QUADRINHOS: UMA PROPOSTA DE RELEITURA DOS SABERES

December 27, 2017 | Autor: Cristina Silveira | Categoria: N/A
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QUADRINHOS: UMA PROPOSTA DE RELEITURA DOS SABERES

CARUSO, Francisco (IF/UERJ & CBPF) SILVEIRA, Cristina (SEE/RJ & SME- Duque de Caxias/RJ)

“Mais vale um espírito bem formado, que uma cabeça cheia.” Michel de Montaigne

1. Introdução

Ao se pensar na atual situação da Educação brasileira, com um olhar voltado para o trabalho pedagógico, é impossível não questionar as metodologias de ensino, na tentativa de investigar como e por que elas não estão “dando conta do recado”. Por um lado, podemos nos perguntar por que tantos de nossos alunos apresentam inúmeras dificuldades de aprendizagem, principalmente nas áreas de Ciências e Matemática. Dificuldades estas que alguns chegam a “arrastar” por toda a vida acadêmica, gerando uma série de bloqueios e de desperdício de oportunidades. Por que há tantos analfabetos funcionais no nosso país? Por outro lado, há de se considerar a falta de motivação para os estudos [SILVEIRA, Maria Cristina, 2002]. De fato, “dados do relatório recém-divulgado do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelam que 40% dos jovens fora da escola alegaram que o desinteresse pelo estudo é o motivo de sua decisão. A busca de emprego vem em segundo lugar (17%). 1,7 milhão de jovens brasileiros entre 15 e 17 anos estão fora da escola por falta de vontade de estudar”. Isso nos chama a atenção para a necessidade urgente de se tornar a escola mais prazerosa e de se estimular a aprendizagem dos fundamentos

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(leitura, escrita e cálculo), os quais, bem aprendidos, se tornarão o alicerce do aprendizado de quaisquer outros conhecimentos. Discutir tais questões estaria fora do objetivo deste trabalho, mas fizemos questão de destacá-las na Introdução não tanto pela pertinência quanto pelo fato de terem sido essas questões que nos motivaram a propor ações práticas que possam levar a soluções, ainda que pontuais, o que é urgente! Ações estas que passam por um estímulo à releitura de saberes, da própria realidade do aluno e do mundo a partir de uma pedagogia bachelardiana [CARUSO, CARVALHO, SILVEIRA, 2002 e 2005] na qual arte e educação se fundem em torno da valorização da criatividade. Esta idéia constitui o fulcro da Oficina de Educação Através de Histórias em Quadrinhos e Tirinhas [EDUHQ, 2004] criada pelos autores em novembro de 2001. Como teremos oportunidade de ver mais adiante, nosso projeto busca contribuir para a formação do sujeito, partindo do seu enriquecimento cultural – posse de saberes – passando por uma síntese de conceitos – releitura dos saberes – e culminando em um ato criativo: os quadrinhos.

2. Por que a linguagem dos Quadrinhos?

Cada vez mais, todo material didático de qualidade pressupõe o emprego de diversas linguagens e a possibilidade de ser utilizado interdisciplinarmente, articulando-se, ou alternando-se, com os recursos tecnológicos disponíveis hoje e os que venham a surgir. Desta forma, a possibilidade de criação de materiais didáticos diversificados para as disciplinas curriculares é altamente desejada. A escola deveria ter a intenção de dinamizar as aulas e estar preparada para isto, motivando os alunos a participarem ativamente na construção do próprio conhecimento e na facilitação da construção do conhecimento de terceiros, valendo-se de uma linguagem acessível à criança e ao adolescente (metalinguagem).

