Relatório do design, identidade visual, arquitetura de informação e metáforas utilizadas - Projeto Pensando o Direito

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Descrição do Produto

Ministério da Justiça SECRETARIA DE ASSUNTOS LEGISLATIVOS - SAL PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO - PNUD

Projeto Pensando o Direito – SAL / PNUD PRODOC BRA/07/004 Consultoria PNUD – Produtos Previstos

Produto 02 Relatório do design, identidade visual, arquitetura de informação e metáforas utilizadas

Brasília, 19 de janeiro de 2011

À SECRETARIA DE ASSUNTOS LEGISLATIVOS Dr. Marivaldo de Castro Pereira Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça Tel.: 61 2025-3114 e-mail:

[email protected]

Ref. Relatório do design, identidade visual, arquitetura de informação e metáforas utilizadas, a partir das tecnologias para interface disponíveis, para confecção do portal do Projeto Pensando o Direito

Em consonância com os objetivos e Cronograma previsto no âmbito do projeto BRA/07/004: Democratização de Informações no Processo de Elaboração Normativa, firmado entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça (SAL), a consultora abaixo subscrita vem, por meio deste, apresentar o Relatório do design, identidade visual, arquitetura de informação e metáforas utilizadas para a confecção do portal do Projeto Pensando o Direito, configurado como produto 2 da consultoria técnica em Design de Interfaces para especificação e desenvolvimento de sites no âmbito do Projeto Pensando Direito da SAL.

Na certeza de poder colaborar, sistematicamente, para o cumprimento das ações propostas, coloco-me a disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente, Yasodara Maria Damo Córdova Consultora PNUD - técnica Design de Interfaces para especificação e desenvolvimento de sites no âmbito do Projeto Pensando Direito da SAL

1. APRESENTAÇÃO Este relatório é parte da consultoria para o projeto Pensando o Direito (BRA/07/004) que tem como objetivo possibilitar que publicações relativas ao mesmo se tornem parte de um acervo público na rede, para que os produtos das pesquisas acadêmicas possam ser discutidos e expostos na web, tanto para difundir e qualificar o trabalho da Secretaria de Assuntos Legislativos, quanto para incentivar e possibilitar o debate entre cidadãos e as instituições, bem como fomentar a participação pública na construção legislativa. O presente relatório tem como objetivo apresentar a descrição da pesquisa conclusiva realizada para tornar o portal do Pensando o Direito uma ferramenta amigável, incentivando o uso do site por meio de mashups entre aplicações na rede e da rede, respeitando a consistência visual do portal com relação aos ambientes virtuais. Uma vez definidos o gerenciador de conteúdo e realizadas as escolhas metodológicas de interatividade, resta ao consultor aplicar estes conceitos para desenvolver e responder às questões que surgem com a montagem da arquitetura de informação e organização do design do portal. O trabalho do consultor visa facilitar este processo documentando tudo para posterior internalização dessa tecnologia na infraestrutura de Tecnologia da Informação do Ministério da Justiça. Atendendo-se aos requisitos da arquitetura e-PING - Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico, publicada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o desenvolvimento deve observar a adoção preferencial de padrões abertos e a priorização do uso de software público e/ou software livre.

2. Introdução

A natureza do projeto Pensando o Direito é de produção acadêmica. Como resultado das pesquisas realizadas para qualificar os trabalhos da Secretaria de Assuntos Legislativos são produzidos documentos de referência em modo texto. Estes textos tem como objetivo ajudar na elaboração de documentos normativos ou instruir possíveis sobre o veto ou sanção de normas legislativas. Entretanto, as pesquisas tem tido resultados tão interessantes, também por provocar a discussão em torno dos assuntos, que surgiu a necessidade de levar ou distribuir o debate

também na internet, onde os nichos de colaboração e discussão podem ser alimentados para agregar conhecimento, valor e legitimidade ao processo legislativo.

Em artigo publicado na Revista Jurídica da Casa Civil 1, Felipe de Paula afirma que: "Não se deve deixar de observar, contudo, o importante avanço que a participação qualificada da academia nesse processo significa, ainda que no restrito âmbito da produção legislativa brasileira. Da perspectiva dos órgãos públicos, não são corriqueiros os efeitos do contato com pesquisas de fôlego: intensificam-se a profundidade e a precisão das propostas normativas diretamente implicadas por tais pesquisas, além de se promoverem reflexões secundárias muito relevantes, que por vezes desembocam em novos esforços legislativos."

