Quem traz as notícias? Explorando os aplicativos agregadores para dispositivos móveis

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PERIODISMO ACTUAL Y FUTURO: INVESTIGACIÓN, DOCENCIA E INNOVACIÓN Actas del XX Congreso Internacional de la Sociedad Española de Periodística Universitat Pompeu Fabra (Barcelona), 13 y 14 de junio de 2014

Sergi Cortiñas-Rovira Albert Elduque Felipe Alonso-Marcos Marc Darriba Zaragoza (eds.)

ISBN: 978-84-606-9093-1 Depósito Legal: B 16835-2015 Sociedad Española de Periodística Universitat Pompeu Fabra

Quem traz as notícias? Explorando os aplicativos agregadores para dispositivos móveis João Canavilhas e Ivan Satuf (Universidade da Beira Interior) Resumo Este artigo busca compreender como funcionam os aplicativos móveis agregadores de notícias no ecossistema comunicacional contemporâneo. São analisadas duas dimensões – interface e sistema de input-output – de quatro aplicativos: Flipboard, Pulse, News360 e Niiiws. Revela-se a tendência de fusão das plataformas de distribuição de notícias com as redes sociais com duas implicações básicas: 1) tensão na teoria da notícia, 2) possível aumento da auto-reflexividade do consumo de informação. A exploração indica, ainda, a existência de diferentes abordagens por parte dos desenvolvedores dos aplicativos e a necessidade de elaboração de uma taxonomia dos agregadores.

Palavras-chave: agregadores; jornalismo; dispositivos móveis; aplicativos; tablet; smartphone

Introdução Jornalismo e tecnologia sempre caminharam juntos, visto que é o desenvolvimento dos meios técnicos que permite ampliar a circulação das notícias no tempo e no espaço. A perspectiva histórica nos revela que essa união é muito anterior aos aparelhos eletrônicos e digitais. A própria origem da prática jornalística está conectada ao surgimento dos jornais no século XVII e estes estão diretamente vinculados à famosa invenção da prensa tipográfica por Johann Gutenberg, por volta de 1450 (Traquina, 2005; Briggs & Burke, 2009). Portanto, a reflexão teórica sobre o jornalismo deve ser constantemente atualizada para compreender o fluxo noticioso proporcionado pelas tecnologias. O ecossistema jornalístico contemporâneo é marcado pela multiplicação de dispositivos. A convergência de conteúdos acompanha a divergência do hardware no que Jenkins (2006) denunciou como a “falácia da caixa preta”, uma crença descabida segundo a qual todos os aparelhos iriam convergir em um único “aparelho central”. Hoje, pelo contrário, estamos imersos numa série de tecnologias. Os últimos vinte anos foram marcados pela vertiginosa adoção dos telefones celulares e a consequente consolidação da cultura da mobilidade (Goggin, 2006; Katz, 2008; Lemos, 2011).

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Um marco importante ocorreu em 2003, quando o número total de linhas móveis ultrapassou a telefonia fixa em escala global (Castells et al., 2006). A mobilidade é um fator decisivo nas recentes transformações relativas à produção e distribuição de conteúdos, incluindo as notícias (Firmino, 2013; Westlund, 2013). Ainda na década de 1990, as empresas jornalísticas começaram a investir na distribuição de informação por telefones celulares. O SMS (Short Message Service) foi o primeiro formato largamente empregado para distribuir alertas noticiosos. Fidalgo (2009) argumenta que a tecnologia “push” é uma estratégia ideal para os usuários de telefonia móvel, acostumados a receber mensagens a todo instante. Cabe ressaltar que mobilidade não é sinônimo stricto sensu nem se resume ao sentido de “portabilidade”. Jornal, revista e rádio são suportes portáteis, fáceis de transportar e manusear, mas não são dispositivos móveis de comunicação em sentido pleno, visto que lhes falta conectividade contínua e por demanda, além de funcionalidade sensível ao contexto do usuário (Aguado & Martínez, 2008). Tecnologias móveis só alcançam a plenitude quando conectadas às redes digitais que permitem a comunicação entre os aparelhos e destes com servidores remotos. Ainda para evitar a confusão conceitual, por dispositivos móveis estamos nos referindo ao amplo conjunto de smartphones e tablets, incluindo aparelhos que possuem dimensões intermediárias, geralmente com tela entre 5 e 7 polegadas e conhecidos como phablets (neologismo de origem inglesa oriundo da fusão de phone e tablet). O lançamento da primeira versão do iPhone em 2007 foi determinante para traçar o rumo das tecnologias móveis. O aparelho desenvolvido pela Apple impôs um padrão baseado em telas sensíveis ao toque e sistema operacional (iOS) que permite executar tarefas similares aos computadores. Outra inovação importante diz respeito aos aplicativos (mobile apps), softwares desenvolvidos para dispositivos móveis que permitem executar tarefas específicas. Em menos de uma década de existência, os aplicativos conquistaram relevância tecnológica (Laugesen & Yuan, 2010), cultural (Goggin, 2011) e econômica (Mandel, 2012; Aguado, 2013). O “padrão iPhone” também alterou a forma como nos relacionamos com a tecnologia móvel. Aos poucos, o dispositivo migrou de nossos ouvidos para as nossas mãos. A utilização como telefone permanece importante, mas essa característica perdeu espaço para uma série de outras funções associadas aos aplicativos. O iPhone serviu de inspiração para o desenvolvimento do iPad, lançado em 2010 e, por consequência, dos mercado de tablets, aparelhos móveis que rompem definitivamente com a lógica do telefone. Com telas maiores e elevada capacidade de processamento de dados, os tablets “podem ser considerados um compromisso entre miniaturização e ergonomia, entre portabilidade e conforto” (Palacios, 2013, p.4).

