Projeto \"Inventário Armando de Holanda\" - Digitalização e Conservação de Acervos de Arquitetura

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Descrição do Produto

PROJETO “INVENTÁRIO ARMANDO DE HOLANDA” DIGITALIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ACERVOS DE ARQUITETURA Patricia Ataíde Solon de Oliveira Clarissa de Carvalho e Silva Kamila Cavalcanti Silva

ABSTRACT The collection of documents from the Armando de Holanda Cavalcanti’s office, which was donated by the architect’s family to the Architecture and Urbanism Department of Universidade Federal de Pernambuco, is comprised of around 1500 documents, containing architecture, urbanism and landscaping designs, developed over the years of operation of his office. The entire collection was in the process of deterioration, due, mainly, to inadequate storage conditions to which it was subjected. Therefore, it was urgent an initiative that promotes not only the conservation of this material, but also its dissemination, encouraging new research projects and recognition of the heritage value of modern architecture in Pernambuco. In addition to the technical for blueprints conservation, which include cleaning and small repairs, the cultural project aims to scan part of the collection, creating a digital archive containing the most relevant works of this architect and also a web site, in which works and biographical information of the architect will be available.

Figura 1. Remoção dos projetos dos tubos de papelão. Fonte: autoras

INTRODUÇÃO O Acervo do escritório do arquiteto Armando de Holanda Cavalcanti, formado por cerca de 1500 de pranchas de projetos de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo de autoria do arquiteto ou de parceiros. Esta valiosa coleção, doada pela família do arquiteto ao departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, estava armazenada em tubos de papelão de dimensões reduzidas: condição que contribuiu significativamente para o desgaste do material. O Projeto Cultural “Inventário do Arquiteto Armando de Holanda” é uma iniciativa do Laboratório da Imagem de Arquitetura e Urbanismo (LIAU/UFPE) financiada pelo edital FUNCULTURA 2013, que prevê a higienização, acondicionamento e digitalização do acervo deste arquiteto para construção de um site e de uma base de dados física e digital.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 2. Remoção de fita adesiva com auxílio de bisturi. Fonte: autoras

Os acervos iconográficos são uma peça essencial para a pesquisa de arquitetura e urbanismo. Mas, apesar da evidente relevância deste tipo de material para a memória a cidade, em Recife - PE, estas coleções geralmente encontram-se em franco processo de destruição, sendo constantemente negligenciadas pelas instituições que as detém. Digitalizar este material traria grandes benefícios tanto para a difusão de informações quanto para a preservação do material, já que, promove, entre outros benefícios, diminuição do seu manuseio. Segundo Vieira (2013. P. 19) “A política de digitalização dá prioridade à manutenção de seu acervo para consulta on-line de dados, principalmente para atender a demandas de pesquisa daquelas que são consideradas como coleções de grande procura.” Mesmo que o caráter pioneiro destas experiências ainda tragam alguns problemas operacionais, como aponta Gumlich, “Os desafios desse setor são grandes, uma vez que as técnicas de conservação para as mídias digitais ainda estão sendo testadas, em muitos casos, pela primeira vez.” (2013. P. 23, a existência deste tipo de iniciativa que proporciona a preservação de valiosos registros de arquitetura, até então esquecidos nos arquivos de diversas instituições, geraria excelentes resultados, uma vez que, ainda não existe na cidade do Recife um centro de documentação específico de arquitetura capaz de captar os acervos de arquitetura originais, conservá-los e disponibilizá-los como fonte de pesquisa.

MATERIAIS E MÉTODOS

Figura 3. Remoção de sujidades com água deionizada. Fonte: autoras

•  Os projetos encontram-se inicialmente acondicionados em tubos de papelão. Dentre eles há uma série de sujidades que interferiram negativamente nas pranchas (Figura 1). • O processo de conservação do acervo inicia-se na sala de higienização, onde se confere a quantidade de pranchas e é feita a identificação provisória das mesmas utilizando um lápis 6B, cuja ponta macia não danifica o papel. •  Após há a higienização e realização de pequenos reparos nas pranchas, o qual envolvem limpeza das mesmas com trincha – para retirada de sujidade superficial, e com bisturi – para sujidades aderidas ou fitas adesivas. (Figura 2) •  O algodão umedecido em água deionizada é utilizado para retirada de manchas restantes (Figura 3), por fim, são umedecidos cotonetes em álcool ou acetona para complementar a limpeza. Os reparos são feitos com fita de restauro (Figura 4). •  Após estes procedimentos as pranchas seguem para a digitalização. Para esta etapa foi utilizado um scanner do tipo Colortrac Smartlf SC 42, onde foram gerados dois arquivos: um em formato .JPGE e outro em formato .TIFF. (Figura 5). Parte do material digital será disponibilizado em uma página da web.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 4. Realização dos reparos com fita de restauro. Fonte: autoras.

Este projeto abre uma importante discussão a respeito da conservação e valorização do patrimônio arquitetônico moderno em Pernambuco. É de extrema importância reconhecer que o acervo digital em nenhuma circunstância substitui o acervo de documentos originais. O projeto busca também tornar mais acessíveis as informações sobre o arquiteto por meio de uma página na web, tornando-se um dos primeiros passos para uma ligação das tecnologias digitais com a história da arquitetura moderna em Pernambuco. Diante do imenso acervo de projetos deixado pelo escritório de Armando de Holanda, torna-se evidente que o autor do célebre “Roteiro para construir no Nordeste: Arquitetura como lugar ameno nos trópicos ensolarados” ainda não recebeu o merecido reconhecimento por sua contribuição como profissional liberal. Esta iniciativa pretende, sobretudo, estimular novos estudos e pesquisas acerca de produção deste arquiteto, através da fácil difusão de informações promovida pela criação de um acervo digital.

CONCLUSÕES É necessário registrar nosso agradecimento à equipe do Laboratório da Imagem de Arquitetura e Urbanismo (LIAU), envolvida no desenvolvimento do projeto Cultural Inventário do Arquiteto Armando de Holanda sobretudo, a produtora cultural Guilah Naslavsky e a coordenadora Adriana Freire. Também aproveitamos este espaço para agradecer o envolvimento de outras instituições que contribuem para o desenvolvimento deste projeto: A Universidade Federal de Pernambuco através do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) e Laboratório de Tecnologia do conhecimento (LIBER); a Fundação Joaquim Nabuco; e ao Governo do estado de Pernambuco, pelo fomento, através do Edital FUNCULTURA 2013, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE).

REFERÊNCIAS Figura 5. Processo de digitalização. Fonte: autoras

GUMLICH, Albrecht. Coleções de modelos tridimensionais de Arquitetura e seus cuidados: conservação, abrigo e acondicionamento. Pós, São Paulo, n. 34, vol. 20, p. 12-32, Dez.2013. VIEIRA, João. O sistema de informação e questões acerca da conservação de acervos de arquitetura: os casos do Sipa e do Forte de Sacavém, em Portugal. Pós, São Paulo, n. 34, vol. 20, p. 12-32, Dez.2013.

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