PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DA GALERIA CAPIBARIBE NA UFPE: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR

June 19, 2017 | Autor: Renata Wilner | Categoria: Arquitetura, Artes Visuais, Galerias De Arte, Licenciatura Em Artes Visuais
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Descrição do Produto

GT: Artes Visuais

Eixo Temático: Pesquisa em Artes Visuais: articulações entre poéticas e políticas de financiamentos

PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DA GALERIA CAPIBARIBE NA UFPE: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR

Renata Wilner (UFPE, PE, Brasil) RESUMO: A Universidade Federal de Pernambuco dispõe de um espaço para exposições no Centro de Artes e Comunicação: a Galeria Capibaribe. A partir da necessidade concreta de requalificação do espaço, foi oferecido o curso de extensão / disciplina eletiva com o título de “Espaços Expositivos: Aspectos Técnicos e Conceituais”. Os problemas e possíveis soluções da Galeria Capibaribe foram objeto de estudo e discussão no curso, tendo gerado o anteprojeto de intervenção apresentado à Direção. A metodologia foi de estudo interdisciplinar de caso, adequada à carga horária do curso e complementada por reuniões da equipe docente e estudante bolsista. Descrevemos aqui o processo pedagógico e seus resultados, pontuando algumas reflexões. Palavras-chave: Espaços expositivos; Interdisciplinaridade; Ensino superior de Arte; Galeria Capibaribe

REQUALIFICATION PROJECT FOR GALERIA CAPIBARIBE AT UFPE: AN INTERDISCIPLINARY PEDAGOGICAL EXPERIENCE ABSTRACT: The Universidade Federal de Pernambuco (Federal University of Pernambuco) has an exhibition space at the Centro de Artes e Comunicação (Arts and Communication Centre): the Galeria Capibaribe (Capibaribe Gallery). From the concrete need of upgrading the space, it was offered the extension / elective course with the title "Exhibition Spaces: Technical and Conceptual Aspects". Problems and possible solutions for Galeria Capibaribe were the object of study and discussion in the course, generating the intervention project submitted to the Directorate. The methodology was interdisciplinary case study, appropriate to the workload of the course and complemented by meetings of the teaching staff and scholarship student. The process proved to be very enriching for the exchange of knowledge throughout the course. Here we describe the educational process and its results, scoring some thoughts. Key words: Exhibition spaces; Higher Education Art; Interdisciplinarity; Galeria Capibaribe (Capibaribe Gallery)

Introdução A Universidade Federal de Pernambuco oferece o curso de Artes Visuais apenas na modalidade de licenciatura, até o presente momento. Este curso está vinculado ao Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, no Centro de Artes e Comunicação (CAC). Possui também curso de mestrado na área, no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, associado com a Universidde Federal da Paraíba. Um acervo está sob a guarda do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, herdado da Oficina Guaianases de Gravura, bem como os equipamentos da própria oficina de litografia estão instalados em um atelier do CAC. Há nessa universidade dois espaços expositivos destinados prioritariamente às artes visuais: o Instituto de Arte Contemporânea, localizado no Centro Cultural Benfica e a Galeria Capibaribe, localizada no CAC. Além de salas convencionais com equipamento audiovisual, há os seguintes ateliês: Gravura, Pintura, Desenho, Tridimensionalidade, Argila/Cerâmica e Estamparia, no CAC; e na unidade da Rua Benfica um ateliê para Desenho/ Modelo Vivo e mais dois ateliês multiuso. Este é em resumo o contexto institucional da UFPE com relação à infraestrutura espacial da área de Artes Visuais. O foco deste texto é uma ação político pedagógica envolvendo a Galeria Capibaribe. A ação foi proposta e aprovada pelo Edital de Cultura: Patrimônio, Artes e Economia Criativa 2013-2014 (publicado pela Pró-Reitoria de Extensão da UFPE) com o título de “Curso/Projeto de Extensão Teórico-prático Interdisciplinar: Projeto de Requalificação da Galeria Capibaribe”. Por sugestão dos docentes da equipe, optou-se por nomear o curso de “Espaços Expositivos: Aspectos Técnicos e Conceituais”, assim como oferecê-lo como componente curricular eletivo nos cursos de graduação de Artes Visuais e de Arquitetura e Urbanismo, com carga horária de 30h. Infelizmente não foi possível incluir o curso de Museologia, por incompatibilidade de horário. Partiu-se de uma concepção da galeria como laboratório de práticas de curadoria e montagem de exposições ou outros eventos artísticos (como performances), bem como de mediação com o público. O curso se originou a partir da necessidade concreta de requalificação da Galeria Capibaribe, cujos problemas e possíveis soluções foram objeto de estudo e discussão, aproveitados para uma situação de ensino/aprendizagem. Foi produzido, ao longo do curso, o projeto posteriormente apresentado à Direção do Centro de Artes e Comunicação. A equipe foi composta por docentes dos cursos de graduação em Artes Visuais e de Arquitetura e Urbanismo, por dois ministrantes externos convidados por sua qualificação específica e por um bolsista.1 Dos 29 estudantes concluintes, 7 estavam inscritos em regime de extensão, incluindo egresso do curso de Bacharelado em Museologia e mestrandos de programas de pós-graduação em Artes Visuais e em 1

