Questões problema de Física em torno das Furnas – São Miguel

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30 Autores: Helena Ávila*; Matilde Borges*; Nuno Inácio*; Sónia Rocha*; Sónia Silva* e Salvador Lima** Título: O respeito pelo ritmo e pelas necessidades dos alunos na aprendizagem da Matemática Instituições: *EBI da Praia da Vitoria, **DCE - Universidade dos Açores Resumo: Nesta comunicação vamos descrever o processo de formação que temos vindo a experimentar com a utilização de um software de autor – Hot Potatoes. Também iremos referir as reacções e consequências na aprendizagem e envolvimento dos alunos, derivados do trabalho com este material virtual. Assim sendo, notamos um maior interesse, por parte dos alunos, e uma melhoria ao nível da concentração e aquisição de conhecimentos. Esta proposta pedagógica, baseada neste software educativo, tem vindo a proporcionar actividades que propiciam aprendizagens com respeito pelo ritmo de cada aluno e atende às suas necessidades. Na sequência desta experiência de trabalho, temos vindo a reunir regularmente, com a finalidade de partilhar experiências e construir materiais, acolhendo colegas da mesma e de outras áreas/níveis de ensino.

29 Autores: Félix Rodrigues1, Helena Resendes2 e Mário Talaia2 Títulos: Questões problema de Física em torno das Furnas – São Miguel Instituições: [1] Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores [2] Departamento de Física da Universidade de Aveiro Resumo: A necessidade actual e crescente de desenvolver nos jovens competências de pensamento, potenciadoras da capacidade de aprender a aprender, única forma de garantir a sua adaptação aos desafios que a sociedade de informação lhes coloca (Millar e Osborne, 1998), é um imperativo que justifica a necessidade de promover, em contexto real de Ciência Tecnologia e Sociedade, o ensino por Resolução de Problemas. Sternberg, (1985) atribui à “Resolução de Problemas” uma função determinante e potenciadora do acto de pensar e da própria actividade inteligente humana. Vasconcelos et al., (2007) atribuem à “Resolução de Problemas” um lugar de destaque inerente ao desenvolvimento de um aluno, futuro cidadão, capaz de contribuir de forma reflectida para o desenvolvimento social. É neste contexto que se explorou uma questão problema de Física em torno da utilização tradicional dos fornos das Furnas em São Miguel para produzir o tradicional cozido das Furnas. Tal actividade tem também como objecto de estudo a natureza da própria ciência, ou seja aspectos metaciêntificos. Esta dimensão questiona o estatuto e os propósitos do conhecimento científico, a ”compreensão da natureza” e os métodos da Ciência, a evolução e história do seu desenvolvimento bem como uma atitude de abertura e interesse pelas relações complexas entre a Ciência Tecnologia e Sociedade, como refere Hodson, (1998). Tem como meta a dimensão formativa e cultural do aluno através da ciência, revalorizando objectivos de formação pessoal e social (educação do consumidor, impacto das actividades humanas no ambiente, rigor e honestidade na ponderação de argumentos como defendem Cachapuz et al. (2002). A questão problema colocada neste estudo, à qual se pretenderá dar resposta, foi a seguinte: Porque razão os “furos” para a preparação do cozido das Furnas estão localizadas em determinadas áreas da “plataforma” do Vale das Furnas?

Para se responder a esta questão, planeou-se, preparou-se e realizou-se uma primeira actividade experimental a que se chamou de “padrão térmico de uma região”, como se fôssemos nós próprios os alunos envolvidos nessa questão problema. Nessa actividade experimental pretendeu-se conhecer como aparecem as isotérmicas (linhas caracterizadas com a mesma temperatura) numa região, e a partir daí, perspectivar como poderiam os resultados ser usados no ensino da física. Estudou-se uma região, com uma área superior a 600 m2 e de forma rectangular (comprimento superior a 30 m e uma largura superior a 20 m), por conveniência do terreno, onde estão localizados algumas “covas” para o cozido das Furnas. O cenário deste padrão térmico que se obteve, parece indicar que três dos quatros “fornos naturais” instalados nesta sub-região foram mal planeados, resultado que é consentâneo com as observações empíricas do responsável pela deposição das panelas no interior dos furos localizados no Vale das Furnas. Esta questão problema levantou um vasto conjunto de outras questões que poderão, quando devidamente investigadas, inovar os processos de cozedura dos alimentos respondendo às pressões dos proprietários dos restaurantes da Vila das Furnas para um aumento do número de furos e da sua capacidade de produção, sem impactos ambientais negativos no local, bem como para o aprofundamento de conceitos como os de energia, calor e temperatura.

28 Autores: Fátima Paixão1, Fátima Regina Jorge1, José Teodoro2, Paulo Silveira1, Sónia Balau1 Título: Projecto inovador na comunidade educativa: exposição interactiva “problemas com conta, peso e medida” Instituições: [1] Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Castelo Branco [2] Escola Básica Integrada Cidade de Castelo Branco Resumo: Começa a ser consentânea a ideia de que, a par do ensino dito formal surgem, nos nossos dias, novos educadores sociais, como museus e centros de ciências, exposições científicas, colóquios e conferências, que assumem, de forma crescente, um importante papel na divulgação científica e na formação dos cidadãos para a vida activa. A educação não formal surge como uma possibilidade de os alunos/cidadãos, e a comunidade educativa em geral, serem confrontados com situações problemáticas num contexto diferente do habitual, assumindo-se como um importante complemento do ensino formal. As razões para o destaque e para o sucesso deste tipo de propostas relacionam-se com as necessidades emotivas e afectivas dos alunos pois despertam nestes o interesse e a curiosidade. Para além destes aspectos, salienta-se ainda que este tipo de propostas como, por exemplo, uma exposição científica, é concebida com o intuito de alcançar objectivos úteis, sendo geralmente muito agradável do ponto de vista estético dos materiais e constituindo um forte estímulo à ideia de experimentar. Entendida como uma competência transversal, é lugar comum que a resolução de problemas é de importância fundamental por contribuir para desenvolver não só conhecimento conceptual, mas também processual e outras competências, tais como prever, planear, formular hipóteses, controlar variáveis ou comunicar. Boa parte das experiências de aprendizagem dos alunos deveria centrar-se nessas actividades, que devem ser proporcionadas dentro e fora da sala de aula, em espaços diversos e de modos diferenciados, preferencialmente de forma articulada. A história da ciência/matemática é, igualmente, um elemento potenciador de aprendizagens de qualidade, entre outros aspectos, pela riqueza de contextos e situações que oferece e que são passíveis de integração ou de articulação com o currículo,

proporcionando uma aproximação cultural à ciência e contribuindo para uma interdisciplinaridade com diferentes áreas do saber. Deste modo, a resolução de problemas históricos constitui uma oportunidade ímpar para, recorrendo a contextos do passado, estabelecer novas visões sobre muitos temas actuais, em particular quando surgem associados a experiências inovadoras de aprendizagem, de que são excelentes exemplos os contextos não formais a que já nos referimos. Tendo em conta as considerações anteriores sobre a potencialidade das situações inovadoras de aprendizagem fora da sala de aula (mas sua desejável articulação com as actividades formais) e do elevado valor da resolução de problemas e, em particular, do potencial formativo dos problemas históricos, concebemos, organizámos e dinamizámos uma Exposição Científica Interactiva. Do ponto de vista dos alunos, estabeleceram-se como objectivos da Exposição: evidenciar a perspectiva contextual das ciências e matemática, através de actividades experimentais e motivadoras; compreender a construção dinâmica e socialmente influenciada e situada do conhecimento científico e matemático, através da análise e resolução de problemas históricos; desenvolver competências de resolução de problemas, de pensamento crítico e de cálculo e compreender a importância e necessidade do sistema internacional de unidades. No trabalho que se apresenta, descreve-se a Exposição enquanto actividade inovadora na comunidade escolar e apresentam-se os resultados da avaliação do seu impacto junto de professores e alunos que nela participaram e que mostraram que o Projecto se apresentou como muito inovador.

27 Autores: Anabela Sousa e Manuela Terrasêca Título: A avaliação no interior da escola: espaço de inovação construída ou decretada? Instituição: Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto Resumo: A escola surge como o espaço privilegiado de coordenação, de regulação e simultaneamente de inovação e de mudança, adquirindo um lugar central na nova tendência da Administração da Educação, sendo que a avaliação das escolas é hoje assumida como uma das prioridades nas políticas educativas. Nas últimas décadas alguns programas/iniciativas implementados propunham-se a incentivar uma cultura de avaliação nas escolas. A Lei nº31/2002 estabeleceu o carácter obrigatório do processo de auto-avaliação e as iniciativas mais recentes de aferição da auto-avaliação e avaliação externa relevam esta orientação para desenvolver na escola e na comunidade educativa capacidades de iniciativa, organização e obrigação de prestação de contas, num contexto de crescente autonomia. À avaliação realizada no interior da escola – podendo constituir-se enquanto avaliação interna ou auto-avaliação, de acordo com o tipo de encomenda, a entidade avaliadora, as finalidades e os efeitos – “são imputadas metas que permitem apreciar o modo como vão sendo desenvolvidas as acções, compreender aprofundadamente a realidade, melhorar o funcionamento da instituição, conhecer a sua eficácia, apreender modos de a optimizar, ser uma instância de mediação, quer para o seu interior, quer externamente” (Terrasêca, 2002:126). O(s) modo(s) de construção do processo de auto-avaliação em escolas são o foco de uma investigação em curso, que procura desenvolver-se na perspectiva dos actores e dos autores deste processo, e pretende descrever a complexidade e diversidade dos contextos em que se concretiza.