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O recente desenvolvimento tecnológico motivou as empresas jornalísticas a buscarem novas fontes de receita para o conteúdo digital. Grupos midiáticos em todo o mundo, como O Globo (Brasil), El País (Espanha), Expresso (Portugal), La Repubblica (Itália) New York Times (Estados Unidos) e The Guardian (Inglaterra), decidiram desenvolver aplicativos próprios. As investigações apontam a existência de uma grande diversidade de abordagens num contexto ainda bastante experimental (Dias Noci, 2009; Canavilhas & Santana, 2011; Barbosa et al., 2013; Canavilhas & Satuf, 2013; Paulino, 2013; Prieto, 2013). Este artigo busca compreender, no entanto, outro conjunto significativo de aplicativos móveis para consumo de informação jornalística: os agregadores. O sucesso desse novo nicho para a circulação de notícias se deve a “uma interface visual poderosa e intuitiva”, além de “integração das redes sociais como fontes de recomendação de conteúdos” (Aguado & Castellet, 2013, p.202). Para ilustrar a relevâncias dessas novas plataformas para o consumo de notícias basta olhar para o Flipboard, agregador que atingiu em três anos de existência a expressiva marca de 85 milhões de usuários registrados (The Next Web, 2013). O objetivo deste artigo é compreender como esses aplicativos operam para fornecer um conjunto de notícias aos usuários, ou seja, a funcionalidade e as consequências para o fluxo e consumo de informação. A investigação se desdobra em uma série de questões: Como as informações são organizadas nos agregadores móveis? Onde e como os aplicativos buscam as notícias? Como software (app) e usuário interagem para determinar o conteúdo? Quais os mecanismos para compartilhar os conteúdos? Que características dos dispositivos móveis são aproveitadas para fornecer uma experiência inovadora no consumo de informação jornalística? Para responder a estas questões, debatemos a lógica operacional dos aplicativos agregadores para dispositivos móveis a partir de duas dimensões: interface e sistema de input-output. Recorremos a uma descrição analítica de quatro agregadores: Flipboard, Pulse, News360 e Niiiws. Estamos cientes de que a amostra é extremamente pequena diante do grande número de aplicativos disponibilizados nos diferentes sistemas operacionais. No entanto, defendemos que se trata de um corpus representativo qualitativamente para a exploração inicial sobre o tema, visto que os aplicativos selecionados possuem diferentes abordagens, mas também indiciam alguns padrões.

Agregadores: do computador aos dispositivos móveis As plataformas agregadoras de notícias são bastante populares na internet. O desenvolvimento foi, em certa medida, uma resposta à explosão de conteúdos na web e à necessidade de selecionar e organizar as informações sem que o usuário precise despender muito tempo e

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esforço (Calin et al., 2012). Em síntese, os agregadores agem como intermediários entre os produtores de conteúdo e os consumidores num ambiente de superabundância de dados (Cádima, 2013). Entretanto, a intermediação realizada pelos agregadores produz efeitos colaterais nos modelos de negócio historicamente estabelecidos no jornalismo. A proliferação dessas plataformas gerou uma forte reação das empresas jornalísticas responsáveis pela produção do conteúdo, inclusive, com disputas legais sobre apropriação indevida de material e direito de autor. Rupert Murdoch, proprietário do conglomerado midiático News Corporation, expôs de maneira inequívoca o sentimento partilhado por grande parte dos empresários do setor: “Fazer jornalismo é caro. Investimos tremendos recursos em nossos projetos, de tecnologia a salários. Agregar notícias não é um uso justo. Sendo indelicado, isso é um roubo.” (Murdoch apud Isabell, 2010). Alheios às questões de ordem econômica, os usuários continuam a utilizar os agregadores para obter informação jornalística. Dados coletados pelo Reuters Institute for the Study of Journalism (Newman & Levy, 2013) revelam que 24% dos internautas acessam notícias prioritariamente por uma das três formas: 1)motores de busca (Google, Bing, etc), 2)redes sociais (Facebook, Twitter, etc) ou 3)agregadores. O índice atinge 33% entre os entrevistados com idade entre 18 e 34 anos (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Principais formas de acesso de notícias on-line Fonte: Reuters Institute for the Study of Journalism (Newman & Levy, 2013)