A equipe foi composta pela professora coordenadora Renata Wilner, do curso de Artes Visuais, e pelos seguintes professores ministrantes: Ronald Fernando Albuquerque Vasconcelos e Marcos José Vieira de Melo, do curso de Arquitetura e Urbanismo; Eduardo Souza Pessoa e Lenira Rafaella Stella Maris de Melo Quaresma, profissionais externos convidados por sua qualificação específica de interesse para o curso. Junto à equipe docente, o bolsista de extensão Guilherme Soares da Silva, estudante de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo, participou intensamente de atividades de planejamento, acompanhamento, finalização do curso e elaboração do produto decorrente (Anteprojeto de Requalificação da Galeria Capibaribe). A professora Maria do Carmo Nino, do curso de Artes Visuais, se interessou pelo curso espontaneamente e trouxe grande contribuição a todas as discussões e atividades.

Arquitetura e Urbanismo, assim como estudantes de outras instituições de ensino superior; 17 estudantes de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo e 5 estudantes de graduação do curso de Artes Visuais matriculados em regime de componente curricular eletivo. Nota-se que a procura foi maior entre estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo, pelo interesse despertado em trabalhar num projeto com perspectiva de execução real, pela abertura à intervenção no seu próprio ambiente cotidiano de estudo e pela especificidade da interface com as artes visuais, pouco explorada naquele curso de graduação. A Galeria Capibaribe Localizada no pavimento térreo do Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, a Galeria Capibaribe foi inaugurada em agosto de 1998. Destina-se à organização de projetos culturais, com montagem de exposições temporárias individuais e coletivas de obras de artes visuais nos seus diversos segmentos, abrangendo diversas mídias e modalidades como fotografia, escultura, pintura, desenho, gravura, instalação, vídeo, performance, entre outras. A exposição inaugural “Território de Papel” mostrou obras do professor Sebastião Pedrosa e teve 1325 visitantes. Consta no ranking entre um dos espaços expositivos mais visitados da cidade do Recife, devido à sua inserção no campus da UFPE, que por si contém o potencial de fluxo de público. Sem caráter comercial, o espaço expositivo do CAC tem como proposta a democratização do acesso à sua pauta a todos da comunidade acadêmica. Essa ação também cumpre o papel cultural de aproximar e compartilhar a produção artística contemporânea e seu debate com os docentes, discentes e demais profissionais da UFPE. Porém carece de recursos financeiros e humanos para efetiva implementação de uma política que contemple esses fins. Inicialmente, a Galeria Capibaribe se propunha manter um programa educativo com o objetivo de integralizar a produção cultural e formação dos estudantes do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, em especial dos provenientes do curso de Artes Visuais, o que lhe daria o caráter de “galeria escola”, com ações de prática em expografia e montagem de exposição, formação de curadoria, metodologia de organização de eventos culturais, mediação cultural e produção de material de divulgação ao público. Atualmente, o novo currículo do curso de Artes Visuais Licenciatura contempla com componentes eletivos muitas dessas facetas. Outros cursos, como os de Design e de Museologia, poderiam atuar interdisciplinarmente em projetos a serem desenvolvidos no espaço. Além disso, a galeria possui papel de formação de público para a comunidade universitária e externa. Desde 2012, a Galeria Capibaribe é gerenciada pela Comissão Permanente de Arte e Cultura do CAC, nucleada por professores do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística e responsável também pelas atividades culturais no hall do CAC, painel expositor no corredor contíguo à galeria e pelo Acervo Guaianases de gravuras. No momento do curso “Espaços expositivos”, a Galeria Capibaribe contava 16 anos de existência. Apresentava defasagem de manutenção e necessidade de reformulação quanto aos aspectos arquitetônicos, projeto de iluminação e aquisição de equipamentos a fim de melhor adequá-la à sua função. Seu funcionamento também é precário por não dispor de corpo técnico. Estudantes bolsistas, voluntários e estagiários são recrutados para manter a recepção do público e auxiliar nas montagens. A Galeria Capibaribe padece da falta de investimentos que a maioria dos museus e galerias universitários sofrem, pois embora confiram status à

instituição, não são levados em conta nas políticas de gerenciamento de recursos das reitorias. Adriana Mortaga Almeida afirma em sua tese de doutorado que: Os museus universitários de diversos países, na última década, vêm sofrendo as consequências da crise das universidades que, públicas ou privadas, têm enfrentado grandes problemas decorrentes da diminuição de suas verbas. Assim, a já pequena parcela dos museus dentro do orçamento geral da universidade está cada vez menor. Para manter seu funcionamento, os museus precisaram criar mecanismos para obtenção de patrocínios e financiamentos externos, da iniciativa pública e privada. Entretanto, muitas dessas instituições não estavam ou ainda não estão preparadas para competir nesse mercado, talvez por serem burocratizadas demais ou carecerem de profissionais para lidar com essa questão. (ALMEIDA, 2001, p. 4-5).