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Nossa vivência cotidiana expõe-nos constantemente a diversas linguagens: verbal, facial, escrita, gestual etc. Através dessas linguagens “lemos” o mundo e com ele dialogamos, aprendendo diariamente com essa interação. Em uma sociedade cada vez mais impregnada de imagens, era de se esperar que a escola se aproveitasse desta freqüente exposição dos alunos a uma comunicação essencialmente visual (televisão, vídeos, clips, cinema, gibis etc.). Por receio ou desconhecimento das inúmeras possibilidades de uso das imagens – histórias em quadrinhos, no caso que decidimos explorar – pouco se utiliza desse recurso para motivar ou levar informação aos alunos, abrindo mão do que poderia ser um grande trunfo na formação e na alfabetização funcional e científica dos alunos. As imagens nos transportam para uma comunicação que vai além do nosso consciente. Ao “lermos” uma determinada imagem, desacompanhada de texto, podemos até não chegar a ter consciência da mensagem que ela nos transmite, mas nosso inconsciente guarda esta leitura. Haja vista as coisas que vemos durante o dia e acreditamos não ter dado importância, mas, durante a noite, estando em estado de inconsciência, sonhamos com elas. As imagens evocam nossa inconsciência, o que o texto nem sempre faz. Ao vermos uma história em quadrinhos, por exemplo, escrita em outro idioma, que desconhecemos, procuraremos, sem dúvida, nos apoiar nas imagens para tentar atribuir significado a ela, pois as imagens são excelentes intérpretes. Ao analisarmos uma tirinha como esta, produzida pela EDUHQ,

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fazemos uma leitura global da cena, criando na mente todo um cenário – com seqüência lógica, discurso e movimento que não estão presentes – e formulamos um julgamento da ação (certa ou errada) a partir dos nossos próprios valores. Assim, muito mais do que uma informação (NÃO JOGUE LIXO NO CHÃO), recebemos um estímulo à imaginação, à criatividade, pois, na passagem de um quadrinho para o outro, somos “obrigados” a fazer hipóteses, montando mentalmente uma cena dinâmica, causalmente encadeada, de um desenho estático. Da mesma forma que, para o aluno chegar a criar uma tirinha semelhante (sem nenhuma linguagem escrita), ele também terá que formular essas hipóteses mentais. E, na grande maioria das vezes, ele ainda desejará colocar textos nos balões; assim, estará também trabalhando a linguagem escrita e buscando ser claro e conciso, pois o espaço disponível nos quadrinhos é pequeno. Já ao analisarmos esta outra tirinha,

podemos observar a angústia que o aluno sente em relação aos conteúdos da Matemática. Ele não consegue entender esta matéria (talvez por não ver a relação entre os conteúdos e seu cotidiano) e sua tendência é se distanciar cada vez mais dela, traduzindo-se em falta de motivação para estudar. Seu desprezo pela metodologia utilizada pela professora (“cuspe e giz”) é evidente. O autor da tirinha “relata” essa situação com poucas palavras, que, na verdade, não estão dizendo

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nada disso, mas a mensagem que podemos aprender da cena é inquestionável: ele não consegue fixar sua atenção nas aulas de Matemática! Neste exemplo, o pior é que ele retrata uma cena muito recorrente em nossas escolas, não nas mesmas circunstâncias, mas em situações muito similares.

3. Conhecendo um pouco mais o trabalho da EDUHQ

Durante o século XX, desenvolveram-se pedagogias calcadas na relação arte/educação. Elas tendem a considerar a criatividade como ponto fundamental nos processos didático-pedagógicos, valorizando a importância da arte para o desenvolvimento de outras realizações do homem. Por outro lado, é inegável o papel central da criatividade no desenvolvimento da Ciência e de outros saberes. Assim, é possível e importante pensar-se, a partir da filosofia bachelardiana, (que tanto valoriza a criatividade) um projeto pedagógico que se vale da arte, da criatividade para promover a formação e a alfabetização científica dos alunos [CARUSO, CARVALHO, SILVEIRA, 2002 e 2005]. Na educação, mais do que em qualquer outra atividade humana, o tempo é uma medida cruel do que não foi feito. Tendo esta consciência e sabendo das enormes barreiras e dificuldades de se transformar a Instituição Escola – compreendida como um Sistema –, propomos uma pequena contribuição para a melhoria da educação básica, a partir de um trabalho voltado para a valorização do aluno e de suas habilidades, estimulando-o a ir além da memorização e da repetição de tarefas, incentivando-o buscar o prazer nas descobertas, nas formulações de hipóteses e nas práticas experimentais, pois é cada vez mais urgente pensar no aluno como pessoa inteligente, criativa, capaz de imaginar, de sonhar [CARUSO E SILVEIRA, 2005] de fazer hipóteses e de criar, não apenas como um receptor ignorante dos conhecimentos transmitidos pelos professores e pelos livros [HARPER et al., 2000].

