Resumo do livro Iluminação Evolucionária Andrew Cohen

August 12, 2017 | Autor: Márcia Santos | Categoria: Mass Communication
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Resumo do livro:

Autor: Andrew Cohen Iluminação Evolucionária Um Novo Destino Espiritual para a Humanidade. «Na minha opinião, é um dos mestres espirituais mais importantes dos nossos dias» DEEPAK CHOPRA

1 ª Edição, abril 2013

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Parte I...................................................................................................................................................... 4 Uma Jornada Cósmica ............................................................................................................................. 4 Prólogo ..................................................................................................................................................... 5 O Desejo de Evoluir ................................................................................................................................. 5 Capítulo 1 ................................................................................................................................................. 6 Antes da Princípio .................................................................................................................................... 6 Capítulo 2 ................................................................................................................................................. 7 Não-Dualidade ......................................................................................................................................... 7 Capítulo 3 ................................................................................................................................................. 8 Estávamos Lá Quando Tudo Começou. ................................................................................................... 8 Capítulo 4 ................................................................................................................................................. 9 Um Imenso Sim ....................................................................................................................................... 9 Capítulo 5 ............................................................................................................................................... 11 Despertar Para a Evolução ..................................................................................................................... 11 Capítulo 6 ............................................................................................................................................... 12 O Projeto Universo................................................................................................................................. 12

Parte II .................................................................................................................................................. 14 Compreender o Território ...................................................................................................................... 14 Introdução .............................................................................................................................................. 14 Capítulo 7 ............................................................................................................................................... 15 O Ser Relativamente e Absoluto ............................................................................................................ 15 Capítulo 8 ............................................................................................................................................... 16 Iluminação a Faculdade da Escolha ....................................................................................................... 16 Capítulo 9 ............................................................................................................................................... 17 O Dilema Pós-Moderno ......................................................................................................................... 17 Capítulo 10 ............................................................................................................................................. 18 Um Dever Moral .................................................................................................................................... 18

Parte III................................................................................................................................................. 20 O Caminho e o Objetivo ........................................................................................................................ 20 Capítulo 11 ............................................................................................................................................. 21 A Arte e a Ciência da Quietude.............................................................................................................. 21 Capítulo 12 ............................................................................................................................................. 22 A Clareza de Intenção ............................................................................................................................ 22 Capítulo 13 ............................................................................................................................................. 23 O Poder da Vontade Livre...................................................................................................................... 23 Capítulo 14 ............................................................................................................................................. 24 Enfrentar Tudo e Evitar Nada ................................................................................................................ 24 Capítulo 15 ............................................................................................................................................. 25 A Perspetiva de Processo ....................................................................................................................... 25 Capítulo 16 ............................................................................................................................................. 26 O Imperativo Cósmico ........................................................................................................................... 26

Parte IV ................................................................................................................................................. 27 Iluminação e a Evolução da Cultura ...................................................................................................... 27 Capítulo 17 ............................................................................................................................................. 28 Um Nós mais Elevado............................................................................................................................ 28

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Capítulo 18 ............................................................................................................................................. 30 Catalisando e Emergência ...................................................................................................................... 30 Capítulo 19 ............................................................................................................................................. 32 Criando o Futuro .................................................................................................................................... 32 Capítulo 20 ............................................................................................................................................. 34 A Fronteira da Evolução ........................................................................................................................ 34

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PARTE I

Uma Jornada Cósmica

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PRÓLOGO

O Desejo de Evoluir Porque é que alguns de nós buscam verdades mais elevadas? Porque é que certos indivíduos são cega, louca e apaixonadamente levados a transcenderem as suas próprias limitações? Porque é que nos sentimos por vezes compelidos a melhorar, não só para o nosso próprio bem, mas pelo bem de uma causa maior que podemos sentir e, no entanto mal conseguimos vislumbrar? Porque que é que, naqueles momentos precisos em que estamos mais conscientes e despertos, intuímos um profundo sentido que é infinitamente maior do que o que os nossos mundos pessoais conseguem conter? Oque é aquela vibração suave que toca os nossos corações e nos apela a saltar corajosamente para além dos pequenos confins do eu separado, para que possamos participar no processo de vida de uma forma profunda e autêntica? Esta vibração não é senão o impulso espiritual, o impulso para evoluir ao nível da consciência. Para mim, pelo menos, não há dúvida de que uma grande e misteriosa energia e inteligência com enorme poder está a conduzir todo o processo evolucionário, a cada momento. E a nossa experiência direta pessoal de inspiração espiritual é a expressão mais tangível desse mesmo movimento. Este impulso espiritual move-se simultaneamente em duas direções. Se seguirmos uma direção ele levar-nos-á até ao futuro distante, e se seguirmos a outra, ele levar-nosá para trás, até antes do início do tempo. A iluminação tradicional aponta-nos para além do mudo, além do tempo e do espaço, para o que tem sido, pelo menos até hoje, a perene fonte da libertação espiritual e da libertação mística: a base do ser. Mas eu acredito que aqueles de nós que, no século XXI, estão na vanguarda da consciência e da cultura precisam urgentemente de uma espiritualidade mística e de uma fonte libertadora da alma que nos aponte, não para além do tempo, mas para o futuro que temos de criar. Este próximo passo não emergirá por si só, deve ser conscientemente criado por seres humanos que despertaram para o próprio impulso que está a conduzir o processo. Despertar para esta energia e inteligência é o tema de que este livro trata, porque esta é a fonte da iluminação.

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CAPÍTULO 1

Antes da Princípio Para descobrir por si próprio o ideal intemporal da iluminação, o primeiro passo a dar é grande. Deve estar disposto, pelo menos temporariamente, a largar absolutamente tudo. Tem de fazer uma viagem interior para além de tudo o que é e tudo o que sabe – para além do tempo, da forma, do pensamento e da memória, até muito atrás, antes do início, antes de qualquer coisa ter acontecido, antes de o próprio Universo ter nascido. Antes do início não havia tempo, forma nem espaço – apenas vazio absoluto. Antes do início, não havia nada …mas você estava lá. Se estiver disposto a dar um passo radical e desprender-se – desprende-se de pensamentos e sentimentos, do tempo e do mundo, do «eu» e do «outro». Pode descobrir a resposta eterna, intemporal, para a questão «quem sou eu?» - a resposta que o liberta de todo e qualquer sentido de limitação. Descobrirá a fonte da própria iluminação. Para descobrir esta infinita profundidade no seu próprio ser, deve encontrar um modo de entrar em profundo estado de meditação – tão profundo que a sua perceção do pensamento recue e desapareça. À medida que a sua perceção se desliga da corrente do pensamento, começa a diminuir a identificação com a memória e o pensamento. E, se continuar a penetrar na infinita profundidade do seu ser, até a consciência da sua própria forma física desaparecerá. A realidade como um todo – o visível e o oculto, o conhecimento e o desconhecimento, tudo o que já foi e o que alguma vez será – é composta por duas dimensões. Podendo chamá-las dimensão manifesta e dimensão não-manifesta. A maior parte do tempo, apenas estamos conscientes da dimensão manifesta, o domínio do tempo, do espaço e do devir. Os cientistas dizem-nos que, quando o tempo começou, há catorze mil milhões de anos, algo surgiu do nada. Quando se desperta para a base do Ser, percebe-se que, mesmo quando algo surgiu do nada não desaparece. A dimensão não-manifesta é a base sempre presente da qual tudo ainda surge a cada momento. É o que chamou «o imortal», outros a «consciência da eternidade». A experiência deste reconhecimento não é a de torna-se livre. É a de já ser livre. A base do Ser é vazia. É um vácuo sem objetos, tempo, espaço ou pensamento.