A autora pontua também outras dificuldades, como a falta de incentivo na carreira acadêmica aos docentes que assumem funções de gestão e curadoria dos museus universitários. Por terem que corresponder ao padrão de pesquisa imposto pelo sistema, formatos de publicação convencionais, vínculo departamental e carga horária de docência, não é possível dedicarem o tempo necessário ao trabalho no museu. As atividades de curadoria, organização de catálogos e autoria de textos de apresentação de mostras é pouco computada para a carreira acadêmica, e no entanto, são atividades de pesquisa. Outro problema é a ausência de programas institucionais de articulação entre a universidade e seu museu (no caso por ela analisado do MAC-USP). Caso tais programas fossem estruturados, o/a docentecurador/a atuaria como um/a pesquisador/a de museu e atividades de graduação e pós-graduação poderiam ser desenvolvidas no próprio museu. Embora a Galeria Capibaribe não seja um museu, mas apenas uma sala de exposições em um centro de estudos e pesquisas de Arte onde está alocado também um acervo de gravuras, possui afinidades com instituições museais, consistindo num laboratório importante para tais práticas e experimentações. Cada vez mais, na arte contemporânea, a exposição torna-se parte da linguagem da própria obra. Muitas vezes, abrange não só a situação espacial da montagem, como a relação com o público passa a ser componente existencial de algumas poéticas. Por isso trata-se de um espaço de extrema importância para a formação de artistas, arte/educadores e professores artistas. Vale ressaltar a diferenciação de uma galeria de arte universitária dos demais museus e das galerias comerciais, no sentido de uma autonomia em relação aos modelos dominantes estabelecidos nesses circuitos. A universidade é o local de exercício do pensamento crítico autônomo, e seu espaço expositivo deve procurar não meramente reproduzir o sistema dominante, mas experimentar alternativas inovadoras a partir de questionamentos aprofundados. Metodologia do curso “Espaços Expositivos: aspectos técnicos e conceituais” A proposta pedagógica do curso de extensão / componente curricular eletivo “Espaços Expositivos” foi interdisciplinar, tomando por base o estudo do caso concreto da Galeria Capibaribe, localizada no Centro de Artes e Comunicação. Os docentes diversificaram os tópicos abordados no curso, que resultou em compartilhamento de saberes (incluindo contribuições dos discentes), tratando da natureza dos espaços expositivos (principalmente os de Artes Visuais), tais como: aspectos históricos, estéticos, ideológicos e técnicos, estes por sua vez versando sobre projetos expográficos, montagem de exposições, iluminação, recursos tecnológicos, materiais, estruturais e de acabamento, noções de eletricidade,

climatização, circulação, funcionalidade, relações custo-benefício, entre outras. Tais considerações nortearam e permearam a elaboração do anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe, tendo consistido nas seguintes etapas: diagnóstico da situação do espaço em questão; elaboração de propostas de intervenção por equipes interdisciplinares, sob orientação dos professores ministrantes; apresentação das propostas de intervenção; discussão visando elaboração da proposta final como resultado apresentado à Direção do CAC, com expectativa de seu aproveitamento integral ou parcial para execução de obra de requalificação da Galeria Capibaribe. Assim, o anteprojeto apresentado é resultado de reflexões, colaborações e discussões abertas à participação comunitária da UFPE e externa, por seu caráter extensionista, qualificadas através da condução pela equipe docente interdisciplinar composta em caráter especial. Ressaltamos nesta proposta o aproveitamento acadêmico, ao tornar um problema concreto em ação investigativa e objeto de conhecimento. O processo do curso de extensão/componente eletivo e os desdobramentos dele decorrentes reforçam o caráter de “laboratório multiusuários” que se deseja conferir à Galeria Capibaribe. Como equipamento cultural laboratório, espera-se criar todas as condições para abrigar experimentações diversas, oriundas de projetos de pesquisa, ensino e extensão, entendendo por experimentação a função da universidade como instituição propositora de pensamentos e ações inovadoras. Ao assinalar que a Galeria Capibaribe é um laboratório acadêmico, compreende-se também coerente com tal proposição a própria reformulação de seu espaço, conforme abordado ao longo do curso “Espaços expositivos: aspectos técnicos e conceituais”. Ou seja, a própria galeria como suporte espacial e estrutural é também objeto de estudo. Iniciamos o curso com uma discussão ontológica dos espaços expositivos, comungando com as reflexões de Sônia Salcedo del Castillo: Apesar de a natureza da atividade expositiva demandar o mesmo raciocínio que impulsiona os fundamentos da teoria e da crítica da arte, ou seja, o embate direto diante da obra, a devida compreensão das exposições pressupõe, nesse embate, uma conscientização da questão espacial. Assim, inscrevendo-se na esfera da arquitetura, o entendimento das exposições implica relações espaço-temporais, surgindo, pois, não apenas da experimentação perceptiva e intelectual do sujeito fruidor diante da obra, mas de uma totalidade advinda do entrelaçamento dessa experimentação com o espaço por ambos habitado. (CASTILLO, 2008, p. 22).

