RESSIGNIFICANDO O PAPEL DO CELULAR EM SALA DE AULA: POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA

MELODY PABLOS SOUZA

RESSIGNIFICANDO O PAPEL DO CELULAR EM SALA DE AULA: POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

SÃO BERNARDO DO CAMPO 2013

MELODY PABLOS SOUZA

RESSIGNIFICANDO O PAPEL DO CELULAR EM SALA DE AULA: POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência para obtenção de grau de Especialista em Língua Inglesa à Universidade Metodista de São Paulo, no Programa de PósGraduação em Língua Inglesa. Orientação: Profa. Jussara Uehara

SÃO BERNARDO DO CAMPO 2013

FICHA CATALOGRÁFICA

Souza, Melody Pablos So89r

Ressignificando o papel do celular em sala de aula: possibilidades de utilização no ensino da língua inglesa / Melody Pablos Souza. 2013. 43 f.

Monografia (especialização em Língua Inglesa) --Faculdade de Humanidades e Direito da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2013. Orientação: Jussara Uehara

1. Língua inglesa – Estudo e ensino 3. Aprendizagem – Dispositivos móveis

2. Educação e tecnologia I. Título. CDD 420

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por me incentivarem constantemente e, principalmente, por me mostrarem a importância dos estudos. Ao meu marido, pela paciência neste processo e pelo apoio diário em minha vida. À minha orientadora pelos conselhos e dedicação e por acreditar em minha competência. Aos professores do programa que certamente contribuíram para a realização deste projeto.

“Quando novas informações surgem e as circunstâncias mudam já não é possível resolver os problemas com as soluções de ontem.” Roger Von Oech

RESUMO

Da recente incorporação da tecnologia ao ensino – dentro e fora da escola –, nasce o mlearning, aprendizado ou ensino através de dispositivos móveis. O celular e, mais especificamente, os smartphones surgem como um meio de aprendizado, mas que tem sido pouco explorado por professores na aula. Tendo em vista esse cenário, o presente estudo tem por objetivo apresentar o celular como um recurso tecnológico a ser usado como auxílio no ensino da língua inglesa, bem como propor atividades com o celular para serem usadas em sala de aula no ensino e prática da língua, avaliar e sugerir aplicativos feitos ou não para o ensino que possam ser utilizados para praticar conteúdo dentro e fora da sala de aula, e familiarizar os professores com o uso dessa tecnologia, procurando suprir a falta de conhecimento e minimizar a aversão a ela que alguns profissionais da área demonstram.

Palavras-chave: m-learning, celular, smartphones, língua inglesa, atividades, nativos digitais, imigrantes digitais

ABSTRACT

M-learning, which is learning through mobile devices, was born from the recent integration of technology in education – both inside and outside the classroom. The cell phones and, more specifically the smartphones, have found their way as learning devices; however they are yet to be fully explored in class by the teachers. Considering such scenario, the purpose of this study is to present the cell phone as a technological resource to be used as an aid in the English language learning process, as well as propose activities with the cell phone to be used in the classroom for teaching and practicing the language, assess and suggest applications – both educational and not – which might be used to practice the content in and outside the classroom, and familiarize the teachers with this technology in the hope of meeting their needs of information and minimizing the aversion of it felt by some educators.

Key-words: m-learning, cell phone, smartphones, English language, activities, digital natives, digital immigrants

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................1 1 A TECNOLOGIA E A ESCOLA ........................................................................................4 1.1 O PAPEL DO PROFESSOR ANTE A TECNOLOGIA NA ESCOLA .............................4 1.2 O PAPEL DA TECNOLOGIA NA ESCOLA ....................................................................5 1.3 DA NECESSIDADE DE MUDANÇA DO MODELO DE ENSINO ................................6 1.4 E-LEARNING E M-LEARNING .......................................................................................7 1.5 M-LEARNING NÃO É SINÔNIMO DE SALVAÇÃO ...................................................10 2 A ERA MÓVEL ..................................................................................................................12 2.1 DE DESKTOPS A TABLETS E CELULARES ...............................................................12 2.2 OS NÚMEROS DO CELULAR NO BRASIL E NO MUNDO .......................................13 2.3 DE CELULARES CONVENCIONAIS A SMARTPHONES ..........................................13 2.4 MAIS QUE UM CELULAR: A ERA DOS APLICATIVOS ...........................................14 2.5 O CELULAR E A SALA DE AULA ................................................................................15 3 TECNOLOGIA NA AULA: PREPARANDO O PLANEJAMENTO DE AULA ........16 3.1 PERFIL DA CLASSE ........................................................................................................16 3.2 ESCOLHENDO O MELHOR CAMINHO .......................................................................19 3.3 ANTECIPANDO DIFICULDADES .................................................................................19 3.4 TRABALHANDO COM CLASSES MISTAS .................................................................20 4 USANDO O CELULAR NA AULA PARA ENSINO DA LÍNGUA INGLESA ...........21 4.1 VANTAGENS DE UTILIZAR O CELULAR EM SALA DE AULA .............................21 4.2 ATIVIDADES SUGERIDAS ............................................................................................21 4.2.1 Atividades sem conexão à Internet, sem aplicativos .......................................................22 4.2.2 Atividades com conexão à Internet, sem aplicativos ......................................................24 4.2.3 Atividades sem conexão à Internet, com aplicativos ......................................................25 4.2.4 Atividades com conexão à Internet, com aplicativos ......................................................32 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................40 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................41

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INTRODUÇÃO

É inegável a importância do celular na sociedade. Hoje, até mesmo nas classes sociais mais baixas, a grande maioria possui pelo menos um aparelho para uso pessoal ou para o trabalho. Segundo pesquisa da Anatel (2012), em março de 2012 o Brasil totalizou mais de 250,8 milhões de linhas ativas na telefonia móvel, apresentando uma teledensidade de 128 acessos por 100 habitantes. Foram 3,2 milhões de novas habilitações, o maior número registrado em um mês de março nos últimos 13 anos. Segundo reportagem da revista Meio&Mensagem: A telefonia móvel no Brasil continua em forte expansão. Nos últimos cinco anos, a proporção de pessoas com celular passou de 58% para 80%, de acordo com a pesquisa Target Group Index (realizada com pessoas de 12 a 64 anos de idade, que moram em regiões metropolitanas e no interior do Sul e do Sudeste). Considerando as regiões pesquisadas, esse percentual representa um universo de 51,8 milhões de pessoas. (Meio&Mensagem, 2011, p. 45)

A cada nova geração, fica mais evidente o quão necessário esse dispositivo se tornou na vida das pessoas. Crianças cada vez mais jovens têm portado celulares, inclusive nas escolas. O professor, em sala, é constantemente exposto à presença desses dispositivos que acabam por distrair os alunos durante a aula. Por meio de conversas com professores, ficou evidente como o celular sempre aparece de forma negativa quando contextualizado na sala de aula. Os professores tendem a vê-lo mais como um vilão que como um possível recurso a ser explorado em sala, constatação que instigou a produção deste estudo, que procura encontrar uma maneira de mudar essa visão. Há tempos vem sendo discutido o uso de tecnologia como ferramenta para o ensino de conteúdos diversos. Com a aceitação cada vez maior dos cursos de ensino à distância pelo mercado de trabalho (LOPES, 2012), o desenvolvimento digital e tecnológico do professor tem sido constantemente cobrado. É preciso demonstrar não apenas estar capacitado para usar a plataforma do curso, mas é importante assegurar aos alunos e, inúmeras vezes, à instituição, que se possui um conhecimento abrangente do mundo virtual, oferecendo soluções e macetes para, mais do que sobreviver, se destacar neste ambiente. Além do ambiente virtual de ensino, nota-se também a presença da tecnologia cada vez mais dentro da sala de aula. As

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justificativas apresentadas para introduzir esses recursos na aula também divergem: motivação dos alunos, ajuste à realidade do público-alvo, facilitação para o professor da apresentação do conteúdo, etc. Seja qual for o motivo, já não é mais de se estranhar entrar em uma sala de aula e ver um computador, uma TV ou um projetor. De certa forma, é até esperada pelos alunos a presença desses "facilitadores". Então como utilizá-los de forma didática? Procurar maneiras de fazer seu uso relevante e significativo é uma forma de prevenir que eles se tornem apenas parte da mobília. É possível encontrar bastante literatura abordando recursos tecnológicos como televisão e vídeo (com atividades utilizando filmes e séries), rádio (com atividades utilizando músicas e arquivos em áudio), computador (com atividades e jogos interativos) e, mais recentemente sendo abordada de forma mais abrangente, a Internet (com podcasts, consultas a sites e as redes sociais). O celular parece não ser visto como um recurso do qual uma atividade possa ser desenvolvida. Talvez porque apenas mais recentemente tenham se popularizado os celulares baseados em sistema iOS e Android, que possibilitam a utilização de aplicativos, deixando o aparelho com funções muito mais parecidas com um computador. E esses tipos de aparelhos têm estado cada vez mais presentes entre a geração daqueles que Prensky (2001) chama de nativos digitais. Essa geração tem visto o celular como um item tão necessário - ou mais - que seu próprio documento de identidade, portanto já não é mais estranho entrar em uma sala de aula de adolescentes e se deparar com diversos aparelhos ligados em cima das carteiras. Mas esse cenário não é exclusivo dos nativos digitais, ele é compartilhado também pelos imigrantes digitais, definidos por Prensky (2001) como aqueles que não nascerem no mundo digital, mas se encantaram e adotaram muitos aspectos tecnológicos em suas vidas. E, no meio dessa fase transitória entre uma geração que teve que aprender a lidar com esta tecnologia e outra que esteve exposta a ela desde o nascimento, se encontra o professor que tem que disputar a atenção dos alunos com estes dispositivos. É natural que o professor, tendo tal experiência, se sinta intimidado pela presença do celular na sala de aula e reaja de forma negativa a ele. Portanto, faz-se necessário repensar o papel que o celular tem na sala de aula e, mais que isso, investigar maneiras de trazê-lo para o lado do professor, tornando-o um aliado ao invés de um inimigo, satisfazendo, assim, a necessidade que estes alunos digitais têm de estar conectados ao aparelho com tamanha frequência.