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Se prestar atenção à base vazia da sua própria experiência da consciência, perceberá que a sua natureza é deleite em si própria. A consciência é o sujeito. E o sujeito está perpetuamente a meditar sobre si próprio. Quando tiver localizado esta pura subjetividade e cultivado a sua concentração o suficiente para tomar consciência das suas qualidades, verá a parte mais profunda da consciência como algo de misterioso e infinitamente cativante. Por isso, quando despertar para essa consciência, poderá dizer para si mesmo: «Podia ficar aqui para sempre». CAPÍTULO 2

Não-Dualidade Antes de tudo o que era e antes de tudo o que é, eu já sou – esta revelação é a base de tudo. A base sem fundo da própria realidade e o alicerce tanto da iluminação tradicional como da nova iluminação evolucionária. A perceção mística deste mistério dos mistérios muitas vezes ocorre como resultado da prática dedicada e sincera da meditação. Mas também pode irromper espontaneamente numa alma desatenta. Quando a mente – ou o filtro do mecanismo cognitivo-serena ou fica temporariamente transparente, o sussurrar da intuição pode revelar a libertadora presença desta base vazia e infinita, para além do tempo. Imediatamente, uma perceção desperta emerge no momento em que se desprende do processo do tempo e de tudo o que ele representa para a mente, o ego e a personalidade. E tornar-se-á aparente que o seu apego ao tempo o tem impedido de descobrir a sua própria liberdade inerente. O não-tempo não tem passado nem futuro - apenas o imediatismo libertador do eterno presente, sem princípios nem fim. O mundo inteiro, o universo inteiro, acontece lá fora e eu estou sempre livre dele. Apenas o Eu é real, porque é a única parte de mim que nunca muda. A consciência no seu estado primordial é o «EU» de todo o cosmos- a subjetividade ou interioridade de tudo o que existe. Quando as barreiras do eu e do mudo se dissolverem, terá a experiência da transparência. Não sente estar em determinado lugar observando alguma coisa. Sente-se num processo de não-dualidade, não sabe onde começa e onde acaba, o que está à frente e o que está atrás. A nãodualidade significa que a experiência que tem do seu eu mais profundo, a minha experiência do meu eu mais profundo e a experiência de qualquer outro ser humano do 7 M. E., 2015

seu eu mais profundo é Uma só. Nesta dimensão interior não existe aqui e ali, não existe tu ou eu. Existe apenas um único Eu. A experiência libertadora da autodescoberta que sente quando desperta para a base do ser é a consciência a despertar de novo para a verdade eterna de que é só Uma, de que não é duas. A questão Quem sou eu? Dissolve-se no reconhecimento de que EU SOU. Esta é a essência da descoberta da iluminação-quando encontra o que procura, descoberta que sempre foi assim. Simplesmente é…. e EU SOU ISTO. A experiência consciente do Ser, a iluminação espiritual.

CAPÍTULO 3

Estávamos Lá Quando Tudo Começou. Quando recuamos até antes do início e descansamos no vazio absoluto antes de o próprio universo surgir, parece que chegámos ao fim da jornada. Na noção tradicional de iluminação espiritual, este é o fim do caminho. Mas a jornada na iluminação não termina aqui. Se este lugar vazio, onde todas as perguntas são respondida, fosse tudo o que há para descobrir e conhecer, por que existiria o universo? Porque é que surgiu algo do nada? Quando contempla a base do seu próprio Ser, pode começar a intuir por si próprio como terá sido este momento quando algo surgiu do nada. A essência da nova Iluminação Evolucionária, encontra-se neste preciso momento em que nada se tornou algo. Em algum momento, de alguma forma, uma escolha foi feita. É por isso que uso a palavra Deus para representar quem - ou o quê fez esta escolha. Este princípio criativo, este impulso inicial para vir a ser, só pode ter sido gerado por uma energia ou inteligência que é nada menos que divina. Assim, Deus, tal como o entendo, não está lá «fora», algures no céu. Deus representa o princípio criativo, a Primeira Causa ou Eros, a força elementar que impulsiona o universo em evolução. Deus é o que chamo o «impulso evolucionário». Por isso, podemos dizer que no início dos inícios, no momento em que se deu o primeiro salto da ausência de forma para a presença da forma, nós estávamos lá enquanto Eu. Antes de o universo nascer, o Um ainda não se tinha tornado o muitos. A única conclusão que podemos tirar é que você fez a escolha: criar o Universo. Enquanto princípio criativo, você/eu/nós escolhemos tomar forma. 8 M. E., 2015

Mas, aparentemente, você decidiu dar esse passo inconcebível. Como é que eu sei isto? Porque está a acontecer. Porque estamos aqui, agora, catorze mil milhões de anos mais tarde, a refletir acerca desta mesma questão. E considerando o facto de que, ao nível mais profundo da consciência, apenas existe Um, e este Um é quem você é sempre, terá de concluir que em cada passo do caminho – desde antes do início no não – tempo infinito, passando pela escolha de dar o salto da ausência de forma para a forma, até ao momento presente – apenas você poderia ser o único responsável por tudo isto. Quem mais poderia ser? CAPÍTULO 4

Um Imenso Sim

A nossa viagem levou-nos a recuar muito, até à base vazia antes do começo do tempo, e ao interior do próprio nascimento de tudo. Quando se apercebe de que existe desde antes do início primordial, a sua perspetiva expande-se para além de toda a imaginação. As crenças e convicções mais fundamentais sobre a vida são questionadas, porque subitamente, a palavra «vida» alcançou um novo significado. Não pensamos num processo de evolução e desenvolvimento com catorze mil milhões de anos que rebenta do nada e se torna todo o cosmos. Mas isto é a vida. E a experiência que tem neste momento, enquanto inspira e expira, enquanto lê estas palavras, é toda parte da vida no seu sentido mais lato, parte de um vasto e inconcebível processo integrado. A vida de que falo é algo que surgiu do nada e isto é o que você é, quem você é. O que explodiu para existência há catorze mil milhões de anos transformou-se na sua pessoa. Você é a base vazia da qual tudo surgiu. E é também o impulso evolucionário – a ânsia de vir a ser, o desejo de existir. Qual é a derradeira natureza da vida? A vida é inerentemente boa? Quando algo surgiu do nada, quando o universo explodiu para existência há catorze mil milhões de anos, foi um imenso SIM? Um Imenso NÃO? Ou um imenso NEUTRO? A sua cultura e a sua experiência de vida pessoal predispuseramno a ver a vida de uma destas três formas. Investigue seriamente por si esta questão, considerando todas as três possibilidades. Primeiro, a vida é um evento negativo? O big-bang foi um imenso «Não»? Deseja secretamente a transcendência, a libertação de uma vida cheia de 9 M. E., 2015