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A Oficina EDUHQ é um espaço não-formal de educação. Ela existe há mais de seis anos e por ela passaram mais de 70 alunos de ensino médio, alguns de ensino fundamental e outros de graduação, além de alunos de pós-graduação em busca de materiais para suas pesquisas e de professores/pesquisadores. Para nossa satisfação, muitos dos alunos de ensino médio que por lá passaram, estão hoje concluindo a graduação e alguns, já formados, agora são nossos colaboradores. Os principais objetivos na EDUHQ estão citados em [CARUSO, CARVALHO, SILVEIRA, 2005] e uma relação mais detalhada pode ser encontrada no próprio site da Oficina [EDUHQ, 2004a]. Entretanto, no que se refere ao tema deste artigo, é importante destacar nossa intenção de contribuir para que o aluno possa ser um ator importante na difusão do conhecimento, a partir de um processo que se inicia nos processos didáticos e culmina com seu ato criativo, processo esse que deverá lhe dar uma nova dimensão dialógica do processo ensino-aprendizado. O aluno nunca é tratado na Oficina como um simples desenhista. Lá, a regra de ouro é que ele só crie, só desenhe com base em algum conhecimento que ele adquiriu. Não acreditamos que eles possam participar diretamente, nesta faixa etária, da produção do conhecimento científico. Entretanto, ele aprende a atuar como um tradutor. Como nos ensina [PARENTE CUNHA, 1982], “o verbo ‘traducere’ (por ‘transducere’) quer dizer conduzir para além, fazer ultrapassar (...)”. É exatamente neste sentido que estamos usando o termo “tradutor”: o aluno, pela criação artística, ultrapassa as barreiras que o mantinham afastado de um certo conhecimento e, ao mesmo tempo, cria instrumentos didáticos  tirinhas  os quais, nas mãos de um professor habilidoso, podem conduzir outros jovens a uma compreensão facilitada deste mesmo conhecimento, a uma leitura mais direta do mundo. Estes dois atos, traduzir e ler, estão intimamente relacionados no projeto pedagógico da EDUHQ. Seria difícil explicitar tal relação de forma tão elegante sem recorrer de novo a [PARENTE CUNHA, 1982], quando ela ressalta que “traduzir é ler, na medida em que ler não é somente ler. O étimo latino legere evoca sentidos que aparentemente se desvaneceram do vocábulo

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ler, mas lhe estão subjacentes, com o vigor de sua amplitude: recolher, apanhar, percorrer, escolher, captar com os olhos. Ao lermos, nós recolhemos o que escolhemos no manancial de palavras, fonte de nossa realidade. No que lemos, jaz o mistério do que colhemos. Traduzir é um modo de ler, de recolher o que não se colhe, o mistério do homem”.