Por via destas reflexões, amplia-se a percepção e consciência para essse entrelaçamento que abrange do espaço arquitetônico à obra, seu projeto expográfico e sua recepção. Diante de tal complexidade, verificamos que a opção pela interdisciplinaridade desse curso possibilitou estabelecer conexões pouco exploradas como objeto de estudo acadêmico em ação de ensino. O percurso metodológico do curso consistiu na ancoragem em conhecimentos fundamentais selecionados pelos docentes, cada qual em sua área específica (Expografia, Iluminação e Projeto de Interiores, Instalações elétricas, Refrigeração de ambiente, entre outras). Tais conhecimentos foram colocados em interação entre si e relacionados ao caso específico da Galeria Capibaribe, em aulas com participação conjunta de dois ou mais docentes. Houve uma visita ao Museu da Cidade (Forte das Cinco Pontas), com uma longa roda de conversa com a diretora Betânia Correa de Araújo, que proporcionou uma aula de campo muito significativa. Os estudantes tiveram também aulas para observação e medições na própria galeria e depois realizaram os projetos em equipes multidisciplinares, com

orientação dos docentes. Ao final do processo, os projetos foram apresentados e discutidos, culminando na elaboração de um projeto único para ser colocado em prática. Análise da situação da Galeria Capibaribe A etapa de análise teve finalidade de diagnosticar os problemas da Galeria Capibaribe e envolveu aulas com visita ao espaço para observação, medições, registros fotográficos e discussões em sala de aula. As dimensões da sala são de 15,15m x 7,4m x 2,65m (altura), totalizando uma área de 112,5 metros quadrados. Uma das paredes de 15,5m é composta por 7,3m de parede falsa de madeira e os 7,85m restantes eram de vidraças gradeadas. A Galeria Capibaribe era marcada por uma série de soluções provisórias, “gambiarras”, na tentativa de tornar o espaço mais acessível para a produção artística em exposição. Mesmo com a tentativa de improvisações estruturais, que não são suficientes e comprometem questões técnicas e estéticas do local, devido ao seu tempo de uso havia um desgaste visível em sua estrutura. Um dos pontos que se apresentavam desfavoráveis, elencados pelos docentes e discentes durante o processo pedagógico, é a falta de visibilidade. O seu acesso principal se encontrava de forma desfavorável ao fluxo de passagem da comunidade do CAC, além da entrada e localização da galeria não serem bem sinalizadas. A única porta usada para acesso possuía pouca visibilidade, sem chamar atenção dos transeuntes. A outra porta, voltada para o jardim do Centro recentemente recuperado, encontrava-se inutilizada pela colocação de uma grade no interior da galeria. Imagem 1: Visão geral da galeria Capibaribe antes da intervenção

Fotografia de Juliana Fonseca FONTE: Anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe

Não havia um projeto luminotécnico que comportasse a estrutura da galeria. A iluminação não tinha padronização e era insuficiente. Quanto às condições de temperatura, umidade, limpeza e ventilação do ar, o único aparelho de ar condicionado do tipo split system, que se encontrava na galeria, era insuficiente para climatizar todo o espaço e tinha instalação precária. A quantidade oferecida de tomadas não era suficiente para as possíveis demandas das exposições, sendo