sofrimento e confusão? Se anseia pela transcendência, pelo céu ou pela paz eterna, tem de perguntar a si mesmo: O que é que isto diz da minha relação com este mundo? A segunda possibilidade é que a vida não é boa nem má. O big-bang foi um imenso….neutro. Talvez tudo isto tenha sido apenas um acidente cósmico sem sentido, um evento aleatório que ocorreu há catorze mil milhões de anos, e tem vindo a desenrolar-se mecanicamente deste então. A terceira possibilidade é que a vida é inerentemente boa. O que significa isto? Significa que o big-bang foi um imenso e estrondoso SIM! Quando toda a manifestação explodiu para existência a partir do nada, foi um evento inconcebivelmente positivo uma expressão de profunda bondade. A vida inclui furações, tremores de terra, guerras e doenças mortais. Mas algumas das pessoas que mais profundamente comtemplaram a história do desenrolar cósmico da vida desde os tempos mais remotos- desde o big-bang até o momento- chegaram à conclusão de que a essência deste processo é fundamentalmente boa. Quando despertarmos para a positividade inerente que orienta todo o processo, a nossa relação com o nosso próprio sofrimento e a nossa luta mudam drasticamente. Saber que existir é bom dar-lhe-á uma enorme força anímica para suportar os desafios com os quais se possa confrontar e para viver uma vida dinâmica e vitoriosa. Mas, repito, não tem de acreditar na minha palavra. Porquê? Porque você estava lá. Se quer saber qual foi – e é – a natureza daquela explosão cósmica inicial, a resposta encontra-se no mais profundo do seu próprio interior. E este ensinamento mostra-lhe –á como descobri a resposta por si próprio. Como verá, ela já existe na sua própria experiência. Tudo o que tem que fazer é aprender a reconhecê-la.

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CAPÍTULO 5

Despertar Para a Evolução

Voltemos àquele impulso primordial, àquele momento da escolha. Não precisa de voltar atrás catorze mil milhões de anos para o encontrar – essa escolha está a acontecer continuamente. É o impulso para vir a ser, o desejo de existir, o próprio impulso evolucionário. É a energia e a inteligência que surgiram do nada, o ímpeto que impulsionou o processo evolucionário desde o big-bang até à fronteira emergente do futuro. Quando encontra este impulso nas profundezas do seu próprio ser, torna-se ciente de que ele é inerentemente livre e expansivo na sua liberdade. Enquanto o Ser é como a paz eterna, o Devir faz-nos sentir algo diferente. O Impulso evolucionário é vivido como uma sensação de urgência colossal, uma urgência extática. Ao nível da consciência, é experienciado como uma sensação de que algo inconcebivelmente importante como uma sensação de que algo inconcebivelmente importante deve acontecer AGORA. O lugar onde é mais fácil encontrar o impulso evolucionário está no nível mais básico do seu ser: no corpo físico. No corpo, o desejo de criar forma expressa-se enquanto impulso sexual – um imperativo biológico para procriar. Os seres humanos também experienciam esta vibração em níveis mais elevados do eu. A nossa propensão miraculosa para inovar, conceber algo novo, é o que nos torna distintos de todas as outras formas de vida. Pense na sua experiência, naqueles momentos em que se encontra mais absorto criativamente. O que sente? Estar num «fluxo» criativo pode ser extasiante e, simultaneamente, há muitas vezes uma sensação de urgência para dar forma àquilo que sentimos ser possível. Este impulso é exatamente o mesmo ímpeto que causou a explosão para existência de todo o universo, há catorze mil milhões de anos, e agora se exprime através do corpo, da mente, do coração e dos talentos de um ser humano inspirado. Quando desperta para o impulso evolucionário, começa a viver através do conhecimento, da consciência e da compreensão deste facto a cada dia. E à medida que despertamos para esta energia e inteligência emergentes, ela própria está no limiar de começar a tornar –se diretamente consciente de si própria através de nós. O veículo 11 M. E., 2015

humano torna-se um meio através do qual todo o universo se pode conhecer a si próprio. Apenas a consciência humana, tanto quanto sabemos, tem a qualidade única de autorreflexão que pode permitir que Deus ou a energia e inteligência que iniciaram o processo criativo se conheçam a si próprios.

CAPÍTULO 6

O Projeto Universo Quando dizemos SIM, ao impulso para evoluir, somos arrebatados por uma profunda positividade. Ao acordar para este impulso evolucionário, não sente dúvida de que é positivo, de que a vida é boa, de que Deus é bom, que todo processo é positivo. É inerentemente bom e … sabe que mais? Este processo quer tornar-se melhor. Neste ponto, de experienciará diretamente o quanto o processo quer evoluir e desenvolver-se. A energia e a inteligência que iniciaram o big-bang, estão a impeli-lo, a si enquanto sua própria criação, a evoluir. Se este impulso é o que Deus é no domínio da manifestação, então Deus evolui através de si, através de cada um de nós, enquanto nós evoluímos. Qual é o propósito de Deus? Criar o universo à sua própria imagem. E qual é a imagem? Consciência. Criar um universo à imagem de Deus é o despertar ou a iluminação de toda a matéria. Está tarefa, aparentemente impossível, é o que eu chamo o Projeto Universo. O estado dinâmico, extaticamente inspirado e orientado para o futuro do impulso evolucionário é a nova iluminação de que tenho vindo a falar. A visão interior foi forçada pela promessa irrealizável de criar a futuro a um nível mais elevado que o momento presente. Quando o despertar para esta urgência espiritualmente poderosa se torna uma conquista irrevogável e um estado permanente, chegámos certamente à outra margem, onde o impulso se tornou a força motriz ou princípio fundamental que guia o veículo a que chamamos corpo, mente e espírito. Esta paixão desperta por uma transformação evolucionária não é razoável. Exige mudança, imediatamente, e não irá esperar, por que Deus está sempre desesperado por

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crescer. Quando um ser humano desperta para o impulso evolucionário e experiencia a urgência dessa compulsão para evoluir, é isto que ele está a sentir –o despertar de Deus. Este é o incrível significado de ser um ser humano iluminado. De facto, toda a finalidade do processo criativo é a de estar aqui – para participar total, radical e conscientemente no Projeto Universo. O maior desafio para um ser humano mortal é aperceber-se e responsabilizar-se pelo facto de que quem é agora mesmo, com todas as suas imperfeições, é aquele Um esforça-se por evoluir e tornar-se mais conscientemente através de si. Por isso, deve perguntar a si próprio: terei a coragem, a audácia de intenção e a ousadia de espírito? Terei amor suficiente no meu coração para estar disposto a ser o Um? A resposta a esta pergunta é verdadeiramente a resposta a qualquer pergunta importante. Quem sou eu? Porque estou eu aqui? Há um propósito para tudo isto? Todas estas questões são respondidas do modo mais profundo possível quando você aponta para si mesma e diz «Sim.»