A mesma pesquisa detalhou o percentual de internautas que usa os agregadores como meio mais importante para obter informação jornalística, ou seja, um subconjunto importante dentro do

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gráfico anterior. Os números são igualmente relevantes, sendo que apenas a Dinamarca (7%) apresentou índice inferior aos 10% entre nove países pesquisados. França (12%), Itália (16%), Alemanha (16%), Espanha (17%) e Reino Unido (17%) apresentam taxas intermediárias. Nos Estados Unidos (26%), cerca de um quarto da população usa os agregadores como fonte primária para ler notícias. Os índices são ainda maiores no Brasil (37%) e no Japão (47%), onde mais de um terço dos usuários faz uso das plataformas agregadoras para se informar rotineiramente (Newman & Levy, 2013). Antes de iniciarmos o debate sobre os aplicativos móveis, é preciso compreender que existem diferentes categorias de agregadores com implicações importantes para a compreensão do tema. Para simplificar a classificação, optamos por três categorias. A primeira engloba os agregadores que automatizam, por meio de operações algorítmicas, a busca por links dispersos na web. Esse tipo de agregador é um software que coleta informação de múltiplas fontes e apresenta o conteúdo numa interface unificada (Fortes et al., 2007). O usuário seleciona canais (sites de jornais, blogs, etc), temas gerais (política, esporte, cultura, etc) ou específicos (um cantor ou um partido político, por exemplo), sobre os quais deseja receber conteúdo. Exemplos bastante conhecidos desse tipo de agregador são o Google Reader (descontinuado pela Google em julho 2013) e My Yahoo! (my.yahoo.com). A tônica é a personalização do conteúdo a partir de parâmetros atribuídos pelo usuário. Na segunda categoria estão os agregadores de notícias sociais, como o Digg (www.digg.com) e Reddit (www.reddit.com). Não é o software que direciona o conteúdo, mas os próprios usuários que buscam informações de diferentes fontes na web e publicam na plataforma. Outros leitores votam na qualidade dos conteúdos postados e, com base no resultado, o agregador hierarquiza as informações. Trata-se de um sistema colaborativo de recomendação, no qual é atribuído um status (capital social) aos internautas que postam material considerado mais relevante para a coletividade. Portanto, os agregadores sociais de notícias são redes formadas por indivíduos conectados por similaridade de valores e/ou interesses inscritos num processo de negociação permanente (Monteiro, Tavares & Gomes, 2007). A participação aberta faz com que parte do conteúdo publicado se assemelhe a materiais compartilhados em redes sociais, entretanto, as notícias circulam como elemento importante nestas plataformas. Já a característica básica da terceira categoria é a presença de jornalistas no processo de agregação de notícias. Aqui não são os softwares nem os internautas que selecionam e organizam o conteúdo. Os jornalistas trabalham como “empacotadores” que contextualizam e combinam materiais que já existem na web (Anderson, 2013) numa atividade análoga ao que Bruns (2003) denominou gatewatching. Exemplos amplamente conhecidos são Huffington Post (www.huffingtonpost.com) e Buzz Feed (www.buzzfeed.com), sites com conteúdos bem

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diferentes, mas que conseguem atrair enorme audiência. Apesar da seleção de notícias não ser realizada por algoritmos, os jornalistas frequentemente utilizam softwares para buscar e avaliar informações, levando a atividade para o campo da curadoria comunicacional (Corrêa & Bertocchi, 2012). Sem negar a importância de material produzido por terceiros, os agregadores inscritos nessa categoria iniciaram, nos últimos anos, uma corrida para competir com os meios tradicionais em busca do “furo” jornalístico e de conteúdos exclusivo, já obtendo algum êxito (Howe, 2013). Essa breve proposta de categorização apresenta limitações, mas é importante para deixar claro que não existe um único tipo de agregador de notícias. Outra contribuição é excluir da condição de agregadores as redes sociais stricto sensu, como Facebook e Twitter, devido ao fato de não serem orientados para informação jornalística, ainda que possam ser plataformas importantes para a disseminação de notícias (Zago, 2013). Com base no que foi exposto até aqui, torna-se evidente que os aplicativos agregadores de notícias para dispositivos móveis possuem uma sólida base de referência e inspiração. Os agregadores desenvolvidos para operar em computadores pessoais desbravaram novas fronteiras e impuseram padrões reconhecíveis. Defendemos, entretanto, que é preciso atualizar a compreensão sobre o tema ao abordar a comunicação móvel. A interface, a operacionalidade e as características singulares dos dispositivos móveis ampliam os horizontes para a agregação de notícias. Buscamos três características comuns para escolher os aplicativos que compõem a presente investigação: 1) surgiram após o lançamento do iPad, em abril de 2010, num momento de consolidação da comunicação móvel; 2) possuem versão para ao menos um sistema operacional móvel; 3) não pertencem a nenhuma empresa jornalística (Quadro 1).

