REFLEXÕES SOBRE A SEMANA DE PRÁTICA DO QUINTO SEMESTRE NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFRGS.

July 25, 2017 | Autor: A. Arianesouza.we... | Categoria: Educação Infantil, Formação de professores e prática pedagógica, Identidades
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REFLEXÕES SOBRE A SEMANA DE PRÁTICA DO QUINTO SEMESTRE NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFRGS. Ariane Simão de Souza1

RESUMO: Este texto tem como objetivo refletir acerca da semana de observação e de prática realizada com 16 crianças, com idades entre 5 e 6 anos. A semana de prática trouxe como eixo integrador o tema identidades2. O trabalho foi concretizado em uma escola de Educação Infantil privada de Porto Alegre, no segundo semestre de 2014, para a disciplina: “Seminário de Docência: Organização Curricular: fundamentos e possibilidades – 4 a 7 anos”. Nessa disciplina temos uma semana para observar o andamento da escola e da sala de aula. Após observarmos, planejamos o que vamos trabalhar com as crianças, de acordo com a realidade da escola e da turma. É uma oportunidade para as futuras pedagogas3 terem sua iniciação à docência com crianças de 4 a 7 anos. A disciplina é obrigatória na quinta etapa do curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil, Criança, Identidades, Planejamento.

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Ariane Simão de Souza é graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e bolsista de Iniciação Científica na área da História da Educação. Email: [email protected] Sobre identidades, consultar HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade, 2001. Utilizo pedagogas, pois a maior parte das alunas do curso de Pedagogia da UFRGS são do sexo feminino.

PREPARAÇÃO PARA OBSERVAR Antes de irmos à escola observar, foi necessária uma espécie de “preparação”. Reunimo-nos em grupos pequenos para discutirmos os referenciais e princípios orientadores da prática docente, ou seja, quais são os princípios que eu tenho como docente e dos quais não abro mão? Após leituras e discussões fomos sozinhas para a prática, cada aluna escolheu uma escola para poder observar.

A SEMANA DE OBSERVAÇÃO

“Observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem planejamento, sem devolução e muito menos sem encontro marcado...” (Madalena Freire, 1992, p. 14)

Ser observado não é fácil, porém observar também não é. Precisamos, muitas vezes, aprender a observar. Enxergar o que geralmente não notamos. Por isso, é fundamental sabermos o que vamos observar, fazer um planejamento do que precisamos observar e usar um caderno de anotações. Muitas vezes, as perguntas podem nos servir de guia na observação. Como por exemplo: Como é a relação da professora com as crianças? A turma observada demonstrou bastante curiosidade em me ver na sala de aula, pois os alunos ficavam perguntando o tempo todo quem eu era. A professora titular apresentou-me a eles durante o momento da roda4 e logo saciou-se a curiosidade. Em alguns momentos, notei que os alunos sentiam-se incomodados, o que considero normal, uma vez que eu ficava observando-os e tirando fotos5, fugindo da rotina “normal” da turma. Quando estava circulando entre os alunos, ouvi um menino dizer ao outro: “depois eu te falo”, olhando para mim. Na hora da atividade, os alunos faziam o desenho e perguntavam-me: “Quer tirar foto?”. A professora titular estava trabalhando a “semana Farroupilha 6” com a turma, como consta no planejamento anual da escola. Todos os alunos participaram das festividades. A docente fez um belíssimo trabalho, pois trouxe para a roda de conversa com os alunos alguns questionamentos e 4 5 6