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PARTE II

Compreender o Território

Introdução Qualquer pessoa que queira verdadeiramente percorrer o caminho da evolução espiritual deve esforçar-se para se familiarizar com o território interior do cosmos. O que é o interior do cosmos? É a sua própria experiência de consciência e cognição – agora mesmo. O exterior do cosmos é a matéria; o seu interior é a consciência. Evolução espiritual, no contexto deste ensinamento, significa compelirmo-nos, através do poder da nossa própria vontade e intenção inspiradas, a realmente evoluir. E, para evoluir – evoluir conscientemente -, primeiro tem de conhecer a natureza multidimensional de quem é e como é. Deve ser capaz de reconhecer e compreender o que constitui o seu interior - a natureza infinita da base espiritual do seu próprio ser, as capacidades humanas mais elevadas que tornam a evolução consciente possível, e também as estruturas inconsciente e condicionadas que podem obstruir e obscurecer esse potencial. Nesta segunda parte, iremos examinar as dimensões fundamentais do ser relativo e absoluto na perspetiva da Iluminação Evolucionária, iluminar os desafios e potenciais únicos do contexto cultural em que nos encontramos e explorar a evolução do interior do cosmos.

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CAPÍTULO 7

O Ser Relativamente e Absoluto A iluminação espiritual é – e sempre foi – a autodescoberta. Quando experimentamos estados profundos de meditação por exemplo, podemos sentir a liberdade primordial da base do Ser intemporal e descobrir que o nosso sentido do ser é envolvido por uma paz e uma graça insondáveis. E, ao longo de todo este processo, estamos conscientes da passagem por diferentes estados emocionais, psicológicos e espirituais. Na realidade, o que não percebemos é que estamos a passar por diferentes dimensões do nosso próprio ser. Se aspirarmos a evoluir conscientemente, é essencial que cultivemos um interesse objetivo em quem somos e como somos, e este tipo de discriminação e autoanálise requer inspiração espiritual e muito esforço. O que torna a perspetiva iluminada diferente de qualquer outra perspetiva é a ênfase na relevância das dimensões do eu não-relativas, ou «absolutas». Absoluta é uma metáfora para aquilo que é infinito sem limites. Se o impulso espiritual despertou em si e sente compelido a torna-se uma pessoa iluminada, então é a dimensão não-relativa do seu eu que lhe deve interessar. Na iluminação tradicional, despertar para o absoluto é o que nos liberta da prisão existencial do eu relativo, ou do ego. Eu uso palavra ego, no sentido lato, para me referir àquilo que é um obstáculos ao desenvolvimento do nosso potencial individual e coletivo, àquilo que inibe a nossa capacidade de nos tornarmos seres iluminados. É o nosso apego, consciente ou inconsciente, a diferentes formas relativas de autoidentificação que inibem profundamente o processo de evolução espiritual e a iluminação. Só depois de ter vivido para além do ego poderá compreender o formidável obstáculo que ele realmente é. Na iluminação Evolucionária, há duas formas de acordar para uma dimensão do eu que é absoluta. A primeira que encontramos é a base do Ser primordial sem tempo e sem forma. A nova iluminação é a experiência da transcendência do ego levada nas asas do impulso evolucionário. Na Iluminação evolucionária, o seu ego – ou todas as formas através das quais está, consciente e inconscientemente, identificado e apegado a dimensões relativas do

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seu eu, que inibem o seu desenvolvimento mais elevado – é ofuscado pela luz resplandecente do impulso evolucionário. E, ao transformar as suas motivações mais profundas, este tipo de despertar realmente muda quem você é. A natureza do Eu Autêntico é sempre- já- espiritualmente motivada, inspirada, concentrada, pronta para responder à radical imediatez do agora. Não conhece medo, dúvida ou hesitação. O seu Eu Autêntico é sempre já inspirado e espiritualmente animado. Esta é a nova manifestação e expressão de uma perceção iluminada.

CAPÍTULO 8

Iluminação a Faculdade da Escolha Como realizar uma mudança profunda do ego para o Ser Autêntico? Para a maioria de nós, isto não acontece simplesmente como resultado de um momento de revelação ou profunda compreensão. Realizar esta mudança requer uma intenção inspirada e um esforço consistente e diligente. Somos seres individualizado altamente evoluídos, fomos abençoados com a capacidade para autorreflexão e a liberdade de escolha. Se aspira à Iluminação Evolucionária, saiba que a sua capacidade de alcançar depende de aceitar o simples facto de independentemente das circunstância externas, ter sempre uma medida de liberdade para escolher. O caminho e a prática da Iluminação Evolucionária começam com o reconhecimento transformador do poder das suas escolhas. Isto significa que, em relação às escolhas importantes que faz, nunca está completamente inconsciente. Existe sempre um grau de consciência, mesmo que pequeno, que lhe dá essa liberdade de escolha. E o caminho da evolução consiste em aumentar este grau de consciência, aumentar esta quota-parte de liberdade, até que viva como ser iluminado que conscientemente escolheu ser, ao invés do ser não-iluminado com o qual habitualmente e inconscientemente se identificou durante toda a vida. O caminho da Iluminação Evolucionária consiste em escolher conscientemente identificar-se com o Ser Autêntico, em vez de se identificar com o ego. As suas escolhas possibilitam a evolução da consciência. E, enquanto se dedica a esta possibilidade, está na verdade a forçar a própria consciência a evoluir.

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Lembre-se: que a evolução não está a acontecer por si própria. Nós somos uma grande parte deste processo. Você é uma grande parte deste processo.

CAPÍTULO 9

O Dilema Pós-Moderno Na perspetiva da Iluminação Evolucionária, você é muito importante. O que o torna importante é a sua extraordinária capacidade de perceber rapidamente que quem é não existe separadamente da energia e de inteligência que criaram o universo. E, de forma ainda mais significativa, tem o poder de assumir a responsabilidade de quem realmente é, se o quiser fazer. Lembre-se: apenas através do ser humano iluminado, capaz de conhecer a profundidade e a vastidão do processo do qual faz parte, poderá o princípio criativo despertar para si mesmo. Muitos de nós simplesmente não estamos disponíveis para estes potenciais mais elevados emergirem dentro de nós, porque a nossa atenção está distraída. Deus podia estar a gritar «eu preciso de ti!», e nós nem ouviríamos. É a este estado das coisas que eu muitas vezes chamo o «dilema pós moderno». E não é o seu dilema – é o nosso dilema. Não é um problema pessoal –é um problema cultural, cósmico, evolucionário. Enquanto estiverem presos nos seus mundos pessoais, não poderão participar no processo – Deus não pode dar seu próximo passo através deles. Assim, os poderes criativos de Deus ficam aprisionados no reino manifesto pela alienação e pelo egocentrismo do ser humano. No início do século XXI, para as pessoas mais sortudas de sempre, parece que a nossa busca apaixonada pela individuação atingiu o auge. Descobrimos que fazemos parte de um vasto e complexo processo multidimensional de catorze mil milhões de anos que está a evoluir, agora mesmo, manifesto em nós. O despertar para esta perspetiva evolucionária resolve o dilema pós-moderno.