Aplicativo

1ª versão

Propriedade

Flipboard Pulse News360 Niiiws

2010 2010 2010 2012

Independente LinkedIn Independente Independente

iOS X X X X

Sistema operacional móvel Windows Android Phone X X X X X -

Black Berry X -

Quadro 1 – Aplicativos móveis agregadores de notícias

Para adotarmos uma análise comparativa recorremos aos aplicativos desenvolvidos para iOS (iPhone e iPad), único sistema operacional comum aos quatro agregadores. Mesmo cientes de que os aplicativos podem apresentar características diferentes relacionadas ao sistema

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operacional, partimos do pressuposto de que os desenvolvedores tentam preservar as lógicas básicas de cada agregador, independente do sistema.

Interface As interfaces gráficas dos dispositivos móveis, assim como as dos computadores, comunicam. As interfaces são elementos comunicacionais não apenas por apresentarem visualidades significativas, mas porque nos levam à ação. Afastamo-nos, portanto, de uma perspectiva meramente contemplativa das interfaces e buscamos compreendê-las como sistemas complexos que interferem diretamente na relação que estabelecemos com os conteúdos. Scolari (2004) adverte sobre o mito da transparência das interfaces nos discursos sobre interação mediada por computador, sempre em voga quando o assunto é usabilidade. Propaga-se a falsa ideia de que, a favor da interatividade, deve-se “apagar” as interfaces para que os usuários nem sequer percebam que elas estão presentes na execução de tarefas. Mesmo quando existe a tentativa explícita de ocultação, a interface “nunca é neutra ou ingênua” (Scolari, 2004, p. 27). Também analisando os computadores pessoais, Manovich (2001) segue uma linha parecida ao argumentar que a interface não é um “código transparente”, pois impõe sua própria lógica ao apresentar um “sistema de controle” para utilização de aparatos tecnológicos. As interfaces gráficas dos dispositivos móveis seguem uma tendência observada nas décadas anteriores em relação aos computadores pessoais: a concepção de um espaço-informação que envolve a manipulação direta (Johnson, 2001). Mas a manipulação das interfaces em smartphones e tablets se inscreve em um nível diferente de sensorialidade corporal. Para interagir com a interface do computador usamos dispositivos periféricos, seja o teclado, o mouse ou o touchpad dos notebooks. Há, inclusive, uma relação ambígua em relação aos planos. Os dispositivos periféricos nos levam a fazer movimentos sobre uma superfície horizontal para agirmos sobre uma superfície vertical (o monitor). Já os dispositivos móveis possuem tecnologias hápticas guiadas por estímulos de movimento e tato (Palacios & Cunha, 2012). Para manipular as interfaces é preciso dominar a gramática dos gestos tácteis (tocar, rolar, deslizar, rotacionar, etc). O tamanho da tela e a dimensão dos dispositivos impõem gestos diferentes (Burgos, 2013). Os smartphones são geralmente sustentados por apenas uma das mãos e as ações são, na maioria das vezes, realizadas pelo polegar. Os tablets costumam exigir as duas mãos para sustentação ou o apoio de uma superfície, além de tornar os gestos mais complexos, por vezes exigindo o movimento síncrono de dedos sobre a tela.

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A partir desta breve exposição teórica sobre as interfaces, passamos a analisar os quatro aplicativos agregadores de notícias com base em três elementos: 1) a organização da interface inicial; 2) a gestualidade táctil; 3) a interface de apresentação das notícias. Devido à limitação de espaço imposta pelo formato de um artigo científico, esta seção vai tratar exclusivamente sobre as interfaces dos aplicativos desenvolvidos para iPad, cuja tela maior abre mais potencialidades em relação às interfaces simplificadas do iPhone. O Niiiws possui uma interface bastante simples. A parte superior apresenta um menu com oito botões que remetem a editoriais clássicas de um jornal impresso: Capa, Nacional, Política, Economia, Internacional, Esportes, Cultura, Ciência & Tecnologia. Ainda que não associe a aparência ao layout do jornais impressos (folha, tipografia, etc), o agregador busca neste suporte uma inspiração para organizar as informações. Abaixo do menu são exibidas cinco notícias, cada uma com uma imagem acompanhada de uma manchete e, em alguns casos, pelas primeiras linhas da matéria jornalística (Figura 1). O aplicativo sempre direciona a leitura das notícias para os sites que produziram o conteúdo, mantendo simplesmente uma barra na parte superior para encerrar a leitura e retornar ao Niiiws. Toda a manipulação da interface exige apenas gestos tácteis simples, como deslizar os dedos para alternar entre as páginas e pressionar um ponto específico da tela para selecionar os conteúdos.