Momento em que as crianças e a professora sentam em círculo para conversarem, fazerem alguma atividade, etc. As fotos que tirei das crianças eram apenas das atividades e movimentos na sala de aula, não tinha como objetivo mostrar os rostos e identificá-los. “Semana Farroupilha” é comemorada por algumas pessoas no Rio Grande do Sul, no qual relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império, de 1835 a 1845. Fonte: www.semanafarroupilha.com.br/historico.php

discussões sobre o Estado do Rio Grande do Sul: as lendas populares do Estado, as roupas consideradas típicas (e por que usavam ou usam essas roupas até hoje – bombacha, vestido, entre outras), como se faz os diversos tipos de chimarrão e as danças consideradas típicas. Também cantaram o hino com o hasteamento da bandeira riograndense. O cavalo crioulo e o quero-quero foram desenhados e pintados pelos alunos. Confesso que fiquei impressionada com todo o conhecimento da professora sobre o assunto, aprendi muito com ela, apesar de ter sido apenas uma semana. Os alunos ficavam envolvidos na conversa, faziam perguntas e opinavam. A professora também fazia perguntas e os alunos pensavam e refletiam antes de responder. Quando não sabiam o que responder, juntos construíam a resposta. No decorrer da semana, percebi que os desenhos feitos pelos alunos eram parecidos, inclusive em quase todos havia uma linha na parte inferior da folha e o desenho acima. Perguntei à professora se havia alguma combinação para os desenhos serem assim e ela me informou que não havia combinação, mas que um copiava do outro, por isso os desenhos tornaram-se muito parecidos. Mesmo que a professora tenha solicitado que desenhassem a respeito do mesmo assunto, os desenhos teriam algo em comum. Porém os desenhos eram muito parecidos. Comecei a pensar sobre como trabalhar isso com os alunos. Eles copiam o tempo todo os desenhos e comportamentos uns dos outros. A PREPARAÇÃO ANTES DE IR PARA A SEMANA DE PRÁTICA Após fazermos a observação, voltamos à faculdade para pensarmos sobre qual eixo integrador escolheríamos para planejar a semana de prática, ou seja, o que iríamos trabalhar com as crianças. Eu não conseguia pensar em um eixo integrador, porém, durante a disciplina de: Didática, Planejamento e Avaliação7, as ideias foram surgindo e a angústia deu lugar ao planejamento 8. Lembrei que os alunos imitavam uns aos outros e isso acabava sendo um incômodo para alguns. Dessa forma, meu eixo integrador escolhido foi Identidades. Os objetivos do meu planejamento eram: 

Proporcionar momentos lúdicos de reflexão sobre nossas identidades, para que

cada aluno possa pensar sobre as diferenças que temos uns dos outros.  7 8

Promover atividades plásticas, para que cada aluno possa torna-se criador de

Ministrada por Roseli Inês Hickmann: professora Adjunta do Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O planejamento contou com a colaboração da professora Patrícia Camini.

sua própria obra. 

Mediar jogos teatrais, para que cada aluno sinta-se como protagonista na sala

de aula. 

Orientar e provocar rodas de conversas, para que os alunos possam conversar

com os colegas sobre suas vidas. A SEMANA DE PRÁTICA Abaixo consta o planejamento da semana de prática. O horário em negrito, nas tabelas, refere-se ao tempo que teria para realizar situações de aprendizagens 9 com os alunos, ou seja, o “novo” da rotina da turma. O restante dos horários faziam parte da rotina normal. Durante a semana de pŕatica levava todos os dias para a escola fantoches de ovelhas, pois caso acontecesse algum imprevisto poderia utilizá-los. Plano da Aula do dia 03/11/14 – Segunda-feira

HORÁRIO

PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS/DINÂMICAS

13: 00

Chegada dos alunos, momento de brincar na sala, dia do brinquedo de casa.

14: 00

Higiene e lanche.

14: 30

Primeiro, atividades da rotina da turma: Roda de conversa, realização da chamada, apresentação do tema (que as crianças fizeram no final de semana) e a escolha do ajudante do dia. Após, contarei a história: “Maria-vai-com-asoutras”. Haverá discussão sobre a história, ligando-a à vida dos alunos: situações pelas quais eles passaram de alguém os “imitando” ou deles imitando alguém. Depois de conversarmos, o ajudante do dia entregará folhas A4 e material de desenho e de escrever para a turma, para que possa ser feito o registro de algumas atividades que cada criança sabe fazer sozinha e das atividades que só consegue fazer se tiver ajuda de alguém. Quando os alunos terminarem os desenhos ou a escrita, conversaremos sobre o que cada um fez.

