculturalism Issue, p. 226-232, 1989. ROCAMORA, Carol. The parallel worlds of ‘Rock ‘n’ roll’. American Theatre. The national magazine for American not-for-profit theater, Nova Iorque, v. 23, n. 8, p. 122-127, out. 2006. ROSENBERGER, C. The dissident mind: Václav Havel as revolutionary intellectual. The Journal of The Historical Society, Boston, MA, v. VI, n. 3, p. 465-480, set. 2006. ROSZAK, T. The making of a counter culture: reflections on the technocratic society and its youthful opposition. Garden City, NY: Anchor Books, 1969. ROUET, G. & SOULAGES, F. (dir.). Du Printemps de Prague à la chute du Mur de Berlin. Photographie & politique. Paris: Klincksieck, 2009. SABATOS, C. Criticism and destiny: Kundera and Havel on the legacy of 1968. Europe-Asia Studies, Glasgow, v. 60, n. 10: Special issue: 1948 and 1968 – dramatic milestones in Czech and Slovak history, p. 1827-1845, dez. 2008. SALOMON, M. (org.). História, verdade e tempo. Chapecó, SC: Argos, 2011. (Coleção Grandes Temas; 14) SHEPHERD, R.H.E. Czechoslovakia. The Velvet Revolution and beyond. Basingstoke, Hampshire: Macmillan, 2000. SKILLING, H. G. Czechoslovakia's interrupted revolution. Princeton: Princeton University Press, 2015 SPENCER, L. Postmodernism, modernity and the tradition of dissent. In. SIM, S. The Routledge companion to postmodernism. 3ª ed., Londres: Routledge, 2011. p. 215-225. STEINER, P. Justice in Prague, political and poetic: some reflections on the Slánský trial (with constant reference to Franz Kafka and Milan Kundera). Poetics Today, Durham, NC, v. 21, n. 4, p. 653-679, 2000. . On samizdat, tamizdat, magnitizdat, and other strange words that are difficult to pronounce. Poetics today, Durham, NC, v. 29, n. 4, p. 613-628, 2008. . The deserts of bohemia: Czech fiction and its social context. Ítaca, NY: Cornell University Press, 2000. STREET, J. ‘Fight the power’: the politics of music and the music of politics. Government and Opposition, Cambridge, v. 38, n. 1, p. 113–130, jan. 2003. . Music & politics. Cambridge: Polity, 2012. TASSIN, É. Pensée hérétique et politique dissidente. Tumultes, Paris, n. 32-33: Au cœur de l'Europe, quand un monde s'est écroulé. En guise d'anniversaire, p. 329-350, 2009. TEMONEN, K. E. The Czech destiny as a space in-between? Victimhood and fate in the dissident thought of Milan Kundera and Václav Havel, 1968–1989. Dissertação apresentada ao Departamento de Estudos Econômicos e Políticos da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Helsinki como requisito para a obtenção do grau de mestre em história política. Helsinki: [s.n.], 2014.

22

Projeto de Pesquisa

fev./2016

TODOROV, T. Communist camps and their aftermath. Representations, Oakland, CA, n. 49: Special issue: Identifying histories: Eastern Europe before and after 1989, p. 120-132, 1995. TRASFERETTI, J. Antonio. “A vida na verdade”: a poética política de Václav Havel. 2ª ed., Campinas: Alínea, 1997. TUCKER, A. et al. From republican virtue to technology of political power: three episodes of Czech nonpolitical politics. Political Science Quarterly, Nova Iorque, v. 115, n. 3, p. 421-445, 2000. UNGAR, S. Kundera’s variations: passing thoughts on novel and nation. South Central Review, Baltimore, MD, v. 25, n. 3: Intellectuals, nationalisms, and European identity, p. 57-67, 2008. VAISSIÉ, C. La prose de la perestroïka et l’exploration des répressions staliniennes. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, Paris, n. 112: Dossier : Histoire et roman, p. 57-69, out.-dez. 2011. van LERBERGHE, C. Les Essais hérétiques sur la philosophie de l’histoire ou l’invention d’un style. Slavica bruxellensia. Revue polyphonique de littérature, culture et histoire slaves, Bruxelas, v. 3, 2009. Disponível em . Acesso em 15 fev. 2016. VIEYRA BALBOA, G. E. Una antorcha por la libertad: el legado de Jan Palach, cuatro décadas después. En-clavEs del pensamiento, Cidade do México, ano V, n. 9, p. 131-156, jan.-jun. 2011. VOGLIS, P. ‘Talkin’ about a revolution, it sounds like a whisper’: theories and debates on social revolutions. Historein, Atenas, Grécia, v. 13: Questions and Orientations in History during the last 20 years. Part 2, p. 47-56, 2013. WEBB, Marcus. “They feared us because in music you cannot cheat”. Delayed Gratification, Londres, n. 9, out.-dez. 2012. Disponível em . Acesso em 30 jul. 2015. WEEKS, M. Milan Kundera: a modern history of humor amid the comedy of history. Journal of Modern Literature, Bloomington, IN, v. 28, n. 3, p. 130-148, 2005. WEST, T. Destiny as alibi: Milan Kundera, Václav Havel and the ‘Czech question’ after 1968. The Slavonic and East European Review, Cambridge / Londres, v. 87, n. 3, p. 401-428, jul. 2009. Disponível em . Acesso em 15 jun. 2014. WILLIAMS, K. The Prague Spring and its aftermath. Czechoslovak politics, 1968-1970. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. WINDSOR, P.; ROBERTS, A. Czechoslovakia 1968. Reform, repression, and resistance. Nova Iorque: Columbia University Press/Londres: Institute for Strategic Studies, 1969. YOFFE, M.; COLLINS, A. (eds.). Rock ’n’ roll and nationalism: a multinational perspective. Newcastle-upon-Tyne: Cambridge Scholars Press, 2005. ZASLAVSKAYA, Olga. From dispersed to distributed archives: the past and the present of samizdat material. Poetics Today, Durham, NC, v. 29, n. 4, p. 669-712, 2008.

23

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.