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CAPÍTULO 10

Um Dever Moral Quando começa a despertar para uma perspetiva que ultrapassa o individualismo pósmoderno, observando a sua experiência humana no contesto de uma cultura e de um cosmos em evolução, tudo se altera. Nesta mudança de perspetiva, o modo como percebe e aborda o caminho espiritual altera-se. Ao crescer num mundo secular pós-moderno, não temos um contexto mais elevado que nos sintamos obrigados a apoiar. Como resultados, tendemos a ter um fala de um eixo moral, mesmo sem o sabermos. A consciência moral, ou consciência mais elevada, não é uma faculdade estática na experiência humana. O nível do nosso desenvolvimento moral é relevado pela quantidade do cosmos que somos capazes de incluir nos nossos corações e nas nossas mentes. Quando despertamos para o estádio cosmométrico de consciência moral, já não podemos olhar para nós próprios e para as nossas ações de uma perspetiva individual ou pessoal, nem podemos considerar o nosso impacto apenas no ponto de vista da relação que temos com a nossa tribo, a nossa nação ou até com o nosso planeta. Agora, começamos a ver literalmente tudo o que somos e tudo o que fazemos no contexto do próprio processo evolucionário. Aquilo que é, enquanto indivíduo, a forma como se comporta, de um momento para o outro, é a sua contribuição pessoal para a manifestação cósmica aqui e agora, na forma humana. Assim sendo, para que esta energia criativa impessoal, esta força divina, se exprima e manifeste neste mundo com sensibilidade crescente, inclusão moral e subtileza, a nossa própria alma – que defino como a nossa capacidade crescente para sermos indivíduos morais –deve ser cultivada e desenvolvida. Quando experimenta um estado mais elevado de consciência, isso influencia-o profundamente sem dúvida. É aqui que a sua evolução espiritual se torna um dever moral. Quando desperta para a natureza selvagem e impessoal do impulso evolucionário através do Eu Autentico, reconhece cada vez mais profundamente que lhe cabe a si, literalmente, aperfeiçoar esta energia divina através do desenvolvimento espiritual da

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sua própria alma. No final o desenvolvimento espiritual não é o seu desenvolvimento – é a evolução de Deus através de si.

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PARTE III

O Caminho e o Objetivo Ao iniciarmos a Parte III deste livro, fazemos a transição da teoria para a prática. Para conseguir isto, é importante perceber a verdade profunda e sutil que alguns dos maiores mestres e professores espirituais da História nos contam: o caminho e a meta são um só. O próprio desejo se embarcar num caminho espiritual e de nos envolvermos na prática espiritual é já o despontar da liberdade espiritual, por que este desejo é vibração e pulsação do Eu Autêntico que luta para despertar dentro de nós. A prática da iluminação evolucionária tem dois componentes fundamentais que refletem os dois domínios do Ser e do Devir. No domínio do Ser, a prática consiste em dominar a ciência e a arte intemporal da quietude meditativa. No domínio de Devir evolucionário a prática é definida por Cinco Princípios Fundamentais – Clareza de Intenção, Poder da Vontade Livre, Enfrentar Tudo e Evitar Nada, Perspetiva de Processo e Imperativo Cósmico.

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CAPÍTULO 11

A Arte e a Ciência da Quietude O caminho da Iluminação Evolucionaria, como todos os ensinamentos sobre iluminação, é um caminho de transcendência do ego. A razão pela qual queremos ter a experiência libertadora de transcender os nossos medos e desejos pessoais e os nossos valores culturalmente condicionados é, antes de mais, para criar espaço no eu – espaço para que a evolução aconteça. A capacidade de estar em quietude é fundamental, pois ela é o perene portal que nos dá acesso à dimensão de nós próprios e da própria vida, a fonte da iluminação tradicional. Aprendendo a estar em quietude, escolhe representar e expressar essa parte mais profunda de si próprio: o não-lugar vazio, antes do início do tempo, antes de alguma coisa ter acontecido. É importante passar muito tempo a praticar a arte e ciência da quietude, é compreender a postura iluminada que esta representa. A meditação é muito simples. Estar quieto, relaxado, atento, e não ter nenhuma relação com o que emerge. Esta é a postura de liberdade. Quando corretamente entendidas, a meditação e a iluminação são a mesma coisa. A meditação, como metáfora para a iluminação, é a prática em vontade incondicional de estar livre de, de transcender, de nos libertamos de tudo o que esteja no nosso caminho. A prática gera a convicção emocional de que é possível uma mudança real, e gera uma fé renovada na sua própria capacidade para evoluir. Ao acolher a quietude de forma realmente séria, cultive a liberdade e convicção na não-limitação como um ponto de referência existencial fundamental. A meditação levo –o de volta ao ponto zero e cria espaço para o início eternamente novo que é a perceção iluminada.

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CAPÍTULO 12

A Clareza de Intenção O primeiro princípio da Iluminação Evolucionaria chama-se Clareza de Intenção. Este princípio aponta diretamente para a natureza essencial do próprio impulso evolucionário: uma intensão sincera e dedicada de existir, de se desenvolver, de vir a ser, de evoluir. A Clareza de Intenção é uma ferramenta inspiradora no caminho da Iluminação Evolucionária, por que coloca nas suas mãos o resultado final da sua procura, independentemente do estádio de desenvolvimento espiritual em que se encontra. O resultado baseia-se sempre numa questão simples: O que é mais importante para mim, mais que qualquer coisa? Se o seu desejo de evoluir é sincero, esta intenção tem de se tornar mais importante para si do que qualquer outra coisa no mundo. Este é o fulcro da Iluminação Evolucionária. A sua própria Clareza de Intenção significa tudo. A clareza de intenção é a fundação da vida iluminada e a chave para evolução da consciência, porque coloca a transformação inteiramente nas suas próprias mãos. No estado não-iluminado é fiéis sobretudo aos medos e desejos do ego pessoal e ao ser condicionado culturalmente. Se nos dedicarmos seriamente a Clareza de Intenção ela irá revelar uma face antiga e insidiosa: a recusa irracional em mudar. Esta manifestação do ego só pode ser percebida com algo inconcebivelmente positivo e infinitamente grande para além dos medos e desejos do nosso eu pessoal. Quando está profundamente interessado na evolução espiritual, o universo tornase ainda mais interessado em si. E quando coloca a sua intenção de evoluir acima e além de tudo o mais, dá o maior presente possível a Deus: um parceiro no processo evolucionário que surge em si.

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CAPÍTULO 13

O Poder da Vontade Livre O segundo princípio da Iluminação Evolucionária é o Poder da Vontade Livre. Este princípio chama-nos a uma grande responsabilidade. Pede para nos comprometermos a ser responsáveis por nada menos que o destino do processo evolucionário, aqui e agora, enquanto nós próprios. E a forma de empreender esta tarefa hercúlea é, antes de mais, fazendo o nobre esforço espiritual de assumir a responsabilidade por tudo o que faz de si a pessoa que é. Isto significa esforçar-se para aceitar todo o seu passado e todas as consequências kármicas desse passado. Significa também ampliar corajosamente a consciência para abarcar toda a complexidade historicamente acumulada das suas circunstâncias atuais. Assumir responsabilidade pelo seu passado significa aceitar incondicionalmente o facto de que está aqui, agora, por causa das suas próprias escolhas. Abarca tudo o que aconteceu como resultado dessa escolha que criou o cosmos, incluindo, mas transcendendo infinitamente, as experiências pessoais e culturais que moldaram a sua personalidade e o seu sentido do ser nesta vida em particular. Quando usa o grau de liberdade que tem em cada momento para concretizar o seu potencial evolucionário, é inevitável que ocorra uma mudança dramática e extraordinária no mundo à sua volta. E isto não depende de ninguém mais, apenas de si. Como ser humano, está a escolher, através da sua vontade mais elevada, através do poder da vontade livre, ativar o processo de evolução em si e através de si.