Concluindo esta brevíssima introdução à filosofia de trabalho da EDUHQ, gostaríamos de enfatizar que nossos alunos são estimulados a reler os conceitos que lhes são transmitidos, de forma crítica e levando em consideração sua experiência de vida. Durante esta releitura, este processo de criação, os alunos, assim como os velhos alquimistas, mais do que conseguindo transformar a matéria, estão, na verdade, sonhando e conseguindo mudar o seu próprio eu [JUNG, 1998]. Este é o verdadeiro sonho transformador [CARUSO, SILVEIRA, 2005] que o conduz a ver o Mundo de outra forma, que claramente contribui para uma enorme melhoria da auto-estima dos alunos e de sua relação com o aprendizado em geral, com a escola e com a vida. Entendido como atuam os alunos-artistas, gostaríamos de expor uma pequena amostra do material que está no site (www.cbpf.br/eduhq), produzido por esses alunos, e fazer alguns comentários relevantes para a compreensão da dimensão desse projeto. As tirinhas representam uma parte expressiva do material produzido pela EDUHQ, devido ao seu poder de concisão. Um desafio a ter sempre em mente é a utilização de textos simples e curtos, ressaltando a linguagem da imagem. Outro desafio é fugir de qualquer tipo de memorização e buscar produzir um material que não apenas desperte a curiosidade do aluno, mas seja também capaz de permitir que ele reflita e aprenda o conceito abordado, através de suas próprias deduções e conclusões, mesmo que para isso ele necessite da ajuda de seu professor. Em outras palavras, as tirinhas não devem ser óbvias ou conter explicações que não deixem espaço para que o aluno infira ou deduza alguma coisa a partir de seu contato com a tirinha.

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Vejamos algumas, pois não temos espaço suficiente para colocar mais do que alguns poucos exemplos de áreas distintas. A tirinha a seguir foi feita após uma conversa informal sobre os males causados pelas drogas ilícitas, pelo cigarro e pelo álcool, ressaltando o risco de usá-las e dirigir em seguida.

A próxima foi feita após uma aula informal sobre História da Arte com dois pesquisadores que participaram do projeto durante algum tempo. Os alunos fizeram muitas perguntas, sobre vários ramos da História, afinal, era uma oportunidade rara aquela conversa.

Algumas vezes estimulamos os alunos da EDUHQ a assistirem palestras fora do espaço da oficina, ou visitarem museus e exposições, criando tirinhas a partir do aprendizado com essas experiências. A tirinha abaixo foi feita por uma aluna após visita ao MAST (Museu de Astronomia e Ciências Afins).

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Outro tema que desperta muito interesse nos jovens, dada a grande exposição na mídia, é o tema transgênicos. Convidamos então Silvio Valle (pesquisador da FIOCRUZ) para dar uma palestra e depois os alunos retomaram este tema em uma conversa informal com Gerlinde Teixeira (pesquisadora da UFF). Uma tirinha que resultou desta interação está reproduzida abaixo.

A próxima tirinha foi feita após um bate-papo sobre a escola, quando estimulamos os alunos a apontarem onde, segundo eles, estavam as falhas do sistema educacional. Criticaram, elogiaram, sugeriram mudanças nas aulas, no modo do professor dar aula e analisaram alguns de seus professores, retratando

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aspectos de suas realidades. Como não poderia deixar de ser, eles apontaram a questão da clareza e da adequação da linguagem e o aspecto correlato da eficiência do processo de comunicação.

Como a EDUHQ funciona em uma sala do Departamento de Física, e muitos professores desse departamento participam e apóiam o projeto, grande parte das tirinhas é de Física, pois os nossos alunos tiveram muitas aulas informais sobre diversos assuntos referentes à Disciplina. Trouxemos o exemplo a seguir.

Essa tirinha é maravilhosa, pois desmistifica o fato de que quanto mais a água permanecer no fogo após a fervura, mais ela se aquecerá, como acreditam muitos leigos em Física. Nos tempos atuais, quando a mídia divulga a todo o momento as catástrofes ambientais que estão por vir, por conta dos descuidos do Homem com

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a Natureza, nossos alunos demonstram essa preocupação e as expressam em tirinhas, como fica evidente da próxima tirinha.

As tirinhas de Língua Portuguesa são frutos de nosso constante incentivo ao hábito da leitura, estimulado como fonte de aprendizagem e lazer. São excelentes elementos de estímulo e motivação dos conteúdos dessa Disciplina que julgamos ser essencial para o aprendizado de qualquer outra. Aqui está um exemplo, com muito humor.