Portanto, tornar públicos os resultados das pesquisas é fortalecer o processo democrático no qual a Secretaria de Assuntos Legislativos está inserida. O portal do pensando direito também deve funcionar como um acervo organizado para que, dentro da estrutura do Ministério da Justiça e fora dela, a base para consultas sobre os temas do projeto esteja organizada e disponível de acordo com os princípios da web 2.0. Para que tal fato aconteça, é necessário levar em conta o valor do design em processos de construção de diálogo em rede. A web 2.0 tem como característica a natureza gráfica. As interfaces gráficas são baseadas em imagens formadas por pixels na tela do dispositivo utilizado para interação.

Desse modo, o presente relatório pretende apresentar os resultados da investigação e estudo realizado sobre as seguintes perguntas:

1Revista Jurídica da Casa Civil. Apresenta conteúdo noticioso e de caráter acadêmico. Disponível em: . Acesso em: 12 out 2010



Como expor acervos de documentos de maneira acessível para o público em geral?



Como design pode colaborar e melhorar os processos de debate e exposição em rede?



Como melhorar o diálogo democrático com as pessoas e instituições através do design?

2. Design Durante a realização do trabalho foram utilizados conceitos de algumas áreas de concentração do design. O mesmo, por sua natureza holística e multidisciplinar e ainda devido às razões de mercado, foi dividido em subáreas que servem para organizar as atividades em etapas, de modo a encadear a construção de uma interface da maneira mais eficiente para que o resultado seja mais rápido e de maior qualidade. A palavra “Design” que tem em sua origem o significado atribuído à palavra projeto, diz que realizar Design é aplicar conhecimentos para projetar algo que resolva um determinado problema. Design pode ser compreendido como uma intervenção direcionada e pensada para resolver ou atribuir função a uma forma (tangível ou não) de modo a direcionar o objeto de transformação à resolução de um ou mais problemas. Design também pode ser concebido como a solução espacial para construir o diálogo entre a tecnologia e o ser humano, resolvendo limitações através de linguagens específicas para os dispositivos.

Assim, as seguintes áreas se evidenciam quando o assunto é design para a internet: 2.a) Design de serviços2: Aplica os conceitos do design para mapear e desenvolver soluções para interfaces tangíveis ou não. As metodologias de pesquisa e desenvolvimento tem como base o design centrado no usuário, que atua assumindo como imprescindível a participação do usuário ou a 2 NIEDERSACHEN. Rede social sobre design universal. Apresenta conteúdo sobre o assunto direcionado ao mercado. Acesso em: 12 dez 2010

utilização de dados que mostrem o comportamento ou preferência do indivíduo frente ao processo de construção de solução. 2.b) Usabilidade3: Segundo Frederick Van Amstel4, fundador do instituto Faber Ludens de design de interação, usabilidade é: “(...) sinônimo de facilidade de uso. Se um produto é fácil de usar, o usuário tem maior produtividade: aprende mais rápido a usar, memoriza as operações e comete menos erros.” Boa usabilidade implica que produtos interativos permitem que usuários cumpram com eficiência suas tarefas. Guidelines conhecidas podem ser encontradas na ISO 9241-110 5. 2.c) Arquitetura de informação: Segundo Louis Rosenfeld e Peter Morville, autores de Information Architecture for the World Wide Web, arquitetura de informação é a ciência que cuida de estruturar a um determinado espaço de informação a fim de facilitar a realização de tarefas e o acesso aos conteúdos de modo intuitivo. Ainda, arquitetura de informação trata de “estruturar e classificar websites e intranets a fim de ajudar as pessoas a encontrar e a gerenciar informação”. Esta parte do processo é focada em listar e organizar os conteúdos em badges, utilizando categorias pré definidas pelo designer. Assim, nesta fase é que se define a prioridade dos conteúdos e a sua possível localização em uma interface.