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CAPÍTULO 14 Enfrentar Tudo e Evitar Nada O terceiro princípio da Iluminação Evolucionária chama-se Enfrentar Tudo e Evitar Nada. Este princípio aponta para o nosso potencial de experienciar uma consciência totalmente desimpedida, uma perceção livre do hábito psicológico defensivo de evitar tudo. Libertar a consciência tem sido o objetivo da iluminação espiritual ao longo de milénios. E, quando encaramos a iluminação num contexto evolucionário, esta ideia intemporal é igualmente importante. Conduz a uma clareza, uma transparência e uma liberdade interiores que são os alicerces essenciais para a evolução consciente. Como todos os princípios, Enfrentar Tudo e Evitar Nada é simultaneamente o caminho e a meta. Significa que, se atingir a meta, se se identifica mais com o seu Eu Autêntico do que com o ego, então os motivos consciente ou inconsciente que tinha para evitar este tipo de transparência terão sido ultrapassados. Se estiver verdadeiramente empenhado em ser livre, encontrará nesta prática uma fonte de tremenda energia e inspiração, porque através dela conseguirá, a qualquer momento, remover as barreiras ao surgimento do Eu Autêntico. Lembre-se sempre: enfrentar tudo significa mesmo tudo. E, para esta prática ter o poder de o libertar, tem sempre de acontecer agora-nunca amanhã, no futuro, ou em qualquer altura que não seja o momento presente. É este o poder do terceiro princípio: o imediatismo da sua exigência que desafia o ego de uma maneira tão fundamental.

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CAPÍTULO 15

A Perspetiva de Processo O quarto princípio da Iluminação Evolucionária é a Perspetiva de Processo. Este princípio aponta diretamente para ponto de vista libertador que emerge quando vemos cada aspeto da nossa experiência como parte de um processo cósmico vasto e impessoal. O quarto princípio força-nos abrasarmos uma orientação cosmocêntrica da vida e, o que é mais importante ainda, a empenharmo-nos neste princípio, o que nos permite abandonar o hábito da personalização compulsiva, a que tantos de nós estão dolorosamente presos. Através do quarto princípio, reconhece que todos os acontecimentos e experiencias, tanto internos como externos, são produtos de um processo evolucionário, e passa a encara-lo da perspetiva deste processo, e não do ponto de vista do ego pessoal. É como se visse tudo o que ocorre de fora para dentro, e não de dentro para fora. E esta perspetiva muda a sua visão de uma forma dramática e libertadora. Quando contempla a verdade do processo e da impessoalidade inerente, desperta para a transparência do mundo material e experimenta diretamente aquilo que está no centro da evolução e que está a impeli-la a cada momento. Deste modo, o quarto princípio traz à luz a natureza singular ou não-dual de todo o processo que produz a experiência que está a ter neste momento. A medida que despertamos para as nossas próprias dimensões e capacidades espirituais mais elevadas, começamos a compreender que o nosso envolvimento integrado e consciente com a vida e com os outros é o interior deste vasto processo cósmico em evolução. Nunca nada está fora dele. Esta é a Perspetiva de Processo

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CAPÍTULO 16

O Imperativo Cósmico

O quinto princípio da Iluminação Evolucionária, o Imperativo Cósmico, representa o motivo fundamental, a razão de ser do impulso evolucionário, ou Eu Autêntico. Neste impulso, não há outro motivo se não o de criar, o futuro incessantemente, e os desejos e necessidades de qualquer indivíduo são sempre secundários em relação a este propósito maior. Esta paixão concentrada num ponto apenas é o que desperta em si aspiração espiritual e, através da prática de cada um dos princípios, alinha-se intimamente com o seu impulso positivo. E, à medida que abraça o quarto princípio e aprende a ver a si próprio como uma parte muito pequena de um processo muito grande a sua relação com o caminho espiritual é dramaticamente recontextualizada. Descobre que não é por si que segue em frente. Sabe quem é e porque está aqui. Enquanto a sua motivação fundamental for pessoal e egocêntrica, a vida nunca fará sentido a um nível profundo. Mas quando abraça o motivo mais elevado que transcende a esfera pessoal, cada momento tem um poderoso sentido de propósito. Já não é uma questão de «eu quero isto», mas sim «isto quer-me a mim». E este é um verdadeiro sentimento religioso, um sentimento religioso autêntico num contexto completamente pós-tradicional. É essa sua beleza: o ego exagerado pós-moderno quer sempre algo para si próprio, e a única coisa que pode alterar o fluxo dos seus desejos sem fim é o reconhecimento inesperado de que a própria coisa de que estava à procura quer tudo de si. Isso vira o seu mundo do avesso. Não consigo imaginar algo mais desesperadamente necessário para o processo evolucionário do que um número pequeno, mas significante, de nós a atravessar este grandioso limiar.

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PARTE IV Iluminação e a Evolução da Cultura O caminho e a prática da Iluminação Evolucionária, quando abraçados com seriedade e urgência, podem catalisar uma transformação profunda num indivíduo. Mas, no ensinamento da Iluminação Evolucionária, não estamos interessados na transcendência do ego como fim em si próprio. É um meio para algo muito mais significativo: a evolução da nossa cultura. Nesta secção final, vamos explorar a dinâmica e os princípios que guiam este novo potencial cultural, e debruçar-nos sobre as intuições que começam agora a despertar sobre o que nos espera para lá do horizonte da fronteira da evolução.

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CAPÍTULO 17

Um Nós mais Elevado A meta final da Iluminação Evolucionária é juntarmo-nos numa cultura sem ego, livres de todos os obstáculos habituais às nossas capacidades criativas e ao nosso potencial mais elevado. Esta é uma aspiração muito pobre e arrojada, muito além do que muitos de nós esperariam alcançar. De facto, quado esta poderosa energias e inteligência começam a fluir através do seu corpo e da sua mente, dá por si espontaneamente impelido a juntar-se a outros – outros que estejam a despertar para o mesmo impulso espiritual, partilhando o mesmo sentido de propósito, urgência e paixão. O universo foi criado para que o relacionamento pudesse acontecer. Que outra razão levaria Deus, ou a energia e a inteligência que iniciaram este processo, a deixar a singularidade sem tempo da base do Ser? Antes do big-bang, nessa base vazia, existia apenas a Unidade imperturbada. Mas esse Um escolheu tornar-se os muitos e, no nascimento dos muitos, as ligações tornaram a própria teia do universo emergente. Assim, quando a experiencia este impulso como a compulsão para evoluir, a direção para a qual ele o guia é sempre a da expressão cada vez mais profunda da sua própria singularidade inerente, ou não – dualidade. É por isso que se sente impelido a encontrar outros, porque o impulso evolucionário é atraído para si próprio. Quando o impulso evolucionário se encontra a si próprio, há um relacionamento livre de ego. Qualquer pessoa pode experienciar uma consciência, livre de ego na quietude e solidão da meditação profunda. É fácil estar livre do ego quando não há relacionamento. Quando muitos indivíduos abraçam simultaneamente o caminho e a prática que descrevi e fazem a transformação verdadeiramente importante do ego para o Eu Autêntico, é isto que se torna possível. Quando tal acontece, a consciência para além do ego, que é a iluminação, pode emergir, não só no nosso interior individual, mas entre nós, enquanto seres humanos. Este espaço é interior do cosmos. O interior do cosmos não está apenas dentro da sua cabeça – é algo que partilhamos. É isto que significa intersubjetivo: é o espaço do «nós», no qual partilhamos valores, perspetivas, crenças e maneiras de ver o mundo.