16: 00

Horário de brincar no pátio: “pit-stop”.

16: 30

Horário de brincar no pátio: “grande”.

17: 00

Higiene e hora da janta, junto com a aula de inglês.

17: 30

Encerramento das atividades.

Objetivos do dia:  9

Oferecer aos alunos a oportunidade de conhecer a história “Maria-vai-com-as-outras”;

Sobre situações de aprendizagens, consultar Filho, Gabriel de Andrade Junqueira. Linguagens Geradoras - Seleção e Articulação de Conteúdos em Educação Infantil, 2001.



Proporcionar momentos de reflexão sobre a história e sobre o que cada um consegue fazer sozinho ou com ajuda do outro.

Conteúdos: Identidades e autonomia: Como eu me identifico e o que consigo fazer sozinho e com a ajuda de alguém. Leitura e interpretação do texto “Maria-vai-com-as-outras”. Desenho ou/e escrita. Diálogos argumentativos, através das conversas. Recursos e material de apoio: 

Livro: “Maria-vai-com-as-outras” de Sylvia Orthof.



Folhas A4 brancas.



Lápis de cor, canetas coloridas, lápis de escrever, giz-de-cera.

Relato de como foi o dia: No primeiro dia, as crianças ainda lembravam de mim e me receberam com muitos sorrisos. Depois que as crianças lancharam, sentamos em roda no chão e contei a história: “Maria-vai-comas-outras”. Algumas crianças conheciam a história, outras não. Contei a história fazendo os sons das ovelhas: “Mééé” – os alunos adoraram! Segundo Karcher (2001, p. 82): Se observarmos atentamente, veremos que é destas práticas, de ouvir e contar histórias, que surge a nossa relação com a leitura e a literatura. Portanto, quanto mais acentuarmos no dia a dia da Escola Infantil estes momentos, mais estaremos contribuindo para formar crianças que gostem de ler e vejam no livro, na leitura e na literatura uma fonte de prazer e divertimento. A turma é acostumada a ouvir histórias, mas acredito que o fato de eu “dramatizar” a história enquanto a contava, chamou a atenção das crianças. Eles ficaram atentos ouvindo, mesmo eu estando sozinha com eles. Pensei que sem a titular, eles pudessem ficar agitados, mas isso não ocorreu. Só fui interrompida quando li a palavra “insolação” e as crianças não a conheciam, logo expliquei o significado da palavra. Ao término da história, conversamos sobre os momentos em que alguém os imitou ou em que eles imitaram alguém. Propus que fizéssemos um desenho, ou que quem quisesse, poderia também escrever sobre o que consegue fazer sozinho e o que consegue fazer com a ajuda de alguém. Inicialmente, pensei que as crianças desenhariam situações práticas