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Desta reflexão, surge um questionamento: como utilizar o celular em sala de aula como recurso tecnológico para ensinar a língua inglesa para nativos e imigrantes digitais? Talvez ele possa ser usado em sala de aula como um recurso extra para trabalhar e praticar alguns aspectos da língua inglesa com alunos adolescentes; além disso, é possível que, por meio de aplicativos e recursos disponíveis para celulares, se consiga apresentar o conteúdo de forma mais adequada à realidade digital desses alunos. Esse estudo pretende investigar essas possibilidades, tendo como objetivo apresentar o celular como um recurso tecnológico a ser usado com alunos digitais, bem como propor atividades com o aparelho para serem usadas em sala de aula no ensino e prática da língua inglesa, avaliar e sugerir aplicativos feitos ou não para o ensino que possam ser utilizados para praticar conteúdo dentro e fora da sala de aula, e familiarizar os professores com o uso dessa tecnologia, procurando suprir a falta de conhecimento e minimizar a aversão a ela que alguns profissionais da área demonstram. Para esta investigação, optou-se por utilizar a metodologia exploratória, uma vez que o uso do celular em sala de aula é um assunto ainda pouco explorado. Como explicam Raupp e Beuren (2004), “explorar um assunto significa reunir mais conhecimento e incorporar características inéditas, bem como buscar novas dimensões até então não conhecidas.” (p. 81). Este trabalho se fundamentará nas teorias de Marc Prensky sobre o uso de tecnologia em sala de aula para o ensino dessas gerações tecnologicamente distintas que procuram conviver harmoniosamente na escola: os chamados nativos digitais e imigrantes digitais. Estes termos aqui referidos têm sua origem nas definições de Prensky, as quais foram trazidas pela primeira vez em seu artigo Digital Natives, Digital Immigrants (2001), e que servirão de base para este trabalho, bem como as ideias do autor sobre parceria entre professores e alunos apresentadas no livro Teaching Digital Natives: partnering for real learning (2010).

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1 A TECNOLOGIA E A ESCOLA

1.1 O PAPEL DO PROFESSOR ANTE A TECNOLOGIA NA ESCOLA Na relação entre tecnologia e escola, muitos aspectos têm evoluído positivamente no campo da ciência. Desde a visão da tecnologia como uma ferramenta de auxílio pedagógico até a necessidade de professores mais reflexivos e mediadores entre aluno e informação. Embora ainda relativamente recente e pouco abrangente, a incorporação da tecnologia ao ensino tem sido bem vista por autores como Kenski, Moran, Prensky, Ally, Warschauer e Meskill, para citar alguns, desde que de forma significativa e com propósitos bem definidos, ou seja, como um auxílio no processo de ensino-aprendizagem e não como ponto central da aula. Nessa nova relação formada dentro do ambiente escolar – e fora também, no caso do ensino a distância, e-learning e m-learning – o papel do professor passa por uma ressignificação, tendo em vista a possibilidade interativa que surge ao se utilizar itens tecnológicos. Prensky (2010) acredita que o papel do professor seja de um instrutor, um guia que controla a qualidade da informação e fornece o contexto, e que ele não precisa saber usar a tecnologia para isso. Este papel ficaria a cargo do aluno. (...) não são eles [os professores] que devem usar a tecnologia para ensinar aos alunos, mas sim seus alunos que devem usá-la como uma ferramenta para ensinar a si próprios. O papel do professor não deve ser tecnológico, mas intelectual – para fornecer aos alunos o contexto, a garantia de qualidade e ajuda individualizada. (PRENSKY, 2008, p. 2 – tradução nossa)

O professor instrui, o aluno executa. De acordo com o autor, “em se tratando de tecnologia, o professor é o guia, o instrutor e o inspetor de qualidade, não o usuário.” (PRENSKY, 2010, p. 100 – tradução nossa). Para isso, Prensky sugere que haja uma parceria entre o aluno e o professor. No entanto, ele não deixa de incentivar os professores que gostam e se identificam com tecnologia a aprender a usá-la. Embora não seja obrigatório, isso é particularmente importante, pois somente sabendo as possibilidades e limitações da tecnologia o professor poderá propor atividades realistas.

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Kenski (2005) também propõe que não se pense na figura do professor como um “professor cibernético” e aponta para a necessidade da valorização do professor como pessoa, que lida com outras mediando interações comunicativas no ato de ensinar e aprender. Um profissional responsável, entre outras coisas, pela manutenção da memória social. A ele compete a aquisição, reflexão, transmissão e manutenção de aspectos valorizados pela cultura de um certo grupo social em um determinado momento. Como agente de memória, o professor é capaz de realizar interações e intercâmbios entre linguagens, espaços, tempos e conhecimentos (pontes temporais, sociais e tecnológicas) diferenciados. (KENSKI, 2005, p. 96-97)

Da mesma forma, Sampaio e Leite (1999) enfatizam que a realidade tecnológica vivida hoje pelo aluno deve ser incorporada à aula para se desenvolver seu discernimento com relação ao mundo, possibilitando uma maior participação social, e é tarefa do professor tomar conhecimento das vivências do aluno para atingir tal objetivo. Se as tecnologias fazem parte da vida do aluno fora da escola (e isto acontece cada vez mais e das mais diversas formas), elas devem fazer parte também de sua vida dentro da escola. Um dos motivos para que assim seja está na constatação de que o sucesso do aluno na escola, no trabalho e na vida depende, entre outras coisas, da capacidade do professor de incorporar as experiências e conhecimentos dos alunos, utilizando-os como ponto de partida e como referência para a sistematização de conteúdos, para o desenvolvimento de uma visão crítica sobre a realidade, enfim, para a superação da visão empírica trazida pelo aluno e para a aquisição de uma visão mais elaborada sobre o mundo de modo geral, visando permitir-lhe uma participação social mais efetiva. (SAMPAIO, LEITE, 1999, p. 73-74)

Embora tenha adquirido uma nova significação, o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem ainda é fundamental. De palestrante a parceiro na busca pelo conhecimento, Moran, Masetto e Behrens (2007) ressaltam o fato de que é parte desse novo papel do professor garantir que haja um processo de colaboração na aula, envolvendo os alunos desde o início: Desde o momento inicial, o professor precisa envolver os alunos e buscar o processo de colaboração. As contribuições individuais serão relevantes e imprescindíveis para o sucesso do grupo. A atitude de entreajuda precisa ser implementada procurando ultrapassar o espírito individualista e de competitividade. (MORAN, MASETTO, BEHRENS 2007, p.113)

1.2 O PAPEL DA TECNOLOGIA NA ESCOLA Qual seria, então, o papel da tecnologia em uma aula? Facilitar, criar possibilidades, trazer a realidade do aluno para a sala de aula, para citar algumas funções. De fato, não ser o

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objetivo da aula. Ela deve ser usada como um meio, um facilitador, para chegar ao objetivo proposto pela aula, que deve contemplar a autonomia dos alunos em seu processo de aprendizagem. A tecnologia deve melhorar o aprendizado e não confiná-lo a ela. Prensky (2008) é bastante enfático quanto ao papel que a tecnologia deve exercer na aula. Para o autor, “o papel da tecnologia – e seu único papel – deve ser o de ajudar os alunos a ensinar a si próprios (com, é claro, a orientação de seus professores)" (PRENSKY, 2008, p. 1 – tradução nossa). O autor também supõe que os alunos abusam do uso de tecnologia na aula, como o celular, por exemplo, porque eles têm uma poderosa ferramenta de aprendizagem na mão, mas não têm a oportunidade de utilizá-la para aprender. Portanto, faz-se necessária uma reflexão sobre a necessidade da mudança do modelo de ensino atual.

1.3 DA NECESSIDADE DE MUDANÇA DO MODELO DE ENSINO Da mesma forma que a imprensa contribuiu significativamente para a propagação do conhecimento, o avião trouxe uma redefinição da ideia de tempo e distância e a televisão revolucionou a comunicação mundial, recentemente temos visto mudanças similares no ambiente virtual como o Google, que mudou radicalmente a forma de se fazer pesquisas, as redes sociais que influenciaram a forma de contatar pessoas e possibilitaram a divulgação de notícias locais, e os smartphones que trouxeram a instantaneidade de propagação de acontecimentos através de mensagens, fotos e vídeos. Tendo em vista essa nova realidade, não se pode ensinar mais os alunos como antigamente.