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No despertar mútuo para o Eu Autêntico, descobrimos, para o nosso espanto, uma forma de intimidade nova e radical que não tem absolutamente nada que ver com o tempo ou com a história partilhada; na verdade não tem nada de pessoal. Quando uma ou mais pessoas despertam para o impulso evolucionário e vislumbram a natureza singular da vastidão infinita que é a perspetiva cosmocêntrica, simplesmente não há sentimento do outro. Mesmo que possa estar ciente do facto objetivo de que há uma pessoa aqui e outra pessoa ali, ao nível emocional não sente esta distinção. Não há uma sessação de dualidade, intensa ou sutil. Porque há apenas um Eu Autêntico, quando dois ou mais indivíduos se unem desta forma e têm uma conversa, a experiência é quase a de pensar para si próprio em voz alta. O Eu Autêntico não está interessado nos outros indivíduos. Está sempre apenas interessado em si próprio, visto nos outros. Nesta nova iluminação intersubjetiva emerge, o significado e o sentido da não – dualidade evoluem. A singularidade que sentimos ao nível mais profundo do Ser é agora experienciada no tempo, no corpo, num vir a ser, e mais importante ainda nas relações. É aquilo a que por vezes, chamo a «não-dualidade evolucionária intersubjetiva». Não dualidade, mas uma vez, significa unidade e não – dois. Está energia e inteligência que criou o universo está conectar seres humanos para a sua própria finalidade. E as nossas aspirações espirituais pessoais, as nossas ligações uns com os outros e com a própria vida, quer tenhamos consciência disso ou não, estão simplesmente a servir esta finalidade, que é a eterna evolução do interior do cosmos.

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CAPÍTULO 18

Catalisando e Emergência A Iluminação Evolucionária e a nova cultura que ela nos promete é algo a que podemos dar forma deliberada e conscientemente, se o potencial para o qual aponta for profundamente importante para nós. É uma perspetiva emergente, ou um estado de consciência que surge de forma espontânea e como por um milagre quando as condições são ideais. Emergente significa que é algo maior do que a soma das suas partes – uma nova ordem de relacionamento, um novo nível de consciência, uma perspetiva mais elevada e profunda que é sempre inconcebível, até o momento que explode para a existência. O objetivo deste ensinamento é catalisar o milagre da emergência no interior do cosmos, através de nós e em cada um de nós. Emergência não é apenas a melhoria de algo que já existe- é o emergir de algo inteiramente novo. Não é apenas uma expansão ou modificação horizontal; é um desenvolvimento, um crescimento vertical. Verticalidade, na Iluminação Evolucionária, significa que nos envolvemos no processo espiritual de maneira que o resultado seja a emergência de alguma qualidade, habilidade ou capacidades que não estava lá antes. Está emergência é um conceito relativamente novo. Como pode uma complexidade maior surgir a partir de uma complexidade menor? Como pode algo ter emergido do nada? Como pode toda a matéria do universo ter emergido a partir do vazio primordial? Este é o mistério da vida, o mistério do processo criativo. Observe a evolução da vida biológica. A vida emergiu a parti da matéria inanimada. Começou com organismo unicelulares, acabando por dar origem a organismos pluricelulares que, ao longo de grandes períodos de tempo, acabaram por dar origem a toda a extraordinária complexidade e diversidade da vida neste planeta. Quando a emergência ocorre na matéria ou na vida biológica ela depende de condições ideais. O que descobri foi que o mesmo princípio se aplica quando estamos a tentar catalisar a emergência ao nível da consciência e da cultura. As condições têm de ser as corretas. De facto, muitas vezes uso a metáfora de um «Novo Ser» para descrever esta emergência do potencial cultural cosmocêntrico. E este potencial emergente da iluminação evolucionária depende completamente de que estas células individuais – estes seres autónomos e em evolução - façam um esforço para compreender e ser uma

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expressão viva do equilíbrio de condições inconcebivelmente delicadas que tornam possível que este potencial venha a existir. A Iluminação Evolucionária é sempre a propósito da evolução da cultura através da nossa própria transformação. Na mesma medida em que é capaz de materializar o impulso evolucionário, inevitavelmente desafiará o ego cultural dentro do seu próprio ser. Os nossos valores partilhados não são apenas representações do que a vida deve ser, mas também imagens do que é possível. Numa visão do mundo espiritualmente iluminada e evolucionária, o nosso olhar interior desperta para a visão do Eu Autentico, que está sempre a olhar em frente, com um ilimitado sentido de possibilidades. Se estamos apaixonadamente comprometidos com a evolução da consciência e da cultura, temos de nos assegurar a todo o custo de que os nossos valores partilhados, conscientes e inconscientes, se tornam uma expressão clara das nossas perceções mais profundas. Se isto não acontecer, a melhor parte de cada um de nós – o impulso espiritual, o nosso próprio Eu Autêntico – terá uma capacidade reduzida de efetuar uma mudança significativa no nosso mundo. A mudança de valores que cria as condições para a emergência perpétua é uma mudança fundamental de orientação que apenas agora começa a despertar em nós, à medida que despertamos para o facto de que fazemos parte de um processo que está a avançar numa certa direção. Mas, para aqueles para aqueles de nós despertos para o impulso evolucionário, a mudança torna-se a nossa casa. Se reconhece o potencial para a emergência nas dimensões interiores da sua própria consciência e da nossa cultura partilhada, então cabe-lhe a si esforçar-se para criar as condições perfeitas na sua vida em apoio à mudança constante e verticalmente ascendente. A alma evolucionária desperta vive para a mudança. Quando nos esforçarmos para nos identificarmos mais com a energia vertical do impulso para evoluir do que com o ímpeto do horizontal do ego pessoal e do eu culturalmente condicionado, transcendemos o peso imenso das nossas próprias esferas de valores tradicionais, modernos e pós-modernos. Abrimo-nos á experiência libertadora da parte do cosmos que está a tentar evoluir através de nós a cada momento. Se se empenhar nestes ensinamentos com grandes sinceridade e urgência, a sua própria consciência e as suas relações com outras pessoas tornar-se-ão estruturas estáveis a partir das quais expressões novas e mais elevadas do significado, da finalidade e do potencial humano poderão surgir no interior do cosmos em evolução. 31 M. E., 2015