do cotidiano, em que solicitam a ajuda de alguém ou que fazem sozinhas, como por exemplo, amarrar o tênis. Ao caminhar entre as mesas, vendo os desenhos das crianças, me surpreendi ao vê-las desenhando estrelas e árvores. Perguntei a uma criança: “O que você consegue fazer sozinho?” E ela me respondeu: “Eu sei fazer sozinha estrela e sei fazer avião também tu que ver?” Depois desse diálogo, compreendi que as crianças entenderam que deveriam desenhar o que elas sabiam. Talvez eu não tenha explicado bem que o objetivo era desenhar uma atividade que elas fazem sozinhas e uma atividade que só fazem com a ajuda de alguém. Um menino da turma foi o único que desenhou o que eu “havia pensado” para a atividade. Durante a explicação, o menino estava aparentemente olhando para os lados, “distraído”, mas quando vi o seu desenho e ele me explicou porque o havia feito, pensei que muitas vezes cometemos injustiças achando que só porque o aluno está “distraído”, não está ouvindo o que estamos falando. O garoto desenhou de um lado da folha alguém o ajudando a subir no cavalo e do outro, o desenhou tomando banho, sem ajuda de ninguém. Após a atividade, realizei com as crianças a correção do tema.10 Era de matemática, bastante simples para aquelas crianças, precisavam completar os números até dez, contar quantos objetos estavam desenhados na folha e colocar o número ao lado. Para fazer a correção, solicitei que o dono do caderno escolhesse um colega, para que esse colega corrigisse. Eles gostaram muito de escolher o colega para corrigir o tema. Após a correção, restava-nos dez minutos antes de irmos para o pátio. Fiz, durante os dez minutos, alguns problemas matemáticos para que fossem resolvidos mentalmente. As crianças davam as respostas muito rápido, então fui aumentando o grau de dificuldade e eles continuavam me acompanhando e respondendo. Escrevi no quadro 350 menos 240, o que fiz como um “teste” para saber o que eles conheciam de matemática (fui testando). As crianças responderam e sabiam onde colocar os números (embaixo das dezenas, centenas e unidades –as crianças não conheciam os nomes dezenas, centenas e unidades, só sabiam a posição de onde colocar o algarismo). Perguntei o que considero mais difícil: “Eu tenho algumas flores no vaso, ganhei 2 e fiquei com 5. Quantas flores eu tinha antes de ganhar as 2 flores?” Eles responderam “3!” Todas as vezes que as crianças davam as respostas, eu perguntava como eles chegaram ao resultado e cada vez ficava mais surpresa. Segundo Smole & Diniz (p. 125, 2001): Para que os alunos sejam capazes de apresentar as diferentes maneiras que utilizam para resolver problemas, cabe ao professor, propiciar um espaço de discussão no qual eles pensem sobre os problemas que irão resolver, elaborem uma estratégia e façam o registro da solução encontrada ou dos recursos que utilizaram para chegar no resultado. 10 As crianças da turma levam para casa na sexta-feira um tema, o qual é corrigido na hora da roda na segunda-feira.

Dessa forma, perguntei aos alunos como eles sabiam que dava determinado resultado. E pedi que individualmente cada um falasse. Lembro que em um momento perguntei: “ Eu tenho uma bandeja com 20 ovos e preciso usar 6, com quantos vou ficar?” Então um menino respondeu rapidamente: “Com 14 ovos”. Eu perguntei como ele chegou ao resultado e logo me respondeu: “Eu tirei de 10, 6 ovos e fiquei com 4, ai como eu tinha 10 mais 4, ficou 14 ovos”. Pude perceber que ele separou as partes e depois foi para o todo. Separou o 20 em duas de 10 e depois juntou o que sobrou. Plano da Aula do dia 04/11/14 – Terça-feira

HORÁRIO

PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS/DINÂMICAS

13: 00

Chegada dos alunos, momento de brincar na sala.

14: 00

Higiene e Lanche.

14: 30

Chamada, escolha do ajudante do dia. Roda de conversa, após dramatização, Teatro-fórum da história “Maria-vai-com-as-outras”. Vamos relembrar a história e modificá-la, recriar cada situação vivenciada por “Maria” e pensar como poderia ser se a história fosse contada por cada uma das crianças. Após, faremos o jogo: “Massa de modelar”, modificando o corpo do colega. Faremos em duplas e cada crinça transformará o corpo do colega como se fosse um boneco “modelável” fazendo, dessa maneira, diversas formas de estátuas humanas.

15: 30

Aula de Inglês.

16: 00

Educação Física.

16: 30

Pátio.

17: 00

Janta.

17: 30

Encerramento das atividades.

Objetivos do dia: 1. Oportunizar, através da arte dramática, uma outra forma dos alunos se expressarem. 2. Envolver os alunos na história “Maria-vai-com-as-outras” através de situações lúdicas. Conteúdos: 1. Expressão corporal: interpretando as personagens da história: “Maria-vai-com-as-outras”. 2. Linguagem falada, visual e corporal. 3. Imaginação e criatividade. Recursos e material de apoio:



Livro: “Maria-vai-com-as-outras” de Sylvia Orthof.