também necessária uma nova disposição e distribuição no espaço. Também era necessário um reparo geral no circuito e na instalação elétrica. O suporte fixo para projetor, tipo “gaiola”, restringia a mobilidade necessária para os diferentes projetos expográficos. Tal instalação demandava também conexão com computador ou outro aparelho leitor de mídia, apresentando obsolescência em relação à mobilidade e conectividade de aparelhos atuais. Por fim, tendo em vista que faz parte da natureza da galeria ocupar-se de diversas tipologias de exposições em artes visuais, verificou-se que há uma necessidade de uma área considerável para o uso de paredes visando a disposição das obras. Proposta de intervenção A proposta final para intervenção na Galeria Capibaribe, resultante do processo pedagógico, foi pensada com o mínimo de impacto em termos de alterações estruturais e de custo. Nos trabalhos apresentados no curso, as equipes de estudantes elaboraram propostas mais ousadas, como a abertura das paredes e flexibilização do espaço em contiguidade ao hall e ao jardim. No entanto, ao longo das discussões, vários fatores foram ponderados e chegou-se ao resultado apresentado a seguir. Primeiramente, tendo em vista a valorização da obra arquitetônica moderna do CAC, projetado pelo professor Reginaldo Luiz Esteves e pelo arquiteto Adolfo Jorge Miranda, optou-se pela visibilidade de uma parte das janelas e portas de vidro que circundam o edifício, que é evidente na estrutura da galeria. Além disso, esse tipo de construção oferece um diálogo entre o espaço interno da galeria com o externo do Centro, recém recuperado. Pelo projeto, a fachada externa não seria alterada, para manter a estética do prédio, apenas retirando-se as grades e substituindo o vidro comum por vidro aramado, para segurança. Como a Direção do CAC decidiu pela instalação de portas com vidro blindado, a fachada da Galeria Capibaribe acompanhou tal modificação, que ainda carece ser completada. Optou-se também por manter a parede falsa interna que já existia, com acabamento na parte superior, no vão por onde passa fiação. Sabe-se que tal estrutura de janelas e portas de vidro compromete a iluminação das exposições devido à intensidade de luz natural que atinge o espaço, assim como a galeria tem uma necessidade de conter uma área significativa para o uso de paredes visando a disposição das obras. Para solucionar estas questões, foi escolhida uma estrutura de paineis móveis em MDF (Medium-Density Fiberboard), Um total de quatro paineis com 3,75 x 2,40 x 0,30 m cada, com rodízios para facilitar manuseio e transporte, poderão ser inseridos em diferentes lugares na galeria, oferecendo suporte a diferentes desenhos expográficos. Optou-se pela manutenção do piso preto original, mas decidiu-se pela pintura do teto de concreto na cor branca, conferindo maior luminosidade e sensação de ampliação e leveza ao ambiente. O teto era anteriormente pintado na cor preta, com grades aparafusadas ao teto, que foram retiradas. Com relação ao acesso à galeria, a proposta é de abertura de uma nova porta de 2,40 m com duas folhas, localizada na posição central da parede divisória com o espaço principal do hall. O acesso direto da galeria ao pátio externo se dá pela porta de vidro corrediça, localizada na fachada. Sugeriu-se fechar a abertura da pequena porta voltada para o corredor, onde se localizam os banheiros. Imagem 2: Vista em perspectiva do espaço interno na maquete eletrônica da proposta de

requalificação da Galeria Capibaribe

Produção digital: Guilherme Soares e Juliana Fonseca FONTE: Anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe Imagem 3: Vista em perspectiva do espaço interno na maquete eletrônica da proposta de requalificação da Galeria Capibaribe

Produção digital: Guilherme Soares e Juliana Fonseca FONTE: Anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe

Na parte externa da parede divisória com o hall, pretende-se instalar ao lado da porta de entrada a logomarca da Galeria Capibaribe, e no outro um monitor de tela plana informando sobre as exposições. Foi proposta uma nova logomarca por um dos grupos do curso, tendo aceitação de todos os participantes. Ela confere maior dinamismo, inspirada na organicidade e ideia de fluxo do próprio Rio Capibaribe, que foi o conceito norteador da proposta apresentada pelo grupo como exercício no curso. Sugeriu-se a colocação da logomarca da Galeria Capibaribe também na parede da fachada externa do CAC. Pensou-se ainda em suporte para banners que sinalizem os eventos da programação da Galeria Capibaribe, na fachada externa ou no jardim frontal. Estes detalhes surgiram da discussão sobre visibilidade e sinalização. Com a porta maior e estas identificações, pretende-se ampliar a visibilidade da Galeria Capibaribe e aumentar seu fluxo de visitação, assim como oferecer conforto de acesso a grupos de porte razoável, como turmas escolares. O acesso de cadeirantes pode se dar pela rampa já construída do jardim para o hall ou instalar outra na porta ao lado, com acesso direto à galeria.