Esta comunicação, inserida nesta pesquisa, apresenta modelos/modos que são “oferecidos” às escolas, os seus quadros conceptuais e critérios de avaliação utilizados e analisa-os de acordo com as dimensões seguintes: 1) os processos internos; 2) a imagem de estrutura e funcionamento da escola; 3) a melhoria e a inovação. Reflecte-se, ainda, sobre os usos deste processo, enquanto lugar de tensão entre constituir-se como meio de apoio para fundamentar a tomada de decisões para inovar e fomentar um processo de melhoria; e forma de proporcionar informações a outras entidades/autoridades.

26 Autoras: Verônica Maria de Araújo Pontes*, Patrícia Carla de M. Chagas Faria**, Helena Fernandes Neta*** e Giuliana Pinheiro de Oliveira*** Título: A formação de leitores na literatura: Uma proposta para a escola pública do Estado do Rio Grande do Norte/Brasil Instituições: *Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/Brasil e Universidade do Minho/Portugal, **Instituto de Desenvolvimento em Educação/IDE/Brasil, ***Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte/Brasil Resumo: Os nossos estudos estão direccionados para o projecto “Formação de mediadores de leitura” que tem por objectivo contribuir para a formação do leitor de textos literários que sinta prazer ao ler. Para isso, esse projecto desenvolve desde outubro de 2007, atividades mensais com gestores e equipe pedagógica do ensino fundamental de 79 escolas da rede pública estadual do Rio Grande do Norte/Brasil. Essas atividades compreendem uma formação teórica e prática através de oficinas, conferências e acompanhamentos ao fazer diário das instituições escolares participantes. Dessa forma, desenvolve-se um trabalho de orientação prática e sustentação teórica baseada em temas como espaços de leitura, plano de gestão e implementação desses espaços, reconhecimento e organização de um acervo literário, entre outros temas, planeados para até o final de 2008. Dados anteriores nos mostram que das 79 escolas pesquisadas, 24 não têm espaço de leitura, e as outras 55 não apresentam ainda um trabalho direccionado para a formação do leitor de literatura. Diante desse quadro é que o projeto impulsiona os gestores e coordenadores a serem responsáveis pela sensibilização de todos os envolvidos na gestão dos espaços de leitura nas escolas estaduais de Natal e Parnamirim, público alvo do projeto fazendo reflexões aprofundadas e oferecendo momentos de experiências inovadoras com obras literárias diversas, seja estabelecendo simplesmente o contacto do leitor com o livro, seja promovendo o diálogo e o envolvimento emocional e cognitivo do leitor, bem como tornando-o capaz de promover discussões e reflexões em torno de um plano de criação e implementação dos espaços de leitura nas escolas.

25 Autoras: Maria da Conceição Godinho, Vera Martins e Carla Fernandes Título: Oficina de Aprendizagens Instituição: EBS Tomás de Borba Resumo: Pretende-se facultar aos alunos matriculados na EB1/JI Professor Maximino F. Rocha o acesso ao que se designou por Oficina de Aprendizagens, um conjunto de espaços educativos organizados em articulação com as áreas curriculares disciplinares de Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio e de Expressões, assim como, com a área curricular não disciplinar de Área de Projecto. Da mesma forma, em articulação

com as referidas áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, pretende-se proporcionar oportunidades de utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC) através de uma abordagem essencialmente prática e experimental, orientada para a formação de utilizadores competentes nestas tecnologias. O trabalho desenvolvido contempla todos os alunos abrangendo duas vertentes distintas, actividades com alunos com dificuldades de aprendizagem e actividades de complemento curricular para todos os alunos. Os objectivos pretendidos consistem em: • • Promover o sucesso educativo; • • Respeitar o ritmo de aprendizagem de cada aluno; • • Promover um método de trabalho pessoal que esteja em conformidade com o estilo cognitivo dos alunos; • • Motivar os alunos para o desempenho de actividades escolares; • • Ajudar os alunos a compreender que os seus resultados académicos também dependem do seu esforço e sentido de responsabilidade; • • Promover o trabalho colaborativo.

24 Autores: Javier Barquín Ruiz e Noelia Alcaraz Salarirche Título: Los efectos de la sociedad de la información en la función docente Instituição: Universidad de Málaga Resumen: El trabajo presenta una serie de datos de investigación sobre el uso de las TIC por parte del profesorado en España que sirven para analizar el grado real de presencia en los procesos de enseñanza así como los hábitos digitales de los docentes en su marco personal. Relacionando ambos ámbitos se recomienda que el docente traslade a su docencia aquellos apartados digitales que el mismo usa para extrapolarlos a su estilo de enseñanza. Las políticas de inversión técnica y profesional en el sistema educativo han cobrado cada vez más protagonismo en Europa debido en parte a la lucha por el dominio del campo del software y de la utilización de procesos tecnológicos en la industria de todo tipo, especialmente en el sector de la comunicación cuya primacía se disputan distintas regiones y países del mundo. Sigue constituyendo un reto para el sistema educativo conseguir que los procesos de enseñanza mejoren con la presencia de las TIC. Tal vez el problema radique en que no se han logrado mejorar las situaciones analógicas y se espera que la técnica supere las limitaciones que bien la profesionalidad, bien los métodos no logran conseguir. Tal vez estamos inmersos en un discurso dominado por la academia que niega los avances en el aprendizaje obtenidos en el espacio escolar y sustentado en investigaciones tipo PISA y similares, logra fomentar su posición crítica con los prácticos. Sin embargo una parte importante del profesorado mantiene una preocupación por mejorar y ensayar fórmulas que entretengan, motiven y logren aprendizajes relevantes en sus alumnos y que además los contenidos se adecuen a los tiempos actuales.

23 Autores: Carina Coelho, Valdenir Colares, Abudo Machude, Muleka Mwewa e Adriana Fornari Título: MUNDUSFOR: Experiências de uma formação profissional inovadora no ensino superior

Instituição: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto Resumo: O actual contexto europeu apresenta novas exigências diante do que se configura o terreno da aprendizagem, da profissionalização e da formação. O MUNDUSFOR configura-se num componente fundamental para responder às necessidades e inquietudes desencadeadas por este novo contexto. Para além disso, as características da sua estrutura, organização e plano de formação, demonstram a dimensão dos desafios subjacentes à multiculturalidade e revelam o seu carácter inovador. O MUNDUSFOR constitui-se numa das ofertas formativas do programa de cooperação e mobilidade Master Erasmus Mundus que visa melhorar a qualidade do ensino superior europeu e favorecer a compreensão e o diálogo intercultural com países Terceiros, integrando os princípios do Processo de Bolonha e da Estratégia de Lisboa em «fazer da Europa a economia baseada no conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo e a converter os sistemas educativos europeus na referência mundial pela sua excelência e qualidade»* O Master a apresentar é organizado e desenvolvido por um consórcio de 5 Universidades – Akershus University College (Noruega), Universidad de Granada (Espanha), Universitad Rovira y Virgili de Tarragona (Espanha), Universidade de Porto (Portugal), Université de Reims Champagne Ardenne (França) –, creditando 120 ECTS, possuindo uma duração de 4 semestres e um percurso de mobilidade em 2 universidades. Cada uma oferece uma especialização distinta: Formação profissional e ocupacional (Akershus); Formação superior (Granada); Formação e Gestão de Recursos Humanos (Tarragona); Formação de professores e de formadores em empresa (Reims); Desenvolvimento Local e Formação de Adultos (Porto). Das particularidades deste programa podemos enunciar algumas que ajudarão a pensar o seu potencial inovador: participação de professores e estudantes europeus e não europeus; conjugação da unidade (módulos comuns no primeiro semestre) com a diversidade (5 especializações); confronto entre conhecimentos que advêm de diversas experiências sobre a formação e a formação dos profissionais da formação; a multiplicidade de olhares (da Europa para Europa, da Europa para Terceiros; de terceiros para Europa e de terceiros para terceiros); não existência de um perfil de estudante a seleccionar, reconhecendo o contributo da especificidade de cada um e da diversidade do todo, o que não invalida o nível de exigência da selecção; e a sua constituição como mestrado profissionalizante. O MUNDUSFOR possibilita aos estudantes um intercâmbio de experiências, conhecimentos e reflexões trazidas das realidades sociais, económicas e culturais de cada um. Este contacto complexifica a visão que construímos sobre o mundo que inevitavelmente influencia o nosso ser formador e em formação. É também por esta possibilidade de transformação de referentes que concebemos a inovação e nos propomos à reflexão e ao debate em torno desta problemática em programas de pósgraduação. *http://ec.europa.eu/education/programmes/mundus/programme/back_es.html