Os alunos e seus corpos.

Relato de como foi o dia: Para o segundo dia de prática, eu havia planejado usar o “Teatro-fórum” para modificarmos a história “Maria-vai-com-as-outras”. Contudo, não pude fazer o que havia planejado para o dia, pois após os alunos terem realizado uma atividade da escola, que estava planejada, o tempo que me restou foi muito pouco. Lembrei que no dia anterior alguns alunos não estavam na sala e não ouviram a história da “Maria-vai-com-as-outras”. Entreguei folhas para os alunos e comecei a contar a história. Conforme ia contando, eles poderiam desenhar o que ouviam ou então modificar a história. Por exemplo, um menino desenhou uma girafa ao invés de ovelha, outro desenhou a ovelha comendo macarrão ao invés de jiló e assim por diante. Não queria propor que eles fizessem desenho, pois desenhar é a atividade corriqueira da turma. Todavia, como o tempo era muito curto, não tive outra alternativa além do desenho. Após a realização do desenho, as crianças, individualmente, explicaram-me o que haviam desenhado. Foi muito interessante ouvi-los, muito criativos! Gostaria que as crianças tivessem tempo para explicar o que haviam desenhado para todos os colegas, porém, não tivemos tempo. Outro fato que me chamou a atenção foi que no segundo dia ao verem o livro: “Maria-vai-com-asoutras”, as crianças disseram: “De novo?”. Os alunos são acostumados com uma história diferente a cada dia. Plano da Aula do dia 05/11/14 - Quarta-feira HORÁRIO

PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS/DINÂMICAS

13: 00

Chegada dos alunos, brincar na sala.

14: 00

Higiene e Lanche.

14: 30

Roda, chamada, escolha do ajudante do dia. Após conversarmos sobre as ovelhas e as personagens da história, cada aluno criará uma ovelha com palitos de picolé da seguinte forma: Cada aluno receberá uma folha A4 e palitos de picolé para fazer sua ovelha. O rosto pode ser feito com lápis de cor, giz-de-cera ou caneta colorida. Pensei nessa atividade, pois os alunos gostam de desenhar com palitinhos, mas a professora não gosta que as crianças façam bonecos de palito. Após a confecção da ovelha, cada aluno apresenta a sua e discutimos as diferenças entre elas. Cada aluno criará também uma identidade para sua ovelha, pois distribuirei cédulas de identidades para que eles possam preencher e desenhar a “foto” de sua ovelha.

16: 00

Biblioteca.

16: 30

Pátio e aula de Inglês.

17: 00

Janta.

17: 30

Encerramento das atividades.

Objetivos do dia: 1. Promover uma discussão sobre o que são identidades. 2. Pensar sobre como e onde vivem as ovelhas. Conteúdos: 1. Características dos seres humanos. 2. Desenho e escrita. 3. Imaginação e criatividade. 4. Ciências: Como são as ovelhas e o que comem? 5. Geografia: Onde vivem as ovelhas? Recursos e material de apoio: 

Livro: “Maria-vai-com-as-outras” de Sylvia Orthof.



Folhas A4.



Palitos de picolé.



Lápis de cor, canetas coloridas, lápis de escrever, giz-de-cera.



Cédulas de identidade, impressas em uma folha A4.



