Quando o corpo se torna lugar

December 6, 2017 | Autor: Stéphane Monnet | Categoria: Architecture, Dance Studies, The Body, Urban Studies, Sociologia
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QUANDO O CORPO SE TORNA LUGAR
- HABITAR O MOVIMENTO –

PALAVRA CHAVE LUGAR-CORPO-MOVIMENTO

RESUMO

A cidade se defini hoje através de uma coreografia de fluxos e fixos. No habitar contemporâneo, as trocas, os encontros não acontecem mais no lugar concreto da cidade. A "ditatura" econômica da cidade eficiente deu toda adequação ao desenvolvimento de um espaço virtual, feito de fluxos infinitos. Essas novas comutações caracterizam hoje a vida coletiva. Nesse afastamento da terra é preciso de um espaço aproximativo, flexível. Ele não tem mais limites; que sejam espaciais ou temporais, nos andamos num espaço indefinido, homogeneizado, onde o unitário conjunto não é mais ator da historia ou da vida coletiva. Os lugares da cidade parecem não existir mais. Será possível viver sem lugar ? Podemos evoluir num espaço sem memória nem sonhos, um espaço que só acontece no instante ?
Nesse "espaço-sem-lugar" a materialidade absolutamente primeira resiste: o nosso Corpo. Numa mobilidade constante, o único lugar que permanece é o corpo. É ele que se torna lugar e ator principal de nosso enraizamento nos territórios. Assim nos habitamos no movimento através do corpo.
O cidadão do século XXI voltou a ser Uma espécie de nômade da idade-média: que vive em movimento. Com duas diferenças consideráveis, ele tem todos os tipos de meios de transporte à sua disposição e não conta mais em quilômetros, mas em minutos a sua relação com o espaço real ao seu redor. Pela magia dos aparelhos, ele pode estar aqui e ali realizando assim o velho sonho da ubiquidade. Quando as comunicações portáteis associam-se com o corpo humano, é o homem que se torna meio de circulação. Se a existência do indivíduo encontra-se em seu projeto (o habitar seria a capacidade do ser humano de se projetar fora do seu contexto físico imediato ou distante, o corpo sendo a matriz dessa ação e desse projeto ) é preciso olhar para o processo, para não tomar o seu movimento como o único objetivo. Assim o ser humano habitante não é só um corpo programado que reagiria como um executante; ele é lugar da sua habitação por se acomodar da transição do eventual e do imprevisto num resultado só. Nossa habitação é a ilustração espaço-temporal da nossa presença revelada na nossa mobilidade criativa.
Como a descaracterização do espaço, às vezes, o corpo submete-se também a essa perda de identidade. Assim o habitante fica sempre dividido entre a necessidade de ser e a necessidade de parecer (pare-ser). Porém em culturas como no Rio de Janeiro, a troca, o encontro com o outro e a sociedade o Corpo permanece a ser ator principal de nosso habitar. Como o corpo se torna lugar e ator de vida coletiva na cidade contemporânea ?
SEMINARIO . STEPHANE MONNET . PROURB 2014
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