A

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de

professor/palestrante. Os objetivos das aulas e a linguagem ensinada devem ser revistos, como sugerem Warschauer e Meskill (2000), uma vez que artigos para revistas e redações, por exemplo, têm sido substituídos por e-mails e pesquisas na internet. O professor deve, agora, avaliar qual o tipo de linguagem o aluno precisa saber. (...) as vantagens de usar novas tecnologias nas aulas de línguas apenas podem ser interpretadas à luz das mudanças dos objetivos da educação linguística e das mudanças das condições na sociedade pós-industrial. Os educadores de línguas agora procuram não apenas (ou até principalmente) ensinar aos alunos a regras gramaticais, mas ajudá-los a aprender em novas comunidades discursivas. Isso é feito por meio da criação de oportunidades de interação autêntica e significativa tanto dentro quanto fora da sala de aula, e do fornecimento das ferramentas aos

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alunos para sua própria exploração social, cultural e linguística. O computador é uma ferramenta poderosa neste processo, pois permite que os alunos tenham acesso a ambientes virtuais de comunicação internacional. Ao usar novas tecnologias na aula de línguas, podemos preparar melhor os alunos para os tipos de interações interculturais internacionais que estão sendo cada vez mais necessárias para o sucesso na vida acadêmica, profissional ou pessoal. (WARSCHAUER, MESKILL, 2000, p. 10-11 – tradução nossa)

Para os autores, a tendência natural é de que as pessoas usem essas novas tecnologias “de formas consistentes com os antigos métodos de organização e prática” (WARSCHAUER, MESKILL, 2000, p. 13 – tradução nossa), o que pode levar os alunos a desmotivação e pode levar alunos e educadores a achar que essas tecnologias são ineficazes. Prensky (2008) também demonstra preocupação com relação à inserção de tecnologia em escolas sem que haja uma reformulação do modelo de ensino. O autor acredita que este seja o motivo de algumas escolas não terem visto sucesso no uso da tecnologia em suas aulas, afinal “usar o celular como um dispositivo de aprendizagem, dentro ou fora da escola, requer que os educadores repensem e flexibilizem bastante.” (PRENSKY, 2005, p. 2 – tradução nossa). Embora o ponto central do trabalho de Prensky seja os nativos digitais (em escolas regulares), não se pode esquecer que muitos dos imigrantes digitais também têm se mostrado cada vez mais familiarizados com a tecnologia, pois estão inseridos no mesmo mundo tecnológico tanto na vida pessoal quanto na profissional. Por esse motivo, em escolas de ensino livre, como no caso das escolas de idiomas, essa mudança também se faz necessária. Para Traxler (2009), com a expansão do acesso à tecnologia, todo o sistema ensino, principalmente, o ensino formal, é questionado: Com o crescente acesso popular à informação e conhecimento em todo lugar, a qualquer hora, o papel da educação, talvez principalmente a educação formal, é questionado e as relações entre educação, sociedade e tecnologia são agora mais dinâmicas do que nunca. (TRAXLER, 2009, p.10 – tradução nossa)

1.4 E-LEARNING E M-LEARNING Sentindo a necessidade de atender esse público, surgem os ambientes virtuais de aprendizado, onde a ideia de tempo e espaço toma uma nova definição e se permite uma interatividade permanente. Kenski (2003) cita vantagens destes ambientes: Por meio das formas síncronas e assíncronas de comunicação, as pessoas definem seus próprios caminhos de acesso às informações desejadas, afastando-se de

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modelos massivos de ensino e garantindo aprendizagens individualizadas. A flexibilidade da navegação no ambiente virtual dá oportunidade para a diversificação e personalização dos caminhos e a articulação entre saberes formais e não formais. (KENSKI, 2003, p. 8)

Nesses ambientes é onde ocorre o chamado e-learning, ou seja, o aprendizado ou ensino através de ambientes virtuais. Do e-learning, surge o mobile learning ou m-learning, que é o aprendizado ou ensino através de ambientes virtuais usando aparelhos móveis, como celular, tablets ou palmtops. Portanto, sua definição se dá através dos dispositivos utilizados para o aprendizado ou ensino. Entretanto, a MOBIlearn (2003) propõe que esta definição seja ampliada tendo em vista a mobilidade não por parte dos aparelhos, mas por parte do usuário. Porém, quando consideramos a mobilidade do ponto de vista do aluno ao invés do da tecnologia, pode-se argumentar que o mobile learning acontece em todo lugar (...) Uma definição de mobile learning deve, portanto, ser ampliada para incluir: Qualquer tipo de aprendizado que ocorre quando o aluno não está em um lugar fixo, pré-determinado, ou o aprendizado que ocorre quando o aluno aproveita as oportunidades de aprendizagem oferecidas pela mobile learning. (MOBIlearn, 2003, p.6 – tradução nossa)

Do ponto de vista da mobilidade do usuário, certamente, hoje o que mais possibilita essa interação síncrona e assíncrona permanente é o aparelho celular. Com a constante evolução dos aparelhos e o surgimento dos smartphones, já não se pode pensar em um aparelho que funciona apenas para realizar chamadas e enviar mensagens. Funções como fotos e vídeo também já não são mais vistos como recursos extras, mas sim como itens de série, dando espaço para os sistemas operacionais e seus aplicativos. Ao manusear um smartphone moderno, fica evidente o que Prensky já havia mencionado em 2005: os celulares são “computadores pequenininhos”. Os celulares não são apenas dispositivos de comunicação dando luz a novas modalidades de interação entre as pessoas, eles também são computadores particularmente úteis que cabem no seu bolso, estão sempre com você e estão sempre ligados. Igual a todos os dispositivos de computação e comunicação, os celulares podem ser usados para aprender. (PRENSKY, 2005, p. 2 – tradução nossa)

Em contraponto, Cui e Wang (2008), apontam para o fato de que o celular ainda não pode substituir completamente um computador, devido às suas limitações, podendo até frustrar alguns alunos. Embora estes dispositivos portáteis tenham recursos similares a de um computador, eles dificilmente podem substituir os computadores por causa de suas

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limitações como a tela pequena, espaço de armazenamento limitado e a baixa velocidade de processamento, o que pode facilmente frustrar os alunos. (CUI, WANG, 2008, p. 71 – tradução nossa)

Ainda assim, os autores acreditam que o uso do celular no auxílio do processo de ensino-aprendizagem traz benefícios, como o uso da câmera para coleta de dados científicos, documentação de informação e armazenamento de material visual. De acordo com os autores, “poderosos recursos e funções dos aparelhos móveis oferecem aos usuários de celular como professores e designers instrucionais grande potencial e viabilidade para uso educacional, principalmente no mobile learning, o que dará as pessoas de diversas áreas um novo jeito de aprender.” (CUI, WANG, 2008, p. 70 – tradução nossa). Um ponto importante ressaltado por Cui e Wang em seu artigo sobre m-learning na China é que, pelos usuários não explorem adequadamente as funções de seus aparelhos, via-se um grande desperdício de recursos móveis. Koole (2009), igualmente, apresenta vantagens do m-learning no que concerne à colaboração entre os alunos, através da interatividade. O mobile learning proporciona uma melhor colaboração entre os alunos, o acesso à informação, e uma contextualização mais profunda do aprendizado. Hipoteticamente, um mobile learning eficaz pode potencializar os alunos, permitindo que avaliem melhor e selecionem informações relevantes, redefinam seus objetivos e reconsiderem seu entendimento de conceitos dentro de um quadro de referência crescente e em constante mudança (o contexto da informação). (KOOLE, 2009, p. 38 – tradução nossa)

Dessa forma, o aluno desenvolverá, através de um maior acesso à informação, um discernimento mais amplo daquilo que lê, fazendo melhores escolhas com relação ao conteúdo a que é exposto. Ally (2009) evidencia que o aprendizado é potencializado quando o aluno é exposto à possibilidade de aprender conteúdos além do que é prescrito a ele. Dessa forma, o aprendizado acontece também de maneira informal e personalizada e, como consequência, o aluno é estimulado. A aprendizagem just in time encoraja o aprendizado de alto nível, uma vez que os alunos acessam e aplicam a informação imediatamente ao invés de aprender a informação e aplicá-la posteriormente. Educadores e treinadores são fortalecidos, já que podem usar a tecnologia móvel para se comunicar com os alunos de qualquer lugar, a qualquer momento. Ao mesmo tempo, os educadores e treinadores podem acessar recursos de aprendizagem a qualquer hora, de qualquer lugar para planejar e dar aulas. (ALLY, 2009, p.1 – tradução nossa)

Atualmente, vê-se que o mercado tem entendido que esta é uma área em expansão, daí o surgimento de inúmeros sites com versões especificas para celular e o aumento da oferta de

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cursos online. Mesmo porque, como menciona Ally (2009), as pessoas, cada vez mais, vão querer acessar os materiais de ensino através dos seus dispositivos móveis ao invés de terem que investir em novas tecnologias para tal. Portanto, o autor acredita que os educadores precisam desenvolver materiais para serem utilizados nestes dispositivos. “O design dos materiais pedagógicos para dispositivos móveis devem seguir boas teorias de aprendizagem e design instrucional apropriado para o aprendizado ser eficaz” (ALLY, 2009, p.2 – tradução nossa).

1.5 M-LEARNING NÃO É SINÔNIMO DE SALVAÇÃO Como todo método ou ferramenta, não se pode esperar que o m-learning seja a solução para todos os problemas de ensino para nativos e imigrantes digitais. Embora seja uma tendência para o futuro do ensino – que, aliás, já está bastante presente –, há ainda alguns pontos a se considerar ao adotar essa tecnologia ao ensino, seja como forma principal (como é o caso do ensino a distância) ou como auxílio ao ensino presencial (com o uso em sala de aula ou fora da escola, através de acesso a sites ou aplicativos). Há de se ponderar os prós e os contras, levando em consideração os recursos que a instituição oferece e o acesso que os alunos possuem à tecnologia, além de analisar o perfil do grupo para o qual o conteúdo será direcionado (este assunto será mais amplamente abordado no capítulo 3). Entre as vantagens do uso do celular no ensino, Prensky (2005) lembra que eles são como pequenos computadores que cabem no bolso e, portanto, podem ser sempre carregados para qualquer lugar. Também é possível deixá-los ligados o tempo todo, o que permite um uso constante. Além disso, quase todo mundo possui um aparelho hoje em dia (veja dados detalhados no capítulo 2) e, por sua grande variedade de modelos, fica mais fácil encontrar um aparelho que se adeque mais as necessidade de cada usuário. MOBIlearn (2003) orienta os educadores que optarem por usar o m-learning a garantir que o uso da tecnologia móvel esteja sendo feito de forma apropriada para explorar seu potencial ao máximo e que esta tecnologia esteja sendo usada para auxiliar atividades que não seriam possíveis sem ela. Dessa forma, a tecnologia serviria para ampliar as possibilidades de atividades, permitindo a criação das que não poderiam ser feitas anteriormente e melhorando o desempenho daquelas que já eram aplicadas anteriormente.