Mapa mundi. No terceiro dia de prática, o tempo também estava curto, porém, fiz a atividade que estava

planejada. Conversar com as crianças da Educação infantil sobre identidades não é uma tarefa simples. Para as crianças da turma com a qual realizei a prática, identidade é o documento. A criança tem a ideia de algo concreto que se pode ver e tocar. Por isso, tentei introduzir o assunto através da ludicidade e para isso, o desenho me ajudou. Após uma breve conversa para explicar a atividade, perguntei às crianças: “Vocês têm identidade?”. Logo responderam que sim. Então combinei com a turma que após a atividade nós conversaríamos sobre isso. Sugeri que cada um fizesse uma ovelha com palitinhos de picolé, eles adoraram! Cada criança escolheu a cor ou as cores dos palitos. Depois que a ovelha estava pronta, perguntei às crianças: “o que é identidade?” e eles responderam: “É um documento parecido com

meu passaporte”, outros disseram que era: “Um papel com uma foto bem pequeninha”. Após o desenho com palitos, sugeri que fizéssemos uma identidade para nossa ovelha. Entreguei cédulas em branco e eles foram bem contentes preenchendo. Escutei um menino dizer: “Que legal isso de escrever na identidade” e o outro falou: “Mas tá escrito aqui que 'não é válido como documento'”. As crianças escreveram um nome para a ovelha e outros preencheram quase todos os dados, inclusive inventando o número do CPF. Perguntei sobre as características de cada ovelha: de que cidade vieram, qual era o nome de seus pais e assim seguiu nossa conversa lúdicainformal sobre identidades. Das identidades das ovelhas, gostaria de passar para a identidade deles. Todavia, eles precisavam resolver quem seriam os professores homenageados na formatura. Dessa forma, a atividade ficou inacabada. Plano da Aula do dia 06/11/14 - Quinta-feira

HORÁRIO

PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS/DINÂMICAS

13: 00

Chegada, momento de brincar na sala.

14: 00

Higiene e Lanche.

14: 30

Aula de Inglês.

15: 00

Pátio “coberto”.

15: 30

Roda, chamada e escolha do ajudante do dia. Após, jogo de trilha “Mariavai-com-as-outras”. Levarei a trilha (9 metros de comprimento) contendo escrito o que deve ser feito em cada número (ex.: volte dois números, fique uma rodada sem jogar, etc.) em papel pardo. Os alunos a enfeitarão e escreverão os números na trilha. Cada número será relacionado a uma página da história do livro. Através da trilha, os alunos explorarão a matemática, pois precisam jogar o dado e saber quantos números irão andar na trilha, terão que subtrair, quando estiver escrito: “volte 5 números” e terão que somar quando estiver escrito: “avance 4 números”, por exemplo. A trilha ocupará o chão da sala inteira e os alunos irão caminhando por cima da mesma. Explicarei aos alunos que todos irão ganhar, uma vez que todos chegarão no final do jogo.

16: 15

Aula de música.

16: 45

Pátio “grande”.

17: 15

Janta.

17: 45

Encerramento das atividades.

Objetivos do dia: 1. Oportunizar momentos lúdicos de interação com a matemática, através do jogo. 2. Promover a participação e a colaboração dos alunos.

Conteúdos: 1. Cooperação. 2. Desenho. 3. Escrita dos números. 4. Movimentos amplos: Caminhar por cima da trilha Recursos e material de apoio: 

Livro: “Maria-vai-com-as-outras” de Sylvia Orthof.



Trilha.



Lápis de cor, canetas coloridas, lápis de escrever, giz-de-cera.