Figura 1 – Interface inicial do Niiiws para iPad

A interface inicial do Pulse se apresenta como um mosaico (Figura 2). Na parte superior existe um menu com as seções temáticas definidas pelo usuário. Abaixo deste menu estão as notícias, cada uma representada por uma imagem com uma manchete sobreposta. Cada linha horizontal

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corresponde a um canal de informação escolhido pelo usuário. Para ver as demais notícias de um dos canais basta deslizar o dedo para a direita. Durante essa operação os outros canais permanecem com o conteúdo inalterado. É como se o usuário estivesse diante de uma série de prateleiras que giram de forma independente, algo que existe em livrarias e bancas de revista. Não é o leitor que se desloca entre as publicações, mas os conteúdos que se movem partir de um leve movimento das mãos sobre o dispositivo. Ainda que seja possível realizar uma ação similar na tela do computador a partir do deslocamento do mouse, o gesto se torna muito mais intuitivo na tela sensível ao toque, que capta a intensidade do movimento para girar de forma mais rápida ou lenta.

Figura 2 – Interface inicial do Pulse para iPad

Ao selecionar uma notícia no Pulse o usuário é direcionado para uma interface composta por manchete, imagem e primeiras linhas do texto. Na parte de baixo o agregador insere o botão “View on Web” que direciona o usuário para a página original onde foi publicado o conteúdo, caso queira visualizar o material na íntegra. À semelhança do Niiiws, a interface do News360 para iPad apresenta uma organização inicial com um menu superior abaixo do qual estão dispostas cinco notícias (Figura 3). No menu estão dispostos lado a lado os nomes dos canais previamente selecionados pelo usuário. Como nos outros aplicativos, basta deslizar o dedo da direita para a esquerda para ver outras notícias que não aparecem nesta primeira interface.

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Figura 3 – Interface inicial do News360 para iPad

Apesar das similaridades, a interface do News360 inova ao transformar cada notícia em uma unidade manipulável autônoma. Basta que usuário deslize o dedo de baixo para cima sobre uma determinada notícia, como se girasse um cubo preso num eixo fixo (Figura 4). Cada face do cubo apresenta um conteúdo diferente na seguinte ordem: 1) imagem e título; 2) título e primeiras linhas do texto; 3) relação de fontes que publicaram material sobre o mesmo tema; 4) canais para compartilhar o conteúdo (Facebook, Twitter, etc) (Figura 5).

Figura 4 – Manipulação de notícia na interface do News360 para iPad

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Figura 5 – Faces subsequentes de um “cubo giratório” no News360 para iPad

Ainda que os gestos tácteis permaneçam simples, restritos ao deslizamento do dedo sobre a tela, a interface do agregador procura criar novas formas de interação com o conteúdo. O aspecto lúdico não é secundário quando se aborda dispositivos com tela sensível ao toque, pois se espera que “a conquista e fidelização de leitores potenciais se dê pelo ‘encantamento’ e pela multiplicação de possibilidades de leitura e interação com o material oferecido” (Palacios & Cunha, p. 681). Ainda que o Niiiws busque se inspirar nos jornais impresso para definir as editorias que compõe o menu de navegação, dos quatro aplicativos agregadores o Flipboard é aquele mais diretamente explora a linguagem de um meio de comunicação precedente. Toda a lógica da interface deste aplicativo é definida pela experiência de se folhear uma revista imprensa. O próprio nome do agregador traz o termo flip, que em inglês significa virar (uma página de revista, por exemplo). A interface inicial traz todos os canais selecionados pelo usuário em grandes ícones (Figura 6). Ao contrário dos outros aplicativos, opta-se por um menu oculto. Para manipular as opções deve-se pressionar sobre um pequeno ícone vermelho no canto superior direito da tela. O que se repete é a fórmula de deslizar o dedo da direita para esquerda para se trafega entre os canais que não aparecem na interface inicial. A cada deslizamento do dedo a interface mimetiza o ato de passar a página de papel. Ao pressionar sobre um dos ícones o usuário é levado para o interior do canal selecionado, onde continua a “folhear” entre o conteúdo.

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Figura 6 – Interface inicial do Flipboard para iPad

Ao selecionar uma notícia, o agregador pode tanto remeter para o site original quanto abrir o conteúdo integral em forma de revista, caso os responsáveis pela publicação tenham optado por usar o aplicativo como canal de distribuição. Alguns veículos tradicionais já optaram pela plataforma para tentar captar audiência no segmento móvel, com as revistas Esquire, Vanity Fair, Rolling Stones e a rede de televisão CNN (Figura 7).