22 Autores: Carina Coelho; Ana Arqueiro e Rafael Tormenta Título: Processos de Auto-Avaliação em Agrupamentos de Escolas: Intencionalidades, Actores, Instrumentos Instituição: Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

Resumo: A avaliação está presente em todos os momentos e espaços da vida social, sendo convocada para dar consistência e legitimidade à tomada de decisões e para sustentar a consciência crítica de uma sociedade complexa que tem deixado de se questionar. A génese da sua expansão reporta-se à transformação dos modos de regulação da vida social das últimas três décadas, que o campo educativo reflecte. Em Portugal assiste-se, há cerca de uma década, à implementação de processos de avaliação externa e - mais recentemente, numa vertente aparentemente semelhante à da avaliação do desempenho dos professores - de auto-avaliação de escolas e de Agrupamentos de escolas. Afirmar a indispensabilidade da auto-avaliação e reflectir sobre as suas funções e exigências não parece já o bastante, pois urge problematizar a sua coerência dentro dos vários processos em que se situa: os educativos e os inerentes à própria organização e funcionamento de escolas. Assim, apela-se ao seu delineamento de acordo com um modelo multi-referencial que a transforme num processo de mútua comunicação e interpelação no seu interior e decurso, combatendo a sua utilização como modo de gestão, de legitimação e de sancionamento e permitindo a construção de significados sobre as acções avaliadas e a sua apropriação pelos actores envolvidos, imprescindível ao desenvolvimento de uma cultura de (auto)avaliação. A comunicação que se propõe tem por base o projecto Auto-avaliação em Agrupamentos: relação com qualidade e melhoria da educação, do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (FPCE/UP), financiado pela FCT para um período de 36 meses. O trabalho de investigação centra-se nos seguintes eixos: a) aprofundamento e renovação do conhecimento relativamente à problemática da auto-avaliação em Agrupamentos e sua articulação com a melhoria da qualidade das escolas e da educação; b) concepção de dispositivos metodológicos pertinentes para a produção de avaliação e acompanhamento, em contexto de Agrupamento; c) reflexão sobre os efeitos produzidos pela auto-avaliação e sua articulação com as transformações nas identidades profissionais dos professores; d) reflexão sobre a relação entre a auto-avaliação em Agrupamentos e as dinâmicas dos respectivos ciclos de vida organizacionais. O projecto decorre no contexto de quatro Agrupamentos de escolas da região Norte do país e encontra-se, neste momento, numa fase inicial, na qual se tem procurado compreender, através de análise documental e de realização de reuniões com os Agrupamentos de escolas, qual o ponto de situação destes Agrupamentos face à autoavaliação. Para tal, indaga-se as razões que estão subjacentes ao desenvolvimento dos processos de auto-avaliação, os actores intencionalmente envolvidos, os instrumentos utilizados, a informação mobilizada e sua utilização e os perfis subjacentes a estas opções. É em torno destas questões que se propõe a reflexão e a partilha a ter lugar no VII Encontro de Inovação Educacional.

21 Autora: Ordália Alves Almeida Título: O/A professor/a de educação da infância: a educação a distância como caminho viável no seu processo de formação Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/UFMS - Brasil Resumo: O Objetivo desta comunicação é socializar o projeto de formação de professores para atuar na educação de crianças de 0 a 6 anos, realizada pela Coordenadoria de Educação a Distância - UFMS/Brasil. Este projeto resulta de um consórcio promovido pelo Ministério da Educação do Brasil, realizado entre 07 (sete) universidades federais (UFMS, UFMT, UNEMAT, UFOP, UFLA e UFSJ) para atender

3.800 profissionais dos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. A Educação a Distância é compreendida por esse grupo de universidades consorciadas como “possibilidade de luta pela democracia social. Embora a tarefa de construção da democracia implique outras dimensões e instâncias sociais, a educação, sem dúvida, é uma das possibilidades para a formação de cidadãos crítico e de profissionais competentes que o país, no contexto da mundialização, está a exigir, principalmente em termos do processo de transformação científico-tecnológica e da reorientação éticovalorativa da sociedade”. Esta proposta de formação sustenta-se na modalidade a distância, com a perspectiva de oportunizar aos professores que atuam em Educação Infantil, sem formação superior, e que não podem ir para os grandes centros estudar, a realizar seu processo formativo sustentado por um referencial teórico-metodológico voltado à especificidade da infância. O pressuposto que a orienta é da “criança pequena pensada como sujeito histórico, social e cultural, como cidadão, em crescimento e em desenvolvimento”, e ainda, que a aprendizagem pode transpor a distância temporal ou espacial, processando-se nos contextos em que se transforma as tecnologias digitais, os textos, os hipertextos em possibilidades de encontro, de trocas e interações, em recursos didáticos-pedagógicos. O projeto pedagógico está organizado em quatro grandes núcleos (Fundamentos da educação – Fundamentos da Educação Infantil: cuidar e educar – Ciências Básicas e Metodologia da Educação Infantil e Dinâmica e Trabalho Pedagógico na Educação Infantil) que abarcam princípios epistemológicos, metodológicos e dinamizadores da educação da criança em sua dimensão social, cultural, cognitiva e lúdica. Destacamos a importância dessa ação como uma possibilidade de intervenção nos contextos educacionais de formação, uma vez que temos permitido que uma gama enorme de profissionais tenha a oportunidade de acesso e permanência à universidade. Precisamos viabilizar práticas educativas que realmente criem processos democráticos de formação, precisamos transformar discursos em práticas e isso só é possível quando oportunizamos a um maior número de pessoas o acesso à educação básica e à universidade.

20 Autora: Maria Altina Silva Ramos Título: Experiências de relacionamento com a comunidade educativa: o papel privilegiado do blogue Instituição: Universidade do Minho Resumo: A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, em geral, e da Web em particular, enquanto ferramentas de comunicação interactiva, contribui para criar ambientes ricos e estimulantes que encorajam a autonomia, a interacção e a colaboração. Quando, actualmente, nos referimos à Web e à sua importância no processo de ensinoaprendizagem, pensamos já não na rede de conteúdos read only, mas na infra-estrutura de suporte à criação e partilha de conteúdos e espaço de colaboração e discussão, ideias associadas ao conceito de Web 2.0. Abrir a sala de aula à comunidade educativa e ao mundo, de modo tanto directo como mediado pela tecnologia, contribui para a formação das crianças e dos jovens, em particular para a dimensão cívica dessa formação ao nível da compreensão e do respeito pela a diversidade cultural, étnica, económica e social. O blogue, um dos recursos que permite operacionalizar o conceito de interacção online, é, segundo Granieri, “a mais acessível e natural das ferramentas destinados à partilha e à publicação - para além do texto, as imagens, os filmes e o som, que progressivamente, com o aumento da velocidade de transmissão dos dados, serão cada vez mais difundidos” (2006, p. 31). É, pois, natural, que a utilização do blogue, como recurso,

estratégia pedagógica ou com outras valências, seja cada vez mais frequente em todos os níveis de ensino (Gomes, 2005). No contexto desta comunicação, e dada a responsabilidade da escola no desenvolvimento qualitativo da comunidade educativa, interessa-me salientar o papel do blogue na criação e dinamização de espaços de interacção da escola com a comunidade educativa. Tenho como objectivos: 1- Enquadrar o uso do blogue numa reflexão mais ampla acerca do interesse educativo de algumas das ferramentas associadas ao conceito de Web 2.0, particularmente no que se refere ao relacionamento com a comunidade educativa. 2- Apresentar experiências que acompanhei, em diferentes contextos, e que considero boas práticas pedagógicas de relacionamento com a comunidade educativa, a nível local, nacional e internacional, através do blogue. 3- Discutir, a partir desses casos, as inúmeras funções que o blogue pode ter na criação de novas oportunidades de aprendizagem e de interacção entre os vários agentes da comunidade educativa tornando-a mais participativa e reflexiva. 4- Incentivar a participação dos professores em blogues, como primeiro passo para a criação dos seus próprios espaços online perspectivados como estratégia de mobilização do uso da TIC na comunidade educativa em que estão inseridos.