4. Confeccionando as tirinhas em sala de aula

O que fazemos com nossos alunos na Oficina EDUHQ pode ser reproduzido em sala de aula. Para isto, devem-se observar alguns pontos importantes.

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Em primeiro lugar, para confeccionar as tirinhas os alunos precisam ter: informações, as mais claras possíveis, sobre o conteúdo a ser representado na tirinha; poder de síntese para transmitir idéias de maneira concisa; e habilidades mínimas para desenhar, não sendo necessário nenhum talento extraordinário para desenho e pintura. O professor deve estimular a participação e a criatividade de todos os alunos na confecção das tirinhas, não importando o estilo de desenho nem seu aspecto. Com o tempo e a prática, os alunos aperfeiçoam suas técnicas de desenhos, principalmente se o professor fizer intervenções e for orientando o trabalho ao longo do processo. Para os alunos mais “resistentes” aos desenhos, que insistem no discurso de que não sabem desenhar, o professor pode optar pela técnica de recorte e colagem, fazendo, assim, com que todos se envolvam nesse entusiasmante processo criativo. Ao propor a confecção da tirinha pelos alunos, o professor deve inicialmente explicar, com riqueza de detalhes, todos os procedimentos a serem seguidos, partindo do princípio de que nada é óbvio. Todas as informações devem ser esmiuçadas exaustivamente, a fim de que nenhuma dúvida paire sobre o “como fazer”. Se possível, ao final, mostre um exemplo pronto. Apresentemos a seguir algumas dicas úteis que deverão nortear o processo prático de produção de tirinhas. Quanto ao formato: sugerimos que sejam feitas com as mesmas dimensões das tirinhas que são apresentadas no site da EDUHQ (www.cbpf.br/eduhq), ou seja, com dimensões de 10 × 19 cm; essa escolha facilitará a inclusão das mesmas em nosso acervo, caso o professor e o autor queiram fazê-lo, nos enviando por e-mail ([email protected]) a tirinha digitalizada como um arquivo tif com 300 dpi de resolução, ou remetendo pelo correio (a/c Francisco Caruso, Rua São Francisco Xavier, 524, 3º andar, Bloco A, sala 3025, CEP: 20.550-110, Rio de Janeiro – RJ – Brasil). Fazemos sempre uma seleção e as melhores são disponibilizadas em nosso site.

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Não é necessário colocar a margem branca que aparece nas tirinhas impressas, pois elas são inseridas no computador, após o tratamento da imagem. Quanto aos personagens: os alunos da EDUHQ são orientados a criar seus próprios personagens (um ou mais), nomeá-los e utilizá-los em suas histórias.

Quanto aos balões: Eles devem ser de tamanho compatível com os personagens: nem muito grandes, nem muito pequenos, com um tamanho de letra que dê boa leitura e devem conter pouco texto - quanto menos palavras para expressar uma idéia, melhor. Eles não devem extrapolar os limites das divisórias dos quadros, a menos que seja esta a intenção do desenhista, por algum motivo de estilo ou para melhor se fazer entender.

Quanto às divisões dos quadros da tirinha: Os alunos devem ser orientados a dividir a tirinha em dois ou três quadrinhos no máximo, pois, mais que isso prejudica a confecção do desenho e a visualização do mesmo. E um só quadro, a rigor, não é uma tirinha, mas sim uma charge. Tendo o aluno optado por dois quadros, deverá apresentar a idéia inicial no primeiro quadro e seu desfecho no seguinte. Tendo dividido em três, começo no primeiro quadro, meio no segundo e fim no terceiro. Em ambos os casos, sempre da esquerda para a direita, da mesma forma como se processa a leitura.