CAPÍTULO 19

Criando o Futuro No limiar da consciência e da cultura em evolução, onde despertarmos para o poder da não-dualidade intersubjetiva, a criatividade desabrocha. Quando começamos a partilhar uma cultura iluminada na qual o impulso evolucionário emerge, vemo-nos a experienciar um ímpeto vertical que é inerentemente criativo. De facto, a própria fonte da onda cósmica divina, a nascente do implacável avanço em direção ao fundo da evolução torna-se o nosso locus e o nosso sentido de ser. No centro desta nova ordem de relacionamento humano está a interação contínua de vários princípios dinâmicos: a experiência simultânea de autonomia e comunhão, o ímpeto vertical da tensão evolucionária e a faísca criadora da fricção criativa. A emergência simultânea de comunhão e autonomia é uma experiência rara e poderosa. Quando as barreiras entre o eu e o outro caem, a experienciamos uma comunhão maior, para além das fronteiras do ego. Paradoxalmente, no preciso momento em que experienciamos esta profunda comunhão, a autonomia e o potencial criativo de cada indivíduo emergem livremente. Para um verdadeiro movimento vertical sustentável, a comunhão, por si só, não suficiente. A partir da unidade, tem de emergir diferenciação. Contudo, na Iluminação Evolucionária, cria-se um campo dinâmico em que o um e os muitos são literalmente o mesmo e, no entanto, mantem-se diferenciados. É uma expressão nova, e em evolução, da não-dualidade, em que o eu e o outro se fundem num contínuo e, no entanto, miraculosamente, não se tornam indistintos. E então a consciência deleita-se em seguir o seu próprio potencial criativo em extasiante colaboração consigo mesma. Esta criatividade livre sente-se no coração e na mente como um poderoso estado iluminado, uma tensão evolucionária rigorosamente positiva e íntegra, que o compele a elevar-se ao seu potencial mais elevado. Muitas vezes pensamos na tensão como sendo negativa, mas a tensão evolucionária é inerentemente positiva. A tensão evolucionária é a qualidade experiencial da nova consciência, liberta, entre indivíduos juntos em comunhão e autonomia. A não-dualidade intersubjetiva é mais do que apenas a experiência de paz e êxtase. Floresce com a fricção criativa que é gerada no fluir do vir a ser evolucionário.

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A fricção criativa é o próprio motor da evolução consciente na fronteira. Num contexto de autonomia e comunhão, a presença de fricção criativa constante é o indicador de uma profunda saúde espiritual, psicológica, emocional e entusiasmo neste tipo de contexto intersubjetivo ou coletivo. A fricção criativa é o próprio sangue vital espiritual da nova cultura que precisamos de criar. Mas uma vez, o reconhecimento de que a tensão evolucionária e a fricção criativa guiam o desenvolvimento do cosmos, tanto interno como externo. Por exemplo, se acredita que Espírito ou Deus são sinónimos de paz e amor, faz sentido que veja todas as formas de conflitos, tensão e fricção como sendo inerentemente negativas, como antíteses do desenvolvimento humano mais elevado. Mas numa visão evolucionária no mundo, somos compelidos a redefinir quem é Deus e o que é Ele na verdade, e o que realmente significa o amor. Na dimensão não-manifesta, a base do Ser – aquele não-lugar perfeito e vazio onde apenas existe absoluta quietude -, poderíamos dizer que Deus é paz. Mas quando Deus decidiu tornar-se, tornar forma, todo este processo de criação e destruição, fricção e emergência teve início. Isto é o que você é, isto é o que eu sou e esta é também a natureza de Deus no domínio manifesto. Numa visão evolucionária do mundo, o propósito de Deus é o eterno desenvolvimento, ou ascensão vertical. Então, neste contexto, a expressão do maior amor é a insistência no desenvolvimento mais elevado. Não importa até onde tenha chegado, haverá sempre algo mais a alcançar. Este amor é in fundido com tensão evolucionária e gera fricção criativa. Quando abraça esta interpretação evolucionária de quem é Deus e o que é Ele, então apercebe-se que sim, Deus é amor. É Deus a tentar evoluir, através de si e de mim e, mais importante ainda, através de nós.

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CAPÍTULO 20

A Fronteira da Evolução Um ser humano que tenta catalisar a emergência de um nível superior de consciência é como um foguetão a tentar liberta-se da gravidade da Terra. A gravidade da qual nos tentemos libertar é o peso do nosso condicionamento histórico, tanto pessoal quanto cultural. Depois de termos vencidos esta gravidade durante tempo suficiente para experienciar a liberdade do espaço, temos de criar as estruturas estáveis que nos permitirão continuar aí. Desta forma, tentar estabilizar um novo espaço cultural emergente é como vencer a atmosfera depois de tentar construir uma estação espacial – uma estrutura gigantesca, suspensa fora do campo de gravidade normal. Este projeto de construção intersubjetiva ainda agora começou. As peças são seres humanos – homens e mulheres, tal com nós, que têm camadas e camadas de hábitos condicionados e tendências que não apoiam necessariamente uma emergência mais elevada. E como o nosso centro de gravidade tende a situar-se mais no velho do que no novo, esta nova estrutura será muito frágil. No final, apenas a nossa inspiração espiritual e o nosso compromisso para com a emergência evolucionária irão manter as pecas no seu lugar, mesmo que a estrutura maior permaneça instável. Se está a tentar a fazer algo genuinamente novo, tem de ser um pioneiro, um agente de mudança. Para contribuir para a criação do futuro, tem de estar alinhado com a própria fronteira da evolução. Se viver os cincos princípios da Iluminação Evolucionária como se a sua vida dependesse disso, alinhar-se-á com esta dimensão mais profunda de quem é, e irá desenvolver autoconfiança espiritual. Quando vive isto, de forma plena e destemida, na paixão evolucionária sob perspetiva do Eu Autêntico, então algo extraordinário realmente começa acontecer. Vislumbra o potencial não-manifesto do futuro próximo na consciência e, por breves momentos, até parece realmente tornar-se manifesto no momento presente. É muito importante compreender isto. O futuro não nos é dado. O que vai acontecer não é já conhecido, nem predeterminado. Os estágios mais elevados de

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consciência e cultura que estão à nossa frente ainda não existem. Apenas passaram a existir se nos colaborarmos para desenvolver conscientemente essas capacidades mais elevadas em nós próprios. São sempre os indivíduos que estão a frente do seu tempo, vivendo na vanguarda, que participam na criação destas novas estruturas ou hábitos na consciência. Habitar este lugar significa que o próximo estádio de desenvolvimento existe na sua própria consciência como um potencial sempre presente mas ainda não-manifesto, agora mesmo. E, então, a sua relação ativa e participativa com a vida hoje torna-se uma expressão da sua responsabilidade criativa para dar origem ao novo mundo de amanhã. Para aqueles de nós na vanguarda, neste momento crítico da história humana, o que poderia tornar significado e o sentido da iluminação espiritual mais reais? O que poderia fazer mais sentido ao nível emocional, intelectual, filosófico e espiritual do que o simples conhecimento de que «me cabe a mim»? Deus evolui na medida em que nós evoluirmos. E este mesmo momento – se entregar com todo o seu ser, procurando alcançar o futuro – é, potencialmente, o próprio limiar do possível.

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