19 Autores: Miguel Sola Fernández y José Francisco Murillo Mas Título: La mejora de la Formación en Centros a través de procesos de I/A: dos niveles de reflexión Institución: Universidad de Málaga Resumen: La experiencia se enmarca en la convocatoria de Proyectos de Investigación que la Consejería de Educación de la Junta de Andalucía viene realizando desde 2006, con el propósito de alentar al profesorado a la realización de investigaciones sobre temas de interés para los centros y para el sistema educativo andaluz en general, basadas preferentemente en estudios en profundidad (estudio de casos, biografías, observaciones, entrevistas e investigación-acción), arbitrándose la posibilidad de contar con la colaboración de profesorado de las Universidades Andaluzas. Nuestra investigación tiene su origen en la preocupación de un grupo de directivos sobre su responsabilidad como organizadores, facilitadores y dinamizadores de procesos de formación permanente en los centros donde trabajan. Estos consideraban que era necesario profundizar sobre el papel de los equipos directivos en estas tareas, a partir del estudio de situaciones reales, con la intención de desarrollar un conocimiento situacional que les permitiera mejorar su intervención en este ámbito. Tres equipos directivos de Primaria y dos de Secundaria comprometidos con la formación del profesorado y la mejora de la práctica docente en sus centros y con experiencia en varios proyectos y programas (TIC, bilingües, coeducación, Programas Europeos...) así como en grupos de trabajo y otras modalidades formativas, deciden desarrollar un proceso de I/A con los siguientes propósitos: • En cuanto a los componentes del grupo: mejorar su propia formación como directivos dinamizadores de la formación en el Centro, relacionada estrechamente con las necesidades del profesorado y de la práctica diaria. • En relación con la formación del profesorado: mejorar la calidad de las actividades formativas, redundando en una mejor formación del profesorado, más vinculada con sus necesidades y sus prácticas reales.



En relación con la mejora de la calidad de la educación: mejorar la calidad de la educación a través de la mejora de las actividades de formación del profesorado de tal modo que los procesos y los productos de esa formación reviertan en las prácticas de aula. Este proceso de I/A se articula en dos niveles diferentes: 1. Cada Centro contaba ya con una actividad de formación del profesorado en marcha. En cada uno, miembros del equipo directivo iniciaron un proceso singular de Investigación–Acción con sus pasos correspondientes de acción, reflexión, revisión del plan inicial y nuevamente acción, con la preocupación de la mejora de la actividad formativa. 2. Los cinco equipos de directivos (de cada uno de los centros) se constituyeron al mismo tiempo, a otro nivel, en otro grupo de Investigación–Acción. En sesiones periódicas de trabajo y con la participación de colaboradores externos, se pondrán en común las diferentes experiencias, se contrastarán procedimientos, procesos de análisis, resultados y conclusiones, y se reflexionará sobre las experiencias singulares con objeto de mejorar el papel de dinamizadores de la formación en los centros.

18 Autora: Maria José Machado Título: Mudança e Inovação na Escola: importância da Formação ao Longo da Vida (Long Life Learning) e da interacção online nesse processo A utilização da Plataforma Moodle como suporte de um curso para formação de professores na Europa – O Projecto FACE IT Instituição: Universidade do Minho - Instituto de Estudos da Criança Resumo: A globalização, no contexto da sociedade do conhecimento em que vivemos, tem um indiscutível impacto na Educação. Numa sociedade exigente e globalizante, os professores tem que ser preparados para responder a novas exigências, desenvolvendo nos alunos competências relacionadas com o espírito investigativo, a autonomia, a criatividade, a capacidade de síntese, o trabalho colaborativo e a destreza na utilização das ferramentas colaborativas existentes na Web. Michael Fullan afirma que, se muitos políticos e responsáveis pela formação de professores tivessem em conta a importância da formação, com certeza obteriam resultados bem mais interessantes, já que: “a formação de professores ainda tem a honra de ser simultaneamente o pior problema e a melhor solução em educação". (1993, p.105). As plataformas e-learning estão a ser cada vez mais utilizadas para resolver alguns dos problemas da formação contínua de professores pelas vantagens que apresentam em situações que, de outro modo, seriam de muito difícil resolução. Com efeito, a utilização dos ambientes colaborativos da Internet tem permitido o surgir de Comunidades Virtuais de Aprendizagem onde a criação e disseminação do conhecimento assume uma dimensão completamente nova (Machado & Machado, 2000). Para que os nossos professores se mantenham actualizados e sobrevivam neste mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, não poderão deixar de ser aprendizes para toda a vida (life long learners). É que o tempo da comunicação digital não é o tempo da história, da sucessão linear, é um tempo da actualidade perene, o tempo global, sintético (Lévy, 1994). Consideramos que, sendo o arquipélago dos Açores parte integrante da comunidade Europeia, e dadas as suas características geográficas, um modelo de formação a distância poderá ser uma boa solução para muitas situações.

Neste contexto, e a título de exemplo, nesta comunicação faremos especial referência à utilização da plataforma Moodle para implementação de um curso de formação de professores no âmbito do Programa Comenius, através do Projecto FACE IT ( Focus on Awereness of Culture, and Education for International Teachers). Este projecto inscreve-se no Programa de Life Long Learning (LLL) da Comunidade Europeia e dele fazem parte dez países europeus. Nesta comunicação, interessa salientar os seguintes objectivos do Projecto: • Melhorar a qualidade e a dimensão europeia da formação de professores; • Desenvolver o conhecimento e a compreensão entre os jovens e os seus valores; • Compreender o significado de ser um cidadão europeu e professores da diversidade das culturas e das línguas europeias. Na comunicação oral, partiremos dos objectivos e dos conteúdos deste projecto para sensibilizar os professores presentes para a importância decisiva das TIC na sua formação profissional e pessoal.

17 Autores: Manuel Fernández Navas, Noelia Alcaraz Salarirche Título: La página web como motor de un proceso de innovación en la docencia universitaria. Institución: Departamento de Didáctica y Organización Escolar – Universidad de Málaga Resumen: Se plantea un proyecto de innovación de la docencia universitaria para la asignatura Didáctica General de primero de Magisterio. Como en cualquier proceso de investigación-acción se hace necesario diseñar elementos facilitadores de la reflexión sobre la propia práctica y elementos que permitan la comunicación fluida entre todos los participantes. Este es el papel que ha venido a desarrollar la página Web de la asignatura (www.proyectoced.tk), llegando a convertirse en un auténtico motor de reflexión y de comunicación al servicio de la innovación. El diseño de los diferentes elementos de la Web y su funcionalidad han sido los siguientes: Avisos y noticias y calendario: Un espacio de información. Estas secciones se han convertido en un medio ágil, fácil de consultar, continuamente actualizado, que ha mantenido permanentemente informado a todos los participantes de todos los detalles de un programa de trabajo especialmente complejo por el alto número de eventos y por la flexibilización de los agrupamientos (seminarios, conferencias, tertulias, reuniones con expertos, asambleas, visitas a centros de primaria, salidas....). Ha funcionado como el ámbito de coordinación de la experiencia. Personas participantes y documentos: Un espacio para la comunicación. La asignatura Didáctica General había dejado de ser un espacio cerrado bajo la tutela de un solo profesor para convertirse en un ámbito de responsabilidad docente compartida. Necesitábamos una herramienta que facilitase la comunicación de todos y en todas direcciones (profesor-alumno, alumno-profesor, profesor-profesor, alumno-alumno) Crónicas y Galería: Un espacio de seguimiento y memoria de la experiencia. Necesitábamos un espacio donde reflejar qué iba sucediendo en cada una de las actividades que se desarrollaban y en cada momento, y que estuviese a disposición de todos los participantes. Esta memoria debía ofrecer a cualquier consultante el sentido pleno del desarrollo de la experiencia, y la oportunidad de conocer lo acontecido en cualquier actividad en la que no había podido participar. Defensor del alumnado y evaluación: Un espacio para la valoración, la crítica y el análisis, un espacio para la evaluación. Era esencial contar con un ámbito al servicio de

la crítica permanente sobre cualquiera de los aspectos de la experiencia. De una critica abierta, desinhibida, sin restricciones y pública. Necesitábamos comprender que estaba sucediendo para mejorar la calidad del espacio educativo que ofrecíamos a nuestros alumnos. Foros: Un espacio para la deliberación, la reflexión y el debate. El horario de la asignatura no era suficiente para desarrollar, con la suficiente profundidad, los debates que se iniciaban en el espacio físico del aula. El foro en nuestra WEB se mostró como una herramienta básica en los procesos de reflexión sobre los contenidos de la asignatura, y también sobre su estructura y funcionamiento. Talleres: Un espacio de seguimiento del trabajo del alumnado y su autorización. La herramienta que confeccionamos nos permitió a través del diario de los grupos de trabajo hacer un seguimiento pormenorizado de los logros y problemas en la labor de nuestro alumnado, posibilitándonos una intervención actualizada y ajustada a sus necesidades. Rincón del cole, foro: Un espacio de relación con el exterior. Necesitábamos un canal de comunicación fluido y permanentemente abierto con el colegio con el que íbamos a colaborar. También queríamos someter nuestra experiencia a la deliberación pública, no era suficiente la crítica y reflexión interna. Entendemos que nuestra formación como docentes está íntimamente ligada a la posibilidad de participar en la deliberación pública sobre las prácticas educativas que diseñamos y desarrollamos.