Imagem 4: Prancha 02/08: Fachadas, elevações e detalhes da proposta de requalificação da Galeria Capibaribe

FONTE: Anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe Imagem 5: Vista da fachada divisória com o hall, na maquete eletrônica da proposta de requalificação da Galeria Capibaribe

Produção digital: Guilherme Soares e Juliana Fonseca FONTE: Anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe

No que tange à iluminação, a própria parede (painel) móvel possibilitará um controle maior da luminosidade natural que o espaço tem, caso seja necessário para alguma exposição uma iluminação diferenciada ou blecaute. Sobre o projeto luminotécnico, definiu-se novos trilhos que comportem uma ampla possibilidade de desenhos expográficos. Também se especificou duas modalidades de iluminação, com acionamentos independentes: a luz de serviço (ou iluminação geral), composta de quatro luminárias padrão com duas lâmpadas fluorescentes tubulares cada, e a iluminação expográfica, realizada com lâmpadas halógenas dicroicas nos 70 spots encaixáveis nos 14 trilhos eletrificados de 2,50 m, dispostos na sala. Esta distinção possibilita economia de horas de vida útil das lâmpadas halógenas. Há também um projeto de instalação elétrica, determinando as posições das tomadas de acordo com as recomendações técnicas existentes e acrescidas para

acomodar melhor as necessidades dos projetos expográficos. Além dos trilhos para as luminárias e novos pontos para tomadas e interruptores, sugeriu-se também a colocação de dois pontos de tomadas no teto da galeria, para conectar projetores ou outros aparelhos. Quanto às condições de temperatura, umidade, limpeza e movimento do ar, os cálculos apontaram recomendação de dois aparelhos de ar condicionado tipo “split”. A resolução dos cálculos foi baseada na Norma Brasileira NBR 5858 (Condicionador de Ar Doméstico) de 1983, sendo utilizado o Formulário para Cálculos Simplificados de Carga Térmica e o Fator Geográfico para Cálculo de Carga Térmica de Resfriamento. De acordo com os cálculos realizados no Formulário, o total de carga térmica é aproximadamente 90.000 Btu/h. De modo a propiciar melhor distribuição da refrigeração do ambiente, o projeto especifica a instalação de dois aparelhos com capacidade de 45.000 Btu/h cada. Os aparelhos de ar condicionado tem uma importante função de controle de umidade do ambiente, essencial para uma área expositiva onde as obras de arte não podem estar sujeitas à variação de temperatura e umidade, além do conforto dos visitantes. Quanto à Reserva Técnica, destinou-se, em acordo com o Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, o espaço de um pequeno atelier para tal fim. Essa sala compreende o trabalho de acondicionamento, manutenção, embalagem e desembalagem das obras em trânsito, bem como poderão eventualmente acondicionar os painéis móveis em caso de necessidade de sua retirada da galeria. A Reserva Técnica também é local de guarda de equipamentos e ferramentas para montagem de exposições. Outros detalhes foram considerados no projeto, como o mobiliário, equipamentos de vídeo, áudio e informática, instalação de telefone e conexão de internet, levando em conta o trabalho de mediação cultural a ser desenvolvido no espaço. Além de cubos, mesas vitrines e expositor tipo aquário, como mobiliário de uso expográfico. Também pensou-se na instalação, por empresa especializada, de um sistema de segurança com sensores, câmeras e alarmes, possibilitando receber acervos valiosos. Outra sugestão complementar muito interessante, surgida no curso, foi a criação de uma estante vitrine para ser colocada externamente. A princípio concebida para conter algumas peças da exposição, instigando a visitação do público, chegou-se a pensar num projeto experimental de “microgaleria” com edital independente que previsse concepções específicas para seu formato. A microgaleria seria um móvel fechado à chave, com a logomarca da Galeria Capibaribe na parte inferior e as faces envidraçadas.

Imagem 6: Vista da vitrine expositiva em espaço externo, na maquete eletrônica da proposta de requalificação da Galeria Capibaribe

Produção digital: Guilherme Soares e Juliana Fonseca FONTE: Anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe

A situação em 2015 é de execução parcial do projeto, que foi interrompido por motivo da inauguração da exposição “Abelardo da Hora: da indignação à esperança”, ocorrida de 30 de julho a 3 de outubro de 2014, dentro da programação do IV Congresso Internacional SESC e UFPE de Arte/Educação. Até o momento, foi realizada a retirada das grades, instalação das portas de vidro na fachada externa, instalação elétrica com todo o equipamento de iluminação, retirada dos suportes gradeados de ferro e pintura do teto. Não foram executados ainda: fechamento da porta do corredor e abertura de porta maior para o hall, aquisição dos paineis móveis, sinalização da galeria, aquisição de mobiliário, instalação de linha telefônica e ponto de internet cabeado, nova instalação de equipamento de climatização. Imagem 7: Exposição Abelardo da Hora: da indignação à esperança (2014), realizada após primeira etapa da intervenção na Galeria Capibaribe

Fotografia: Alex Azevedo FONTE: Arquivo da Comissão Permanente de Arte e Cultura (CAC-UFPE). Disponível em: .