Relato de como foi o dia: No quarto dia de prática, as crianças ficaram muito eufóricas com a atividade da trilha. A trilha tinha 9 metros de comprimento e ocupou quase toda a sala. Tínhamos 30 minutos para jogar e conseguimos dar uma volta inteira, paramos na metade da segunda volta e as crianças queriam continuar, porém a professora de música chegou e tivemos que parar o jogo. As crianças e a professora me pediram para deixar a trilha no chão para que pudessem jogar em outros momentos. Então o dado e a trilha ficaram na sala. A atividade da trilha é uma excelente estratégia para se trabalhar a matemática (as crianças precisam subtrair e somar). Os alunos podem se divertir jogando e trabalhando as regras do jogo. Na imagem abaixo, um pedaço do início da trilha. Combinei com as crianças que não teríamos um ganhador, pois todos chegariam ao final da trilha. As crianças, após jogarmos, queriam que um só ganhasse, então sentamos no chão e conversamos para decidirmos as regras do jogo e quem seria o ganhador. Combinamos que para falar, deveria ser um de cada vez e seria preciso levantar a mão. No final da conversa, as crianças estavam gritando muito porque queriam continuar jogando, mas não podiam. O jogo da trilha tinha o mesmo número de páginas que o livro: “Maria-vai-com-as outras”, porque eu queria fazer uma ligação com a história. Planejei que as crianças escrevessem os números e desenhassem conforme desejassem na trilha, seguindo o que diz na página correspondente ao livro. Com a falta de tempo, não puderam escrever os números e desenhar na trilha, portanto os escrevi para que as crianças pudessem jogar. Também seria interessante que o jogo fosse realizado no pátio. Todavia, o pátio está sempre ocupado. O mais importante é que as crianças gostaram do jogo, se divertiram e puderam ficar com o jogo na sala.

Plano da Aula do dia 07/11/14 - Sexta-feira

HORÁRIO

PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS/DINÂMICAS

13: 00

Chegada, momento de brincar na sala.

14: 00

Higiene, Lanche e aula de capoeira (turma dividida em 2 grupos).

14: 30

Roda, chamada, tema de casa, biblioteca itinerante e ajudante do dia. Após, leitura do livro: “Lilás uma menina diferente”. Lilás é uma menina, que apesar de ser considerada “diferente” pelos colegas, não muda o seu jeito de ser para agradá-los. Ou seja, não é uma “Maria-vai-com-as-outras”.

15: 00

Aula de Inglês.

15: 30

Registro da semana: Pedirei aos alunos que façam um desenho e/ou escrita sobre a semana, o que marcou, o que aprenderam ou o que foi significativo, na folha A4. Após, agradecerei pela semana que passamos juntos.

16: 30

Pátio.

17: 00

Janta.

17: 30

Encerramento das atividades.

Objetivos do dia: 1. Oportunizar momentos lúdicos através da história de “Lilás”. 2. Refletir sobre a história de “Lilás” e voltar à história “Maria-vai-com-as-outras”. Conteúdos: 1. Literatura: ouvir a história de “Lilás uma menina diferente”. 2. Oralidade: opinião e argumentos dos alunos sobre a história.

Recursos e material de apoio: 

Livro: “Lilás uma menina diferente” de Mary E. Whitcomb.



Folhas A4.



Lápis de cor, canetas coloridas, lápis de escrever, giz-de-cera.

Relato de como foi o dia: No último dia, tivemos que sair da sala para que alguns eletricistas arrumassem as lâmpadas que estavam queimadas. Fomos então ao pátio coberto e como havia barulho e pessoas passando, não segui o meu planejamento, que consistia em contar a história: Lilás uma menina diferente.

No pátio, conversamos e expliquei que era meu último dia, portanto entreguei folhas para que as crianças escrevessem ou desenhassem o que mais gostaram de fazer durante a semana em que estive na escola. Um dos meninos me perguntou várias vezes: “Mas tu vai voltar? Ou tu vai embora para sempre?” Nas folhas o que mais apareceu escrito foi: “Maria-vai-com-as-outras”, nos desenhos alguns desenharam o jogo da trilha e, em outros desenhos, cenas da história contada. Os eletricistas demoraram para arrumar as lâmpadas, então entreguei fantoches (palitoches de ovelha que confeccionei) para que as crianças pudessem, em trios, montar uma história e apresentar aos colegas. Uma das crianças me pediu uma folha, para que pudesse escrever a história que o trio estava montando. Gostei de vê-los conversando e planejando a história. Após um tempo, estavam correndo um atrás do outro com as ovelhas na mão. Nesse momento combinei que iríamos então apresentar aos colegas a história que cada trio criou. Foi instigante vê-los planejar e apresentar, falando como se fossem “ovelhas”. Alguns falaram muito baixo e não pude ouvir direito sobre o que era a história. Outras histórias eram sobre o espaço e teve ainda um casal de “namorados”, uma das ovelhas só queria beijar. Após as apresentações, fomos chamados para voltar à sala. Uma criança chorou porque o colega quebrou o palito de sua ovelha. Como eu havia levado várias, troquei a ovelha dela por outra. Na despedida, agradeci aos alunos, à professora e à auxiliar, pela colaboração e pela ajuda. As crianças pediram para ficar com o dado, o jogo da trilha e os fantoches de ovelha, que prontamente dei de presente às crianças. Eles guardaram as ovelhas na mochila, para levarem para casa.