16 Autora: Dulce Franco Título: Moodle: um caminho de inovação para comunidades e ambientes escolares online. Instituição: Universidade Lusófona Resumo: Numa escola do Ensino Básico, observa-se o aparecimento de uma comunidade (virtual e presencial) de alunos e de professores, através da utilização da plataforma Moodle no quotidiano escolar. Nesta comunicação, fruto de uma investigação mais vasta, e atentos ao condicionante da dualidade de papeis da investigadora como observadora e utilizadora activa e impulsionadora desse aparecimento, é feita uma análise dos elementos desta comunidade, isto é, como se gerou, se concebeu e inter-relacionou a comunidade, a prática quotidiana e a aprendizagem. Não se apresenta uma evolução histórica, mas procura-se apresentar as vantagens, os obstáculos e destacar as suas influências no âmbito educativo ao potenciar aprendizagens significativas e inovadoras, tendo em vista a educação do cidadão global.

15 Autor: António V. Bento Título: Estudo acompanhado e inovação curricular: perspectivas dos alunos dos 2º e 3º ciclos duma escola básica da Região Autónoma da Madeira Instituição: Departamento de Ciências da Educação - Universidade da Madeira Resumo: A introdução da área curricular não disciplinar “Estudo Acompanhado” na estrutura curricular do nosso sistema de ensino foi uma medida educativa com aspectos inovadores. Com a publicação do decreto-lei nº 6/2001 de 18 de Janeiro, pretendia-se introduzir inovações no processo ensino-aprendizagem de forma a concretizar aprendizagens significativas e a formação integral dos alunos através da articulação e da contextualização dos saberes (artº 3, alínea c). Mais especificamente, pretendia-se inovar com a introdução do “Estudo Acompanhado” através da aquisição de

competências que permitam a apropriação pelos alunos de métodos de estudo e de trabalho e proporcionar o desenvolvimento de atitudes e capacidades que favoreçam uma cada vez maior autonomia na realização das aprendizagens (artº 5º, ponto 3, alínea b). Num estudo de carácter quantitativo-qualitativo, foram inquiridos 99 alunos dos 2º e 3º ciclos de modo a perspectivar as implicações das inovações adquiridas e os efeitos das inovações da área curricular não disciplinar “Estudo Acompanhado”.

14 Autora: Marcela de Marco Sobral Título: Projeto de Educação Ambiental: Lixo Legal (Ilhabela – SP – Brasil) Instituição: Universidade dos Açores Resumo: O objetivo do projeto era iniciar um processo de reflexão pelos moradores e freqüentadores do município de Ilhabela – LN acerca da questão dos resíduos sólidos urbanos, propiciando a) ampliar a compreensão dos impactos gerados pela deposição inadequada dos resíduos ao melhorar a qualidade da coleta diferenciada e b) fortalecer a ação-cidadã em uma atividade concreta que beneficiaria não só o meio ambiente desta localidade, mas também geraria benefícios sociais ao efetivar a participação em uma ação coletiva e na geração de renda para a Associação de Triadores de Materiais Recicláveis (ACTR). O Projeto Lixo Legal foi apresentado no ano de 2003 pela Associação Mantenedora do Aquário de Ilhabela ao Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte com o objetivo de obter recursos financeiros para uma ação integrada em todo município que sensibilizasse os moradores para a questão ambiental, essencialmente no recorte dos resíduos sólidos urbanos. O projeto foi aprovado e contou com a parceria da (ACTR) e da Prefeitura Municipal de Ilhabela. O município de Ilhabela sofria há muitos anos com o lixão instalado inadequadamente em um dos bairros mais populosos da cidade e o fato de estar em um ambiente tão frágil como o insular agravava ainda mais os riscos dessa prática de disposição final. A partir da parceria firmada no projeto, a Prefeitura se comprometeu a encerrar as atividades de deposição e buscar outras alternativas, tendo optado pelo transporte dos resíduos comuns para um aterro sanitário em outro município. Como na maioria dos municípios brasileiros, Ilhabela sofre com a ausência de políticas públicas que incorpore as relações multifacetadas sociais como ponto de partida para a implementação de Planos e Programas para a promoção do meio ambiente, comprometendo a “saúde” do município e a qualidade de vida dos seres humanos que nele residem. A partir desse contexto foi proposto um programa educativo baseado em uma abordagem pedagógica dialógica e participativa para fomentar a reflexão e a socialização de conceitos ambientais com os saberes da comunidade no intuito de construir mecanismos para cuidar dos resíduos gerados, reconhecendo riscos e identificando atitudes a serem tomadas individualmente, mas que contribuíssem na gestão dos resíduos urbanos. Para isso foram realizados cursos de capacitação: com professores da rede pública e privada de ensino; com agentes comunitários de saúde; com funcionários da limpeza urbana; Foram também realizados vários encontros comunitários para a discussão de conceitos relativos ao lixo, aos 3 Rs, a atitude adequada e aos reflexos e impactos de uma não ação pelos moradores. Esses encontros eram realizados com a apresentação de teatro (especialmente elaborado para discutir o tema do projeto), filmes e conversas interativas.

Houve ainda o envolvimento da ACTR (formada por ex-catadores do Lixão) como parceira no projeto, nos fornecendo periodicamente o balanço do volume arrecadado de resíduos recicláveis. Com a execução dos trabalhos pudemos verificar algumas alterações em respeito à gestão dos resíduos na cidade: • Encerramento das atividades de deposição dos resíduos em local totalmente inadequado • Aumento na adesão da população à atividade sistemática de separação quando comparada à fase anterior ao início do projeto quando ainda não havia a recolha dos materiais recicláveis de porta em porta e eram usados apenas Ecopontos. • Aumento no volume de resíduos destinados à comercialização dos materiais, possibilitando maior renda aos ex-catadores do Lixão; • Necessidade de uma ação de porta em porta para melhor eficácia da separação.

13 Autor: José Manuel N. Moniz Título: Formação Profissional. Um contributo para (re)pensar as práticas formativas Instituição: Hospital de Santo Espírito de A. do Heroísmo - Núcleo de Formação Profissional Resumo: A educação/formação e a saúde são dois pilares indissociáveis do desenvolvimento das pessoas e do progresso das sociedades. Numa sociedade em constante mudança, em que a rápida evolução tecnológica e o acentuado acréscimo da mobilidade profissional, coexistentes com transformações das organizações e processos de trabalho, confrontamo-nos com a relatividade e a precariedade dos nossos conhecimentos. Nos nossos dias as estratégias e as modalidades de formação que predominam em muitas organizações formativas no campo da saúde são tributárias de uma epistemologia de raiz positivista que encara a relação entre a acção e a teoria como uma mera relação de aplicação. Os resultados são tipos de formação escolarizados e muito centrados nas dimensões técnicas. Estes eventos são, por vezes, numerosos e variados e nem sempre nos permitem identificar um fio condutor. A oferta formativa tende a assumir a forma de “um catálogo de acções de formação, tendo como destinatário um público anónimo de consumidores” (Canário, s/d). Nesta situação, o plano de formação corresponde a uma resposta singular, articulando um conjunto coerente de modalidades de acções marcadas pela sua diversidade. De facto, está em causa a passagem de uma lógica de catálogo para uma lógica de projecto, em que o plano de formação se deverá articular com o plano estratégico da organização. Por isso, nos dias de hoje não é aceitável que o plano de formação de uma qualquer organização possa reduzir-se somente a uma lista de eventos a que corresponde um determinado número de formandos, de formadores e de horas de formação. O processo de formação acompanha-nos ao logo da vida e está assente em dimensões intimamente interligadas às quais vamos dando mais ou menos importância, consoante as motivações e as oportunidades. Relativamente à formação dos adultos, importa termos presente que, para além da formação que advém do quadro legal, a especificidade da formação desses profissionais deve ter em conta as experiências dos mesmos nos seus processos de formação, principalmente a que advém das práticas profissionais. A integração das vivências e das experiências na aprendizagem é uma dimensão formativa determinante para uma aprendizagem ao longo da vida. Importa termos presente a importância da articulação entre a dimensão pessoal e profissional da formação, a dimensão social e colectiva do exercício profissional, e a relação complexa entre saberes teóricos e saberes construídos na acção, para caminharmos em direcção a

uma articulação fecunda entre formação e mudança, apelando, ao mesmo tempo, a um forte investimento das organizações, para que valorizem todos os seus membros e se tornem organizações aprendentes. Esta comunicação resulta da minha experiência profissional como formador no campo da educação e da saúde (sou responsável pelo Núcleo de Formação Profissional do Hospital, área de enfermagem nos últimos dez anos) e também pelos resultados do trabalho que desenvolvi no âmbito do mestrado em Ciências da Educação – Educação e Desenvolvimento no qual, pretendi compreender como se formam os enfermeiros, na sua prática profissional, para cuidar de pessoas idosas.

