Questões gerais de Filosofia da Educação

October 4, 2017 | Autor: Pablo Rodrigues | Categoria: Cultural Studies, Paulo Freire, Educação, Rubem Alves
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE LETRAS

PABLO BAPTISTA RODRIGUES
























AVALIAÇÃO DO CURSO DE FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO




Trabalho de conclusão de curso para
obtenção de nota referente à
disciplina de FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
cursada no primeiro período de 2012


Professores: Ângela Santi, Paolo
Vittoria e Reuber Scofano.









RIO DE JANEIRO
2012
Questão 1 (Paolo Vittorio) Ilustre e analise os conceitos das teorias
educacionais de Paulo Freire que se baseiam na filosofia do diálogo, da
consciência e da práxis, articulando os elementos teóricos com traços das
experiências vivenciadas pelo educador e pensador brasileiro.

Considerado o maior educador brasileiro e de reconhecimento
internacional, Paulo Freyre foi o pensador que revolucionou a educação por
onde passou em especial à educação brasileira. Se o conhecimento liberta,
logo se entende que há um opressor e é contra isso que Freyre através de
suas teorias educacionais revela ao educando. Os alunos fazem parte de um
sistema educacional opressor e a educação não deve ser o meio de sustentar
esse sistema.
Revolucionando a relação professor e aluno Freyre aponta para o
diálogo ao invés de uma relação voltada inteiramente para o professor ou
somente no aluno. A relação entre educador e educando é valorizada trazendo
modificações, gerando então, o diálogo. O professor entra no contexto do
aluno, o escute e age sobre a cultura que o aluno possui não o
desqualificando. Freyre se posiciona contra a Pedagogia bancaria, onde o
aluno só é receptor e acumulador de informações que são passadas pelos
educadores. Entra em questionamento o método unilateral exercido pelo
professor, os monólogos. Já na visão de Paulo Freyre o aluno deve ser
valorizado e não deve ser visto como um "deposito para o conhecimento".
Um das ações de Freyre foi à criação de um material pedagógico próprio
a realidade de seus alunos, indo contra a um material pedagógico voltado
apenas para um grupo social apenas. Isso graças à contextualização do
material didático aos alfabetizados. Temos então os círculos de cultura, as
palavras geradoras, que são palavras presentes no ambiente que os alunos
residem e reveladas devido às pesquisas feitas na cidade onde se desenvolve
um projeto com base no sistema de Freyre.
Levando o conhecimento aos alunos e permitindo que estes pertencessem
a um mundo alfabetizado, o pensador vai de encontro ao sistema opressor que
deseja que os padrões de opressão presente na sociedade se perpetuem. Então
revelando o sistema opressor os alunos agora leitores de palavras podem
reler o mundo e se manifestar contra o sistema.
Vemos que a conscientização do educando era uma das metas de Freyre.
Pensar a sua própria realidade, reler o ambiente onde ele viver, e então
poder identificar a opressão em que este se encontra. Os educandos passam a
descrever a sua vida graças à leitura inicial que fazem das palavras. Com a
identificação do lugar de oprimido que ocupa, o aluno pode então, romper
com a tirania e participar de novas formas de relação com a sociedade.
Vemos que a educação é política. Uma prática cultural da liberdade,
da cidadania e autonomia. É possível enxergar, graças ao filósofo, a
importância da relação horizontal do professor com aluno, e a inserção da
capacidade de escutar. A retomada da importância efetiva da educação e o
seu papel de conscientizar o educando da sua realidade e o meio de este
agir contra a opressão de um sistema educacional tradicional.
Vemos que seu sistema trouxe a revolução para a alfabetização. Entre
os casos que envolvem o ensino de Paulo Freyre temos a cidade de Angicos
onde trezentos trabalhadores rurais foram alfabetizados com a visão de
Freyre. Foi levada em consideração a realidade dos alunos, que foram
conscientizados e que manifestaram pacificamente, após serem alfabetizados,
contra o sistema opressor. Caso de trabalhadores que conheceram seus
direitos trabalhistas e reivindicaram por melhores de trabalho foi prova
disso, mostrando que é possível levar o conhecimento e liberdade para
todos.













BIBLIOGRAFIA

MARTINS, D. F. A Aprendizagem em Paulo Freire e Piaget. Faculdade de
Ciências - Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2007. Disponivel em:
.
Acesso em: 11 out. 2007.