COMO SE DEU O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DAS CRIANÇAS Durante a semana de prática, avaliei os alunos diariamente para acompanhar as descobertas e possíveis dificuldades que encontrariam nas atividades. Fiz anotações para não esquecer de algo que tenha ocorrido ou de alguma fala significativa das crianças. A avaliação serve para que eu possa refletir acerca da minha prática docente, verificando o que deu certo e o que poderia ter sido realizado de outra forma. Zabalza (2006, p. 07) ao falar sobre a cultura da avaliação afirma que: Trata-se de algo muito simples. É acostumar-se a documentar o que vai sendo feito: guardar diálogos das crianças, guardar nossos planejamentos de aula, gravar algumas das atividades, guardar amostras dos trabalhos das crianças (...) às vezes, é muito importante contar com algum tipo de registro (que nós mesmos fizemos, ou que extraímos da vasta gama existente na literatura). Essa documentação é analisada periodicamente e serve de base para as propostas de melhoria para o período seguinte.

Os registros realizados durante a semana de prática, bem como o portfólio 11 que fiz para a disciplina de “Seminário de Docência: Organização Curricular: fundamentos e possibilidades – 4 a 7 anos”, foram documentos importantes para analisar e (re)pensar sobre a minha função como docente. O portfólio teve um papel importantíssimo, pois ao escrevê-lo, pensei acerca de assuntos que não havia pensado durante a prática. É uma autoavaliação. Considerações finais Gostei de cada dia que passamos juntos, aprendi muito e me surpreendi em diversos momentos. A professora, com sua experiência de 20 anos na escola, consegue fazer com que as atividades obrigatórias tornem-se atividades encantadoras para as crianças. A alfabetização acontece quase que ao natural, devido a todos os estímulos recebidos e ao ambiente letrado. Apesar de ter gostado da semana de prática, que foi muito produtiva, entendo que o eixo articulador por vezes foi deixado de lado devido à falta de tempo ou porque não soube trabalhar o assunto identidades com a turma. É complicado trabalhar identidades com crianças que não conhecemos bem e com as quais passamos apenas uma semana. Todavia, o exercício da prática docente foi encantador. Mesmo já trabalhando com a faixa etária de 5 anos, quando estamos em prática na faculdade, o olhar é outro, pois estamos na posição de aluno-docente, nos permitimos errar e aprender com os erros.

11 O portfólio foi parte da avaliação para a disciplina de “Seminário de Docência: Organização Curricular: fundamentos e possibilidades – 4 a 7 anos”.

REFERÊNCIAS CAVALCANTI, Cláudia. Diferentes formas de resolver problemas de. In: SMOLE, Kátia Cristina Stocco; DINIZ, Maria Ignez de Souza Vieira - Ler, escrever e resolver problemas: Habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. FREIRE, Madalena . Observação, registro e reflexão. Instrumentos Metodológicos I. 2ª ED. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1996. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade, DP&A Editora, Rio de Janeiro, 6ª edição em 2001, tradução: tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. KAERCHER, E. Gládis. E por Falar em Literatura. In: CRAIDY, Maria e KAERCHER, Gládis. Educação Infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. ZABALZA, M. A. Os diferentes âmbitos da avaliação. Revista Pátio Educação Infantil, Porto Alegre, ano IV, n. 10, p. 6-8, mar./jun. 2006.

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