2.d) Identidade Visual Esta área do design é referente ao significado formado pelas formas e tipos que compõem uma determinada interface e como esses elementos se relacionam com o ser humano. Para a construção da identidade visual de uma interface, a preocupação com o grupo de usuários a que 3

Nielsen, J. ().Nielsen, J. (1994). Heuristic evaluation. In Nielsen, J., and Mack, R.L. (Eds.), Usability Inspection Methods. New York City: John Wiley & Sons. 4USABILIDOIDO. Site de Frederick Van Amstel sobre usabilidade e design. Apresenta conteúdo acadêmico sobre usabilidade.Acesso em: 03 dez de 2010. 5 ISO 9241-110 (2006). Ergonomics of human-system interaction – Part 110: Dialog principles. Berlin: Beuth.

se destina tem que ser constante. Ferramentas como o Focus Group 6 e a criação de personas7, segundo Frederick Van Amstel, são importantes porque trazem à tona aspectos intangíveis para o projeto de interfaces, a saber: “(...)aspectos perceptuais, como a maioria das pesquisas em IHC, mas também emocionais e cognitivos, permitindo um panorama holístico da personalidade(...)” Os resultados são utilizados para criar associações entre formas e significados de maneira a transformar as interfaces em ambientes pertinentes, consistentes e adequados ao target que vai utilizar as aplicações contidas.

É também nesta fase do processo de design que se definem as paletas de cores do projeto, família tipográfica e ilustrações. Geralmente, as empresas de publicidade são responsáveis por direcionar o trabalho do designer gráfico, já que usualmente ficam responsáveis pela construção do conceito do logotipo ou marca, que vai ser a diretriz para a construção da identidade visual de uma interface.

Os ícones são também considerados elementos de branding de uma interface e precisam remeter à identidade da marca ou logotipo para que haja consistência no sistema. O trabalho do designer é adaptar a linguagem aos inputs e outputs do dispositivo com o qual se dará a interação de modo a remeter cognitivamente os elementos vistos e utilizados pelo usuário para a interação a algo que encontre significados em seu cérebro.

6 WIKIPEDIA. Disponível em:Acessado em: 3 de dez de 2010. 7 DESIGNCRUX. Apresenta conteúdo de pesquisa em Design de Interfaces. Disponível em: Acessado em: 04 de dez de 2010.

Ilustração 1: Paleta de cores referente ao projeto

É a partir da identidade visual que é definido o design gráfico de uma interface. No portal do projeto Pensando o Direito será trabalhada a identidade visual que existe e é utilizada nas capas das publicações. A paleta desta identidade se baseia na cor #782c2c (em RGB, sistema de cores para tela de computador, baseada nos comportamentos de luz). Assim, o estudo de cores realizado apontou a utilização da paleta abaixo como principal foco de possibilidades:

Ilustração 2: Capa de publicação do projeto

Também estão previstos para uso no portal a paleta básica para web em tons de cinza e as cores preta e branca para elementos de conteúdo e estruturais.

3. Design de Interfaces8

O design de interfaces baseia seus princípios em áreas do conhecimento muito diversas. Ergonomia, psicologia, matemática, física, sociologia, antropologia e artes são apenas algumas delas. Segundo Alexandre Santaella Braga 9, “O termo Interface tem uma série de significados diferentes, significados estes que foram ampliados ainda mais com o advento das novas tecnologias, desde os computadores pessoais até os mais recentes telefones móveis que integram a tecnologia de armazenamento de dados, mesclando o celular e os PDAs (Personal Digital Assistant, como o Palm-OS) em um único aparelho. Os usuários dessas novas tecnologias detêm o controle de todas essas funções através da utilização das Interfaces Gráficas de Usuário (G.U.I.), ou simplesmente Interface. Este termo, de acordo com o dicionário, significa um ponto comum, uma divisa ou fronteira entre duas coisas. Isso direciona as G.U.I.s para a função de ponto de interconexão entre o usuário e a tecnologia, para um sistema de interação entre o homem e a máquina. O que explica, então, as funções de qualquer interface homem-máquina é a definição de sistemas.”

Como a relação estabelecida em uma interface conecta homem à máquina, é natural que se analise também a questão dos códigos de tela. As tecnologias utilizadas para tal são o Css e o HTML, além de Javascript para as interações ricas. (Rich Internet Applications interfaces). O 8 Designing with the Mind in Mind. Simple Guide to Understanding User Interface Design Rules 2010, Pages 100-180. Disponível em
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