SCOFANO, R. G. Rorty, Paulo Freire e Rubem Alves : Convergências em
Educação. GT Pragmatismo, 1. Disponivel em:
. Acesso em: 11 out. 2012.




Questão 2 (Professor Heuber): Comente que aspectos você achou mais
interessante nas reflexões de Rubem Alves sobre educação e como pretende
utilizá-las em sua prática como docente.

Acreditamos que todos que estão cursando algum curso de licenciatura
se relacionarão algum dia com o ensinar daquilo que aprendeu. Seja na
licenciatura de português, matemática ou história, após a conclusão de
algum curso como estes, teremos um "professor autorizado" a dar aulas.
Seja, bom ou ruim, este profissional, em sua formação, tratou de assuntos
como educação na atualidade, a profissão do professor, aluno, escola... E
ao pensar no ato de educar não há como deixar de pensar no filósofo
brasileiro Rubem Alves.
É bem certo que a realidade do ensino brasileiro pode ser encarada
como uma grande barreira as idéias do educador, mas Alves convida a todos a
remarem contra ao ensino que destrói e que visa simplesmente o vestibular e
não a vida. Ele está correto ao afirmar que a escola não é uma grade, em
referência a grade curricular, mas sim o lugar onde recebemos asas para
voar ao conhecimento.
Como pode ser percebido inúmeros jargões que estão presentes na
educação atual – grade curricular, programação, reprovação – demonstram que
a linguagem utilizada com os alunos distancia os educadores dos estudantes.
O aluno não é simplesmente números da chamada e não se deve acreditar que
eles o conhecimento que eles já carregam é inferior ao conhecimento que é
passado pelo professor. Logo, saber o nome e tratá-los com o respeito que
de fato merecem é a primeira postura que o professor precisa tomar não
fazendo da relação professor e aluno uma guerra.
Com isso vemos que a relação professor e aluno, e não apenas a postura
da escola deve ser mudada. O aluno não é aquele que não conhece nada e não
possui nada de bom, muito pelo contrario, aluno é capaz de educar aluno, e
o professor também pode aprender se levar em consideração o conhecimento e
a forma de ver o mundo que o aluno possui.
O que se percebe é que os pensamentos do educador vão de encontro aos
futuros e sonhadores professores e se esbarrem na crise que enfrenta a
educação brasileira, mostrando que não há um momento melhor para repensar e
agir. Vemos que escolas como a Escola da Ponte podem existir. Um espaço
onde o desejo do aluno em conhecer é respeitado, onde a escola não é
simplesmente mais um local que os alunos passam o tempo, mas o local que
desejam estar. Cabe a nós futuros e atuais professores desconstruirmos toda
a visão negativa que se tem sobre a educação e todas as impossibilidades
que já carregamos. Não há como, então, deixar de demonstrar o que se
aprende com Rubem Alves quando entramos em uma sala de aula, não como
deixar de "comer o caqui" diante do aluno e revelar a nossa preparação e
motivação para o magistério.


































BIBLIOGRAFIA

SCOFANO, R. G. Rorty, Paulo Freire e Rubem Alves : Convergências em
Educação. GT Pragmatismo, 1. Disponivel em:
. Acesso em: 11 out. 2012.



Questão 4 (Professora Ângela Santi):
"Uma sociedade tradicional é aquela na qual as instituições já dão como
respondidas questões fundamentais da existência humana: o que é amar e
trabalhar, o que PE uma família (...) (PIMENTA, S. o Homem sem qualidade;
modernidade, consumo e identidade cultural, p. 113). Para as essas questões
fundamentais, a sociedade de consumo não tem uma resposta. Em contrapartida
ela tem muitas." "A modernidade liberando o homem das instituições que
determinam seu lugar, impõe ao individuo a tarefa de criar a si mesmo"
(PIMENTA, S. idem, p. 111). Staurt Hall, neste mesmo sentido, aponta para
uma revolução cultural em nosso tempo, no qual assistimos a um deslocamento
dos lugares tradicionais de formação e de construção de identidade (na
modernidade: escola, estado, igreja, família, etc; na contemporaneidade:
mídias em geral).
Neste sentido, considerando as mudanças ocorridas na sociedade
contemporânea, desenvolva os elementos que são tomados como relevantes para
a reflexão contemporânea sobre a educação, tomando como referencia os
textos vistos em aula (relação sociedade de consumo-educação; educação-
publicidade, mídias; publicidade-retórica).