Imagem 8: Exposição Abelardo da Hora: da indignação à esperança (2014), realizada após primeira etapa da intervenção na Galeria Capibaribe

Fotografia: Renata Wilner FONTE: Arquivo pessoal. Imagem 9: Exposição Abelardo da Hora: da indignação à esperança (2014), realizada após primeira etapa da intervenção na Galeria Capibaribe

Fotografia: Alex Azevedo FONTE: Arquivo da Comissão Permanente de Arte e Cultura (CAC-UFPE). Disponível em: .

Considerações Houve grande procura e envolvimento dos estudantes pelo curso, principalmente dos graduandos em Arquitetura e Urbanismo, que ficaram muito motivados pelo fato de não se tratar de um exercício de projeto simulado ou hipotético e sim de uma intervenção real, para ser executada na prática. Acreditamos que a transformação dos problemas reais em casos para estudo e pesquisa-ação acrescentem sentido e responsabilidade, gerando elos comunitários e um aprendizado profissional carregado de afeto e ética. Neste caso, professores e estudantes do CAC-UFPE (mais alguns externos) debruçaram-se sobre a aplicação

do conhecimento em benefício do seu próprio espaço e uso, reforçando o vínculo gregário e identificação, além da consciência do seu potencial de transformação. Para além do utilitarismo do curso “Espaços Expositivos” ao gerar o projeto de requalificação da Galeria Capibaribe, devemos refletir a respeito de seu propósito emancipatório, democratizando a construção do conhecimento e as decisões, no caso, sobre as contingências espaciais que determinam ações artísticas. A arquitetura também é um sistema de poder. Geralmente, os gestores da universidade contratam uma empresa para conceber e realizar o projeto a partir de decisões deles. Optamos por romper com essa lógica, numa perspectiva de ecologia dos saberes, da autogestão, da realidade da instituição como emergência de possibilidades. Em alguns momentos, prevaleceu a hierarquia entre docentes e estudantes, porém não sem algum tensionamento. Percebendo-se sujeitos ativos no espaço coletivo, bem como na produção e troca de conhecimentos, o debate para chegar ao projeto final para a galeria mostrou-se conflituoso. Como solução, os docentes valeram-se da hierarquia, com vistas a atingir a meta concreta da proposição do projeto arquitetônico, mas também por estarem habituados ao modelo institucional tradicional. No entanto, consideramos que pela condução em equipe multidisciplinar e pelo exercício de intervenção na realidade espacial do ambiente, a tradicional hierarquia acadêmica foi desafiada. Se não conseguimos romper com a estrutura hierárquica, ao menos procuramos tentar apontar diretrizes e linhas de ação mais democráticas por participação direta, pensando em criar “subjetividades rebeldes” que não conformem sua vontade e potência à racionalidade das condições objetivas, como nos provoca o pensamento de Boaventura de Sousa Santos (2007). Considerou-se aqui a não neutralidade dos aspectos técnicos e sua relação com aspectos históricos e conceituais, envolvendo a própria comunidade acadêmica como a mais indicada e interessada em propor a intervenção em questão, enquanto atividade epistemológica, inclusive questionando a dicotomia entre técnica e estética. A experiência de interdisciplinaridade ainda é pouco explorada e latente nas equipes de projetos acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão, nos departamentos do CAC. Requer uma atitude de generosidade e abertura por parte dos docentes, contemplando a natureza complexa do conhecimento: É verdade, a ambição do pensamento complexo é dar conta das articulações entre os campos disciplinares que são desmembrados pelo pensamento disjuntivo (um dos principais aspectos do pensamento simplificador); este isola o que separa, e oculta tudo o que religa, interage, interfere. Neste sentido, o pensamento complexo aspira ao conhecimento multidimensional [...] Mas traz também em seu princípio o reconhecimento dos laços entre as entidades que nosso pensamento deve necessariamente distinguir, mas não isolar uma das outras [...] O pensamento complexo também é animado por uma tensão permanente entre a aspiração a um saber não fragmentado, não compartimentado, não redutor, e o reconhecimento do inacabado e da incompletude de qualquer conhecimento. (MORIN, 2011, p. 6)