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Por outro lado, é preciso avaliar o custo-benefício que essa tecnologia irá trazer. Alguns pontos negativos, segundo Warschauer e Meskill (2000), são a necessidade de investimento financeiro, investimento de tempo e a incerteza de resultados. E esses são pontos compartilhados por educadores, instituições e alunos. (...) não há nenhum resultado previsível ao se usar computadores que seja diferente daquele ao se usar livros ou bibliotecas. Assim, os professores e instituições precisam investir grande quantidade de tempo e dinheiro sem nenhuma garantia de que alcançarão determinados resultados. (WARSCHAUER, MESKILL, 2000, p. 13 – tradução nossa)

Ainda assim, os autores acreditam que valha o investimento se esses aspectos forem levados em consideração: “ainda acreditamos que integrar novas tecnologias deve ser uma meta importante dos programas de línguas, mas uma meta cujo custo e complexidade não devem ser subestimados” (WARSCHAUER, MESKILL, 2000, p. 13 – tradução nossa).

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2 A ERA MÓVEL

À medida que a tecnologia avança e novas possibilidades para realizar tarefas rotineiras começam a surgir, o comportamento da sociedade também é afetado. Antes, há não muito tempo, aqueles que queriam ficar à frente das novidades tecnológicas eram totalmente dependentes do computador. Aparelhos de televisão, DVD players, rádios, videogames eram apenas reprodutores e não proporcionavam nenhuma experiência interativa aos usuários. O único meio para se ter acesso à Internet era através de um desktop, ou seja, um computador não móvel. Com o avanço tecnológico, esses aparelhos reprodutores foram ganhando novas funções para que um usuário possa interagir com outros em qualquer lugar do mundo e também obter acesso ao imensurável conteúdo distribuído na rede. Dessa forma, as pessoas se tornaram mais independentes de dispositivos ou aparelhos específicos e ganham mais autonomia na sua interação virtual. Há de se lembrar, no entanto, que, com maior acessibilidade e liberdade de escolha de meios de acesso, há maior propensão a tornar-se dependente da tecnologia e novas necessidades acabam sendo criadas, como a de uma vida virtual. Como, hoje em dia, tarefas como navegar em blogs, fazer pesquisas na Internet, acessar o e-mail, fazer transações bancárias, acessar redes sociais, baixar músicas e filmes já podem ser feitas sem a necessidade de um computador, com apenas alguns toques no smartphone, cada vez mais cresce a dependência à tecnologia e ao aparelho celular. Funções como filmar ou tirar fotos, antes possível apenas com uma câmera, também são atrativos dos aparelhos. Essa crescente necessidade de estar conectado 24 horas por dia, se reflete em pesquisas como a da Navegg que analisou a intenção de compra na rede de 19 milhões de pessoas. Os resultados da pesquisa mostram que 3,3 milhões delas querem um celular novo (OLHAR DIGITAL, 2012b).

2.1 DE DESKTOPS A TABLETS E CELULARES Essa mudança comportamental tem afetado desde o entretenimento até o comércio, uma vez que, conectada o tempo todo, uma pessoa está mais exposta aos produtos e o

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ecommerce (comércio pela internet) passa a ser mais requisitado. Com a necessidade de atender a demanda de clientes online, surge o mcommerce, que é o comércio através de dispositivos móveis, como celular ou tablet. Segundo a eMarketer, em 2012, nos Estados Unidos, o aumento de vendas do mcommerce foi de 81%, cerca de 25 bilhões de dólares, correspondendo a 11% das vendas de ecommerce (EMARKETER, 2013a). No Brasil, o número de usuários que acessaram a internet através de um aparelho celular foi de 25,3 milhões em 2011 para 37 milhões em 2012 e a estimativa é que este número continue a crescer. Os dados da eMarketer também apontam que, em 2011, o acesso à rede pelo celular ultrapassou o acesso fixo em casas (EMARKETER, 2012). Com a criação dos phablets, que são um híbrido de celular e tablet, a tendência é de que a internet móvel cresça tanto em quantidade de acesso quanto em número de usuários.

2.2 OS NÚMEROS DO CELULAR NO BRASIL E NO MUNDO Os números do celular têm demonstrado esse grande crescimento de uso principalmente entre os mais jovens. Segundo a revista Exame (2012), a média diária de envio de mensagens de texto (SMS) de adolescentes americanos de idade entre 12 e 17 anos em 2011 foi de 60, enquanto em Portugal, onde muitos jovens já possuem mais de um aparelho celular, a média é de 100 mensagens (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 2012). No Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), também cresce essa tendência de mais de uma linha por assinante, e o país conta hoje com 1,3 linhas por assinante (VEJA, 2012). Dos assinantes das 256 milhões de linhas ativas, 35% dizem fazer a troca de aparelho uma vez por ano e 32%, a cada dois anos (OLHAR DIGITAL, 2012a).

2.3 DE CELULARES CONVENCIONAIS A SMARTPHONES O celular parece estar entre os itens de primeira necessidade da sociedade, entretanto, parece que o objeto de consumo não é mais aquele que apenas faz ligações. Os aparelhos com um sistema operacional, com funções como acesso à Internet, GPS e possibilidade de

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instalação de aplicativos, entre outras funções, conhecidos como smartphones, são os mais procurados. Segundo uma pesquisa do eMarketer em seis países – Coréia do Sul, Noruega, Suécia, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos –, mais da metade dos usuários de celulares trocaram seus aparelhos convencionais por um smartphone até o final de 2012 (EMARKETER, 2013b). Nos Estados Unidos, uma pesquisa da Harris Interactive para a Pearson revelou que 43% dos alunos americanos entre 8 e 18 anos têm um smartphone, sendo a maior ocorrência entre os alunos do Ensino Médio (PEARSON, 2013). No Brasil, a penetração dos aparelhos também é grande. Em 2012, este setor do mercado cresceu 78%, sendo comercializados 16 milhões de unidades, segundo a consultoria do IDC (ROMANI, 2013). De acordo com a Exame (GUIMARÃES, 2013), o país tem hoje 70 milhões de smartphones, número que fica atrás apenas da China, Estados Unidos e Japão. A pesquisa mostrou também que, em média, um usuário de smartphone consulta seu aparelho 150 vezes por dia. Em minutos, a Folha de S. Paulo divulgou que a média do brasileiro é de 84 em um smartphone contra 59 em um celular convencional (ROMANI, 2013).

2.4 MAIS QUE UM CELULAR: A ERA DOS APLICATIVOS Agora, pensar em um celular apenas como um aparelho para fazer chamadas e enviar mensagens é ignorar todo o avanço tecnológico que teve desde a sua criação. Por possuir um sistema operacional, o smartphone pode funcionar quase que como um computador, onde diversos programas podem ser instalados para ampliar suas funções. Nos celulares, esses programas são chamados de aplicativos. Os aplicativos podem ser baixados da Internet ou da loja própria do sistema operacional, como Apple Store, Play Store ou Windows Phone Store. Os smartphones costumam vir da fábrica com alguns aplicativos instalados e outros pré-instalados. Vale lembrar também que nem todos os aplicativos são gratuitos, alguns cobram anuidade ou uma taxa única para download, e só podem ser adquiridos através de cartão de crédito.

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2.5 O CELULAR E A SALA DE AULA Esses dados são fundamentais para entender a importância que o celular tem hoje no Brasil e no mundo. Ele está cada vez mais presente e está se tornando necessário na vida das pessoas. Portanto, não é um item que pode ser negligenciado na escola, já que é provável que os alunos carreguem consigo ao ir para a aula. Por que não, então, usar o celular em benefício de todos? Assim, o professor fica munido de mais possibilidades para o ensino e prática do conteúdo; e o aluno poderá notar que o aparelho que possui pode trazer muito mais benefício do que imaginava e, mais importante ainda, ele perceberá que o aprendizado vai muito além da sala de aula.

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3 TECNOLOGIA NA AULA: PREPARANDO O PLANEJAMENTO DE AULA

3.1 PERFIL DA CLASSE Outro ponto importante para garantir o sucesso da aula é traçar o perfil da classe para qual a aula é direcionada. É essencial investigar qual relação os alunos têm com a tecnologia – neste caso, o aparelho celular –, quão familiares estão com os dispositivos que serão requisitados a usar na aula e, principalmente, verificar se a sua utilização será um fator motivacional para eles. Trazer tecnologia para aula apenas para modernizar o curso ou a sala, sem que se encaixe no perfil da turma, pode causar o efeito contrário do desejado e ser um fator de frustação, caso alguns alunos tenham dificuldades de realizar as tarefas por motivo de falta de habilidade com as ferramentas que precisam usar. Há de se notar também que a premissa ‘todo jovem – criança ou adolescente – gosta de tecnologia’ pode não ser verdadeira. Alguns grupos mais jovens podem não se identificar com os dispositivos escolhidos, ter dificuldades de manuseá-los ou até estar tendo contato com eles pela primeira vez. O professor deve ponderar se o tempo gasto na aprendizagem operacional dos aparelhos será compatível com o benefício final da atividade, ou seja, se a atividade terá melhor resultado através da tecnologia. Caso opte-se por sua utilização, o nível de familiaridade dos alunos com a tecnologia indicará por onde começar. Se se faz necessária uma introdução teórica, demonstração de uso ou se já se pode partir de tarefas mais complexas. Por isso, o primeiro ponto a se pesquisar sobre o perfil da turma é com relação à facilidade de acesso à tecnologia – neste caso, o aparelho celular. O professor deve investigar se há a necessidade de iniciar os alunos, ou alguns deles, no uso da tecnologia (inclusão digital) ou se eles têm esse acesso fora da escola – e, nesse caso, qual o tempo de exposição, para que a usam, quanto tempo a usam, qual o nível de habilidade e conhecimento possuem e a facilidade de acesso a ela dentro e fora da escola. Apesar da forte evidência numérica, não se pode presumir que a penetração dos celulares tenha atingido a todos, portanto, não é surpreendente que haja alunos que ainda não possuam um aparelho e, mais que isso, que ainda não saibam usá-lo. É essa a questão

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levantada por Warschauer e Meskill (2000) quando dizem que o custo e a complexidade da tecnologia não devem ser subestimados. Estas questões podem ser respondidas por meio de uma metodologia investigativa, que pode ser tanto qualitativa quanto quantitativa, o que resultará no perfil da classe. Em classes com um número reduzido de alunos, o professor pode iniciar uma conversa informal, na qual inclua os temas sugeridos nos questionários a seguir. No entanto, é importante que se tome nota das respostas obtidas para traçar o perfil da turma. Em classes com um número muito elevado de alunos, questionários quantitativos podem trazer resultados mais fáceis de catalogar. A seguir, demonstrações de possíveis questionários para obtenção do perfil da turma.