12 Autoras: Dulce Martins e Carolina Carvalho Título: As Crianças e as Mentiras no 2º Ciclo. Instituições: Escola Básica 2,3 Visconde de Juromenha e Centro de Investigação em Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; Resumo: O presente estudo, fruto de uma investigação mais ampla (Martins, 2007), centra-se na temática da mentira em alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico, tendo como objectivo principal “Compreender o que as crianças neste ciclo de escolaridade entendem por mentira”. Concretamente, neste trabalho iremos apenas discutir os seguintes objectivos: (a) Indagar o que os alunos, nestes anos de escolaridade, entendem por mentira; b) Identificar como os alunos, nestes anos de escolaridade, avaliam o conteúdo da mentira, em termos de aceitabilidade e de castigo como sua consequência. A estratégia geral do plano de investigação assentou em aplicar um questionário em formato de resposta aberta a 93 alunos, entre os 10 e os 14 anos de idade, de quatro turmas (duas de 5º ano e duas de 6º ano) do 2º Ciclo do Ensino Básico, numa escola do Distrito de Lisboa, durante as aulas de formação cívica, servindo não só como recolha de dados, mas também como um exercício para discussão nas aulas procedentes. O conteúdo do questionário aplicado era constituído por quatro histórias, adaptadas de estudos anteriores de Piaget (1932), que relatam transgressões morais, especificamente sobre a mentira A finalidade das quatro histórias foi permitir às crianças a comparação na avaliação da intenção das mentiras e deste modo indagarmos o seu entendimento de mentira quer em termos de aceitabilidade e do castigo como sua consequência. Á semelhança de outros estudos (Crossman et al, 2006; Piaget, 1932; Vrij et al, 2006) também no nosso se registou um número elevado de participantes que reconhece a noção de mentira de um modo realista. Contudo, existe igualmente uma percepção mais elaborada do que é uma mentira, estando esta subjacente à intenção de enganar ou prejudicar os outros. As justificações dadas pela maioria dos nossos participantes, em relação à intenção das mentiras presentes nas quatro histórias que lhes foram apresentadas, incidiram no que Piaget (1932) refere como manifestação de juízos de responsabilidade subjectiva, ou seja, as mentiras foram entendidas como um acto voluntário e intencional. Nisto, a aceitabilidade da mentira, tendo em conta que existem mentiras com um carácter inofensivo e que até podem ser úteis em determinados contextos e situações de interacção sociais, foi na sua maioria encarada como uma falta moral, que revela falta de honestidade e que pode ter consequências para quem a sofre, o que segundo Piaget (1932) se opõe à amizade e à confiança mútuas. Registamos, ainda, que a maioria dos alunos que participaram no nosso estudo revelou que todos os protagonistas das quatro histórias eram merecedores de castigo, sendo o castigo encarado como uma forma de punição associada à ideia da sua prevenção. Terminada a aplicação do questionário, foi-nos possível nas aulas de formação cívica explorar com os alunos participantes as histórias com o objectivo de reflectir sobre a

mentira. Concretamente, que a mentira é algo que não se consegue eternizar, como é exemplo o ditado popular "mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo" e que a mentira contribui para a perda de confiança e de respeito mútuo.

11 Autoras: Tânia Pereira e Margarida César Título: Aprender com a comunidade cigana: Estudantes ciganos adultos em cenários de educação formal Instituição: Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Resumo: A comunidade cigana constitui uma minoria étnica que, não só em Portugal como na Europa, mantém com a sociedade dominante relações complexas. Esta investigação prende-se com a prática pedagógica desempenhada Curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) a uma comunidade cigana, no bairro da Bela Vista em Setúbal. Os adultos ciganos que estão a frequentar este curso, fazem-no apenas pelo rendimento mínimo que a segurança social oferece. São pessoas que, dadas as suas habilitações, não revelam dominar os conhecimentos escolares, manifestando pouco interesse neles e no desenvolvimento de algumas competências que consideram não ter impacto na sua vida, enquanto membros da comunidade cigana. Pretendemos compreender de que forma a aprendizagem poderá ser significativa e como pode o professor ser mediador entre estas duas culturas. Os participantes são os formandos que constituem a turma e a professora/investigadora. Os instrumentos de recolha de dados incluem a observação, enquanto participante observador (Merriam, 1988), entrevistas, questionários, técnicas de inspiração projectiva, recolha documental e conversas informais. Os resultados sugerem que os adultos ciganos que frequentam este curso EFA reconhecem pouca utilidade nas aprendizagens escolares, apesar de manifestarem vontade em dominar a escrita e a leitura. No entanto, quando são confrontados com tarefas que lhes despertam e aguçam a curiosidade (actividades pouco escolarizadas ligadas a jogos) fazem-no com empenho. Assim, conseguir propor tarefas a que estes estudantes adultos atribuam significado revela-se um passo essencial para contribuir para o seu sucesso académico e, consequentemente, para promover a sua inclusão social.

10 Autores: Carlos Vieira, Catarina Rijo, Tânia Fonseca, Vanda Delgado, João Filipe Matos e Guilhermina Miranda Título: Uma Visão Sobre a Terra com recurso à Wiki: proposta para uma prática inovadora. Instituição: Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Resumo: Desde há alguns anos que assistimos a um desenvolvimento contínuo na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), o qual permitiu a produção de um elevado número de tecnologias específicas que, colocadas ao serviço da educação, podem possibilitar a docentes e a alunos um novo olhar sobre os conteúdos que integram o currículo. Hoje em dia os conceitos tecnologia e escola não podem estar dissociados e os currículos e as suas orientações gerais e específicas espelham isso mesmo (ME, 2001). Cada vez mais se reflecte

sobre a sua estreita relação. Contudo, a história da educação relembra-nos que essa associação não é recente. Os professores sempre procuraram encontrar as estratégias e recursos que mais se adequavam, de forma a melhorar a aprendizagem dos seus alunos. A grande questão que se coloca é que o futuro das tecnologias é hoje. Cada vez mais a Internet potencia novos recursos, novas ferramentas, novos conceitos, e sobretudo novos paradigmas sobre o processo de ensino-aprendizagem. Este projecto tem como objectivo dar a conhecer e contextualizar a aplicação de uma ferramenta de trabalho - a wiki, numa perspectiva multidisciplinar e entre interlocutores distantes, partindo de um tema aglutinador: O Planeta Terra. Assim, procurámos fundamentar as nossas escolhas e opções, pelo que nesta comunicação nos referiremos a diferentes aspectos que suportam o nosso trabalho em termos estruturais e de conteúdo: suporte curricular de cada disciplina, trabalho colaborativo e cooperativo, entre outros. Além disso, procuraremos também explicitar um pouco melhor o surgimento da wiki construída, no que diz respeito à sua evolução, possíveis aplicações, e potencialidades e fragilidades.

9 Autora: Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira Título: Estratégias de leitura com a comunidade: análise da experiência no contexto do Projeto “Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas” (BALE) Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Brasil) Resumo: A leitura é algo ligado ao prazer, na concepção de Barthes (1973). Neste sentido, a leitura tem, portanto, poderes de influenciar, enriquecer e humanizar o homem. Isso porque ela pode interferir positivamente na condução de vida do indivíduo dentro de um determinado contexto social. Porém, o acesso a esse mundo novo, a essa descoberta trazida pela leitura é privilégio de um grupo muito reduzido, pelo menos no que concerne a algumas regiões do Brasil. Assim sendo, professores do curso de Pedagogia e Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, idealizaram e criaram o Projeto BALE – (Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas: ação conjunta entre o BNB, o GEPPE e a comunidade pauferrense), entendido como iniciativa de atendimento ao interesse social e coletivo da comunidade, concretizada via ação extencionista do Departamento de Educação, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, via GEPPE (Grupo de Estudos e Pesquisas em Planejamento do Processo Ensino-aprendizagem). O BALE foi contemplado pela segunda vez em Edital do PROGRAMA BNB CULTURA – Edição 2007/2008, obtendo financiamento do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) e do Governo Federal Brasileiro, visando à criação de uma Biblioteca Ambulante, com o objetivo de formar leitores, através de planejamento de ações metodológicas que favoreçam o acesso a textos literários e de fomento a sua disseminação, junto à comunidade de baixa renda do Município de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, Brasil, e estimular, na mesma, o gosto pela leitura, propiciando, assim, a democratização da leitura e as práticas leitoras em contextos escolares, bem como na sociedade como um todo. A experiência como Coordenadora do Projeto BALE tem mostrado que podemos criar/construir um vínculo do sujeito leitor com o livro. Assim sendo, o que observamos em nosso trabalho com o Projeto BALE foi que, no decorrer de um ano de projeto na comunidade pudemos perceber que as pessoas já sinalizam para um determinado tipo de leitura que a atrai, mostrando que, de alguma forma o vínculo com o projeto e o gosto de ler já está sendo construído/criado. Com isso, objetivamos nessa comunicação apresentar a nossa experiência com uso das estratégias de reconto de histórias,

transposição de texto para apresentação com fantoches, apresentação de peça de teatro, bem como adaptação de histórias transpostas para cinema. São atividades extremamente instigantes que comprovadamente dão resultados positivos, no sentido de chamar a atenção do possível leitor para o texto/livro escrito, utilizando-se do lúdico como estratégia. Percebemos com nossa experiência o quão é importante o prazer na condução da apresentação do texto para despertar um leitor em potencial. Com isso, pretendemos, pois, nesta comunicação dividir e divulgar uma experiência que efetivamente vem dando resultados (sutis), na formação de leitores de uma comunidade desprovida de acesso a bens culturais e de lazer.