Figura 7 – Efeito visual no Flipbaord para iPad que simula uma revista impressa

A análise revela que a tactilidade é utilizada pelo Flipboard como estratégia de remediação (Bolter & Grusin, 2000) e simulação (Scolari, 2013) inscritos na dimensão da interface. O efeito visual criado pelo agregador emula, através da tactilidade, um antigo hábito no consumo midiático.

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O objetivo desta seção foi responder à pergunta “Como as informações são organizadas nos agregadores móveis?”. A rápida incursão pelas interfaces, longe de esgotar a questão, revela diferentes estratégias e algumas similaridades. O uso da gramática táctil ainda é bastante tímido, geralmente orientado por gestos básicos. Isso não significa que os agregadores não tentem criar estratégias para convocar a ação do usuário. À exceção do Niiiws, todos os aplicativos elaboram mecanismos na interface para estimular a interação com os conteúdos: as linhas móveis do Pulse, o cubo giratório do News360 e as páginas de revista do Flipboard. A remediação está presente na organização (Niiiws) e na manipulação dos conteúdos (Flipboard), ainda que não seja uma característica comum a todos os agregadores analisados.

Sistema de input-output Desde o final do século XX nosso envolvimento com os meios de comunicação é cada vez mais orientado pelos sistemas computacionais. Manovich (2013) argumenta que os estudos midiáticos devem explicitar o software e sua sintaxe, ao invés de ocultá-lo como se fosse um objeto exclusivo de outras áreas do conhecimento, como as Ciências da Computação. A explicitação do software tem implicações decisivas para a investigação sobre os meios. As pesquisas não devem permanecer apenas na superfície dos dados de saída ou dos resultados, geralmente denominados outputs. Os inputs e a lógica operacional dos sistemas são também essenciais para se compreender os meios digitais. Se relegarmos o software a um plano secundário, “corremos o risco de sempre lidarmos apenas com os efeitos em vez das causas: o output que aparece na tela de um computador ao invés dos programas e das culturas sociais que produziram esse output” (Manovich, 2013, p.9). Em certa medida, os estudos sobre os meios de comunicação no domínio digital devem superar uma herança que vincula a investigação às categorias e conceitos da era do broadcasting (Merrin, 2009). Os aplicativos agregadores para dispositivos móveis são softwares que contém linhas de comando codificadas em linguagem computacional: os algoritmos. (Goffey, 2008). Não queremos dizer que os estudos midiáticos devem tratar da linguagem codificada em si, mas precisam ser capazes de compreender as lógicas operacionais inscritas no software. Levando-se em consideração a função dos agregadores, tentaremos responder três perguntas referentes ao par input-output: “Onde e como os aplicativos buscam as notícias? Como software (app) e usuário interagem para determinar o conteúdo? Quais os mecanismos para compartilhar os conteúdos?”. O Niiws é o agregador que apresenta a operacionalidade mais básica. O aplicativo, desenvolvido por uma empresa portuguesa, procura por notícias em um conjunto previamente

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definido de sites noticiosos e as organiza dentro das editorias (política, esportes, cultura, etc). Todos os leitores do Niiiws recebem um conteúdo bastante similar. O aplicativo está disponível para download apenas para usuários registrados na App Store de oito países: Portugal, Espanha, Irlanda, França, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e Rússia. Assim, o aplicativo está previamente programado para buscar as informações com base em nacionalidades. O slogan que surge na tela do dispositivo móvel quando se abre o aplicativo remete diretamente a esta lógica: “O melhor da imprensa nacional a qualquer hora do dia”. A única forma de personalização ocorre durante a leitura de uma notícia. Ao pressionar um ícone no canto superior direito da tela, abre-se uma aba que exibe o nome do site onde a notícia foi publicada, a fonte responsável pela informação e um conjunto de palavras-chave. Cada item possui o símbolo “+” à sua frente. Ao pressionar este símbolo, o aplicativo passará a selecionar mais conteúdos relacionados à escolha do usuário. Essa operação corresponde a um simples ranking que eleva o valor de determinados conteúdos no processo de recolha e organização das informações. A mesma aba permite partilhar o conteúdo por três canais: Twitter, Facebook, email. O Pulse possui uma operação mais sofisticada em comparação ao Niiiws. O aplicativo foi desenvolvido em 2010 por dois estudantes da Universidade de Stanford. Em abril de 2013 foi comprado pelo LinkedIn por 90 milhões de dólares. A estratégia era aumentar as possibilidades de conexão entre usuários registrados no LinkedIn nos dispositivos móveis por meio do compartilhamento de notícias. Na época da negociação, o Pulse possuía 30 milhões de usuários em 190 países, sendo a maioria (cerca de 60%) nos Estados Unidos (TechCrunch, 2013). Ainda que possa usar o Pulse sem necessidade de se registrar, o aplicativo recomenda o uso do login do LinkedIn para melhorar a experiência. No entanto, a prática revela uma baixa integração entre agregador e rede social. A única operação visível do software para estabelecer uma conexão é um ícone similar ao botão “like” do Facebook que surge na interface de leitura de notícias. O aplicativo exibe os usuários do LinkedIn que “curtiram” aquele conteúdo, o que sugere uma afinidade que pode gerar uma conexão com a rede social. O mecanismo básico de captação de notícias ocorre à margem da integração com a rede social. O agregador possibilita ao usuário escolher fontes com base em um dos nove países: Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Nova Zelândia, Austrália, Canadá, Índia, Espanha, França. Ao contrário do Niiiws, que atrela o conteúdo à vinculação do usuário com a App Store, no Pulse é o usuário que escolhe a nacionalidade do conteúdo. Uma vez escolhida a nacionalidade, o menu gera um conjunto de conteúdos agrupados em 14 temáticas preestabelecidas. Na seção “News” para usuários que optaram por receber conteúdos dos Estados Unidos, por exemplo, surgem fontes tradicionais como Time, USA Today, AP e Fox News. Também é possível buscar por