Questionário Quantitativo Responda as perguntas abaixo com um X na coluna correspondente à sua resposta (sim ou não). Perguntas: Você tem celular? Você sabe qual é o modelo do seu celular? Você usa seu celular todo o dia? Você sabe enviar uma mensagem pelo celular? Você traz seu celular para a escola? Você gostaria de usar seu celular para estudar? Você gostaria de usar seu celular para estudar na aula? Você já usou seu celular para estudar? Você sabe o que é um smartphone? Você tem um smartphone? Você sabe qual o sistema operacional do seu celular? Você sabe o que são aplicativos para celular? Você sabe onde pode baixar esses aplicativos? Você sabe como baixar aplicativos no seu celular? Você baixaria um aplicativo se tivesse que pagar por ele?

Sim

Não

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Questionário Qualitativo Responda as perguntas abaixo da forma mais detalhadas possível: Perguntas:

Respostas:

Você tem celular? Caso tenha, o que você sabe sobre ele (modelo, sistema operacional)? Como você usa seu celular (todo o dia, só aos fins de semana, no trabalho, na escola, para falar com familiares e amigos, fazer ligações, enviar mensagens, jogar, ouvir música, baixar aplicativos, etc.)?

O que você sabe sobre smartphones?

O que você sabe sobre aplicativos para celular?

Se você envia mensagens pelo celular, como o faz (SMS, através de redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas)? Como você poderia usar seu celular para ajudar nos seus estudos?

Em que situação você pagaria para baixar aplicativos no seu smartphone?

Como este estudo tem por objetivo a inclusão do uso do celular nas aulas, através das atividades aqui sugeridas, este questionário se restringe às questões ligadas a apenas este recurso tecnológico, podendo servir de exemplo e ser adaptado a outros, de acordo com a necessidade.

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Seja qual for a metodologia escolhida para se determinar o perfil da classe, é fundamental verificar se os alunos conseguem realizar as tarefas que afirmaram ser capazes de fazer no questionário, como enviar uma mensagem e onde e como baixar aplicativos. Para tanto, o professor deve procurar fazer um teste pedindo para os alunos realizarem tais tarefas.

3.2 ESCOLHENDO O MELHOR CAMINHO Após ter-se determinado o perfil da classe, o planejamento da aula deve se iniciar pelos objetivos que se deseja alcançar. A partir daí, começar a organizar as ideias para tarefas que permitam aos alunos chegar aos objetivos propostos. Somente então escolher as ferramentas para a realização de tais tarefas. Considerando o perfil da turma mais os objetivos propostos, as tarefas podem ser realizadas através de recursos tecnológicos ou não. Neste trabalho, o recurso tecnológico estudado será o aparelho de telefone celular. Planejando a aula através desse caminho, garante-se que a aula será focada nos objetivos que se espera que os alunos alcancem e não na tecnologia em si. Dessa forma, a tecnologia servirá como o meio pelo qual se realizará as tarefas, e os alunos perceberão com mais facilidade o propositivo da aula.

3.3 ANTECIPANDO DIFICULDADES Durante a preparação de uma aula onde recursos tecnológicos serão incluídos, é preciso pensar em possíveis dificuldades que podem ocorrer durante a aula. Não somente a preparação do material tecnológico, mas também a logística da aula deve ser considerada na organização. Questões como mudança de sala, deslocamento de materiais, mesas e cadeiras, ou de alunos precisam estar inclusas no planejamento da aula. Esses fatores podem levar muito tempo se não forem planejados com cuidado e pode não haver tempo de se cumprir o objetivo proposto até o final da aula. Além da questão logística, outras perguntas importantes para nortear o curso da aula dizem respeito à parte operacional: Quão familiares estão os alunos com o recurso tecnológico que deverão usar? Eles sabem operá-lo? São iniciantes? É a primeira vez que têm contato com

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ele? Têm acesso a ele fora da escola? É um aparelho com um sistema operacional (por exemplo: Windows, Linux, IOS, Android)? Os alunos o conhecem? As respostas dessas perguntas apontarão para as possíveis dificuldades que os alunos poderão ter durante a aula ao trabalhar com a tecnologia. Antecipar as dificuldades permitirá ao professor se preparar para possíveis problemas durante a aula e arquitetar alternativas às atividades nesses casos.

3.4 TRABALHANDO COM CLASSES MISTAS Independentemente da escola – seja ela pública ou particular, regular ou de cursos livres –, o professor possivelmente encontrará classes mistas com relação ao uso da tecnologia, onde alguns alunos têm muita facilidade para operá-la e outros, nem tanto. Como proceder, então, nesses casos? Se o perfil da classe se revelar misto e o professor decidir que os alunos se beneficiarão com o uso da tecnologia, é preciso determinar os perfis individuais, ou seja, quais alunos precisam de mais auxílio na parte técnica e quais já estão avançados no uso. Então, podem-se escolher dois caminhos sugeridos. Primeiro, pode-se dividir a classe em dois grupos e trabalhar o conteúdo a partir de pontos diferentes ou, segundo, criar "tutores" na sala. Assim, trabalhando em duplas, alunos com mais facilidade de manuseio dos aparelhos auxiliariam aqueles com mais dificuldades. Para que nenhum aluno se sinta prejudicado de alguma forma, é importante ressaltar mais uma vez que as atividades devem usar a tecnologia apenas como ferramenta, nunca tendo seu foco principal nela. Dessa forma, mesmo sem o conhecimento tecnológico, os alunos se beneficiarão um do outro através do seu conhecimento da língua.

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4 USANDO O CELULAR NA AULA PARA ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

4.1 VANTAGENS DE UTILIZAR O CELULAR EM SALA DE AULA Ao incorporar o uso do celular ao seu plano de aula, o professor e os alunos podem se beneficiar de várias maneiras, pois a tecnologia na aula pode ser: ♦

Conveniente: A mobilidade do celular permite que o aluno interaja em qualquer lugar e a qualquer hora. Também pode substituir materiais em papel.



Motivante: Para auxiliar no processo de aprendizagem, os alunos podem usar a tecnologia que gostam e que está presente nos seus momentos de lazer.



Relevante: O mundo real é trazido para dentro da sala e o aluno pode ver aplicação prática do que está aprendendo.



Fácil: Cada aluno pode usar seu próprio celular, assim não é preciso aprender a manusear um outro aparelho.



Eficaz: Há muitos aplicativos fáceis de usar, específicos para estudantes da língua inglesa e desenvolvidos por especialistas da área.



Rápido de preparar: Muitos aplicativos já têm exercícios prontos para serem usados.



Atual: A tecnologia é usada a favor da aprendizagem e as atividades podem ser feitas com a ajuda de aparelhos modernos.

4.2 ATIVIDADES SUGERIDAS A seguir, alguns recursos disponíveis nos celulares comuns e em smartphones que podem ser aproveitados em sala de aula serão apresentados, bem como sugestões de atividades a serem desenvolvidas com aprendizes de língua inglesa. Vale ressaltar que as atividades apresentadas por este estudo abrangem apenas uma pequena parte da gama disponível hoje. Servem como sugestão, inspiração, e podem e devem ser adaptadas de acordo com o nível e perfil da classe, levando em consideração os objetivos

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da aula. Elas foram elaboradas tentando considerar ao máximo os diferentes estilos de aprendizagem, inteligências, níveis linguísticos e recursos disponíveis. Elas estão separadas de acordo com a necessidade de recursos extras, como conexão à Internet e acesso à rede de telefonia móvel.

4.2.1 Atividades sem conexão à Internet, sem aplicativos a) Câmera O que é: Com função similar a uma câmera digital, no celular ela é embutida e pode se localizar na parte de trás ou da frente e, em alguns modelos, há duas câmeras – um frontal para vídeo-chamadas e fotos no estilo autorretrato – e outra na parte de trás – para fotos e vídeos. Geralmente, a câmera traseira tem melhor qualidade, mas isso depende de cada modelo e marca. Não é possível fazer a instalação da câmera nos aparelhos que não a possuem. Como usar em sala: O professor pode se beneficiar das duas funções que a câmera possui: fotos e vídeos. 1) Para as fotos, o professor pode passar uma lista de tarefas ou vocabulário para que os alunos tirem fotos que representem os itens da lista. Outra possibilidade é dividir a turma em dois grupos para competirem entre si. O professor passa uma lista em comum e dá um limite de tempo para realizarem a tarefa. Esta atividade também funciona bem ao se trabalhar o comparativo e o superlativo. Os grupos recebem listas com itens como: long hair, big foot, long name, colorful clothes, disorganized bag, etc.; e têm que tirar fotos pela escola. Ao retornarem, o professor pode trabalhar pedindo para os alunos compararem as fotos ou fazer uma competição para ver quem conseguiu uma foto do the longest hair, the biggest foot, etc. 2) Para os vídeos, o professor pode pedir que os alunos gravem perguntas para os outros colegas da sala. Ao terminarem, todos assistem juntos aos vídeos e, conforme vão ouvindo as perguntas, os alunos vão respondendo face-a-face. Também é possível trabalhar a linguagem específica de um jornal ou propaganda e fazer com que os alunos, em grupo, gravem um pequeno comercial ou notícia de telejornal. Disponível para: Todos smartphones e a maioria dos celulares. Preço: Gratuito, já vem embutida nos aparelhos.