8 Autores: Manuel Carlos Chaves* & Maria do Rosário Moura Pinheiro** Título: Avaliação da prática docente no ensino superior: Contributo da Checklist de Autoavaliação das Práticas Pedagógicas no Ensino Superior (CAPPES) Instituições: *Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e **Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Resumo: A reflexão estruturada baseada num modelo de referência é uma tarefa imprescindível que leva à identificação de problemas ou alterações significativas na prática pedagógica. Assim, como nos referia Schön (1983), é necessário “um património de análise”, uma descrição detalhada de comportamentos ou práticas pedagógicas que guiem o docente e o conduzam aos aspectos a melhorar. A utilização de processos de autoavaliação da prática docente sustentados num modelo de referência, justos e consensuais com os docentes, permitem reduzir as resistências e favorecer a criação de uma cultura de avaliação (Alcaraz et al, 2007). A Checklist de Autoavaliação das Práticas Pedagógicas no Ensino Superior (CAPPES) que propomos é baseada num questionário de opinião que operacionaliza o Código Pedagógico de Qualidade de Miguel Zabalza. As dimensões que compõem este código e não outras, na nossa opinião, surgem pelo facto de estarem intimamente relacionadas com a qualidade institucional, logo resultante do desempenho individual de cada docente e, por outro lado, permitirem orientação para um desempenho que se quer de acordo com os pressupostos didáctico-pedagógicos decorrentes do Processo de Bolonha, isto é, destacando a aprendizagem para além dos conteúdos disciplinares e a melhor forma de o conseguir junto dos estudantes. Neste trabalho é ainda apresentado o Questionário de Opinião das Vivências Pedagógicas dos Docentes do Ensino Superior (QOVPDES, Chaves & Pinheiro, 2006, Chaves, 2007) que foi aplicado numa amostra de 58 docentes do ensino superior e ao qual foi realizada uma análise da qualidade dos itens (100) e consistência interna das subescalas (10) que o compõem. Foi calculado o alfa de Cronbach e as correlações de cada item com o total da subescala, quando excluímos o próprio item (Pasquali, 2003). Teoricamente as dez dimensões apresentadas em formato de questionário de opinião e de checkclist são dimensões abrangentes e definidoras de qualidade da pedagogia no ensino superior. Os resultados obtidos em relação ao QOVPDES e à CAPPES reforçam esta ideia, permitindo-nos perspectivá-los como vantajosos instrumentos de autoavaliação das práticas e situações pedagógicas, promotores da mudança na qualidade da docência, bem adaptados ao actual contexto pedagógico, assentando na performance individual do docente como motor da promoção dessa mesma qualidade.

7 Autora: Maria Lúcia Pessoa Sampaio

Título: Práticas leitoras em espaços não escolares no contexto do Projeto de Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas (BALE) Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Brasil) Resumo: A leitura é uma atividade complexa. Não obstante, no processo de interação entre leitores mais experientes, textos e leitores, esta tem se constituído numa atividade prazerosa e carregada de sentidos, de modo que estes sentidos atribuídos ao ato de ler pelas crianças não se encontram exclusivamente no texto ou no leitor, mas se situam entre estes as práticas de mediação pedagógica da leitura. É nessa perspectiva que caracterizamos a proposta do Projeto BALE (Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas: ação conjunta entre o BNB, o GEPPE e a comunidade pauferrense), entendido como iniciativa de atendimento ao interesse social e coletivo da comunidade, concretizada via ação extencionista do Departamento de Educação, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, via GEPPE (Grupo de Estudos e Pesquisas em Planejamento do Processo Ensino-aprendizagem). O BALE foi contemplado pela segunda vez em Edital do PROGRAMA BNB CULTURA – Edição 2007/2008 (1a e 2a edição), obtendo financiamento do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) e do Governo Federal brasileiro. O principal objetivo do BALE é formar leitores, através de planejamento de ações metodológicas que favoreçam o acesso a textos literários e de fomento a sua disseminação, junto à comunidade de baixa renda do Município de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, Brasil, e estimular, na mesma, o gosto pela leitura, propiciando, assim, a democratização da leitura e as práticas leitoras em contextos escolares e não escolares. A perspectiva teórica adotada no BALE envolve discussões que compreendem a formação do leitor (JOUVE, 2002; MARTINS, 1994; COSSON, 2006; ROSING, 1996; SMITH, 1996/2001; SMOLKA, 2003 dentre outros). Utilizamos como objeto de análise a nossa experiência como leitores e mediadores da leitura, mediante o (re)planejamento e implementação das atividades do Projeto, quais sejam: contação de histórias, rodas de leitura com as crianças, dramatizações, conto e reconto de textos literários, com as quais constatamos a importância da interação entre os sujeitos, leitor, texto e contexto, favorecendo, portanto, o ato de ler, sob a mediação do outro mais experiente em contextos formais e informais. Pretendemos, portanto, nessa comunicação, refletir acerca das práticas leitoras em contexto de interação social, em função das nossas experiências como formadores de leitores, vivenciadas no projeto BALE, tendo como referência de análise o planejamento e implementação de atividades, desenvolvidas com vistas a viabilizar o acesso a textos literários e midiáticos em comunidades de baixa renda do município de Pau dos Ferros/RN, (Brasil) nelas favorecendo a interação entre mediador, texto e leitor e, conseqüentemente, a aproximação entre a universidade e escolas.

6 Autores: Maria do Rosário Pinheiro, Albertina Lima Oliveira e Carlos Barreira Título: (Re)Inovar o ciclo de formação: Vivências pedagógicas num processo formativo de pós-graduação Instituição: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra Resumo: O presente estudo dá conta da experiência educativa/formativa de carácter inovador, no âmbito da disciplina de Planeamento e Avaliação Educacional, que integra o elenco curricular do curso de pós-graduação em Administração Escolar, a funcionar no Pólo de Alcobaça da Universidade de Coimbra.

O estudo abrangeu 29 professores efectivos com idades compreendidas entre os 31 e os 56 anos, a leccionar em escolas básicas e secundárias, maioritariamente da região Centro, que têm de 9 a 32 anos de serviço docente. Com este estudo pretendemos descrever a estrutura do ciclo de ensino-aprendizagem utilizado nas diversas sessões de formação, salientar os princípios pedagógicos da educação e formação de adultos subjacentes à sua implementação, bem como divulgar os resultados obtidos a partir das percepções dos formandos acerca das suas vivências pedagógicas. Deste modo, para efeitos da avaliação dos resultados do processo formativo, recorreu-se ao Questionário de Auto-Avaliação do Ensino/Aprendizagem pelos Estudantes de Pós-Graduação, o qual permitiu obter resultados de natureza quantitativa e qualitativa, com um interessante potencial para futuros processos formativos e respectiva avaliação.

5 Autor: Miguel Dias Título: “Do mito à realidade. O verdadeiro papel das tecnologias na escola e na sociedade” Instituição: Escola Superior de Educação de Torres Novas Resumo: São vários os trabalhos de investigação que mostram o contributo das TIC ao nível da motivação dos alunos. O “poder” da tecnologia é enorme junto das crianças sendo capaz de as levar para novas situações de experiência e descoberta. Este papel motivador das TIC pode contribuir para a criação de uma escola mais aberta à comunidade e ao mundo derrubando assim a imagem da escola encerrada em si mesma com a qual muitas crianças não se identificam. Além disso, as TIC podem ter um impacto significativo no desenvolvimento cognitivo das crianças desde que devidamente enquadradas nas actividades escolares e dinamizadas por profissionais formados para a sua efectiva integração no currículo. A realidade portuguesa mostra que tem existido um aumento do número de equipamentos tecnológicos nas escolas do ensino básico 1º ciclo e um crescente número de projectos na área das TIC. Contudo, não são frequentes projectos que visem a efectiva integração da tecnologia no currículo com vista à melhorias dos resultados escolares e à apresentação das TIC como recurso com elevadas potencialidades ao nível da pesquisa de informação, meio de comunicação, organização de dados, entre outros aspectos. Além disso, um dos factores críticos de sucessos de projectos desta natureza é o grau de participação e envolvimento dos professores. Esta comunicação pretende apresentar algumas experiências inovadoras de um projecto a decorrer num agrupamento de escola em Mira-Sintra que tem como público-alvo 350 alunos do 1º ciclo do ensino básico, 22 professores e os encarregados de educação. O projecto tem ainda uma dimensão na área social destinada às famílias e encontra-se integrado no programa K'CIDADE - Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano. Os aspectos essenciais de sucesso do projecto baseiam-se nos seguintes aspectos: Aspectos essenciais para o sucesso do projecto • Realização de actividades com recurso à TIC com forte orientação para o currículo; • Capacitação dos professores ao nível do domínio técnico mas sobretudo ao nível da eficaz utilização pedagógica da tecnologia; • Formações em Contexto que possibilita aos professores conhecerem estratégias e modelos de integração das TIC em contextos específicos de aprendizagem;

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Utilização de Software de Autoria possibilitando que os professores produzam software adequado aos seus projectos, à especificidade de cada aluno e de acordo com os interesses e motivações dos vários grupos; Realização de Projecto de Investigação que sirva como mecanismo de avaliação do impacto do projecto e como meio de reflexão que permita aos professores uma reflexão aprofundada sobre as medidas e iniciativas tomadas ao longo do projecto.