A busca pela solução de indagações próprias, bem como respostas para
as práticas sociais, sempre ocuparam grande espaço na vida dos indivíduos
que compõe as sociedades. Como se pode perceber os questionamentos
continuam, porém mudaram-se as respostas. Se as afirmações eram fixas e
incontestáveis, hoje o mundo moderno apresenta várias respostas, revelando
a "liberdade de escolhe" que não se possuía.
Uma das diferenças que a atual sociedade possui é o direito de
escolha. Uma pessoa pode ser budista, cristã ou ateia e mostrar uma
realidade que não era possível em uma sociedade onde os valores
tradicionais ditavam as regras. Com isso vemos que na modernidade o
individuo é "livre" para fazer o que bem "deseja". E sendo "livre" ele já
não estão mais preso as tradições. Revela-se a problemática: se não há mais
a sociedade tradicional para definir o que forma o sujeito, o que o
definiria então?
Vemos que com as escolhas os indivíduos perdem a "identidade
tradicional" e o que antes era afirmado por esta sociedade, através da
escola, família e a religião é somado aos padrões da sociedade de consumo.
Esta por sua vez não cria um modelo único de cidadão, não aposta na
individualidade, propriamente dita, ou na universalização do ser. A
sociedade de consumo esta baseada na troca, onde obter um dado objeto não
esta relacionamento ao poder individual de compra ou a necessidades, mas na
relação de expressar sentimentos, prazeres, angustias etc. O carro não é
simplesmente encarado como o meio necessário para se locomover entre
grandes distâncias. Ter um carro e ocupar um valor superior na sociedade em
comparação com os que não possuem um automóvel.
Com isso vemos como que na atual sociedade a mídia, em especial a
propaganda fazem parte de uma espécie de pedagogia midiática que utiliza
recursos próprios para formar a identidade de homem moderno. Os jovens e
adolescentes, especialmente, buscam nas propagandas as definições e
resposta para as suas inquietações na medida em que são respostas a ela,
ficando claro que os meio tradicionais de formação da identidade se
enfraqueceram. Seus desejos, questionamentos, tristezas, toda a sua vida é
identificada nas propagandas, novelas, em toda a mídia. E juntamente com
toda uma linguagem própria como a utilização de um vocabulário facilitado,
a presença de especialista para a legitimação da narrativa apresentada, a
presença constante da vida real etc.
Devido às reformulações da sociedade tradicional, não há como não
pensar nas condições das instituições da sociedade. O lugar da escola, por
exemplo, não deve ser de oposição referente à maneira que a presente
sociedade tem de conduzir sua realidade. Se for assim o distanciamento dos
jovens com o ambiente educacional só se agravará. É necessário que os
educadores reformulem a concepção que possui sobre a atual geração.
É correto afirmar que cada vez mais os alunos demonstram toda a
"educação" que receberam da TV nas salas de aula. O tédio, o desejo de
troca de professores, a dificuldade de concentração etc. são a prova de uma
juventude criada sobre os padrões instantâneo da mídia, como pode ser visto
no comercias onde as propagandas sempre se renovam. Antes que se afirme
que o papel da mídia é inteiramente negativo, o que já é feito, é
necessário a mudança dessa postura pelos educadores. Deve se pensar como os
alunos, da presente sociedade bem como todos que a formam, se relacionam
com o conhecimento cientifico. Com isso revelando aos alunos e a toda
sociedade que eles não são simplesmente regras do mercado para que assim
deixemos como ilustra o escritor José Saramago, de viver cegos nessa
sociedade. Vendo que é possível reinventar a relação com o próximo.



BIBLIOGRAFIA
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O dispositivo pedagógico da mídia: modos de
educar na (e pela) TV. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 28, n. 1, June 2002
. Available from
. access on 11 Oct. 2012. 
http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022002000100011.

FISHER, Rosa Maria Bueno. Educação, subjetividade e cultura nos espaços
midiáticos. Cadernos Temáticos: multimeios e informática educativa, Porto
Alegre (RS), 2002.

Rocha, S. P. (2005). O homem sem qualidade: modernidade, consumo e
identidade cultural. Comunicação, Mídia e Consumo , Vol2. N.3 P.111-112.
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