No curso, os docentes interagiram e puderam aprender uns com os outros, assim como foi dado espaço aos discentes para compartilhamento de saberes e elaboração dos projetos que ofereceram subsídios à proposta final. O que ficou patente foi o aprendizado de trabalho em equipe multidisciplinar, neste caso ressaltando que o arquiteto e o engenheiro devem levar em conta a expertise relacionada com a função do espaço (abrigar exposições de Artes Visuais) e o

profissional de Artes Visuais (artista, curador, arte/educador. etc) pode ampliar o conhecimento sobre aspectos arquitetônicos que constituem suporte a suas práticas. Estas estratégias de integração de saberes são pouco comuns, inclusive no exercício profissional. A interdependência entre os variados aspectos abordados no curso, focados nas condições estruturais e estruturantes do espaço expositivo, tem sua historicidade e implicações conceituais examinadas por Castillo, que revela a trama de práticas discursivas em contextos variados: As exposições mantêm uma relação direta com as propostas artísticas e, como essas, vinculam-se às transformações sociais em seus aspectos políticos e econômicos. Nese sentido e por sua própria natureza, as exposições revelam um íntimo diálogo com os princípios projetivos da arquitetura e, assim, participam igualmente das transformações ocorridas no âmbito cultural, de onde surgem como um ponto de tensão entre os desejos e convicções artísticas e os interesses e projeções sociais. Assim, funcionam ora como veículo, ora como lugar ou, conforme Andreas Huyssen, como compensação dos fatos que mantêm viva a cultura. (CASTILLO, 2008, p. 319).

Portanto, acreditamos que a manutenção de espaços expositivos na universidade, tais como a Galeria Capibaribe (no campus) e o Instituto de Arte Contemporânea (fora do campus), são vitais para o ensino de arte que contemple a montagem de exposições como conteúdo imprescindível do campo, capaz de confluir da produção à recepção pelo público, com recursos de mediação (como a própria montagem de exposição). Como espaços vivos e atuantes, merecem ser objeto de estudo, discussão e reformulações por parte da comunidade acadêmica. Quanto à requalificação da Galeria Capibaribe em si, consideramos que tal como ocorre com outras áreas do conhecimento na UFPE, o Centro de Artes e Comunicação merece investimentos e laboratórios bem equipados, dentro de suas especificidades. No entanto, apenas o equipamento físico não será suficiente, devendo o objetivo almejado ser complementado por cuidados de gestão tais como disposição orçamentária e pessoal que atenda às necessidades de pleno funcionamento, envolvendo atendimento ao público, segurança, produção cultural, divulgação, montagem de exposições, manutenção e guarda de equipamentos e materiais (reserva técnica). Acreditamos que se faz necessário, de modo geral no Brasil, uma maior atenção das políticas públicas na gestão das universidades aos laboratórios de Artes Visuais, ou seja, espaços para experimentações práticas em caráter de ensino, pesquisa e extensão, tais como ateliês e espaços expositivos. Além da própria comunidade acadêmica, sobretudo para a formação inicial e continuada de docentes de Artes Visuais, estes laboratórios tem potencial para projetos envolvendo comunidade externa, grupos de faixas etárias ou necessidades específicas, residências artísticas, intercâmbios artísticos e pedagógicos nacionais e internacionais. Um exemplo do enorme potencial de museus e galerias universitários como laboratório de arte e seu ensino é a sistematização da Abordagem Triangular por Ana Mae Barbosa no Museu de Arte Contemporânea da USP, na década de 1980. O fortalecimento das galerias universitárias de arte consiste numa estratégia importante para qualificação da formação e ação na área e deveria ser objeto de um programa específico de governo que contemplasse desde a manutenção física à dinamização e conexão desses espaços. Um programa nacional que tivesse como um dos objetivos a circulação da produção artística universitária pelo país

promoveria a divulgação cultural e científica da pesquisa em arte. Como uma política pública dessa envergadura ainda está distante do horizonte da realidade atual, resta-nos a alternativa teimosa de agir no cotidiano da instituição à qual somos afiliados, tal como a experiência aqui descrita, como exercício pedagógico colaborativo de transformação das contrariedades com as quais nos deparamos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Adriana Mortara. Museus e Coleções Universitários: Por que Museus de Arte na Universidade de São Paulo?. 2001. Tese (Doutorado em Ciência da Informação e Documentação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Disponível em: . Acesso em: 2015-09-09. BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo : Perspectiva, 2005. CASTILLO, Sonia Salcedo del. Cenário de arquitetura da arte: montagens e espaços de exposições. São Paulo : Martins, 2008. COMISSÃO de Arte e Cultura CAC/UFPE. Galeria Capibaribe. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2015. DEPARTAMENTO de Teoria da Arte. Galeria Capibaribe. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2015. MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre : Sulina, 2011. O’DOHERTY, Brian. No interior do cubo branco: a ideologia do espaço da arte. São Paulo : Martins Fontes, 2002. SANTOS, Boaventura de Sousa. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo : Boitempo, 2007. WILNER, Renata et al. Anteprojeto para requalificação da Galeria Capibaribe. Recife: CAC-UFPE, 2014. 24 f. Digitado. Renata Wilner Doutora em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009). Atuou como professora de Artes Plásticas em escolas das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro de 1994 a 2009. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal de Pernambuco e do Programa Associado de Pós-graduação em Artes Visuais UFPE/UFPB. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7703938202970878.

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