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b) MP3 player O que é: Tocador de áudio e músicas no formato MP3. Geralmente, já vem de fábrica com um tocador instalado no celular. Dependendo do modelo e marca do aparelho, o leiaute pode mudar, mas funções como tocar, pausar e trocar de música estão presentes em todos eles. Como usar em sala: Por se tratar de um tocador de MP3, é possível que o professor transfira para o celular dos alunos qualquer arquivo em áudio previamente escolhido, como podcasts ou entrevistas. Os alunos podem fazer uma atividade de compreensão geral ou responder perguntas específicas. A vantagem de se ter o áudio individualmente nos celulares é que cada aluno pode ouvir quantas vezes achar necessário e também pode ouvir apenas uma parte, se desejar, tornando o exercício mais personalizável. Em outra atividade um pouco mais livre, o professor pode escolher músicas conhecidas pelo grupo e fazer uma competição na qual ele para a música em determinado trecho e o aluno que souber a letra da música deve cantar a continuação. Disponível para: Todos smartphones e a grande parte dos celulares. Preço: Gratuito, já vem instalado nos aparelhos.

c) SMS O que é: Serviço de mensagens curtas disponível em todos os celulares que permite o envio de mensagens curtas de, no máximo, 160 caracteres para outros aparelhos. Também chamadas de mensagens de texto e, popularmente, de torpedos. Este serviço pode ser tarifado ou não, dependendo da operadora e do plano. Como usar em sala: Por ser um espaço livre para digitar, pode ser usado de várias maneiras. Ao praticar o alfabeto, o professor pode falar a letra e os alunos devem digitá-la na mensagem. Depois, o professor pode soletrar uma palavra e os alunos devem digitá-la para descobrir qual é a palavra. Já com partes mais complexas da língua, o professor pode dar um pequeno texto para os alunos e eles devem resumi-lo em apenas uma mensagem de 160 caracteres. Trabalhando textos iguais, ao comparar as mensagens dos alunos, o professor pode ressaltar que há diversas formas de se fazer um resumo. É importante lembrar que, para estas

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atividades sugeridas, não é necessário fazer o envio da mensagem, apenas escrevê-la no celular. Dessa forma, o aluno não será tarifado. Disponível para: Todos smartphones e celulares. Preço: Gratuito ou tarifado, dependendo do plano e da operadora.

d) Calculadora O que é: Recurso do celular que permite fazer cálculos numéricos. Como usar em sala: Similarmente ao recurso de mensagens, a calculadora pode ser usada com alunos iniciantes na aprendizagem dos números. O professor pode falar um número e os alunos devem digitá-lo na calculadora. Depois, o professor pode trabalhar com contas, que os alunos devem fazer na calculadora para dizer o resultado. Disponível para: Todos smartphones e celulares. Preço: Gratuito, já vem instalado nos aparelhos.

4.2.2 Atividades com conexão à Internet, sem aplicativos a) Navegador O que é: Programa que possibilita o acesso a páginas da Internet, hospedadas em um servidor

web. Celulares e smartphones com recurso de acesso à Internet já possuem um navegador instalado. Em alguns aparelhos, é possível instalar mais de um navegador. Como usar em sala: Há diversos usos proporcionados pelo navegador, já que ele dá acesso aos sites disponíveis na internet. Uma opção é usá-lo para fazer pesquisas de determinados assuntos. O professor pode escolher um tema específico e pedir que os alunos pesquisem dentro de um determinado tempo. Por exemplo, em uma atividade na qual os alunos precisam planejar uma viagem, o professor dará 10 minutos para pesquisarem sobre a cidade ou país e as opções de entretenimento que oferecem. Dessa forma, a atividade se tornará muito mais personalizada e os alunos não ficarão reféns das opções trazidas pelo professor. Outra opção é usar o navegador como um pictionary (dicionário de imagens), assim a tradução seria evitada.

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Disponível para: Todos smartphones e em celulares com acesso à Internet. Preço: Gratuito, já vem instalado nos aparelhos.

4.2.3 Atividades sem conexão à Internet, com aplicativos a) Dictionary

Ícone:

O que é: Um aplicativo de dicionário monolíngue de inglês, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site www.thefreedictionary.com. Provavelmente um dos dicionários mais completos e gratuitos existentes de língua inglesa, que inclui exemplos, thesaurus, jargão médico, termos jurídicos e expressões idiomáticas. Também é possível ver a tradução de algumas palavras para outras línguas. Pode ser usado off-line, mas nem todo o conteúdo está disponível, sendo mais bem aproveitado conectado à Internet. Como usar em sala: Durante a aula, a qualquer momento em que for necessário buscar o significado de uma palavra, como substituto aos dicionários de papel. Em uma atividade na qual os alunos devem procurar o significado dos vocábulos, o professor pode incentivar o compartilhamento coletivo da informação ao sugerir que cada aluno busque uma palavra e repasse o significado para o grupo. Outra sugestão de atividade seria cada aluno pode ficar responsável por uma lista de palavras que deve procurar no dicionário e depois explicá-las aos demais alunos. Disponível para: iOS, Android e Windows Phone. Preço: Gratuito, mas pode ser atualizado para uma versão paga com mais recursos.

b) GPS O que é: Sistema de posicionamento global que utiliza satélites para fornecer a localização do aparelho móvel, bem como rotas para chegar a um ponto previamente escolhido. É possível

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obter informações sobre radares, trânsito, quilometragem e acidentes dependendo do aplicativo usado para obter as informações do GPS. Além da rota na tela, há a opção de ouvir as direções. Há várias opções de aplicativos para acessar as informações do GPS, que já vem embutido no celular. Como usar em sala: Ao praticar directions, o GPS pode ser usado por alunos no dia-a-dia para se familiarizar e consolidar a linguagem e vocabulário. Na sala de aula, por ser um local fechado, é muito provável que ele não funcione, mas é possível usá-lo na aula, ainda que não dentro da sala. Para tanto, o professor pode usar o GPS para chegar a lugares próximos à escola, caminhando com os alunos na rua. Assim, o local de destino deve ser determinado e registrado no aplicativo antes de sair da escola, e os alunos, seguindo as orientações faladas pelo aplicativo do GPS, caminhariam na rua até chegar ao local escolhido. Disponível para: iOS, Android, Blackberry e Windows Phone, mas não em todos os modelos. Preço: Há opções gratuitas e pagas.

c) Sentence Builder

Ícone:

O que é: Aplicativo feito para auxiliar crianças nativas de língua inglesa que estejam cursando o Ensino Fundamental a construir frases gramaticalmente corretas. Há 3 níveis de jogos, imagens para ajudar a construir as frases, clipes de áudio, animações e estatísticas para acompanhar o progresso dos alunos. A aprendizagem se dá por palavras, frases, pontuação, gramática e pronúncia. Como usar em sala: Pode ser usado no auxílio ou revisão de construção de frases, com alunos de nível básico que precisem de reforço gramatical. Em sala, pode ser indicado para fast finishers – alunos que geralmente terminam as atividades muito mais rápido que a maioria da classe – ou uma atividade de revisão feita em dupla, para promover a colaboração

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e tirar o caráter muito individualista dos celulares. Outra opção é dividir a sala em dois grupos e fazer uma competição onde os grupos se alternam na construção das frases. Disponível para: iOS. Preço: U$ 5,99

d) Hello Hello English

Ícone:

O que é: Um aplicativo de curso de idiomas que contém 30 lições e foi desenvolvido em colaboração com o Conselho Americano para o Ensino de Línguas Estrangeiras (American Council on the Teaching of Foreign Languages, ACTFL). São lições de conversação baseadas em diálogos e situações cotidianas. Não é necessário estar conectado à Internet para fazer as aulas. Todas as lições foram gravadas por falantes nativos. Como usar em sala: Para alunos iniciais, pode ser usado como reforço no ensino de frases e vocabulário básicos. As atividades podem ser feitas individualmente ou de forma colaborativa em duplas. É uma opção para usar com fast finishers ou em dia de revisão. Disponível para: Android 2.2 ou superior e iOS somente para os modelos iPhone 3GS, iPhone 4, iPhone 4S, iPhone 5. Preço: Gratuito para algumas lições, a versão completa é paga.

e) Story Kit

Ícone:

O que é: Aplicativo para criar estórias. Além de escrever o texto, também é possível ilustrar a estória com imagens da câmera ou desenhando na tela, e incluir sons, tanto para efeitos

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sonoros quanto para contar a estória. Também é permitido compartilhá-la após ter salvado no servidor por meio de um link. Não é preciso criar uma conta. Além de páginas em branco para montar um novo texto, quatro estórias já vêm inclusas no aplicativo e podem ser editadas. Como usar em sala: Para trabalhar com narrativas individuais ou em grupo. O professor pode trabalhar primeiramente com o texto, antes de começar a usar o aplicativo. Com o texto pronto, os alunos decidem se querem ilustrar com desenhos ou fotos. Ao final, eles usam o aplicativo para juntar tudo e criar a estória. Para prática oral, uma sugestão é gravar o texto, que pode ser apenas a narração da história ou diálogos, praticando assim a entoação e fluência. É uma boa oportunidade para ressaltar como a colocação da voz é importante para a transmissão da intenção e da mensagem. Com as estórias prontas, os alunos podem compartilhá-las com outros colegas de classe. Para garantir que os alunos mantenham o foco ao ler/ouvir as estórias dos colegas, o professor pode propor que eles tomem nota de alguns pontos principais como nome das personagens, características físicas, local onde a estória ocorre, um breve resumo e a parte preferida. No final da atividade, o professor pode abrir uma discussão para os alunos darem o feedback e sugerir melhorias. Disponível para: iOS. Preço: Gratuito.