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outras fontes de informação numa busca livre, que amplia os resultados em relação aos canais preestabelecidos. Dentro da interface de leitura de notícias do Pulse é possível compartilhar o conteúdo por quatro canais: Twitter, Facebook, LinkedIn e e-mail. O News360 expande a conexão entre as nossas redes sociais e os conteúdos que consumimos. O aplicativo possui uma lista enorme de canais para receber conteúdo. As fontes são selecionadas de acordo com uma escolha prévia feita pelo usuário com base em cinco edições: Internacional, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Canadá. Num nível baixo de personalização, o aplicativo permite que o usuário avalie positiva ou negativamente cada conteúdo selecionado pelo agregador. Essa informação transmite aos algoritmos informações primárias de preferências de forma similar ao ranking de valor estabelecido pelo símbolo “+” do Niiiws. Se preferir, o usuário pode assinar a seção “Top Stories”, que agrupa em um único canal os assuntos com maior destaque oriundos de diversas fontes. Entretanto, além de poder selecionar e avaliar as fontes, o agregador gera um nível mais profundo de personalização. O usuário pode autorizar o aplicativo a vasculhar seu perfil nas redes sociais (Facebook, Twitter e Google+) em busca de recomendações. Em linhas gerais, a operação consiste em permitir que o agregador pesquise as informações publicadas pelo usuário (posts, conversas, dados de perfil) para localizar palavras-chave (metadados) que possibilitem enquadrar os padrões de interação com os conteúdos noticiosos. Afinal, quem traz as notícias, o software/aplicativo ou o usuário? A melhor resposta seria “ambos”, pois o output (as recomendações e as listas de notícias) é fruto de operações cruzadas entre os inputs do software (os algoritmos e seus comandos) com os inputs do outro (as interações cotidianas dos usuários nas redes sociais). Tanto os inputs quanto os outputs são atributos dinâmicos em um sistema conectado. O News360 opera, portanto, numa lógica diretamente vinculada ao usuário hiperconectado: quanto mais se conhece as preferências pessoais, maiores as possibilidades de oferecer um conteúdo relevante. A diferença está no fato de que o usuário não é convocado a dizer para o aplicativo quais são suas preferências, já que o sistema é alimentado constantemente pelo que é publicado nas redes sociais. A lógica operacional do News360 traz de volta uma antiga preocupação relacionada às pesquisas em áreas que envolvem sistemas computacionais, como Inteligência Artificial e web semântica. Delegamos cada vez mais nossas escolhas a sistemas autônomos, também conhecidos como agentes inteligentes e “o problema começa quando nossos agentes começam a se intrometer em nossas avaliações subjetivas do mundo, quando começam a nos dizer do que gostamos e do que não gostamos” (Johnson, 2001, p.140).