4 Autoras: Ana Paula Couceiro Figueira e Ana Cristina Ferreira de Almeida Título: Grupos de apoio a/entre professores/educadores - Área Formação Profissional (inicial e contínua) Instituição: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da Universidade de Coimbra Resumo: São sobejamente conhecidas as queixas e sintomas de mal-estar dos professores/educadores e é inegável a preocupação - manifesta através de diferentes iniciativas - dos psicólogos escolares em estudar, conhecer e intervir junto das escolas, dos alunos e dos professores, no sentido de contribuírem para minorar as situações problemáticas e promover as competências e a qualidade do ensino e da aprendizagem. O nosso propósito será, então, o de apresentar um projecto para a criação de uma estrutura, inicialmente externa, mas, tendencialmente, interna, de apoio psicopedagógico a professores, visando dar resposta à diversidade de necessidades, e tirando proveito do potencial de conhecimentos teóricos e instrumentais, quer dos psicólogos quer dos professores. No âmbito deste projecto, preconiza-se a possibilidade de desenvolver redes de comunicação e de partilha de ideias e de experiências, através de espaços de reflexão, de diálogo e de orientação/encaminhamento (individual vs. grupal), conducente ao desenvolvimento pessoal e profissional, promotor de bem-estar dos professores, e onde aos professores deve caber o papel de actores principais. Neste sentido, e após um breve perscrutar da situação vivenciada actualmente no contexto que nos é mais próximo, tanto em termos de solicitações por parte dos professores dos diferentes níveis de ensino, incluindo a educação pré-escolar, como em termos de possibilidades de oferta por parte dos serviços de Psicologia Escolar, iremos tentar caracterizar possíveis vias de colaboração e de apoio psicopedagógico aos professores, em diferentes esferas da sua vivência profissional/pessoal e social. Pressupondo, sempre a sua auto-promoção/formação/desenvolvimento, através da reflexão conjunta e partilhada, sob os princípios do acrónimo IDEIA, ou seja, IIdentificação dos problemas, D- Diagnóstico - análise dos problemas, E- Estratégias de resolução, I- Implementação das estratégias, e A- Avaliação das intervenções.

3 Autoras: Carla Susana Pinheiro Serra & Maria do Rosário Moura Pinheiro Título: A importância da Relação Pedagógica no desenvolvimento pessoal e social do aluno Instituição: Universidade de Coimbra Resumo: O valor dos relacionamentos, nos contextos educativos em geral e nos contextos pedagógicos em particular, tornou-se de interesse central a partir das obras de Carl Rogers, onde foi dada grande importância à qualidade das relações interpessoais entre os actores educativos, em prol de uma aprendizagem autêntica e significativa.

Os processos inerentes à relação estabelecida entre professor e alunos têm sido considerados fundamentais no processo educativo e, neste sentido, a Escola deve procurar garantir um clima de bem-estar e satisfação aos seus agentes e cumprir, de forma eficaz, a sua função formativa. Promover o desenvolvimento pessoal e social dos alunos tem sido uma preocupação do sistema educativo português que se tem concretizado em várias inovações curriculares. O estudo apresentado pretende conhecer a opinião dos alunos (N=293), do 3º ciclo do Ensino Básico, acerca da satisfação com a escola, do relacionamento que estabelecem com os professores, do tipo de relacionamento que consideram ideal, das actividades em que existe convívio com os professores e como é descrito o professor que consideram exemplo de vida. Com base numa análise qualitativa foi possível encontrar dados que focam, na sua maioria, o lado afectivo da relação pedagógica e a importância, para os alunos, de se sentirem “apoiados”, vendo no professor “um amigo”. Estes e muitos outros elementos da análise reforçam a perspectiva da relação pedagógica como uma fonte importante de suporte social para os alunos. Na perspectiva do aluno, o relacionamento ideal entre professor e aluno deveria ser de “amizade”, “respeito mútuo”, “educação” e “compreensão mútua”. Parece, então, que os alunos clamam “maior proximidade” com os seus professores, “exigindo” deles uma relação aberta às trocas afectivas. Professores amigos e conselheiros, simpáticos e que apresentem qualidades pessoais apreciáveis (boa pessoa, sinceros meigos, verdadeiros, humanos, bondosos, carinhosos) são igualmente admirados pelos alunos, marcando a sua passagem pela vida escolar e pessoal, inclusive com reflexos nos seus projectos de vida, pois tais professores são vistos, por muitos alunos, como um exemplo a seguir. Deste estudo decorrem implicações educativas no que diz respeito aos modos de funcionamento da interacção e relacionamento professor-aluno e ao papel compensador da relação pedagógica na satisfação das necessidades sociais dos alunos.

2 Autora: Catarina Almeida Tomás Título: Orçamentos Participativos de Crianças e Jovens: A Escola como um espaço de participação cidadã Instituição: Universidade da Beira Interior Resumo: O Orçamento Participativo (OP) é um processo de gestão partilhada dos municípios em que participam os órgãos autárquicos eleitos e os munícipes, individualmente e/ou através de associações da “sociedade civil”. É um dos diversos instrumentos de democracia participativa e assume formas diferenciadas. A participação dos cidadãos pode ser consultiva (como acontece no caso português) ou deliberativa (como acontece no caso espanhol). A investigação que pretendo apresentar caracterizar nesta comunicação, ainda com um carácter exploratório, está a ser desenvolvida no âmbito do Orçamento Participativo de Crianças e Jovens (OPCJ) em Sevilha (Espanha), a partir do quadro teórico ancorado da Sociologia da Infância. A participação das crianças nos OP é um processo social inovador que tem como objectivo envolver as crianças em processos de participação cidadã, nomeadamente questões relacionadas com o espaço onde vivem. No OP de Sevilha, desde 2004, as crianças participam no orçamento municipal, discutindo, apresentando propostas, a partir do espaço escolar, apesar de não ser exclusivo, a partir dos 3 anos de idade.

Pretende-se nesta comunicação: cartografar OPCJ; caracterizar o papel das escolas e centros educativos na promoção de uma participação cidadã e identificar práticas socioeducativas desenvolvidas com as crianças, em contextos de educação formal e não formal. O OP concretiza uma relação entre a democracia representativa e a democracia participativa e tem como um dos objectivos tornar o governo autárquico mais transparente, socialmente mais justo e politicamente mais próximo dos cidadãos. Mais ainda, visa a inserção de grupos sociais que tradicionalmente permanecem fora dos espaços de discussão e decisão, como é o caso do grupo social da infância. A participação das crianças no orçamento participativo promove e institucionaliza a participação das crianças no quadro político e simbólico. Encoraja, ainda, a participação cívica e reconhece o papel e importância das crianças como indivíduos e como cidadãos. Um vez que o OP é considerado um espaço efectivo de prática da cidadania, de participação e de acompanhamento de políticas públicas. A experiência da participação das crianças nos OP também nos mostra a possibilidade da constru-ção de uma escola cidadã que combata a ideia difundida e distorcida de que cabe à escola preparar as crianças para a economia de mercado, para competir e consumir, a partir de um enquadramento que entende a infância e as crianças como objectos de intervenção e não como actores sociais. O OP de crianças no espaço escola é um projecto contra-hegemónico no sentido que promove a participação das crianças e uma educação para e na cidadania.

1 Autora: Maria Filomena Ribeiro da Fonseca Gaspar Título: Educação parental: Novos desafios para novas necessidades de intervenção socioeducativa com famílias na comunidade Instituição: Universidade de Coimbra Resumo: Na “sociedade pedagógica” há cada vez mais necessidade de um movimento de prevenção que se afaste de um papel de protecção centrado nas crianças para um papel preventivo mais proactivo na promoção do “bem-estar” das crianças e no combate à “exclusão social”: combater os factores de risco associados ao mal-estar e promover os factores protectores associados com o bem-estar (Buchanan, 2002). Dar a cada família o suporte que ela precisa e deseja, principalmente as que por diferentes motivos estão a experienciar riscos particulares, é a trajectória de intervenção social com mais probabilidades de promover o bem-estar de cada criança. A Educação Parental é uma das concretizações desta resposta. Partindo deste enquadramento reflectimos, nesta comunicação, sobre a Educação Parental em contexto comunitário, como estratégia de intervenção socioeducativa com famílias. Descrevemos os processos e resultados de projectos comunitários com a utilização do programa de educação parental Incredible Years – Basic de Carolyn Webster-Stratton.

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