f) ESL Express: Words Frequently Confused

Ícone:

O que é: Aplicativo que traz a diferença em palavras com sons parecidos ou com significados parecidos em inglês (ex: able, capable e competente; advance, proceed e move on; aisle e isle; accept e except). O aplicativo traz o significado e exemplos de cada uma das palavras parecidas em uma mesma página. É possível criar uma lista com os grupos de palavras favoritos. Como usar em sala: O professor pode usar esse aplicativo para trabalhar com ortografia ou pronúncia, já que algumas listas agrupam palavras homófonas. Entretanto, o maior enfoque é entre palavras que têm o significado bastante parecido e podem causar confusão, portanto, o

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professor pode trabalhar o vocabulário usando o aplicativo como um dicionário, pois ele traz significado e exemplos, e pedir para os alunos criar um diálogo ou estória usando as palavras parecidas para consolidar seu significado. Disponível para: iOS. Preço: US$ 0,99.

g) LearnEnglish Podcasts

Ícone:

O que é: Aplicativo criado pelo British Council para a prática da compreensão auditiva, por meio de podcasts. O usuário pode fazer o download dos podcasts direto do aplicativo. Eles vêm acompanhados de script e são específicos para estudantes da língua inglesa. Apresentados por dois ingleses, têm duração de aproximadamente 20 minutos e incluem perguntas de compreensão que podem ser respondidas ao mesmo tempo em que se ouve o podcast. Do aplicativo, pode-se acessar as páginas do Twitter e o Facebook dos apresentadores para enviar perguntas sobre o programa ou outras questões relacionadas a inglês. Como usar em sala: Uma opção de atividade de atividade de listening em sala de aula. O professor pode optar pela utilização do script ou não dependendo do nível do grupo. Como é um aplicativo específico para estudantes da língua inglesa, ele já vem com uma atividade de compreensão auditiva, o que economiza muito o tempo do professor. Com a opção de a atividade poder ser feita durante ou ao término da execução do áudio, além de cada aluno ter o áudio em seu próprio aparelho, ela tem um caráter bastante personalizado, atendendo necessidades específicas de cada aluno. Disponível para: iOS, Blackberry e Android. Preço: Gratuito.

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h) Talking Tom

Ícone:

O que é: Um aplicativo interativo cujo personagem principal é um gato que responde ao seu toque e repete tudo o que você diz com uma voz engraçada. É possível gravar vídeos do gato e compartilhá-los no YouTube, Facebook ou por e-mail. Há também uma sequência lançada intitulada Talking Tom 2. Como usar em sala: Com este aplicativo, é possível praticar a pronúncia, pois, como o gato repete o que o aluno disse (apenas com o tom de voz alterado), o aluno irá se escutar e pode notar como está pronunciando as palavras. Usado em combinação com as redes sociais, oferece mais possibilidades de interatividade entre os alunos – embora nesse caso o acesso à internet seja necessário. O professor pode trabalhar com discussões online ao gravar uma pergunta com o aplicativo e postá-la em uma rede social para que os alunos respondam da mesma forma, ou seja, cada um gravará sua resposta usando o aplicativo e postará o vídeo na rede social. O professor também pode sugerir que os alunos postem perguntas para seus colegas. Disponível para: iOS e Android. Preço: Gratuito.

i) English Grammar in Use: Activities

Ícone:

O que é: Aplicativo para praticar a gramática em inglês de alunos do nível intermediário, baseado em um dos livros mais conhecidos sobre gramática da língua inglesa, do autor Raymond Murphy. São mais de 2.800 perguntas de gramática com imagens e sons, que estão dividias em 16 áreas para prática focada. Também é possível gravar sua voz e compará-la com a frase original.

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Como usar em sala: Pode ser usado no auxílio ou revisão de pontos gramaticais específicos, já que os exercícios estão divididos em categorias gramaticais. O aplicativo é uma opção de atividades extras para alunos que precisem de reforço gramatical. Em sala, pode ser indicado para fast finishers ou ser usado em dupla ou em grupos, como uma competição. Disponível para: iOS e Android. Preço: US$ 9,99.

j) Siri

Ícone:

O que é: Um aplicativo de reconhecimento de voz no estilo assistente pessoal desenvolvido para o sistema iOS da Apple. Por meio de comandos de voz, é possível escrever e enviar mensagens de texto, fazer anotações, fazer buscas na Internet, fazer ligações, agendar compromissos, entre outras coisas. O aplicativo também interage com as redes sociais Facebook, Twitter e Instagram permitindo fazer atualizações de status por meio de ditado. Como usar em sala: Por ser um aplicativo de reconhecimento de voz, pode ser usado para treinar pronúncia e formulação de perguntas. Dessa forma, o aluno teria que ter sido exposto anteriormente ao conteúdo que será praticado, pois o aplicativo não faz correções gramaticais ou providencia exemplos. É um ótimo aplicativo para demonstrar a importância da pronúncia correta das palavras para se fazer entender, pois a resposta esperada só é recebida se o aluno fizer a pergunta corretamente e pronunciá-la apropriadamente. Disponível para: iOS somente para os modelos iPhone 4S e iPhone 5. Preço: Gratuito.

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4.2.4 Atividades com conexão à Internet, com aplicativos a) Facebook

Ícone:

O que é: Um aplicativo de rede social, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site www.facebook.com. Para usar o serviço, é preciso fazer um cadastro, que é gratuito. Os usuários, então, criam seus perfis na rede social e podem interagir com os outros usuários por meio de mensagens, fotos, vídeos e links. Ao adicionar um perfil à sua rede de amizades, o usuário passa a receber automaticamente as atualizações dessa pessoa em sua linha de tempo e seu conteúdo fica disponível para o acesso dessa pessoa. Além disso, é possível participar de grupos de interesse comum e receber atualizações de pessoas públicas e celebridades que estejam na rede. Como usar em sala: Esse é um aplicativo que possibilita muitas formas de interação. Um opção é trabalhar como fotos e legendas ou mini diálogos. O professor pode postar uma foto e pedir para os alunos criarem uma legenda ou mini diálogo para ela e postá-los nos comentários da foto. Depois, cada um deles deve votar naquele que mais gostou, “curtindo” o comentário. Para que seja justo, os alunos não podem votar em seu próprio comentário. Dica: Para garantir que os alunos achem a atividade no meio de todas as postagens pessoais que têm na rede social, o professor pode criar um grupo para a classe e postar as atividades no grupo ou ele pode postar normalmente e “marcar” os alunos nas fotos. Disponível para: iOS, Android, BlackBerry e Windows Phone. Preço: Gratuito.

b) Twitter

Ícone:

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O que é: Um aplicativo de rede social no estilo microblogging, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site www.twitter.com. Para usar o serviço, é preciso fazer um cadastro, que é gratuito. Com o seu perfil criado, o usuário pode adicionar (seguir) pessoas e, assim, receber suas postagens em tempo real. Ele também pode ser seguido, ou seja, outros usuários podem adicioná-lo às suas redes de amizade e assinar para receber suas atualizações. As interações são feitas por meio de postagens de até 140 caracteres, chamadas de tweets. Como usar em sala: Outro aplicativo de rede social que permite muitas possibilidades de interação. Uma sugestão é trabalhar com gramática. Dependendo do nível dos alunos, o professor pode fazer uma atividade mais ou menos guiada. Em uma atividade mais guiada, o professor pode selecionar “tweets” de pessoas famosas com erros gramaticais e “retuitá-los” para que os alunos os corrijam. Se os alunos já forem mais independentes, o professor pode pedir que eles busquem exemplos de tweets de pessoas famosas. Outra opção é encontrar tweets com exemplos de frases em um tempo gramatical específico e pedir para os alunos notarem seus usos. Disponível para: iOS, Android, BlackBerry e Windows Phone. Preço: Gratuito.

c) Skype e Facetime

Ícone (Skype):

O que é: O aplicativo do software Skype permite que seus usuários façam chamadas de áudio e vídeo entre si sem nenhum custo financeiro, por meio da tecnologia VoIP. Também é possível utilizá-lo como chat, enviando mensagens de texto. Recentemente, o software de mensagens instantâneas MSN Messenger foi descontinuado e seus serviços foram integrados ao Skype, juntamente com a transferência da lista de contatos dos usuários. Para utilizar o serviço, é preciso criar uma conta, que é gratuita. É possível atualizá-lo para uma versão paga, onde se podem fazer videoconferências com mais de uma pessoa ao mesmo tempo e também fazer chamadas de áudio para telefones fixos dentro e fora do país.

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Disponível para: iOS, Android, BlackBerry e Windows Phone Preço: Gratuito, mas pode ser atualizado para uma versão paga com mais recursos.