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O Flipboard também integra as redes sociais na atividade de agregação de notícias, mas numa outra perspectiva. O aplicativo permite a conexão com o perfil do usuário no Twitter, Facebook e LinkedIn, mas, diferentemente do News360, a integração não é destinada à recomendação conteúdos. O objetivo é fazer com que o consumo das redes sociais seja feito dentro da própria plataforma do agregador. Essa característica cria uma tensão no campo jornalístico. Se nos últimos anos acompanhamos a migração das notícias para as redes sociais, agora são as redes sociais que migram para as plataformas destinadas ao consumo de notícias. Dentro de um único aplicativo é possível ver as fotos da viagem mais recente de um amigo publicadas no Facebook ou ler as últimas notícias sobre os conflitos na Ucrânia divulgadas por um jornal de prestígio. Tudo na mesma plataforma e com a mesma interface, que sempre simula a experiência de ler uma revista impressa, como vimos na seção anterior. Outra diferença do Flipboard em relação aos outros três agregadores é facultar ao usuário a criação de suas próprias revistas a partir dos diversos conteúdos que consome na plataforma, expandindo a função do agregador rumo à curadoria de conteúdos. Cada usuário registrado possui um perfil que exibe os dados relacionados à atividade no agregador: quantas revistas criou, o número de artigos partilhados e o total de leitores que se inscreveram para receber os conteúdos. Como o input é diverso, o output é um complexo informativo que muitas vezes se afasta do conteúdo jornalístico. Poderíamos, nesta perspectiva, tratar o Flipboard como um agregador de notícias? A home page do aplicativo na internet o apresenta da seguinte forma: “It's a single place to discover, collect and share the news you care about.

Add your favorite social

networks, publications and blogs to stay connected to the topics and people closest to you” 1. Seria notícia (“news”) a melhor descrição para o tipo de conteúdo que circula na plataforma? Primo (2013) sugere denominar o Flipboard como um composto “informacional midiático” caracterizado por uma miscelânea de conteúdos: Ao fazer suas assinaturas, o interagente confia parte de suas decisões de consumo de informações a pessoas que segue em serviços como Twitter, Facebook e Google Reader, como também a jornalistas, relações públicas, celebridades e diferentes organizações (jornalísticas, de informática, de varejo, etc.). Ou seja, todos eles oferecem informações que poderão ser lidas pelo assinante. Ele mesmo, por seu turno, terá impacto no consumo informacional de terceiros que assinam as suas próprias publicações, conforme os conteúdos que ele compartilhar. (Primo, 2011, p.143)

1

http://flipboard.com

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É importante ressaltar que o Flipboard também oferece um serviço automático de notícias aos moldes do conteúdo do Niiiws ou da seção “Top Stories” do News360, o que revela que algumas características básicas costumam permanecer mesmo em aplicativos agregadores mais complexos. Entre os quatro aplicativos pesquisados, o Flipboard é o que apresenta maior variedade de escolhas de conteúdos dirigidos a nacionalidades específicas, com 23 opções de países para servir de base para o agregador buscar canais. Por fim, buscamos nos agregadores experiências inovadoras relacionadas aos atributos especiais dos dispositivos móveis: acelerômetro, que capta movimento, GPS usado na geolocalização, câmera, que pode permitir padrões de realidade aumentada (quando associado ao QR code, por exemplo). Afinal, que características dos dispositivos móveis são aproveitadas para fornecer uma experiência inovadora no consumo de informação jornalística? A resposta é decepcionante diante do horizonte aberto pela tecnologia. O único entre os quatro aplicativos pesquisados que possui uma propriedade diretamente associada a uma dessas características é o News360, que fornece notícias com base na localização geográfica do usuário, um recurso bastante básico. O baixo uso das potencialidades tecnológicas pode indicar que ainda passamos por uma fase embrionária do desenvolvimento dos aplicativos agregadores de notícias para dispositivos móveis.

Considerações finais Os aplicativos agregadores de notícias para dispositivos móveis são importantes plataformas para a circulação de informação jornalística numa sociedade hiperconectada. A exploração das interfaces e da lógica operacional contida no par input-output revela a complexa relação entre aplicativos, produtores, usuários e conteúdos. Há um amplo e fértil campo que se abre para a pesquisa em jornalismo no qual os agregadores integram um ecossistema impulsionado pela mobilidade e profusão de conteúdos, frequentemente associados aos termos Cloud Compution e Big Data. As interfaces e as operacionalidades dos quatro agregadores pesquisados neste artigo incitam duas conclusões principais. A primeira é a consolidação de uma tendência que se observa no jornalismo digital, mas que ganha força na comunicação móvel: a fusão entre as plataformas de leitura de notícias e as redes sociais. O avanço acelerado dessa tendência provoca alterações profundas no conteúdo e, portanto, na própria teoria da notícia. Os aplicativos agregadores parecem contribuir para que as fronteiras se tornem ainda mais flexíveis e pode indicar o aumento da auto-reflexividade no consumo de notícias, já que as interações cotidianas nas redes sociais alimentam os sistemas de recomendação.

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A segunda conclusão diz respeito à necessidade urgente de classificação dos aplicativos agregadores para dispositivos móveis. Este artigo mostrou que tanto as interfaces quanto o sistema de input-output possuem diferente abordagens com implicações profundas para a forma como interagimos com as notícias. Diante da grande oferta de aplicativos, a elaboração de uma taxonomia pode não apenas organizar as informações, com também indicar caminhos para o desenvolvimento das pesquisas no campo do jornalismo para dispositivos móveis.

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