5. O passo-a-passo das tirinhas 1º) Leve informações abundantes sobre o assunto que deseja trabalhar. Utilize, para isso, meios que sejam atraentes e lúdicos, como vídeos, músicas e toda sorte de material audiovisual disponível. 2º) Promova muitas e ricas discussões, esgotando as possibilidades do tema. 3º) Apresente algumas tirinhas para que os alunos se familiarizem com elas. Visite o site da EDUHQ e veja se há material disponível sobre o tema que está

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trabalhando. Isso ajudará na compreensão dos alunos e servirá de inspiração para as tirinhas produzidas por eles. 4º) Desafie os alunos a criarem suas próprias tirinhas. 5º) Dê informações detalhadas e claras sobre o processo de criação: dimensões da tirinha, divisão dos quadros, posição dos personagens e dos balões, ânimo dos personagens (tudo pode falar e ter vida), modo de colorir (forte e com contorno preto), texto dos balões (conciso e claro), seqüência lógica (começo, meio, fim, da esquerda para a direita, de cima para baixo), conteúdo claro e com humor (sem necessidade de explicações ulteriores para a compreensão). 6º) Acompanhe todo o processo, fazendo as intervenções que forem necessárias. 7º) Compartilhe os resultados com todos, expondo-os para os demais alunos. BIBLIOGRAFIA

CARUSO, Francisco, CARVALHO, Mirian & SILVEIRA, Maria Cristina. “Uma proposta de ensino e divulgação de Ciências através dos quadrinhos”, Ciência & Sociedade, CBPF-CS-008/02, 2002.

CARUSO, Francisco, & SILVEIRA, Maria Cristina. “Educar é fazer sonhar”, Princípios 83, p. 67-72 (2005).

CARUSO, Francisco, CARVALHO, Mirian & SILVEIRA, Maria Cristina. “Ensino não-formal no campo das Ciências através dos Quadrinhos”, Ciência e Cultura (Temas e Tendências: Educação não-formal), ano 57, no 4 (out.-dez. 2005), p. 3335.

EDUHQ, 2004. http://www.cbpf.br/eduhq, acessado em 23 de março de 2008.

EDUHQ, 2004a , acessado em 23 de março de 2008.

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HARPER, Babette et al. Cuidado Escola!. São Paulo: Editora Brasiliense, 35a edição, 2000.

JUNG, Carl G. Psicologia e Alquimia. Petrópolis: Vozes, 1998.

PARENTE CUNHA, Helena. “O finado Matias Pascal” in A Tradução da Grande Obra Literária: (Depoimentos), Daniel da Silva Rocha et al. São Paulo: Editor Álamo, 1982. SILVEIRA, Maria Cristina. Da Motivação e de sua Relevância no Processo de Aprendizagem Escolar. Nova Iguaçu: Faculdade de Educação e Letras da UNIG, 2002. Veja texto na íntegra em http://152.84.100.77/site2004/html/publicacoes/links_publicacoes/monografia/mon ografia_cristina.htm, acessado em 23 de março de 2008. ***************** CARUSO, Francisco Físico, é pesquisador titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e professor adjunto do Instituto de Física da Uerj. Além de suas atividades de pesquisa, vem se dedicando há anos à divulgação científica e à formação de jovens. Criou, junto com Cristina Silveira, a Oficina de Educação através de Histórias em Quadrinhos e Tirinhas. É co-autor do livro Física Moderna: Origens Clássicas e Fundamentos Quânticos, com o qual recebeu o Prêmio Jabuti 2007 (2º lugar), na área de Ciências, Engenharias e Informática.

SILVEIRA, Cristina Pedagoga, Orientadora Educacional com especialização em Dificuldades de Aprendizagem, é professora da Rede Estadual de Ensino (Rio de Janeiro) e da Rede Municipal de Ensino (Duque de Caxias), onde atua como implementadora pedagógica da Subsecretaria Adjunta de Planejamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação. É co-autora do livro Questões Ambientais em Tirinhas, publicado em dezembro de 2007 e do livro Ziraldo na Sala de Aula (no prelo).

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