Ícone (Facetime):

O que é: Aplicativo da Apple para vídeo-chamadas em tempo real com outros usuários cadastrados e adicionados aos seus contatos. O software utiliza a câmera frontal do aparelho para enviar a imagem do vídeo. Disponível para: iOS, somente para os modelos iPhone 4, iPhone 4S e iPhone 5 Preço: Gratuito. Como usar em sala: Com o Skype é possível praticar conversas telefônicas com mais realidade. Os alunos podem ser divididos em duas salas, garantindo, assim, que se concentrarão no que ouvirão e não no colega que está a sua frente. Como ambos os aplicativos podem ser usados para interação por meio de vídeo, como na atividade anterior. Em salas separadas, os alunos podem fazer um jigsaw reading, que é uma estratégia de aprendizagem colaborativa na qual cada aluno recebe parte de um texto e deve perguntar ao seu parceiro questões para obter as informações que faltam em seu texto. O parceiro, por sua vez, tem um texto também incompleto, mas com as informações que seu colega necessita. Eles podem interagir através da câmera.

d) Google Maps

Ícone:

O que é: Um aplicativo que permite a visualização de mapas de ruas e imagens de satélite da Terra, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site https://maps.google.com. Além dos mapas, é possível obter rotas, localizar estações de metrô e pontos de ônibus de algumas regiões, encontrar serviços e visualizar imagens das ruas por meio do Street View.

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Não é necessário cadastro, mas se o usuário tiver uma conta do Gmail, poderá marcar suas rotas e pontos preferidos, além de deixar comentários. Como usar em sala: Pode ser usado de forma parecida com o GPS ao praticar directions. Como não precisa do sinal do GPS para acessar os mapas, ele pode ser usado dentro da sala de aula. Os alunos localizam a escola no mapa e escolhem um local de destino, então dão as direções para um colega que deve seguir no mapa e encontrar o local determinado. Com um mapa real, a atividade se torna mais relevante, pois podem escolher lugares que realmente conheçam. Disponível para: Android, Windows Phone, BlackBerry e iOS, somente para os modelos iPhone 3GS, iPhone 4, iPhone 4S e iPhone 5 Preço: Gratuito.

e) WhatsApp

Ícone:

O que é: Um aplicativo de mensagens instantâneas para smartphones. O usuário se cadastra por meio de seu número de celular e pode enviar mensagens para outros usuários que tenham o aplicativo e estejam em sua lista de contatos do celular. Além de mensagens de texto, podem-se enviar imagens, vídeos e mensagens de áudio. As mensagens podem ser individuais ou para um grupo, que pode interagir como em um chat. Como usar em sala: O professor pode utilizar do recurso de mensagens em grupo e criar um grupo da classe. Dessa forma, qualquer mensagem enviada para o grupo será visível para todos. Há muitas possibilidades como bate-papo livre (qualquer um pode iniciar a conversa sem um tema específico), temas semanais para discussão ou o professor propõe alguma atividade através de perguntas para os alunos. Observação: Para interagir com outros usuários por meio do aplicativo, é necessário ter seus números de celular na memória do aparelho. Portanto, se o professor não quiser compartilhar seu número pessoal com os alunos, ele deve escolher um outro aplicativo para estas atividades. Disponível para: Android, BlackBerry, iOS e Windows Phone.

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Preço: Gratuito.

f) WordReference

Ícone:

O que é: Um aplicativo de dicionário bilíngue, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site www.wordreference.com. A língua principal é o inglês, que conta com uma seção de definições e sinônimos, além das traduções para 15 línguas. Não é necessário fazer cadastro para fazer consultas. O dicionário só pode ser acessado por meio de uma conexão com a Internet e também conta com um fórum disponível para os usuários cadastrados no site, onde é possível postar dúvidas sobre a língua e interagir com outros usuários. Como usar em sala: Pode ser usado de forma similar ao Dictionary, a diferença é que neste aplicativo os alunos têm uma grande variedade de traduções, o que pode ser mais interessante para alunos básicos. Outro recurso do qual os alunos podem tirar vantagem é o fórum, onde podem ler as discussões sobre diversos aspectos da língua e traduções e também podem postar suas dúvidas. Disponível para: iOS, Blackberry, Android e Windows Phone. Preço: Gratuito para iOS, Android e Windows Phone. Blackberry: R$3,99.drive

g) Google drive e Skydrive

Ícone (Google drive):

O que é: Um aplicativo do serviço de armazenamento e sincronização de arquivos do Google, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site https://drive.google.com. Com ele, além de armazenar, é possível editar documentos, folhas de cálculos, apresentações, entre

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outros, e compartilhar arquivos com outras pessoas. É preciso ter uma conta no Gmail para ter acesso ao serviço. Disponível para: iOS e Android. Preço: Gratuito.

Ícone (Skydrive):

O que é: Um aplicativo de serviço de armazenamento e sincronização de arquivos da Microsoft,

desenvolvido

como

alternativa

de

acesso

ao

conteúdo

do

site

https://skydrive.live.com. Com ele, além de armazenar, é possível editar documentos, folhas de

cálculos, apresentações, entre outros, e compartilhar arquivos com outras pessoas. É preciso ter uma conta Microsoft – Hotmail ou Outlook – para ter acesso ao serviço. Disponível para: iOS, Android e Windows Phone. Preço: Gratuito. Como usar em sala: Os dois aplicativos têm funções bastante similares e, portanto, a sugestão de atividade será a mesma, lembro que esta é apenas uma opção das muitas que eles permitem. Para esta atividade de estória colaborativa, o professor deverá escolher um dos dois aplicativos. Como é possível criar arquivos de texto e ele ser editado por vários usuários, o professor pode criar um arquivo e começar uma estória. A partir daí, cada aluno acessa o arquivo e continua a estória. Ao final, haverá uma estória escrita por todos. Na sala de aula, o professor pode pedir que os alunos façam a correção de qualquer ponto que seja necessário. Por necessitarem de uma conta de e-mail de um servidor específico, a escolha do aplicativo deverá ser pela conveniência, ou seja, qual servidor os alunos já usam para evitar terem de criar novas contas.

h) YouTube

Ícone:

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O que é: Um aplicativo de compartilhamento de vídeo, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site www.youtube.com. O acesso é livre para assistir aos vídeos postados na plataforma, mas é preciso se cadastrar para enviar um vídeo. Alguns vídeos, porém, podem ser bloqueados para certas regiões do mundo. Como usar em sala: Uma alternativa mais realista para trabalhar atividades como criação de comerciais. Nesta atividade, o professor trabalharia o texto com os alunos primeiramente e, depois, eles gravariam o comercial em vídeo com seus aparelhos celulares e postariam no YouTube para os colegas assistirem. Essa atividade também pode ser feita para falarem de seus hobbies, falar sobre coisas que os incomodam ou das férias (para uma atividade de volta às férias). Disponível para: iOS, Android e Windows Phone. Preço: Gratuito.

i) Instagram

Ícone:

O que é: Aplicativo de rede social para compartilhamento de fotos e vídeos, desenvolvido como alternativa de acesso ao conteúdo do site www.instagram.com. O usuário pode aplicar filtros nas imagens, que ficam disponíveis no site no formato quadrado, semelhantes a uma imagem de Polaroid, e compartilhá-las em outras redes sociais como Twitter e Facebook. Como usar em sala: O aplicativo pode ser usado em uma competição ao estilo caça ao tesouro. O professor deve entregar dicas para os alunos encontrarem lugares ou coisas dentro da escola e fotografá-las e postá-las no aplicativo. O horário da postagem determinará quem ganhará o ponto por aquele item. Dessa forma, se os alunos notarem que um item já foi postado, eles podem ir para outro, tornando a competição mais dinâmica e com ritmo intenso. Para promover a colaboração, a competição pode ser feita em grupos ou duplas. Outra opção é trabalhar com temas específicos. Para esta atividade, os alunos usariam o aplicativo fora da

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escola para postar uma foto com o tema da semana e, em sala, explicariam para os colegas o porque escolheu determinada foto para representar o tema. Disponível para: iOS e Android. Preço: Gratuito.

As atividades sugeridas aqui foram desenvolvidas baseadas nas reflexões propostas anteriormente. Cabe ao professor mapear o perfil da turma - e também individual de cada aluno - para avaliar se há a necessidade ou não do uso de um recurso tecnológico na aula, como (sugerido nesse estudo) o celular, escolher e adaptar as atividades para trazer o melhor custo-benefício tanto para os alunos quanto para o professor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As relações pessoais e profissionais têm passado por transformações devido ao crescente desenvolvimento tecnológico, tornando-se mais dinâmicas. Esta nova realidade tecnológica se reflete nas salas de aula, que são invadidas por dispositivos móveis – como celulares – que frequentemente não são usados para fins educativos. Este estudo procurou resgatar na literatura o papel do professor e da tecnologia nesse cenário, bem como os números dos celulares no Brasil e no mundo. Notou-se que a penetração da tecnologia móvel é grande e está em expansão, com usuários tendo mais de uma linha e/ou aparelho, ainda que nem todos tenham acesso a ela. Tendo isso em vista, este estudo procurou apresentar atividades para que os professores pudessem aproveitar esses aparelhos para praticar a língua inglesa na aula. Apesar de se constatar que uma reformulação do modelo de ensino seja necessária, as atividades aqui sugeridas não têm o intuito de criar uma mudança em todo o sistema educacional, muito menos têm o objetivo de fazer os professores transformarem suas salas de aula em um ambiente altamente tecnológico. Seria ótimo, no entanto, saber que serviram de inspiração para alguma mudança de rotina na aula ou postura do professor com relação à tecnologia em sala. Podem servir como ponto de partida, como auxílio para iniciar tal mudança. Nunca como ponto final, pois a tecnologia é dinâmica e está em constante atualização. No entanto, é imperativo que ela seja usada como uma aliada do professor, nunca como um substituto para ele. Seja qual for o processo tecnológico escolhido – após a determinação do perfil da classe –, ele deve ser um meio, uma ferramenta, um auxílio para se alcançar o objetivo proposto na aula, sempre com a supervisão do professor. Uma vez inserido neste mundo, o professor será levado pelas infinitas possibilidades que a tecnologia traz. Ganha o professor, que pode enriquecer cada vez mais sua aula, com novas possibilidades de prática. Ganha o aluno, que percebe a proximidade das práticas em sala de aula com o mundo real. Ganha a motivação.

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